Educomunica 11 - Ano VI - nº 11

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Ao abrir esse jornal, o leitor encontrará uma proposta diferente. Para iniciar o ano em que um dos maiores eventos da área de comunicação, o Intercom Sudeste, chega pela primeira vez à Uberlândia, a 11ª edição do Educomunica aparece para tratar das vozes que ecoam dentro da FACED. Vozes que vêm para nos ensinar, falando sobre educação e alfabetização. Vozes que hoje percorrem o árduo caminho da graduação, organizando-se no diretório estudantil e centros e diretórios acadêmicos. Vozes que só querem cantar seu amor e refletir sobre suas crises de identidade. Outras preferem se organizar na prática esportiva e aliar a teoria à prática para fazer seu TCC e concluir a graduação. E, ainda, uma voz especial, que não chegou aos ouvidos preciosos dos seus próprios pais, que são surdos. Fica o convite para que leia e se emocione com essas vozes. BOA LEITURA!

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Para Melhorar a educação

pág. 10

EDUCOMUNICAAno VI - nº11 - fevereiro, 2015

Intercom SudesteEvento chega pela primeira vez

em Uberlândia.pág. 3

O que é DCE ?Conheça o Diretório Estudantil e aspropostas da nova gestão.

pág. 6

Batendo um Bolão em 2015A.A.A Jornalismo avalia o desempenhorecente e projeta o novo ano

pág. 5

PNAIC trabalha com a alfabetizaçãode crianças.

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EDUCOMUNICAAno VI - fevereiro, 2015 - nº11EDUCOMUNICA

Em uma conversa com a minha mãe, dessas que brotam do nada e pelosmeios eletrônicos da vida moderna, surgiu uma expressão um tanto quantoemocionada da parte dela. “Você já tem quase 21!”, digitou ela. Assim, simples,objetiva e direta, como quem anuncia um evento memorável. Aquela frase mefez repensar no significado desse contexto. Afinal, o que é ter quase 21 anos? Ésimplesmente ainda ter 20, mas dali a uns dias, como num passe de mágica, jánão ter mais e pronto? Sem nenhuma mudança a mais? Ou quer dizer terpraticamente outra idade só pra aumentar o peso dos anos e dasresponsabilidades? Talvez seja um pouco de tudo isso e uma forma abstrata demedir seu passado e futuro em (quase) idades. Para mim, todos os momentosde “quase X anos” significam se despedir de muitas coisas e dar boas-vindas atantas outras. Antes mesmo de mudar de idade, já me despeço de um planoque não deu certo, de pessoas que não me acrescentam como antes, daquelacalça que eu amei por muito tempo, mas já consigo me conformar que nãoserve mais e, às vezes, também dou adeus a pensamentos e ideias que nãocombinam com a idade que eu “quase tenho”.

Mais do que me despedir de partes da vida, a cada nova idade acabodespedindo-me de uma fase. Despeço-me de quem eu era e de quem deixei deser. Geralmente peço notícias de alguns passados para poder me lembrar esentir saudade, outras vezes, é melhor enterrar aqueles momentos queamargariam a memória. As despedidas dos ciclos da vida acabam sendo assim.Boas e ruins. Que nos fazem sentir falta e, ao mesmo tempo ansiar pelo novo(re)encontro. Se despedir se torna a hora do tudo-ao-mesmo-tempo-agora.

Ainda tenho quase 21. Mas rapidamente terei quase 22, quase 23 e asdespedidas aparentemente não irão cessar nunca. Talvez seja a dinâmica deviver. Ou só uma crise dos 20 e poucos.

CRÔNICA:A Crise dos 20 e poucos

I sabella Rodrigues

ExpedienteO jornal EDUCOMUNICA é uma produção experimental dos alunos do 2º período do Curso de Comunicação Social:

Habil itação em Jornal ismo da Faculdade de Educação (FACED) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), desenvolvidano Projeto Interdiscipl inar em Comunicação II, sob orientação da Profª. Drª. Vanessa Matos dos Santos - MTB: 50.456.Reitor: Prof. Dr. Elmiro Santos Resende. Diretor da FACED: Prof. Dr. Marcelo Soares Pereira. Coordenadora do Curso: Profª.Drª. Ana Spannenberg. Editores assistentes: Amanda Cristina, Bruno Prado, Melissa Gomes, Michel l i Rosa, Pedro Vitor.Editoração: Ricardo Ferreira de Carvalho. Tiragem: 100 exemplares. Impressão: Agência de Notícias – Jornal ismo/UFU.

Ao abrir esse jornal, o leitor en-contrará uma proposta diferente, re-cheada de reportagens e históriasmuito próximas da vivência dos estu-dantes. Para iniciar o ano em que umdos maiores eventos da área de co-municação, o Intercom Sudeste, chegapela primeira vez à Uberlândia, a 11ªedição do Educomunica aparece paratratar das vozes que ecoam dentro daFACED. Há vozes que vêm para nosensinar, falando sobre educação e al-fabetização. Há vozes que hoje per-correm o árduo caminho dagraduação, vivem o cotidiano univer-sitário e gritam suas reivindicações,organizando-se através do diretórioestudantil e dos centros e diretóriosacadêmicos de seus cursos. Há tam-bém vozes que só querem cantar seuamor e refletir sobre suas crises deidentidade. Outras preferem se orga-nizar em prol da prática esportiva ealiar a teoria à prática para fazer seuTCC e concluir a graduação. E, ainda,uma voz especial, que não chegou aosouvidos preciosos dos seus própriospais, que são surdos, mas teve umespaço garantido para contar sua his-tória, pedir respeito e fechar com cha-ve de ouro esse trabalho.

Fica o convite ao leitor, para queleia e se emocione com essas vozescaptadas pelos nossos ouvidos e men-tes, e transcritas pelas mãos de futu-ros jornalistas que, de alguma forma,se identificam com o material e estãoorgulhosos do resultado final.

Editorial

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EDUCOMUNICAAno VI - fevereiro, 2015 - nº11 EDUCOMUNICA

Em sua vigésima edição, o Inter-com Sudeste, versão regional do In-tercom Nacional promovidoanualmente pela Sociedade Brasileirade Estudos Interdiscipl inares da Co-municação, será realizado em Uber-lândia. O evento contará compalestras, workshops, exposições eoutras atividades que ampliam oolhar sobre a Comunicação enquantoárea de atuação profissional e depesquisa. A Universidade Federal deUberlândia (UFU) será sede dessaedição do evento, trabalhando ativa-mente com outras instituições de en-sino superior da região, como explicaAdriana Omena, professora da UFU:“Todas as instituições que tem o cur-so de Comunicação na região estãoparticipando [. . . ] . Cada uma vai ofe-recer aquilo que ela acha que tem demelhor para ofertar”, afirma. Duran-te o Intercom Sudeste 2015 aconte-cerá a Exposição de Pesquisa

Experimental em Comunicação – Ex-pocom, um prêmio destinado aosmelhores trabalhos produzidos poralunos de graduação em Comunica-ção Social. Ana Cristina Spannen-berg, coordenadora do curso deComunicação Social: Jornalismo daUFU, é a responsável por gerenciar aexposição e explica que ao todo são70 modalidades que precisam serdistribuídas em espaços para apre-sentação dos trabalhos.

Novas pessoas, novasexperiências

Rodrigo Vieira (22) e RomeningOliveira (27) são estudantes de Co-municação Social da UniversidadeCastelo Branco, no Rio de Janeiro.Pela Internet, eles contam que vãoparticipar pela primeira vez do Inter-com Sudeste. “É uma oportunidadede adquirir mais conhecimentos eainda conhecer futuros amigos de

profissão”, explica Romening. Rodri-go diz que a principal dificuldade pa-ra ele é encontrar um bom local parase hospedar em Uberlândia a preçosacessíveis, e completa “O importanteé todos participarem”.

CuriosidadeAdriana Omena e Mirna Tonus,

também professora da UFU, contamque já tiveram experiências muitopositivas e até engraçadas no evento.Em um deles, elas organizaram umlivro em plena madrugada. O resulta-do desse trabalho foi o e-book “Múlti-plos Olhares” com dois volumes.

"É umaoportunidade deadquirir mais

conhecimentos”Romening Oliveira

Evento considerado um dos mais importantes da comunicação acontece em junho

Amanda Rodovalho - El len Melo - Victor Fernandes

VictorFernandes

Uberlândia sedia o Intercom Sudeste

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O Trabalho de Conclusão de Curso(TCC) é um instrumento de avaliaçãofinal da graduação. No caso do cursode Comunicação Social – Habil itaçãoem Jornalismo da Universidade Fede-ral de Uberlândia (UFU), o trabalho éfeito no molde de monografia. Parainiciar a pesquisa e dar continuidadeao projeto o aluno conta com uma dis-cipl ina específica que é dividida emduas etapas, TCC 1 (com um profes-sor geral que ajuda a delinear o proje-to) e TCC 2 (com a supervisão de umorientador específico).

De acordo com a professora da disci-plina TCC 1 no curso de Jornalismo,Adriana Omena dos Santos, é nesta dis-ciplina que o aluno escolhe um assuntocom o qual tenha proximidade, buscaum orientador que tenha relativo conhe-cimento sobre o conteúdo e faz o esbo-ço da sua monografia, que é submetidaa uma banca avaliadora. Com a aprova-ção, inicia-se o TCC 2 e o discente finali-za o projeto. “Não se faz TCC sem

leitura e sem tempo”, aconselha.O acadêmico do oitavo período do

curso de Jornalismo da UFU, RinaldoAugusto de Morais, escolheu o seriadoda TV norte-americana, “The WalkingDead”, por conta da afinidade com oassunto. Para ele, a maior dificuldadeestá em conseguir conectar a teoriavista no decorrer do curso com o con-teúdo da série. Neimar da Cunha Alves,colega de sala de Rinaldo, escolheu umtema que é pouco visto e problematiza-do durante a graduação: “o valor da vi-da atribuído pela mídia”, cujo foco écomparar reportagens sobre suicídiosde pessoas famosas e anônimas. Eleafirma que um de seus objetivos é reu-nir material que sirva, posteriormente,para a comunidade acadêmica.

No curso de Pedagogia da UFU, aapresentação do TCC não é obrigató-ria, mas é exigido que o aluno participede algumas atividades complementa-res. De acordo com a coordenadora docurso, Lázara Cristina da Silva, após

passar pelo Projeto Integrado de Práti-ca Educativa (PIPE) e pelo Estágio, oacadêmico escolhe como relatará suasexperiências, que pode ser na formade monografia, artigo científico ou re-lato de experiência/memorial. Ainda,segundo a coordenadora, é solicitadoque o aluno se matricule em uma dis-cipl ina específica, tenha um orientadore defina sob qual molde será feito oseu trabalho final.

Isabel Alves Simão, graduanda do 4ºano de Pedagogia, defenderá a “Educa-ção Rural” frente a uma banca avaliado-ra. A estudante afirma que, por conta doTCC não ser obrigatório, os alunos po-dem encontrar problemas no momentoda retirada do diploma, pois existemnormas da universidade que exigem queo trabalho de conclusão de curso siga omodelo monográfico científico. O queocorre é que, de acordo com a coorde-nação do curso, o aluno que optou porfazer outra forma de relatório final pre-cisa adequá-lo às normas da UFU.

Não é o fim do mundoAlunos e professores da FACED falam sobre TCC

Amannda Barbosa - Bianca Felix - Matheus Martins - Natalia Ferraz

Apresentação do TCC proporciona debate e reflexão

MatheusXavier

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Batendo um bolão em 2015!Maior participação feminina é meta da Atlética do Jornalismo

Ana Augusta Ribeiro, Lais Vieira e Nadja Nobre

No ano de 2014, o curso de Jorna-lismo da Universidade Federal deUberlândia (UFU) teve sua Atlética for-talecida, órgão de importância na soci-alização dos alunos da graduação. AAssociação Atlética Acadêmica Jorna-lismo (A.A.A Jornalismo) se fortale-ceupara que o curso pudesse disputar asúltimas Olimpíadas Universitárias, rea-lizadas de outubro a dezembro.

A colocação do Jornalismo pode nãoter sido expressiva perante toda a Uni-versi-dade, mas, para os integrantes daatlética e para os alunos do curso, foiuma grande vitória. Segundo um dosdiretores da A.A.A Jornalismo, GabrielRibeiro, aluno do segundo período, o17º lugar nas Olimpíadas foi importan-te, e a partir disso o esperado é que osresultados se tornem cada vez mais po-sitivos. "Nossa participação nas olim-píadas do ano passado serviu comoaprendizado pra essa nova gestão. Evi-dente que poderíamos ter resultadosmuito melhores, mas esperamos queeste ano seja diferente e nós possamos

fazer história na competição", afirma.Apesar de toda a agitação em torno

da nova Atlética e o fato do curso deJornalismo ser em sua grande parte fe-

minino, uma situação peculiar se fezpresente: a participação das mulheresem campo foi nula. O curso não conse-guiu formar times femininos e nem teruma participante em modalidade indivi-dual. Segundo a aluna do sexto perío-do, Flahana Pfeifer, o grandecontingente de conteúdos para estudare trabalhos para serem feitos a impedi-ram de doar tempo para a atlética. Ma-ria Paula Martins, do quarto perío-do,se inscreveu em todas as modalidades,mas não foi adiante pela falta de alu-nas se manifestando. "Adoro esportes eacredito que são uma boa forma de so-cialização. Continuo interessada emparticipar de várias formas e acreditoque a formação de times femininos po-de acrescentar muito", afirma.

A expectativa é de que em 2015 aA.A.A Jornalismo continue crescendo.Novos alunos ingressarão no curso emmarço e espera-se que novos inte-grantes apareçam entre eles, principal-mente mulheres. “Estamos trabalhandopra aprimorar os treinamentos e a pre-paração das equipes”, afirma o diretorRibeiro.

“Esperamos que esteano seja diferente e nóspossamos fazer história

na competição.”Gabriel Ribeiro

Divulgação

Equipe de handebol masculino antes do segundo jogo em 02/1 1 /201 4

Participação feminina ainda é tímida nas quadrasAnaAugusta

Dionata

Tinoco

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EDUCOMUNICAAno VI - fevereiro, 2015 - nº11EDUCOMUNICA

Conquistas que vão além da universidadeAlunos desconhecem força do DCE e sua representatividade

Daniel Pompeu - Gabriel Ribeiro - Gabrieli Mazzola - Paola Buiatti

O Diretório Central dos Estudan-tes (DCE) e o Movimento Estudanti lcomo um todo, através de diversaslutas, tem conquistado melhorias egarantido os direitos dos estudan-tes. H istoricamente, essas lutas nãotem uma origem exata, mas segun-do o professor Leonardo BarbosaSi lva, d iretor de assuntos estudantisda Universidade Federal de Uberlân-dia, o movimento já existia na Uni-versidade de Bologna, na Itá l ia, porvolta do ano 1300, considerandoque as associações de estudantespossam ser interpretadas como mo-vimentos estudantis. A mestranda

em Ciências Socia is da UFU e vice-presidente da Associação Nacionalde Pós-Graduandos (ANPG), Aleci ldaOl iveira, faz um alerta com relaçãoà baixa participação dos estudantes:"Acompanho o movimento estudan-ti l na UFU desde 2009 e acho que aentidade tem um papel fundamen-tal , apesar dos estudantes às vezesnão terem a dimensão da importân-cia dele dentro da universidade".

Leonardo Barbosa Si lva destacaque a presença da questão pol ítico-partidária dentro deste movimentonão deve ser vista com maus olhos,e cita um exemplo de participação

dos estudantes em assuntos quenão dizem respeito somente ao âm-bito universitário: “o movimento es-tudanti l da UFU estava no dia dolei lão da CSN (Companhia Siderúr-g ica Nacional), ou seja, vai a lémdas questões que envolvem univer-sidade”. Si lva, que foi estudante daUFU e participou do movimento es-tudanti l de 1993 a 1999, d iz ter umavisão “menos institucional” sobre oassunto e garante que “as deman-das do movimento estudanti l sãolongas e históricas e que elas temrelação direta com o sucesso dauniversidade”.

ALGUMAS DAS CONQUISTAS EM QUE O MOVIMENTOESTUDANTIL DA UFU TEVE PAPEL ESSENCIAL

• Elaboração e implementação do INTERCAMPI

•Defesa do projeto que possibil itou a existência da moradia estudantil

• Participação na construção de um Plano de Cultura para a UFU

•Participação no processo de implementação dos novos Restaurantes Universitários

•Garantia de um espaço físico para diversas Atéticas, Diretórios Acadêmicos e Centros Acadêmicos

• Fórums e seminários de assuntos estudantis

Há cinco anos, Alecilda acompanha o movimento estudantil da UFU

DanielPompeu

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"Podemos Mais" conquista diretoria do DCEApós vencer as eleições, grupo apresenta suas propostas

Josiel le Ingrid - Letícia Maria - Raissa Müller

Na eleição para a nova chapa do Di-retório Central dos Estudantes (DCE)ocorrida nos dias 09 e 10 de dezembro,a chapa 2, "Podemos Mais! ", foi reelei-ta com 35.04% dos votos. A chapavencedora tem pela frente dois grandesdesafios: unir o movimento estudantil egarantir a viabilização de suas propos-tas de campanha.

Segundo Isley Borges, aluno docurso de Jornalismo e um dos coorde-nadores do novo DCE, a entidade sedifere das organizações de base, comoos diretórios acadêmicos (DA's) e cen-tros acadêmicos (CA's), pois tem umcaráter mais abrangente. Para Borges,o DCE deve defender um projeto deintegração que vai além da causa es-tudantil . Nasser Freitas Pena, gradu-

ando em Odontologia e novocoordenador do DCE, destaca a impor-tância histórica da entidade e seu pa-pel para o desenvolvimento daUniversidade: “é a maior potência davoz dos estudantes dentro da institui-ção”.

O novo DCE tem algumas propos-tas em relação à FACED. Para Pena, oapoio à criação da Pró-Reitora de As-suntos Estudantis, poderá possibil itara criação de uma diretoria específicapara acessibil idade, deslocando e am-pliando o atendimento do Centro deEnsino, Pesquisa, Extensão e Atendi-mento em Educação Especial (CEPAE),hoje vinculado à FACED. Segundo Da-niel Pompeu, aluno do curso de Jorna-l ismo e coordenador de comunicação

do novo DCE, a nova gestão pretendetambém criar um jornal estudantil noqual as entidades e movimentos defi-nirão as pautas e o CA do Jornalismoproduzirá o conteúdo.

Para Pompeu, o DCE, que é com-posto de diversos conselhos e comis-sões, deve redigir os projetos quefuturamente poderão se tornar con-quistas concretas além de pressionar aadministração da universidade. WesleyMarques da Silva, diretor de logísticada UFU, diz que o necessário, antes detudo, é apresentá-las à Prefeitura Uni-versitária. A partir daí, segundo Mar-ques, a proposta vai ser estudada, suarelevância e aplicabil idade analisadase, existindo recursos e condições, po-derão ser implantadas.

O que me representa na graduação?CAs e DAs atuam politicamente comomediadores que transitam nas instâncias institucionais

Centros Acadêmicos (CAs) ou Dire-tórios Acadêmicos (DAs) são entidadesrepresentativas e sem hierarquia entreos estudantes de graduação, lideradase mantidas pelos próprios discentes,com o dever de ser o principal elo en-tre os alunos, a coordenação do cursoe a direção da instituição.

A Faculdade de Educação (FACED)da Universidade Federal de Uberlândia(UFU) comporta dois cursos de gra-duação – Pedagogia e ComunicaçãoSocial: Jornalismo. Cada um possuisua entidade representativa, o DA -Pedagogia (DAPed) e o CA - Comuni-cação Social (CACoS).

“O DA tem um caráter social, políti-

co e de lazer. Social e político para re-presentar os estudantes em todos osespaços (. . .). De lazer para promover asocialização através de confraterniza-

ções e financiar a entidade, pois não háoutro meio de financiamento (. . .).”, ex-plica Dandara Castro, atual coordena-

dora geral do DAPed.Amanda Marques, atual coordena-

dora geral do CACoS, afirma que afunção do CA é “zelar pela integraçãodos alunos e eventos em geral, comopromoção de palestras, cine-debates,o Intercom e o Expocom e também asfestas, porque ninguém é de ferro”.

As estudantes, quando falam deseus interesses em participar dos di-retórios, partilham anseios semelhan-tes: “eu queria dar uma vida para oCACoS”, relata Amanda. Para Danda-ra, o diretório acadêmico foi uma con-quista muito grande e, vendo suahistória, teve uma vontade grande denão deixá-lo morrer.

Todos os alunos doscursos de graduaçãopodem frequentar epartipar ativamentenas decisões de seus

CAs e DAs

Alex Furtado - Hiago de Paula - Rassendil Junior - Timóteo B. Junior

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O amor está no ar!Casais contam como é o namoro entre pessoas do mesmo curso

Guilherme Vidal - Mateus Augusto - Renato Taioba - Rodrigo Castro

Acordar cedo, pegar ônibus lotado,comer no RU, vários textos para ler, re-senhas, tudo isso pode ser bem cansa-tivo. Talvez um romance possaesquentar as coisas e tornar a vidaacadêmica mais empolgante. Mas, seráque a convivência, dentro e fora de sa-la, ajuda ou atrapalha os coraçõesapaixonados dos futuros jornalistas?

Eles passam boa parte do dia nocampus. Alguns ficam mais tempo neledo que em suas próprias casas, o quemuitas vezes gera uma convivênciabem próxima com os colegas. Essaamizade tende a ser o primeiro passopara engatar um namoro, como aconte-ceu com Rafael Leonel (21), e MichaelKealton (20), ambos do 4º período deJornalismo da Universidade Federal deUberlândia (UFU). Eles revelaram aindaque a cumplicidade ajuda na produçãoacadêmica, mas que recentemente pre-

cisaram estabelecer um tempo pra se-rem “somente namorados”.

A rotina fora da faculdade tambéminterfere no namoro. Alguns casais sen-tem dificuldade em organizar o tempo,como confessa Laura Máximo (21), do8º período. “Ele dorme às 5h, eu acor-

do às 5h30 para trabalhar e isso às ve-zes se torna um problema”. FelipeFlores (21), namorado de Laura e alunodo 6º período defende que ". . .a convi-vência diária só atrapalha se você nãosuporta a outra pessoa".

Ana Augusta Ribeiro (20) conheceuPaulo Rafael Costa como veterano an-

tes das aulas começarem. Ela era ca-loura e ainda estava se ambientando.Para ela, uma das vantagens dessarelação está em poder contar com asinceridade do namorado sobre suasproduções, não por facil itar, mas a fimde melhorar seu desempenho. Pauloafirma que, apesar de estudar emsalas vizinhas, é mais comum o casalse encontrar fora da faculdade. O la-do negativo pesou quando percebeuque, no início do namoro, ia à facul-dade mais pelo relacionamento quepelo curso em si.Para os próximos casais que po-

dem surgir, principalmente com a en-trada da sétima turma no próximosemestre, Ana deixa a dica: “Tem queter muita maturidade para saber sepa-rar as coisas”. “Tem que saber levarisso, para não virar uma discussão en-tre o casal”, completa seu namorado.

Cumplicidade dentro e fora da Universidade

FelipeFlores

"Tem que ter muitamaturidade para saberseparar as coisas ”

Ana Augusta Ribeiro

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PNAIC forma orientadores para alfabetizaçãoPrograma do governo federal busca alfabetizar crianças até os oito anos

Adrivania Santos - Bianca Guedes - Giovana Oliveira - Laura Fernandes - Ygor Rodrigues

O Pacto Nacional pela Alfabetiza-ção na Idade Certa (PNAIC) foi im-plantado no ano de 2013 com oobjetivo de garantir a alfabetizaçãode crianças até os oito anos de ida-de. Desenvolvido pelo Governo Fede-ral em parceria com governosestaduais e municipais, o PNAIC con-siste na formação presencial de pro-fessores. As universidades públicasformam orientadores em cursos de200 horas anuais, e estes capacitamos futuros professores em curso pre-sencial de dois anos, com 120h porano, cuja metodologia propõe estu-dos e atividades práticas.

Em Minas Gerais seis universidadesatendem as escolas municipais. A Uni-versidade Federal de Uberlândia (UFU)é uma delas e atinge 95 municípios da

região. Segundo Maril ia Vil lela de Oli-veira, profes sora do curso de Pedago-gia e coordenadora Geral do PNAIC nainstituição, no pacto “os orientadoresformados desenvolvem esse trabalho

nosmunicípios do qual eles vieram”.De acordo com o site do Ministé-

rio da Educação (MEC), os professo-res alfabetizadores devem auxil iar naformação para o exercício da cidada-nia, e para isso necessitam ter clare-za do conteúdo e da forma como vãoensinar. Seu trabalho deve explorar

as capacidades de leitura e produçãode textos e conhecimentos de diver-sas áreas através de métodos lúdi-cos, sem deixar de cuidar dobem-estar das crianças.

Diante do objetivo de consolidar aalfabetização, Valéria Cristina Souzados Santos, coordenadora de mate-mática do pacto, ressalta que “o le-tramento vem muito da vivência, dodia a dia dos meninos. A alfabetiza-ção é uma sistematização que acon-tece”. Assim, segundo Valéria, otrabalho desenvolvido no PNAICocorre a partir de uma perspectiva naqual “desde muito cedo a criançatrabalha a questão da interpretação”

Apesar das barreiras, Maríl ia vê olado positivo dos resultados do pro-grama, e acrescenta que o fracassoescolar na alfabetização "é um dosmaiores gargalos que temos no siste-ma educacional […] e inúmeras ten-tativas têm sido feitas parasolucionar este problema. Entende-mos que o pacto é uma iniciativa quetem conseguido impactar na qualida-de do trabalho feito pelos professo-res. Então, tem suas lacunas e suasdificuldades, mas dentro dos progra-mas que já vimos, ele tem tido umimpacto positivo".

AVALIAÇÃO

•Avaliações processuais debatidas durante a formação.•Acesso ao sistema informatizado para cadastrar a Provinha Brasil de cada criança, no início e final do 2º ano.•Avaliação coodernada pelo INEP, ao final do 3º ano, para monitorar o nível de alfabetização alcança-do e adotar medidas e políticas necessárias para aperfeiçoar o que for necessário.OBS: O MEC é responsável pelo custo dos sistemas e avaliações externas.

SAIBA MAIS: pacto.mec.gov.br/avaliacoes

BiancaGuedes

"Desde de muitocedo a criança

trabalha a questãoda interpretação"

Valéria Cristina dos Santos

Marília (à direita) conversa com outras coordenadoras do PNAIC

O PACTO CONTA COM TRÊS COMPONENTES PRINCIPAIS DE AVALIACAÇÃO:

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Cultivando o ensinoValorizar a educação no campo é respeitar a cultura rural

Maryna Ajej - Pedro Lobato - Thalita Araujo

No Brasil , a cultura e a educaçãoforam comprometidas pela censu-ra da ditadura mil itar na décadade 1970. A Lei nº 9.394, de 20 dedezembro de 1996, mais conheci-da como Lei de Diretrizes e Basesda Educação Nacional (LDB), ga-rante o direito à educação básicae gratuita para qualquer cidadãobrasileiro. Mas, isso nemsempre acontece na prá-tica, pois, mesmo queexistam escolas para apopulação, muitas vezeselas não possuem quali-dade suficiente para umaboa alfabetização.De acordo com docu-

mento publicado em 2005pelo Instituto Nacional deEstudos e Pesquisas Edu-cacionais Anísio Teixeira(Inep), os principais problemas daeducação no campo são: a insufi-ciência das instalações físicas damaioria das escolas, as dificulda-des de acesso dos professores ealunos, bem como falta de profes-sores habil itados.Antônio Cláudio Moreira Costa e

Sandra Cristina Fagundes de Li-ma, professores do curso de pe-

dagogia da Faculdade deEducação (Faced) na UniversidadeFederal de Uberlândia (UFU), de-senvolvem um projeto de pesqui-sa e extensão sobre a educaçãono campo. Costa afirma que a re-formulação dos currículos é essen-cial em um cenário em que 95%dos alunos são filhos de assenta-

dos ou trabalhadores rurais. Oconteúdo trabalhado pelos profes-sores não condiz com a real idadedesses alunos e até reforçam opreconceito, apresentando aos jo-vens o campo como um atraso.Assim, Costa acredita que a uni-versidade tem que propor condi-ções para que os alunos dagraduação do curso de Pedagogia

se desloquem para as áreas ruraispara que possam enxergar essareal idade.Para Sandra, a participação dos

futuros professores neste ambien-te é importante como forma devalorizar a vida no campo, poisquando se retira o aluno da esco-la, retira-se também um modo de

vida, experiências de la-zer e a referência queuma fazenda tem de ummundo letrado. Pensan-do nisso, o Programa Sa-beres da Terra doMinistério da Educação(MEC) possibil ita a jo-vens agricultores de 18 a29 anos que concluam oEnsino Fundamental comuma qual ificação profis-sional. Além disso, a Es-

cola Famíl ia Agrícola (EFA),através da Pedagogia da Alternân-cia, leva os estudantes inseridosno meio rural a valorizarem o seuespaço por meio da leitura, da es-crita, da matemática, tecnologia eaté mesmo a lidar com a terra, asplantas e os animais, promovendoformação integral do aluno e inte-ração escola-famíl ia.

SAIBA MAIS:EDUCAÇÃO RURAL OU NO CAMPO?

A educação rural pressupõe métodos que garantam o próprio sustento. Com a reivindicação

do direito ao ensino, a política da educação rural resultou numa nova concepção de educa-

ção que respeita a cultura, valores e as especificidades do campo, ou seja, a educação no

campo.

ArquivoPúblicodeUberlândia

Escola Municipal Rural Aprazível (sem data)

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CRÔNICA:Se fosse eterna...

Casa de vó, comida de vó, abraço de vó. . . Sempre tive dentro de mim que as des-pedidas, por mais difíceis que possam parecer, ao serem olhadas por um outro ân-gulo, conseguimos tirar delas algo positivo. Mas e agora? Agora que me despedi dapessoa a quem eu devo tudo que sou e tudo que consegui nesses 20 anos, essa ta-refa está mais complicada. . .Lembro de você me levando para as aulas de piano, natação, inglês, fazendo ca-

chinhos no meu cabelo desgrenhado, para que eu fosse bonitinha para a escola.Lembro de você passar na mercearia e comprar paçoquinha quando alguém brigavacomigo, e suas tentativas de corrigir minhas tarefas, colocando os óculos mais pertodos olhos. . .Cresci. . . E mais uma vez você estava ao meu lado para que eu encostasse minha

cabeça no seu ombro e secasse as lágrimas por aquele rapaz idiota, falando que eudeveria arranjar tempo para comer direito e não ficar com anemia, para que eu che-gasse das baladas mais cedo, e que eu já deveria ir deixando o cabelo crescer para aformatura da faculdade. . .Tenho consciência de que seus últimos dias não foram fáceis, você pediu para que

a gente não desistisse de você. . . Eu fui até o final vó, e você também.. . Em meio ador, tentei te fazer rir quando você queria chorar e te emprestava meus ombrosquando não conseguia sucesso na minha missão, a situação se inverteu. . .Semanas atrás, quando você foi pro hospital, me disse que não era pra ficar preo-

cupada porque você ainda viveria muitos anos. O casamento, a senhora não garantia(acho que assim como eu, não me via entrando na igreja de vestido branco), masiria, pelo menos, ver minha formatura da faculdade.E daqui a poucos anos eu vou estar lá vó. . . e vai ser por você! Para tentar te or-

gulhar, para mostrar a mim mesma que todo o seu esforço não foi em vão.Ahh vovó, sorte mesmo seria se você fosse eterna. . .

Ellen Melo

EDUCOMUNICA

Page 12: Educomunica 11 - Ano VI - nº 11

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EDUCOMUNICAAno VI - fevereiro, 2015 - nº11EDUCOMUNICA

O som do gestoI sabella Rodrigues - Letícia Brito - Marcela Pissolato

Keli Maria de Souza, 35, é uma CODA (Children of Deaf Adults) que, na tradução para o português, signifi-ca: fi lha ouvinte de pais surdos. Desde criança, ela conviveu com duas línguas, a língua portuguesa e a línguabrasileira de sinais (LIBRAS), e foi aprendendo, naturalmente, a apropriar-se dessas duas maneiras de se co-municar. Formada em Letras com especial ização em Educação Especial, hoje é professora da FACED na áreade tradução e interpretação de LIBRAS. O apoio prestado aos pais surdos ultrapassou os muros de casa e setornou sua profissão. Nesta edição, o Educomunica mergulha num outro mundo, pautado pela sensibil idade eum novo som: o som do gesto.

Educomunica: Como foi sua cria-ção e relacionamento com seus paissendo uma CODA? Por ser a irmãmais velha, sentia que tinha maisresponsabil idade?Keli: Para mim foi tão natural que

quando falam a respeito disso eu te-nho que pensar se houve alguma di-ferença. Mas, olhando pra trás, euconsigo percebê-las. Como eu sou amais velha, acabei assumindo mui-tas responsabil idades na criação dosmeus irmãos. Por exemplo, eu ia àsreuniões de escola deles com minhamãe para interpretar para ela. Nãoque eu fosse a "mãe", mas como elaprecisava de um intérprete para secomunicar, eu acabava funcionandocomo essa ponte.E: Como foi o processo de apren-

der tanto a Língua de Sinais quantoo português?K: Convivi com meus pais e tios

surdos que se comunicavam por Li-bras. Com meus avós e primosaprendi o português. Então não no-to diferença nesse aspecto. Não temcomo falar qual eu aprendi primeiro,já que [o aprendizado] aconteceuao mesmo tempo e naturalmente.E: O que te instigou a trabalhar

com Educação Especial?K: Meus pais sempre valorizaram

muito a educação. Então, mesmonão sendo de uma família de pos-ses, nunca falaram que não iríamos

estudar ou que teríamos que traba-lhar até o ensino médio. Sobre a in-terpretação, eu falo que a profissãome escolheu. Antes de ser professo-ra eu fui intérprete profissional por12 anos e já fazia alguns serviços

como voluntária antes disso. Parale-lamente cursava faculdade de Letrase a possibil idade de lecionar me en-cantava. Aos poucos fui concil iandoa LIBRAS com a docência e então ascoisas foram se encaminhando paraesse sentido.E: Você já presenciou algum tipo

de preconceitos com surdos?K: Então, é interessante isso. Por-

que às vezes eles [surdos] não per-cebem tanto preconceito como a

gente [CODAS] que está no meio docaminho entre surdos e ouvintes.Por exemplo, eu andava de ônibuscom meus pais para ir à Associaçãodos Surdos e a gente ia batendo umpapo em língua de sinais. Aí eu es-cutava as pessoas falando: “Tadi-nho, olha lá todo mundo surdo”. Porvárias vezes eu falava: “Tadinhonão, eles não ouvem, mas tem ou-tra língua”. Em algumas situaçõesvocê fica irritada e chateada. Hoje agente percebe as coisas mudandobastante, pelo menos as pessoas jáaceitam.E: Você considera que o fato de

ter sido criada por pais surdos influ-enciou no seu modo de ser, agir eenxergar o mundo?K: Com certeza. Eu acho que o la-

do da gente observar as pessoascom um pouco mais de humanida-de. Eu sempre penso muito nas mi-nhas palavras para não agredir aspessoas, [principalmente] os defici-entes, os idosos, essas pessoas queestão no ramo dos mais excluídos.Sempre tive uma aproximação muitogrande com esse público. Não souuma especial ista em cegueira, masse eu tiver um aluno cego eu tenhouma sensibil idade maior em atendê-lo. Conviver com essas situações faza gente observar a questão das mi-norias porque a gente sente na peleo preconceito.

Keli Maria de Souza, professora na UFU