Educação ambiental e turismo - Um enfoque sustentável à conservação de faxinais

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    XIII Encontro Paranaense de Educao Ambiental

    XIII EPEA - Ponta Grossa, PR, Brasil 10 a 12 de agosto de 2011

    Educao Ambiental no Campo

    EDUCAO AMBIENTAL E TURISMO - UM ENFOQUESUSTENTVEL CONSERVAO DE FAXINAIS

    Leandro Baptista (PG), Janana Gomes Amaral (IC)

    [email protected]. Universidade Estadual de Ponta Grossa.

    [email protected]. Universidade Tecnolgica Federal do Paran.

    Palavras Chave: Educao Ambiental, Faxinais, Turismo

    RESUMO:

    A sustentabilidade tem atrado a ateno de pesquisadores h algumas dcadas e ganhou amplos contornos sociaisaps a realizao da Conferncia Eco 92, onde governantes, empresrios e organizaes no governamentaisestipularam metas para que os princpios sustentveis sejam orientadores do desenvolvimento mundial. Desde esteevento, buscou-se uma maior sensibilizao frente ao uso racional dos recursos naturais, onde o fomento aeducao, a capacitao e a conscientizao desempenham importante papel. Assim, procura-se discutir neste artigoo emprego da atividade turstica junto faxinais para que o uso racional dos recursos ambientais sejam conservadose mantidos pelas comunidades que ali vivem, ao mesmo tempo em os efeitos multiplicadores deste trabalho

    impactem o turista, para que este reflita sobre a fragilidade do meio ambiente, levando consigo tanto a experinciado passeio, quanto a preocupao ambiental.

    INTRODUO

    A educao, tema frequentemente presente em debates polticos, abrange todas ascamadas sociais, sendo um dos pilares para o desenvolvimento mundial. Contudo, a educao,

    por no tratar-se de uma idia sacralizada, sendo assim passvel de diversas interpretaes,conceitos e abrangncias, desdobrou-se em diversas vertentes para melhor adaptar-se asdiferentes reas de estudo, como: a educao formal, cultural, ambiental, entre outras. Assim,

    pode-se entender a educao ambiental atravs de Pdua e Tabanez (1998), onde este ramopropicia o aumento de conhecimentos, mudana de valores e aperfeioamento de habilidades,condies bsicas para estimular maior integrao e harmonia dos indivduos com o meioambiente.

    Diante deste conceito, entende-se que a educao ambiental precisa estar alm dedebates acadmicos ou polticos, necessitando ser colocada em prtica por todas as pessoas quediretamente esto em contato com stios, parques ou reas de conservao, uma vez que estesespaos possuem fragilidades que podem sofrer diferentes nveis de degradao, oscilando entres camadas mais leves at as irreparveis.

    Sabe-se que produtos com o prefixo eco e marcas comprometidas com a conservaoambiental possuem um grande apelo comercial, portanto suas implicaes scio-ambientais

    devem estar frente de vises economicistas, incorporando assim, valores sustentveis que seromantidos ao longo do tempo.

    Assim, pretende-se elucidar neste artigo as potencialidades presentes em faxinais que podem ser utilizadas para favorecer o entendimento da educao ambiental atravs da suaaplicao em conjunto com o turismo, uma vez que esta atividade est diretamente ligada conservao de ambientes, sejam naturais ou edificados.

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    CONSIDERAESSOBREFAXINAIS

    Ao analisarmos a forma em que os pases colonizadores utilizavam o territriobrasileiro, de fcil compreenso a maneira em que as concentraes de terras aconteceram emtodo o Estado, privilegiando uma minoria burguesa europia, enquanto os povos que aqui viviam

    foram gradativamente perdendo seus recursos naturais.Este processo no ocorreu de maneira inversa no sul do pas, uma vez que com a

    chegada acentuada de imigrantes europeus no Paran a partir do sculo XIX, trazendo consigo oconhecimento de processos agrcolas empregados em seus pases, gerou o acmulo de terras porespanhis, holandeses, japoneses e italianos, principalmente (PARAN, 2011). Contudo, estasinovaes no permitiram um acompanhamento tecnolgico neste mesmo ritmo por parte doscaboclos (habitantes tradicionais), devido aos seus escassos recursos financeiros e limitaesculturais.

    Diante deste contexto histrico, entende-se o atual panorama de conflitos que envolvemtanto os latifundirios, vidos para aumentar seus lucros, quanto aos agricultores que lutam parasobreviver competitivamente no mercado, sem condies igualitrias. Esta questo reforada

    por Sahr e Simes (2008) ao esclarecer que:

    O Brasil rural aparece desta forma, como um territrio de disputas, onde se v nas lutastravadas, o desejo dos sujeitos de permanecer e resistir na terra, movimento presente naestratgica emergencial das comunidades tradicionais. Estas comunidades manifestam-se em busca de conquistar, se fortalecer e se manter em seus territrios, e de defendersuas territorialidades. As comunidades tradicionais se constituem em um territrio cujasfunes e significados vo alm das relaes e de subsistncia alimentar, sendo omesmo (...) um territrio simblico, tradicional, em que se manifestam elementos dacultura humana do lugar e do contexto histrico.

    Ao evidenciar o processo de constituio dos territrios rurais do pas, pode-secompreender os motivos que levaram formao dos faxinais. Sem visar unicamente gerao

    de renda, os faxinalenses tambm buscam vivenciar o ambiente em que esto inseridos,respeitando seus limites naturais, mantendo suas tradies e histrias, aproveitando assim seusrecursos culturalmente intrnsecos na comunidade.

    Em uma ampla conceituao, pode-se de dizer que o sistema faxinal uma forma deorganizao tradicional dos caboclos, encontrada predominantemente na regio centro-sul doestado do Paran. Esta organizao caracteriza-se pelo uso coletivo do solo, criao comunitriade animais e espaos de uso particular, onde so construdas as moradias dos faxinalenses.Destaca-se ainda, que em seus sistemas de produo (geralmente voltado pecuria extensiva eo cultivo de hortalias orgnicas para consumo prprio) as delimitaes territoriais so atribudasde acordo com as caractersticas geogrficas do faxinal, como cursos de rios, encostas e reas emdeclive. (CHANG, 1988).

    De acordo com Marques (apud SAHR, 2008): os faxinais presentes em reas deFloresta com Araucria no Paran so estimados em cerca de 50 comunidades, concentrando-se em 16 municpios da regio Centro-Sul do estado. As reas de uso comum totalizam 15.915hectares e seus moradores agregam um total de 3.454 famlias.

    Estas famlias dividem suas atividades entre a criao de animais que ficam soltos,sendo na maioria dos casos, sunos e gados, e sobre a policultura de subsistncia, onde cultivam

    produtos com: milho, feijo, mandioca e diversas hortalias atravs do uso de ferramentastradicionais, no mecanizadas (SAHR, 2008). Este sistema de produo permite que a colheita

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    seja dividida entre os faxinalenses e que o excedente seja comercializado. A receita gerada pelavenda deste excedente retorna para os faxinais em forma de materiais ou produtos que sonecessrios para a manuteno destas comunidades. Portanto, entende-se que alm docomprometimento ambiental, existem laos sociais que permeiam a relao dos faxinalenses. Omodo organizacional dos faxinais pode ser observado na figura 1:

    Figura 1: O mundo tradicional em faxinaisLegenda: A Cercas; B rea de cultivo; C Criao solta; D Floresta; E Moradia; F - Carroa

    Fonte: Sahr (2008)

    Contudo, percebe-se que as tradies esto gradativamente perdendo espao nestessistemas organizacionais devido presso da agroindstria. Conforme pesquisa realizada porLemes e Sahr (2005), houve a introduo do cultivo do fumo no Faxinal dos Lemes, produtodestinado unicamente indstria tabagista, o que ilustra esta tendncia modernista. A absorode diferentes culturas em faxinais faz com que tradies de plantio de subsistncia sejamrompidas, uma vez que estes produtos so destinados unicamente sua comercializao.

    Alm da entrada de diferentes produtos nas reas de plantio de alguns faxinais, a

    extrao extensiva de erva mate, que permite uma dinmica de equilbrio ambiental, estocorrendo de maneira acelerada, sendo cortada de forma intensiva, descaracterizando destaforma, a paisagem natural destes espaos.

    Evidencia-se desta forma, a necessidade de re-utilizao dos faxinais para que suascaractersticas histrico-culturais sejam mantidas, pois verifica-se que aos poucos os faxinalensesesto cedendo presses externas, principalmente no que tange questes econmicas. Diantedeste contexto, entende-se que a atividade turstica pode ser uma alternativa para a conservaode faxinais, preservao de ecossistemas e para a promoo do cuidado com a natureza atravsde aes que demonstrem a fragilidade destes ambientes.

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    EDUCAOAMBIENTALEMTURISMO

    De maneira a beneficiar comunidades faxinalenses, visando tanto seus aspectosambientais, quanto suas necessidades econmicas, percebe-se que a atividade turstica pode serimplantada nestes territrios, favorecendo assim sua manuteno, valorizao e conservao,

    desde que ocorra de forma planejada e sustentvel, resultar assim na menor absoro de seusaspectos negativos e na ampliao de seus impactos positivos.

    Atualmente no existe um consenso sobre o conceito de turismo, pois dentre seuamlgama de inter-relaes, autores dividem-se entre a influncia social que a atividade

    proporciona e sobre a gerao de renda que o setor produz. Porm, pode-se elucidar suacompreenso atravs de:

    Um elaborado e complexo processo de deciso sobre o que visitar, onde, como e a que preo. Nesse processo intervm inmeros fatores de realizao pessoal e social, denatureza motivacional, econmica, cultural, ecolgica e cientfica que ditam a escolhados destinos, a permanncia, os meios de transporte e o alojamento, bem como oobjetivo da viagem em si para a fruio tanto material como subjetiva dos contedos de

    sonhos, desejos, de imaginao projetiva, de enriquecimento existencial histrico-humanstico, profissional, e de expanso de negcios (BENI, 2004, p. 37).

    Assim, pode-se notar a multidisciplinaridade do turismo com todos os fatores preponderantes sua concretizao, uma vez que este conceito engloba diferentes aspectosrelacionados atividade, incluindo seus fatores motivacionais, respeito ao processo de escolha

    por segmento e por tipo de turista alm de abranger fatores de crescimento humano.

    Ao analisar os segmentos tursticos, destaca-se o crescimento que os chamadosdestinos-verdes vm alcanando nas ltimas dcadas. As pessoas cada vez mais desejam afuga das rotinas e do estresse urbano e buscam conhecer destinaes que possibilitam o contato ea interao com os ambientes naturais.

    Este novo estmulo tambm pode ser observado no Brasil, pas que possui umatradicional tendncia cultural direcionada ao turismo de sol e mar. Atravs de pesquisa realizada por Bacha e Strehlau (2009), verifica-se que a preferncia para destinaes campestresaumentam percentualmente quando o fator permanncia maior, ao passo que para os ambienteslitorneos, esta curva inversamente proporcional, conforme ilustra a tabela 1.

    Tabela 1: Preferncia de destinaes

    Destino At 3dias (%)

    De 4 a 6dias (%)

    De 7 a 14dias (%)

    De 15 a 30dias (%)

    Mais de 30dias (%)

    Praia 62,7 62,6 51,1 50,0 53,6

    Campo 18,8 20,9 24,5 24,2 28,6

    Outros 18,5 16,5 24,4 25,8 17,8

    Fonte: Bacha; Strehlau (2009). Adaptado pelo autor.

    Desta forma, entende-se que existem fluxos de turistas preocupados em conhecer evivenciar localidades cujo interesse reside na oferta de atrativos naturais presentes na destinao,

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    seja o destaque sobre sua paisagem, seu potencial para a prtica de esportes, pelo interesse emaprender sobre sua cultura local, dentre inmeras motivaes.

    Pertencente a constante busca pelo diferencial, mas sem correr o risco de serclassificado como um no-lugar, sabe-se da importncia dos faxinais, que representam umaruptura com a modernidade ao mesmo tempo em que fortalecem suas tradies, demonstrandoassim, uma qualidade em potencial que pode ser utilizada de forma sustentvel, tornando-se umaeficaz ferramenta aliada ao turismo para facilitar a compreenso e valorizao ambiental, tanto

    para os turistas, quanto para os residentes destas comunidades, conhecidos como faxinalenses.(BARRETO, 2003)

    Apesar de no haver um consenso sobre o turismo, no que tange aos impactos oriundosda atividade, existem fluxos de pessoas em todo o globo que viajam sobre os mais diferentesmotivos, aonde o turismo ecolgico vem destacando-se como o segmento em maior crescimentodo setor. Assim, cabe aos gestores (pblicos ou privados) o desenvolvimento de um

    planejamento integrado da atividade, que envolva principalmente a sustentabilidade dadestinao.

    Ao preocupar-se com os princpios sustentveis, as implicaes lanadas ao gestor,onde seu princpio orientador dever ser extensamente debatido, uma vez que esta questoenvolve:

    A idia da sustentabilidade implica a prevalncia da premissa de que preciso definirlimites s possibilidades de crescimento e delinear um conjunto de iniciativas que levemem conta a existncia de interlocutores e participantes sociais relevantes e ativos pormeio de prticas educativas e de um processo de dilogo informado, o que refora umsentimento de co-responsabilidade e de constituio de valores ticos (JACOBI, 2003,p. 195).

    Tendo este conceito como diretriz central do planejamento turstico, pode-se citartambm a Poltica Nacional da Educao Ambiental (Lei 9.795/99), que determina ao Poder

    Pblico promover a educao ambiental em todos os nveis de ensino e a conscientizao pblicapara a conservao do meio ambiente. Sendo esta Lei direcionada toda populao, entende-seque sua extenso deve ir alm de debates acadmicos, exigindo sua contemplao eminvestimentos pelo esfera privada que deseja explorar ambientes naturais.

    Assim, a educao ambiental deve ser vista como uma aliada ao turismo e no puramente como um quesito que consome recursos financeiros. Do ponto de vista dacomunidade local, aes educacionais devem ser lanadas como formas de incentivo ao manejosustentvel do seu patrimnio natural, valorizao da sua identidade cultural, fortalecimento desuas tradies, dentre diversas diferentes abordagens. Este trabalho, alm de ampliar a

    preocupao ambiental pela comunidade, poder favorecer ainda a continuidade de ocupaodestes territrios pelas geraes futuras. Por outro lado, com o foco no investidor, as empresas

    podem ser favorecidas ao incentivar aes ambientais para ampliar sua imagem atravs doincentivo esta prtica.

    Ressalta-se que empresas com os selos como: Fundao Abrinq; Greenpeace; WWF,entre outros rgos preocupados com questes scio-ambientais, costumam ser bem vistas pela

    populao e tambm sensibilizam a mdia, como aconteceu com times de futebol da Europa. Nombito regional, a empresa EcoRodovias, administradora de estradas interestaduais do Parandestaca-se no quesito ambiental, com projetos que estimulam a conservao da mata ciliar,

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    promovem sinalizaes educativas, alm de contar desde o ano de 2006 com o ProjetoEcoviver1, principal mecanismo de educao socioambiental do grupo (ECORODOVIAS, 2011).

    Segundo as consideraes de Ruschmann (1997), a educao para o turismo ambientaldever ser desenvolvida por meio de programas no-formais, convidando o cidado-turista auma participao consciente na proteo do meio ambiente no apenas durante as frias, mastambm no cotidiano e no local de residncia permanente destes turistas.

    Com a insero da atividade turstica em faxinais, espera-se que os efeitos damodernizao que vm acontecendo nestes espaos possam ser retardados, uma vez que com aentrada de visitantes ao longo do ano, os imperativos econmicos devero ser minimizados.Desta forma, os efeitos em cascata que o turismo proporciona podem ser multiplicados, gerando

    benefcios sociais: ao elevar a identidade cultural do caboclo, reforando assim seu legadohistrico; ao beneficiar o ambiente, uma vez que a conservao do seu territrio ser pontocentral para que a atividade turstica ocorra; e beneficia tambm em relao gerao de renda,

    pois este segmento turstico apresenta custos proporcionais ao ambiente em que est sendoexecutado. Diante do exposto, considera-se que o turismo pode ser uma alternativa sustentvel

    para o manejo social, cultural e ambiental de faxinais.

    Sob este enfoque, refora-se a necessidade de interao do turista com o meio visitado,o que representa a realizao do ecoturismo como um todo, sendo que este segmento apia-seem quatro macro pilares, expressados por Wearing e Neil (2001) atravs do uso de: uma rea quedeve estar em estado mais natural possvel; baseia-se na natureza; induz conservao e tem

    papel educativo.

    Entretanto, sabe-se da vulnerabilidade das culturas tradicionais quando entram emcontato com a atividade turstica, assim, h uma necessidade de constante preparo e capacitaoda comunidade local e avaliao diria sobre os impactos gerados pelo turismo. Asustentabilidade, mesmo que no seja fcil de ser alcanada, dever ser o fio condutor de todo o

    projeto de planejamento em turismo, prevalecendo assim o meio-ambiente, a comunidade local eos turistas.

    CONSIDERAESFINAIS

    Atualmente para o turismo, mais interessante que o diferencial que seus destinospossam trazer, o conjunto de memrias, sensaes e lembranas que so evocadas quando aviagem chega ao fim. Portanto, muitas destinaes buscam constantemente aliar seus atrativos questes scio-ambientais onde o turista ir levar sempre consigo em sua bagagem, em carteratemporal.

    Percebe-se ento que os prprios conceitos de educao ambiental esto tornando-separte do produto disponibilizado em agncias de viagem. O conhecimento aprofundado destesegmento faz que investidores dispostos a colaborar com a educao ambiental seja com

    interesse em vender seus produtos ou para valorizar sua marca com aes de marketing sejamatrados para o setor, o que deve ser aproveitado positivamente pelas destinaes.

    Salienta-se a importncia de um planejamento sustentvel que envolva parcerias entre: aesfera pblica, a esfera privada e organizaes sem fins lucrativos, sempre privilegiando aquiloque a comunidade local (neste caso, os faxinalenses) entenda que possvel de ser utilizado

    1Detalhes sobre o projeto em: http://www.ecoviver.com.br

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    comercialmente, desta forma, os impactos negativos, como a aculturao e a perda de identidadesero minimizados e o modo de viver dos faxinais ser sempre o foco das atenes.

    Por fim, entende-se que o turismo em faxinais pode ser benfico tanto para acomunidade local quanto para os turistas. Contudo h a necessidade de um estudo aprofundadosobre os impactos que a atividade ir gerar nestes destinos. Questes sobre o volume de visitas,freqncia, tempo de permanncia, perfil do fluxo atendido, infra-estrutura e servios oferecidosdevem estar constantemente sendo avaliadas, para evitar a degradao scio-ambiental destesfrgeis espaos.

    REFERNCIASBIBLIOGRFICAS

    BACHA, Maria de Lurdes; STREHLAU, Vivian Iara. Uma tipologia para segmentao de hbitos deviagem das classes populares. Revista Turismo Viso e Ao. Volume 11, nmero 2, pginas 175-200,mai/ago., 2009.

    BARRETO, Margarita.Manual de iniciao ao estudo do turismo

    . 14 Edio. Campinas: So Paulo.Editora Papirus, 2003.

    Cada vez mais verde. EcoRodovias Paran. So Jos dos Pinhais PR. Ano 1, nmero 5, pgina 11,jun., 2011. Autor desconhecido.

    CHANG, Man Yu. Sistema faxinal: uma forma de organizao camponesa em desagregao no centro-sul do Paran. Londina: IAPAR, 1988. (Boletim Tcnico).

    JACOBI, Pedro. Educao ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa. Volume 1,nmero 118, pginas 189-205, mar., 2003.

    LEMES, Elaine Cristina; SAHR, Cicilian Luiza Lwen. Da subsistncia do sistema faxinal subordinao a agroindstria do fumo: a desagregao do faxinal dos lemes no municpio de Ipiranga PR. III Simpsio Nacional de Geografia Agrria II Simpsio Internacional de Geografia Agrria.

    Presidente Prudente SP. 11 a 15 nov., 2005.PADUA, Suzana Machado; TABANEZ, Marlene Francisca (orgs.). Educao ambiental: caminhostrilhados no Brasil. So Paulo: Ip, 1998.

    PARAN, Governo do Estado. Etnias. Disponvel em: .Acesso em: 27, jun., 2011.

    RUSCHMANN, Dris Van De Meene. Turismo e planejamento sustentvel. So Paulo: Papirus, 1997.

    SAHR, Cicilian Luiza Lwen. Os mundos faxinalenses da floresta com araucria do Paran:racionalidades duais em comunidades tradicionais. Revista Terr@ Plural. Volume 2, nmero 2, pginas213-226, jul./dez., 2008.

    SAHR, Cicilian Luiza Lwen; SIMES, Willian. As territorialidades dos faxinalenses e as polticas pblicas educacionais do estado do Paran: compreendendo realidades, problematizando limites e as

    possibilidades. Revista Terr@ Plural. Volume 2, nmero 1, pginas 115-132, jan./jun., 2008.WEARING, Stephen; NEIL, John. Ecoturismo: impactos, potencialidades e possibilidades. Barueri, SP:Manole, 2001.