Educação Ambiental Na América Latina Mestrado

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Educação Ambiental na América Latina: Entre a Barbárie e a Pós-Modernidade. Barbárie - Agressividade primitiva humana, ato considerado desumano porque não respeita os fundamentais valores conquistados no campo da ética e do direito, da ciência, da democracia pluralista e da própria organização social. Pós – Modernidade - As características da pós-modernidade podem ser resumidas em alguns pontos: propensão a se deixar dominar pela imaginação das mídias eletrônicas; colonização do seu universo pelos mercados (econômico, político, cultural e social); celebração do consumo como expressão pessoal; pluralidade cultural; polarização social devido aos distanciamentos acrescidos pelos rendimentos; falências da meta narrativas emancipadoras como aquelas propostas pela Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternida. Introdução No plano político, o continente conheceu nas décadas de 60,70 e princípios dos anos 80 ferozes ditaduras militares na Argentina, Brasil, Chile etc. Será possível expandir os recursos não renováveis deste nosso planeta? Adorno (1995) apontava para a necessidade de se educar contra a barbárie, porque via as pessoas tomadas por uma agressividade primitiva ao lado do mais alto desenvolvimento tecnológico. Exigência da Modernidade

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Educação Ambiental na América Latina: Entre a Barbárie e a Pós-Modernidade.

Barbárie - Agressividade primitiva humana, ato considerado desumano porque não respeita os fundamentais valores conquistados no campo da ética e do direito, da ciência, da democracia pluralista e da própria organização social.

Pós – Modernidade - As características da pós-modernidade podem ser resumidas em alguns pontos: propensão a se deixar dominar pela imaginação das mídias eletrônicas; colonização do seu universo pelos mercados (econômico, político, cultural e social); celebração do consumo como expressão pessoal; pluralidade cultural; polarização social devido aos distanciamentos acrescidos pelos rendimentos; falências da meta narrativas emancipadoras como aquelas propostas pela Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternida.

Introdução

No plano político, o continente conheceu nas décadas de 60,70 e princípios dos anos 80 ferozes ditaduras militares na Argentina, Brasil, Chile etc.

Será possível expandir os recursos não renováveis deste nosso planeta?

Adorno (1995) apontava para a necessidade de se educar contra a barbárie, porque via as pessoas tomadas por uma agressividade primitiva ao lado do mais alto desenvolvimento tecnológico.

Exigência da Modernidade

A modernidade Latino- Americana é fruto de uma elite liberal formada através e pelas possibilidades de acesso a cultura e da elite militar.

A burguesia de origem industrial investe na construção de teatros, nos mesmo estilos de Buenos Aires.

A prioridade na educação é pela formação da elite nas áreas da política e à economia e industrialização.

O intuito de certa mobilização intelectual era para formar lideres das coisas publicas e se colocar a frente da economia e da política do estado e da nação.

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Surge também a classe média urbana impulsionadas pelos meios de comunicação de massa principalmente a televisão, que estimula novos modelos de conduta e concepção políticas.

O acesso a escola se expandiu, porém a década de 80 foi considerada uma década perdida para America Latina, embora muitos avanços políticos fossem conquistados, com o fim da ditadura.

Dados: 44% da população em estado de pobreza, 40% dos lares não

consomem o mínimo de calorias necessárias e mais de 700 mil morrem antes

do primeiro ano de vida.

Podemos caracterizar a elite cultural em pelo menos quatro grandes grupos.

PRIMEIRO – é constituído por um grupo que possui um refinamento social ,

porém provinciano, que não vive a modernidade, mas um tipo de inevitável

alienação.

SEGUNDO – grupo é constituído pelos postos pelos estados, seus membros

vivem da gentileza e apradinhamento , e muitas vezes estão envolvi

dos em grandes escândalos.

TERCEIR O - grupo é constituído pelos intelectuais críticos, que questionam,

exigem e realizam mudanças no processo social, normalmente pagando muito

caro pela ousadia.

QUARTO - grupo que cresceram e fizeram seus estudos universitários durante

e sob o regimes autoritários

Exigências das condições pós-moderna.

Harvey refere-se ao esforço de confrontar as tendências da arte, da arquitetura,

da filosofia e da política pós-modernas com as exigências econômicas

decorrentes dos ciclos de expansão e crise do capitalismo. É nesse sentido

que toda a análise de Harvey acerca da “Condição Pós-Moderna” diz respeito a

certa condição histórico-geográfica

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“Por meio do primeiro (materialismo histórico), podemos compreender a pós-

modernidade como uma condição histórico-geográfica. Com essa base crítica,

torna-se possível lançar um contra-ataque da narrativa contra a imagem, da

ética contra a estética e de um projeto de Vir-a-Ser em vez de Ser, buscando a

unidade no interior da diferença, embora um contexto em que o poder da

imagem e da estética, os problemas da compreensão do tempo-espaço e a

importância da geopolítica e da alteridade sejam claramente entendidos”

reconhecer a necessidade de ampliar o campo de compreensão da alteridade e

o que ele chama de novas relações de “tempo-espaço” também deve ser

objeto das análises críticas. Se a intenção geral de Harvey nos pareceu lançar

uma crítica sobre a condição pós-moderna, se apropriando da dialética e da

ideia do materialismo histórico, sua opção metodológica não implica na mera

negação “em bloco” dos questionamentos dos desafios teórico-metodológicos

colocados pela “condição pós-moderna”. Muito pelo contrário: há, sim, o

esforço de se promover uma “renovação do materialismo histórico-geográfico

(que) pode na verdade promover a adesão a uma nova versão de projeto do

Iluminismo”.

Outro aspecto interessante da obra, e que igualmente sinaliza a apropriação da

dialética como fonte de crítica social, é a própria forma como o ensaio é

dividido. As quatro partes do texto complementam e confrontam ideias entre si,

de maneira que a parte 4 (Condição Pós-Moderna) corresponde a uma síntese

das discussões acerca do significado geral das mudanças culturais,

geográficas (ideia de espaço-tempo) e políticas da fase da acumulação flexível.

Breve síntese do ensaio

Na Parte I, “A Passagem da Modernidade à Pós-Modernidade na Cultura

Contemporânea”, são apresentados em linhas gerais os elementos que

configuram a estética pós-moderna, destacando-se especialmente a

arquitetura, de maneira a introduzir o debate, ilustrando a forma como a

condição pós-moderna se situa no espaço urbano, na arte, na publicidade, nos

meios de comunicação. Há a exposição da forma como o discurso da pós-

modernidade incide no cotidiano, sugerindo a atualidade do debate. Neste

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momento, ainda não identificamos as posições políticas do autor com relação

ao problema.

Na Parte II, “A Transformação Político-Econômica do Capitalismo do Final do

séc. XX”, as atenções do autor voltam-se para as relações econômicas, e

particularmente o momento de transição das formas de organização do

trabalho. A transição do modelo fordista ao modelo da “acumulação flexível”

passa a subsidiar o entendimento materialista histórico-geográfico da condição

pós-moderna. A definição de acumulação flexível parece ser do próprio autor

(não conhecemos a origem da expressão) e é amplamente descrita, a partir de

gráficos e tabelas, como momento da reestruturação produtiva do capitalismo a

partir dos anos 1970.

“A acumulação flexível, como vou chamá-la, é marcada por um confronto direto

com a rigidez do fordismo. Ela se apóia na flexibilidade dos processos de

trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e padrões de consumo.

Caracteriza-se pelo surgimento de setores de produção inteiramente novos,

novas maneiras de fornecimento de serviços financeiros, novos mercados e,

sobretudo, taxas altamente intensificadas de inovação comercial, tecnológica e

organizacional”.

«Será que chegou a hora de olhar para além do capitalismo, em direcção a

uma nova ordem social que nos permita viver num sistema responsável, justo e

humano?»

Evidentemente, as mudanças econômicas exigem transformações nos

discursos que dão sustentação à natureza ideológica do trabalho. Harvey

identifica autores que falam em “fim do trabalho”, particularmente Gorz, com

distorções que têm a ver com a condição pós-moderna.

Na Parte III, na nossa opinião o momento mais complexo e difícil do texto,

Harvey discute as experiências do espaço-tempo ao longo da história: do

começo da modernidade, referindo-se às mudanças das noções de espaço e

tempo decorrentes das transformações tecnológicas, políticas e sociais do

início da modernidade, o sentido de tempo e espaço dentro do projeto

iluminista e, talvez o capítulo mais interessante do livro, a discussão do tempo

e espaço no cinema pós-moderno a partir de análises dos filmes “Blade

Runner”, de Ridley Scott, e “Asas do Desejo”, do cineasta alemão Wim

Wenders.

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O que há de comum nas duas películas é a forma como  é retratado o espaço-

tempo na pós-modernidade. A tese de Harvey é a de que, ao contrário do

momento iluminista em que a noção do “Vir-a-Ser” tem importância central na

percepção social do tempo e do espaço – remetendo, na nossa interpretação, a

uma história dotada de sentidos – a condição pós-moderna, ao afastar o “Vir-a-

Ser” e instaurar a hegemonia do “Ser”, implica numa crise de

representatividade do tempo e do espaço, dinamizada pela lógica da

acumulação flexível. No Caso de “Blade Runner”, a crise diz respeito às

experiências dos “Replicantes”, espécies de robôs fabricados à imagem e

semelhança dos homens, que têm sentimentos, mas não têm história de vida:

são simulacros de pessoas que, ao final do filme, pouco se diferenciam dos

homens enquanto sujeitos sociais e históricos. As diferentes noções de tempo

e espaço, vivenciadas por personagens que convivem e interagem, também

aparecem em “Asas do Desejo”, estabelecendo relações entre homens e anjos,

mortais e imortais, pouco se podendo diferenciar passado, presente e futuro.

Tais exemplos sinalizam aquilo que se chama de crise da representatividade

do Tempo e Espaço. Mais uma vez, o desafio aqui é identificar tais crises não

enquanto inevitabilidades que corroboram uma visão irracionalista da vida –

aquilo que Carlos Nelson Coutinho diria ser a “Miséria da Razão”.

O desafio é transpor os discursos ideológicos identificando as crises de

representação enquanto partes de um determinado desenvolvimento histórico

pautado por exigências econômicas e pelos conflitos de classe.

Este é o termo a que se chega na Parte IV. Há aqui uma proposta de síntese,

sinalizando, dentre outros, os desafios colocados pela Condição Pós-Moderna

àqueles que lutam por uma sociedade que, nas palavras de Harvey, equipare

as potencialidades econômicas às necessidades humanas, o que quer dizer

socialismo.

Conclusão

Nesse sentido a democracia é condições e meta fundamental, que permite que

todos propõem alternativas e soluções. A educação ambiental como educação

política está empenhada na formação do cidadão nacional, continental e

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planetário.Baseando –se no dialogo de culturas e de conhecimento entre

povos, geração e gêneros.

A educação ambiental não deve s preocupar em transmitir, maas sim em

produzir conhecimentos .