Edição Setembro 2011

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ART Não deixe de anotar o nome do SENGE-GO na Anota- ção de Responsabilidade Técnica (ART), no campo “Entidade de Classe”. É uma contribuição indispensável para o combate do exercício ilegal da profissão e uma impor - tante receita para a nossa entidade manter todos os serviços prestados aos associados. Portanto não esqueça de preenchê-la, lem- brando que os profissionais não sindicaliza- dos também devem fazer a anotação. páginas 04 e 05 página 03 página 06 página 07 FONTE: CREA-GO O desenvolvimento e a infraestrutura serão o tema das palestras proferidas durante o evento, marcado para o dia 23 de setembro, na sede do Crea-GO. CNTU prepara encontro regional em Goiânia Senge-GO define seus candidatos para o Sistema Confea/Crea E MAIS... Lei do Saneamento nº 11.445 Desenvolvimento brasileiro Gerson Taguatinga e Álvaro Cabrini foram apresentados pelo sindicato como a melhor opção para seus afiliados 7º Encontro dos Engenheiros do Setor de Sanea- mento discute principais mudanças no panorama brasi- leiro e falhas ainda a serem corrigidas na legislação Murilo Pinheiro e Allan Habert, presidente e diretor da CNTU respectivamente, falam sobre a importância dos profissionais portadores de diplo- ma universitário no crescimento do País

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Informativo Setembro

Transcript of Edição Setembro 2011

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ARTNão deixe de anotar o

nome do SENGE-GO na Anota-ção de Responsabilidade Técnica (ART), no campo “Entidade de Classe”. É uma contribuição indispensável para o combate do exercício ilegal da profissão e uma impor-tante receita para a nossa entidade manter todos os serviços prestados aos associados. Portanto não esqueça de preenchê-la, lem-brando que os profissionais não sindicaliza-dos também devem fazer a anotação.

páginas 04 e 05

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página 07

Fonte: Crea-Go

O desenvolvimento e a infraestrutura serão o tema das palestras proferidas durante o evento, marcado para o dia 23 de setembro, na sede do Crea-GO.

CNTUprepara encontroregional em Goiânia

Senge-GO define seus candidatos para o Sistema Confea/Crea

e mAis...

Lei do saneamento nº 11.445

Desenvolvimento brasileiro

Gerson Taguatinga e Álvaro Cabrini foram apresentados pelo sindicato como a melhor opção para seus afiliados

7º Encontro dos Engenheiros do Setor de Sanea-mento discute principais mudanças no panorama brasi-leiro e falhas ainda a serem corrigidas na legislação

Murilo Pinheiro e Allan Habert, presidente e diretor da CNTU respectivamente, falam sobre a importância dos profissionais portadores de diplo-ma universitário no crescimento do País

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opinião eleições02 03Senge em NotíciasSenge em Notícias

A CNTU está realizando uma série de encon-tros regionais na preparação do seu 1º En-contro Nacional. O 3º Encontro Regional

vai acontecer em Goiânia, dia 23 de setembro, e tem como tema central O desenvolvimento e a infraestrutura, contando com quatro palestrantes muito preparados para apresentar e debater pro-postas para o desenvolvimento e a ampliação e adequação das redes físicas e dos serviços de infraestruturado País. Nessa cartografia da infra-estutura nacional, seria muito positivo, e devemos tentar traçar também o desenvolvimento e a in-fraestrutura regional, situando, assim, o tema no contexto local. O Centro-Oeste é o meio do Bra-sil, tendo papel importantíssimo na integração e desenvolvimento do território nacional bem como da América do Sul. Para o desenvolvimento dessa visão regional é muito im-portante a presença e a participação de todos e de cada um, enri-quecendo o repertó-rio das palestras com as realidades e perspectivas locais.

Após duas décadas de baixo cresci-mento da economia brasileira, caracterizado pelo baixo investimento na manutenção e am-pliação das redes de infraestrutura, nos últimos anos vimos mudando esse curso, felizmente, tentando recuperar o tempo perdido e dar con-tas das necessidadesatuais e futuras do País em setores fundamentais como energia, transporte e logística, telecomunicações, saneamento am-biental, recursos hídricos, habitação etc. O Brasil dará um grande salto nesse sentido nos próximos anos, alcançando condições bem superiores de produtividade e competitividade econômica e de qualidade de vida social. Temos tradição em cres-cimento, pois durante quase 80 anos, a economia brasileira cresceu a taxas bem superiores às atuais. Portanto, sabemos dar saltos e resolver grandes problemas em prazos relativamente curtos de tem-po. Se JK fez 50 em 5, nós também podemos fazer o Brasil ser um país bem melhor em 2022, quando comemoraremos 200 anos de independência.

Instalar sistemas de engenharia no território nacional demanda por altos investimentos, numa

PresidenteGerson Tertuliano

engº eletricista

diretoriaJoão Batista Tibiriçá

engº CivilAntônio Augusto Soares Frasca

GeólogoCláudio Henrique B. Azevedo

engº eletricistaArgemiro Antônio F. Mendonça

engº CivilJosé Augusto L. dos Santos

engº eletricistaCaio Antônio de Gusmão

engº CivilEdson Melo Filizzola

engº CivilMarcelo Pontes Pereira

engº CivilLuiz Carlos Carneiro de Oliveira

engº eletricistaJoão Dib Filho

engº eletricistaEduardo James de Moraes

engº CivilMarcelo Emilio Monteiro

engº agrônomoWanderlino Teixeira de Carvalho

Geólogo

Conselho FisCalEduardo Joaquim de Sousa

engº CivilAntonio Carlos das C. Alves

engº CivilAdelita Afonso Boa Sorte

engº eletricistaLeonardo Martins de C.Teixeira

engº CivilJosé Luiz Barbosa Araújo

engº agrônomo

rePresentantes junto à F.n.eAnnibal Lacerda Margon

engº agrônomoArgemiro Antônio F. Mendonça

engº CivilMarcos Rogério Nunes

engº agrônomoWanderlino Teixeira de Carvalho

Geólogo

jornalista resPonsávelMarla Rodrigues

diaGraMaÇÃoVinícius Alves

iMPressÃoStylo Gráfica

Circulação gratuita entre os associados.Endereço:

Av. Portugal nº 482Setor Oeste, Goiânia-GO

Telefones: 3251.8181 / 3251.8967Email: [email protected]: www.senge-go.org.br

Todos os artigos e citações aqui divulgadas são de responsabilidade da Diretoria. As matérias

assinadas são de responsabilidades dos autores e não correspondem necessiariamente

à opinião do Jornal.

triênio 2010/2013ÓrGãO DE DivulGAçãO DO SinDiCATO

DOS EnGEnhEirOS DE GOiáS

setembro DE 2011 setembro DE 2011

O desenvolvimentoe a infraestruturado País a partirdo Centro-Oeste

conta paga por toda a sociedade. É preciso, por-tanto, que esses investimentos sejam planejados, programados e orientados para promoverem, jun-tamente, a eficiência econômica,a equidade social, a sustentabilidade ambiental e a diminuição das desigualdades espaciais, afirmando o papel de destaque do Brasil enquanto potência energética, capaz de produzir soluções sustentáveis para o seu desenvolvimento interno, além de colaborador deci-sivo para o desenho de uma nova ordem mundial.

A palestra do professor Marcio Pochman e as intervenções dos participantes nos possibilitarão traçar a cartografia atual e futura da base física do país, bem como dos serviços que a operam, apontando os principais projetos em andamento

e previstos, bem como os gargalos e desafios a serem vencidos. Em seguida, iremos nos

deter em algumas questões eleitas para orientar os debates ao longo

do dia: o saneamento ambiental, com pa-lestra do engenheiro Edson Filizzola; a

indústria contempo-rânea e as tecnologias

digitais, com palestra do engenheiro Marcelo Zuffo;

e o desafio das megacidades frente às mudanças climáticas,

com palestra do físico Oswaldo Massam-bani. Com um time dessa grandeza e com

temas tão candentes sendo debatidos no coração do Brasil e do continente sul-america-

no, os profissionais reunidos em Goiânia estarão cumprindo o decisivo papel de exercício pleno da cidadania, condição básica para o planejamento do território e do desenvolvimento sustentável. Ao final dos debates, será aclamada a Carta de Goi-ânia com a síntese das propostas desse encontro a ser encaminhada ao nosso grande encontro na-cional que vai acontecer em 18 de novembro, em São Paulo quando os profissionais universitários, representados pela CNTU, vão se expressar sobre o desenvolvimento do País e a política.

excepcionalmente neste mês o presidente do Senge-Go, Gerson tertuliano, cede seu espaço para expor a opinião de allen Habert.

allen Habert é engenheiro de produção, diretor da CntU e coordenador do I encontro nacional da entidade O Sindicato dos Engenheiros no Estado

de Goiás (Senge-GO) definiu a quem apoiar nas eleições do Sistema Confea/

Crea, que acontecem em novembro. Por isso, realizou evento no dia 30 de agosto, na sede do sindicato, para apresentar a seus associados os candidatos que melhor os representam.

O presidente do Senge-GO, Gerson Tertu-liano, recebeu Gerson Taguatinga, candidato à reeleição da presidência do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Es-tado de Goiás (Crea-GO), e Álvaro Cabrini, can-didato à presidência do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) para trazerem suas propostas.

No evento estiveram presentes personali-dades da sociedade goiana, como o presiden-te da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), José Carlos Xavier, o Grafite; o secretário municipal de Planejamento e Urba-nismo, Roberto Elias de Lima Fernandes; o pre-sidente interino do Crea-GO, Daniel Demori, en-tre outros, além do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitá-rios Regulamentados (CNTU) e da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Murilo Celso de Campos Pinheiro.

O presidente da CNTU e da FNE fez ques-tão de vir até Goiânia para falar do seu apoio a Álvaro Cabrini. Murilo acredita na competência de Cabrini e diz ser inquestionável o trabalho que ele fez no Crea do Paraná, que serviu de referência para todo o Brasil nos últimos cinco anos. Além disso, Murilo defende que o candi-dato tem propostas essenciais para os profis-sionais da área, como a valorização profissional sendo tratada de uma forma mais ampla e o uso da tecnologia na Engenharia.

O presidente do Senge-GO, Gerson Ter-tuliano, se mostrou bastante confiante quanto às escolhas feitas ao apoiar o xará, Gerson Ta-guatinga, e Cabrini. Durante seu discurso, Ter-tuliano fez questão de ressaltar a importância do processo eletivo e o respeito do sindicato a todos os candidatos, embora tenha escolhido Taguatinga e Cabrini pelos trabalhos realizados até então e pela confiança que ambos inspiram.

PropostasGerson Taguatinga foi sucinto durante seu

discurso, escolhendo dados para comprovar a importância do trabalho que já fez enquanto

Senge-GO anuncia apoio a candidatos do Sistema Confea/Crea

Gerson tertuliano (à dir.), ao lado de Murilo Celso, apresenta os candidatos Álvaro Cabrini e Gerson taguatinga, ao lado de Daniel Demori

presidente do Crea-GO. Ele contou que quando se candidatou à presidência do Conselho, três anos atrás, suas principais preocupações eram em relação à valorização profissional e à interio-rização do Crea-GO.

Ele mostrou quanto o programa de interiori-zação está consolidado e crescendo. Atualmen-te são 47 inspetorias regionais em Goiás, fiscali-zando e dando apoio aos profissionais. Segundo ele, nenhum engenheiro, arquiteto ou agrônomo precisa andar mais do que 70 quilômetros para estar na inspetoria mais próxima. O reconheci-mento do trabalho feito em todo o Estado é o que traz maior valorização profissional à catego-ria, segundo o que acredita Taguatinga.

Com a palavra, Álvaro Cabrini agradeceu o reconhecimento e o apoio, mas quis deixar claro que o trabalho realizado no Crea-PR é referência porque foi feito a partir de ideias de todo o País. Segundo ele, todo exemplo positi-vo encontrado nos demais estados eram siste-matizados e o conhecimento era utilizado com inteligência no Paraná.

Durante seu discurso, ele defendeu a otimi-zação dos procedimentos para a atividade-fim dos Crea, que é o processo de fiscalização do exercício profissional. De acordo com Cabrini, é extremamente necessário que os engenheiros utilizem as ferramentas tecnológicas criadas por eles. “Embora pareça óbvio, elas ainda são mal

utilizadas por nós”, explica.Cabrini falou ainda da grande ameaça

atual, que é a chegada de profissionais estran-geiros ao País, principalmente com a vinda de dois eventos esportivos de grande porte (Copa do Mundo e Olimpíadas). Segundo ele, os pro-fissionais brasileiros não devem temer a con-corrência. “A engenharia brasileira não fica a dever absolutamente nada para nenhum outro País”, enfatiza.

Ao final dos discursos, Gerson Tertuliano pediu o comprometimento dos dois candidatos com duas questões sempre debatidas dentro do sindicato: a contribuição sindical e o plano de saúde. Ambos assinaram uma carta de in-tenções levando em consideração o pedido do presidente do Senge-GO.

EleiçõesAs eleições para presidente do Confea e dos

Creas ocorrerá no dia 8 de novembro. O resul-tado será homologado no dia 20 de dezembro. As datas também valem para as eleições dos conselheiros federais representantes dos grupos profissionais e dos diretores geral e adminis-trativo da Mútua. Para a eleição do conselheiro federal representante das instituições de ensino superior de Engenharia as datas são diferentes. A votação será em 5 de outubro. A homologação do resultado deve ocorrer em 17 de outubro.

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Filizzola defenda a universalização dos serviços de saneamento em dez anos

desenvolvimento 04 05

setembro DE 2011 setembro DE 2011

Senge em Notícias Senge em Notícias

Murilo Pinheiro lembra que infraestrutura é primordial para o País sediar eventos esportivos

Goiânia se prepara para receber encontro regional da CNTU

A Confederação Nacional dos Tra-balhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU) realiza,

no dia 23 de setembro, em Goiânia, um amplo debate sobre Desenvolvimento e a infraestrutura. Será o terceiro encontro regional de uma série que a CNTU pro-move no Brasil, com o objetivo de incen-tivar a participação dos profissionais de formação universitária no desenvolvi-mento e na política nacionais. Segundo a confederação, existem mais de 10 milhões de profissionais com diplomas universitários no Brasil.

Participam do encontro em Goiâ-nia o presidente do Instituto de Pes-quisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann; o engenheiro civil Edson MeloFilizzola, da Sane-amento de Goiás S.A. (Saneago); o engenheiro e professor da USP, Marcelo KnörichZuffo; e o físico e professor titular do Instituto As-tronômico e Geofísico da USP, Oswaldo Massambani.

O presidente da CNTU, Mu-rilo Pinheiro, explica que o evento

é preparatório para o encontro nacional, agendado para o dia 18 de novembro, em São Paulo, sob o tema Os profissionais universitários, o desenvolvimento do País e a política. Segundo ele, os encontros da CNTU buscam ouvir opiniões e sugestões para questões que abrangem todo o Brasil, de modo a alcançar o País como um todo.

A intenção é ter condições de promover discussões que culminem em propostas para a melhoria da qualidade de vida da po-pulação. Conforme explicou Murilo, ao fim de cada encontro é feita uma carta, onde são apresentadas propostas levadas para governo. Ideias discutidas com a sociedade organizada, academia, indústria e iniciativa privada, que podem ser aproveitadas em projetos de infraestrutura, economia, sane-amento, saúde e ducação.

O tema deste ano está fortemente liga-do com os eventos para os quais o Brasil se prepara para receber, como a Copa do Mun-do de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

“O crescimento do País devido às obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) também nos obriga a certos questio-namentos”, explica Murilo. Em sua opinião pessoal, agora que as discussões políticas acerca dos eventos esportivos acabaram, as obras estão bem encaminhadas e devem ser entregues ao fim do prazo programado.

Megacidades O professor titular do Instituto Astronô-

mico e Geofísico da USP e um dos coorde-nadores do C40 São Paulo ClimateSummit 2011, Oswaldo Massambani, vai abordar o tema Os desafios das megacidades frente às mudanças climáticas, durante o encon-tro regional em Goiânia.

O especialista afirma que há um reco-nhecimento crescente de que o aquecimen-to global não é apenas um problema para gerações futuras, “assim como não se trata unicamente de uma questão que os gover-nos das cidades podem resolver sozinhos”.

Segundo ele, a ação individual é rele-vante. “As megacidades no mundo estão lançando campanhas públicas que visam conscientizar e incentivar os residentes, em-presas e organizações da comunidade para participar de soluções climáticas.”

Massambani diz também que a consci-ência sobre a necessidade de lidar com os efeitos das mudanças climáticas vai além da responsabilidade de governos e organiza-ções não governamentais. “É dependente do cidadão e da cidadã e de seu envolvimento comunitário propositivo e deve ter uma pro-funda ação no ambiente educacional no for-talecimento das estruturas curriculares que promovam a educação para o desenvolvi-mento sustentável e forma transversal em todas suas disciplinas. É fundamental que esse tema penetre a capilaridade do sistema educacional brasileiro”, destaca.

O professor lembra que a cidade de São Paulo é pioneira na elaboração de uma po-lítica municipal de combate às mudanças climáticas, possível graças a uma parceria entre órgãos municipais, profissionais espe-cializados, sociedade civil e institutos.

A iniciativa estabelece metas e diretri-

zes para o plano de ação da cidade de São Paulo para a mitigação e adaptação às mu-danças climáticas, apontando estratégias nas diversas áreas de atuação da prefeitu-ra. “A Prefeitura de Belo Horizonte também já fez isso. Outras também estão fazendo o mesmo. Seja o município grande ou pe-queno, uma política ‘clima-consciente’ deve ser implantada. É fundamental que o enga-jamento público se dê em todos os mais de 5,5 mil municípios brasileiros.”

SaneamentoO engenheiro civil Edson Melo Filizzola,

assessor de planejamento da Saneamento de Goiás S/A (Saneago), também proferirá palestra sobre o tema Saneamento ambiental: panorama atual e perspectivas. Na ocasião, ele poderá mostrar os avanços dos serviços de saneamento no País e principalmente em Goiás. Os planos de saneamento, como o Planasa e a Lei nº 11.445 também serão analisados pelo engenheiro, que defende a universalização dos serviços em todo o Brasil em até dez anos – metade do tempo propos-to pelo Plano Nacional de Saneamento Bási-co (Plansab), do Ministério das Cidades.

De acordo com Filizzola, para a univer-salização do saneamento no País seriam ne-cessários cerca de R$ 250 bilhões, ou apro-ximadamente R$ 12,5 bilhões por ano, o que representa apenas 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. “A gente não pode es-

9h Abertura dos trabalhos9h30 Desenvolvimento e infraestrutura

econômica e social, Marcio Po-chmann - economista, presidente do Instituto de Pesquisa Econô-mica Aplicada (IPEA).

10h30 Saneamento ambiental: panorama atual e perspectivas, Edson Melo Filizzola - engenheiro civil com especialização em saúde pública, planejamento e gerenciamento de recursos hídricos, assessor de planejamento da Saneamento de Goiás S.A. (Saneago).

11h30 Debate12h30 Intervalo para almoço14h Indústria no século XXI, inteli-

gência e tecnologias digitais, Marcelo KnörichZuffo - enge-nheiro eletricista, professor livre--docente da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP); coordenador do Grupo de Computação Visual e Meios Eletrônicos Interativos do Labo-ratório de Sistemas Integráveis.

15h Os desafios das megacidades frente às mudanças climáticas, Oswaldo Massambani - físico, PHD em Ciências Atmosféricas, professor titular do Instituto Astro-nômico e Geofísico da USP e um dos coordenadores do C40 São Paulo Summit 2011.

16h Debate17h Discussão e aprovação da Carta

de Goiânia18h Encerramento

PRoGRAmAção

perar esses 20 anos, principalmente porque o PIB brasileiro nunca cresceu tanto quanto nos últimos quatro anos”, defende o engenheiro.

Apesar das dificuldades regionais de abastecimento em locais específicos, há um esforço da Saneago em dar prioridade aos trabalhos que visem resolver problemas como no entorno sul do Distrito Federal, com a conclusão do sistema Corumbá, e na Re-gião Metropolitana de Goiânia, com obras complementares do Sistema João Leite. Para Filizzola, o principal desafio da atualidade é fazer com que a infraestrutura de água e es-goto acompanhem o crescimento urbano.

Embora ainda existam esses problemas pontuais, Goiânia é a 14ª cidade com maior abrangência dos serviços de saneamento, dentre os municípios com mais de 300 mil habitantes. Quando comparada apenas com as capitais, Goiânia ocupa o 4º lugar, atrás apenas de Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.

Como principais desafios do Estado, Filizzola cita a perenidade dos investimen-tos e a universalização dos serviços de sa-neamento. Ele cita ainda a dificuldade em equacionar tarifas, subsídios e regulação do sistema, além da falta de mão de obra de qualidade para profissionalizar o atendimen-to. Por fim, menciona a segurança no abas-tecimento de água, em relação a possíveis racionamentos, o uso eficiente da água e da infraestrutura, além de uma discussão séria sobre a carga tributária e os encargos nas tarifas. Tudo isso será colocado durante os painéis e palestras do evento.

ServiçoO encontro regional da CNTU em Goi-

ânia tem o apoio da Federação Nacional dos Economistas (Fenecon), da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), da Fede-ração Nacional dos Farmacêuticos (Fena-far), da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e da Federação Interestadual dos Odontologistas (FIO); além dos sindicatos regionais: Sindicato dos Engenheiros no Estado de Goiás (Senge-GO), Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), Sindicato dos Odontologistas do Estado de Goiás (Soego), Sindicato dos Farmacêuti-

cos no Estado de Goiás (Sinfar-GO) e Sindi-cato dos Economistas do Estado de Goiás.

Marcado para o dia 23 de setembro, das 9 horas às 18 horas, o evento será pro-movido na sede do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea--GO), situada na Rua 239, nº 585, no Setor Universitário. As inscrições são gratuitas e abertas para o público em geral.

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evento CNTU06 07Senge em Notícias Senge em Notícias

setembro DE 2011 setembro DE 2011

Como forma de discutir as perspec-tivas para o saneamento e para as empresas estaduais à luz da Lei do

Saneamento nº 11.445/2007, profissionais e entidades se reuniram no dia 30 de agosto para o 7º Encontro dos Engenheiros do Setor de Saneamento. Realizado no auditório do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetu-ra e Agronomia do Estado de Goiás (Crea--GO), o evento foi uma realização da Asso-ciação dos Engenheiros da Saneago (Ases), da Associação Brasileira de Engenharia Sa-nitária e Ambiental (Abes) e do Sindicato dos Engenheiros no Estado de Goiás (Senge--GO), com o apoio da Saneago, do Crea-GO e do Clube de Engenharia de Goiás.

Na bancada de abertura do encontro es-tiveram o presidente do Senge-GO, Gerson Tertuliano; o diretor administrativo da Sane-ago, Mauro Henrique Barbosa; o presidente da Abes-GO, Mário Cézar Guerino; o presi-dente da Ases, Áttila Moraes Jardim Júnior; o presidente em exercício do Crea-GO, Daniel Demori; e o representante do Clube de En-genharia, Marcos Teixeira.

Durante os discursos de abertura, o prin-cipal ponto foi a restrição das discussões acerca do tema saneamento, que acabam ficando sempre entre os engenheiros que trabalham nesta área. Todos fizeram ques-tão de enfatizar a importância da divulgação desses debates entre os mais diversos se-tores da sociedade, como forma de ampliar os pontos de discussão e conscientizar mais pessoas sobre a urgência da definição de alguns tópicos.

Presidente da Ases, Áttila explicou que

o evento visa trazer à tona assuntos que se arrastam há anos, mas cuja resolução vem sendo esquecida tanto pelos governantes como pelos profissionais que lidam direta-mente com o tema. Ele citou ainda a eterna queda de braço entre os governos estaduais e municipais, já que ainda não está definida de quem é a competência quando o assunto é saneamento no País.

Durante a manhã houve duas palestras. A primeira sobre O desenho institucional do Setor com a promulgação da Lei do Sane-amento, proferida por Elizabeth Costa de Oliveira Góes, jornalista e advogada com especialização em Direito do Consumidor e da Concorrência. Em seguida, Ricardo Pinto Pinheiro falou sobre os Aspectos econômi-cos que fundamentaram a Lei do Saneamen-to. Ricardo é mestre em Sistemas Elétricos de Potência , consultor em energia, recursos hídricos e saneamento básico, além de ex--diretor presidente da Agência Reguladora das Águas, Energia e Saneamento do Distri-to Federal (Adasa). Em seguida, ambos par-ticiparam de mesa redonda presidida pelo presidente da Ases, Áttila Moraes.

À tarde, Humberto Satio Kanomata falou sobre A contabilidade gerencial e sua relevân-cia no novo cenário do setor de saneamen-to. Ele é bacharel em Ciências Contábeis e participou da elaboração do Manual de Con-tabilidade das Companhias Estaduais de Saneamento Básico, em 2009. Em seguida foi discutida a Gestão de empresas de eco-nomia mista em mercados competitivos, com palestra de Francisco Ferreira Nunes, admi-nistrador de empresas e diretor-presidente

Encontro de engenheiros discute a Lei do Saneamento

da Business Consultoria. A última palestra foi sobre Novos desenhos institucionais do setor de saneamento no Brasil, com Cassilda Tei-xeira Carvalho, presidente da Abes. Ao final das exposições, todos participaram de uma mesa redonda presidida pelo presidente da Abes-GO, Mário César Guerino.

O principal ponto debatido durante o en-contro foi a questão da competência, sobre a responsabilidade dos serviços de saneamen-to no País: se dos municípios ou dos estados.

A discussão já é de conhecimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que julga uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) do Rio de Janeiro e outra da Bahia, que tentam definir a competência da prestação de serviços de saneamento em seus respec-tivos estados.

As principais discussões dos ministros são em torno do uso das águas, que são de domínio federal e estadual – nunca munici-pal – e ainda sobre as questões ambientais, já que as águas podem ser captadas em um município, mas despejadas em outro. Além das características regionais, são analisados ainda os pontos de caráter econômico. Exis-te uma preocupação no STF para evitar que as grandes empresas engulam aquelas que prestam serviços para pequenos municípios.

Para Elizabeth e os demais palestrantes, a principal vantagem do advento da Lei nº 11.445/2007 foi estabelecer regras que obri-guem a inserção de atividades de planeja-mento, regulação e fiscalização. Segundo eles, a partir disso e com a definição legal da competência, as discussões poderão avan-çar para questões mais complexas.

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os atendimentos serão realizados com tabela própria

Bancada de abertura do evento: "É preciso levar discussão para outras áreas da sociedade"

O Brasil conta com uma riqueza, infe-lizmente, ainda pouco avaliada: mais de 10 milhões de profissionais porta-

dores de diplomas universitários. É pouco? É pouco se levamos em conta a necessária universalização da educação superior não apenas para formar trabalhadores e sim, tam-bém, engendrar espíritos críticos, criativos, capacitados a lidar com os crescentes de-safios da sociedade do relacionamento e do conhecimento. Mas é muito se considerados os esforços sociais e pessoais e a potência que há em cada indivíduo que conseguiu su-perar as dificuldades para se atingir esse grau de formação. Trata-se de uma elite cultural e profissional num país que valoriza pouco a educação. Com a maturidade democrática em curso no país, as camadas médias enten-deram que deveriam sair das arquibancadas e voltar a entrar em campo. Unindo, numa primeira etapa, engenheiros, economistas , médicos, odontólogos, farmacêuticos e nu-tricionistas, foi criada, em 2006, a CNTU - Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados, não só para ser uma entidade de defesa e arti-culação dos interesses das camadas médias universitárias que representa , mas também para mobilizar e valorizar cada portador de diploma de ensino superior em prol do de-senvolvimento sustentável das profissões e da população brasileira.

A maioria dos profissionais universitários,

ou seja, cerca de 10% da PEA é parte das camadas médias e portadora de sensibilida-des e conhecimentos que lhe permite tecer laços mais solidários entre esses segmentos sociais e a grande maioria do povo brasileiro. Esses profissionais desejam construir uma agenda civilizatória no Brasil que certamente passa pela defesa das atividades produtivas, redistribuição da renda e democratização das estruturas de poder, produção e con-sumo. Perseguindo esses objetivos, está sendo realizado o I Encontro da CNTU com seminários preparatórios em quatro capitais (Maceió, Vitória, Goiânia e Porto Alegre) a cul-minar em grande encontro nacional em São Paulo, em novembro deste ano, para apro-var uma plataforma de proposições a ser conquistada. A temática central é Os profis-

Os profissionais

universitários e o

desenvolvimento

brasileiro

sionais universitários, o desenvolvimento bra-sileiro e a política, reunindo eixos temáticos de grande importância para os profissionais e a sociedade brasileira: 1) emprego, requa-lificação profissional e inovação; 2) reforma da administração pública, serviços públicos e aposentadoria; 3) desenvolvimento e infra-estrutura; 5) comunicação e cultura. Cada um dos temas é abordado na perspectiva de construção de uma sociedade sustentavel-mente desenvolvida. Portanto, não se deba-tem apenas interesses corporativos. A com-preensão é bem mais ampla e socialmente construtiva: o que podemos e devemos fazer para desenvolver o País. Somente conquis-taremos nosso pleno desenvolvimento indivi-dual e social quando desenvolvido e forte for o Brasil e seu povo.

allen Habert é engenheiro de produção e diretor de articulação nacional da CntU

Murilo Celso de Campos Pinheiro é engenheiro elétrico e presidente da CntU

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FNE 08

setembro DE 2011

Criar uma alternativa para purificar re-cursos hídricos coletados em repre-sas, nascentes, bicas ou córregos por

comunidades carentes que não têm acesso a saneamento básico foi o que motivou o estu-dante de engenharia elétrica, Leonardo Lira, do IFG (Instituto Federal de Goiás), campus Jataí, a desenvolver um sistema que usa ape-nas a luz do sol para cumprir essa tarefa.

Chamado de desinfecção por radiação solar, o método elimina bactérias, vírus e substâncias que fazem mal à saúde humana e garante boa qualidade da água do ponto de vista microbiológico. “O sistema não faz efei-to em água contaminada por esgoto. Nesse caso, seria necessário um tratamento residual com cloro, flúor e outros produtos químicos”, explica o estudante de 20 anos.

Ele conta que a tecnologia consiste em um coletor solar, confeccionado com madeira, papel alumínio e vasilhame Pet de dois litros. Para desenvolver o equipamento, Lira utilizou cinco paletas de madeira que foram revestidas com o alumínio. Com esse material, montou uma caixa sem tampa de aproximadamente um metro quadrado com as laterais abertas e inclinadas. “Finalizado o concentrador solar, o próximo passo foi pintar as quatro garrafas até a metade de preto fosco, visando um melhor aproveitamento dos raios ultravioleta. Depois de secas, enchemos os vasilhames com a água retirada das nascentes e deixamos em exposição ao Sol por seis horas. Durante esse período, a água atingiu uma temperatura de 70 graus Celsius, e, aquecida, eliminou 100% das bactérias e vírus presentes”, relata.

Conforme o estudante, cerca de 80% das doenças no mundo, como cólera, febre tifóide e disenteria, estão associadas à contaminação da água. “Acabar com essas bactérias é cola-borar diretamente com a saúde e com a qua-lidade de vida das pessoas que não possuem água tratada e encanada”, acredita.

Estudante trata água com eNeRGiA soLAR

Entre as vantagens do sistema, o futuro engenheiro destaca o baixo custo dos ma-teriais, a facilidade de obtê-los, a retira-da de garrafas Pet do meio ambiente e a durabilidade do concentrador, que é de cinco anos. “Além disso, o processo não utiliza energia elétrica e ainda eli-minamos o uso de gás, já que a água não precisa passar por fervura para ser consumida”, ressalta Lira, dizendo que o foco do trabalho é também incentivar o uso de energia limpa.

Ainda segundo ele, atualmente existem di-versas tecnologias que melhoram a qualidade da água, no entanto, são sofisticadas e caras, o que torna inviável a sua aplicação para pe-quenas comunidades.

Confiabilidade A tecnologia foi testada em uma dessas

comunidades, que faz parte do assentamento Piá Rio Claro, no próprio município de Jataí, em Goiás. Foram definidos quatro pontos de coleta para cada vasilhame Pet – uma represa, duas nascentes e um córrego que representa-vam as principais fontes de captação de água para abastecimento das famílias.

De cada amostra, foram retirados 200 ml do líquido e levados ao laboratório da empresa Saneago (Saneamento de Goiás S/A), que pré--analisou a água, descrevendo as impurezas e quantificando em tabela a ocorrência de coli-formes fecais e de organismos que fazem mal à saúde humana. “Após seis horas ao Sol, co-letamos novas amostras do líquido e levamos para a companhia de saneamento, que com-provou a eliminação de 100% das bactérias presentes antes da ação do sistema”, explica Lira, ressaltando que a água pode ser bebida depois de esfriar naturalmente.

Além de criar a solução, o estudante se reuniu com os moradores do assentamento para falar sobre fontes de captação, tratamento

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e qualidade de água para o con-sumo, apresentar dois coletores

solares e ensiná-los a montar e usar os equipamentos. “A ideia é que o sistema seja utilizado em breve no dia a dia des-sas pessoas. O objetivo é conscientizá-las de que, com

pouco dinheiro, é possível me-lhorar muito a qualidade da água

consumida e evitar doenças”, salienta Lira. Ele está ainda organizando uma cartilha para disse-minar a informação na comunidade.

Para a coordenadora do projeto, Kênia Alves Pereira Lacerda, professora e pesqui-sadora do IFG, o sistema desenvolvido pelo estudante é relevante em vários aspectos, principalmente porque tem como público-alvo famílias que vivem no meio rural, muitas ve-zes sem energia elétrica e nenhuma opção de tratamento de água e também por conseguir provar a sua eficácia nas condições locais. Outro fator importante, pondera, é o incentivo à inovação. “Os alunos envolvidos nesse tipo de projeto passam a pesquisar, desenvolver métodos e colocá-los em prática. E isso é fun-damental para o Brasil”, opina.

De acordo com Lacerda, a próxima eta-pa do trabalho visa aperfeiçoar o coletor solar através de uma melhor captação e concentra-ção da radiação responsável por toda a efici-ência do método.

Por Lucélia Barbosa