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    Educao Popular: Histria1

    13 A Educao Popular tem uma rica histria de ideias, teorias e prticas para uma educaotransformadora. Numa poca em que estaa restrita a e!peri"ncias no estatais, o educador Paulo#reire, como secretrio municipal de Educao de $o Paulo %1&'&(1&&1), prop*s(se o desafio deinstitu+(la como pol+tica p-lica sem, contudo, a tornar e!clusiamente estatal, mantendo essa tenso deestar taticamente dentro do Estado e estrateicamente fora. /omo concepo, a Educao Popular uma das mais -elas contri-ui0es da Amrica atina ao pensamento pedaico uniersal. /omo prticapedaica e teoria educacional, pode ser encontrada em todos os continentes./omo concepo eral da educao, ela passou por diersos momentos epistemolico((educacionais e

    orani2atios, desde a -usca da conscienti2ao, nos anos 1&4 e 1&54, passando pela defesa de uma6escola p-lica popular7 e comunitria nos anos 1&84 e 1&'4, at chearmos 9s e!peri"ncias da Escola/idad em rios munic+pios do pa+s. Paulo #reire entendia a Escola /idad como continuidade daescola p-lica popular, uma escola de comunidade, de companheirismo, uma escola que iia ae!peri"ncia tensa da democracia, mas que, nas ltimas dcadas, se transformou num mosaico deinterpreta0es, coner"ncias e dier"ncias.

    1: Pode(se di2er que a Educao Popular passou por tr"s fases distintas; inicialmente, at os anos1&4, era entendida como e!tenso do ensino fundamental %educao 6primria7) para todos,

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    Educao Popular: Concepo2

    A$$FBPGH@, I44&a., p. ' acreditamos que a educao popular uma concepo de educao. Juma inestidura, em intencionalidade, do sentido social das ideias e das prticas pedaicas.

    A$$FBPGH@, I44&a., p. &5 Para reafirmarmos e ressaltarmos o sinificado da educao popular na

    atualidade coneniente apontarmos aluns elementos que definem a educao popular;

    a) uma concepo fundamentada em um referencial terico(metodolico que parte da i"ncia e daprtica concreta dos su

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    Educao Popular: Concepo3

    estudo e na orani2ao pol+tica. oo, a erificao L leitura do mundo L da correlao das forasatuantes no sistema pol+tico e nas rela0es sociais ientes, e!pressas no cotidiano dos su

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    Educao Popular: Conceito4

    A$$FBPGH@, I44&a., p. '3 deemos reconhec"(la como uma educao humani2adora. Fma educaopara a qual a pessoa que se educa est destinada a conier e a ser a partir do que estar sempreadquirindo e reconstruindo em si mesma com(e(atras de seus outros, em e entre comunidadesaprendentes. Aprendendo o sa-er das teorias mais, e mais densamente, o sa-er que prom dae!peri"ncia ienciada de uma afetia, efetia e crescente formao pessoal e interatia. Fma ida de-usca do outro e de compartilhamento como sentido dela prpria no cotidiano, como fundamento dara2o de ser da e!peri"ncia humana no mundo.

    A$$FBPGH@, I44&a., p. '5 a educao popular insiste em associ(la a um tra-alho pedaicomultiariado, reali2ado de prefer"ncia por setores mo-ili2ados da sociedade ciil. Em seu nome, dentro efora do m-ito da escola L tomada aqui no seu sentido mais institucional e mais didaticamenteprofissional L o seu su

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    Educao Popular: Conceito5

    teoria e mtodo, tratada anteriormente. @s seuintes so; a Educao como produo %e noreproduo)K a importncia de teori2ar a prtica %aaliao e sistemati2ao)K o reconhecimento daleitimidade do poder popularK pesquisa participante %enolimento do su

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    Educao Popular: Prxis6

    A$$FBPGH@, I44&-, p. 14 A rande ocao e a maior aentura humana residem no aprender a sa-er,no partilhar o sa-er e no transformar idas pessoais e mundos sociais por meio de um sa-er tornadoao, e uma ao coletia iida como pro

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    Educao Popular: Mercado7

    A$$FBPGH@, I44&a., p. &1 no conte!to atual, permanece presente nas a0es destinadas 9 classe ousetores populares uma diersidade de teorias e prticas que esto fundadas em uma diferena muitoessencial; intencionalidade das intera0es L de que decorrem seus processos e seus produtos. No casoda educao profissionali2ante, por e!emplo, destinada ma

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    Educao Popular: Mercado8

    criar e ier a e!peri"ncia poliss"mica da educao, onde mais do que nunca pro

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    Educao Popular: Mercado9

    Educao no podem estar dissociadas das mudanas de outras esferas da ida social, por e!emplo, amudana material e cultural.

    A$$FBPGH@, I44&-, p. 3 Ao nos propormos modificar a consci"ncia social, deemos associar oprocesso de conscienti2ao a o-

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    Educao Popular: Mudar o mundo10

    A$$FBPGH@, I44&a., p. ': Alm dessa dimenso su-

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    Educao Popular: Hoje11

    A$$FBPGH@, I44&a., p. '' Pois -em, como est a educao popular ho

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    Educao Popular: Hoje12

    A$$FBPGH@, I44&-, p. ' Num conte!to marcado pela i"ncia da democracia, por aanostecnolicos, cient+ficos e

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    Educao Popular: Hoje13

    importncia heur+stica) e o tra-alho com os temas geradores so fundamentais enquanto elementos parase conhecer a realidade de modo cr+tico. @utro aspecto importante di2 respeito 9 construo coletia doconhecimento a partir do compromisso com aluns pressupostos ticos e humanos inerentes ao atoeducatio %er cap+tulo cinco so-re /+rculo de /ultura). Paulo #reire pensa o conhecimento a partir dadimenso do diloo, o qual di2 respeito a uma dimenso ontolica e no meramente metodolica;nos reali2amos mediados pelo diloo. Aqui, importante reafirmar a sua contri-uio mais radical paraa Educao Popular; a importncia atri-u+da 9 conscienti2ao para ao pol+tica. /omo humani2ar emmeio a um processo lo-al de desumani2aoQ /omo interir na realidade coletiamente, de modo

    coerente e responselQ Paulo #reire um referencial -astante suestio nesse sentido.

    A$$FBPGH@, I44&-, p. : Nesse mesmo sentido, o professor Biuel Don2le2 ArroXo %I44I, p. 1I&(138) afirma que 6a Educao Popular continua to perene, to atual quanto h :4 anos7. Este autordestaca aluns aspectos fundamentais, propostos por Paulo #reire %concepo filosfica e propostaterico(metodolica de carter pol+tico e psicossocial), que se fa2em atuais e radicais no processopedaico; a) A preocupao de se 6colocar o ser humano como pro-lema pedaico7, e no colocar6pro-lemas pedaicos como contedos, como mtodo7, isto , a "nfase no su

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    Educao Popular: Hoje14

    se preocupa com a ocao ontolica neada aos su

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    Educao Popular: Convergncia15

    A$$FBPGH@, I44&a., p. '4 $e em alum momento do passado foi suposto que haeria diferenascruciais entre aluns destes antios e noos moimentos, aora estamos um pouco mais sens+eis a-uscar, em nome dos ideais irredut+eis de

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    Educao Popular: Direitos Humanos16

    14 No ei!o U do PN=R(3, que fala da 6educao e cultura em direitos humanos7, afirma(se que 6aeducao no formal em =ireitos Rumanos orientada pelos princ+pios da emancipao e daautonomia, confiurando(se como processo de sensi-ili2ao e formao da consci"ncia cr+tica7 %?rasil,I44&, p. 1'). J, sem dida, um aano. /onforme o Parecer no 'YI41I do /onselho Nacional deEducao, que esta-elece as =iretri2es Nacionais para a Educao em =ireitos Rumanos, a Educaoem =ireitos Rumanos %E=R) tem por escopo principal uma formao tica, cr+tica e pol+tica.

    1& Poucas so as reas do conhecimento que t"m tamanha a-ran"ncia como a dos direitos humanos.

    /omo as iola0es no cessam, cada e2 mais adocacX roups desse ou daquele direito estoconstituindo(se. E isso muito -om. Entretanto, precisamos manter iilncia permanente para noperdermos a necessria iso de sua a-ran"ncia, comple!idade e intercone!0es. Nesse sentido, osdireitos humanos deem serir de su-strato a todas as pol+ticas p-licas.

    II A /onstituio #ederal de 1&'', os documentos normatios, as leis, planos, entre outros, no e!istempor si s. #oram necessrios anos de luta e de orani2ao dos moimentos sociais para fa2erprealecer os direitos em lei. Bas essa luta ainda no tee fim, mesmo se considerarmos que muito seaanou historicamente no que di2 respeito 9s conquistas sociais. Por isso, para se arantir o acessouniersal aos direitos humanos, fundamental a continuidade dos processos de orani2ao social quecontri-uam para a formulao de pol+ticas p-licas.

    II =efender e promoer direitos tam-m formar pessoas para que reconheam os outros, e a si

    prprios, como su

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    Educao Popular: Direitos Humanos17

    e promoe a criao de mais direitos. A participao leitima a democracia. Por isso, a democraciarepresentatia dee ser complementada pela democracia participatia.

    I5@ PNE=R %idem, i-idem) afirma que essa formao dee ser orientada por tr"s dimens0es -sicas;#$ apreenso de conhecimentos historicamente constru+dos so-re direitos humanos %sa-er cient+fico,histrico, tcnico, espec+fico de cada rea). Bas no -asta conhecer tudo so-re direitos humanos ou serum especialista em direitos humanos. A educao em direitos humanos ai alm disso.%$ afirmao de alores, atitudes e prticas sociais %de nada adianta ter a ca-ea cheia de conceitos se

    no se tem compromissoK a teoria dee tradu2ir(se por uma prtica concretaK precisocriar uma 6culturados direitos humanos em todos os espaos da sociedade7)K&$ formao para a consci"ncia cidad como educao em direitos humanos porque precisamos formarpara a cidadania atia.

    I8 OZ se delineia como um esforo no sentido da mo-ili2ao e da orani2ao das classes popularescom istas 9 criao de um poder popular OZ. Eu diria que o que marca, o que define a EducaoPopular no a idade dos educandos, mas a opo pol+tica, a prtica pol+tica entendida e assumida naprtica educatia OZ. Suando a Educao Popular e /idad se coloca as quest0es; 6que pa+s queremosconstruirQ7, 6que educao precisamos para construir o pa+s que queremosQ7.

    I8 E como defende Boacir Dadotti %I41:a), no h s uma concepo de E=R; h, de um lado, umaconcepo popular, emancipatria, interal %interdepend"ncia dos direitos) e transformadora e, de outro,

    uma concepo 6-ancria7, instrucionista, framentada, que separa direitos pol+ticos dos direitos sociais,econ*micos etc. Nesse sentido, a Educao Popular em direitos humanos est oltada para atransformao e no para a mera instruo. J uma formao para uma cultura de alores. Msso sup0e asuperao de uma iso reformista %=iehl, I41I) por uma iso transformadora, como est naPedaoia do oprimido de Paulo #reire, que tam-m uma pedaoia da pr!is.

    I8 No sentido de contri-uir para uma Educao Popular em direitos humanos que se faa presente nosprocessos formatios e nas pol+ticas p-licas de iniciatia do oerno federal e tendo por refer"ncia aconcepo emancipatria de E=R, foi lanado, no final de I41:, o Barco de efer"ncia da EducaoPopular para as Pol+ticas P-licas %?rasil, I41:), resultado do esforo coletio entre Estado e sociedadeciil. Alm de ser um marco da pol+tica federal de educao L a fim de construir pol+ticas interadas, com-ase na esto democrtica, na orani2ao popular, na participao cidad, na conscienti2ao e norespeito 9 diersidade e 9 cultura popular L, foi conce-ido para tornar(se um marco cr+tico das pol+ticas

    p-licas de outros entes federados, como