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FELIPE SCALISA

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A face oculta da medicinaExpor atrocidades praticadas naFaculdade de Medicina da USPenvergonha a nós, alunos, mastemos de assumir os problemas eenfrentá-los

Nesta terça-feira (11) veio à tona na Alesp (Assembleia Legislativa do Estadode São Paulo) o grande número de estupros, de agressões homofóbicas, deassédios e de trotes na Faculdade de Medicina da USP. Casos que, pelarepetição, demonstram o lado sistemático da violência e seu caráterestrutural, que se encontra na maioria das faculdades de medicina do país.

Em audiência pública, oito relatos de violência --pontuais e culturais-- foramexpostos, entre os quais dois casos de estupro em eventos organizados poroutros alunos e realizados nas dependências da universidade. Foramrelatadas também iniciativas anteriores da faculdade de omitir os casos, a fimde preservar a imagem da instituição e evitar constrangimentos.

Foi demonstrado também, pelo volume de documentos e registros, como umacultura de tradições e hinos que fazem alusão ao machismo pode tornar reaisas intenções de estupro e como trotes são utilizados para manter hierarquias eredes de poder que vão desde as relações entre alunos até aquelas entredocentes e profissionais mais influentes.

A audiência pública buscou não se restringir apenas ao agressor comoresponsável final pela violência, mas falar do que aumenta os riscos de essesatos se efetivarem.

Vimos como nosso maior ensinamento na graduação é o pacto de silêncio, oconsentimento passivo como grande instrumento de manutenção deestruturas nas quais aprendemos a lidar e a conviver com a corrupção domundo.

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de dente em seu ânus como forma de punição por algum descumprimento deordem-- até a contratação de prostitutas para servir a homens dentro dosespaços da faculdade, foram relatadas na audiência. O desfecho não poderiaser outro: a cultura da faculdade prejudica nossa formação humana. Eestamos falando de educação médica.

Sabemos que a sociedade pode até estar satisfeita com a formação técnica dosmédicos, mas é notório como está insatisfeita com a falta de humanizaçãodesses profissionais, cuja prerrogativa é promover saúde, não a mera ausênciade doenças. Tentam preencher essa deficiência pelo currículo formal, mas seesquecem do currículo oculto --práticas e culturas--, que molda sujeitos doinício ao fim da faculdade.

Ainda assim, há severa resistência entre os alunos da faculdade a aceitarcríticas ao que eles reproduzem. Certamente, a vida universitária éimpactante e há amor verdadeiro pelo que se vive nesse ambiente. Conseguirabsorver críticas, nesses casos, é um ato de coragem.

Para alento da democracia, entretanto, pode-se debater o significado daspráticas relatadas pelos estudantes que conseguiram romper as leis desilêncio da faculdade. Algumas verdades, contudo, precisam ser assumidas.

A principal delas é que expor o que fazemos nos traz vergonha. Sentimos quenessa exposição manchamos a imagem de uma faculdade que é orgulhonacional. Entretanto os relatos das vítimas de estupro, trote e agressões sãoapenas uma face oculta. Temos de assumir os problemas e enfrentá-los.

Espero que meus colegas, vendo-se como agentes da realidade, possam captaressa verdade e transformá-la em algo positivo. Ficar no saudosismomelancólico da realidade que se esvai pode nos cegar para o novo, quepretende ser muito melhor. Ficou ainda mais claro, enfim, que a faculdadeprecisa da ajuda da sociedade civil para conseguir se espelhar em ética. Oisolamento da universidade é algo pernicioso.

A educação médica humanizada é de interesse de todos e merece o olharcoletivo para a sua construção. A sociedade deve dizer que tipo de médicoquer ver sair dessas instituições e, a partir daí, analisar se certas práticas sãoadequadas ou não. A transparência acaba sendo, portanto, a chave para esseprojeto.

FELIPE SCALISA OLIVEIRA, 22, aluno do 3º ano da FMUSP - Faculdade de Medicinada USP, é coordenador de cultura da Direção Executiva Nacional dos Estudantes deMedicina e um dos depoentes da audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado deSão Paulo para averiguar casos de violação de direitos humanos na FMUSP

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