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EDITORIAL

EXPEDIENTE

Editada pelos alunos da disciplina de Mí-dia Impressa, a revista Humor & Tal trata, como

seu próprio nome já diz, de todos os tipos de humor, com o objetivo de alegrar e, ao mesmo

tempo, levar informação aos seus leitores. Nesta edição, a revista aborda, através de reportagens, entrevistas e artigos, o dia a dia

dos profissionais de um circo, a responsabili-dade do Jornalismo com o humor, o medo que o palhaço provoca em algumas pessoas, o riso como auxílio no tratamento de doenças, entre

outros assuntos que você pode conferir a partir daqui. Boa leitura! Esperamos que chegue ao

final com um sorriso no rosto.

Reitor: Isidoro ZorziDiretora do CECC:Marliva Vanti GonçalvesProfessora de Mídia Impressa: Alessandra RechCoordenação: Gabriel M. PiccoliJayne Tondello Projeto Gráfico e Diagramação: Amanda MarconCamila GonçalvesMaria Angélica Crippa LainRodrigo ChernhakTexto: Aline Tomazoni Charlene CharãoDiogo Alex Elzinga Eloá Marchetto Zuccolot Fernanda Zanol Luís Gustavo DamoRosane de Conto Suelem Carissimi Lunardi Suélen Cristina Bastian Fotografia:Daniela Faccin Tatiane Edilia Bertoletti MantovaniThaís Joana Tomiello Yasmin F. M. dos SantosDez/2011

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Foto: Milena Leal

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A história da Folheca se confunde com a própria história do humorismo na Serra gaúcha. Atualmente, de acordo com Jefferson Paim, idealizador do jornal, é o único “100% humor do Estado do Rio Grande do Sul”. A primeira edição circulou em 10 de abril de 1992. Intitulado naque-la época como O Pacú, tinha edições de quatro páginas, copiadas por xerox e foi um sucesso, tanto que os criadores do jornal foram convidados por Jorge Bruxel, diretor do jornal O Farroupilha, para edi-tarem o jornal nesse veículo, oferecendo a estrutura necessária para o jornal ser impresso em gráfica. Em troca, alguns exemplares sairiam encartados no jornal O Farroupilha. Com ajuda dos funcioná-rios do jornal, sai então a primeira edição impressa de um jornal totalmente humo-rístico na Serra gaúcha, no dia 24 de abril de 1992. Cada exemplar era vendido por 500 cruzeiros e alguns anúncios ajuda-vam a pagar as despesas. Depois de mais duas edições, o Pacú acabou. Cinco anos depois, Paim conti-nuava a pensar na retomada de trabalho para pôr novamente o jornal em circula-ção, no entanto, era necessário um inves-timento em equipamentos e na profissio-nalização na venda de anúncios. Surge então Jean Carlo Lautert, antigo compa-nheiro na distribuição do Pacú. Ele seria o vendedor, Jefferson Paim o diagramador e as reportagens seriam feitas pelos dois. John Madruga completava a equipe com os seus cartuns, sendo mais tarde substi-tuído pelo cartunista Ale. Equipe reestruturada, ocorre a mudança no nome do jornal. Paim lembra de um momento em que disputava um jogo de tabuleiro chamado “Academia”, na casa de um amigo, quando surge o vocábulo folheca na disputa, e um dos participantes faz o seguinte comentário: “Folheca: nome de um jornal oposicionis-ta do interior do Nordeste”. “A resposta, claro, não colou, considerando que Folhe-

ca significa floco de neve, porém, é um bom nome para um jornal desse tipo”, diz Paim. Mudanças feitas, ocorre o lan-çamento da primeira edição da Folhe-ca, que inicia sua circulação em 14 de novembro de 1997. No entanto, foram somente mais oito edições e a Folheca deixou de circular. Somente em abril de 2002, já com Fernando Béria na comercialização de anúncios, Jefferson Paim na redação e Ale nos cartuns, a Folheca volta com força total e circula até hoje, divertindo as pessoas todos os meses. Em maio de 2010 a Folheca Bento Gonçalves, em parceria com Paulo Cezar Béria, se jun-ta à família. O formato também ganhou a TV, com paródias de programa de auditó-rio, reality shows e afins. O grupo tem es-paço às quartas-feiras, a partir das 19h, no Canal 14 da Net, o que lhe rendeu a cobertura (patrocinada) da Copa do Mun-do da África do Sul, em 2010. Hoje são mais de mil assinantes, espalhados por diversas partes da re-gião e alguns até em outros estados, que contribuem com um valor anual de R$ 20 para receberem o jornal em seus domi-cílios, sem contar com os mais de 6 mil exemplares que são distribuídos de for-ma gratuita em todos os estabelecimen-tos que possuem anúncios veiculados no jornal. Toda parte da redação é feita por Paim, em sua própria residência, onde seleciona as matérias a serem publica-das. Pelo email do jornal, [email protected], os leitores encaminham piadas e matérias que gostariam que fizessem parte da edição. A impressão é feita no jornal Pioneiro, em Caxias do Sul. Independente e divertido, o Fo-lheca em geral tem suas brincadeiras bem aceitas pela comunidade. Apenas um processo judicial, em andamento, faz parte de sua trajetória.

Charlene Charão e Rosane de Conto

Há quase 20 anos, criatividade e humor mantêm jornal em Farroupilha

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DI M P R E S S AVERSÃO

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O FAZ-DE--CONTA DA

ALEGRIATexto e fotos:Diogo Elzinga e Thaís Tomiello

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DICA HUMOR & TAL: VALE A PENA ASSISTIR!

“Respeitável público”. Talvez essa seja uma das frases mais clássicas quando o assunto é circo, mas ta-manho respeito nem sempre condiz com a realidade dos palhaços e trapezistas do picadeiro. O Circo Orlando Orfei, de São Paulo, ganhou os direitos do original italiano durante seis meses. Nesse pe-ríodo, instalou-se em Caxias do Sul para satisfação de todos que, há muito tempo, desejavam ver a alegria e a habilidade dos artistas circenses. Só que essa alegria não se estende para trás das cortinas do palco. Quando o assunto é humor, muitos se mostram desanimados, sem muita perspectiva de crescimento e, principalmente, desti-nados a fazer algo que já vem de família há gerações. Isso não repercute diretamente no picadeiro, mas de alguma forma podemos observar o serviço puxado do trapezista que faz as acrobacias, termina o número, corre, troca de roupa, vende a pipoca, troca de roupa novamente

e se prepara para entrar no Globo da Morte. O modo de vida dos artistas também é complica-do. Trailers sem a mínima higiene, cães soltos para todos os lados, roupas sujas estendidas nos varais. Mas isso não parece afetar, de maneira alguma, o espetáculo pre-parado para o público: muito pelo contrário, quem assiste não imagina o que se passa por trás de cada rostinho ma-quiado e cada figurino detalhado. Segundo José Carlos Pimentel, responsável pelo Marketing do espetáculo, o grupo trabalha constantemen-te com o improviso, com a graça e com a interação com o público. Dessa forma, contribui para que as pessoas sin-tam-se mais integradas ao contexto das apresentações. O Circo, que conta com cerca de 20 anos de es-trada e exibe 12 atrações dos mais variados tipos, ficou em Caxias até o dia 7 de novembro, e promete voltar mais vezes.

MEIA-NOITE EM PARISTítulo original: (Midnight in Paris)Lançamento: 2011 (EUA, Espa-nha)Direção: Woody AllenAtores: Owen Wilson, Rachel McA-dams, Kurt Fuller, Mimi Kennedy.Duração: 100 minGênero: Comédia RomânticaSinopse: Gil (Owen Wilson) sempre idolatrou os grandes escritores americanos e quis ser como eles. A vida lhe levou a trabalhar como roteirista em

Hollywood, o que se por um lado fez com que fosse muito bem remunerado, por ou-tro lhe rendeu uma boa dose de frustra-ção. Agora ele está prestes a ir a Paris ao lado de sua noiva, Inez (Rachel McAda-ms), e dos pais dela, John (Kurt Fuller) e Helen (Mimi Kennedy). John irá à cidade para fechar um grande negócio e não se preocupa nem um pouco em esconder sua

desaprovação pelo futuro genro. Estar em Paris faz com que Gil volte a se questionar sobre os rumos de sua vida, desencadeando o velho sonho de se tornar um escritor reconhecido.

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Nos bastidores do circo, a face tristonha

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Apesar de a maioria das pessoas ligarem a figura do palhaço ao humor, à alegria e ao riso, também existem aquelas que não podem ver um nariz vermelho e rostos pintados excessivamente que já saem correndo. Essas pessoas possuem a chamada Coulrofobia, mais conhecida como medo de palhaço. De acordo com a psicanalista e profes-sora da Universidade de Caxias do Sul Ro-sita Esteves, as fobias são expressões de um temor associadas a um desejo proibido. É um conflito que ocorre den-tro da pessoa e, para não haver a angústia, se elege um objeto es-pecífico que, na maioria das vezes, vem de uma experiência traumáti-ca ou de algo que lhes apavorou em algum momento da vida. Ou seja, todas as fobias têm uma causa interna que leva a um objeto externo, nesse caso o palhaço. Normalmente, ao deparar-se com algum indivíduo vestido de palhaço, es-sas pessoas costumam ter ataques de pânico, perda de fôlego, arritmia cardíaca, suores e náu-seas.

Tudo isso pode parecer estranho e inco-mum para muitos, mas não é raro de acontecer, principalmente entre crianças. Recentemente, em uma pesquisa feita pela Universidade de She-ffield, no Reino Unido, com 250 crianças de 4 a 16 anos, todas alegaram terem medo de palha-

ços e não gostarem de decorações baseadas neles. Rosita Esteves destaca ainda que existe tratamento para o medo de palhaço. O mais adequado é uma psicoterapia, oportu-nizando ao sujeito a compreensão do seu sintoma, entendendo o porquê dessa fobia e as razões ocultas dela. Na medida em que ele vai se desco-brindo, vai perdendo o

medo. Ela ressalta também que existe diferença entre medo normal e o medo patológico. Medo normal é o também chamado medo protetor, que faz com que as pessoas tenham atitudes que evi-tem perigos, como o medo de altura; já o medo patológico, ou medo racional, não tem razão de existir.

PALHAÇO

ENGRAÇADO OU ATERRORIZANTE?

Existe tratamento para a CoulrofobiaFernanda Zanol

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A figura do palhaço tem a função de alegria, de um ser trapalhão, uma espécie de criança grande, mas por algum motivo particu-lar, algumas pessoas o veem como alvo de fobia e passam a ter pavor de cruzar com algum deles por aí. Inclusive, muitos filmes já abordaram o palhaço como uma figura aterrorizante, como o famoso longa It, do diretor Tommy Lee Walla-ce, que em 1986 conseguiu assustar toda uma geração de crianças com o palhaço Pennywise. Além deste, também há um palhaço assustador no filme Poltergeist, que não falava mas apa-recia inesperadamente em todos os lugares, e o conhecido palhacinho de Jogos Mortais, um

boneco criado pelo vilão da trama, Jigsaw, para assustar suas vítimas. Engraçados para alguns, aterrorizantes para outros, o fato é que os palhaços sempre fo-ram e continuarão sendo o símbolo máximo do humor. Enquanto algumas pessoas fogem de-les, a maioria continua rindo e se divertindo com as suas palhaçadas. E esse é um dos intuitos do humor: provocar algum tipo de emoção nas pes-soas. Infelizmente, quando o assunto é palhaço, nem sempre podemos dizer que o resultado é bom. Mas eles continuam firmes e fortes, com seus narizes vermelhos e dando cambalhotas por aí.

Símbolo máximo do humor

Alessandra
Barrer
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DICA HUMOR & TAL: VALE A PENA ASSISTIR!

Título original: (Mujeres al Borde de un Ataque de Nervios)Lançamento: 1988 (Espanha)Direção: Pedro AlmodóvarAtores: Carmen Maura, Antonio Banderas, Julieta Serrano, Rossy de Palma.Duração: 89 minGênero: ComédiaSinopse: Em Madri, Pepa Marcos (Carmen Maura), uma atriz que está grávida mas ninguém sabe, é abandonada por Ivan (Fernando Guillén), seu amante, e se desespera

tentando encontrá-lo, pois deseja que ele lhe explique por que a deixou. Enquanto tenta falar com ele, recebe a visita de Candela (María Barranco), uma amiga que se apaixo-nou por um desconhecido e descobriu que ele é um terro-rista xiita. Mais tarde chega ao apartamento Carlos (An-tonio Banderas), o filho de Ivan, acompanhado de Marisa (Rossy de Palma), sua noiva, pois os dois estão procuran-do um imóvel para alugar. Marisa bebe um gaspacho cheio de soníferos, que Pepa tinha preparado para Ivan, mas a confusão realmente acontece quando Ivan vai para Esto-colmo com Paulina Morales (Kiti Manver) e Lucia (Julieta Serrano), a mulher de Ivan, planeja matá-lo.

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Os Médicos do Sorriso sur-giram em Caxias no ano de 2004 e desde então tornam a rotina hospita-lar mais alegre, inspirando confiança para as cerca de 90 mil pessoas que já receberam visita do grupo. Me-diante patrocínios, os 11 atores, com formação em teatro, passam pelos hospitais levando alegria, gargalha-das e esperança para os enfermos. Em 2012, a previsão é de que este-jam atuando no Hospital Geral. O trabalho é inspirado nas ideias do médico norte-americano Hunter “Patch” Adams, que com sua trupe de palhaços viaja para áreas críticas do mundo, de pobreza, de

guerra, espalhando alegria. Além de médico, humorista e intelectual, Patch é também um ativista em busca da paz mundial, que leva uma mensagem de amor ao próximo que, se pratica-da por todos, certamente irá mudar o mundo para melhor. No Brasil, o traba-lho começou com o grupo Doutores da Alegria (www.doutoresdaalegria.org.br), sem fins lucrativos, que já realizou mais de 800 mil visitas a crianças hos-pitalizadas no Sudeste. Mais informa-ções: www.saladeensaio.art.br

ALEGRIA CONTAGIANTE

MULHERES À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS

Júlio Soares, Divulgação

Suelem Lunardi

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O prazer de umprofissional do riso

O humor surgiu nos primórdios gregos. Os huma-nos são os únicos que riem, é a maneira mais saudável de demonstrar felicidade. Atualmente muitas pessoas utilizam-se do humor como profissão, além de fazer as pessoas sorrirem, ficarem felizes, também proporciona o bem-estar ao profissional, de acordo com Jair Kobe, mais conhecido como O Guri de Uruguaiana. Segundo ele, o humor está ligado à arte de viver bem, com qualidade de vida. A pessoa bem humorada tem menos estresse, con-segue ser mais criativa nas tomadas de decisões, contri-bui com as relações humanas e deixa o ambiente saudá-vel, mais tranquilo. O humor sempre é o gênero preferido do público. Uma peça de drama, com mais reflexão, exige um público mais seleto e diferenciado, não atinge o espectador em geral. O mesmo humor não atinge todas as categorias, mas a vontade de descontrair é a mesma: “Todo mundo gosta de se divertir, não que seja alienante, bem pelo con-trário, humor pode ser politizado, ser informativo”, afirma. Segundo Kobe, todas as peças de humor têm a finalidade de divertir e entreter, mas cada um procura o seu artista, o seu programa, sua peça de teatro... Para Kobe, a maneira de manter o sucesso é por meio do trabalho. A utilização das mídias, redes sociais,

Jair Kobe, o Guri de Uruguaiana, defende que o humor estáligado à arte de viver bem L

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Aline Tomazoni

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da internet, são estratégias importantes, mas o principal diferencial é a renovação permanente. Para manter o pú-blico ligado é necessário estar a par da atualidade, já que hoje é tudo muito rápido, muito online. “As pessoas buscam coisas do dia a dia, as pes-soas querem informação. É isso que o público está que-rendo. O sucesso do personagem ocorre também porque eu trabalho demais para isso”, define.

DICA PARA DAR RISADA:

www.naointendo.com.br

www.naosalvo.com.br

www.drpepper.uol.com.br

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DESPERTAR

A dramatização por meio do palhaço é uma forma de despertar a felicidade das crianças e o inconsciente dos adultos. As crianças aprendem brincando e os adultos voltam a ser crianças, esquecendo da correria do dia a dia e se entregando à diversão. Um exemplo de profissional que desperta sorri-sos e cativa pessoas é a palhaça Bolacha (foto, à esquer-da), uma professora de matemática de séries iniciais que em seu tempo livre leva a vida na brincadeira, encarna o personagem e promove a alegria, despertando muitos sorrisos na criançada: “Viro outra pessoa quando estou fazendoumacriançasorrir”,afirma.

Humor & Tal: Qual o significado de sorriso para você?Rosiane e Silva Velho: Para mim é ALEGRIA, pois par-ticularmente nunca consigo sorrir se não estou bem. Isso acontece principalmente com a criança, que consegue chorar e logo começar a sorrir, mas em hipótese alguma vai sorrir se estiver triste.

Humor & Tal: Qual a sensação em despertar um sorri-so em uma criança? Rosiane: Acredito que posso comparar com a sensação depulardepara-quedas,aadrenalinaficaamil,écomoum vício, sempre quero mais sorrisos. Volto a dizer: a

criança é só emoção, por isso é bem difícil fazer ela sorrir de verdade. Se estiverem sorrindo, é porque gostaram.

Humor & Tal: De que maneira o sorriso contribui para o desenvolvimento humano?Rosiane: Já estudei autores em neurociência que con-cluíram que a sensação de bem-estar faz multiplicar as sinapses, ou seja, há aumento no número de conexões neuronais. O sorriso é uma consequência de bem-estar, logo, muito importante no desenvolvimento da pessoa.

Humor & Tal: Quando o sorriso está estampado no rosto de uma criança, qual seu sentimento? Rosiane: FELICIDADE e tranquilidade, pois sei que essa criança está feliz, está se desenvolvendo normalmente. Amo crianças e adoraria que todas sorrissem o tempo todo.

Humor & Tal: Quando você não está em um bom dia para encarnar o personagem, qual a tática para atuar? Rosiane: Quando coloco a roupa, principalmente quando pinto o rosto, me transformo em outra pessoa, sem an-gústias ou tristezas. A minha vida se transforma na vida da BOLACHA.

Aline Tomazoni

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DE UM SORRISO Divulgação

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Lembro-me vagamente dequando cursava magistério. Paraentender a criança, a professorabrincadeserumadelas.Acriançaéumserdivino,comumaenergiainesgotável, e para disputar suaatenção, só usando o bom-humormesmo.Paraatrairacriançadanãoéfácil,paraissotivequeaprendera ensinar de uma forma dinâmicae os resultados foram excelentes.DuranteosquatroanosdecursojáfizpapeldeÍndia,BrancadeNeve,Italiana,Vênus,entreoutras. E cadaaulaeraumdesa-fio,poisalgumasvezesesseméto-do se tornava um “tiro no pé” e a“chavedabagunça”.Darumaauladescontraídanãoépassarumcon-teúdo sem planejamento e de for-ma desorganizada, pelo contrário,é transmitirumconteúdobempla-nejado, porque a aula em que seutiliza o senso de humor tem queterumaligaçãointerdisciplinarcomofocodoconteúdo,eorealeima-gináriodacriança. Naeducação,ohumor faztoda diferença, pois o aluno pres-taatençãocommais facilidadedoquenaquelasaulastodasregradasde formalidade. Bom-humor paraensinaréoquerealmentefazumaaula produtiva no aprendizado doeducando,poisnossocérebroten-dealembrar-sedoqueéengraça-do.Quervercomoissoéverdade?Quantasvezesvocêriusozinhonaruaporqueselembroudealgoquelhefezrir?Muitasvezes,né? Issoporqueohumortemodomíniodanossaatençãotantopo-sitivamentecomonegativamente.Eosprofessoresquesabemplanejaraulas cheias de brincadeiras quecausamsorrisosnascriançaseaomesmo tempo são organizadas,certamente darão uma excelen-teaulaeatingirãoseuobjetivodeplantaroconhecimentonocoraçãoda criança. Aprender rindo ajudamuitoaentenderosconteúdosmaiscomplicados, como matemática, easferramentassãodiversas,como:teatro, música, piada relacionadaà disciplina, charges... Portanto, adiversão,comequilíbrio,éaminhadicaparatransformaraeducação.

Nos últimos tempos o hu-morvemsetornandocadavezmaispresenteno jornalismobrasileiro.Ojornalismo esportivo, por exemplo,encontracadavezmaisespaçonosmeios de comunicação, principal-mentenaTV.Onovojeitodefalardeesportevemarrematandoumanovafatiadepúblicoqueantestrocavadecanalquandooassuntoerafutebol.Bem-humorado e mais dinâmico,esseestiloconquista,cadavezmais,aaudiênciadopúblicofemininoein-fantil. Podenãoparecer,masfazerhumor é difícil, ainda mais quandooassuntoépolítica.Paraqueessenovomodelo de falar sobre políticacumpraoprincipalobjetivodojorna-lismo,queéinformarefazerasocie-daderefletir,éprecisoquehajaumapreocupaçãodosprofissionaissobreessa nova abordagem do jornalis-mo, “jornalismo humorístico”. Paraque essa combinação consolide-seéprecisoumaharmoniaentre infor-mação com credibilidade e medidacoerentedehumor. DeacordocomMarceloTas,apresentador do programa Custe oQue Custar (CQC - foto acima) daemissoraBAND,emumaentrevistaconcedida ao site Nós da Comuni-caçãoemjaneirode2011,“Ohumoré uma ferramenta muito eficiente

Jornalismo humorístico

Uma nova perspectiva de informação

para o jornalismo e para a educa-ção”. Esse formato de abordagemhumorística contribui também paraqueosjovensseincluamemassun-tospolíticos,umavezqueamaioriademonstraserapáticaparaasques-tõessociais.Diantedessatendênciajornalística, percebe-se a contribui-ção dessamodalidade de conteúdodeinformaçãoparaaeducação. No ensino, o humor exerceumpapelfundamental,porquealémdedescontrairoambiente,eleéumgrande facilitadordeaprendizagem.SegundoaprofessoraargentinaMó-nica Guitart, da Universidade Na-cional de Cuyo, o humor pode seraplicado como espécie de “pílulasmotivadoras”. Ela justifica dizendoque, dessa forma, émais fácil lem-brar de conceitos, pois esses “che-gampormeiodeemoçõespositivas,enãosópormeiodeconhecimentosfrios”. Entretanto, a comunicaçãotemfortepapelnasociedade.Traba-lharassuntospesadosquenorteiema população de uma forma agradá-velequedespertemo interessedecrianças, jovenseatémesmoadul-tos é importante e de total valia.Ojornalismo pode e deve aproveitartodos os vieses que encontrar paradisseminara informaçãoeprovocarareflexãonasociedade.

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Melhor é aprender rindo

Suelen Cristina Bastian

OPINIÃO

Eloá Marchetto Zuccolot

Divulgação

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”As pessoas tinham vergonha de sua origem italiana. O colono era

ridicularizado.”Humor & Tal: Para o senhor, o que é humor?Iotti: O humor é uma forma fina de expressão do de-sacordo de maneira humorada e/ou reflexiva. Um olhar com outro viés, uma forma diferente de abordar um tema de outro ponto de vista. Humor & Tal: Como surgiu o personagem Radicci? Iotti: Surgiu nas páginas do Pioneiro em 1983, como uma espécie de síntese do nosso colono italiano. Humor & Tal: Gostaria de saber como era visto o hu-mor quando o senhor começou a trabalhar com um personagem tipicamente regional, que é o Radicci. Iotti: As pessoas tinham vergonha de sua origem italia-na. O colono era mal visto, ridicularizado. O Radicci teve o mérito de exorcizar esse sentimento. Humor & Tal: Na sua opinião, qual é a necessidade do humor para as pessoas nos dias de hoje? Iotti: O humor é vital. As pessoas que não têm humor, que se levam muito a sério, que não brincam, são cin-zentas. Humor é vida. Um sorriso pode salvar um dia. Quem tem humor vive mais e melhor. Humor & Tal: O humorista/cartunista (profissional) é valorizado? Por quê? Iotti: Sim, pois representa a ponta mais aguda do jorna-lismo opinativo. O que pode ser mais cáustico e corrosi-vo, sem preocupações - por vezes - em ser politicamente correto. Humor & Tal: Gostaria de saber de onde o senhor tirou inspiração para criar o personagem “Irmão Benildo”?

Iotti: Duas fontes. A primeira foi o programa de rádio dos Discoucuecas, na década de 80, onde havia um perso-nagem semelhante. A outra é baseada no irmão Benil-do, meu professor de Matemática do Carmo (La Salle Carmo) que oscilava de forma bipolar enter a fúria e a calma. Claro que não da forma que faço na rádio, pois é um enorme exagero. Era um grande professor e amava o que fazia. Humor & Tal: Com relação ao “Irmão Benildo”, como o senhor enxerga as pessoas bipolares? O transtor-no é comum nos tempos de hoje? Iotti: Vejo como pessoas que precisam de tratamento. Humor & Tal: O senhor sofre ou já sofreu algum pre-conceito por ser humorista/cartunista? Iotti: Nunca sofri preconceito.

Humor & Tal: Na sua opinião, o que precisa mudar/alterar/inovar no humor brasileiro? Iotti: O humor televisivo precisa de novas ideias, de novos redatores. O restante me agrada, principalmente o humor gráfico. Nas rádios, deveria ocorrer um retorno ao passado, quando existiam mais humoristas, persona-gens de rádio e mais senso crítico. Humor & Tal: O senhor é a favor ou contra a partici-pação de animais nos circos? Por que? Iotti: Totalmente contra. Lugar de animal selvagem, como tigres, elefantes, ursos, é em seu habitat. Humor & Tal: Genoveva é o nome da sua esposa? Iotti: Não, Genoveva é o nome da esposa do Radicci, um personagem! (rss).

Conversa com o ‘Radicci’

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Carlos Henrique Iotti fala sobre o personagem preferido dos leitores Iotti é natural de Caxias

do Sul-RS, nascido no dia 27 de fevereiro de 1964. Aos 14 anos, descobre o seu talento, o amor e o dom pelo desenho. Radicci foi criado em 1983, e tem algumas característi-cas bem marcantes, tipicamente italianas. Conquistou o público com seu temperamento e com sua roupagem forte, e sua pai-xão pelo ócio e pelo vinho. Para o cartunista, o desenho é uma questão de espontaneidade:“Todos são desenhistas, mas a maioria, depois de uma certa ida-

de, fica séria, adulta, e para de desenhar. Apenas 1%, os mais loucos, continuam.” Iotti Atualmente Iotti faz tiras e charges diárias para os jornais Pioneiro e Zero Hora. Também publica em Diário Catarinense, O Diário de Criciúma, O Diário do Sul (SC), O Diário do Sudo-este (PR). Há ainda os projetos de livros, produtos com a marca do Radicci, assim como a manu-tenção do site do personagem, do site em italiano e do seu site de pesca, outra paixão do dese-nhista.

Luís Gustavo Damo

”O humor televisivo precisa de novas ideias, de novos redatores.”

Divulgação

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