Editorial A Primavera no Recife - alexandresanttos.com.br · iluminada feche o círculo para que eu...

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Diagramação: Antônio Neto. Revisão: Carlos Bezerra Cavalcanti Editorial A Primavera no Recife A partir do fim da estação chuvosa, que é o nosso inverno, o retorno dos dias de sol traz uma infinidade de árvores florescendo nos jardins públi- cos e privados. Lembrando que a Primavera come- ça no dia 22 de setembro (equinócio) e termina em 21 de dezembro (solstício) quando se inicia o Ve- rão. Nesses três meses nossos paus d’arco, ro- xos e amarelos salpicam com estas cores todo o interior de Pernambuco na Zona da Mata, Agreste e Sertão, somando com as praças e avenidas do Recife para onde foram transplantadas. Segue nes- se mesmo caminho embora monocromático, a ár- vore sertaneja craibeira com seu amarelo ouro. Também muito utilizada na arborização do Recife. Mas, outros tipos de floração ocorrem na Primavera. Os das árvores frutíferas, principalmen- te: cajueiros, mangueiras e mangabeiras. O cheiro terebintínico da floração das mangueiras tem o odor da Primavera no Recife. Principalmente em lembranças de tempos passados quando as resi- dências possuíam nos quintais, verdadeiros poma- res. Chegando quase ao fim dessa Estação, as pra- ças e ruas do Recife recebem um banho dourado das acácias Chuvas de Ouro, com seu perfume sua- ve lembrando que o Natal está próximo. Assim é nossa Primavera Melchiades Montenegro REDATOR : Melchiades Montenegro. E-mail: Melchiades [email protected] Fone: (81) 986960041 ANO: 02 SETEMBRO/2018 Nº 28 Fotografia histórica reunião ARL 20/09/2018 Memórias do Recife VICENTE DO REGO MONTEIRO Nasceu a 9 de fevereiro de 1899, no Recife, onde faleceu no dia 5 de junho de 1970. Poeta e pin- tor. Viveu por muitos anos entre a capital pernambu- cana e Paris, realizando exposições de pintura lá e cá e compondo poemas em português e francês. Ganhou, em 1966, o prêmio Guilherme Appllinaire. Autor de alguns livros nas duas línguas. RECIFE-SCREEN Recife-grande espelho refletor de fabuloso cineasta. Na luz que ofusca e cega O transeunte é um figurante que passa. Ao nascer do teu dia saudável e tranquilo Nenhum problema a resolver; Os figurantes retomam as atividades plásticas Do ganha-pão cotidiano. Somente as estrelas e os galantes Usam lunetas de cores. À noite tua sala de projeção É um vasto cenário para contemplação. Capibaribe Beberibe Oceano Atlântico Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre . Origem: Livro - Recife: Crônicas, poesias e contos. Autores: Carlos Bezerra Cavalcanti e Liberato da Costa Júnior. Muitos dizem que os recifenses não conhecem a Estação da Primavera. O motivo: a cidade se encon- trar muito próxima da Linha Equatorial, só oito graus e poucos. Mas a Primavera a- parece no Recife e se faz presente para um bom ob- servador.

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Diagramação: Antônio Neto. Revisão: Carlos Bezerra Cavalcanti

Editorial

A Primavera no Recife

A partir do fim da estação chuvosa, que é o

nosso inverno, o retorno dos dias de sol traz uma infinidade de árvores florescendo nos jardins públi-cos e privados. Lembrando que a Primavera come-ça no dia 22 de setembro (equinócio) e termina em 21 de dezembro (solstício) quando se inicia o Ve-rão.

Nesses três meses nossos paus d’arco, ro-xos e amarelos salpicam com estas cores todo o interior de Pernambuco na Zona da Mata, Agreste e Sertão, somando com as praças e avenidas do Recife para onde foram transplantadas. Segue nes-se mesmo caminho embora monocromático, a ár-vore sertaneja craibeira com seu amarelo ouro. Também muito utilizada na arborização do Recife.

Mas, outros tipos de floração ocorrem na Primavera. Os das árvores frutíferas, principalmen-te: cajueiros, mangueiras e mangabeiras. O cheiro terebintínico da floração das mangueiras tem o odor da Primavera no Recife. Principalmente em lembranças de tempos passados quando as resi-dências possuíam nos quintais, verdadeiros poma-res. Chegando quase ao fim dessa Estação, as pra-ças e ruas do Recife recebem um banho dourado das acácias Chuvas de Ouro, com seu perfume sua-ve lembrando que o Natal está próximo. Assim é nossa Primavera

Melchiades Montenegro

REDATOR : Melchiades Montenegro. E-mail: Melchiades [email protected] Fone: (81) 986960041

ANO: 02 SETEMBRO/2018 Nº 28

Fotografia histórica – reunião ARL – 20/09/2018

Memórias do Recife

VICENTE DO REGO MONTEIRO Nasceu a 9 de fevereiro de 1899, no Recife,

onde faleceu no dia 5 de junho de 1970. Poeta e pin-tor. Viveu por muitos anos entre a capital pernambu-cana e Paris, realizando exposições de pintura lá e cá e compondo poemas em português e francês. Ganhou, em 1966, o prêmio Guilherme Appllinaire. Autor de alguns livros nas duas línguas.

RECIFE-SCREEN Recife-grande espelho refletor de fabuloso cineasta. Na luz que ofusca e cega O transeunte é um figurante que passa. Ao nascer do teu dia saudável e tranquilo Nenhum problema a resolver; Os figurantes retomam as atividades plásticas Do ganha-pão cotidiano. Somente as estrelas e os galantes Usam lunetas de cores. À noite tua sala de projeção É um vasto cenário para contemplação. Capibaribe Beberibe Oceano Atlântico Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Origem: Livro - Recife: Crônicas, poesias e contos. Autores: Carlos Bezerra Cavalcanti e Liberato da Costa Júnior.

Muitos dizem que os recifenses não conhecem a Estação da Primavera. O motivo: a cidade se encon-trar muito próxima da Linha Equatorial, só oito graus e poucos. Mas a Primavera a-parece no Recife e se faz presente para um bom ob-servador.

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Cordel – Homenagem ao dia do professor Autor: Antonio Neto

Quem nunca teve o direito De frequentar uma escola Não sabe usar a cachola Que Deus lhe deu sem defeito. Só quem aprendeu a ler E sabe bem escrever Ao mestre dá mais valor Assim me diz o meu ego Se não fosse o professor O mundo todo era cego. Há tanta gente que estuda Chega ao topo do saber Sem ser capaz de entender Porque sua vida muda. Esquece quem o ensinou Sem ter amor desprezou Quem já foi seu instrutor, Eu sempre digo e não nego. Se não fosse o professor O mundo todo era cego. Nesta data especial Louvo meu mestre querido Por seu valor merecido De um bom profissional. Dia quinze - mês de outubro Neste momento descubro Sem você não há doutor, Nesse argumento me entrego. Se não fosse o professor O mundo todo era cego Professor que Deus o ajude

Parabéns pelo o seu dia Desejo paz e alegria Prosperidade e saúde. Nesta data lhe sou grato E falo num tom bem alto Sempre será meu mentor,

A quem tanto eu me apego. Se não fosse o professor O mundo todo era cego Com tanta dedicação Ensinando por amor Merece nosso louvor Pelo bem da educação. Mesmo se estiver ausente Vai ser o mesmo docente Aquele orientador, A quem pedimos arrego. Se não fosse o professor O mundo todo era cego

Professor sua missão É por de mais importante Pra qualquer um estudante Que precisar de lição. Ó mestre muito obrigado Pelo nosso aprendizado Quem é bom educador, Nunca ensina por adrego. Se não fosse o professor O mundo todo era cego O professor é tutor Dos alunos em sua aula Põe disciplina na sala Com trabalho e muito amor. Falando baixo em bom som Sem pouco alterar o tom Como faz um bom censor Nesse contexto me agrego. Se não fosse o professor O mundo todo era cego. Professor é uma lente No caminho do discente Mesmo que esteja ausente Traz seu aluno na mente. Faz tudo pra ele crescer Na bondade e no saber Do nosso pai criador Que na verdade me alegro Se não fosse o professor O mundo todo era cego.

Capa do Cordel

HOMENAGEM AO DIA DO PROSSOR

Fonte da imagem: https://www.google.com.br

Autor: Antonio Neto

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CALLEJONES *Antonia Russo

Se están vaciando Mis venas de sangre Para convertirse En tristes poemas Caen lentamente Goteando penas antiguas Colmando el papel Con gritos lejanos Se desparraman ansiosas Por este cuerpo cansado Pariendo versos dormidos En oscuros callejones

*Antonia Russo Coordinadora Para Capital y Provincia de Buenos Aires de la Academia Argentina de Literatura Moderna San Nicolas, Buenos Aires, Argen-tina.

POEMAS DE LOURDES SARMENTO

A GARÇA *Lourdes Sarmento.

No bico da garça o peixe dentro do peixe o mar Num círculo de garças a vida em corte d'água.

PARA QUE EU FIQUE

*Lourdes Sarmento

Mergulho no cinza iluminada deixo que a prata feche o círculo para que eu fique

*Lourdes Sarmento nasceu em Recife. Nasceu no Recife, Pernambuco. Poeta, escritora, pesquisadora, biógrafa e jornalista.

TEIMOSIA *Djanira Silva

Só me restou um mundo em desalinho Masmorra onde a saudade me rendeu Nunca mais o calor do teu carinho Que nas dores do tempo se perdeu Aqui cheguei nos olhos o caminho Onde a sombra furtiva te escondeu Não mais o aconchego, o nosso ninho Não mais o teu olhar dentro do meu O tempo passa tristes são os dias Horas amargas longas e vazias Marcadas pela dor e pela queixa Nem sei para onde vou nem sei se vou Apenas sei que em teu lugar ficou Uma saudade que jamais me deixa *Djanira Silva é escritora, romancista, contista, cronista, poetisa e a melhor sonetista do Brasil. Pertence à Academia Recifense de Letras e a União

Brasileira de Escritores.

Pra onde eu ia não fui:

- o trem partiu

- o barco zarpou

- o avião se foi

e eu

que ia

(aonde mesmo?)

não fui *Ana Maria César é escritora, poetisa, bacharel em direito e em Letras Neola-tinas. É membro da Academia Recifense de Letras, da União Brasileira de Escritores-Secção Pernambuco e da Academia de Letras e Artes do Nordeste.

Esquecimento *Ana Maria César

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O Recife de antigamente

1. Ancoradouro de pequenos barcos

Fonte: https://chicomiranda.wordpress.com

2. Jardim da Ponte de Uchôa depois de construído.

Fonte: https://www.facebook.com/recantigo/photos

1. Vendedor de abacaxi no centro do Recife

Fonte: http://photos.com.br

F I M

Recife: Se essa rua fosse minha! Rua Primeiro de Março

Esta rua é uma das mais antigas do bairro. Nela se localizava a bela casa (propriedade de Álva-res Cabral, pai de Melquior Álvares, casado com Joana Bezerra) que Nassau ocupou quando veio para Pernambuco e onde ficou até construir o seu palácio das torres. Era como que o prolongamento da Rua da Balsa, pois ali estava o ponto de embar-que e desembarque dos barcos e da balsa no lado de Antônio Vaz, antes da construção da ponte.

Já registrada na planta de Barléus, aparece na planta genográfica com a denominação de Rua da Polé Velha, pois, como já assinalamos, a Rua do Crespo está designada como o local da Rua Duque de Caxias. O seu traçado àquela época mostra que ela começava na esquina da Rua do Imperador e terminava em frente à Casa da Pólvora. É de se concluir que a sua primeira denominação tenha sido a que está na planta genográfica, isto é, Rua da Polé Velha. Mais tarde, tendo crescido para les-te, tomou o nome de Rua do Crespo, denominação de origem não muito certa, mas que se presume oriunda de um se seus moradores de prestígio, o português Manuel de Souza Crespo. Sebastião Gal-vão, sem maiores explicações, informa que se tra-tava de um tal Crespo, por certo residente na casa que fazia esquina com a "Pracinha", e que ai, tal-vez, negociasse. Como era de esquina, explica-se ter o nome servido, inicialmente, para a que depois se chamou Rua do Queimado, e, finalmente, Du-que de Caxias. No entanto, a conhecida Rua do Crespo é a que terminou por tomar o nome de Primeiro de Março, que ainda hoje conserva. A denominação atual foi provocada pelos próprios moradores, que solicitaram da municipalidade o crisma a fim de perpetuar os acontecimentos de Aquidabã, determinantes do término da Guerra do Paraguai (primeiro de março de 1870), conforme informa Pereira da Costa, que acrescenta ter sido em 1841 que se procedeu o aumento do arrua-mento quando o comendador José Antônio de Ma-galhães Bastos, mandou construir os três prédios que formavam o lado norte do seu primeiro trecho vindo da ponte.

Carlos Bezerra Cavalcanti