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Vol. XVII • N° 283 • Montreal, 07 de março de 2013 Centre de Carreaux Céramiques Italien Inc. 8710, rue Pascal-Gagnon Saint-Léonard QC H1P 1Y8 [email protected] Affilié avec Éco Dépôt Carreaux de Céramique Cont. na pág 14 Editorial Hugo Chávez, RIP Por Carlos DE JESUS U ma das imagens dele que mais vai perdurar no imaginário dos telespeta- dores de todo o mundo foi o apressado sinal da cruz com que Hugo Chávez se benzeu na tribuna da ONU, dando a en- tender que não queria nada como o Diabo, personificado, segundo deu a entender, pelo então presidente dos EUA, George W. Bush, que o tinha precedido na véspera, no mesmo local, para a sua alocução à Assembleia Geral das Nações Unidas, em 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 3 AM 376•BOLA 376•BOLA 376-2652 Os nossos endereços 222, boul. des Laurentides, Laval 8989, rue Hochelaga, Montréal 8900, boul. Maurice-Duplessis, Montréal 6520, rue Saint-Denis, Montréal 10526, boul. Saint-Laurent, Montréal 6825, rue Sherbrooke est, Montréal 7388, boul. Viau, Saint-Léonard 10300, boul. Pie-IX - Esquina Fleury António Rodrigues Conselheiro Natália Sousa Conselheira CIMETIÈRE DE LAVAL 5505, Chemin Du Bas Saint-Francois, Laval Transporte gratuito –––––––– Visite o nosso Mausoléu SÃO MIGUEL ARCANJO Uma família ao serviço de todas as famílias Nós vos apoiamos com uma gama completa de produtos e serviços funerários que respeitam as vossas crenças e tradições. 514 727-2847 www.magnuspoirier.com Montréal - Laval - Rive-Nord - Rive-Sud Azeite Olivenola Caixas 18 L. 75 00$ BACALHAU Preço Especial LES ALIMENTS C. MARTINS 123, Villeneuve Este MOSTO 100% PURO Tels: 845-3291 845-3292 Acesso a mais de 20 instituições financeiras para vos conseguir: *Fernando Calheiros B.A.A. Courtier hypothécaire - 514-680-4702 7879 rue St Denis, Montréal, Québec H2R 2E9 *Hélio Pereira CHA 3204, rua Jarry Este 729-9494 www.ocantinho.ca RESTAURANTE Grelhados à portuguesa sobre carvão Grelhados à portuguesa sobre carvão

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Vol. XVII • N° 283 • Montreal, 07 de março de 2013

Centre de Carreaux

Céramiques Italien Inc.

8710, rue Pascal-GagnonSaint-Léonard QC H1P 1Y8

[email protected]

Affilié avec Éco Dépôt Carreaux de Céramique

Cont. na pág 14

Editorial

Hugo Chávez, RIP• Por Carlos DE JESUS

Uma das imagens dele que maisvai perdurar no imaginário dos telespeta-dores de todo o mundo foi o apressadosinal da cruz com que Hugo Chávez sebenzeu na tribuna da ONU, dando a en-tender que não queria nada como o Diabo,personificado, segundo deu a entender,pelo então presidente dos EUA, GeorgeW. Bush, que o tinha precedido na véspera,no mesmo local, para a sua alocução àAssembleia Geral das Nações Unidas, em

8042 boul. St-MichelSatellite - Écran géant - Événements sportifs

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Os nossos endereços222, boul. des Laurentides, Laval8989, rue Hochelaga, Montréal8900, boul. Maurice-Duplessis, Montréal6520, rue Saint-Denis, Montréal10526, boul. Saint-Laurent, Montréal6825, rue Sherbrooke est, Montréal7388, boul. Viau, Saint-Léonard

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António RodriguesConselheiro

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Página 27 de março de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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LusoPresseLe journal de la Lusophonie

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Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusCf. de Redação: Norberto AguiarAdjunto/Redação: Jules NadeauConceção e Infografia: N. Aguiar

Escrevem nesta edição:• Carlos de Jesus• Filipa Cardoso• Fernando Pires• Raquel Cunha• Lélia Nunes• Osvaldo Cabral• Norberto Aguiar• Inês Faro• António Caeiro• Elisa Fonseca• Afonso Pimentel• Lusa

Revisora de textos: Vitória FariaSocieté canadienne des postes-Envois depublica-tions canadiennes-Numéro deconvention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.

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O perigo dos partidos• Por Osvaldo CABRAL

QUANDO TUDO É ECONOMIA

• Por Fernando PIRES

Owen disse um dia: “a maior chagada humanidade é a procura do ganho”Robert Owen (1771-1858)

Este é o título dado a um vídeo de uma entrevista ao Diário deNotícias por António Mendo de Castelo do Amaral Osório Borges.

Antes de tudo deve dizer-se que este senhor quer por “o País nocarril”. Por isso é o mandatário deste governo. Com 62 anos de idade,trabalhou apenas para Portugal oito anos!

Durante 21 anos trabalhou em bancos internacionais ligados à Fi-nança mundial. Esteve oito anos no banco internacional GoldmanSachs, quatro anos em França (Fontaine Bleu) como diretor do FundoMonetário Europeu, quatro anos na Universidade Standford, nos Esta-dos Unidos, como estudante, três anos vice-governador do Banco dePortugal e, ultimamente, um ano em Londres (City), ao serviço doFMI, nomeado por Dominique Strauss Kahn. Diz-se que também vi-sitou as Universidades Nova de Lisboa e a Católica.

No entanto, afirma que somos um país “dominado por interessesfortes”. Como se isto se deva a um fatalismo nacional do povo portu-guês! Ele que trabalhou todos esses anos fora de Portugal, onde o paísteria pago parte da sua formação estudantil, continua hoje a estar aoserviço dessa roubalheira da Finança dominante dos Goldman Sachs eJP Morgan Chase.

Curtido pela ladroeira nas escolas da Wall Street e “Business LondonCenter (City), este homenzinho até se quer fazer passar por progressista,quando nos propõe reformas a que ele chama: “um regresso realista”,dizendo ao mesmo tempo que “O dinheiro vai para quem precisa”!

As manifestações de 15 de se-tembro e, agora, de 2 de março, são sinaisincontornáveis de descontentamentocom a política dos últimos tempos.

No turbilhão dos protestos – unsbanais, outros genuínos – ressalta umsentimento que vai muito além da política conjuntural.

Trata-se do descrédito, cada vez mais crescente, no sistemapartidário.

Já não é só a classe política no geral, é a própria natureza darepresentatividade democrática em Portugal que começa a des-moronar-se.

É inegável que os partidos são necessários à democracia, masquando o seu poder se extravasa no quadro do sistema legal, co-mo esta invenção de prolongar o mandato dos autarcas dinossau-ros, é a própria essência da representatividade e da cidadania queficam em causa.

Por cá, também vamos tendo sinais deste apego dos partidosaos cargos públicos.

Quando os partidos de esquerda nos Açores recusam discutira possibilidade de reduzir o número de deputados no parlamentoregional, é óbvio que estão a negar os valores da própria esquerdademocrática, porque se recusam a aceitar o sentimento generalizadodos cidadãos eleitores.

É muito fácil pedir sacrifícios aos cidadãos, mas quando setrata de assumi-los no seio dos próprios partidos e da classe polí-tica, assistimos a um exercício de incomodidade que choca com oexercício da boa política.

Se têm dúvidas, façam um referendo.O exemplo das eleições em Itália, com a forte votação num

cómico, a já anterior eleição do palhaço Tiririca no Brasil, ou o fe-nómeno José Manuel Coelho na Madeira, são sinais preocupantesde como os cidadãos estão a encarar a representatividade política.

E o grande perigo que isto encerra, é que os partidos fazem-se despercebidos, enterrando a cabeça no fosso e prosseguindona chafúrdia do apego ao poder a todo o custo, com a tradicional

distribuição de benesses aos mais fiéis do aparelho.Os partidos e o sistema têm que se regenerar.E isto significa dar mais oportunidades à cidadania, permitindo

a eleição de representantes independentes, eleger como prioridadeo mérito e ouvir com toda a disponibilidade os ventos modernosque sopram na sociedade.

A indiferença em política, como avisava o grande Antero, éum dos piores sintomas de desorganização social.

A elevada abstenção eleitoral já é, por si só, um aviso preocu-pante que os partidos parecem não levar muito a sério.

Como disse o socialista Antero de Quental, ainda a propósitodessa indiferença, “que um povo de escravos folgue indiferente oudurma o sono solto enquanto em cima se forjam as algemas servis,enquanto sobre o seu mesmo peito, como em bigorna insensível,se bate a espada que lhe há de trespassar, é triste, mas compreende-se porque esse sono é o da abjeção e da ignomínia”.

É para este perigo da abjeção que os partidos deveriam acordare refletir profundamente.

Em nome de uma democracia forte e não de uma partidocraciaperfumada de novo riquismo.

****VAQUINHAS – O governo de Vasco Cordeiro prepara-se

para enterrar mais um plano do governo de Carlos César.Desta vez será o Plano de Ordenamento de Turismo da Região

Autónoma dos Açores, o tal que previa crescimentos na ordemdos 7% e um número de camas à volta das 15 mil!

O reconhecimento do “grande falhanço”, como escrevi aquina outra semana, pode ser um bom sinal, mas quando se corrige odesastre encomendando mais um Plano, agora denominado de Es-tratégico, temo que se esteja a mudar o nome para ficar tudo namesma.

Mais ou menos como a desorientação das vaquinhas tresma-lhadas a arrastarem-se pelo chão da BTL...

****CIRCO – O Plano só agora foi encomendado, mas a “estra-

tégia” já foi anunciada: os hotéis dos Açores vão encher-se com onovo pacote dedicado às famílias, em que as crianças não pagam,com o suplemento de encontrarem nos hotéis “equipamentospróprios” para distração.

Alguns hotéis dizem que não sabem de nada, presumindo queterão de contratar o palhaço Pezinho para tão gigantesca tarefa.

Cá para mim, acho que vão montar um circo nas ruínas do Ca-sino...

Este Sr. António Borges, consultor do primeiro-ministro PassosCoelho, ganha 300 000 euros por “três consultas” que dá ao governo.Como remédio santo, preconiza Parcerias Público Privado (PPP). Isto,em nome da crise, que para ele “é sempre um caso de limpeza”.

A um certo momento, na entrevista dada ao jornal, desata a criticarempresas, corporações, políticos, sindicatos, de terem criado o proble-ma atual. Os jornalistas André Macede e Hugo Neutel insistiram reagindopara que ele avançasse com nomes. A resposta surgiu logo da boca deum cínico, hipócrita, e com ar de salvador da Pátria. Acobardando-se, ecom um sorriso diz: “Não esperem que eu lhes dê nomes, porque nãodou”.

Quanto à crise que o país vive, continua a dizer “Que não é nada”,arrematando a seguir que: “Portugal já viveu essa crise nos anos 1983-85”. Esse senhor, esquece-se de dizer que essa crise da direita apareceunos anos 80, com os reinos do desregulamento das leis da economiaimpostas pelos Reagans, Thatchers e Mulroneys deste mundo. Foiverdadeiramente em 85 que o ideólogo da escola de Londres, atual Pre-sidente da República, que seguindo as pegadas dos seus pares, aplicouo desregulamento das leis, fazendo assim o enterro às pescas e à agri-cultura portuguesas!

Hoje, o próprio governo diz àqueles que não conseguem fazer vi-ver as suas famílias na sua terra que emigrem, e o Sr. Presidente da Re-pública arremata dizendo que nos temos que virar para o mar e para aterra!

Dos quatro milhões que os amigos da TROIKA do Sr. AntónioBorges exigem a Portugal, este sujeito afirma que “Isso é uma questãoacessória”. Daí que este tal autómato sem escrúpulos, em nome da es-peculação da finança mundial, apoie este governo a cortar nas transferên-cias sociais, educação e saúde. Uma aberração? Três setores da vida dospovos que qualquer país do mundo civilizado antes de passar ao des-mantelamento desses setores pensa duas vezes. Mesmo o impé-rio mundial mais rico do Tio Sam está agora a dar-se conta disso. Por

Cont. Pág. 14, Quando...

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Página 37 de março de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

IGREJA BAPTISTA PORTUGUESADomingos às 15H00 – Pregação do Evangelho6297 Ave. Monkland, (NDG) Montreal

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Bilhete de Lisboa

Indústria agroalimentar• Por Filipa CARDOSO

Portugal devido à sua localização geográfica privilegiada,com microclimas ideais para uma diversificada produção agrícola,tem que apostar fortemente na diferenciação e transformaçãodesses produtos para poder vingar no estrangeiro.

Os produtos agrícolas que, como que os ex-líbris da expor-tação portuguesa, são o vinho e o azeite, mas é interessantelembrar que a castanha é exportada em grandes quantidades pa-ra o Brasil (€ 15 milhões/ano), o melão casca de carvalho é mui-to procurado devido ao seu fantástico sabor, e o tomate colocamPortugal no segundo lugar da maior produtividade mundial destesegmento.

O setor agroalimentar está cada vez mais sólido, com maiorpeso nas exportações e com novas oportunidades de emprego.

É de realçar o empenho das empresas agroalimentares eminovar, designadamente através da cooperação com as univer-sidades portuguesas.

Alguns exemplos:A Nutrigreen, uma empresa de Torres Novas, inovou o

mercado com barras de fruta feitas com puré de frutas e gelatinavegetal (algas). No final do ano passado esteve presente e foipremiada no Concurso SIAL Middle East, em Abu Dhabi, e noinício deste mês, em Moscovo, na Feira Prodexpo, ganhou aúnica medalha de ouro.

A Comporta, através da Atlantic Meals, empresa líder demercado na transformação de arroz e milho, é a principal forne-cedora de farinha para alimentação infantil da Danone.

José de Carvalho ganhou este ano o Prémio do ProjetoMais Inovador da Europa. Ganhou este prémio com uma estufade um hectare onde produz cerca de 150 toneladas de morangosem hidroponia suspensa.

A Herdade do Freixo, especializada em produtos gourmetbiológicos, desenvolveu em parceria com a Escola Superior deBiotecnologia da Universidade Católica do Porto “pérolas deazeite”, pequenas esferas com cerca de um milímetro de diâmetro.Estas esferas são estáveis à temperatura ambiente e são formula-das de modo a maximizar o teor do azeite no seu interior.

O grupo Derovo, em parceria com o Departamento deEngenharia Mecânica da Universidade do Minho desenvolveuuma máquina que produz ovos estrelados instantâneos. Dedestacar também, entre outros, os ovos em spray.

Esta mesma empresa desenvolveu com a Frulact, líder ibéricoem preparados à base de frutos, uma forma de transformar a cla-ra de ovo numa bebida com benefícios ao nível de proteínas, aFullprotein, também vencedora do SIAL Innovation Awards2012, em Abu Dhabi.

Estes poucos exemplos mostram que a indústria agroali-mentar, em nichos de mercado, é competitiva e poderá ter natu-ralmente mais peso na economia portuguesa. L P

Cao Bei:

Uma empresária chinesa rendida ao fado e à língua portuguesa• Entrevista de António CAEIRO, da agência Lusa

PEQUIM, China - A chinesa Cao Bei, uma das raras estrangei-ras que canta o fado em Portugal e que vive há vinte anos no país, de-seja agora concretizar o percurso contrário: cantar na China, num es-petáculo com artistas de língua portuguesa.

“Gostava muito de fazer um concerto na China com uma fa-distaportuguesa e cantores do Brasil, Cabo Verde e outros países que falamportuguês, para divulgar o mundo de língua portuguesa”, disse Cao Beià agência Lusa em Pequim.

“Nas escolas fala-se de Vasco da Gama e de Fernão de Magalhães,mas os chineses não sabem que Portugal descobriu tantos países”, a-

crescentou.Cao Bei não se assume, contudo, como

uma cantora profissional: “Canto por gosto,não vivo disto”.

Formada em Economia e casada com umengenheiro portu-guês que conheceu noinício da década de1990 durante uma via-gem no comboioTranssiberiano, entrePequim e Moscovo,Cao Bei trabalha nu-ma empresa de “im-

port-export” e é essaque considera a sua“atividade mais im-portante”.

Filha de cantora,Cao Bei diz que sem-pre gostou de cantare ainda hoje tem aulasde canto.

A primeira vezque subiu a um palcofoi em outubro de2009, no Casino deLisboa, onde inter-pretou um conhecidofado de Amália Rodri-gues, “Lágrima”. Aúltima foi no CentroCultural de Belém, noverão passado.

“Não sou fadista:canto à minha manei-ra e ponho sempre umpouco de Ópera dePequim. Sou chinesa,tenho que cantar amúsica do meu país”,diz.

Entre os fadosque mais aprecia, CaoBei menciona o clás-sico “Povo que lavasno rio”, imortalizadotambém por Amália,

mas devido às características da língua portu-guesa, desistiu de o cantar: “‘Rio’, ‘paixão’ ou‘chão’ são palavras que não consigo pronun-ciar bem”.

A letra de alguns fados que interpreta foiaté traduzida para chinês.

Para Cao Bei, “o fado não é só tristeza”.Os seus gostos musicais parecem, aliás, bas-tante ecléticos: além de Amália ou Mariza, dizque gosta de Paulo Gonzo, de “country” nor-te-americano e dos cânticos budistas tibeta-nos.

A empresária-cantora chinesa vive des-de1993 numa quinta de Palmela, com o marido edois filhos, de 13 e 14 anos, já nascidos emPortugal.

Segundo contou, lá em casa comem sobre-tudo pratos portugueses, que ela própria cozi-nha: “Adoro a comida portuguesa”.

A China, entretanto, “mudou muito” eem 2010 tornou-se mesmo a segunda maioreconomia do mundo, logo a seguir aos Esta-dos Unidos.

“Todos os anos vejo mudanças. A menta-lidade das pessoas também mudou. Há maisligação ao mundo. A China hoje tem dinheiroe está orgulhosa do que conseguiu”, diz.

Portugal também já conquistou Cao Bei:“Inicialmente, não foi fácil adaptar-me, masagora não vou sair de Portugal”.

Cao Bei, a chinesa fadista.

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Página 47 de março de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

13° Dia da Mulher do LusoPresse

A direção do LusoPresse informa que terá lugar no próxi-mo dia 24 de março o seu 13° Dia da Mulher, cujo tema este anoserá «60 anos de Comunidade: revisitar o passado, perspetivandoo futuro através da(s) Mulher(es) de origem portuguesa».

O encontro realizar-se-á no Hotel 10, situado no 10, ruaSherbrooke oeste (esquina com a rua Clark) em Montreal e teminício marcado para as 14h00.

Participarão nesta mesa-redonda algumas das Mulheres maisem destaque na comunidade e fora dela. É assim que teremosconnosco, no dia 24, a coreógrafa Paula de Vasconcelos, a políticaAlexandra Mendes, a atriz Isabel dos Santos, a arquiteta SylvieGarcia, entre muitas outras. No total prevê-se 25 a 30 persona-lidades femininas da nossa comunidade que se debruçarão sobreos destinos passados, presentes e futuros do nosso grupo étnico.

Jornal LusoPresse450-628-0125514-835-7199

“Seu Arante” do Pântano do Sul, não tem?• Por Lélia Pereira DA SILVA NUNES

Oh! MadalenaO meu peito percebeuQue o mar é uma gotaComparado ao pranto meu(…)De Madalena, de Ivan Lins & Ronaldo de Souza

A longa faixa de areia branquinha que se estendedesde a ponta dos Naufragados – onde, em maio de1753, ocorreu o doloroso naufrágio de duas sumacasque transportavam “casaes açoreanos” para o Sul, viti-mando 173 pessoas –, até às encostas escarpadas da La-goinha do Leste, circundando uma encantadora enseadade águas tranquilas, identifica a praia do Pântano do Sul.

Uma terra de pescadores. Gente simples que conhe-ce o bater das ondas, o zunir do vento, o caminhar dasnuvens. Pescadores que vivem na azáfama do mar comcanoas bordadas e coloridas baleeiras “açoria-nas” inspiradas nas antigas baleeiras “americanas” e a-daptadas ao mar catarinense.

O povoamento inicial se dá com o assentamentode famílias açorianas provenientes da freguesia de NossaSenhora da Lapa do Ribeirão com a instalação da Arma-ção e Fazenda de Sant’Anna da Lagoinha, em 1772. OArraial do Pântano do Sul, teve na caça à baleia, na pro-dução e comercialização de óleo a sua principal atividadeeconómica. O homem açoriano, já acostumado à artede captura e industrialização da baleia, muito concorreupara o desenvolvimento da atividade que sucumbiu em1950.

O povoado manteve-se isolado por muito tempovivendo da pesca artesanal, da roça, da fabricação de fa-rinha de mandioca e da cachaça em seus engenhos. Afalta de estradas foi o maior entrave para a comunicaçãocom a então Desterro e, mais tarde, com Florianópolis.A partir de 1975, esse quadro foi-se transformando e oPântano do Sul foi descoberto pelos turistas que chegamcativados pela beleza da paisagem. Hoje, a praia doPântano do Sul é conhecida nacionalmente e não só.

Seu Arante do Pântano do Sul, não tem? Já esclareçoque este “não tem?” que o ilhéu costuma introduzir nofinal da frase, não é pergunta e nem negação. Muito an-tes, pelo contrário, é afirmação ou confirmação.

O pescador Arante José Monteiro, o “seu Arante”e sua mulher, dona Osmarina, em 1958, decidiram abrirum bar-venda. Vinte anos depois, o Bar do Arante setransforma em lugar de encontro de estudantes e tambémdos políticos que na ditadura militar fizeram do Aranteum território livre, longe dos braços da repressão. Viroucostume deixar nas suas paredes bilhetes com recadosde encontros e mensagens de clientes apaixonados ousimples registo de sua passagem. Assim nasceu a tradiçãoque deu fama ao bar – os bilhetes do mundo penduradosno bar do Arante.

O coração do Pântano do Sul pulsa naquele espaço,

tudo acontece à sua porta. É preciso conhecer aquelebar, sentar nas mesas toscas e ouvir histórias com olharfixo no movimento das marés para compreender a nossaidentidade, as tradições e valores da cultura açoriana,que sobrevive passados 265 anos. Uma longa históriade vivências e mundivivências guardadas e reproduzidasaqui, onde os insulares deixaram a sua herança e todoum imaginário enraizado e expandido.

Tal qual o Bar do Arante que deixa as paredes falaremdas raízes vincadas naquele chão, surpreendendo o desa-visado visitante açoriano ao se deparar com bandeiras,flâmulas, fotos, mapas, músicas dos Açores e dezenasde mensagens de muitos outros açorianos, que por alipassaram e penduraram seus bilhetes num testemunhoafetivo de sua passagem pelo Pântano do Sul.

Mas, o seu Arante do Pântano do Sul, morreu.Marco na história do Sul da Ilha é a sua memória queembala meus passos a caminho da sua última morada.Um enterro à moda antiga, alertara seu filho Arantinhoao comunicar o falecimento do pai na noite de Natal.Fiquei pensando o que seria o tal ritual antigo no Pântanodo Sul, onde o passado sobrevive nos usos e costumesdo presente como a doçura da mesa dos inocentes, asbenzedeiras, os bruxedos, a farra do boi, a malhação deJudas, o entrudo, o carnaval, o pão-por-Deus, a Festado Divino Espírito Santo. E a mítica coberta d’alma,será que eles também costumam fazer? Costumam e foitrajada por um filho na missa de sétimo dia.

O velório na casa da família seguiu-se o enterro apé, mas antes passou na Igreja para uma missa e parouno Bar do Arante, numa última homenagem no seubar. Dali com Sol de meio-dia, escaldante, o cortejo foipela praia. Um saxofonista em solo, solitário, ia tocandobossa nova – “Madalena”, a música preferida do seu A-rante. Praia lotada de veranistas ruidosos, disputandopalmo a palmo cada metro de areia. Centenas de pessoasem trajes de banho de todos os tipos e tamanhos, barra-cas de quitutes e bebidas, som alto, um fuzuê só. Eis quesurge o cortejo fúnebre. O esquife e o povo do enterroatravessam a praia rente ao marzão verde. Cai um silênciointenso só quebrado pelos acordes de “Madalena” queo saxofonista segue tocando. De repente, rompe umagrande salva de palmas, uma ovação cheia de alegria.Emocionada deixo as lágrimas rolarem pela cara e sigo,equilibrando-me no alto da sandália e na areia quente,sentindo o agradecimento da gente praieira ao velhopescador que partira e repousava no alto do costão, on-de descortina uma magnífica vista da freguesia e o marque tanto amou.

Só o Jorge Amado para imaginar uma cena dessa!

Tyler BoweAtor açoriano em Hollywood“TEMOS TALENTOS QUE SUPERAM ESTRELAS AMERICANAS”

• Por Osvaldo CABRAL

No difícil mundo do cinema do estrelato, em Hollywood,existem poucos atores portugueses.

E aqueles que existem, muitas vezes são confundidos com o grupohispânico.

Não é o caso de Tyler Bowe (Vítor Botelho, de seu nome verdadei-ro), açoriano, filho de um casal de emigrantes da Lagoa, ilha de S. Mi-guel.

Bowe vive em Hollywood há vários anos e possui já uma carreirainvejável no mundo do cinema e das grandes séries de televisão.

Foi escolhido para uma aparição na premiada série “Os Homensdo Presidente”, que passou na TVI, falando em português (numa cenaque envolvia Timor-Leste).

Presentemente voltou a participar num filme para o Brasil, intitu-lado “Herbal Life”, falando também em português.

Tyler Bowe esteve em Fall River a participar na Gala em homenagemà música portuguesa, tendo afirmado ao LusoPresse que se sentia “or-gulhoso e honrado com este evento”.

“Assisti ao envolvimento de toda a gente, desde os bastidores aopalco, e digo-te, com sinceridade, que foi surpreendente o alto profis-sionalismo de tanta gente, com uma produção absolutamente fantástica,mesmo ao nível de eventos em Hollywood”, sublinha ao nosso jornal.

Bowe considera que viu ali, como uma representação da comunidadeportuguesa, “talentos musicais e outros que superam em muito algumasestrelas americanas e internacionais dos nossos dias”.

“Parecia que estava num evento de Music Awards em Hollywood,com gente muito bem vestida e o público a aderir com um glamour en-tusiasmante”, acrescenta.

Tyler Bowe participa atualmente no elenco de uma das mais famosastelenovelas da cadeia americana NBC, intitulada “Days of Our Lives”,desempenhando um papel de traficante de drogas.

Outro trabalho recente foi na aclamada série “Board Walk Impire”,da HBO.

Tyler Bowe também se dedica à música, estando a realizar o seu se-gundo vídeo, que se chamará “Unseen Lover”, a sair em abril.

O ator luso participou ainda no vídeo “Cougar” com o guitarristaTodd Rubenstein (ex-líder dos Tokio Pop) e Athen Lee (irmã de TommyLee, dos Qiute Riot). O vídeo já teve mais de 147 mil acessos no You-tube, com Bowe a atuar como baterista e “bartender”.

Este verão, o ator pretende visitar os Açores acompanhado da fa-mília.

“Tenho muitas saudades da minha terra”, remata.

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Página 57 de março de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Autoestrada 19Todos unidos pela sua conclusão

• Reportagem de Norberto AGUIAR

Foi na segunda-feira, dia 25 de fevereiro,que os «maires» de Laval, Alexandre Duplessis,de Bois-de-Fillion e presidente da MRC Thérè-se de Blainville, também presidente da Coliga-ção para o Acabamento da Autoestrada 19,Paul Larocque, se encontraram com os jornalis-tas para darem conta das diligências que estãoa ser feitas de maneira a que o ministro dosTransportes e Infraestruturas, Sylvain Gau-dreault, sob o pretexto de que os trabalhos dacitada autoestrada não estavam orçamentadospelo antigo governo, adiar os trabalhos de con-clusão da «19» para o ano de graça de 2020...Na conferência de Imprensa também marcoupresença o deputado liberal provincial JeanRousselle, cuja circunscrição é precisamenteVimont, região da qual faz parte a citadaautoestrada.

O primeiro a usar da palavra foi Paul La-rocque, da Coligação, que fez uma síntese doque tem sido a sorte, digamos assim, da Auto-estrada 19, uma estrutura rodoviária que depoisde concluída ligará Montreal a outra autoestra-da, a 640, esta construída em sentido Este/Oeste. Mas desde que a ideia surgiu em 1960,os adiamentos têm sido frequentes, o mais re-cente apareceu agora, no jovem consulado doPartido Quebequense. E portanto foi este mes-mo partido que antes das eleições fez a promes-sa de que se formasse governo a «19» seria en-tão definitivamente concluída.

«O apoio do «maire» de Laval e do depu-tado Senhor Jean Rousselle é muito importante

e significativo», começou por dizer Paul Laroc-que, o homem que de certa maneira tem a res-ponsabilidade de unir todas as forças à voltadeste projeto, ele que é também «maire» deBois-de-Fillion, a cidade que primeiramentebeneficia da conclusão da autoestrada. Depois,Paul Larocque visa igualmente toda a regiãoNorte da Ribeira das Mil Ilhas, não fosse eletambém o presidente da região apelidada deMRC Thérèse de Blainville. É a este respeito,reunir todas as forças, que o também presiden-te da Coligação para o Acabamento da Autoes-trada 19 tem trabalhado. «O projeto é de todaa região, que não só é consensual como repousanuma rara unanimidade, seja dos atores sociais,económicos, como políticos», reforça o polí-tico «filionense».

No seu vigoroso discurso, Paul Larocquesublinha que os residentes dos dois lados dorio pertencem na sua maioria à mesma comuni-dade de interesses «dividindo muitas vezes asmesmas instituições, os mesmos locais de tra-balho, os mesmos lugares de divertimento eque por isso a conclusão da estrada é uma neces-sidade, do interesse de todos». A não ser atendi-da esta pretensão mais do que legitima, o go-verno prejudica mais de 150 mil cidadãos daMRC Thérèse de Blainville.

A este propósito interveio o deputadoRousselle que perante a necessidade de con-clusão da «19» deu o exemplo de que muitosdos seus eleitores estão a ser infelizmente preju-dicados já que muitos dos automobilistas quecirculam naquela via, muitas vezes tomam asruas residenciais como forma de evitar o con-gestionamento, o que a todos muito prejudica,

principalmente em ruas onde há escolas e par-ques.

Já Alexandre Duplessis adianta que «a Villede Laval estará sempre solidária com os seusvizinhos do norte. O prolongamento da «19»é capital não somente para as municipalidadesvizinhas da Baixa Laurentides, mas igualmentepara a cidade de Montreal e sua aglomeração».

Na lista de prioridadesFinalmente, o que a Coligação para o Aca-

bamento da Autoestrada 19, que para quemconhece a região, vai do Boulevard Dagenaisaté à cidade de Bois-de-Fillion, num percursode cerca de 10 quilómetros, quer é que o minis-tro dos Transportes a ponha na lista de priori-dades do Plano Quebequense de Infraestrutu-ras de maneira a que os seus trabalhos possamcomeçar já em 2015, como anunciado peloGoverno Liberal e promessa feita pelo partidoagora no poder durante a recente campanha

eleitoral.«O Governo atual prometeu o acabamen-

to da Autoestrada, com vias reservadas para otransporte coletivo, durante a campanha eleito-ral, indo mesmo ao ponto de dizer que acelerariaos investimentos. Agora está na hora de cum-prir com a promessa».

Já na parte final do encontro com os jor-nalistas, Paul Larocque ainda diria que «a pres-são sobre o ministro vai continuar», afiançan-do que «já tenho reuniões marcadas com pesso-al do gabinete do ministro para as semanasque aí vêm». E urge, na medida em que o minis-tro está em fase de ultimar pormenores quantoàs suas prioridades em termos de infraestrutu-ras rodoviárias.

Um trunfo na manga da Coligação é a son-dagem que foi feita recentemente e que diz que90% dos inquiridos acha irresponsável a ideiade atrasar para 2020 a conclusão duma estruturaque já é prometida sete vezes desde 1973. L P

Alexandre Duplessis, presidente da Câmara Municipal de Laval, Paul Larocque,presidente da Câmara Municipal de Bois-de-Fillion, e Jean Rousselle, deputadoliberal provincial por Vimont são os três políticos que neste momento tentam conven-cer o atual governo para a problemática da «19». Foto LusoPresse.

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Página 67 de março de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Se viajarpara os Açores...

Escolha...

Paulo DuarteSEDE:Largo de S. João, 189500-106 Ponta DelgadaTel.: 296 282 899Fax: 296 282 064Telem.: 962 810 646Email: [email protected]ÇORES

Montréal en Lumière no PortusCalle

Encontros felizes• Reportagem de Inês FARO

Diz-se que a origem do nome Pata-gónia vem do tempo do navegador portuguêsFernão de Magalhães que, ao ver os índios comgorros altos e grandes botas os chamou de“Patagones”, os homens de patas (pés) gran-des. A história que une as duas culturas – portu-guesa e argentina –, já tem mais de 500 anos,mas a história do re-encontro das suas gentes,é da semana passada. Paula Compatore e Hele-na Loureiro juntaram-se para comemorar a gas-tronomia argentina numa cozinha portuguesa.O resultado foi duas mulheres com caráter,duas chefes determinadas e um menu “cuît àla perfection”. Nesta noite não houve patasgrandes, mas as escolhas foram sem dúvidapassos bem dados.

Duas chefes, um menu“Temos passado um tempo muito agra-

dável. A Paula é uma mulher fantástica, cheiade energia, uma mulher-chefe com muita garra.É mesmo uma mulher de armas e por isso foimuito fácil trabalhar com ela”, disse HelenaLoureiro da chefe argentina que veio para par-ticipar no Montréal en Lumière. Mas se achefe portuguesa não podia estar mais satisfeitacom a sua participação deste ano no festival,os elogios de Paula Compatore à empresáriado PortusCalle e do restaurante Helena deixa-ram claro que a chefe argentina também nãoirá esquecer esta oportunidade. “Tem sido mui-to importante conhecer a Helena. Está a seruma ótima experiência. Somos duas mulheres,donas de restaurantes e é interessante perceberque temos os mesmos problemas com a ges-tão do restaurante, do pessoal, com a cozinha,etc., apesar de termos restaurantes em duaspartes tão diferentes do mundo!”, disse a chefedo restaurante El Federal, em Buenos Aires.

Sempre de braços abertos e de um profis-sionalismo exemplar, Helena Loureiro deixouPaula Compatore brilhar nas noites de 23, 24,26 e 27 de fevereiro. “A minha única preocupa-ção é que os pratos saiam bem, que os clientesfiquem satisfeitos e a Paula também. Os pratossão dela, as escolhas foram dela, por isso queroque saia tudo como ela imaginou. E como tam-bém são as minhas casas [Portus Calle e Helena]também quero que os clientes saiam contentescom o que oferecemos nestas noites.”

Sabores da TerraAdepta da cozinha simples, a chefe argen-

tina diz não esconder técnicas sofisticadas naelaboração dos seus pratos. “Pode ser-se muitocriativa com produtos simples. Eu procuromuitas influências na cozinha aborígene, norespeito pelos sabores naturais dos ingredien-tes. O meu mote é fazer bons pratos com ossabores naturais”, disse ao LusoPresse.

Habituada a muitas experiências interna-cionais em paragens como o México, França eItália foi, no entanto, a segunda vez que PaulaCompatore teve oportunidade de trabalhar nacozinha de uma mulher. “Entrarmos noutrascozinhas é sempre uma ótima experiência”,disse. “É muito interessante poder mostrar oque fazemos e adaptar a nossa gastronomiaao público local, aos ingredientes locais e à

cozinha que nos acolhe”, disse a chefe argenti-na a propósito da sua participação no Montréalen Lumière.

De prato em prato pela Argentina“Um passeio pela Argentina”, foi assim

que Paula Compatore descreveu o menu quecriou para o Festival Montréal en Lumièreservido no PortusCalle nos dias 23 e 24 de fe-vereiro e 27 e 28 no restaurante Helena. “Denorte a sul do país à procura do que temos demais característico, o mais tradicional, mas evi-tando o barbecue e os assados”, explicou achefe argentina.

Se à primeira vista a cozinha argentina eportuguesa têm pouco em comum, para a chefedo restaurante El Federal em Buenos Aires asduas cozinhas não estão assim tão afastadas:“A influência espanhola na Argentina, e a pro-ximidade com o Brasil e com o que resta da in-fluência portuguesa faz com que haja muitasformas de preparar a comida semelhantes”,diz Paula Compatore. Talvez por isso o casa-mento das duas gastronomias tenha resultadotão bem e os vinhos escolhidos – três portu-gueses, dois argentinos e dois brasileiros, te-rem acompanhado tão bem o menu escolhido.

A viagem gastronómica teve início no

Norte da Patagónia com uma entrada queincluiu sopa de tomate e caranguejo, queijo decabra e mini-tartes de cogumelos. Seguiu-sedepois a Província de Salta com as famosas

“empanadas” argentinas e um molho picantecomme il faut! Um pastel de dourada levou-nos até ao nordeste da Argentina, à provínciade Misiones, para de seguida irmos até Pampae provarmos o carpaccio de veado com queijode ovelha, para mim um dos musts da noite. Apartir daqui foi sempre a melhorar: já em Bue-nos Aires uns camarões com batatas mexidascom ervas frescas e um ovo mal cozido foramum sucesso, a julgar também pelos comentáriosdos clientes das mesas ao lado. O prato de peixedestacou a pescada da Patagónia da Provínciad’Ushuaia e porque não podia faltar num menuargentino, o cordeiro assado com cenouras,quinoa e cogumelos. Para fechar em beleza assobremesas preparadas pela chefe pasteleira doEl Federal, o restaurante de Paula Comparatore.

Quatro noites de casa cheia no PortusCallee no restaurante Helena. Contente com a suaparticipação, Helena Loureiro quer continuar aparticipar no Montréal en Lumière. “Sei quepara o ano vai haver mudanças, não sei quaisserão, mas gosto muito de festas e gosto muitodeste tipo de intercâmbios. É sempre uma via-gem muito útil e interessante, aprendo sempremuito”, disse a chefe portuguesa ao LusoPresse.

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Paula Compatore e Helena Loureiro, agora amigas para sempre. Fotos Inês Faro/LusoPresse.

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Página 77 de março de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

O grande falhanço!• Por Osvaldo CABRAL

A par da saúde, o setor do turismo éum dos maiores falhanços da nossa Autono-mia.

O setor que iria ser a alternativa (ou ocomplemento) da agropecuária, na diversifica-ção da riqueza açoriana, tornou-se num au-têntico pesadelo para quem nele apostou legiti-mamente.

Podem-se atribuir as mais variadas causasa este insucesso, mas há uma que é inquestio-nável: a falta de uma orientação estratégica con-sistente e altamente profissional.

Acreditou-se que a atribuição de muitosmilhões, a fundo perdido, era razão suficientepara o setor fazer caminho por si próprio.

Estimularam-se os investidores e criaram-se expectativas demasiado altas, sem se curarde saber as consequências e as alternativas aeventuais insucessos.

Os últimos seis anos foram mesmo deuma grande desorientação, sem um fio condu-tor que nos trouxesse a valia económica tãoprometida em estudos, seminários, conferên-cias, promoções, planos e outros documentosmirabolantes.

Era tudo facilidades.Em meados de 2008 foi criado aquele que

era considerado o documento mais ambiciosoalguma vez para o setor, o POTRAA (Planode Ordenamento Turístico da Região Autóno-ma dos Açores), tão otimista, tão otimista,que poderia ser assinado pelo ministro VítorGaspar, porque não acertava com nenhumaprevisão.

O Plano previa – imagine-se – taxas decrescimento anuais do turismo de 7%, quandojá naquele ano o turismo descia 5% e, em 2009,teve um trambolhão de 11%.

Foi o documento por água abaixo, apesarde ainda vigorar por aí, assim como um outro,denominado “Plano de Marketing Estratégi-co”, que promovia a “Marca Açores”, de quenunca mais se ouviu falar, e ainda o célebre“Plano de Promoção Turística”, de 2010, queprevia mais de 30 milhões de euros para a pro-moção.

No mesmo ano, uma resolução do gover-no concedia 10 milhões de euros às associaçõessem fins lucrativos na comparticipação de pro-jetos de interesse público na área do turismo.

Não faltavam milhões.Até o portal de turismo, a página oficial

do setor na internet, foi adjudicado a duas em-presas diferentes em 2010 e 2011, custando àregião mais de 320 mil euros.

O primeiro tinha erros de informação debradar aos céus e o segundo parece que não te-ve melhor sucesso.

Ambos estavam enquadrados numa candi-datura a fundos comunitários de quase 1 milhãode euros, destinados à promoção dos Açores.

Entretanto, mais estudos encomendados.O Observatório de Turismo dizia, com

base num destes estudos, que a nossa salvaçãoestava no segmento do Turismo de Saúde eBem-Estar.

Mais tarde apontava para o Turismo Reli-gioso.

Depois fez um outro, onde se concluíaque o golfe não se encontrava entre as prefe-rências dos turistas.

Conclusão para os três: no Turismo deSaúde, se os turistas idosos souberem dodescalabro que vai pelos nossos hospitais,nunca mais põem os pés cá; no Religioso ti-vemos há três anos a presidir às Festas doSenhor Santo Cristo o Cardeal de Boston,que regressa de novo este ano, e o melhoratrativo que demos aos turistas americanosfoi aumentar as passagens; no golfe, os cam-pos de S. Miguel foram “regionalizados”.

Ou seja, tudo ao contrário.Outra história semelhante: há uns anos

atrás trouxeram a um seminário sobre turis-mo, na Universidade dos Açores, um “guru”americano, Jafar Jafari, professor da Universi-dade de Wisconsin e consultor da Organiza-ção Mundial de Turismo.

Quando lhe perguntaram o que fazerpara atrairmos o turista americano, respon-deu: “A primeira grande ajuda é conseguirchegar aos principais operadores turísticosamericanos. Mas, desde logo, uma das gran-des lacunas dos Açores em relação aos EUA,é a dos voos diretos, que têm de ser aumenta-dos, pois esta será também uma grandeajuda”.

O que fez a região?Promoveu os Açores nos táxis de Bos-

ton, retirou o voo direto do aeroporto deProvidence e aumentou as tarifas!

Depois, a SATA veio dizer que o merca-do da América do Norte é “estratégico”.

Em quê? Só se for na exploração dosemigrantes açorianos.

Nesta questão dos mercados, a desori-entação é ainda mais incompreensível.

A operação de Munique foi um desastredeficitário, a Escandinávia é cada vez maisuma miragem, anunciou-se em 2011 umaoperação turística dirigida ao mercado belgapara o verão de 2012, que deveria proporcio-nar 28 mil dormidas, lançou-se um pacoteturístico em 2011 “Tudo incluído 5 dias”,agora há outro para visitar quase todas asilhas em menos de uma semana...

O fomento da hotelaria foi outra desori-entação.

Houve hotéis que, espantosamente, nacerimónia de inauguração, já anunciavam oseu encerramento temporário para 15 diasdepois.

Hoje, é o que se vê: hotéis que estão aencerrar nos Açores e, no Continente, 27 vãoabrir este ano (duas inaugurações por mês).

O “Hotel voo incluído” serviu para di-vidir agentes de viagens, hoteleiros e câma-ras de comércio.

Em todo este decurso, o turismo nacio-nal e mundial continuou sempre a subir (au-mento de 4% no ano passado e previsão de3 a 4% este ano).

E nós, sempre a descer.Já se experimentou de tudo, até nomear

Pedro Pauleta “Embaixador do Turismo dosAçores”.

Causas para a decadência?Já ouvimos de tudo no discurso oficial:

uma vez é porque não temos “notoriedadesuficiente”, outras porque há uma “acentua-ção da sazonalidade” e a última é por causada “crise no Continente”.

Já não sei o que diga.Citando o meu amigo Gilberto Vieira,

da Quinta do Martelo, “algo vai muito malno reino dos abexins”... L P

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Página 87 de março de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Opção NacionalUm congresso conseguido

• Por Norberto AGUIAR

No Dia da LagoaMota Amaral e Carlos César serão homenageados

• Por Afonso PIMENTEL

Depois de quase expulso...

José Pereira já é canadiano• Por Elisa FONSECA

Jean-Martin Aussant e Jacques Parizeau à chegada ao Palácio de Congressos.

LAGOA, Açores – Os dois antigospresidentes do Governo Regional dos Açores,Mota Amaral e Carlos César, vão ser homena-geados no dia 11 de abril pela Câmara Muni-cipal da Lagoa, em S. Miguel, com a atribuiçãodo título de Cidadãos Honorários, anunciou aautarquia.

A Câmara adianta, numa nota, as propos-tas para as distinções de Mota Amaral e CarlosCésar “foram aprovadas, por unanimidade, nareunião camarária de 08 de fevereiro”, acres-centando que a homenagem vai decorrer nasessão solene do feriado municipal que assinalao 1.º aniversário da elevação da Vila da Lagoa acidade, a 11 de abril, pelas 20:30 no Conventodos Franciscanos.

A cerimónia contará com “uma interven-ção de Mário Mesquita que vai falar sobre aimportância de ambos os homenageados parao desenvolvimento e consolidação da Autono-mia Regional”, acrescenta a nota.

A autarquia vai também atribuir o nomede ambos a dois equipamentos públicos doconcelho, nomeadamente da Casa da Cultura àqual será atribuído o nome de “Casa da CulturaCarlos Manuel Martins do Vale César” e a anti-ga escola prof. João Ferreira da Silva que será a-daptada a “Centro Comunitário João BoscoSoares Mota Amaral”.

A Câmara justifica a homenagem, que ti-nha sido avançada numa das edições do matu-tino Açoriano Oriental, com o facto de MotaAmaral e Carlos César terem “contribuído, du-rante o exercício das suas funções politicas,para o desenvolvimento social, cultural e eco-nómico do concelho de Lagoa”.

Para o presidente da Câmara de Lagoa,João Ponte (PS), trata-se de “duas reconhecidasdistinções que o Município presta a duas indivi-dualidades cujas decisões políticas, durante osseus governos, foram cruciais e determinantespara o desenvolvimento e progresso do conce-lho de Lagoa”.

O autarca, citado na nota de imprensa, re-fere que Mota Amaral e Carlos César foram“governantes com visão, procurando anteci-par medidas que visam o progresso e o desen-volvimento sustentável da Região, sendo igual-mente políticos com grande determinação na

defesa do interesse superior dos Açores e dassuas gentes, respondendo às necessidades daspopulações”.

O social-democrata Mota Amaral, primei-ro presidente do Governo Regional dos Aço-res, governou o arquipélago durante cincomandatos consecutivos, de 1976 a 1995 e “édescendente de lagoenses, com destaque parao seu avô, Francisco D’Amaral Almeida, indivi-dualidade que muito contribuiu para o desen-volvimento cultural e social do concelho”, su-blinha a autarquia.

A Câmara destaca ainda várias obras, pro-jetos e parcerias que “foram determinantes parao desenvolvimento do concelho de Lagoa emvárias áreas – da educação e cultura ao ambientee política social” executadas pelos cinco gover-nos regionais liderados por Mota Amaral.

No caso do socialista Carlos César, quegovernou o arquipélago durante 16 anos, entre9 de novembro de 1996 até 6 de novembro de2012, a Câmara Municipal sublinha que “osquatro mandatos permitiram dotar a Lagoa dosequipamentos necessários à vida comunitáriacom obras, projetos e parcerias que foram de-terminantes para o desenvolvimento do con-celho”. No passado fim de semana, o

Partido Opção Nacional, que nasceu em2011 e que nas últimas eleições teve o apoiode um pouco mais de 82 mil eleitores, estevereunido em congresso de maneira a adotara sua plataforma de funcionamento comvista às próximas eleições, assim como aeleição do Conselho Nacional; também foidedicado tempo para reforçar o poder doseu chefe Jean-Martin Aussant.

Acabaram por comparecer na reuniãolevada a efeito no Palácio dos Congressosdurante três dias cerca de mil delegados, oque foi um êxito enorme para um partidoque tem pouco mais de um ano de vida esem nenhum deputado eleito.

Adotada a estratégia para o futuro, com

esperanças de que haja eleições a breve trecho,os congressistas acabaram por reforçar a li-derança de Jean-Martin Aussant ao pontode lhe decidirem atribuir um salário de depu-tado para que se dedique a tempo inteiro aopartido.

Entretanto, o impacto maior dos trêsdias do congresso veio da presença de JacquesParizeau, antigo primeiro-ministro do Que-beque e membro em regra do Partido Quebe-quense, de quem foi chefe, of course, durantevários anos.

Na sua intervenção, como era de esperarmuito aplaudida, Jacques Parizeau valorizoua postura do jovem partido, assim comoelogiou o seu jovem e carismático chefe. A-lém disso, direcionou as suas palavras para aunião de todos os independentistas, convi-dando-os a unirem-se, única forma de con-cretizar o sonho do país Quebeque. L P

MONTREAL - O Governo cana-diano concedeu a nacionalidade ao cidadão por-tuguês José Pereira, depois de ter reconhecidoque a ordem de expulsão de que foi alvo no ve-rão passado foi “um lapso”, disse o próprio àagência Lusa.

Em declarações à Lusa, José Pereira referiuque na quarta-feira passada, dia 27, obteve fi-nalmente a nacionalidade canadiana, o que pôstermo a uma batalha difícil com as autoridadescanadianas.

“Estou feliz e a minha mulher [canadiana]também. Agora posso entrar e sair do Canadáquando quiser”, afirmou José Pereira, adiantan-do que na segunda-feira (dia 4 de março) irábuscar o seu passaporte canadiano.

Em junho do ano passado, o departamen-

to federal da Cidadania e Imigração Canadá(CIC) havia ordenado a expulsão até 10 de se-tembro deste emigrante que residia há 32 anosem Montreal, por considerar que ele estava ile-gal no país.

O seu caso remonta a 2009, quando, apósuma viagem de urgência a Portugal e à esperade renovar o seu cartão de residente permanen-te, a embaixada canadiana em Paris recusou-lhe os comprovativos de residência e, em janei-ro de 2010, revogou-lhe o estatuto de residên-cia.

Para José Pereira, esta situação não passa-va de um erro dos Serviços de Imigração, poisàquela data havia já regressado ao Canadá e ti-nha em mãos o novo cartão de residente emi-tido no país.

Quando preparava o processo de nacio-nalidade, a Imigração advertiu-o que estava ile-

Cont. Pág. 14, José Pereira...

Carlos César e Mota Amaral, ex-presidentesdo Governo dos Açores.

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Página 97 de março de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Página 107 de março de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Azulejos. Uma utopia cerâmicaUm filme escrito, produzido e realizado por Luís de Moura Sobral,2013, 52 m

Apresentado no Festival International du Film sur l´Art (FIFA), Montreal,14 – 24 de março 2013

O azulejo é uma forma de revestimento mural de cerâmica que conhece emPortugal desde há cinco séculos um sucesso extraordinário, sem paralelo no Ocidente.Azulejos. Une utopie céramique é um road-movie rodado em 2011 em Montreal,Portugal e no Brasil, que procura compreender como esta técnica, artesanal na origem,se tornou uma forma importante de decoração monumental.

O inquérito é conduzido pelo historiador de arte Luís de Moura Sobral, professorna Universidade de Montreal. Em sentido contrário da cronologia, ele faz-nos visitar al-guns monumentos entre os mais representativos desta modalidade artística, partindodo Metro de Lisboa para acabar nos conjuntos da época barroca, realizados pelos Oli-veira Bernardes, pai e filho (primeira metade do século XVIII).

Durante o périplo, o realizador encontra historiadores, conservadores de museu,responsáveis do património, artistas e restauradores. O pensamento que lhe serve de fiocondutor é o de um ideal estético ou duma utopia nunca realmente teorizados, mas quese revelam ou se concretizam em particular numa série de obras sumptuosas do iníciodo século XVIII.

Em filigrana, os responsáveis da fotografia e do som, dois jovens cineastas mon-trealenses de ascendência portuguesa, Andrew Lima e Roberto Reis, reagem à descobertadesta parcela do património cultural dos seus antepassados.

Informações:514-343-6026514-738-5716

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Wine in Azores

Retorno garantido...Só com planeamento atempado

O evento Wine in Azores 2013 está já em fase avançada depreparação. A chave do sucesso deste evento ao longo dos anos passaindubitavelmente pela dedicação e planeamento atempado levado a ca-bo por Joaquim Coutinho Costa, promotor deste evento.

Com vista a promover o Wine in Azores 2013, os promotoresdeslocaram-se ao Continente português para contactarem com diversosnichos de mercado que consubstanciam o público-alvo deste evento.Desde alguns dos maiores produtores de vinho do país, a chefes de re-nome nacional, a potenciais patrocinadores até ao público em geral, oscontactos têm sido muitos e produtivos.

No evento a “Essência do vinho”, que se realizou no Palácio daBolsa no Porto, foi possível aos promotores estabelecerem contactodireto com os mais de quatrocentos stands de produtores de vinhopresentes naquele certame.

Joaquim Coutinho Costa realizou, ainda, um périplo pela regiãoda Bairrada, onde visitou as Caves Messias e Caves São Domingos,sendo esta a terra dos espumantes, do vinho verde e do afamado leitãoà Bairrada. A visita estendeu-se pelo Douro, nomeadamente pela QuintaSeara D´Ordens, Quinta dos Murças, Alves de Sousa, Quinta do Portal.Na cidade da Régua, Joaquim Coutinho Costa visitou o Museu do Vi-nho, destacando a importância que o enoturismo assume no desen-volvimento desta zona do país.

No que toca a espaços de gastronomia, visitou os restaurantes dogrande amigo o chefe Rui Paula, o DOC no Douro e o DOP na cidadedo Porto, sendo esta uma experiência que recomenda a quem passe porestas zonas do país.

Joaquim Coutinho visitou, ainda, o restaurante dum maravilhosocasal de chefes Dalila e Renato Cunha, situado em Vila Nova de Fa-malicão. Estes chefs já estiveram nos Açores a participar no Wine in A-zores e são hoje nomes sonantes a nível internacional através da criaçãodo afamado pastel de bacalhau com nata.

Este foi um dos périplos de preparação do Wine in Azores de2013, estando programadas mais algumas visitas a outros produtores echefes que ano após ano marcam presença no Wine in Azores.

A Angular XXL responsável pelo Wine in Azores está nestemomento a estudar a possibilidade de avançar com a instalação e dina-

mização, em São Miguel, de um Museu do Vinho, estando em simul-tâneo a trabalhar na elaboração de rotas para que os turistas possamvisitar inúmeros espaços ligados à produção de vinho, não só os atuais,como alguns já em desuso, a par de visitas às próprias vinhas.

Joaquim Coutinho Costa destaca que “é preciso não esquecer quea produção de vinho na nossa ilha já teve uma enorme relevância”, sen-do este um potencial que poderá ser explorado em termos turísticos enão só.

Paulo Teves em Montreal...Defendeu valorizaçãodos jovens açordescendentesno Canadá

O Diretor Regional das Comunida-des, Paulo Teves, afirmou, em Montreal, o com-promisso do Governo dos Açores no sentidoda “valorização da juventude açordescendentee do seu contributo para a continuidade dotrabalho que as associações com ligação à Re-gião desenvolvem no Canadá”.

Paulo Teves, que falava num encontrocom diversas associações e organismos da co-munidade açoriana, salientou ser um “desígniodos Açores e das suas comunidades a apostana promoção da Região, dos seus valores epotencialidades junto dos jovens açordescen-dentes, também como meio de potencializaros intercâmbios e de aproximar os dois ladosdo Atlântico”.

Durante a sua estadia em Montreal, o Di-retor Regional das Comunidades reuniu aindacom a Missão de Santa Cruz, com a direção daCasa dos Açores do Quebeque e com o CônsulGeral de Portugal.

Já em Winnipeg, Paulo Teves reuniu como Cônsul Honorário de Portugal e com a Di-reção da Casa dos Açores daquela cidade.

Na Casa dos Açores, considerou que aparticipação dos jovens descendentes na co-munidade e nas suas associações “é de extremaimportância para a promoção e preservaçãodas raízes e cultura açorianas nas sociedades deacolhimento dos emigrantes”.

Paulo Teves salientou ainda o trabalhocontínuo que as associações desenvolvem emprol dos interesses e integração dos emigrantesaçorianos no Canadá, afirmando ser intençãodo Governo dos Açores “contribuir para umamaior articulação entre as diversas associaçõese comunidades, tendo em vista a promoçãoconjunta da açorianidade”.

O Diretor Regional das Comunidadesconcluiu a sua visita às comunidades açorianasno Canadá, com deslocações às cidades deVancouver e Toronto, nas quais teve encontrose reuniões de trabalho com diversas associaçõese entidades ligadas às comunidades deemigrantes. L P

Paulo Teves, diretor regional das Comu-nidades Açorianas.

Museu Casa do Arcano

RIBEIRA GRANDE, Açores - OMuseu Casa do Arcano foi o grande vencedordo prémio nacional «Vasco Vilalva», atribuídopela Fundação Calouste Gulbenkian a inter-venções exemplares em bens móveis e imóveisde valor cultural que estimulem a preservaçãoe a recuperação do Património.

De entre mais de 20 candidatos, entre osquais o Banco de Portugal, o Museu Casa doArcano reuniu o consenso do júri em todosos critérios de seleção inerentes ao prémio: aexcelência do projeto arquitetónico de recu-peração do imóvel e o respeito pela traça e ca-racterísticas originais do edifício; a qualidadedo restauro do móvel «Arcano Místico», jáclassificado como Tesouro Regional; o rigor ea excelência das publicações científicas que su-portaram a recuperação feita e a escolha dosmateriais de divulgação; e, ainda, a perfeita in-serção no contexto social, especificamente otrabalho desenvolvido em parceria com a Paró-quia e as Confrarias.

O Júri foi composto por quatro elemen-tos, três dos quais Professores Catedráticos,entre os quais a Professora Doutora Dalila Ro-drigues, uma referência internacional na áreada Museologia.

Cont. Pág. 14, Museu...

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Agostinho da SilvaO primeiro a defender o «passaporte lusófono»

PORTO, Douro Litoral – O portuguêsAgostinho da Silva, que nasceu no Porto, de-fendeu a Lusofonia e a criação de um passa-porte lusófono, deu aulas particulares ao ex-Presidente da República Mário Soares e, se esti-vesse vivo, celebraria hoje 106 anos.

George Agostinho Baptista da Silva nas-ceu no Porto, a 13 de fevereiro de 1906, na tra-vessa Barão de Nova Sintra, freguesia do Bon-fim, numa família da pequena burguesia origi-nária do sul do país, frequentou Filologia Clás-sica na Faculdade de Letras da Universidade doPorto (FLUP), concluindo a licenciatura com20 valores. Morreu com 88 anos, a 3 de abrilde 1994 em Lisboa, no Hospital de São Fran-cisco Xavier.

Numa entrevista à Lusa, no âmbito do106.º aniversário de Agostinho da Silva, CelesteNatário, responsável pelo Departamento deFilosofia da FLUP, destaca a “lusofonia” comoum dos maiores legados que o filósofo e pe-dagogo português deixou e defendeu.

“Ele é a pessoa que pela primeira vez falanum passaporte lusófono”, conta Celeste Na-tário, recordando que Agostinho da Silva esteveligado à criação do Instituto Camões e foi o“grande mentor” da Comunidade dos Paísesde Língua Portuguesa (CPLP), em que defendeua “grande união” entre os países lusófonos,sem a “supremacia de ninguém”.

Para Agostinho da Silva, “Portugal eraPortugal, era o Brasil, era África, era todo o es-paço lusófono, ou seja todo o espaço em quea lusofonia, em que a língua portuguesa fossefalada”, afirma a professora de filosofia e culturaportuguesa.

Com a CPLP, a futura “Pátria de todosnós”, Agostinho declarou: “Do retângulo daEuropa passámos para algo totalmente dife-rente. Agora, Portugal é todo o território delíngua portuguesa. Os brasileiros poderão cha-mar-lhe Brasil e os moçambicanos poderãochamar-lhe Moçambique. É uma Pátria esten-dida a todos os homens, aquilo que FernandoPessoa julgou ser a sua Pátria: a língua portu-guesa. Agora, é essa a Pátria de todos nós”.

Agostinho da Silva tinha também uma“perspetiva iberista”, ou seja, defendia umafederação de Portugal com a Espanha, contaCeleste Natário, lembrando uma das definiçõesde Agostinho sobre o país: “Portugal esteveem todo o mundo. Só há um lugar em quePortugal não esteve: na Europa”.

Professor particular de Mário Soares, ex-Presidente da República, aquando a sua juven-tude, visita assídua à casa do ex-ministro daJustiça, Laborinho Lúcio, e admirado pelo en-saísta Eduardo Lourenço, Agostinho da Silvaé “corrido do ensino” em Portugal, na alturado Estado Novo, quando se negou a assinarum documento de compromisso a não perten-cer à maçonaria.

“Ele autoexila-se, porque é professor noEnsino Secundário e aparece um documentoem que todos os professores tinham de assinar,comprometendo-se a não pertencerem a ne-nhuma instituição de natureza maçónica e anenhuma associação que tivesse esse tipo deligação”, explica a professora.

Durante o exílio, Agostinho da Silva viveno Uruguai, em 1945, onde leciona História eFilosofia em escolas livres de Montevideu, vive

também na Argentina, em 1946, onde organi-za os cursos de Pedagogia Moderna para a Es-cola de Estudos Superiores de Buenos Aires efixa-se no Rio de Janeiro, Brasil, entre 1948 e1952, país onde funda várias universidades.

O pensador era um “ativista do humano”no sentido do engrandecimento do humano,que para ele tinha como base o “exercício daliberdade humana”, explica Celeste Natário.

Liberdade era algo que o filósofo portuen-se entendia como algo inerente ao própriohomem e, por isso, a sociedade não tinha maisnada que fazer se não “proporcionar as condi-ções para que essa liberdade pudesse ser exer-cida”, refere a especialista da Universidade doPorto.

“Por isso é que ele vai ter um papel tãoimportante a nível pedagógico e a nível da suaprópria conceção de educação e de instrução,porque vai valorizar duas premissas: ócio ealegria”.

Para Agostinho, o trabalho não deve serentendido como algo que torna a nossa vidadifícil, mas como algo que devemos fazer comprazer.

Há cerca de 50 anos, Agostinho da Silvajá falava dos meios de comunicação e das novastecnologias como uma forma positiva de liber-tar o homem de trabalhos menos interessantese esse trabalho passaria a ser feito pelas má-quinas e os humanos ficariam, sim, reservadosa tudo o que tivesse a ver com a criatividade.

As civilizações clássicas são uma fontepara Agostinho da Silva, a tese dele é sobre“Teixeira de Pascoaes”, que para ele foi umareferência, e um dos autores que ele estudou emuito estimou foi Fernando Pessoa, chegandoa conhecê-lo em Lisboa.

Instituto Padre João José TavaresDr. Francisco Carreiro da Costa

1913 - 19811913 - 19811913 - 19811913 - 19811913 - 1981

O Instituto Cultural Padre João José Tava-res (Lagoa), não querendo deixar passar estaimportante data, em que se comemora o centé-simo aniversário do nascimento deste ilustreLagoense, procedeu numa pequena cerimónia,à colocação de uma coroa de flores junto aoseu busto no Largo de Nossa Senhora do Ro-sário.

Com este pequeno gesto, o Instituto pre-tendeu homenagear um homem que muito sedistinguiu no meio cultural açoriano e cuja obraorgulha todos os seus conterrâneos.

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Página 127 de março de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

No primeiro jogo

Impacto excede as expectativas!• Por Norberto AGUIAR

Depois de ter vencido o torneio depré-época Pró Classic, na Florida, onde bateuna final o Columbus Crew, por 1-0, o Impactopartiu alguns dias depois para Seattle, para de-frontar a formação local, o Sounders, no pri-meiro jogo do campeonato da MLS, versão2013. E se bem que levasse algumas esperanças

na bagagem, estamos em crer que o Impactonão esperaria, à saída deste confronto, ter jáum pecúlio de três pontos, fruto da vitória,por 1-0, obtida no «infernal» estádio do Seattle.Infernal pelo grande ambiente que ali se viveem cada jogo, com as bancadas sempre repletasde adeptos, o que muito intimida quem visita aequipa do Estado de Washington.

Também o Impacto se intimidou nestasua primeira visita ao Sounders, apesar de este

ser o seu segundo ano de Major League Soccer. E isto só acontece porvia de acasalamentos algo curiosos, sobretudo quando é feito o calen-dário de jogos entre as formações da Zona Oeste, para o Impacto, nes-te caso, da Zona Este, e vice-versa.

Dizíamos que o Impacto também passou um mau bocado naqueleestádio e, paradoxalmente, até saiu de lá com a vitória. Mas vitória ar-rancada a ferros, quer por ter sido dominado quase o jogo todo, comofoi muito feliz em não sofrer golos nas muitas oportunidades desper-diçadas umas vezes pelos atacantes «verdes», outras pela oposição dadefesa montrealense, com destaque para o seu guarda-redes. Para reforçarainda mais esta tese, recorde-se que o Sounders ainda mandou duas bo-las à madeira da baliza de Troy Perkins.

Tudo isso é muito bonito e deixa perceber que o Sounders de Seat-tle tem bons atletas e uma equipa que joga bom futebol. Mas todosnós sabemos que nesta modalidade que é o desporto-rei, o jogar melhore mais bonito, se não for acompanhado por vitórias, nada disso temmuita importância. Foi o que aconteceu no embate de sábado à noiteem Washington: uma equipa a jogar melhor sobre todos os aspetos e,no fim, ser a outra a sair da contenda com os três pontos da vitória. Di-ga-se desde já que o golo que selou o triunfo foi uma grande obra de ar-te da autoria de Davy Arnaud, o capitão dos canadianos. Mérito tambémpara o passe de Di Vaio e a grande jogada de abertura de Filipe.

Vimos o jogo através da Internet e, apesar do que fica dito anterior-mente, temos a impressão que o Impacto vai fazer melhor do que o12° lugar do ano de estreia. Se isto não acontecesse seria uma grandebarraca, pois a equipa que entrou em campo neste primeiro jogo utilizouapenas um jogador novo (o italiano Pisanu). Isto é, um jogador quenão fez parte do plantel de 2012. Nada comparado com a manta de re-talhos do ano passado. Não se esqueça que Jesse Marsh teve de formarum grupo totalmente novo, com jogadores vindos das mais variadasprocedências. De resto, como todos vimos, em 2012 jogava-se o meiodo campeonato e ainda haviam jogadores a entrar e a sair.

Agora, com mais estabilidade, um princípio de época positivo,sobretudo por se ter contado com uma equipa já formada, haverá nestemomento quem diga que este é que é o bom treinador. É verdade. Temmais anos de experiência do que Marsh, fala quatro ou cinco idiomas eé... europeu. A seguir, veremos.

Timbers – ImpactoO Impacto depois do jogo em Washington deixou-se ficar pelo

Oeste americano, embora descendo de algumas horas, para se instalaragora no Estado do Oregon, onde sábado defrontará o Timbers dePortland, em mais uma partida que se revela difícil. O Timbers tem boaequipa e os adeptos, embora em menor número que os do Estado vizi-nho, são tão «fanáticos» como aqueles. Apenas o estádio é mais pequeno,albergando em todos os jogos a sua capacidade máxima, que é de 22 milespectadores, metade do que recebe normalmente o Estádio de Seattle.

No primeiro jogo da época, disputado também sábado passado, oTimbers, em casa, não foi além de um empate (3-3) diante do candidatoRed Bull New York, depois de estar a perder por 1-3. Mas numa segundaparte jogada a um ritmo espetacular, os homens de Oregon con-seguiram marcar dois golos e não chegaram à vitória porque a sorte na-da quis com eles.

Um bom jogo em perspetiva, visto por um lado estar o Impactomotivado pelos três pontos já arrecadados e por outro uma equipa quequer provar que este ano, com novo treinador – veio das Seleções jo-vens dos USA – pode ambicionar um lugar nas eliminatórias, por aca-so o mesmo objetivo traçado pelos quebequenses.

Davy Arnaud, capitão do Impacto, voltou a marcar o primeirogolo da época pela sua equipa e que desta vez valeram trêspreciosos pontos, obtidos num terreno muito difícil.

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Página 137 de março de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

TTTTTelevisão Pelevisão Pelevisão Pelevisão Pelevisão Portuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de MontrealVisione todos os acontecimentos da ComunidadeHorário

• Quinta-feira, 20h00• Sexta-feira, 01h00 (repetição)• Sábado, 09h00• Domingo, 01h00 (repetição)

[email protected]

Com portal histórico na Internet

Seguros Silva, Langelier & Pereira: 50 anos a assegurar a Comunidade Portuguesa• Reportagem de Raquel CUNHA

Este ano a corretora de seguros Silva,Langelier & Pereira comemora 50 anos. Paraassinalar a data, Mário Silva decidiu contribuirpara a nossa Comunidade com um relato histó-rico da mesma, retratando tudo o que por aquise fez, desde que os chamados pioneiros emi-graram para Montreal. Está tudo documentadono site www.Os50anos.com.

O LusoPresse quis saber mais, e por issofalou com Mário Silva sobre a maior e maisconhecida corretora da nossa Comunidade e,claro está, sobre a nova página Internet.

Em 1963, António Pereira abriu uma dasprimeiras corretoras de seguros da Comuni-dade. Mais tarde, em 1978, Mário Silva, abretambém a sua corretora, aventurando-se naárea dos seguros, embora fosse “jovem e maisagressivo”. Vem de Portugal “para fugir à misé-ria que já não existe no nosso país” e depressavê o seu negócio florescer. Decide estudar efaz “todos os cursos de seguros que havia”,oferecendo o que poucas companhias ofere-cem, licença para efetuar todos os tipos de se-guro, “uma pluralidade de serviços que só vemfavorecer os nossos clientes”.

Em 1990, compra a seguradora A. Gonçal-ves e muda-se para as suas instalações, as mes-mas onde ainda se encontra. Em 1991, associa-se ao canadiano Normand Langelier, de modoa atrair também a clientela canadiana. O negó-cio floresce ainda mais.

Por fim associa-se à firma de António Pe-reira, mas apenas por dois anos, antes desteúltimo se reformar. “O contrato foi feito as-sim. Ficamos com o seu volume e ele pôde re-formar-se em paz”, confessa.

Os únicos com clientes internacionais eseguros de risco

Mas não é apenas a simpatia que faz o ne-gócio da casa. O facto de ser uma das maiorese mais requisitadas seguradoras da cidade, deve-se sobretudo ao excelente serviço, aliado à ofer-ta e qualidade de trabalho que mais ninguémpode oferecer. Expliquemos.

A seguradora oferece todo o tipo de segu-ros, automóvel, casa, vida, comércio, viagem,de modo a que o cliente possa aqui tratar detodos os seus afazeres. Mas não só. Trabalhamtambém com agências internacionais, leia-se,portuguesas, americanas, sul-americanas, euro-peias, emirados árabes, etc., sendo uma dastrês seguradoras no Quebeque com licença paratal. Ao permitir ao cidadão não canadiano debeneficiar dos mesmos serviços, caso seja es-

trangeiro e queira assegurar os seus bens, a Sil-va, Langelier & Pereira pode fazê-lo. E mais: éa única especializada em serviço de risco, istoé, em assegurar os “indesejados”, os clientesque as outras seguradoras não querem, comoquem tenha registo criminal, uma casa ou carrovelhos, poucos rendimentos ou que lhe tenhasido negado seguro por qualquer razão.

Mário Silva explica de forma resumida aoafirmar que “Não há melhor que nós! Não sópara a Comunidade como também para os ca-nadianos. Somos os melhores no centro dacidade. Fazemos todos os tipos de seguro comextrema competência”.

Mark Keene completa que “aqui fazemosseguros de verdade. É importante que a Comu-nidade saiba o que fazemos porque somos o

único escritório em Montreal que trabalha comseguro de risco, e que podemos ajudar as pesso-as que viram as apólices canceladas por proble-mas criminais, casas e carro em mau estado,etc.”

Toda a equipa trabalha em conjunto “já lávão uns vinte anos” continua, e por isso o“sentimento aqui é de família, não só entrenós, mas também com os nossos clientes.Conhecemo-nos pelo nome e queremos queassim continue. Que seja um lugar onde sabemque são bem recebidos e que ajudaremos a re-solver os seus problemas”, conclui.

A equipa é composta por Mário Silva,Normand Langelier, Mark Keene, AnabelaMarques e Alice Macedo, todos especialistas eexcelentes profissionais.

O portal na InternetEste ano a seguradora faz 50 anos e Mário

Silva não quis que a data passasse em vão.“Lembrei-me de fazer um site para divulgar osprimeiros portugueses aqui, os pioneiros”. Econtinua “há muitos livros, mas tudo o que linão lhes fazia justiça. A ideia era divulgar comotudo começou, desde os primeiros comércios.Nós fazemos 50 anos, só menos 10 do que oinício da Comunidade” afirma.

Para isso, decidiu investigar e juntar dadossobre a Comunidade. Na página da Internetpode já encontrar muita informação. Desde oprimeiro livro do galo em 1972, a primeiramercearia, o primeiro cabeleireiro. “Queríamosir mais longe que um livro. A internet é a me-lhor ferramenta de divulgação, onde toda a gen-te pode ver e é mais acessível que um livro”.Essa ideia prende-se também com a de um

Os três mosqueteiros da Seguros Silva,António Pereira, Normand Langelier eMário Silva.

portal aberto “queremos que a comunidadeparticipe. Que corrija e que contribua. É umtrabalho de relato, de recolha e análise de infor-mação, um registo que ficará para as geraçõesvindouras e que fará justiça a todos os que poraqui passaram. Já conta com 45 páginas de in-formação”.

Mário Silva confessa-se um português pu-ro e conta-se orgulhoso das suas origens. Porisso, esta plataforma surge como presente idealpara divulgar a cultura portuguesa dentro e forada comunidade, para que se saiba o feito dosportugueses. Afinal foram os portugueses quedescobriram o Canadá. Nós já de lá viemos hámuito tempo e queremos mostrar como a nos-sa comunidade tem crescido nos últimos 60anos.

Quanto ao futuro, Mário Silva consideraa 1ª geração responsável pela dissipação da 2ª eda 3ª geração de portugueses. “Eu defendo hámuito tempo que se deviam juntar as forças efazer um único centro comunitário”, explica,mas “o problema são os velhos, como eu, daprimeira geração, que estão agarrados ao podere querem manter os sítios para comer a pala”.Dá como exemplo o Centro Português de Cara-cas, “um orgulho para os portugueses” e sonhaque um dia a Comunidade se una e faça um“projeto de jeito, mais atrativo para os jovense que melhore a divulgação da cultura portu-guesa e de Portugal aqui no Canadá”.

O Capitão de Abril, Salgueiro Maia, depois da Revolução dos Cravos, passou por Montreal. Uma foto-registo dessa passagemencontra-se na página www.Os50anos.com da Seguros Silva.

L P

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Page 14: Editorial Vol. XVII • N° 283 • Montreal, 07 de março …lusopresse.com/2013/283/Textos corrigidos/WEB...vai perdurar no imaginário dos telespeta-dores de todo o mundo foi o

Página 147 de março de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

EDITORIAL...Cont. da pág 1

QUANDO...Cont. da pág 2

isso Obama, na última comunicação que fezsobre os Estados da União, deixou aviso aoCongresso que não cederia sobre reformas nos setores da saúde e da educação. Razão pela qualestes setores são os pilares importantes de umaNação!

Este governo, e este seu consultor, sãoresponsáveis por 16,9% de desempregados nopaís. Mais de oitocentas mil pessoas estão a-tualmente desempregadas, quase 40% de jo-vens. Ora o desemprego na Europa é de 11,7%abaixo de nós, só a Grécia nos ultrapassa. Es-pera-se que a privatização da RTP não vá pelosconselhos do Sr. Borges!

De toda a maneira nada se pode esperarde um Sr. Borges que ainda continua agarradoaos punhos de renda das sociedades oligár-quicas que governaram, governam ainda hojemuitos países!

Termino dizendo que por detrás deste se-nhor não existe “sujeito”, existe apenas capital.

O título da entrevista serve-lhe muito bemde capa.

PS – Significado da palavra economiaem grego: Lei da Casa, mencionado por Hele-na Correia na RTPi, no noticiário das 19h00

setembro de 2006.Esta é uma das muitas imagens que perso-

nificaram a figura controversa do presidenteda Venezuela falecido na terça-feira, dia 5 demarço, exatamente no dia do sexagésimo ani-versário da morte de Estaline.

A História tem destas coincidências. Por-que na realidade, cotejar a morte de um com ooutro é um abuso intelectual. O primeiro mor-reu depois de uma longa luta contra o cancro,rodeado de todos quantos o estimavam. O se-gundo morreu sozinho, ao que parece, dumapossível hemorragia cerebral. O primeiro foieleito democraticamente, contra a vontade daclasse dominante e com o apoio maioritáriosdos mais pobres. O segundo conquistou opoder pelas manigâncias do apparatchik emandou matar mais de 7 milhões dos seusconcidadãos.

Se há algo em que porventura que a His-toria os poderá reunir foi a propensão de am-bos para o culto da personalidade e o ódio vis-ceral ao capitalismo. Mas mesmo nestas op-ções ideológicas Chávez nunca podia ter sidocomunista porque era católico convicto. Pelavontade de sua mãe teria seguido a carreira ecle-siástica. Tinha uma profunda e sincera afeiçãopelos mais humildes. O que não o impediu decriticar, em alguns dos seus discursos a igrejacatólica de manipular o cristianismo mas quena Venezuela, segundo ele, era a religião cristãque era a fonte de energia do povo e que eranela que se encontrava a inspiração para a justiçasocial, a luta pela dignidade do ser humano, eas aspirações de igualdade e liberdade.

Estaline, ao contrário, só quis o poderpelo poder e mandou assassinar todos quantosse lhe opusessem, a começar pela sua própriafamília e amigos. Até a sua filha se refugiounos EUA e mesmo Leon Trotsky, compa-nheiro de armas e fundador do exército verme-lho, refugiado no México, foi assassinado porordem dele.

Hugo Chávez teve o condão de por todaa classe financeira internacional contra si, acomeçar pelos que controlavam os órgãos deinformação do país e que tudo fizeram paraque a política social fosse um desastre. A prin-cipal riqueza, o petróleo, foi nacionalizada oque fez privar de certas vantagens de que asempresas internacionais dispunham para ren-tabilizar a extração do ouro negro.

De acordo com o CIA World Factbook, aeconomia venezuelana melhorou entre 2004 e2007. O PIB cresceu 18% em 2004 – recuperan-do o crescimento negativo dos anos anteriorese as estimativas para 2007 variavam entre 7 e8%. Em março de 2004, a inflação recuou paramenos de 10%. A política social foi uma dasprincipais propagandas do governo Chávez.Os ganhos com o petróleo não resolveramno entanto os problemas de infraestruturas.Segundo o Instituto Nacional de Estatísticasda Venezuela, a pobreza ainda atinge 60,1%da população. Todavia, a Venezuela foi declara-da pela UNESCO como estando livre do anal-fabetismo, visto ter uma taxa de analfabetismoinferior a 4%.

Em 2007, Chávez propôs um plebiscitopara reformar a constituição a fim de poder serre-eleito indefinidamente. Desta vez a maiorianão esteve de acordo e o vencido, no final doresultado limitou-se a declarar «Dou os meusparabéns aos meus adversários por esta vitória.Com o coração vos digo que estava num dile-

ma. Saí do dilema e agora estou tranquilo. Es-pero que todos os venezuelanos o estejam tam-bém. Daqui para a frente vamos manter a paz.Aqui não há ditadura».

Em 2009, o país entrou numa profundacrise, resultante da questionável política econó-mica do governo Chávez. O presidente chegoua propor que os venezuelanos tomassem me-nos banho para economizar água e energia.Não obstante, ameaçou proceder à nacionali-zação de todos os bancos que se recusassem aoferecer mais crédito aos consumidores. (1)

Na Venezuela vive uma importante comu-nidade portuguesa, principalmente constituídade madeirenses que seguem com alguma ansie-dade o período de transição que se vai seguir.Hugo Chávez visitou a Madeira a 19 de outubrode 2001, onde foi recebido com todas as defe-rências. Esta não foi a única visita do presiden-te venezuelano às terras lusitanas. Hugo Chá-vez esteve em Portugal por quatro vezes. A úl-tima, foi em 2010 quando assinou com o Go-verno de José Sócrates um conjunto de acordosde cooperação económica, entre eles a comprado navio Atlântida que nunca chegou a sair dabase do Alfeite. A primeira visita ao país foihá 12 anos quando António Guterres era pri-meiro-ministro.

(1) – https://www.cia.gov/librar y/publications/the-world-factbook/geos/ve.html

JOSÉ PEREIRA...Cont. da pág 8

gal e tinha de abandonar o país.José Pereira decidiu expor a sua situação

no canal televisivo público canadiano em lín-gua francesa, Rádio Canadá, captando as aten-ções dos Média canadianos, portugueses e deoutros países.

O departamento federal da Cidadania eImigração Canadá (CIC) não tardou a reconhe-cer o lapso e atribuiu, de novo, a residênciapermanente ao português, indicando que o pro-cesso de nacionalidade prosseguiria.

Entretanto, perante a ordem de saída, JoséPereira decidiu vender os bens e partir paraPortugal, onde tem estado desde agosto.

Agora, já cidadão canadiano, diz que o fu-turo é ainda incerto, indicando que está em fa-se de pedir, através do seu advogado, uma in-demnização pelos danos sofridos às autori-dades canadianas.

José Pereira disse que desde que a 25 deabril foi confrontado pelas autoridades cana-dianas de que estaria em pretensa situação irre-gular no Canadá não ganha “nenhum di-nheiro”.

Este natural de Ofir, em Fão, Esposende,atualmente a viver em Porches, no Algarve,acrescentou que será difícil voltar a montar oseu negócio no Canadá, pois a empresa que ti-

Em memória de Gabriel Puga2 2 - 1 0 - 1 9 3 1 / 2 8 - 0 1 - 2 0 1 32 2 - 1 0 - 1 9 3 1 / 2 8 - 0 1 - 2 0 1 32 2 - 1 0 - 1 9 3 1 / 2 8 - 0 1 - 2 0 1 32 2 - 1 0 - 1 9 3 1 / 2 8 - 0 1 - 2 0 1 32 2 - 1 0 - 1 9 3 1 / 2 8 - 0 1 - 2 0 1 3

NA GRATIDÃO VIVE O MAIOR SABER

Nós vimos por este meio agradecer since-ramente a todas as pessoas que se dignaramacompanhar-nos neste período difícil, na nos-sa vida.

Contando Convosco, com o vosso cari-

nho e amizade foi-nos mais fácil atravessar es-ta luta de dor e de tristeza.

Profundamente gratos.

Águeda Puga e família.José Pereira. Foto Jules Nadeau/Luso-Presse.

nha demorou três anos a consolidar-se, aca-bando por ter de a vender à pressa, devido àordem de expulsão.

locais, em 21/02/2013.

Ref.: Diário de Notícias, 9/02/2013Jornal “O Público”, 13/01/2013 – 19/01/2013Relatório do Fundo Monetário InternacionalAdministrador do Goldman & Sachs recebeuum bónus de 16 milhões de euros em 2012Sentido e Pertinência e Cooperação (Um desa-fio da Educação) Fidas (Québec), Agosto2012.

Este prémio, que contempla uma atribui-ção de 50.000€ ao vencedor é, acima de tudo, enas palavras de Ricardo Silva, «um importantís-simo reconhecimento do trabalho de recupe-ração feito no imóvel e da vontade de, maisuma vez, dotar a Ribeira Grande de pólos deatração turística e cultural de excelência». Orestauro do Arcano Místico de Madre Margari-da do Apocalipse já tinha sido contempladocom uma Menção Honrosa pela APOM, em2010, ano em que a Custódia de Belém arreca-dou o 1º lugar.

MUSEU...Cont. da pág 10

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Página 157 de março de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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HENRIQUE COSTA1942 - 2013

Faleceu em Montreal no dia 28 de fe-vereiro de 2013, com 70 anos de idade,Henrique Costa, natural de Abrantes, es-poso de Maria Oliveira Lopes.

Deixa a sua esposa, as suas filhas Ma-ria da Luz (Joe) e Ruthe (François), o seuneto Tristan e neta Chloé, as suas irmãsNatalina (Manuel Carias) e Maria (falecidoJoaquim Carvalho), o seu cunhado Antó-nio Oliveira Lopes, assim como sobri-nhos e sobrinhas, restantes familiares eamigos.

Os serviços fúnebres estarão a cargoMAGNUS POIRIER Inc.6825, rue Sherbrooke Est, MontréalTél. 514-727-2847 www.magnuspoirier.comAntónio RodriguesCell. 514-918-1848

Segundo as suas últimas vontades, asepultura será na intimidade da sua família,numa data posterior, ao cemitério Le Re-pos de St-François d’Assise.

A família vos acolhe na Sala do Reinodas Testemunhas de Jeová, situada no7170 Boul. St-Michel, Montreal, na sexta-feira dia 8 de março de 2013, a partir das 19horas.

A família vem por este meio agradecera todas as pessoas que, de qualquer forma,se lhes associam neste momento. A todoso nosso obrigado pelo vosso conforto.Bem Hajam.

António RodriguesConseiller aux familles10 300, boul. Pie-IXMontréal (Québec) H1H 3Z1Général : 514 727-2847 / 1 888 727-2847Télécopieur: 514 322-2252Ligne directe : 514 727-2828, poste [email protected]

ROLANDORODRIGUES

1913 - 2013Faleceu em Montreal no dia 21 de fe-

vereiro de 2013, com 99 anos de idade,Rolando Maria Rodrigues, natural de SãoMiguel, Açores, esposo de Lúcia Rodri-gues.

Deixa na dor a sua esposa, a sua filhaLaura (Joe), os seus filhos Carlos e Henri-que, os seus netos/as Cynthia, Célia, Mar-co e Luís, assim como restantes familiarese amigos.

Os serviços fúnebres estiveram a car-go de:MAGNUS POIRIER Inc.7388 Boul. Viau, St-LéonardTél. 514-727-2847 www.magnuspoirier.comAntónio RodriguesCell. 514-918-1848

O velório teve lugar no complexofunerário, no domingo, dia 24 de fevereirode 2013, das 18h30 às 22h00.

A família vem por este meio agrade-cer a todas as pessoas que, de qualquerforma, se lhes associaram neste momentode dor. A todos o nosso obrigado pelovosso conforto. Bem Hajam.

Antonio RodriguesConseiller aux familles10 300, boul. Pie-IX Montréal (Québec)H1H 3Z1Général : 514 727-2847 / 1 888 727-2847Télécopieur: 514 322-2252Ligne directe : 514 727-2828, poste [email protected]

Secretário de Estado da Energia

“Boa resposta” do Canadá sobre perspetivas de investimento e comércio• Reportagem de Elisa FONSECA, Agência Lusa

TORONTO, Ontário - O secretáriode Estado da Energia de Portugal, Artur Trin-dade, revelou à Lusa ter recebido uma “boa

resposta” por parte de empresas e do governocanadiano, com vista a reforçar os investimen-tos e trocas comerciais bilaterais.

O governante falava à Lusa durante da vi-sita de três dias a Toronto, que conclui segunda-feira, e durante a qual participou no Congressomundial PADC – que reúne especialistas e em-presas prospetoras do setor mineiro –, e nagala anual da Federação de Empresários e Pro-

fissionais Luso-Canadianos (FPCBP).Inicialmente estava prevista a deslocação

ao Canadá de uma comitiva do Ministério daEconomia de Portugal, chefiada pelo próprioministro Álvaro Santos Pereira, mas este aca-bou por cancelar a sua viagem, devido a gravesproblemas de saúde de um familiar.

O congresso PADC acabou por ser palcode encontros do governante português comatuais investidores em Portugal e outros poten-ciais interessados em oportunidades de negó-cio em Portugal.

Segundo disse, de responsáveis de empre-sas canadianas já presentes em Portugal, comoa Lundin Minning (consórcio sueco-canadia-no concessionário das Minas de Neves Corvo)Colt Resources (que recentemente obteve licen-ça de exploração de ouro em Borba) ou AvrupaMinerals (com licenças de exploração de tungs-ténio e ouro em Candelo e Sabrosa), recebeu“elogios sobre a estratégia que o Governo por-tuguês em desenvolvido para estes setores”.

Além destas, outras empresas canadianasdo setor energético, nomeadamente o grupoMohave e a Oracle Energy Corp. têm em cursocontratos de investimento em Portugal para aprospeção de petróleo e de gás, respetivamentenas zonas de Alcobaça e Setúbal.

Porém, realçou, Portugal está aberto a in-vestimentos não só do Canadá mas de outrospaíses, pelo que a presença no congressoPDAC em Toronto constitui uma oportuni-dade de mostra das potencialidades de inves-timentos em Portugal.

Artur Trindade assumiu, por outro lado, arepresentação do Executivo português nos en-contros que estavam agendados com respon-sáveis do governo provincial do Ontário e como ministro federal do Comércio, Ed Fast, du-rante os quais abordou a situação económicade Portugal, enfatizando que Lisboa tem execu-tado “um programa de reformas estruturais, oqual com as alterações de nível fiscal, fará dePortugal um amigo do investimento”.

“Portugal deve ter uma dinâmica expor-tadora”, advogou, reconhecendo a quebra nastrocas comerciais bilaterais em 2012, quer nasexportações para o Canadá como nas impor-tações do país, ou se-ja, o Canadá diminuio seu peso no contex-to do comércio exter-no.

“Ainda assim, osaldo foi positivo fa-vorável a Portugal.Mas não devemos o-lhar para só para essesaldo, devemos olharpara o volume do co-mércio. E há oportu-nidade para reforçar ocomércio bilateral eexportar mais para oCanadá em váriossetores, designada-mente o agroalimen-tar, o têxtil e o calça-do”, preconizou.

O acordo comer-cial em fase de negoci-ação entre o Canadá e

a União Europeia foi outro dos temas na reu-nião com o ministro federal do Comércio Inter-nacional, a quem Artur Trindade comunicou aposição portuguesa de apoio geral.

Este responsável aproveitou informar dointeresse de Portugal em ser “porta aberta”para os Países Africanos de Língua Oficial Por-tuguesa, através “parcerias de interesse mútuo”.

O titular da pasta da Energia elogiou aindaa comunidade luso-canadiana, apontando quehoje em dia integra políticos, empresários, aca-démicos com um papel relevante no país, masque, ao mesmo tempo, “mantêm uma forte li-gação a Portugal”.

Dra. Carla Grilo, d.d.s.

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