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Para os 40 anos da Escola Portuguesa de Arte Equestre Cadre Noir de Saumur leva a equitação francesa a Lisboa Marcelo Rebelo de Sousa vai discursar na Académie Française 03 Estrelas do Minho de Vaulx- en-Velin comemoraram 40° aniversário 12 Lionel Delalleau e a história do Corpo Expedicionário Português 06 Secretária de Estado Berta Nunes visita a França esta semana Edition nº 391 | Série II, du 13 novembre 2019 Hebdomadaire Franco-Portugais GRATUIT EDITION FRANCE Livro Portugueses na Resistência francesa foi apresentado em Paris Alain Laurioux 08 03 07 PUB PUB Leonardo, Diretor desportivo do PSG comenta início da época 13

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Para os 40 anos da Escola Portuguesa de Arte Equestre

Cadre Noir de Saumurleva a equitaçãofrancesa a Lisboa

Marcelo Rebelo de Sousavai discursar na AcadémieFrançaise

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Estrelas do Minho de Vaulx-en-Velin comemoraram 40° aniversário

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Lionel Delalleau e ahistória do Corpo Expedicionário Português

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Secretária de EstadoBerta Nunes visita aFrança esta semana

Edition nº 391 | Série II, du 13 novembre 2019 Hebdomadaire Franco-Portugais

GRATUITEDITION FRANCE

Livro Portugueses naResistência francesa foiapresentado em Paris

Alain Laurioux

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Leonardo, Diretor desportivo do PSG comenta início da época

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LUSOJORNAL02 OPINIÃO 13 novembre 2019

LusoJornal. Le seul journal franco-portugais d’information | Édité par CCIFP Editions SAS. N°siret: 52538833600014 | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, AntónioMarrucho, Carla Lobão, Céline Pires, Clara Teixeira, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Fátima Sampaio, Gracianne Bancon, Inês Vaz (Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), José Paiva(Mónaco), Lia Gomes, Manuel André (Albi), Manuel Martins, Manuel do Nascimento, Marco Martins, Mário Cantarinha, Nuno Gomes Garcia, Padre Carlos Caetano, Patrícia Guerreiro(Lyon), Rui Ribeiro Barata (Strasbourg), Vítor Santos | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits | Agence de presse: Lusa | Photos: António Borga,Luís Gonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: novembre 2019 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

A semana inicia-se ainda no rescaldodos intensos dias dedicados à foto-grafia. Recordemos os destaques re-feridos na crónica anterior eacrescentemos outros relativos à re-percussão, dentro e fora de manifes-tações como Paris Photo, Offprint,Polycopies ou de galerias várias, dasobras de Tatiana Macedo, Edgar Mar-tins, André Príncipe, Noé Sendas, Da-niel Blaufuks, Manuela Marques ouTito Mouraz, entre outros.O balanço desta presença foram asvendas, os destaques na coleçãoJPMorgan, o interesse dos coleciona-dores e curadores,… Balanço, alta-mente promissor para a fileiracriativa da fotografia e edição de li-

vros de fotografia em Portugal.Hoje, dia 11, é o último dia da AKAA-frica, feira de arte dedicada à criaçãoafricana onde, para além a presençada galeria lisboeta Perve, e de trêsoutras galerias angolanas, a energiada criatividade lusófona está assegu-rada pela vasta intervenção de Fran-cisco Vidal, português de origemcabo-verdiana e angolana, que criauma verdadeira pintura total do es-paço (paredes e chão) apresentandouma galeria de retratos onde home-nageia os seus colegas africanos. NoCarré du Temple, em Paris.De Siza Vieira, de quem tanto vimosfalando recentemente e que recebeuesta semana mais uma distinção in-

ternacional (desta vez em Espanha,onde arrecadou o Prémio Nacionalde Arquitetura, imagine-se!) mos-tram-se, a partir de dia 12, na Écolenational supérieure d’architectureParis-Val de Seine, perto da Biblio-teca Miterrand, desenhos e projetosdas suas intervenções urbanas e ur-banísticas - desde os anos de 1970,em Évora, aos seus mais recentesprojetos para Montreuil.Finalmente, a semana termina, nosábado dia 16, com dois momentosimportantes e de sentidos diversos.Na galeria Jeanne Bucher, na rue deSaintonge, às 14h30. E por ocasião dafinissage da exposição de Vieira daSilva, que tanto elogiámos aqui, um

olhar para o passado: lançamento danova versão de Kô & Kô, livro infantililustrado pela artista, com leitura aovivo do texto por Maria de Medeiros,música de Sérgio Azevedo, interpre-tada pelo grupo de músicos, acom-panha o pianista Bruno Beltoise oque enriquece esta versão - afinal hásempre futuro no passado…Já no caveau do Centro CulturalCheco, na rue Bonaparte, pelas20h00, com produção do Camões -Centro Cultural português, tem lugaro concerto do André Carvalho Group,uma promessa de futuro do jazz por-tuguês que reúne para além do lea-der e contrabaixista, GonçaloMarques (no trompete), José Soares

(no saxofone), Romain Pilon (na gui-tarra) e Guilhem Flouzat (na bateria).Partindo do universo onírico do Jar-dim das Delícias de HieronimusBosch - afinal há sempre passado nofuturo… - somos levados numa via-gem de paisagens sonoras (entre jazze música contemporânea) que mere-ceu a nomeação do álbum “The Gar-den if Earthly Delignts” para osGrammy Awars de 2020.Boas escolhas culturais e até para asemana.

Esta crónica é difundida todas as se-manas, à segunda-feira, na rádio Alfa,com difusão antes das 7h00, 9h00,11h00, 15h00, 17h00 e 19h00.

Mais uma semana culturalmente intensaOpinião de João Pinharanda, Conselheiro cultural da Embaixada de Portugal

Esta semana a atriz francesa AdèleHaenel revelou as agressões sexuaisde que foi vítima por parte do reali-zador Christophe Ruggia. Ela tinhana altura entre 12 e 15 anos. A atrizdeu uma longa entrevista em diretoao Mediapart Live. Vale a pena verporque Adèle Haenel faz algo de es-sencial neste caso, de forma cora-josa ela levou a sua história pessoalpara a dimensão pública, para a di-mensão política. O objetivo é que asua vivência sirva de exemplo, li-berte a palavra de outras vítimas eque o tema sobre a violência sexualfeita às crianças e mulheres seja de-batida.Poderíamos pensar que com o mo-

vimento Metoo já tudo foi dito, masnão, este movimento foi somente oinício do que esperamos ser umanova era.Adèle disse algo de muito impor-tante, tocou num ponto fulcral... aquestão da vítima. Nas minhas con-versas com mulheres vítimas de vio-lência chega sempre o momento emque falamos desta questão. Do difícilcaminho que é o de aceitar que se évítima, porque ser vítima é vistocomo ser passiva e comporta no-ções como a culpa e a vergonha ouainda a vulnerabilidade. Afinal umanimal ferido está mais frágil em re-lação aos predadores, é necessáriofazer-se de forte. Adèle explica bem

ter passado por essa fase, a fasedestruidora do silêncio que ela qua-lifica como uma imensa violência, afase em que ainda não se tem cons-ciência do seu estatuto de vítima, afase em que se tem medo do julga-mento dos outros, em que se temmedo que a nossa palavra seja postaem causa. E, finalmente... medo domomento em que vamos ouvir a fa-mosa frase “Tu estás-te a fazer de ví-tima!”, “estás-te a vitimizar!”Ora, fazer-se de vítima, significa quese está a fingir que se é vítima, viti-mizar-se significa que a pessoa nãoé vítima de algo de exterior, mas quea culpa é da própria. Como diria aAdèle é pena a dobrar.

Ora, porque é que se faz isto? Porqueé que uma vítima ainda tem de su-portar estas acusações de responsa-bilidade da sua própria dor? Porqueas vítimas são pessoas que não que-remos ver, porque elas questionamtoda a sociedade, a nossa própriaresponsabilidade em não as saber-mos proteger. E quando assim é,uma das escapatórias, em vez deolhar o problema em face, é o deculpar a vítima, arranjar desculpas.Fazê-la calar. É o mesmo que se estáa passar neste momento com a De-putada Joacine Katar Moreira emPortugal. Onde é acusada de utilizara sua história pessoal, acusada de sevitimizar, acusada de ser ela a insti-

gadora dos ataques de que é alvo.Fazer da sua própria história umexemplo não é vitimização, é ter co-ragem.Relembro aqui, já agora, o que sedeve dizer quando se acolhe a pala-vra de uma pessoa vítima de violên-cia: “eu acredito em ti”, “a culpa nãoé tua”, “quem te fez isso é que é cul-pado”, “não tem esse direito”, “estouaqui para te ajudar”.

Luísa Semedo é filósofa e membrodo Conselho das Comunidades Por-tuguesas. Esta crónica na rádio Alfa,às quartas-feiras, tem difusão unsminutos antes das 7h00, 9h00, 11h00,15h00, 17h00 e 19h00.

Culpar a vítimaOpinião de Luísa Semedo, Filósofa e membro do Conselho das Comunidades Portuguesas

A orgânica do Governo da Madeirainclui uma Direção para as Comuni-dades Madeirenses, revelou um De-putado social-democrata, conside-rando que este é um “sinal positivona integração” dos que regressame representa um “maior compro-misso com a diáspora”.“A criação de uma Direção Regionalpara as Comunidades Madeirenses éum sinal positivo na integração e nanão discriminação entre os madei-renses por parte do Governo Regio-nal”, afirmou Carlos Fernandes,numa iniciativa do Grupo parlamen-tar do PSD na Assembleia Legislativada Madeira.Junto ao monumento do emigrante,na marginal do Funchal, o parlamen-tar social-democrata considerouque com esta medida o Executivo in-sular evidencia um “maior compro-misso com a diáspora e com osmadeirenses dentro e fora da Ma-deira”.

Carlos Fernandes argumentou que“para o Governo Regional não hámadeirense de primeira e de se-gunda” e que quando regressam àilha “têm os mesmos direitos que osque cá estão”.Sublinhou também que o executivomadeirense, de coligação PSD/CDS-PP, tem sido “um exemplo a nível na-cional”, ao acolher os que regressam,particularmente tendo em conta asrealidades políticas e sociais, na Ve-nezuela, África do Sul e o processodo ‘Brexit’, no Reino Unido.Estas situações têm levado muitosmadeirenses e lusodescendentes adecidir pelo regresso à Madeira e oGoverno Regional tem conseguido“responder com caráter de integra-ção” e tendo em conta as suas ne-cessidades, realçou.O Deputado social-democrata men-cionou que a nova Direção regional,“face a este novo fenómeno migra-tório”, vai ficar sob a tutela da Presi-

dência do Governo Regional da Ma-deira.Também destacou que, “além deuma maior aproximação com as Co-munidades”, esta nova Direção re-gional vai ter a “responsabilidade dereforçar a Cooperação Externa, o queirá permitir um relacionamento maisdireto e próximo com outras Comu-nidades”.A possibilidade de uma “maior cap-tação de investimento na diáspora eo apoio aos empresários, em articu-lação com outros organismos públi-cos, trazendo mais oportunidadesde investimento e de emprego paraa região” foi outro dos aspetos foca-dos pelo Parlamentar do PSD/Ma-deira.Os dados do Governo madeirenseapontam que existem na regiãoentre 6.000 a 7.500 emigrantes re-gressados da Venezuela na sequên-cia da situação de crise vividanaquele país.

Governo da Madeira vai incluir uma Direção Regional para as Comunidades Madeirenses

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LUSOJORNAL COMUNIDADE 03

Carlos Gonçalves é Vice-Presidenteda Comissãoparlamentar de negócios estrangeiros

Os dois Deputados eleitos pelo círculoeleitoral da emigração na Europa játomaram posse nas diferentes Comis-sões parlamentares. Paulo Pisco (PS)e Carlos Gonçalves (PSD) ficaram nasmesmas Comissões.Os dois integram a Comissão parla-mentar de negócios estrangeiros eComunidades portuguesas e a Comis-são de assuntos europeus e são tam-bém suplentes na Comissão dedefesa nacional.Mas na Comissão parlamentar de ne-gócios estrangeiros e Comunidadesportuguesas, Carlos Gonçalves foieleito Vice-Presidente da Comissão ePaulo Pisco é Coordenador dos Depu-tados socialistas nesta Comissão.

“Portugal noCoração” levou15 emigrantesportugueses aPortugalA Secretária de Estado das Comuni-dades Portuguesas, Berta Nunes, ea Secretária de Estado da Ação So-cial, Rita da Cunha Mendes, recebe-ram, no dia 12 de novembro às15h00, já depois do fecho desta edi-ção do LusoJornal, os 15 cidadãosnacionais participantes na ediçãode 2019 do programa “Portugal noCoração”.A receção teve lugar no Ministériodos Negócios Estrangeiros, em Lis-boa.Esta iniciativa proporciona uma vi-sita a Portugal a cidadãos nacionaiscom mais de 65 anos, residentes noestrangeiro e que não visitam o paíshá mais de 20 anos devido a váriascircunstâncias.Na edição deste ano participam ci-dadãos portugueses residentes naÁfrica do Sul, Argentina, Brasil e Ve-nezuela. O programa decorre entre9 e 21 de novembro e inclui visitasturísticas e culturais nos distritos doPorto, Lisboa, Leiria e Guarda.Em vigor desde 1996, o “Portugal noCoração” é promovido pelo Gabi-nete da Secretária de Estado dasComunidades Portuguesas, peloMinistério do Trabalho, Solidarie-dade e Segurança Social e pela TAPAir Portugal.O “Portugal no Coração” é organi-zado e gerido pela Direção-Geraldos Assuntos Consulares e das Co-munidades Portuguesas e pelaFundação Inatel.

Nova Secretária de Estado das Comunidades visita Comunidadeportuguesa de França

A Secretária de Estado das Comuni-dades Portuguesas vai efetuar estasemana a primeira visita ao estran-geiro e escolheu a França, país ondereside a maior Comunidade portu-guesa fora de Portugal. Berta Nunesdesloca-se a Paris, Bordeaux e Lyon.A Secretária de Estado vai estar emParis na sexta-feira e no sábado e vaiparticipar em três momentos de en-contro com a Comunidade portu-

guesa da região parisiense. Na sexta-feira participa no jantar anual de re-colha de fundos da Santa Casa daMisericórdia de Paris, no sábado demanhã vai participar na abertura doColóquio da AGRAFr, a associação dosgraduados portugueses de França,sobre “Portugueses de Paris por ummundo sustentável” e depois vai as-sistir à inauguração da Casa de Por-tugal em Champigny-sur-Marne, umespaço cedido pela autarquia e quepassará a ser a sede da Associação

Cultural e Recreativa dos Portuguesesde Champigny.Em Paris, Berta Nunes tem ainda en-contros previstos no Hôtel de Ville, naCâmara de Comércio e IndústriaFranco-Portuguesa (CCIFP), na asso-ciação Cap Magellan, na Coordenaçãodas Coletividades Portuguesas emFrança (CCPF) e na Casa de PortugalAndré de Gouveia, na Cidade Univer-sitária.Ainda em Paris, a Secretária de Estadodas Comunidades, que também tu-

tela o Instituto Camões, vai reunircom a Coordenadora do ensino por-tuguês em França, Adelaide Cristóvão.Durante a estadia em França, BertaNunes vai visitar as instalações dostrês Consulados Gerais de Portugal:em Paris (na sexta-feira), em Bor-deaux (no domingo) e em Lyon (nasegunda-feira).Em Bordeaux, no domingo à tarde, aSecretária de Estado vai ter uma re-ceção na sede da associação AlegriaPortuguesa da Gironde, em Cenon.

Por Carlos Pereira

Berta Nunes em Paris, Bordeaux e Lyon

Marcelo discursa na Academia francesasobre riqueza da língua no dia 14 de novembroO Presidente da República, MarceloRebelo de Sousa, desloca-se a Parisno dia 14 para discursar perante os35 membros da Academia Francesasobre a “riqueza das línguas e dasletras” portuguesa e francesa numasessão à porta fechada.“Esta visita do Presidente da Repú-blica servirá para destacar a ri-queza das nossas línguas e dasnossas letras, as relações de sécu-los entre os nossos povos e umahistória de partilha de valores, deinterações e de influências mú-tuas”, disse à Lusa fonte oficial daAcademia, instituição que rege alíngua francesa.O discurso do Presidente portuguêsna tarde de dia 14 será reservadoaos membros desta instituição eMarcelo Rebelo de Sousa vai tam-bém fazer uma visita à Academia. Adeslocação do chefe de Estado por-tuguês à capital francesa acontecea convite da Academia Francesa.Esta instituição foi criada em 1635pelo Cardeal Richelieu e atravésdos séculos tem orientado a língua

francesa, admitindo as principais fi-guras do pensamento gaulês comomembros - também apelidados deImortais, não pela distinção em si,mas por se considerar que a missãode transmitir a língua é imortal.Entre os atuais membros da Acade-mia estão o ex-Presidente francêsValery Giscard D’Estaing ou o filó-sofo Alain Finkielkraut.Ao longo dos séculos, uma dasprincipais funções da Academia foie continua a ser a organização dodicionário de francês que vai atual-mente na sua nona edição - atéagora estão concluídos os traba-lhos até à letra S. O primeiro dicio-nário foi editado em 1694 e a últimaversão completa, a oitava, foi termi-nada em 1935 contendo cerca de 35mil palavras.É este dicionário que decide a inte-gração oficial de novas palavras nalíngua francesa e também estran-geirismos, sendo um dos pontosfulcrais da cultura em França, assimcomo uma referência internacionaldevido à sua história.

13 novembre 2019

Lusa / Tiago Petinga

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LUSOJORNAL04 COMUNIDADE

Empresa francesa concorre a concessão de forte em Caminha abandonado há décadas

Quatro empresas, três portugue-sas e uma francesa, concorreramao concurso público lançado emjulho, para a concessão do Forteda Ínsua, em Caminha, pondo fima “décadas de abandono”, disse àLusa o Presidente da Câmara.O autarca socialista congratulou-se com o número de empresasque apresentaram proposta aoconcurso público realizado aoabrigo do “Revive”, referindo ser“muito bom no contexto dos con-cursos nacionais” lançados poraquele programa governamental.“A apresentação de quatro propos-tas revela um interesse evidente nareabilitação da monumentalidadeda Ínsua e isso é, desde logo, umaboa notícia para Caminha”.O prazo para apresentação de pro-postas ao concurso público para aconcessão do imóvel, construídoentre 1649 e 1652, terminou no dia6 de novembro, às 24h00.O Forte da Ínsua encontra-se numapequena ilha rochosa, na foz do rioMinho, perto da costa. Está situadona Ínsua de Santo Isidro, na fregue-sia de União das Freguesias de Mo-ledo e Cristelo.“Só o júri multidisciplinar que vaiavaliar as propostas é que decidiráse todas cumprem os requisitoslegais e qual aquela que serve osinteresses de Caminha e do EstadoPortuguês. Ainda é cedo para lan-çarmos foguetes, mas acreditoque, depois de décadas de aban-dono e de muita retórica inconse-quente, estamos no bom caminhopara recuperarmos o patrimónioda Ínsua, pondo a sua história e assuas estórias ao serviço das pes-soas e da economia da região. Nãohá caminhada que não comececom o primeiro passo. Ele estádado”, sublinhou.Miguel Alves, referiu que “a Câ-mara de Caminha guardou partedo seu espólio e a Capitania localdetém as chaves das suas portas”.Adiantou que o município “asse-gurou os estudos topográficos e arecolha dos elementos históricose arquitetónicos” do imóvel.Lançado em 2016, o Revive é umprograma conjunto dos Ministé-rios da Economia, Cultura e Finan-ças, que visa promover arecuperação e a requalificação deimóveis públicos classificados queestão sem uso, através da conces-são a privados para exploraçãopara fins turísticos.

Le 14 novembre, le corps médicalet paramédical va manifesterdans les rues pour demander uneaugmentation du budget alloué àl’hôpital public, ce sera la «toutepremière fois» nous affirme Su-zette Fernandes, représentanteportugaise d’Usagers de l’APHP(Assistance publique - Hôpitauxde Paris).Pour celle qui connaît la réalitédes hôpitaux publics, il y a ur-gence et il doit y avoir une prisede conscience de la part du Gou-vernement: «La principale reven-dication du monde médical estl’obtention d’un plus grand bud-get, ce qui permettra très claire-ment d’embaucher du personneltant médical que dans le paramé-dical. En embauchant du person-nel, les patients seront plussécurisés», assure Suzette Fer-nandes, avant d’enfoncer le clou:«Les patients conserveront l’ex-cellente qualité de prise encharge dans les différents ser-vices de l’hôpital public».

Si rien n’est fait, «le risque de dé-gradation de l’excellence du ser-vice de santé publique en Franceest une généralité», nous ex-plique Suzette Fernandes quinous détaille ce qu’il se passe ence moment: «Les postes rendusdisponibles par démission ou pardépart à la retraite ne sont paspourvus. Les salaires des person-nels doivent être revalorisés carc’est l’un des points qui fait queles professionnels de santé nerestent pas dans le public maispartent dans le privé».Cette manifestation du 14 novem-bre est donc un cri d’alerte. Si l’ondevait schématiser, si nous, lescontribuables, ne souhaitons pasaider un peu plus les hôpitauxpublics et surtout les soutenirlors de leurs initiatives, il faudratôt ou tard payer beaucoup plusen s’attachant les services d’hô-pitaux privés. Le corps médical etparamédical espère mobilisertous les personnels de l’hôpital:médecins, chefs de service, infir-miers, internes mais aussi les pa-tients.

Por Marco Martins

Une représentante portugaise d’Usagers de l’APHP en colère

Ministro Augusto Santos Silva encerrou Semana da Igualdade em Arcos de ValdevezAugusto Santos Silva, Sociólogo, pro-fessor catedrático da Faculdade deEconomia do Porto e atual Ministrodos Negócios Estrangeiros, encerrouno passado dia 2 de novembro a I Se-mana da Igualdade de Arcos de Valde-vez.Sob a temática “Migrações: Inevitáveise positivas” explicou aos presentes, noauditório da Casa das Artes concelhia,a importância das migrações, as suasdimensões, os seus lados positivos enegativos.Contextualizando os fluxos migrató-rios, Augusto Santos Silva adiantouque as migrações são uma constanteda história e que desde sempre ospovos tiveram necessidade de migrar,quer seja em busca de melhores con-dições de vida, quer seja por questõesprofissionais ou até devido à sua vidaacadémica.Ressalvando que uns dos principaisdestinos para as migrações são a Eu-ropa, os Estados Unidos ou o Canadá,atestou que 80% das migrações sãopara África e que, ao contrário do quemuitas vezes se pensa, a larga maioriadas migrações são legais e cumpremas regras dos países de acolhimento.Fazendo alusão aos benefícios das mi-grações nos países de acolhimentoadiantou que a formações de algunspaíses não seria a mesma sem elas,sendo disso exemplo os Estados Uni-dos, no entanto afirmou também quepara os países de origem também tra-zem benefícios devido às transferên-

cias bancárias que os migrantes fazempara os seus países natais ou do inves-timento realizado nos mesmos - “umagrande fatia da riqueza é produzidapelos migrantes”, atestou.O sociólogo também apontou a migra-ção como sendo um regulador quaseautomático, pois “funcionam como re-guladores quanto à variável empregoe em termos demográficos”.“As migrações também estão muito li-gadas ao tráfico de pessoas, às redesde contrabando e de exploradores demão-de-obra”, referiu também, adian-tando ser necessário que as PolíticasPúblicas sejam informadas pelos fac-

tos. Na sua opinião a única forma detravar estes movimentos é através dacelebração de um pacto global paraemigrações legais, seguras e regulá-veis, o qual permitirá fazer o combateà rede de tráfico de pessoas; cooperarcom os países de origem em matériade desenvolvimento; implementar po-líticas de integração dos migrantes na-quilo que toca aos valores, aoscostumes e normas dos países de aco-lhimento.“Portugal é uma das provas de que aemigração é um fenómeno positivo”atestou, referindo que a emigraçãoportuguesa é dos bons casos de es-

tudo para políticas internacionais, poisos emigrantes lusos mostram bemcomo é possível manterem as ligaçõesao seu país de origem e ao mesmotempo integrarem-se tão bem nosseus países de acolhimento, adotandoas suas regras e os seus modos devida.Por fim concluiu que “as migraçõessão resultado de desigualdades e amelhor forma de as combater à atra-vés da Igualdade”, já que se as pessoastiverem as mesmas oportunidades devida nos seus países não sentirão ne-cessidade de sair. Se tiverem emprego,bons rendimentos, acessos à educa-ção, à saúde, entre outros aspetos,emigrar será sempre a última hipótesea escolher.O autarca João Esteves agradeceu apresença do Sociólogo e atual Ministrodos Negócios Estrangeiros em Arcosde Valdevez, e explicou que a 1ª Se-mana Vez de Igualdade pretendeuchamar à atenção de pessoas de dife-rentes idades e interesses para os ris-cos da exclusão baseada na diferença.O Presidente da Câmara fez tambémum breve resumo das atividades rea-lizadas durante esta Semana da Igual-dade, garantindo que esta foi apenasa primeira de muitas em que se pro-porá debater as questões da Igual-dade em Arcos de Valdevez.Finalizou, agradecendo também todaa colaboração da Conselheira para aIgualdade, Manuela Melo, nestas ma-térias.

13 novembre 2019

Budget Santé 2020Actuellement en débat à l’Assemblée nationale, l’augmentation des dé-penses autorisées à l’hôpital en 2020 ne devra pas dépasser 2,1% del’enveloppe fixée en 2019. Le budget des hôpitaux sera plafonné à 84,2milliards d’euros. Soit 1,7 milliard de plus pour l’hôpital cette année.Toutefois les coûts de fonctionnement des hôpitaux (salaires, chargesfixes…) devront augmenter de 3,5 à 4%, soit autour de 3 milliards d’eu-ros. Economiquement cela paraît être une situation compliquée!

Santé/Suzette Fernandes: «La colère gronde dans les hôpitauxpublics français»

Lusa / João Relvas

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LUSOJORNAL COMUNIDADE 05

A Secção portuguesa do Liceu in-ternacional de Saint Germain-en-Laye (78), organiza uma Confe-rência comemorativa do 50° ani-versário da Crise Académica daUniversidade de Coimbra (1969) eo Diretor daquela Secção portu-guesa, José Carlos Janela, convi-dou o conferencista AlbertoMartins, na altura Presidente daAssociação Académica de Coim-bra [AAC], mas que mais tarde foiDeputado e Ministro nos Gover-nos de António Guterres e de JoséSócrates.A Conferência terá lugar estaquarta-feira, dia 13 de novembro,entre as 14h00 e as 17h00 no anfi-teatro do Château d’Hennemont,no Liceu internacional de SaintGermain-en-Laye.Originário do Norte de Portugal,Alberto Martins formou-se em Di-reito na Universidade de Coimbrae em fevereiro de 1969 foi eleitoPresidente da Associação Acadé-mica de Coimbra (AAC), a maior as-sociação de jovens da Europa.A 17 de abril do mesmo ano, du-rante a cerimónia de inauguraçãoda Faculdade de Matemáticas, Al-berto Martins dirigiu-se ao Presi-dente da República da altura,

Almirante Américo Tomás, pe-dindo a palavra em nome dos es-tudantes da Universidade deCoimbra. “Peço a palavra” disse naaltura Alberto Martins. Mas não achegou a ter!No entanto, “este ato de coragemvaleu-lhe a prisão às ordens dapolícia política, a PIDE (Polícia deInvestigação e Defesa do Estado),tristemente célebre. Libertadopouco depois, Alberto Martins tor-nou-se o rosto da luta da juven-tude portuguesa pela Liberdade epor um «Ensino para todos». O«Luto Académico» decretado e as-sumido pelos estudantes deCoimbra, incluiu greve às aulas,greve aos exames, anulação defestividades académicas («Quei-ma da Fitas») e mesmo manifesta-ções de luto nos estádios e recin-tos desportivos, com um momen-to alto na Final da Taça de Portu-gal, en junho de 1969, quando aAcadémica de Coimbra enfrentouo Sport Lisboa e Benfica” lê-senuma nota enviada às redaçõespor José Carlos Janela. “Em outu-bro do mesmo ano, Alberto Mar-tins e outros dirigentes académi-cos foram incorporados compulsi-vamente no Serviço militar. Os his-

toriadores interrogam-se hoje (ecom justeza) sobre a ação destegrupo (assaz numeroso) de uni-versitários na difusão de ideiasque mais tarde viriam ao de cima,na madrugada de 25 de abril de1974”.Após a Revolução dos Cravos, esteantigo líder universitário foi eleitoDeputado (1987), sendo reeleitoem mandatos subsequentes. Exer-ceu a Presidência da ComissãoParlamentar de Assuntos Consti-tucionais, Direitos, Liberdades eGarantias entre 1995 e 1999. Nesteúltimo ano foi agraciado com aGrã-Cruz da Ordem da Liberdade.Em outubro de 1999, Alberto Mar-tins integrou o Governo chefiadopor António Guterres sendo Minis-tro da Reforma do Estado e da Ad-ministração Pública. Foi líder doGrupo Parlamentar do Partido So-cialista Português entre 2005-2009e entre 2013-2014. Regressou aoGoverno em 2009, como Ministroda Justiça.Alberto Martins é também autorde várias obras, entre as quais secontam Novo Direito dos Cidadãos(1994) e Direito à Cidadania (2000).Em março de 2019, publicou «Peçoa Palavra - Coimbra 1969».

50° anos da Crise académica da Universidade de Coimbra

13 novembre 2019

Concurso externo para o preenchimento de 1 posto de trabalho, na categoria de Assistente Técnico, da carreira de Assistente Técnico, para exercer funções

no Consulado Geral de Portugal em ParisHabilitações exigidas: 12º ano de escolaridade ou de curso que lhe seja equiparado.

As candidaturas devem ser formalizadas mediante requerimento dirigido ao Presidente do Júri por correio eletrónico para [email protected] até ao dia 27 de novembro de 2019, devendo ser acompanhadas dos seguintes documentos:

a) Curriculum vitae assinado, preferencialmente em formato Europass, do qual deverá constar do nível de conhecimento de línguas estrangeiras de acordo com Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (QECR);

b) Fotocópia simples e legível do documento comprovativo das habilitações literárias;c) Certificado de Registo Criminal português e do país onde atualmente reside;

d) Fotocópia simples e legível de comprovativos da formação profissional realizada nos últimos três anos, relacionada com as atividades que caraterizam o posto de trabalho

e) Outros documentos que o candidato considere relevantes para a apreciação da candidatura.

O não cumprimento das formalidades relativas ao requerimento e/ou o não envio de qualquer dos documentos previstos nas alíneas a) a c) determina a exclusão do concurso.

A exibição do Cartão do Cidadão ou outro documento de identificação será exigida aquando da realização de provase no caso de contratação.

A seleção dos candidatos a admitir ao concurso far-se-á de acordo com a avaliação do respetivo currículo e dos documentos legalmente exigidos conforme indicado no aviso de abertura do concurso publicitado na página internet deste Posto:

www.consuladoportugalparis.orgo qual se encontra igualmente afixado nas instalações deste Consulado Geral.

Consulado Geral de Portugal em Paris

António Albuquerque MonizCônsul Geral

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Conferência de Alberto Martins no Liceu internacional de Saint Germain-en-Laye

Lusa / Tiago Petinga

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LUSOJORNAL06 COMUNIDADE

Le 11 novembre 1918 l’armistice estsigné. Plus d’un siècle s’est écoulé. Unsiècle de recherche, de trouvailles surl’une des plus grandes catastrophes del’Humanité.Beaucoup reste encore à découvrir, àraconter, à partager.LusoJornal donne la parole à Lionel De-lalleau. Un chercheur d’indices, qu’ilpartage, qu’il raconte.Âgé de 45 ans, Lionel Delalleau travaillepour un groupe national, sa profession:cariste en chambre froide.Il se dit non-spécialiste, toutefois il estun véritable passionné pour l’histoirede la participation portugaise dans la IGuerre Mondiale.Lional Delalleau est la preuve qu’il nefaut pas faire des hautes études pourpouvoir contribuer à enrichir, par sesdécouvertes et par sa passion, l’histoired’un pays, l’histoire du Corpo Expedicio-nário Português.

Lionel, vous habitez dans quelle ville?Je suis Ch'ti et fier de l’être, j’ai vécu plusde 35 ans à La Gorgue, 4 ans à Armen-tières et aujourd’hui j’habite Lestrem, àdeux pas de l’ancien château de la Gi-clais, QG du Corps Expéditionnaire Por-tugais.

Quelles sont vos passions?Je suis carpiste et ne pêche que la carpedepuis plusieurs années. Je suis aussice que l’on appelle un détectoriste (uti-lisateur d’un détecteur de métaux), par-fois je vais aussi au stade BollaertDelelis de Lens pour soutenir les «Sanget or», mon club de cœur. J’aime me ba-lader avec ma femme et mon chien,aller aux vides greniers de la région etbien sûr je passe beaucoup de tempssur les réseaux sociaux.

Pourquoi vous vous consacrez à la par-ticipation portugaise à la I Guerre Mon-diale?C’est triste de savoir qu’il y a un siècledes soldats portugais sont morts et ontterriblement souffert, que personnen’en parle et de constater qu’ils sonttombés dans l’anonymat le plus com-plet, c’est irrespectueux, inadmissible!J’essaie d’être un ambassadeur (onm’appelle le luso-Ch’ti ) et dès quequelqu’un s’intéresse à la PremièreGuerre Mondiale, j’engage la discussionpour parler du Corps ExpéditionnairePortugais.

Vous avez eu l’occasion de faire des dé-couvertes sur la participation portu-gaise. En quelles circonstances et à quelmoment?Il faut revenir un peu plus de 3 annéesen arrière, c’était en hiver, il faisait froid,je me baladais dans un champ avecmon détecteur de métaux. Je découvreune plaque d’identité militaire d’un sol-dat portugais, ce fût un déclic, une ré-vélation.

Vous avez pu savoir à qui appartenaitcette plaque?Un ami m’a conseillé de contacter M.Afonso Maia et je me suis inscrit augroupe Facebook Corps Expédition-naire Portugais 1916-1919. Il n’a pas fallulongtemps à Afonso pour identifier le

soldat. Aujourd’hui encore les re-cherches sont toujours en cours pourretrouver la famille, car le soldat enquestion, Vitorino Gomes Adegas, sol-dat conducteur du Corps Expédition-naire Portugais a survécu à la Guerre etil est rentré sain et sauf au Portugal enmai 1919. J’ai son dossier militaire com-plet et même sa photo. D’après les der-nières nouvelles, notre militaire seraitparti vivre au Brésil pour ne jamais re-venir au Portugal. Son frère est resté auPortugal et il a encore des enfants vi-vants sur place, à suivre… La détectionm’a permis de rencontrer des per-sonnes formidables et je pense notam-ment à mon ami Rudy qui a, lui aussi,trouvé une plaque d’un soldat portu-gais. Les recherches étant au pointmort, je lui ai demandé de me confiercette plaque, c’est ce qu’il a fait sans ré-fléchir. Une fois en ma possession, il afallu récupérer le reste de son dossiermilitaire auprès des Archives militairesportugaises (ahm), pour ensuite trans-mettre ces informations à mon contactM. Cardoso qui habitait encore au Por-tugal à ce moment-là. M. Cardoso re-trouve la famille du soldat ManuelMaria, série A, matriculé 3520. Chose in-croyable, nous sommes sur une des-cendance directe, car il s’agit desenfants du soldat. J’ai ensuite contactél’historienne Mme Marie-Christine Vo-lovitch-Tavares et après quelqueséchanges par mail, Mme Tavares a ac-cepté d’emmener la plaque au Portugal

pour la transmettre à M. Cardoso. Unemagnifique cérémonie a été organi-sée le 20 mars 2019, à Ança, au Portu-gal, en présence des 2 fils du soldat,des petits-enfants et arrière-petits-enfants, les représentants de la Liguedes Combattants, des représentantsdes anciens combattants et les auto-rités, le Maire d’Ança, le Président del’Assemblée municipale d’Ança, lePremier Adjoint au Maire de Cantan-hede. Dix-huit mois se sont écoulésentre le début des recherches et la res-titution de la plaque à la famille.

J’ai vu une photo de vous avec un grospoisson dans les bras. La pêche est unloisir pour les gens patients. Découvrirdes choses à un siècle passé de l’évè-nement est-il une question de patiente,de chance, de passion...?C’est drôle, car dans la vie de tous lesjours je ne suis pas quelqu’un de trèspatient, j’ai eu la chance de prendrequelques belles carpes (20 kilos pour laplus grosse) mais contrairement à d’au-tres pêcheurs, le poids n’est pas une demes priorités, il faut faire les choses parpassion comme par exemple pour mesrecherches sur le Corps ExpéditionnairePortugais. Publier sur les réseaux so-ciaux c’est parfois frustrant, les gens nesont pas très coopératifs et ne sont pasconscients que parfois, il y a des heuresde recherche derrière une simple pu-blication. En ce qui concerne la chance,je ne sais pas quelles étaient les proba-

bilités pour que je puisse trouver uneplaque d’un soldat portugais. Je n’ai pasde réponse à cette question et pour-tant, je suis bien là aujourd’hui, en trainde répondre à vos questions.

Faites-vous partie d’organisations, desassociations, pour mettre en valeur vosdécouvertes et votre passion envers laparticipation à la I Guerre Mondiale dessoldats portugais?Je partage régulièrement mes décou-vertes sur le forum de mon association(web détection 62) dont je suis membredepuis quelques années. J’aime aussi letravail réalisé par l’association L’AlloeuTerre de Batailles 1914-1918 (ATB 14-18),une association très active dans la ré-gion avec de nombreuses expositionset plus particulièrement en 2017, à La-ventie, avec une formidable expositionconsacrée uniquement au Corps Expé-ditionnaire Portugais. En ce quiconcerne la partie Facebook, j’essaie decontinuer le travail de M. Afonso Maiasur le groupe Corps ExpéditionnairePortugais 1916-1919. Ce n’est pas tous lesjours facile car je ne suis pas historienet je ne parle pas le portugais. J’ai aussicréé une page Facebook début 2018 quis’appelle «Setor português, passé/pré-sent» ou j’essaie de retrouver les lieuxoù sont venus les soldats du Corps Ex-péditionnaire Portugais il y a un siècle.J’ai fait de belles découvertes dans lesformidables clichés du photographeportugais Arnaldo Garcez. Retrouver un

lieu 100 ans plus tard n’est pas chosesimple, surtout que la plupart des mai-sons, bâtiments et édifices ont été dé-truits en avril 1918. Les cartes postalesd’avant-guerre sont très utiles pour cegenre de recherches.

Quelle action menez-vous sur le ter-rain?Je me déplace régulièrement sur leslieux de mes découvertes pour prendrequelques photos, me mettre exacte-ment à l’endroit où étaient les troupesportugaises, m’imprégner des lieux,c’est très émouvant. Quand vous êtes,comme moi, ouvrier et n’ayant aucuneconnaissance en histoire, c’est surpre-nant de voir le nombre de personnesque j’ai rencontré depuis que ma pas-sion pour le CEP a débuté, de nombreuxhistoriens/historiennes. J’ai organisé iln’y a pas très longtemps ce que j’ap-pelle une visite en «Secteur portugais»avec Mme Da Costa ainsi que plusieursmembres de sa famille, nous étions 10personnes pour une balade qui a duréplus de 3h. Nous avons visité 4 villes (LaGorgue, Estaires, Laventie et Merville),une expérience, une rencontre, un par-tage très, très, enrichissant et émou-vant.

Là-haut, note ami Afonso Maia, doitvous remercier de continuer l’œuvreinachevée par lui. Qu’en pensez-vous?Merci pour la comparaison avec notreami Afonso Maia. Contrairement à vous,je n’ai jamais eu la chance de le rencon-trer, nous avions eu régulièrement deséchanges téléphoniques et nous discu-tions via le messenger de Facebook. J’aiappris à le connaître de cette façon etj’admirais la personne qu’il était. C’étaitquelqu’un de franc, d’honnête, avec ducaractère. J’ai une phrase à jamais gra-vée dans ma tête, environ un moisavant son décès. Il m’a dit au téléphone:«j’ai besoin d’aide Lionel». J’ai senti auton de sa voix qu’il n’allait pas très bien.J’ai alors mis un message sur le groupedisant que M. Maia n’allait pas bien etcesserait ces publications pendant unmoment, je n’ai posé aucune question.Afonso était très discret sur sa viepersonnelle, c’était la dernière foisque j’ai discuté avec lui. Je ne peuxpas dire que je continue le travaild’Afonso Maia, je suis à des années-lumière des connaissances qu’avaitAfonso, quand il nous a quittés enaoût 2017. Quelques jours après sondépart j’ai été surpris d’apprendrequ’il m’avait nommé administrateurdu groupe Corps Expéditionnaire Por-tugais 1916-1919. Venant de sa part j’aiété très touché. Comment continuer àfaire «vivre» le groupe sans Afonso?J’essaie de partager des informations,de liens, des clichés...

Lionel, un appel?J’aimerais mettre en place des «parrai-nages». Cela se fait avec les sépulturesdes soldats du Commonwealth. Le par-rainage consiste à être le parrain d’uneou plusieurs sépultures, faire quelquesrecherches pour essayer de connaîtreun peu le parcours du soldat et de s’en-gager à y aller une fois par an pour fleu-rir la sépulture. Je ne sais pas tropcomment m’y prendre. Merci de vossuggestions et de vos aides.

Par António Marrucho

Beaucoup reste à dire e à découvrir

13 novembre 2019

Lionel Delalleau: Un passionné d’histoire sur leCorpo Expedicionário Português

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LUSOJORNAL COMUNIDADE 07

Ce dimanche 17 novembre aura lieuà Lisboa, au Campo Pequeno, à partirde 18h00, le Gala Commémoratif des40 ans de l’École Portugaise d’ArtÉquestre.L’École Portugaise d’Art Équestre asuccédé à la Picaria Real, l’ancienneacadémie équestre de la Cour royaledu Portugal, éteinte au 19ème siècle.Nonobstant, la tradition de la tauro-machie équestre, avec le même typede monture depuis le 18ème siècle,les mêmes selleries et les mêmescostumes, ont perduré par-delà lessiècles et constituent aujourd’hui unpatrimoine équestre unique aumonde. Les chevaux sont des purs-sangs lusitaniens qui ont été élevésau Haras d’Alter do Chão, fondé en1748 par le roi Dom João V.Deux écoles étrangères ont été invi-tées pour ce Gala, la Real Escuela An-daluza Del Arte Equestre, de Jerez, enEspagne, et le Cadre Noir de Saumur,en France.LusoJornal a pu s’entretenir avec leColonel Patrick Teisserenc, écuyer enchef du Cadre Noir, qui nous a expli-qué en quoi consiste ce Gala et lesliens qu’il y a entre les écoles portu-gaise et française.

Que peut-on dire sur l’évènement àLisboa?On va fêter les 40 ans de l’Escola Por-tuguesa de Arte Equestre. Il faut sa-voir qu’il y a quatre écoles équestrescomparables en Europe: Saumur,Jerez, Lisboa et l’École d’équitationespagnole de Vienne, en Autriche,cette dernière n’étant pas présenteau Gala. On ne sera que trois écolesà Lisboa et on fera une présentationen commun.

Que va présenter l’école de Saumur?Chaque école va présenter des ta-bleaux séparés et des tableaux com-

muns. Il y aura donc l’ouverture avecles trois écoles. En commun il y aurales sauts d’écoles, les sauts d’écolesmontés et un ‘Pas de 3’. Nous, nousprésenterons un tableau avec desobstacles, nous sommes les seuls àle faire. Nous présenterons égale-ment un tableau intitulé ‘La BelleÉpoque’, c’est un numéro d’obstaclesqui est monté, c’est traditionnel cheznous. Et nous montrerons égalementun ‘Pas de 2, longues rênes’ à pied.Avant le grand final.

Quelles sont les différences entreSaumur et Lisboa?On ne travaille pas avec les mêmeschevaux. Lisboa travaille essentielle-ment avec le Haras d’Alter qui dé-pend de l’école. Alors que nous, noustravaillons surtout avec des chevauxfrançais et germaniques. A Lisboa,c’est plus un Conservatoire d’artéquestre, tandis que nous, nousavons continué à évoluer et nousprésentons également des numérosd’obstacles, qui sont représentatifsd’une équitation sportive et mo-derne.

Les chevaux ne sont pas du tout lesmêmes?Lisboa ne travaille qu’avec des che-vaux lusitaniens. Les chevaux denotre école viennent de plusieursélevages, nous avons plusieurs races,mais on va dire que ce sont essen-tiellement des chevaux de race ‘Sellefrançais’.

Peut-on comparer les deux races?Il n’y en a pas un qui est meilleur quel’autre. En tout cas, je trouve quel’avantage du cheval lusitanien, c’estqu’il est élevé depuis environ 400ans dans une optique de rassembler,dans les canons traditionnels del’équitation. Tandis que nos chevauxviennent plus d’un modèle decourse. Le cheval lusitanien est plus

adapté naturellement aux mouve-ments qu’on lui impose en reprise.

Ce type d’évènements, qu’est ce quecela apporte aux écoles?Pour nous, pratiquants d’équitation,cela nous apporte une rencontreavec d’autres passionnés d’équita-tion. Ce sont des rencontres entredifférentes cultures équestres, unbrassage culturel, et c’est toujoursenrichissant. Au niveau du public, jedirais que c’est intéressant de voirles écoles équestres, car elles sontun peu menacées. En s’unissant,c’est un symbole important. Lesécoles représentent un Patrimoine.Au Portugal, par exemple, ils ont étéen difficultés, mais là ça va un peumieux grâce à un montage financieravec ‘Parques de Sintra - Monte daLua’.

Vous avez également invité l’écoleportugaise en mai dernier…Tout à fait. En ce moment on essayede renouer des liens et d’améliorerles liens avec ces écoles d’art éques-tre. Nous avons donc pu inviter lesPortugais en 2019, nous aurons lesEspagnols en 2020, et nous espéronsrecevoir l’école de Vienne en 2021.

Si on devait définir le Cadre Noir deSaumur, que pourrait-on dire?C’est toujours compliqué d’êtrecourt. Le Cadre Noir en tant que tel,ce sont les instructeurs d’équitationde l’ancienne École nationale d’équi-tation, qu’on appelle aujourd’hui Ins-titut Français du Cheval et del’Équitation. En somme, le plus courtpour être complet, vous visualisez untemple grec avec un toit, un socleavec des marches et quatre piliers.Le toit, c’est l’équitation de traditionfrançaise, elle est inscrite au Patri-moine Immatériel de l’Unesco de-puis 2011, et le Cadre Noir en est lereprésentant le plus connu. Le Patri-

moine, c’est quelque chose que nousdevons léguer aux générations fu-tures. Les quatre piliers, ce sont desillustrations de l’équitation de tradi-tion française et qui sont les mis-sions du Cadre Noir: la Formation,car nous formons des profession-nels de l’équitation; le Sport, carnous sommes en appui du sport dehaut niveau; les Présentations pu-bliques, où on présente l’équitationde tradition française sous formede spectacle; et la Recherche et Dé-veloppement pour le dernier pilier.Quant au socle, c’est le travail deschevaux, c’est l’ADN du Cadre Noir,nous achetons des jeunes chevauxque nous formons, ainsi nous pou-vons fournir à tous nos élèves,jusqu’à trois chevaux déjà dresséspar les instructeurs du Cadre Noir.

L’équitation a la réputation d’êtreune discipline coûteuse, c’est tou-jours le cas?Il y a cette image, mais je vous diraisqu’en France, je pense que noussommes les meilleurs, dans le sensoù nous sommes les moins coûteux.C’est d’ailleurs une politique de plusde 20 ans de la Fédération Françaised’Équitation, de promouvoir une

équitation populaire et de masse. Ily a donc près de 700.000 licenciés enéquitation, ce qui fait que la disci-pline est le troisième sport avec leplus de licenciés. Le football étant lesport n°1. Mais en tout cas, ce qui estsûr, c’est que si c’était un sport trèscoûteux, nous n’aurions jamais cechiffre-là côté licenciés, car je nevous parle pas de ceux qui le prati-quent en loisir, hors du cadre fédéral.Mais c’est sûr qu’il y a des branchesdans l’équitation qui sont coûteuses.

Que peut-on dire sur la carrière dePatrick Teisserenc? L’équitation étaitdéjà une passion…L’équitation est venue très tôt. De1988 à 1992, j’étais à Saumur, ensuitej’ai fait une carrière normale, avantde revenir ici comme Écuyer en chefdepuis 2014. Mais par exemple, de2011 à 2014, j’étais affecté aux ÉtatsUnis comme Chef des officiers deliaison des Forces terrestres fran-çaises. En somme, une dizained’hommes dont le boulot était d’ob-server l’Armée de terre américaine etde partager des points techniquesavec eux. Mais je suis finalement re-venu à mes premiers amours. Leschevaux sont une vraie passion.

Par Marco Martins

L’école équestre française de Saumur en représentation à Lisboa

13 novembre 2019

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Cadre Noir IFCE / Alain Laurioux

Le Cadre Noir de Saumur présent pour les 40 ansde l’École Portugaise d’Art Équestre

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LUSOJORNAL08 CULTURA

Clermont-Ferrand:Vincente Sardinha encompétitionlors du «Carnetde Voyage» àPolydome, du 15 au 17 novembre 2019

Pendant trois jours, 100 carnettistesfrançais et étrangers viennent expo-ser leurs carnets de voyages et ren-contrer le public. De l’aquarelle à labande dessinée, du carnet tradi-tionnel aux carnets numériques etsonores, tous les styles sont repré-sentés. Dans cette 20ème édition,nous pouvons découvrir le travailde Vincente Sardinha qui est encompétition dans la catégorie Prixdu Carnet de Voyage International.Né à Montoito, au Portugal, en 1963,il enseigne, vit et travaille à Vila Vi-çosa. Membre de Urban sketcher de-puis 2009, cette organisation met enavant la valeur artistique, narrativeet pédagogique du dessin dans lemonde entier.Cofondateur du groupe ÉvoraSket-chers, correspondant portugais ausymposium de Singapour en 2015 etmembre du corps professoral dusymposium de Manchester en 2016.Son travail a été présenté dans deslivres, des journaux et des exposi-tions. Il aime la bande dessinée et laphotographie, le dessin et lesvoyages. Ses thèmes abordés sont lacuisine, les personnages, les pay-sages, les transports, les villes etvoyages.Le carnettiste portugais a publié Sar-dinha sem latta en 2019. Vous pouvezle découvrir vendredi 15 novembre2019 en compétition pour le Prix duCarnet de Voyage International quidistingue un carnet édité à l’étranger.

Les nommés dans cette catégorie2019 sont:Jeroen Janssen - Er wonen nog men-sen, éditions OogachtendRita Sabler - Prison in Paradise: Thestory of KalaupapaEduardo Salavisa - Caderno da Amé-rica Latina, Editora AfrontamentoVicente Sardinha - Sardinha semlata, Ego EditoraYu Zhao - La Voie du Sans-Sac, cro-quis sur le chemin de Compostelle2008-2011, Editions Unicité

No domingo dia 10 de novembro tevelugar na Casa de Portugal na Cité Uni-versitaire a apresentação do livro “Asombra dos Heróis - A história desco-nhecida dos resistentes portuguesesque lutaram contra o nazismo” da au-toria de José Manuel Barata-Feyo.O livro “Sombra dos Heróis”, para citara sua contracapa “dá vida à históriadesconhecida de centenas de ho-mens e mulheres de carne e osso, lu-tadores de exceção, num relatofascinante sobre a resistência e ab-negação humanas” e prossegue ex-plicando que “cidadãos de um paísneutro, centenas de Portugueses po-diam ter-se adaptado às circunstân-cias e ao diktat do invasor alemão. Emvez disso deixaram o conforto relativodas suas famílias, das suas casas edos seus empregos, esqueceram o in-teresse próprio e lançaram-se numcombate desigual pela liberdade”.O livro retrata assim a luta de mais detrês centenas de resistentes portu-gueses em França durante a IIaGuerra Mundial e inclui uma lista comos nomes e vários detalhes biográfi-cos de cada um. O autor explicou noencontro que todos os nomes pro-vêm dos arquivos franceses e que

são, portanto, nomes oficiais verifica-dos.O livro comporta também testemu-nhos na primeira pessoa destes resis-tentes como o de Bento da Costa quedeclara em 1945 “Se tivesse de reco-meçar, voltaria a fazer o mesmo ca-minho com todo o meu coração paraabolir a brutalidade nazi”.O autor José Manuel Barata-Feyo nas-ceu em 1947, na Soalheira, serra daGardunha. Exilado em Paris, cidadeonde iniciou a carreira jornalística,trabalhou para o International Herald

Tribune, foi o assistente do Diretorpara a Europa, África e Médio Orientedo New York Times News Service ecolaborou com o jornal francês Libé-ration.Depois do 25 de Abril foi correspon-dente na capital francesa da agêncianoticiosa ANOP, de vários jornais erevistas portugueses e, a partir deoutubro de 1978, da RTP2. Regressoua Portugal em 1980, exercendo vá-rios cargos de chefia e direção emjornais, revistas e televisão.O encontro foi organizado pelo Con-

vivium Lusophone e a associação“Les amis du Lusofolie’s” e contoucom a participação do historiador eDiretor da Secção Internacional dePortuguês do Liceu de Saint Ger-main-en-Laye, José Carlos Janela,que fez uma contextualização histó-rica, do jornalista da Rádio Alfa,Artur Silva, que colocou perguntasao autor, do Embaixador de Portugalna Unesco, Sampaio da Nóvoa, quefez uma intervenção sobre a impor-tância do livro e estabeleceu umaponte com a situação atual de ummundo que está a viver o recrudes-cimento da extrema-direita.O encontro contou ainda com asparticipações do ator Jorge Toméque fez algumas leituras de excertosdo livro e do cantor Dan Inger dosSantos que cantou uma cançãosobre a guerra. O encontro foi coor-denado pelo organizador do evento,João Heitor, que começou por pedirum minuto de silêncio por todosestes Resistentes, tendo sido umdos momentos mais emocionantesdo encontro.Por fim o público pôde colocarquestões ao autor e o encontro en-cerrou com uma sessão de autógra-fos e um cocktail providenciado pelaassociação “Hirond’Ailes”.

Por Luísa Semedo

Da autoria de José Manuel Barata-Feyo

Artista luso-angolano expôs em Parisno AKAAA 4ª edição da feira de arte contempo-rânea africana AKAA (Also Known asAfrica) decorreu no Carreau du Temple,em Paris. Entre os artistas presentes es-tiveram várias personalidades das artesdos países africanos lusófonos como osAngolanos Ricardo Kapuka, Keyezua, osMoçambicanos Mário Macilau, Malan-gatana, Reinata Sadimba e ErnestoShikhani, os São-tomenses Rene Tava-res e José Chambel, a Guineense Ma-nuela Figueira, o artista português deorigem angolana e caboverdiana Fran-cisco Vidal, o Brasileiro No Martins, e oluso-angolano Pedro Pires.O LusoJornal falou com Pedro Pires - ar-tista plástico angolano e português quedesenvolve um trabalho focado na suaafinidade e posição nestes dois países -sobre a importância deste certame in-ternacional parisiense e do mundo daarte na lusofonia.

O que representa estar na AKAA?É a minha segunda vez na AKAA, a pri-meira com a ‘This Is Not a White Cube’,com quem tenho vindo a desenvolveruma colaboração excelente e produtiva.Tenho a oportunidade de apresentarum solo show na feira o que é um de-safio interessante. Além disto é sempreuma ocasião para conhecer outros ar-tistas, galerias e colecionadores.

O que trouxe o Pedro Pires para esta ex-posição?Trouxe um projeto chamado “Gardens”que tem como elemento central umainstalação com plantas artificias e de-

senhos de grande escala. No projetotodo apresento esta instalação, dese-nho e escultura.

O que acha que é o mais importanteneste tipo de feiras?É mais um passo de afirmação do meutrabalho, especialmente neste caso como solo show. As feiras são sempre umíman de vários tipos de público, con-densando uma grande mostra num sólocal o que as torna muito importantes,dando oportunidade do meu trabalhoser mais conhecido.

Paris é o centro nevrálgico da arte con-temporânea?Talvez da arte moderna. Mas não deixade ser um centro importante de artecontemporânea que vale a pena visitarregularmente.

Qual é o ponto da situação da arte con-temporânea na Lusofonia?Muita qualidade. Há artistas lusófonos

a expor nos quatro cantos do mundo ecada vez a ganhar mais terreno.

E na África Lusófona?Também acho que há muita qualidadenos que existem, com discursos fortes.Há também novos artistas a aparecer,mas por vezes há falta de plataformaslocais como é o caso da ‘This Is Not aWhite Cube’, que tem feito um trabalhoúnico. Gostava que no futuro houvesseum equilíbrio forte entre plataformasartísticas locais da África Lusófona e apresença dos artistas e galerias fora deÁfrica.

E em Portugal mais especificamente?Em Lisboa abriram algumas galerias nosúltimos 3-4 anos, o que veio dar umanova dinâmica à cena artística. A feira dearte ‘Arco’ trouxe também muito públicointernacional a Lisboa. Gostava de vermais investimento e interesse da partedas galerias portuguesas na relaçãocom África dada a relação histórica que

o país tem. Os artistas podem ser im-portantes para criar discussão e proble-máticas ainda existentes hoje nasrelações entre Portugal e outros países.

Como lhe veio a paixão pela arte?Sempre gostei de construir e desman-char coisas durante a minha infância.Iniciei o secundário inscrito em eletró-nica, mas rapidamente mudei paraartes onde encontrei espaço para inte-grar este gosto. A abordagem inicial erabastante romântica, mas com tempo ecom os estudos na Faculdade de BelasArtes em Lisboa, percebi que queriamesmo ser artista.

É luso-angolano, até que ponto essadupla cultura está presente no seu tra-balho?Está presente constantemente e deuma maneira muito forte. A minha in-vestigação procura compreender equestionar a posição que tenho nestesdois países e serve de ponto de partidapara trabalhar sobre vários assuntos daarena social, tal como o sentimento deidentidade nacional deslocada, migra-ção, estereótipos ou economias parale-las.

Quais são as próximas feiras?Até ao final de novembro integro a Bie-nal de Lagos na Nigéria, onde exponhoduas esculturas. No final de novembrovou participar numa exposição coletivaem Luanda, organizada pela ‘This Is Nota White Cube’, com artistas angolanos einternacionais. Em janeiro vou marcarpresença na ‘Cape Town Art Fair’ com aGallery Momo, uma galeria sul-africana.

Por Marco Martins

13 novembre 2019

Por Céline Pires

Livro sobre Resistentes portuguesesem França apresentado em Paris

LJ / Luísa Semedo

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LUSOJORNAL CULTURA 09

Arcos de Valdevez recebeu jovensde Décines-Charpieu

Entre os dias 27 de outubro e 1 denovembro o Município de Arcos deValdevez recebeu um grupo de jo-vens de Décines-Charpieu, da zonade Lyon, no âmbito de um inter-câmbio organizado entre os doismunicípios, cujo objetivo foi o depromover o espírito de solidarie-dade entre os jovens, sensibili-zando-os para o trabalho voluntárioe para uma cidadania ativa.Em Arcos de Valdevez estiveram 7jovens franceses e 3 acompanhan-tes, nomeadamente uma Maire Ad-jointe e dois técnicos das áreas deação social e desporto, que desen-volveram diversas atividades, emarticulação com a Associação socialrecreativa Juventude de Vila Fonche,Agrupamento de escolas de Valde-vez e Santa casa da misericórdia deArcos de Valdevez.Este grupo teve a oportunidade derealizar passeios pelo concelho,para conhecimento dos principaispontos turísticos (Sistelo, Mezio,Paço de Giela, etc) e os jovens de-senvolveram diversas atividadescomunitárias junto do público es-colar e da população mais idosa.Este intercâmbio surgiu na sequên-cia da celebração do protocolo decooperação entre as duas CâmarasMunicipais, em 2018, “em prol dodesenvolvimento dos cidadãos edas regiões, acreditando-se queesta cooperação se irá traduzir embenefícios para os cidadãos e paraos respetivos territórios”.

Quinta da Pacheca entreos 10 melhoresprojetos deenoturismo domundoA Quinta da Pacheca, no Douro,cujos proprietários são Paulo Pe-reira e Maria do Céu Gonçalves,donos da Agribéria, em Orléans, foium dos 10 projetos de enoturismopremiados este ano no concursointernacional da Rede das Capitaisdos Grandes Vinhos, anunciou aCâmara de Comércio e Indústriade Bordeaux, organizadora doevento.O projeto duriense foi distinguidoentre 467 candidatos, 87 dos quaisda região bordalesa, na ediçãodeste ano do concurso, avançou aagência France Press.

C’était un soir de fin d’octobre, où lespremières froidures mordillaient lesvisages, cinglés par une pluie fine etpersistante, où l’on avait hâte de re-joindre la douceur de son foyer ouquelque auberge au charme rus-tique auprès de la chaleur de sacheminée, ou encore, ce que nousfîmes, de trouver refuge dans ce bonvieux théâtre des Bouffes du Nord,amicalement aménagé, où allait seproduire Cristina Branco.Finies les longues robes brodées oupailletées dont se parent souventles fadistes. C’est une nouvelle Cris-tina Branco qui se présente, jeansnoir et t-shirt blanc floqué, à l’instarde beaucoup d’artistes pop/rockd’aujourd’hui. Entourée d’excellentsmusiciens, Luis Figuereido, aux cla-viers et parfois aux percussions,Bernardo Moreira à la contrebasseet Bernardo Couto à la guitare por-tugaise - les deux premiers ne sontpas issus de la sphère fadiste -, elleva nous offrir un concert qui mêlerades chansons de son dernierdisque, Branco, sorti au Portugalvoici presque deux ans, et d’autresthèmes issus de son répertoire ouinédits.On le pressentait en constatant l’ab-sence de viola, on le savait si onavait écouté les derniers enregistre-

ments de Cristina, on n’assisteraitpas vraiment à un concert de fado.Elle s’en est expliquée lors de l’en-tretien que nous avons eu avec elle:«Branco est le disque qui me res-semble le plus aujourd’hui, c’estmon nom et c’est aussi la couleurqui est la somme de toutes les cou-leurs… Nous vivons aujourd’hui dansune époque mondialisée et c’estaussi vrai pour la musique. Nousavons la possibilité d’entendre des

musiques venant de tous les conti-nents et inévitablement, certainesnous touchent et touchent le public.C’est important pour un artisted’être à l’écoute de ce que les gensécoutent!». Elle ajoute: «Pour autant,quand on vient du fado, on y revienttoujours, c’est un peu une bous-sole».«Je suis très attachée au Portugal,où nous avons une jeune générationde compositeurs, de poètes qui sont

très créatifs et à qui je demande ouqui me proposent ce qui devientl’essentiel de mon répertoire».Même le fameux ‘Não há só tangoem Paris’, dont la musique est untango plus qu’argentin? «Oui, je ledois à Pedro da Silva Martins [ndlr:co-fondateur du groupe Deolinda, aécrit notamment pour António Zam-bujo et le bien connu ‘Desfado’chanté par Ana Moura]».Le concert, une vingtaine de titres,comprendra trois fados, dont un trèsréussi fado azenha, qui seront -tiens, tiens - les trois plus applaudispar un public, pourtant peu avare enapplaudissements. On y noteraaussi, mais ça, c’est notre sélectionà nous, le ‘Não há só tango’ déjà cité,une jolie chanson vénézuélienne, letrès humoristique ‘Aulas de nata-ção’, une belle version du ‘Joanafrancesa’ de Chico Buarque, le slowjazzy ‘Eu por engomar’… On s’arrêtelà car on pourrait presque tout citer.Ce qui est nouveau aussi, pour nousqui avions déjà entendu CristinaBranco plusieurs fois en concert cesdernières années, c’est le punchqu’elle sait mettre dans ses chan-sons, elle qui privilégiait peut-êtreun peu trop le cristal de sa voix parrapport à l’énergie qu’elle y dé-ployait. L’équilibre est maintenantatteint: le cristal demeure, il est au-jourd’hui électrisé.

Par Jean-Luc Gonneau

No Théâtre des Bouffes du Nord

Geovani Martins nasceu em 1991, es-creveu um livro de contos - “O sol nacabeça” (2018) - e, graças a ele, tor-nou-se repentinamente na nova co-queluche da literatura brasileira(vendeu 40 mil exemplares num paísde 200 milhões de habitantes… aprova de que no Brasil pouco se lê),gerando, como se diz por estes dias,um grande buzz mediático, efeitoque lhe garantiu uma entrada deprestígio no mercado francês ao sereditado e publicado pela Galimard -belíssima tradução de MathieuDosse - no passado mês de outubro,com o título de “Le soleil sur matête”.Já publicado numa dezena de paísese com os direitos vendidos para o ci-nema, esta coletânea de treze con-tos prova o fascínio que a pobreza ea violência cariocas exercem a nívelplanetário, facto já conhecido desdeque Paulo Lins publicou, em 1997,“Cidade de Deus”, romance cujaadaptação cinematográfica de Fer-nando Meirelles se tornou umgrande sucesso global. Mesmo se,para um leitor europeu, o caosinorgânico da favela, um polo depobreza e miséria rodeado da be-leza natural estonteante do Rio deJaneiro, uma mistura única de in-fortúnio e exotismo, é uma combi-nação bastante apelativa, o livro deestreia de Geovani Martins vai

muito mais além.Na tradição do realismo brasileiro, oautor (ele próprio um morador dafavela do Vidigal) utiliza, por umlado, a linguagem despojada e vivazdos habitantes dos morros, aqueleportuguês que a um falante euro-

peu da língua soa a pura incon-gruência, mas à qual é difícil ficarimune, seja pela musicalidade sejapelo calor que transmite, e, poroutro, pelo mergulho sem compla-cência na psicologia dos persona-gens, um universo variado que tem

no centro o marginalizado, o delin-quente, todos igualmente vítimas desegregação racial, de desigualdadesocioeconómica e de violência poli-cial. Tudo, porém, a uma escala bra-sileira, ou seja, capaz de atingirproporções absolutamente estra-tosféricas, tendo, de novo, a capaci-dade de espantar um europeubranco de classe média que ao lerestes contos só poderá pensar:“como é que isto é possível?”.Apesar dos exagerados empolga-mentos, muito típicos do nossoimpaciente tempo, referenciamGeovani Martins como “o novoGuimarães Rosa” ou mesmo um“James Joyce da periferia”, algoque cheira a histerismo de redesocial e a marketing disparatado,afinal o jovem autor publicou ape-nas uma coletânea de contos, a ver-dade é que Geovani Martins temtudo para dar certo. O excelenteritmo da linguagem da periferia su-burbana do Rio de Janeiro, realidadetratada com enorme sensibilidade, eo trabalho psicológico dos persona-gens, a tensão em que vivem, fazemde “O sol na cabeça” muito mais doque mais um livro pitoresco sobreum universo, o da favela brasileira,tão atrativo para o cidadão médioeuropeu, não fosse o Brasil, hojemais do que nunca, um caldeirão re-pleto de contradições, de esperançae desolação, simultaneamente tãohumano e tão desumano.

Por Nuno Gomes Garcia

13 novembre 2019

Livros: “Le soleil sur ma tête”: um mergulho nas favelas cariocas

Cristina Branco: un concert très punchy à Paris

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LUSOJORNAL10 EMPRESAS

O parque de estacionamento emfrente da loja de produtos portugue-ses Saveurs de Portugal, em Achères,foi transformado, no domingo pas-sado, num autêntico arraial com umpalco por onde passaram vários ar-tistas portugueses, nomeadamenteBandalusa, 4Mens, Irmãos Verdadese Carlos Pires, assim como Roberto,a animador-vedeta da rádio Latina.“É uma maneira de agradecer aosnossos clientes que durante todo oano vêm cá comprar produtos por-tugueses” disse Silvino Alves, filho dofundador da empresa e atual ge-rente. “É um orgulho propor este tipode festa, vê-se que dá um sorriso aosclientes, ao pessoal que está lá fora,alguns não nos conheciam, algunspercorreram muitos quilómetrospara virem cá. Estou muito contente,faço um balanço bem positivo” con-fessou ao LusoJornal.O palco foi colocado em frente daloja, do outro lado do parque de es-

tacionamento e lateralmente esta-vam espaços de promoção de pro-dutos portugueses, alguns dos quaiscom animações feitas diretamentepelos produtores que vieram de Por-tugal.No meio estava um mar de gente,que não arredou pé mesmo quandoa noite já tinha caído e quando aindaestava em palco o último artista datarde, Carlos Pires.“Isto nasceu de uma brincadeira,quando estávamos na antiga loja. Omeu filho mais velho, o Nicolas, su-geriu que organizássemos uma ani-mação com umas concertinas, umcasal ofereceu-se, e a partir dali con-tinuámos sempre, todos os anos, atéagora, até atingirmos este ponto”disse ao LusoJornal Ramiro Alves, ofundador da empresa que, com a es-posa, e o filho, não pouparam esfor-ços para coordenar o conjunto doevento.Lá dentro a loja esteve sempre cheiade gente e dois seguranças geriam ofluxo da entrada de clientes para não

ultrapassar as cotas de segurança doestabelecimento. Cá fora, as pessoasfaziam fila para ir às compras.O filho mais novo do casal Alves, Sil-

vino, passou a gerir o comércio. “Eleé que se ocupa deste evento, osnovos agora têm melhores ideias doque nós” diz ao LusoJornal o pai, or-

gulhoso com o trabalho do filho.“Estou muito orgulhoso com o queele está a fazer”.A chuva ainda ameaçou, por váriasvezes, o bom desenrolar da festa.“Não é fácil porque é um dia muitoingrato, o tempo não parou demudar, a chuva ameaçou, mas NossaSenhora de Fátima teve olho sobrenós e de facto tivemos uma tardemuito boa e ainda bem” disse Ra-miro Alves. “A chuva assustou-seconnosco, era para chegar e acaboupor não vir” confirmou o filho Silvino.Como era véspera de S. Martinho,não faltaram as castanhas assadas“que vieram propositadamente deChaves” disseram os assadores aoLusoJornal. Aliás, os assadores eramtambém eles da região de Chaves, jáque o casal Silvino é Transmontano.As equipas do Saveurs du Portugalnão tiveram mãos a medir, mas osdirigentes da empresa estavam visi-velmente contentes com o resultadoe já se falava na festa do próximoano.

Por Carlos Pereira

4Mens e Irmãos Verdades entre os grupos convidados

13 novembre 2019

Natural de Lisboa, Sara Salgueiro éuma recém-chegada a Lyon. Formadaem psicologia pela Universidade Lu-sófona de Humanidades e Tecnolo-gias (ULHT), faz da prática do Coachinga sua profissão desde 2012.Apaixonada pelo movimento, pela ex-pressão física e humana, passou pelapatinagem artística, pela ginásticaacrobática e pela dança, entre outrosdesportos.“Viver é um privilégio, quanto melhortratar de mim, melhor estarei ao ser-viço do outro” esta é a divisa de SaraSalgueiro.O LusoJornal quis saber mais sobreesta nova profissão, que tem tendên-cia para grande expansão nos próxi-mos anos, especialmente em Lyon.

A Sara é psicóloga. Porque decidiu tra-balhar como Coaching?Na altura em que procurei e encontreiuma formação rigorosa em Coaching,estava ao mesmo tempo à procura deme desenvolver em Psicologia dasemoções. Ao encontrar uma formaçãocertificada internacionalmente emCoaching, percebi que era muito maisabrangente no que diz respeito ao de-senvolvimento e crescimento queexige de mim e como tal permite tam-bém uma maior capacidade de criarimpacto nos clientes de Coaching. Souadepta da expansão e crescimento.

E o que significa ser Coach? Qual é operfil do Coach?Para mim, ser Coach é um propósitode vida, é a oportunidade de estarao lado de quem precisa de acom-panhamento e estar presente nascaminhadas dos meus Coaches, apresenciar os desafios, conquistas,transformações, insight’s... valesempre a pena e aprendo sempre.Em relação ao perfil do Coach, re-

portando-me aos Coachs com for-mação certificada pela ICF, a maisrigorosa e reconhecida no mercadoe no mundo, não é específico, osCoachs vêm muitas vezes de carrei-ras tradicionais, ou as usuais e encon-tram no Coaching uma forma de estarao serviço do cliente que não encon-tram noutras áreas. O que consideroque todos os Coachs devem ter, é sim,uma base de atividade assente numcódigo de ética e conduta rigorosos,pois esta profissão ainda não é insti-tucionalizada e é preciso garantir aocliente um nível de confidencialidade,excelência e respeito pelo cliente, pornós, pelos outros Coachs e pela prá-tica, aproveito para acrescentar queas ‘core competencies’ que são exigi-das aos Coachs da ICF e pelas quaissomos avaliados, são fundamentaispara se prestar um serviço de quali-dade. As minhas competências baseforam desenvolvidas em formação edesde então tenho o dever e vontadede as manter em constante desenvol-vimento, só assim me considero umaCoach pronta para acompanhar pes-soas. As tais competências são Prin-cípios éticos e profissionais, Contrato

de Coaching, Confiança com o cliente,Presença, Escuta ativa, Perguntas Po-derosas, Comunicação direta, Desen-volvimento da consciencialização,Definição de planos de ação, Planea-mento e estabelecimento de objeti-vos, Acompanhamento do progressoe autorresponsabilização.

Tem uma definição própria de Coa-ching?Tenho. Para mim Coaching é reflexão,tomada de consciência, novas pers-petivas, foco e atitude. Como é queisto acontece? Através da criação deum espaço seguro onde se desen-volve uma relação de confiança entreCoach e Coachee de modo a propor-cionar a transformação e o desenvol-vimento para alcançar novos resulta-dos aprendendo novas formas de osalcançar.

O que tem levado as pessoas procu-rarem o Coaching? Quais os principaispedidos? O que lhe solicitam?Os propósitos dos Coachees são mui-tos e diversificados, cada um tem osseus desafios. O que para uns é umdesafio, para outros é fácil, mas de

modo a esclarecer de forma mais es-pecífica, o que acontece num pro-cesso de Coaching é transformar osCoachees em líderes da sua própriavida, desenvolvendo as competênciasnesse sentido, o que permite a auto-confiança necessária para tomaremdecisões ao nível pessoal, profissio-nal, emocional, familiar, de modo a fa-zerem as alterações necessárias paraalcançarem o seu propósito.

E a Sara, em que tipo de Coaching seconcentra neste momento, aqui naregião de Lyon?Estou disponível para Coachees quepretendem uma nova realidade, éuma forma de dizer para todos ospropósitos/objetivos, pois sou real-mente especialista em pessoas, eacompanho as pessoas para se tor-narem especialistas a alcançar osseus objetivos.

Que teorias ou metodologias utilizano seu trabalho como coach?Como base da minha aprendizagem eformação, tenho o Coaching Ontoló-gico, que serve para acompanhar eentender os indivíduos no seu pro-cesso de aprendizagem para aumen-tar o poder de ação e expandir asinterpretações que o Coachee tem desi próprio. Para concluir esse objetivo,a metodologia expande os estudos arespeito dos três campos responsá-veis pelas atitudes e comportamen-tos: emoções, linguagem e corpo.Sendo assim, o processo de CoachingOntológico é uma ferramenta indis-pensável para que o Coachee consigarealizar mudanças significativas emcomportamentos e atitudes que po-derão estar a bloquear o seu sucessoprofissional e/ou pessoal.

Sara, pode partilhar connosco umaexperiência que teve com um Coa-chee?

As sessões e processos são todosconfidenciais, pelo que em nenhumacircunstância são partilhados, no en-tanto de forma confidencial naminha página do Instagram, partilheijá alguns feedbacks de Coachees ameu pedido e com o seu consenti-mento, sem qualquer menção aosseus nomes, como por exemplo:“Depois do processo de Coaching co-mecei a ter uma vida totalmentenova e diferente, obrigada à minhaCoach por me ter acompanhado”,“Passar por um processo de Coa-ching trouxe-me muitas coisas talcomo, tomada de consciência, cla-reza, novas perspetivas, perceber omeu valor pessoal e encontrar o meupropósito”, “Quando a vida te vira doavesso é óbvio que precisas deajuda, estou muita agradecida porter conhecido a Sara. Uma Coachfantástica que me orientou quandoeu estava perdida na vida. Com elaaprendi a ver o copo mais vezescheio do que vazio”, “Não há formade perceberes o impacto de um pro-cesso de Coaching em todos os as-petos da vida, a não ser que passespor um”.

O que lhe motiva hoje como profis-sional?O que sempre me motivou, ter aoportunidade de acompanhar pes-soas e presenciar o seu desenvolvi-mento, crescimento, o ultrapassar deobstáculos e bloqueios e o alcançardos seus propósitos à minha frente,é muito poderoso, é um privilégio serCoach.

Como podemos entrar em contactoconsigo?Estou disponível através do [email protected] ou nasredes sociais Instagram e LinkedIn.Leia a entrevista completa em: www.lusojornal.com

Por Patrícia Guerreiro

Saveurs du Portugal organizou uma festa portuguesa em Achères

LJ / Mário Cantarinha (arquivo)

Sara Salgueiro, uma Coach portuguesa em Lyon

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LUSOJORNAL ASSOCIAÇÕES 11

Associações dePortugueses no estrangeiropodem candidatar-se a subsídios dePortugal

Encontra-se aberto o prazo paraapresentação das candidaturas aapoios financeiros ao Associativismoda Diáspora por parte da Direção-Geral dos Assuntos Consulares e dasComunidades Portuguesas (DGACCP)do Ministério dos Negócios Estran-geiros.Podem candidatar-se a estes apoiosassociações e federações das comu-nidades portuguesas, legalmenteconstituídas há mais de um ano, semfins lucrativos ou partidários, cujoobjeto vise o benefício socioculturaldas referidas Comunidades, bemcomo outras pessoas coletivas na-cionais ou estrangeiras constituídashá mais de um ano, sem fins lucrati-vos ou partidários, que proponhama realização de atividades que resul-tem em benefício das Comunidadesportuguesas.Segundo um comunicado da Secreta-ria de Estado das Comunidades Por-tuguesas, as áreas prioritárias a apoiarserão os projetos que privilegiem apromoção da língua e da cultura por-tuguesas, os jovens, a inclusão social,a capacitação e a valorização profis-sional, a participação cívica e política,o combate à xenofobia e o diálogocom as micro e pequenas empresasdos Portugueses residentes no es-trangeiro que queiram investir emPortugal.As candidaturas devem ser apresen-tadas até ao dia 31 de dezembro de2019 no posto consular ou seçãoconsular da embaixada territorial-mente competente, sendo condiçãoprévia a credenciação da entidadejunto da DGACCP.No caso de França, os pedidosdevem ser apresentados num dos 5Consulados Gerais de Portugal –Paris, Bordeaux, Marseille, Lyon eStrasbourg – ou no Vice-Consuladode Portugal em Toulouse. Qualquerum destes postos consulares deveapoiar as associações a preenche-rem os seus dossiers de candidatura.Para mais esclarecimentos, as asso-ciações também podem procurarapoio através do Portal das Comuni-dades Portuguesas:www.portaldascomunidades.mne.ptAinda segundo a Secretaria de Es-tado das Comunidades Portuguesas,em 2019 foram financiados pelo Es-tado português 92 projetos ao abrigodos apoios financeiros para o Asso-ciativismo da Diáspora, num mon-tante total de 585.938 euros.

O grupo folclórico da Casa de SantaMarta de Portuzelo de Pantin organi-zou o seu 10° aniversário no domingopassado, dia 10 de novembro, numasala do grupo escolar Cornélius, emChessy (77).Foi um festival com um conceitonovo, posto em prática pelos dirigen-tes da associação, reconstituindouma feira do início do século pas-sado, com tendas de venda de pão,frutos e legumes, enchidos, chouri-ços, salpicões e presuntos. Tambémhavia quem vendesse castanhas,chapéus de palha, tecidos e taman-cos. “Queríamos fazer uma coisa di-ferente. Os festivais são sempre emcima de um palco. Nós quisemos re-constituir uma feira e dançar aqui nomeio da feira, recriar um ambiente defeira e tentar fazer participar os gru-pos” explica Vítor Peixoto, Presidentedo grupo organizador.Até o pelourinho de Santa Marta dePortuzelo estava representado. “Coma ajuda da Comissão de festas deSanta Marta de Portuzelo, eles em-prestaram-nos uma cópia do cru-zeiro”.Para além do grupo da casa, partici-param também os grupos EmCantode Levallois Perret, Cravos Douradosde Pavillons-sous-Bois, EtnográficoPovo da Nóbrega de Créteil, assimcomo dois grupos de outros países:O Ribatejo de Bruxelas e o Grupo Et-nográfico do Alto Minho do Luxem-burgo.Embora o grupo seja de Pantin, foiorganizar o Festival em Chessy “por-

que temos elementos que moramaqui e o Maire desta cidade empres-tou-nos esta sala. É difícil ter salas naregião parisiense” explica Vítor Pei-xoto.O grupo foi criado por três amigos -Ana Maria Costa, Ana Cerqueira eOlivier da Silva Ferreira - que já nãoestão no rancho. Atualmente ogrupo tem 57 elementos, que en-saiam todas as sextas-feiras. O maisnovo tem apenas dois anos. “Eu souuma das mais antigas” diz ao Luso-Jornal a cantadeira Emília Faria. “Oambiente é muito bom. Temos derespeitar todas as pessoas porquetodos temos defeitos e qualidades.É verdade que num grupo há sem-pre contos e ditos, mas temos depassar por cima e temos sabidogerir as situações”.O ensaiador é Mickael de Araújo,jovem nascido em França. “Fizemosmuitas procuras em arquivos, algu-

mas pessoas do nosso grupo nasce-ram lá e conhecem bem” explica aoLusoJornal. “Realmente eu nasci den-tro do folclore, é uma paixão que mefoi transmitida pelos meus pais. Nãopodemos conhecer tudo, mas aju-damo-nos uns aos outros e tentamosdesenvolver os nossos conhecimen-tos”.Mickael de Araújo explica que “ogrupo representa hoje um povo queexistiu há muitos anos, queremos re-criar autenticamente a forma comoviveram. Nós sabemos que é compli-cado, sabemos também que nuncavai ser perfeitamente autêntico, masvamos tentando”.O ensaiador confessa que o mais di-fícil é encontrar trajos de época.“Graças a Deus conseguimos algu-mas peças, mas está a ficar compli-cado. Os lenços autênticos estão adesaparecer ou já não os vendem.Para os tecidos, tentamos sempre ir

ao mais próximo”.O grupo participa em festivais na re-gião parisiense, “mas temos aprovei-tado para participar em Festivaisnoutras regiões de França e no es-trangeiro” explica Vítor Peixoto. Ogrupo da Casa de Santa Marta dePortuzelo já atuou na Bélgica, no Lu-xemburgo, na Suíça,…Regularmente o grupo organiza ati-vidades para recolha de fundos. Nosábado 9, no dia anterior ao Festival,o Serão de Rusgas, na mesma sala,foi também um sucesso.“As pessoas de Santa Marta são vai-dosas, nós temos de mostrar vai-dade, sorrir para dar um bom aspeto”argumenta Emília Faria, cujo grupofoi o primeiro a atuar no domingo.Vítor Peixoto diz que o grupo aindanão está em condições para ser fe-derado, mas anuncia que vão orga-nizar, com a Delegação de França daFederação do Folclore Português, umdesfile de trajes.“Há muitos grupos de folclore portu-gueses, em toda a França, têm muitajuventude, mas há muito trabalho afazer para melhorar as coisas, pararepresentar melhor o Portugal da-quela altura” diz Vítor Peixoto. De-pois, acrescenta com motivação que“as coisas estão a mudar, os jovensestão a atuar bem. Um amigo diz-memuitas vezes que ‘o bonitinho é ini-migo do folclore’ e é verdade. Nósnão devemos mostrar só as saiascom brilhinhos, não são só trajos dericos, há também os trajos de pobres.Devagarinho, os grupos têm estado amudar e nós estamos a tentar fazermudar as ideias”.

Por Carlos Pereira

Festival de folclore

A Salle Jean Vilar, em Argenteuil, aco-lheu uma ação de solidariedade a 9de novembro, organizada pelo cantorJohnny e também pelo empresárioJoão Pina.Jean Pina é da Guarda e é empresáriona região parisiense. Este ano vai vol-tar a organizar uma ceia de Natalpara crianças desfavorecidas e adul-tos carenciados, e a festa em Argen-teuil servia para recolha de fundos.Cerca de 600 pessoas, numa salacheia, aplaudiram os sete artistasque passaram pelo palco. Johnny,cantor, mas também organizador, ascantoras Sandra Helena e Céline,assim como Mickaël dos Santos, Ma-nuel Campos, Kapa Negra e DJ Rico,marcaram presença.“O importante é que muitas pessoasvieram, isto apesar de ter sido um fimde semana prolongado. É importanteporque vieram ajudar uma ação desolidariedade para o distrito da

Guarda” diz Johnny ao LusoJornal.“Apoiar idosos, deficientes, pessoasque precisam de ajuda porque nãotêm meios para viver… Eu quis orga-nizar este evento com o Jean Pinaporque ele é um amigo e sei queajuda muita gente, sobretudo pes-soas carenciadas. Para mim fazia

todo o sentido estar cá em Argen-teuil, bem como estar presente nodia 20 de dezembro na Guarda”.“Quero agradecer todas as pessoasque vieram e que contribuíram paraque este evento fosse um sucesso.Graças a elas, vamos podemos fazerum lindo jantar de Natal no Distrito

da Guarda”, assegurou o cantor por-tuguês, antes de realçar novamentea presença do público: “Claro quequeremos sempre mais quando épara ajudar, mas o importante são aspessoas que vieram e o facto de ter-mos alcançado os nossos objetivos”,concluiu Johnny.João Pina também estava satisfeito elembrou que “o projeto é destinadoao distrito da Guarda. O objetivo éajudar o distrito da Guarda, ajudar3.000 pessoas, ajudar pessoas caren-ciadas. É uma grande emoção. Osonho comanda a vida, então vamoscontinuar a sonhar num mundo me-lhor!”, concluiu o empresário.A 20 de dezembro, no Pavilhão doNerga, na Guarda, vai decorrer a CeiaSolidária de Natal para mais de milpessoas e com 11 artistas presentes:Elena Correia - madrinha do evento -, Johnny, Hugo Manuel, Filipe Nunes,Sandra Helena, João Tiago, CristinaAdrisson, Pedro Cruz, Christophe Ma-lheiro, Safira e Inv3rsus.

Por Mário Cantarinha

13 novembre 2019

Casa de Santa Marta de Portuzelo dePantin reconstituiu uma feira portuguesa em Chessy

Argenteuil: Festa na Sala Jean Vilarpara ajudar pessoas carenciadas daGuarda

LJ / Carlos Pereira

LJ / Mário Cantarinha

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LUSOJORNAL12 ASSOCIAÇÕES

Côte d’Or: Festival juntou folclore português em Longvic

A sala de festas Jean Bouhey, emLongvic, nos arredores de Dijon,viveu durante a tarde do dia 10 denovembro, ao ritmo das danças ecantares do folclore português.Numa organização do rancho fol-clórico Saudades de Portugal deDijon, este Festival contou com apresença do Grupo Folclórico dosPortugueses de Saint Étienne (42),do rancho folclórico Flores de Por-tugal de Bron (69), do rancho Ale-gria do Minho de Saint Claude (39),dos Bombinhos de Portugal deDijon (21), e claro, do grupo dacasa, Saudades de Portugal deDijon (21).Iniciado pelas 15h00, com a exibi-ção de cada grupo durante cercade 45 minutos, o Festival folclóricoencerrou por volta das 19h00 coma colocação das fitas nas bandei-ras e com a entrega de recorda-ções alusivas ao acontecimento,seguido de uma pequena me-renda antes do regresso dos visi-tantes às suas terras de residência.Parabéns à organização pelo tra-balho apresentado, como estão deparabéns todos os grupos pelabela exibição realizada esta tarde.

Andebol: Portuguesas do Clermontconvocadaspara estágio da SeleçãoA Seleção feminina portuguesa deandebol vai estagiar em Rio Maior,tendo em vista a preparação paraa Qualificação para o Euro 2020, de18 a 24 de novembro. As três atle-tas do Clermont Auvergne - JéssicaFerreira, Cristiana Morgado e Bea-triz Sousa - foram convocadas.Atletas e equipa técnica concen-tram-se na segunda-feira, 18 denovembro, em Rio Maior, para ini-ciar este estágio. A equipa técnicaé composta por Ulisses Pereira,Selecionador nacional, Artur Ro-drigues, Treinador adjunto, PedroVieira, Treinador de guarda-redes,Renata Silva, Fisioterapeuta eainda Vera Lopes, Diretora técnicaNacional.Portugal voltará a competir, emmarço de 2020, para dupla jornadacom a Macedónia do Norte, tendoem vista a qualificação para o Euro2020.

A Associação Cultural e RecreativaEstrelas do Minho de Vaulx-en-Velin,na região de Lyon, organizou no pas-sado dia 9 de novembro uma festapara celebrar os 40 anos da sua exis-tência. Este evento teve lugar no Es-paço Mosaïque, em St Priest, ondereuniu mais de mil pessoas.Estiveram presentes em palco ogrupo folclórico da casa, Estrelas doMinho, mas também os grupos Ju-ventude do Alto Minho de St Priest,Rio Lima Alto Minho de Caluire, Mo-cidade do Verde Minho e Os Lusita-nos do Minho que vieram de St.Martin d’Hères e de mais longe aindao grupo Flor do Minho de Gerzat.Depois do folclore, o grupo musicalHi-Fi, vindo de Portugal, mais pro-priamente de Viseu, foi o mais aguar-dado pelo público e animou a festaaté altas horas da madrugada.O grupo folclórico Estrelas do Minhofoi criado em 1972, mas só foi oficia-lizado administrativamente em 1979.Fez os seus 40 anos de existênciasem interrupção no passado dia 10de outubro e foi criado por amigosque queriam promover as tradiçõesdo Minho em França. Desde essadata, o grupo tem contado com umamédia de 70 elementos, que visam “aunião, de modo a formar uma grandefamília”, é este o objetivo, salientaMaria Martins ao LusoJornal.Maria Martins, uma das fundadoras eresponsável pelo grupo folclórico, ex-plica que representa Ponte da Barca,

Arcos de Valdevez, Viana do Casteloncom as suas danças - Chula, Vira,Cana Verde, Rusga -, com os seus tra-jes - Fato rico de Viana do Castelo,Fato de Ponte da Barca, Fato de tra-balho -, acompanhados semprepelos músicos e as cantadeiras. Jun-tando os instrumentos e acessóriosde época, daquela região do norte dePortugal.As Estrelas do Minho também pos-suem uma “Fanfarra”, que integra al-guns dos elementos do grupofolclórico.A Direção foi renovada este ano etem como Presidente um dos mem-bros fundadores, Manuel Martins,mas integra também o Vice-Presi-dente José da Silva, a Secretária ÉmileRodrigues, e a Vice-Tesoureira Lau-

rinda Alves Rodrigues.A Associação portuguesa de Vaulx-en-Velin sempre teve o apoio da au-tarquia. Os locais onde estãoinstalados são alugados, mas a Mai-rie disponibiliza ajudas materiais.“Temos a sede num local que aluga-mos ao mês, onde temos uma salade convívio para jantares e um salãono 1° andar para ensaios, um baronde temos a televisão para seguir-mos os jogos da Liga de Portugal eoutros programas” disse ao LusoJor-nal Manuel Martins, Presidente dacoletividade.A Associação também participa sem-pre nos eventos da cidade, quersejam sociais ou festivos. “Participa-mos nas festas da cidade de Vaulx-en-Velin, como irá acontecer agora,

no fim de semana de 6 a 8 de dezem-bro, em que iremos receber o Presi-dente da Câmara Municipal de Ponteda Barca, uma vez que temos umageminação com esta cidade”.Durante o ano, os tempos fortes daAssociação são as Festas de Natal, aFesta dos Reis, o Carnaval, a Páscoae o Festival folclórico no recinto daassociação, ao ar livre.O Cônsul-Geral de Portugal em Lyon,Luís Brito Câmara, foi convidado paraa festa de aniversário, assim como aMaire de Vaulx-en-Velin, HélèneGeoffroy. Também estiveram presen-tes o Conselheiro das ComunidadesPortuguesas, Manuel Cardia Lima e oresponsável do Banco Totta em Lyon,António Rabeca.O Cônsul-Geral felicitou o Presi-dente da Associação, Manuel Mar-tins, e toda a Direção e sublinhou aimportância das Comunidades por-tuguesas “terem associações quecontinuam a ajudar os nossos com-patriotas, que promovem iniciativasculturais e para além de sedimentare reforçar o bom relacionamento eamizade com a França”.A equipa do programa de rádio por-tuguesa Raízes esteve presente paraimortalizar este evento, fazendo re-portagem fotográfica e vídeo destafesta da Comunidade portuguesa emLyon.A sede da associação está abertatodos os dias ao público em geral,das 9h00 às 22h00, no 104 avenueFranklin Roosevelt, em Vaulx-en-Velin.

Por Patrícia Guerreiro

Na região de Lyon

As Comunidades portuguesas, nasua diversidade social e cultural or-ganizam, através do meio associa-tivo/recreativo e outros grupos, comdestaque para os Ranchos folclóri-cos, grandes eventos que recriam avivência das suas tradições, dosusos e costumes. Um fértil campo deação que honra a nossa cultura po-pular…Imagem perfeita disso foi a 5ª ediçãoda festa intitulada “Sopa da Pedra”,que se saldou por mais um grandesucesso. Uma iniciativa do Grupo Et-nográfico O Ribatejo, em Bruxelas,com estimulante variedade musicalcultural; folclore, etnografia, canto àCapela, concertinas, canção ligeira...A novidade foi mesmo a brilhanteatuação do Grupo polifónico Em-Canto ido de Paris, para uma anima-ção diferente, única!Porque a paixão pela tradição falamais alto, criaram um belo grupo deCanto à Capela, com vozes polifóni-cas, que deleitam uma qualquer pla-teia. Ao que acresce um esmeradocuidado e beleza no modo de trajar,com a justificada exultação na trans-missão da mensagem, da qual cadaum pode extrair, uma boa lição devida.

O sorriso e a boa disposição fazemparte do grupo, em cada momento,provocando uma sensação de au-tenticidade com o que representame o que desejam transmitir. A emo-ção abeira-se da gente; provimosdesse legado cultural, particular-mente ligado à nossa ruralidade.Do grupo ressalta ainda uma imagemde união e amizade, que transmite se-renidade e confiança. Conseguemcalar uma sala repleta de gente, bri-lham e são, por isso, aplaudidos! Destegrupo, do qual já há muito orgulho,transparece ainda uma grande cum-plicidade, num mesmo sentir e obje-tividade. Para além do canto erepresentação, fica ainda o exemploe a postura, que só as mulheres doNorte são capazes de transmitir.Claro que estão de parabéns. Claroque merecem muito mais que osnossos aplausos. Claro que merecemter apoios, venham eles de onde vie-rem! Muitos parabéns à Sofia Costa;a responsável, a mulher de caráter, aexcelente protagonista. E nela, a todaa “sua gente”.Bruxelas gostou, pelo que são e peloque andam a fazer! Que continuema distribuir essa alegria, com omesmo amor e paixão, que anima ecativa. Assim, a vida torna-se maisfascinante, com e pelo EmCanto!

Por António Fernandes

13 novembre 2019

Por Chico Correia

Estrelas do Minho de Vaulx-en-Velincomemoraram 40 anos de existência

Grupo polifónico EmCanto de Levallois-Perret atuou em Bruxelas

Raizes

LJ / Chico Correia

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LUSOJORNAL DESPORTO 13

O Paris Saint Germain (PSG) é olíder do Campeonato de França daprimeira divisão de futebol, a Ligue1, com 30 pontos, após o triunfopor 1-2 na deslocação ao terrenodo Brest, num jogo a contar para a13ª jornada.Os Parisienses lideram o Campeo-nato, mas também o Grupo A daLiga dos Campeões onde têm 12pontos, quatro triunfos em quatrojogos perante os Espanhóis do RealMadrid, os Turcos do Galatasaray eduas vezes frente aos Belgas doClub Brugge. Aliás o PSG já alcan-çou o apuramento para os oitavosde final da liga milionária.Em entrevista ao LusoJornal, Leo-nardo, Diretor desportivo brasileirodo PSG, e antigo jogador do Fla-mengo, abordou o bom momentodos Parisienses, e também falou dopercurso do Treinador portuguêsJorge Jesus no Brasil.

A equipa está mais completa paraganhar a Champions? Há uma certapressão?Não acho que temos pressão. Todossabemos que é um momento emque muitas mudanças aconteceram,e isso é evidente para todo o mundo.Não acho que a gente parte comogrande favorito para a ChampionsLeague, “O Paris Saint Germain vaiganhar”, isso não existe, talvez noano passado sim. Este ano, não (!),

por uma série de evidências. Mas, sepensarmos por um outro lado, é umaequipa que tem realmente grandesjogadores, que tem a possibilidadede se organizar e de se transformarnuma equipa realmente competitiva.Acho que ainda precisamos de umtempo, de um caminho para chegara isso. Mas não, não sentimos ne-nhuma pressão. Sinto que é umaequipa que está num momento dereadaptação de uma série de coisasque está a responder bem. Se anali-sarmos os resultados efetivos, hoje

estamos no primeiro lugar no Cam-peonato francês, e já nos apurámosna Champions League para os oita-vos-de-final, com quatro vitórias,algo que apenas o Bayern de Muni-que conseguiu, então acho que o re-sultado está a ser muito positivo, istoapesar de estar difícil para todo omundo.

Como está a relação entre o Ney-mar e os adeptos?A birra já passou muito até no úl-timo jogo. Depois ele lesionou-se e

acabou por estar ausente nos últi-mos jogos. Mas de certeza vai vol-tar e percebe-se que ele está adedicar-se muito para isso. Dentrodele, ele tem uma vontade grandede voltar e de continuar a históriadele que é uma história extraordi-nária. Cada passagem deixa umaaprendizagem, deixa uma mensa-gem, e vamos crescendo juntos.

Tem-se falado muito na possívelsaída do Kylian Mbappé para oReal Madrid…

Mbappé tem dois anos e meio decontrato connosco, nem tenho dediscutir sobre isso. Depois oMbappé é um jogador extraordiná-rio. E sinceramente, e já conversa-mos sobre isso, acho que está nahora de parar de falar do Mbappéaqui ou ali, porque ele está aqui.Ele vai continuar aqui. Talvez essaconversa seja fora de hora e fora delugar.

Quanto a Thiago Silva e Cavani estãoem final de contrato?Acho que são jogadores que mar-caram a história do clube, é im-portante estarmos juntos nessadecisão, temos que continuar jun-tos, caminhar juntos, há muitacoisa que pode acontecer. Achoque jogadores como eles, paraestar no clube ou para terminar, têmque fazer bem as coisas de qualquermaneira. Caminharemos juntos e de-pois devagarinho vamos tomar umadecisão.

Foi jogador do Flamengo, equipabrasileira, neste momento o clubeestá na final da Libertadores [ndr:Liga dos Campeões da América doSul] e na liderança do Brasileirão…Como ex-jogador do Flamengo enão só, como apaixonado pelo Fla-mengo, estou muito feliz. Acompa-nho tudo! Acompanho da minhamaneira, sem estar por perto,mesmo se acabo por estar pertoporque tenho contatos com muitaspessoas no clube. Fico muito felizpelo grupo de dirigentes, muitofeliz pelo Presidente Landim, pelogrupo que formaram, foram cons-truindo isso. O Flamengo chegourealmente a um ponto de ser orga-nizado, e agora chegando a umaoportunidade, são 38 anos depoisde 81, chegar de novo a uma finalda Libertadores contra o River, e nafrente do Campeonato com 8 pon-tos à frente do segundo, então re-petindo a façanha de ganhar oBrasileirão e a Libertadores, real-mente seria uma coisa extraordi-nária. Ver o Maracanã como está,ver o Rio como está vivendo tudoisso, é maravilhoso. Me faz lembrarda minha época porque tinha umque carregava todo o mundo, Zico.Carregava multidões. Agora vemosisso acontecer de novo, realmenteme dá muito muito prazer e alegria.

O Treinador é o Português JorgeJesus, acha que trouxe novidadespara o Campeonato brasileiro?É diferente. Eu acho que ele trouxeintensidade e agressividade, issofoi uma coisa que o Campeonatobrasileiro perdeu um pouco, isso émuito europeu. Ele conseguiu eacabou encontrando um grupo dejogadores que se adaptaram muitobem a isso. A resposta foi imediata,a equipa começou a deslanchar. Ébonito de ver, de ver o Maracanãdaquele jeito. Eu estive no Brasil hátrês semanas, na pausa da Seleção,fui ao Maracanã e realmente foi ummomento em que se pode tirarmuitas fotos porque vai ser faladodaqui alguns anos.

Por Marco Martins

Futebol: Paris Saint Germain lidera em todas as frentes

13 novembre 2019

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Leonardo, Diretor desportivo brasileiro do PSGfaz balanço da primeira parte da época

psg.fr

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LUSOJORNAL14 DESPORTO

Drancy frustre les Lusitanos de Saint Maur

Pour la 11ème journée de National 2, lesLusitanos ont concédé un match nul (2-2), au Stade Chéron face à la JA de

Drancy. Un partage des points quicoince les Saint-Mauriens à la 7èmeplace du Groupe A avec 15 points.Une semaine après une défaite amèreface à Sainte Geneviève (1-0), les Lusi-tanos étaient de retour à domicile poury affronter la Jeanne d’Arc de Drancy.Après une saison en National, la forma-tion du 93 retrouvait les Lusitanos dansle Championnat de National 2. Uneéquipe de Drancy qui avait souvent faitdes misères des Lusitanos par le passé,notamment quand elle se déplaçait

dans le 94 avec deux victoires en Cham-pionnat (3-1 au Plessis en 2017, 2-1 àChéron en 2018). Même si entretemps,la Coupe de France avait permis, la sai-son passée, de voir les Lusitanos élimi-ner Drancy au 7ème Tour.Malgré l’absence de nombreux joueurs(Dicko, Edu, Naïm, Sakho, Silva, Viegas,…), les Saint-Mauriens entraient commeil se devait face à la JAD. Sur le terrain,les spectateurs présents comprenaientmieux la position de relégable (14ème)de la formation drancéenne. Sur les

premières occasions, Farid Beziouenverra deux de ses frappes hors cadre.Mais à la demi-heure de jeu, c’est le bu-teur saint-maurien qui allait servircomme il se doit Arnold Temanfo quitrompait le portier de la JAD de la têtepour l’ouverture du score méritée (1-0,29 min). Seulement cette saison, lesscénarios ne manquent pas de piquantavec les Lusitanos. Sur un ballon enprofondeur, Alexandre Bouchard vientà l’encontre d’un joueur drancéen. L’ar-bitre n’ayant pas d’autres alternatives

que de constater la faute et expulser leportier saint-maurien à la 34ème mi-nute.

Une heure à 10contre 11La sanction sévère allait l’être d’autantplus que derrière, Sanogo ne se faisaitpas prier pour placer le ballon hors deportée de Yirango (1-1, 39 min). Etcomme si le destin allait s’acharner surles Lusitanos, profitant du coup pris à latête, Dramane Koné enfonçait le clou endonnant l’avantage, presque inespéré,à Drancy juste avant la pause (1-2, 43min).Mais il n’en fallait pas plus pour remo-tiver les Lusitanos qui dès le retour desvestiaires revenaient à la marque aprèsun numéro de Farid Beziouen dans lasurface, bien servi par Philipo Kleisch (2-2, 53 min). Un score nul et vierge quin'arrangeait personne au final compta-blement.Toujours abonné à la 7ème place duGroupe A avec 15 points, les Lusitanosauront maintenant deux semainespour préparer la réception d’Epinal etrenouer avec la victoire le plus rapide-ment possible.

Par Eric Mendes

National 2

13 novembre 2019

Ah qu’elle fait du bien cette victoire! Deretour à Carpentier samedi dernierpour son véritable premier match à do-micile, le Sporting Club de Paris a inau-guré de la plus belle des façons sonnouveau parquet en réalisant un su-perbe match et surtout en sortant vic-torieux (5-3) de cette confrontation avecune intéressante équipe de ToulouseMétropole.Le nombreux public garnissant les gra-dins du gymnase Carpentier assisteraau coup d’envoi symbolique donné parM. Rabadan, Conseiller au sport à laMairie de Paris et par M. Honoré Carle-simo, Président de l’association LouisCarlesimo.Il en suivra un très beau match de futsaldisputé par deux équipes, proposant àla fois, un jeu très rapide et fluide fait deredoublement de passes et une dé-fense bien organisée soucieuse de tou-jours garder le ballon dans l’aire de jeu.Ce jeu à 100 à l’heure associé à la duréedes actions a d’ailleurs parfois perturbéle corps arbitral dans ses décisions.Sous les yeux de Pierre Jacky, le Sélec-tionneur national, le Sporting Club deParis met la pression sur son adversairedès le début de la rencontre. Au jeu vifdes Parisiens, les Toulousains offrentune défense solide et concèdent peu

d’occasions. A la 4ème minute, Teixeiraoblige Caique, le gardien toulousain, àun bel arrêt du pied pour sauvegarderson but inviolé. Dominateurs, leshommes de Rodolphe Lopes se fontnéanmoins surprendre sur un corner,bêtement consenti, repris au secondpoteau par De Los Santos (0-1, 10 min).Les Parisiens repartent de l’avant etproposent de belles actions collectiveset se procurent enfin de véritables oc-casions. Après des échecs de Tchapt-chet et de Fabricio, c’est encore une foispar son vaillant Capitaine Camara quele Sporting Club de Paris revient auscore. Comme à chaque match mainte-nant, Camara réussit une reprise devolée sur corner qui fait se lever le pu-blic (1-1, 10 min).Pour sa première apparition avec sonnouveau club, Caio s’illustre dès son en-trée en jeu à la 17ème minute en expé-diant un bolide de très loin qui passeau ras de la transversale toulousainemais surtout en faisant une passe dé-cisive à Fabricio qui marque à l’issued’une nouvelle belle action collective (2-1, 18 min).Les hommes de Marcelo Serpa tententalors de répondre mais toutes leurstentatives sont brillamment stoppéespar Thiago Soares le solide portier pa-risien.Cette première mi-temps se termine lo-giquement à l’avantage d’un SportingClub de Paris dominateur.A la reprise, il ne fallait pas être en re-tard car après seulement 15 secondesde jeu, Fabricio trompe une nouvellefois Caique d’un tir dans le petit filet (3-1). Ne se relâchant pas, les Parisienscontinuent leur jeu offensif et rapide,n’offrant que peu d’espace à leurs ad-

versaires qui résistent bien par des ac-tions également enlevées.Les occasions se multiplient. C’estd’abord Segura dont le tir est dévié parle gardien occitan puis c’est Willy quivoit son tir toucher le poteau parisien.Caio se montre une nouvelle fois décisifdans ce match en remisant pour Fabri-cio qui marque son 3ème but personnelà cette occasion (4-1, 25 min).Le jeu offert est très plaisant pour lesspectateurs mais il est très exigeantpour les acteurs et la fatigue se fait sen-tir chez les joueurs du Toulouse Métro-pole. De leur côté les Parisiens, quientrevoient enfin une victoire qui leuréchappe depuis quelques matchs, nelâchent rien et maintiennent leur em-prise sur ce match.Passés à 5 joueurs de champ avec leurgardien du but dans le jeu, les Toulou-sains tentent de revenir au score maisse heurtent à une solide défense pari-sienne.A la 34ème minute, Fabricio s’offre un

quadruplé en scorant une nouvelle fois,étant à la conclusion d’une énième ac-tion collective menée par Segura et Ca-mara (5-1).Toulouse Métropole profite d’un petitmoment de déconcentration de la dé-fense du Sporting Club de Paris pourmarquer un deuxième but par Barake,qui subtilise le ballon dans les piedsd’un Parisien à 6 mètres du but (5-2, 35min).Il reste alors moins de cinq minutes àjouer et les 2 équipes se rendent couppour coup. Aux tentatives de Zé Carlos,Marcelo et Caique (le gardien), les Pari-siens répondent par Fabricio (intena-ble), Teixeira (retrouvé) et Caia(prometteur). Toulouse Métropole serarécompensé à 30 secondes du termede la rencontre par une réalisation deZé Carlos (5-3).Face à une belle équipe de ToulouseMétropole, cette victoire du SportingClub de Paris n’en est que plus belle.Après leurs dernières belles prestations

restées infructueuses, les Parisiens sontenfin récompensés et payés de leursefforts. Le fait d’évoluer à nouveau dansleur gymnase a certainement aidé àcette victoire et il ne faudrait pas regret-ter à la fin de la saison d’avoir dû jouerles deux premiers à domicile… hors deCarpentier.Bravo à cette équipe parisienne qui aenthousiasmé le public samedi!Le Sporting Club de Paris a montrél’étendue de son talent et, sur ce qui aété montré sur le terrain, peux battren’importe quel adversaire. Les deuxprochains matchs vont être autantd’occasions offertes aux Parisiens deconfirmer cela. Il s’agit de deux dépla-cements difficiles: à Nantes le di-manche 17 novembre, puis à Toulon lesamedi 23 novembre.Rappelons que le slogan du SportingClub de Paris est «Ensemble tout estpossible», alors faisons leur confiancepour ramener des points de ces 2 déli-cats voyages.

Par RDAN

Futsal

US Lusitanos 2-2 JA Drancy

Mi-temps : 1-2Spectateurs: 300Arbitre : M. KaniButs : US Lusitanos: Temanfo (29 min)et Beziouen (53 min); Drancy: Sanogo(39 min), Koné (42 min)Avertissements : Lusitanos: Sert (27 min), Autret (65 min), Beziouen (67 min); Drancy: Traoré (15 min), Camara (89 min)Expulsion : Lusitanos: Bouchard (34 min)US Lusitanos : Bouchard; Temanfo,Sert, Gnahoré (Cap.), Dassé; Boudje-maa, Autret, Niakaté, Kleisch; Dramé(Yirango, 36 min), Beziouen. Entraî-neur: Bernard BougerDrancy : N’Dingha; Moury (Diarra, 46min), Ekani (Cap.), Penel, Miriezolo;Camara, Sanogo (Romney, 78 min),Traoré, Quehan (Vidot, 65 min);Kumbi, Koné. Entraîneur: PhilippeLemaître

Le Sporting Club de Paris de retour à la maison…et victorieux!Sporting Club de Paris 5-3Toulouse Métropole

Buteurs : Sporting Club Paris: Fabri-cio x4 et Camara. Toulouse Métro-pole: De Los Santos, Barake et ZéCarlos

Lusitanos de Saint Maur / EM

SCP

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LUSOJORNAL DESPORTO 15

BOA NOTÍCIA

Nem um cabelose perderáO Evangelho do próximo do-mingo, dia 17, faz parte dos famo-sos discursos sobre o “fim dostempos” que encontramos nor-malmente nas últimas celebra-ções do ano litúrgico (de facto,está à porta o novo ciclo de leitu-ras - ano A -, que começará no dia1 de dezembro, com o primeirodomingo do tempo do Advento).Já aqui vos falei do género literá-rio apocalíptico e de como estestextos, apesar das imagens espe-taculares e aterradoras que utili-zam, normalmente procuramveicular uma mensagem de espe-rança. O Evangelho do próximodomingo insere-se plenamentenesse filão: «Há de erguer-sepovo contra povo e reino contrareino. Haverá grandes terramotose, em diversos lugares, fomes eepidemias (…) deitar-vos-ão asmãos e hão de perseguir-vos, en-tregando-vos às sinagogas e àsprisões, (…) por causa do meunome». Esta página do Novo Tes-tamento é um convite a não per-der nunca a coragem e aesperança, mesmo nos momen-tos mais difíceis da nossa vida,porque «nenhum cabelo da vossacabeça se perderá».Porém, apesar do género literárioutilizado, o discurso de Jesus nãopode ser considerado puramentemetafórico ou simbólico. As per-seguições foram (e são...) umarealidade terrível. Para muitos denós, as palavras de Jesus prova-velmente soam distantes danossa realidade, mas não nos es-queçamos que, infelizmente,neste preciso momento, váriosnossos irmãos e irmãs vivem a as-sustadora realidade que Ele des-creve. Sofrem entre «guerras erevoltas», «fomes e epidemias» esão «perseguidos e entregues àsprisões». Rezemos por todos eles.Para que a paz volte às suas terrase para que, fiéis à própria fé, con-sigam testemunhar o amor e per-doar aqueles que os perseguem.

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:Paroisse de St. Honoré d’Eylau71 rue Boissière75116 ParisDomingo às 9h30

Vendredi soir, au stade DominiqueDuvauchelle, les Béliers bouclaientleur série de chocs face au troisièmedu National FFF, Villefranche Beau-jolais. Après avoir longtemps cru re-nouer avec le succès, les Cristoliensont finalement cédé dans les der-niers instants (2-2).Passer d’un extrême à un autre.Entre le match de Pau la semainedernière et celui de ce vendredi, leshommes de Carlos Secretário vien-nent de connaître les deux côtésd’une remontée au tableau d’affi-chage dans les dernières minutes.

Celui rempli de joie avec un but li-bérateur après être revenu de l’en-fer. Et l’autre, qui laisse un goût amercomme après s’être fait assommerpar les Caladois au bout du tempsadditionnel.Pourtant cette soirée a longtempsfailli être celle où les Béliers pou-vaient repartir de l’avant. Car si elleavait mal commencé avec un pe-nalty concédé par De Taddeo etconverti par Robinet, lui-même vic-time de la faute (0-1, 6 min),Créteil/Lusitanos s’est rapidementréveillé. Comme contre Béziers il y adeux mois, les locaux reviennent vitedans la rencontre, Diallo remisant enune-deux avec Baal avant de trom-per la vigilance de Sauvage (1-1, 16min).

Le retour des vieux démonsMieux dans la rencontre, les Bélierscomptent tout de même sur Véron,de retour sur sa ligne, pour sortirdeux belles occasions adversesd’Agounon (32 min) et Renaut (33min) avant de porter le coup degrâce. Au terme d’une occasion par-faitement construite, Mokdad éli-mine la défense caladoise en unepasse latérale, Pancrate n’ayant plusqu’à finir dans le but vide (2-1, 35min).Devant au score, les Val-de-Marnaispeinent toutefois à tenir le rythmeen seconde période.

Alors qu’ils tiennent une victoire quiles fuit depuis bientôt deux mois enChampionnat, ces derniers reculentet subissent les assauts de Ville-franche, déterminé à égaliser. Vérondoit encore claquer une frappe deTaufflieb qui partait au fond poursauver les siens (64 min). Mais si l’USCréteil/Lusitanos tient bon, ellereste impuissante tout comme sonportier sur le tir de Flegeau dans letemps additionnel (2-2, 90+2 min).Avec ce match nul qui fait chuterCréteil/Lusitanos à la 10ème placeau classement, les Cristoliens peu-vent avoir des regrets. Car si ce pointlaisse un goût amer, la série face auxtrois premiers, ponctuée par deuxmatchs nuls et une défaite, laisseaussi un sentiment d’inachevé.

Par Daniel Marques

National / US Créteil/Lusitanos

Mantenha uma alimentação saudável...Este é um dos aspetos mais impor-tantes para manter ou melhorar asua saúde. Alimentar-se de formaequilibrada tem muitos benefícios:assim sendo, continuamos a proporreceitas saudáveis e económicas.

Ingredientes(para 6 pessoas)200 g de polpa de maracujá200 g de queijo mascarpone150 g de flocos de aveia250 g de açúcar100 g de manteiga0,4 L de natas

PreparaçãoPara preparar esta receita de Chee-secake, numa taça, coloque os flo-cos de aveia, a manteiga e 50 g doaçúcar e envolva muito bem deforma a ficar tudo ligado. Forre o

fundo de uma forma ou tarteira comesta massa, pressionando bem comos dedos.Bata o queijo mascarpone com asnatas e 100 g do restante açúcar atéobter um creme consistente. Deite-o sobre a base de aveia, alise comuma espátula e leve ao frio por cercade 2 horas.Passado o tempo indicado, coloquea polpa de maracujá numa frigideiracom o restante açúcar, leve ao lumee deixe cozinhar cerca de 5 minutosou até ficar um género de doce demaracujá. Retire e deixe arrefecer.Depois de desenformar o Cheese-cake, espalhe o doce de maracujásobre o creme branco e sirva de se-guida com decoração a gosto.

Sugestão: As receitas de aveia sãodas mais procuradas. Por isso, por-que não preparar um Cheesecake demaracujá e aveia? Sendo que mara-cujá também é muito apreciada,este Cheesecake tem mesmo uma

combinação fantástica de ingre-dientes.Nota: Em geral esta receita é confe-cionada mais ao verão, mas podeser uma boa sugestão para a época

festiva que se aproxima a passoslargos.Vinho: Para esta receita recomendoum vinho Moscatel de Setúbal bemfresco.

Na cozinha do VitorCheesecake de Maracujá e AveiaPor Vítor Santos

US Créteil/Lusitanos 2-2 FC Villefranche Beaujolais(2-1 à la mi-temps)Stade : Dominique Duvauchelle, à CréteilPublic : 662 spectateursArbitre : M. UstaritzButs : Diallo (16 min) et Pancrate (35min) pour Créteil/Lusitanos; Robinet(5 min s.p) et Flegeau (90+2 min)pour VillefrancheAvertissements : Pelletier (54 min)et Pardal (61 min) pour Créteil/Lusi-tanos; Cabaton (21 min), Agounon (27min) et Martin (47 min) pour Ville-francheCréteil/Lusitanos : Véron; Pardal, DeTaddeo, Dauchy, Pelletier; Pereira,Buaillon (Cap.), Baal (Llambrich, 74min); Mokdad, Pancrate (Habbas, 60min), Diallo (Diarra, 83 min). Entraî-neur: Carlos Secretário.Villefranche : Sauvage: Cabaton (Ca-loin, 46 min), Renaut, Martin; Agou-non (Dadoune, 65 min), Sergio (Cap.),Taufflieb, Flegeau, Ndiaye; Benedick,Robinet (Dutournier, 83 min). Entraî-neur: Alain Pochat.

Un point au goût amer pour les Cristoliens

USCL

13 novembre 2019

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