EDIFÍCIO RESIDENCIAL FIORELLA: RELATÓRIO DE … · Cotidianamente havia designação e discussão...
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL – CAMPUS CAMPO MOURÃO
ENGENHARIA CIVIL
VINÍCIUS DANCIGER VALLIN DE MAGALHÃES
EDIFÍCIO RESIDENCIAL FIORELLA: RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Relatório de Estágio Curricular Obrigatório apresentado como requisito parcial à disciplina Estágio Supervisionado, do curso de engenharia civil, pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Campo Mourão.
Orientador: Prof. Msc. Valdomiro Lubachevski Kurta.
Autorizo o encaminhamento para avaliação,
Assinatura do prof. Orientador
CAMPO MOURÃO
2013
RESUMO
Este trabalho relata o estágio realizado no canteiro de obras na cidade de
Campo Mourão – PR. O relato referido dá ênfase ao controle de qualidade na
construção de um edifício residencial. Também são abordados: a locação da obra,
fundação, a montagem da armadura e protensão, montagem das formas, o controle
do concreto e os controles de qualidade. Entrelaçado a tudo isso, apresenta vários
detalhes construtivos que foram abordados e servem de grande valia para utilizar
nas próximas obras a serem executadas. Dessa forma, através deste trabalho
possibilitou-se o contato com uma tecnologia incomum na região de Campo Mourão-
PR: concreto protendido.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................4 1.1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................4
1.2 DESCRIÇÃO DA UCE (UNIDADE CONCEDENTE DE ESTÁGIO) ..................5
1.3 OBJETIVOS DO ESTÁGIO E RESUMO DAS ATIVIDADES ............................5
2 DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO ..................................................................7 2.1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .......................................7
2.1.1 LOCAÇÃO DE OBRA .....................................................................................7
2.1.2 ESCAVAÇÕES ...............................................................................................8
2.1.3 ARMADURAS E PROTENSÃO ......................................................................9
2.1.4 MONTAGEM DE FORMAS ............................................................................11
2.1.5 CONTROLE DO CONCRETO ........................................................................12
2.1.6 CONTROLES DE QUALIDADE .....................................................................14
2.2 PRINCIPAIS PROBLEMAS ENCONTRADOS ..................................................15
3 CONCLUSÕES ....................................................................................................17 3.1 APRENDIZADO PRÁTICO ................................................................................17
3.2 RELACIONAMENTO PROFISSIONAL .............................................................17
3.3 SUGESTÕES PARA A UNIVERSIDADE ..........................................................17
3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..............................................................................18
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1 INTRODUÇÃO
A construção civil vem impondo respeito no cenário nacional e tem seu
patamar se elevando constantemente. Neste novo século, a dimensão dessas
construções tem tido um crescimento progressivo e a cada ano esse setor
surpreende com novas tecnologias, conceitos e aplicações. Além disso, com a
intensificação da fiscalização em obras e surgimento das leis trabalhistas do fim do
século XX, o canteiro de obra se tornou um local atrativo para trabalhar.
O controle de qualidade aplicado nos canteiros de obras tem trazidos diversos
benefícios como organização e ordem, limpeza, diminuição do índice de acidentes,
ambiente propício ao desenvolver do trabalho e por fim uma obra de qualidade com
trabalhadores mais satisfeitos.
O estágio foi realizado no canteiro de obras de um edifício residencial com 21
pavimentos e área total a ser construída de 18.390,72 m² na cidade de Campo
Mourão, lugar em que se vê a aplicação do controle de qualidade referido.
Cotidianamente havia designação e discussão do cronograma de obra e os ajustes,
os quais deveriam ser feitos ou não, no intuito de colocar os projetos em prática.
Além disso, a fiscalização da execução se dava para garantir a qualidade e
segurança do trabalho, e sobretudo a qualidade do produto final.
A obra em questão se encontrava [durante o período de estágio] na transição
da fundação para a superestrutura. E era de responsabilidade do estagiário junto ao
engenheiro e aos mestres de obra garantirem a qualidade desta operação dando
instruções aos seus colaboradores para realizar as tarefas como escavação,
locação, limpeza e organização reduzindo os riscos de acidentes e visionando
alcançar um resultado positivo e produtivo.
1.1 APRESENTAÇÃO
Nome do estagiário: Vinícius Danciger Vallin de Magalhães;
R.A.: 1028022;
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Instituição de ensino: Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus
Campo Mourão;
Curso: Engenharia Civil; 9° Período;
Título do Relatório: Edifício Residencial Fiorella: Relatório do estágio;
Local de realização do estágio: Trabalhou no Condomínio Edifício Fiorella
como estagiário em Campo Mourão – PR;
Endereço: Rua São José n°1468;
Período do estágio: Vespertino;
Duração total: 400 horas.
1.2 DESCRIÇÃO DA UCE (UNIDADE CONCEDENTE DE ESTÁGIO)
A Construtora Washi atua a mais de 15 anos na área de construção civil,
tendo como prioridade construções de empreendimentos com alto padrão de
qualidade.
Esta empresa emprega os sistemas de qualidade PBPQ – H(Programa
Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat) e o programa de qualidade 5’s.
Além disso, iniciou a divisão dos RCD (Resíduos de Construção e Demolição) dentro
de várias obras proporcionando a destinação certa para o lixo gerado nos canteiros
de obra.
O sistema de produção desta empresa é, em sua grande maioria,
terceirizado, ou seja, a mão-de-obra tende a ter uma qualificação maior devido a
maior especialização, aliada à busca de crescente produtividade. No entanto, os
almoxarifes, apontadores, mestre de obras e gerentes são próprios da construtora.
1.3 OBJETIVOS DO ESTÁGIO E RESUMO DAS ATIVIDADES
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Os principais objetivos são adquirir experiência profissional para ter a
facilidade de colocar a teoria em prática, obter segurança para solucionar
eventualidades, adquirir conhecimento em protensão e observar a fim de aprender
como aplicar o controle de qualidade em obras futuras. As atividades executadas,
foram:
a) Aplicar os controles de qualidade realizados pela construtora na obra: esses:
sistema de qualidade 5’s e PBPQ-H;
b) Auxiliar o engenheiro na montagem do gabarito de locação dos eixos dos
pilares, definindo as atividades a serem realizadas e os cuidados a serem
tomados. E Também conferência de toda a marcação dos pilares e blocos
feitos pelos carpinteiros;
c) Acompanhamento da colocação das cordoalhas não aderente na protensão
do concreto;
d) Acompanhamento da escavação dos tubulões e blocos, e verificou se foram
realizados de maneira adequada.
e) Aperfeiçoamento do controle de concreto com rigor dando mais garantia a
estrutura global.
A seguir as atividades realizadas são apresentadas de forma mais
discriminada e detalhada.
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2 DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO
2.1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
2.1.1 LOCAÇÃO DE OBRA
O estágio foi iniciado na locação de obra, onde o mestre de obras da
empreiteira dava as coordenadas aos carpinteiros para a marcação dos eixos dos
tubulões, face dos blocos, viga baldrame, cortina de contenção e ‘’colar’’ dos pilares.
Esse processo foi acompanhado cotidianamente durante o período de estágio,
proporcionando experiência.
O mestre de obra da empreiteira teve de se submeter a um procedimento
cirúrgico, motivo pelo qual se ausentou durante um mês. Diante disso, o estagiário
ficou incumbido de realizar a montagem do gabarito e definir as linhas mestres a
serem utilizadas.
Para realizar essas atividades, contou com a orientação do engenheiro e
embasado em diversas literaturas, teve de compreender o projeto de locação do
edifício para que se fizesse a marcação dos eixos dos pilares e face dos blocos.
Alguns detalhes construtivos devem ser ressaltados como:
1. Tem de se fazer um recuo de dois centímetros nas divisas com construções
vizinhas, para evitar problemas futuros durante a concretagem como
distensão das formas;
2. Na marcação das faces dos blocos foi adotado dez centímetros além da
dimensão solicitada no projeto em virtude da escavação permitir
irregularidades. Feito isso, a colocação da armadura é facilitada;
3. Toda a marcação de blocos e pilares deve partir das linhas mestres.
Geralmente são duas, sendo, uma perpendicular a outra;
4. Para que fosse feita a colocação dos arranques, montou-se um colar com
dimensões suavemente inferiores as solicitadas pelo projeto.
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A figura 1 ilustra o ‘’colar’’ que auxilia na colocação dos arranques e formas
dos pilares.
Figura 1 - ‘’Colar’’ dos pilares – Edifício Residencial Fiorella
Fonte: Autoria própria
Para ser feito a montagem do gabarito se utilizou pontaletes de eucalipto,
sarrafos, pregos 15x15, martelo e marreta de 5 kg.
Para ser feito a montagem dos ‘’colares’’ dos pilares, utilizou-se sarrafos,
prego 17x27 duas cabeças, martelo, prumo de centro e linha de pedreiro.
2.1.2 ESCAVAÇÕES
Além da locação de obra, foi realizada a escavação dos tubulões e blocos.
Esse processo foi terceirizado a uma empresa especializada em realizar a
escavação.
A marcação do eixo dos tubulões foi feita por um topógrafo a fim de impedir
qualquer tipo de confusão; atenuando possíveis falhas e evitando erros, os quais
comprometeriam a estabilidade da obra.
Durante a escavação mecanizada dos fustes, um cuidado a ser tomado é
durante o início da escavação, que deve ser feito nos eixos determinados pelo
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topógrafo. A escavação manual das sapatas foi feita após os fustes dos tubulões
estarem prontos.
Outros detalhes construtivos a serem levados em consideração:
1. Durante a escavação manual das sapatas não pode haver movimentação de
máquinas e caminhões nas proximidades do local para precaver
desmoronamentos.
2. Quando ocorrem chuvas intensas e o teor de umidade no solo é elevado, a
escavação tem de ser interrompida;
3. A armadura não percorre todo o fuste, portanto essa deve ser fixada na
superfície do terreno;
4. As escavações dos tubulões paralelos devem ser intercaladas para evitar
problemas durante o processo de concretagem.
Uma alternativa criada pelo mestre de obras da empreiteira foi a montagem
de uma talha (figura 2), evitando assim, a necessidade de contratar um munk. Essa
ferramenta foi criada para dar apoio na colocação da armadura dos tubulões e
reduzir o custo que teria aquele destino.
Figura 2 – Talha – Edifício Residencial Fiorella
Fonte: Autoria própria
2.1.3 ARMADURAS E PROTENSÃO
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Nesta obra se empregou um sistema estrutural um tanto incomum na região
de Campo Mourão. Lajes nervuradas e vigas faixas protendidas foram adotadas
para o trabalho. Tais tecnologias foram escolhidas para atender com vigor a
arquitetura atual que tem como referência: grandes vãos livres e maior
disponibilidade espacial.
No primeiro momento realizou-se a montagem da armadura das vigas e lajes.
Após esta etapa, realizou-se a colocação da protensão não aderente plastificada e
engraxada nas vigas faixa.
A colocação dos cabos foi feita por uma empresa terceirizada que realizou a
fabricação dos cabos e os transportou até a obra. Os cabos eram colocados dentro
das vigas faixa. O bloco de uma das extremidades do cabo era fixado na forma
lateral da laje para que se tornasse possível a protensão destes, já a outra
extremidade do cabo, ficava no fim na viga e após a concretagem ela permanecia
mergulhada no concreto.
Com sete dias após a concretagem, a empresa terceirizada retornou ao
canteiro de obra e retirou os nichos plásticos, realizou a protensão, colocou a cunha
e cortou a sobra dos cabos oriundas da protensão. Também foi colocado outro nicho
plástico para proteger o cabo e a cunha contra intempéries.
A armadura passiva foi colocada pelo método convencional. As barras a
serem utilizadas eram cortadas e dobradas no canteiro de obra. Para realizar a
montagem dos arranques dos pilares, eram feitas marcações com giz a fim de definir
e distribuir a colocação das barras dos pilares.
Alguns detalhes construtivos a serem considerados:
1. Durante a fixação dos cabos, o nicho plástico (Figura 3) fixo nas formas
laterais deve ter a sua superfície externa coberta com graxa para facilitar na
sua retirada após a cura do concreto;
2. No intuito de reduzir gastos e poupar trabalho desnecessário, houve a
utilização de uma garrafa pet de dois litros, que fora cortada ao meio e fixa na
extremidade dos cabos evitando que a armadura passiva se torne um
obstáculo. Por fim, otimizando a colocação dos cabos (Figura 3).
3. Após a protensão, os cabos devem ser cortados, engraxados e protegidos
com um nicho plástico e graute para garantir a proteção da protensão ativa;
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4. Nas ancoragens passivas os cabos foram fixos com barras de aço de
diâmetros de ¾’, para que ficassem juntas.
Figura 3 – Detalhes construtivos 1 e 2– Edifício Residencial Fiorella
Fonte: Autoria própria
2.1.4 MONTAGEM DE FORMAS
Durante o período de estágio iniciou-se na obra a superestrutura, com a
colocação dos painéis dos pilares, vigas e lajes. No entanto, era necessário analisar
o projeto e entrar em um consenso para definir a melhor maneira de executá-lo.
Para iniciar a colocação de formas dos pilares, era preciso estar com o ‘’colar’’
pronto e a armadura dos pilares no lugar, acabada e conferida. Feito isto, eram
colocadas as formas e realizados os travamentos.
A parte mais importante no processo de colocação de formas nos pilares é o
deixar em prumo. Para isto, o carpinteiro desenvolveu um prumo utilizando concreto,
haste de aço, arame recozido n0 18 e madeirite.
Na montagem do assoalho da laje, em um primeiro momento foi colocado
escoras com sarrafos intermediários para obter um melhor travamento. Após o
escoramento, iniciou-se a colocação de guias com tábuas de 30 centímetros
utilizando mangueira de nível e linha de pedreiro. Sobre as guias foram postos
caibros e posteriormente o madeirite (Figura 4).
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Figura 4 – detalhes na construção do assoalho – Edifício Residencial Fiorella
Fonte: Autoria própria
Alguns detalhes construtivos que deve ser levado em consideração:
1. Os pilares não devem ser colocados em prumo em dias que a velocidade do
vento é alta. A não ser que imerja os corpos de prova em um balde de água.
2. A colocação de formas deve ser conferida frequentemente, pois se houver
algum erro a estrutura e/ou a arquitetura podem ser comprometidas;
3. A fixação das tábuas e dos sarrafos pode ser com prego 17x27 duas cabeças,
facilitando assim a desforma permitindo uma maior reutilização;
4. Deve-se conferir sempre a mangueira de nível e as trenas.
2.1.5 CONTROLE DO CONCRETO
Durante os primeiros meses o controle de concreto era feito por um
laboratório na cidade de Maringá. No entanto, esse controle não era muito eficaz,
uma vez que a moldagem era irregular e o teste de compressão do corpo de prova
não continha pontualidade.
Foi proposto à empresa contratar um laboratório da região, proposta que fora
acatada e dessa maneira se facilitou o transporte e locomoção, proporcionando
assim um controle mais eficiente e garantindo a qualidade e resistência do concreto.
Os ensaios foram feitos segundo a norma NBR 12655/96 – ‘’Preparo, controle
e recebimento de concreto’’. Todos os caminhões de concreto que chegavam à obra
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eram obrigados a esperar que se realizasse o ensaio de slump, e, se atendesse o
que estava descriminado na nota fiscal o caminhão era descarregado, caso contrário
a dosagem do caminhão era refeita com cimento na obra.
Os corpos de provas eram moldados e especificados para detalhar a
localização que fora feito a sua aplicação. Posteriormente, esperava-se um dia e
eram depositados em uma caixa d’ água para obter a melhor cura do concreto.
Passados seis dias, o técnico vinha até a obra, recolhia os corpos de prova e levava
para o laboratório onde era feito ensaios de resistência.
Alguns detalhes que devem ser levados em consideração são:
1. Quando o slump está acima do esperado, a dosagem deve ser refeita apenas
com cimento;
2. Quando o slump está abaixo do esperado a dosagem deve ser refeita
adicionando água, no entanto com a autorização do engenheiro e a
responsabilidade assumida pela concreteira;
3. Após as dosagens serem refeitas, tirar o slump novamente e somente depois
realizar a moldagem dos corpos de prova;
4. Devem ser feitos quatro corpos de prova por caminhão.
Observa-se na Figura 5 da esquerda para a direita o ensaio de slump e
posteriormente o rompimento do corpo de prova.
Figura 5 – Ensaio de slump e rompimento do corpo de prova– Edifício Residencial Fiorella
Fonte: Autoria própria
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2.1.6 CONTROLES DE QUALIDADE
Um controle de qualidade mais rigoroso diminui as probabilidades de
insucesso, tendo pouco desperdício de materiais e produtos finais satisfatórios.
Nesta obra emprega-se dois tipos de controle de qualidade: o sistema 5’s e o PBPQ-
H.
O sistema PBPQ-H, define como devem ser feitas as atividades e quais são
os limites de erros que podem ser tolerados. Nessa situação, a fiscalização dentro
do canteiro de obra deve ser feita pelo estagiário e o mestre de obra da construtora.
Também é feito um diário de obra em que se relata e inspeciona as atividades que
foram realizadas durante o dia, cuja classificação varia em: aprovada, aprovada com
restrições e reprovada. Caso a atividade seja reprovada, ela deverá ser refeita
respeitando os limites pré-estabelecidos.
Quando ocorrer alguma não conformidade durante a execução ou alguma
atividade não prevista, ela deve ser relatada no diário de obra (Figura 5). Também
deve estar discriminado qual foi a atividade realizada para solucionar a não
conformidade. Diariamente, o engenheiro e o mestre de obra devem assinar o diário
para explicitar que os mesmos estão de acordo e testemunha com o acontecimento.
Figura 5 – Diário de obra – Edifício Residencial Fiorella
Fonte: Autoria própria
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O sistema 5’S objetiva verificar as condições de trabalho, a limpeza da obra,
desentendimento com vizinho, a conservação de ferramentas, conservação e estado
dos equipamentos motor, conservação da calçada e tapume, o recolhimento dos
materiais, desperdício dos materiais, uso de EPI’S e uniformes e acidentes de
trabalho. Semanalmente, às sextas-feiras, é preenchida uma tabela e ao fim do mês
encaminhado para o escritório central.
2.2 PRINCIPAIS PROBLEMAS ENCONTRADOS
Uma das dificuldades encontrada no início do estágio foi falta de experiência
e pouco conhecimento técnico nas tecnologias que foram optadas para a construção
do edifício em questão.
Durante a locação de obras, teve-se relativa dificuldade em um primeiro
momento com o projeto e a maneira mais coerente para proceder. No entanto, o
auxílio do engenheiro e do mestre de obra enriqueceu muito o aprendizado,
sobretudo pelo auxílio prático.
A falta de conhecimento na área de fundação tanto no momento da
escavação como nos projetos das armaduras também foi um problema considerável,
até então ausência de contato com essa área proporcionou insegurança em mais de
um procedimento, sobretudo no início.
Não havia, na grade do curso de Engenharia Civil uma disciplina voltada
para área de protensão de vigas e lajes nervuradas o que comprometeu a bagagem
teórica e forçou a busca pelo auxílio prático-teórico do engenheiro para compreender
e fiscalizar o serviço.
O mestre de obra da empreiteira tem grande tempo de experiência e a
abertura e a comunicação foi delicada. Em virtude disso, o relacionamento foi
principalmente no início exercido com cautela, devido à ausência de confiança que
ainda não tinha sido estabelecida.
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2.3. RELAÇÃO DO ESTÁGIO COM AS DISCIPLINAS DO CURSO
a) Comunicação Linguística: Esta disciplina propiciou uma melhor interação
com as pessoas dando suporte para trocar informações, adquirir experiências e
aumentar a rede de contatos. Além disso, facilitou a relação com engenheiros e
empreiteiros presente na obra referida.
b) Materiais de construção civil B: Esta disciplina proporcionou
embasamento teórico. Na ementa desta disciplina está incluído concreto dosado em
central e ensaios físicos e mecânicos em concreto. Estes conteúdos foram uteis,
pois concederam fundamentos para melhorar o controle da qualidade do concreto na
obra referida.
c) Tecnologia da Construção Civil 1: Esta disciplina abordou o assunto
locação de obra. No entanto, algumas das dificuldades foram a falta de experiência
com obras de grande porte e saber qual a melhor maneira para fazer tal atividade.
d) Fundações: Esta disciplina proporcionou suporte e habilidades básicas
para o desenvolvimento de projetos de fundações profundas. Com isso, a
compreensão dos projetos de fundação foi possibilitada.
e) Concreto Armado 1: Facilitou no entendimento e compreensão dos
projetos de armaduras, pois esta disciplina apresenta um conteúdo voltado ao
detalhamento de armaduras.
f) Qualidade na Construção Civil: A aplicação do sistema de qualidade
PBPQ – H e o sistema 5’S pela empresa também não foram dificuldade.
Considerando que está constituído na ementa desta disciplina programas da
qualidade na construção habitacional, regionais e nacional.
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3 CONCLUSÕES
3.1 APRENDIZADO PRÁTICO
Com tudo, aprimorou e enriqueceu-se a parte teórica e a prática foi construída
e alicerçada por meio da realidade do trabalho. Além disso, o contato direto com os
trabalhadores propiciou melhoras no relacionamento profissional, experiência para
tomar decisões, consequência da troca de vivências, aliou e integrou prática e teoria
no intuito de conferir segurança para solucionar imprevistos do projeto. E ainda,
adquiriu-se conhecimento teórico e prático em fundação e protensão.
3.2 RELACIONAMENTO PROFISSIONAL
A convivência no canteiro de obras e necessidade de passar ao engenheiro
o que se passava, propiciou ao estagiário a capacidade de trabalhar em grupo. Já
dentro do canteiro, adquiriu-se desenvoltura para criar soluções de problemas e
imprevistos do projeto, tal capacidade só foi adquirida através de reuniões feitas
entre o estagiário, armador, carpinteiro e mestres de obra.
3.3 SUGESTÕES PARA A UNIVERSIDADE
Um detalhe considerável que merece a atenção da universidade consta na
montagem do cronograma de aulas. Seria interessante que os horários de aula
ficassem concentrados em apenas um período, sendo no horário matutino ou
vespertino. Isso devido à distância da Universidade em relação à cidade, o que gera
empecilho ou no mínimo complicações para locomoção, além de haver a
possibilidade de comprometer a pontualidade.
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Quanto às matérias ministradas, não faltou base teórica, mas a prática ficou
bastante comprometida. Cabendo à Universidade revisar a possibilidade do contato
com a prática num período anterior. Outro aspecto de considerável importância está
na proposta de um curso básico de concreto protendido oferecido pela Universidade,
não havendo assim necessidade de se aprofundar no cálculo estrutural. Objetivando
apresentar o conceito dessa tecnologia, as vantagens e desvantagens e por que
fazer a sua aplicação.
3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estágio realizado serviu de acréscimo e enriquecimento curricular
proporcionando ao estagiário conhecimento de novas práticas como execução de
concreto protendido, além de propiciar o aumento contatos profissionais.