EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE...

39
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO PROGRAMA DE MESTRADO EM FISIOTERAPIA ROBERTA CEILA VENANCIO EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE INTERFERENCIAL NO LIMIAR DE DOR POR PRESSÃO E NO CONFORTO SENSORIAL SÃO PAULO 2012

Transcript of EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE...

Page 1: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE MESTRADO EM FISIOTERAPIA

ROBERTA CEILA VENANCIO

EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA

CORRENTE INTERFERENCIAL NO LIMIAR DE

DOR POR PRESSÃO E NO CONFORTO

SENSORIAL

SÃO PAULO

2012

Page 2: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

ROBERTA CEILA VENANCIO

EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE

INTERFERENCIAL NO LIMIAR DE DOR POR PRESSÃO E

NO CONFORTO SENSORIAL

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo, como requisito exigido para obtenção do título de Mestre em Fisioterapia.

ORIENTADOR: Prof. Dr. RICHARD ELOIN LIEBANO

SÃO PAULO

2012

Page 3: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

ROBERTA CEILA VENANCIO

EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE

INTERFERENCIAL NO LIMIAR DE DOR POR PRESSÃO E

NO CONFORTO SENSORIAL

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo, como requisito exigido para obtenção do título de Mestre em Fisioterapia.

Área de concentração:

Data da defesa:

Resultado: ______________________________

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr. Richard Eloin Liebano ______________________________

Universidade Cidade de São Paulo

Profª. Drª. Cristina Maria Nunes Cabral _____________________________

Universidade Cidade de São Paulo

Prof. Dr. Rinaldo Roberto de Jesus Guirro _____________________________

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP

Prof. Dr. Leonardo Oliveira Pena Costa _____________________________

Universidade Cidade de São Paulo

Prof. Dr. Ivaldo Esteves Junior ______________________________

Universidade Federal de São Paulo

Page 4: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

Dedicatória

Dedico este trabalho ao meu pai Armindo que mesmo não estando presente

neste plano, tenho certeza que sente muito orgulhoso do meu esforço e conquista.

Dedico também ao meu filho Vinicius, que ele possa se inspirar em minha

trajetória profissional, almejando sucesso.

Page 5: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

Agradecimentos

A Deus por me dar a oportunidade de viver cada dia e lutar em prol de meu

crescimento.

Ao meu marido e filho que tiveram toda a compreensão e paciência dia a dia

e finais de semana que não estive em companhia deles para cumprimento de

créditos e elaboração do trabalho.

A minha mãe que sempre me deu força e incentivo ao meu crescimento

profissional e individual.

Ao Prof. Richard Eloin Liebano que me orientou durante todo esse período e

auxiliou no meu mestrado, sempre me incentivando ao melhor.

À Prof.ª Cristina Maria Nunes Cabral que participou como sujeito de pesquisa

do meu trabalho e a todos os outros professores do mestrado da UNICID que de

alguma forma contribuíram para o meu desempenho.

Às alunas: Stella Pelegrini, Marjorie Filellini Laurino, Manuela Augusta

Pantaleão, pelo auxílio na coleta de dados.

Ao Prof. Eduardo Nakano, do departamento de estatística da UnB, pela

realização da análise dos dados do meu trabalho.

Page 6: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

Sumário

RESUMO

ABSTRACT

1. INTRODUÇÃO................................................................................1

2. OBJETIVO DO ESTUDO...............................................................4

3. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................5

3.1 Registro do estudo........................................................................5

3.2 Participantes.................................................................................5

3.3 Equipamentos...............................................................................8

3.3.1 Corrente Interferencial...............................................................8

3.3.2 Algômetro...................................................................................8

3.3.3 Escala Visual Analógica.............................................................9

3.4 Preparação da pele e demarcação das áreas para o PPT...........9

3.5 Posicionamento dos eletrodos......................................................9

3.6 Medidas do limiar de dor por pressão.........................................10

3.7 Protocolo da pesquisa................................................................11

3.8 Análise de dados........................................................................12

4. RESULTADOS.............................................................................13

5. DISCUSSÃO.................................................................................19

6. CONCLUSÃO...............................................................................24

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Page 7: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

RESUMO

A corrente interferencial (CI) é essencialmente uma corrente de média

frequência de amplitude modulada em baixa frequência. É uma forma de tratamento

simples e não invasiva utilizada em diferentes situações de dor. Os equipamentos

modernos de CI permitem que a frequência da corrente portadora seja ajustada de

acordo com a indicação terapêutica, porém existem conflitos na literatura a respeito

dos parâmetros ideais a serem utilizados para melhor resposta analgésica com o

mínimo de desconforto sensorial. Por este motivo, o objetivo deste estudo foi avaliar

o efeito da frequência portadora da corrente interferencial no limiar de dor por

pressão e conforto sensorial em indivíduos saudáveis. Foram selecionados 150

sujeitos saudáveis e alocados ao acaso em 1 dos 5 grupos: 1kHz, 2kHz, 4kHz, 8kHz

e 10kHz. A corrente interferencial foi aplicada durante 20 minutos, com frequência

de modulação de amplitude de 100 Hz, e medidas do limiar de dor por pressão

(PPT) foram coletadas antes, durante a após o término da corrente nas regiões de

mão e antebraço não-dominantes. A escala visual analógica (EVA) também foi

aplicada durante a aplicação da corrente com o objetivo de avaliar o desconforto da

mesma. Observou-se, em todos os tempos, que não houve aumento significativo do

PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais grupos. Observou-se

um maior desconforto nos grupos de 1kHz e 2kHz durante a aplicação da corrente.

Pode-se concluir que os grupos de 1kHz e 2kHz promoveram uma maior resposta

hipoalgésica na área localizada entre os eletrodos, e os grupos com frequências

portadoras de 1kHz, 2kHz e 4kHz apresentaram maior hipoalgesia na área distal aos

eletrodos. Os grupos de 4 kHz, 8kHz e 10kHz promoveram um maior conforto

sensorial durante a passagem da corrente.

Palavras-chave: Corrente Interferencial, limiar de dor por pressão, corrente de média

frequência.

Page 8: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

ABSTRACT

The interferential current (IC) is essentially a current of medium frequency

amplitude modulated at low frequency, generated by mixing two medium frequency

currents of slightly out of phase. It is a form of non-invasive and simple treatment used

in different type of pain that appear in certain conditions. The modern equipment of IC

allow the carrier frequency of the current is adjusted according to the indication, but

there are conflicts in the literature regarding the optimal parameters to be used to

better analgesic response with minimal sensory discomfort. For this reason, the

objective of this study was to evaluate the effect of carrier frequency interferential

current in the pressure pain threshold and sensory comfort in the healthy subjects.

Were selected 150 healthy subjects randomly allocated to 1 of 5 groups: 1kHz, 2kHz,

4kHz, 8kHz and 10kHz. The interferential current was applied for 20 minutes and

measures the pressure pain threshold (PPT) were collected before, during and after

the current in the regions of dominant hand and forearm. The visual analogue scale

(VAS) was also applied during the current application in order to evaluate the

discomfort of it. It was observed at all times, there was no significant increase in PPT

for groups of 8kHz and 10kHz compared to other groups. The was a greater

discomfort in groups of 1kHz and 2kHz during the current application. It can be

concluded that the groups of 1kHz and 2kHz promoted a greater response

hypoalgesia in the area located between the electrodes, and the groups with carrier

frequencies of 1kHz, 2kHz and 4kHz were more hypoalgesia in the area distal to the

electrodes. Groups of 4kHz, 8kHz and 10kHz promoted a greater sensory comfort

during the passage of current.

Keywords: Interferential current, pressure pain threshold, current of medium

frequency.

Page 9: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

1

1. INTRODUÇÃO

A corrente interferencial (CI) é essencialmente uma corrente de média

frequência de amplitude modulada em baixa frequência, gerada pela mistura de

duas correntes de média frequência ligeiramente fora de fase (Palmer et al., 1999).

É uma forma de eletroterapia que atinge tecidos profundos por meio do uso

de frequência portadora em Kilohertz (kHz) com o objetivo de superar a impedância

elétrica oferecida pela pele (Palmer et al.,1999; Jorge et al., 2006). As correntes de

média frequência são aquelas que apresentam frequência entre 1 a 10kHz e são

frequentemente usadas na reabilitação. A impedância da pele é inversamente

proporcional à frequência da corrente, então se a impedância elétrica da pele é

menor a corrente será mais profunda e confortável. Quanto maior a frequência, mais

eficiente o estímulo de nervos localizados mais profundamente (Ward et al., 2002).

A CI é uma forma de tratamento simples e não invasivo, é muito utilizada para

induzir analgesia, estimular contração muscular e reduzir edemas (Goats, 1990).

Embora alguns mecanismos de controle da dor com a corrente interferencial tenham

sido citados na literatura, o mecanismo exato para que isto ocorra ainda é

desconhecido (Johnson e Tabasam, 2002; Johnson e Ghasala, 2003; Sthephenson

e Walker, 2003; Johnson e Tabasam, 2003). A teoria mais popular do mecanismo de

ação da CI é a teoria das comportas medulares de dor (Johnson e Tabasam, 2002;

Johnson e Tabasam, 2003). Esta teoria propõe que a estimulação das fibras

aferentes de grande diâmetro (Aβ) ativa circuitos locais inibitórios dos núcleos

dorsais no corno dorsal da medula espinal e, consequentemente, previne que os

impulsos de dor transportados por fibras de pequeno diâmetro (C e Aδ) alcancem os

centros superiores (Melzack e Wall, 1965). Nota-se ainda que, apesar do uso em

larga escala por profissionais da fisioterapia, há limitações na pesquisa clínica e

experimental sobre os efeitos analgésicos da CI (Walker, 2003; Guerreiro et al.,

2001 e Johnson e Ghasala, 2003; Sthephenson,2003).

Os equipamentos modernos de CI permitem que a frequência portadora da

corrente seja ajustada de acordo com a indicação terapêutica. Acredita-se que a

frequência de 2kHz seja benéfica para gerar fortalecimento muscular enquanto a

frequência de 4kHz seja ideal para gerar analgesia (Hogenkamp et al., 2005).

Contudo, estas informações provêm dos livros e manuais de equipamentos, e não

de resultados de estudos científicos (Johnson e Ghasala, 2003; Hogenkamp et al.,

Page 10: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

2

2005). Além disso, existem conflitos na literatura a respeito dos parâmetros ideais a

para que estimulação elétrica seja aplicada com o mínimo de desconforto sensorial

(Ward et al.,2002; Ward et al., 2004; Ward et al.,2009).

Pesquisas como de Palmer et al., 1999 e Ward 2009 mostram que a utilização

de uma frequência alta e sem modulação pode levar a diminuição das respostas das

fibras nervosas devido aos elevados disparos de potenciais de ação. Já as

frequências baixas e moduladas em pequenos bursts permitem que o nervo atinja o

limiar de excitação através de poucos disparos gerando menor fadiga sináptica, e

apresentando o mínimo de desconforto. Esse fenômeno é conhecido como efeito

Gildemeister, e mostra que quando bursts de uma corrente alternada são usados

para estimulação muscular, o limiar de disparo das fibras nervosas diminui de

maneira diretamente proporcional ao aumento da duração dos bursts. O efeito

Gildemeister expõe que isso ocorre em função de um fenômeno conhecido como

somação de despolarização sub-limiares. Em cada pulso de corrente alternada

modulada em bursts a fibra nervosa é hipopolarizada e se aproxima do limiar de

despolarização, porém o potencial de ação somente acontecerá após um número

suficiente de pulsos. Assim, se a duração dos bursts for longa demais, será preciso

um estímulo de baixa intensidade, necessitando da ocorrência de mais somação

para que o limiar possa ser alcançado. O efeito Gildemeister mostra que existe um

valor de duração máxima de pulsos na qual a somação pode ocorrer, pois se os

bursts apresentarem longa duração haverá um grande potencial de ação para que a

fibra nervosa sofra vários disparos ou despolarizações dentro do mesmo burst.

Sendo assim, o efeito Gildemeister sugere uma estimulação elétrica com bursts

pequenos, pois valores altos levam a fadiga sináptica, ou seja, certa adaptação da

fibra nervosa que leva o nervo a diminuir sua resposta devido ao excesso de

estímulo (Hogenkamp et al., 2005; Ward et al., 2007 Ward et al., 2009).

Levando em consideração essa evidência neurofisiológica, nota-se a

importância de realizar a estimulação elétrica com bursts de curta duração, porém

esse tipo de raciocínio não se aplica a estimulações com CI, já que na CI não existe

essa possibilidade de alterações da duração do tempo dos bursts sem que se altere

a frequência de modulação da amplitude (amplitude modulated frequency, AMF).

Com isso, ao analisar a forma de reduzir o excesso de despolarização das

fibras nervosas durante a estimulação com CI, pensou-se em modificar a frequência

Page 11: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

3

da corrente portadora da CI com intuito de alterar os disparos de potenciais de ação,

e então, encontrar a frequência que apresente menor desconforto sensorial além de

proporcionar melhor resposta hipoalgésica.

Page 12: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

4

2. OBJETIVO DO ESTUDO

Avaliar o efeito da frequência portadora da corrente interferencial no limiar de

dor por pressão e conforto sensorial em indivíduos saudáveis.

Page 13: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

5

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Registro do Estudo

O presente estudo foi registrado e alocado no Australian New Zealand Clinical

Trials Registry (ANZCTR) sob o nº. ACTRN12610001015033.

3.2 Participantes

O presente estudo foi avaliado e aprovado pelo comitê de ética em pesquisa

da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID) sob o protocolo nº. 13502652

(Anexo I). Através de convites realizados aos alunos e funcionários da UNICID,

foram recrutados 150 indivíduos voluntários saudáveis (75 homens e 75 mulheres),

entre funcionários e estudantes, que nunca tinham passado por uma experiência

com a corrente interferencial anteriormente, com idades entre 18 e 35 anos e que

apresentassem Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 18,5 e 24,99 Kg/m2.

O tamanho da amostra foi calculado considerando-se uma diferença de 100

kPa (kilo Pascal) entre os grupos e um desvio-padrão de 110 kPa baseado nos

dados de um estudo prévio (Pantaleão et al., 2011). Para um nível de significância

de 0,05 e poder de 80%, calculou-se que 30 participantes seriam necessários em

cada grupo (Minitab, v.15, State College, PA).

O presente estudo foi aleatorizado e duplo-cego, ou seja, o avaliador não

soube qual grupo estava avaliando e os participantes não souberam em qual grupo

estavam participando, para isso, foram necessários dois pesquisadores. O

pesquisador 1 realizou a coleta de dados dos indivíduos, aleatorizou os grupos,

ajustou os parâmetros do equipamento e aplicou o tratamento, e o pesquisador 2

realizou a mensuração do limiar de dor por pressão (pressure pain threshold, PPT),

coletou os resultados apresentados na algometria e aplicou a escala visual

analógica.

Todos os participantes foram entrevistados pelo pesquisador 1 para verificar

se havia a presença de algum dos critérios de exclusão como: gravidez, lesão em

nervo periférico de membros superiores, infecção, câncer, marcapasso cardíaco,

lesões de pele, alergias na região onde seriam posicionados os eletrodos. Os

Page 14: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

6

participantes foram orientados sobre o procedimento a ser realizado durante a coleta

de dados e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido.

Os dados referentes a sexo, idade, Índice de Massa Corporal (IMC) e raça

estão descritos na Tabela 1.

Tabela 1. Características dos participantes do estudo.

1 kHz (n=30)

2 kHz (n=30)

4 kHz (n=30)

8 kHz (n=30)

10 kHz (n=30)

Sexo Masculino 15 (50%) 15 (50%) 15 (50%) 15 (50%) 15 (50%) Feminino 15 (50%) 15 (50%) 15 (50%) 15 (50%) 15 (50%)

Idade (média ± EP) 24,53 ± 0,87 25,53 ± 1,04 22,47 ± 0,81 28,57 ± 0,90 29,17 ±

IMC (média ± EP) 23,99 ± 0,64 24,62± 0,61 23,88± 0,83 24,44± 0,85 23,86± 0,54

Raça Caucasiano 19 (63,3 %) 19 (63,3 %) 22 (73,3 %) 20 (66,7 %) 21 (70 %)

Negros e Pardos 9 (30 %) 5 (16,7 %) 5 (16,7 %) 10 (33,3 %) 7 (23,4 %) Amarela 2 (6,7%) 3 (10 %) 1 (3,3 %) - 1 (3,3 %) Outras - 3 (10 %) 2 (6,7 %) - 1 (3,3 %)

Esses indivíduos foram distribuídos aleatoriamente em 5 grupos, sendo eles:

indivíduos expostos a frequência portadora de 1kHz, 2kHz, 4kHz, 8kHz e 10kHz

(Figura 1). A aleatorização dos indivíduos foi realizada por meio do método de

envelopes sequencialmente numerados, selados e opacos, onde os participantes

foram estratificados por gênero para obter-se a homogeneidade entre os grupos

(Scales e Adhikari, 2005; Doig e Simpson, 2005; Cowan et al, 2009; Rakel et al,

2010; Liebano et al, 2011; Pantaleão et al, 2011).

Page 15: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

7

Figura 1. Desenho do estudo e fluxograma dos sujeitos no decorrer do estudo.

SUJEITOS AVALIADOS QUANTO À

ELEGIBILIDADE (n=150)

EXCLUÍDOS (n=0)

RANDOMIZADOS (n=150)

1 kHz (n=30)

2 kHz (n=30)

4 kHz (n=30)

8 kHz (n=30)

10 kHz (n=30)

Perda de seguimento ou

descontinuidade na intervenção

(n=0)

Perda de seguimento ou

descontinuidade na intervenção

(n=0)

Perda de seguimento ou

descontinuidade na intervenção

(n=0)

Perda de seguimento ou

descontinuidade na intervenção

(n=0)

Perda de seguimento ou

descontinuidade na intervenção

(n=0)

Analisados (n=30)

Excluídos da análise (n=0)

Analisados (n=30)

Excluídos da análise (n=0)

Analisados (n=30)

Excluídos da análise (n=0)

Analisados (n=30)

Excluídos da análise (n=0)

Analisados (n=30)

Excluídos da análise (n=0)

Page 16: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

8

3.3 Equipamentos

3.3.1 Corrente interferencial

Foi utilizado no presente estudo o equipamento gerador de correntes

alternadas de média frequência (Neurovector) da Indústria Brasileira de

Equipamentos Médicos (IBRAMED)®. Os parâmetros deste equipamento foram

desenvolvidos exclusivamente para a pesquisa clínica deste estudo e não estão

disponíveis comercialmente.

Figura 2. Equipamento gerador de correntes alternadas de média frequência.

3.3.2 Algômetro

Foi utilizado o algômetro de pressão da marca Kratos® a fim de mensurar o

PPT de cada indivíduo (Figura 3). O algômetro foi calibrado antes do início do

estudo de acordo com as instruções do fabricante. Apresentava uma sonda

metálica, circular com área de 1cm2.

Figura 3. Algômetro de pressão.

Page 17: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

9

3.3.3 Escala Visual Analógica

A escala visual analógica (EVA) é uma linha horizontal de 10 centímetros,

onde em uma extremidade significa “muito confortável” e a outra significa “muito

desconfortável” (Barr et al., 2004) (Figura 4). A EVA foi utilizada a fim de quantificar

o desconforto detectado pelo participante durante a aplicação da estimulação

elétrica e foi realizada no 10º minuto e 20º minuto após o início da corrente.

Figura 4. Escala visual analógica utilizada para avaliar a taxa de desconforto da CI.

3.4 Preparação da pele e demarcação das áreas para o PPT

Foi realizada a higienização com água e sabão na região anterior do

antebraço não dominante com o objetivo de eliminar resíduos gordurosos e sujeiras

do tecido cutâneo.

Após a limpeza da pele, foram demarcadas, com auxilio de uma fita métrica e

caneta, as áreas onde seriam posicionados os eletrodos e o local onde foi realizada

a algometria. As áreas demarcadas para mensuração do PPT foram: a) 1,5 cm

distalmente à tabaqueira anatômica, em direção à linha média do primeiro músculo

interósseo dorsal; b) parte anterior do antebraço, 7,5 cm proximalmente à prega

distal do punho. O ponto da mão estava localizado na região dorsal e o ponto do

antebraço na região ventral.

3.5 Posicionamento dos eletrodos

Os eletrodos da CI foram posicionados utilizando a técnica bipolar, ou seja,

foram utilizados 2 eletrodos autoadesivos de tamanho padrão, 50x90mm.

O participante permaneceu sentado e com o membro superior apoiado em

uma mesa e a partir disso o primeiro eletrodo foi posicionado na região anterior do

antebraço não dominante, sobre a prega distal do punho, enquanto o outro eletrodo

foi posicionado na região lateral do antebraço, 10 cm proximalmente à prega distal

do punho (Figura 5). Este local onde foram posicionados os eletrodos além de

Page 18: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

10

apresentar um maior volume de tecido proporciona um melhor efeito excitatório

devido o trajeto do nervo mediano (Ward e Oliver, 2007).

Após os eletrodos estarem posicionados o aparelho foi ajustado pelo

pesquisador 1 com os parâmetros a serem aplicados e o painel da CI foi coberto

para que o pesquisador 2 não tivesse conhecimento de qual grupo se tratava. A

estimulação elétrica foi iniciada somente após a primeira mensuração do PPT.

Figura 5. Posicionamento dos eletrodos e ponto de algometria do antebraço.

3.6 Medidas do limiar de dor por pressão

Um estudo preliminar de confiabilidade para a mensuração do limiar de dor

por pressão foi realizado pelo pesquisador 2 nos pontos descritos anteriormente no

tópico de preparação da pele. Foram utilizados 10 voluntários saudáveis que foram

avaliados em duas ocasiões com intervalo de 48 horas entre elas. A confiabilidade

intra-avaliador para a mensuração do PPT foi estimada calculando-se os

coeficientes de correlação intra-classe (ICC 3,k). O estudo de confiabilidade

demonstrou valores excelentes para as medições do PPT da mão 0,99 e antebraço

0,99.

Durante a mensuração do PPT, realizada pelo pesquisador 2, a sonda circular

do algômetro (1cm2 de área) foi colocada perpendicularmente à pele gerando uma

Page 19: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

11

pressão crescente e com velocidade constante. Os participantes foram orientados a

dizer “PARE” para informar o momento em que a pressão gerasse dor. Três medidas

em Newtons (N) foram coletadas de cada área de cada vez e a média foi utilizada

para a análise de dados. A pressão em kPa (quilo Pascal) foi calculada usando a

seguinte fórmula P [Pa] = F [N]/A [m2], onde P é a pressão, F é a força aplicada e A

é a área da ponteira do algômetro (Pantaleão et al., 2011).

Nas duas áreas (mão e antebraço), o PPT foi mensurado em quatro tempos:

0 minuto (aparelho desligado), 10 minutos, 20 minutos e 40 minutos (20 minutos

após desligar o aparelho) (Figura 6).

Figura 6. Linha do tempo dos procedimentos experimentais.

Durante o estudo, as leituras do PPT das duas áreas foram feitas em ordem

aleatória. A randomização foi feita por meio de envelopes opacos selados pelo

pesquisador não envolvido na coleta dos dados (pesquisador 1). Os cartões

contendo a sequência das mensurações foram entregues para o pesquisador 2

apenas após a obtenção do consentimento de cada participante.

Os participantes tiveram duas demonstrações da coleta do PPT no seu

membro dominante para assegurar que eles entenderam a forma de mensurar o

PPT antes da realização do estudo.

3.7 Protocolo da pesquisa

Antes de iniciarem o protocolo, os participantes permaneceram sentados com

o membro superior dominante apoiado sobre uma mesa. Os eletrodos foram

posicionados adequadamente pelo pesquisador 1, conforme descrito anteriormente

no tópico de posicionamento dos eletrodos.

Todos os sujeitos receberam ininterruptamente 20 minutos de tratamento com

corrente interferencial e eletrodos posicionados utilizando a técnica bipolar.

O aparelho foi ajustado com os seguintes parâmetros: frequência da corrente

portadora de acordo com o grupo em que cada participante fazia parte; AMF = 100

Page 20: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

12

Hz. Após os parâmetros estarem ajustados pelo pesquisador 1 o equipamento foi

coberto, dando continuidade com o pesquisador 2 realizando a mensuração do PPT

(0 minuto). Após a mensuração do PPT o pesquisador 2 saiu da sala e o

pesquisador 1 aumentou a amplitude da corrente até que o participante relatasse

sentir um forte, porém confortável formigamento. A cada 5 minutos o pesquisador 1

perguntava ao participante se a sensação de “formigamento forte, porém

confortável” se mantinha. No caso de diminuição da sensação da corrente o

pesquisador 1 aumentava a amplitude da corrente até que o participante alcançasse

a sensação anterior. Após 10 minutos do inicio da corrente foi realizada a

mensuração do PPT novamente, e a fim de se quantificar o desconforto referido pelo

participante a EVA foi aplicada após a mensuração do PPT. Isso se repetia no 20º

minuto após o início da corrente e 40 minutos após o inicio da aplicação da corrente

(20 minutos após desligar o aparelho) onde se mensurou apenas o PPT.

3.8 Análise de Dados

Inicialmente foi utilizada a estatística descritiva das variáveis em estudo. Os

resultados dessas variáveis foram apresentados em termos da média e erro-padrão

(EP). A normalidade dos dados foi analisada através do Teste de Shapiro-Wilk. As

medidas de pressão da mão e antebraço, a EVA e a amplitude da corrente

interferencial (CI) foram comparadas entre os grupos através de uma ANOVA de

fator único com post-hoc de Tukey.

A análise de dados foi feita por um pesquisador que desconhecia a divisão

dos grupos. Uma média das 3 medidas do PPT foi utilizada para a análise. As

variações dos valores iniciais (pré-tratamento) foram calculadas usando-se a

seguinte equação: PPTdif = PPTtempo – PPT linha de base. Os valores positivos

representam hipoalgesia e os valores negativos hiperalgesia (Chesterton et al.,

2002; Chesterton et al., 2003).

Para a análise de dados, usou-se como ferramenta o pacote de estatístico

SPSS (Statistical Package for Social Sciences) for Windows versão 15.0 e o

Microsoft Excel 2007. Todos os testes foram realizados assumindo o nível de

significância de p ≤ 0,05.

Page 21: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

13

4. RESULTADOS

Dos 150 sujeitos selecionados de acordo com os critérios de inclusão e

exclusão, todos participaram do estudo conforme a descrição dos materiais e

métodos, não havendo assim, a exclusão de nenhum sujeito.

Os valores das diferenças do PPT para a região da mão encontram-se

respectivamente na tabela 2 e figura 7.

Tabela 2. Média das diferenças ± EP do limiar de dor por pressão da mão para cada grupo em cada tempo (n = 30 por grupo).

APLICAÇÃO DA CI APÓS CI

GRUPO 10 MIN 20 MIN 40 MIN 1 kHz 62,88 ± 16,57 102,79 ± 25,96 48,51 ± 21,29 2 kHz 52,71 ± 13,27 75,46 ± 16,05 28,96 ± 10,69 4 kHz 40,26 ± 11,82 62,07 ± 15,14 40,41 ± 19,89 8 kHz 17,34 ± 6,09 35,89 ± 6,39 12,88 ± 4,5 10 kHz 16,02 ± 5,48 26,29 ± 6,61 2,26 ± 4,35

Nota: Todos os valores estão expressos em kPa.

Figura 7. Média ± EP das diferenças do PPT da mão com relação à linha de base para todos os tempos, para cada grupo (n = 30 por grupo). * representa diferença estatisticamente significante entre os grupos.

Page 22: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

14

A análise dos dados do PPT da mão usando ANOVA entre os grupos mostrou

diferenças significativas no 10º minuto (p=0,012) e no 20º minuto (p=0,005), porém

no 40º minuto não houve diferenças significativas.

Após a realização do teste de post-hoc de Tukey observou-se que no 10º

minuto os grupos de 1kHz, 2 kHz e 4kHz não apresentaram diferenças entre si em

contrapartida, o grupo de 1 kHz apresentou o maior aumento do PPT e diferenças

significativas com relação aos grupos de 8kHz (p=0,044) e 10 kHz (p=0,035).

O mesmo ocorreu no 20º minuto, onde os grupos de 1kHz, 2kHz e 4kHz não

apresentaram diferenças entre si e mais uma vez o grupo de 1kHz apresentou o

maior aumento do PPT bem como, diferenças significativas com relação aos grupos

de 8kHz (p=0,026) e 10kHz (p=0,007).

No 40º minuto não houve diferenças significativas entre os grupos,

apresentando um valor de p=0,128.

Foi realizada a mensuração da diferença entre os valores do 20º e 40º

minutos a fim de verificar se haveria diferenças significativas após o término do uso

da corrente, porém, não houve diferenças entre os grupos (p=0,216).

Os valores do PPT para a região de antebraço encontram-se respectivamente

na tabela 3 e figura 8.

Tabela 3. Média das diferenças ± EP do limiar de dor por pressão do antebraço para cada grupo em cada tempo (n = 30 por grupo).

APLICAÇÃO DA CI APÓS CI

GRUPO 10 MIN 20 MIN 40 MIN 1 kHz 51,84 ± 17,25 87,29 ± 18,87 54,27 ± 17,43 2 kHz 42,77 ± 12,85 57,30 ± 13,07 29,30 ± 15,67 4 kHz 25,64 ± 10,02 35,23 ± 9,9 32,60 ± 18,96 8 kHz 20,08 ± 4,4 35,99 ± 6,13 10,97 ± 10,16 10 kHz 15,10 ± 6,42 23,24 ± 10,83 -4,85 ± 6,99

Nota: Todos os valores estão expressos em kPa.

Page 23: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

15

Figura 8. Média ± EP das diferenças do PPT do antebraço o com relação à linha de base para todos os tempos, para cada grupo (n = 30 por grupo). * representa diferença estatisticamente significante entre os grupos.

No antebraço, a análise dos dados mostrou diferenças significativas somente

no final da corrente, no 20º minuto (p=0,003) e no 40º minuto (p=0,054).

No 20º minuto o maior aumento do PPT de antebraço foi do grupo de 1kHz,

apresentando diferenças significativas com relação aos grupos de 4kHz (p=0,030),

8kHz (p=0,034) e 10kHz (p=0,004) porém não apresentou diferenças com relação ao

grupo de 2kHz (p=0,438).

O mesmo ocorreu no 40º minuto, mais uma vez o maior aumento do PPT de

antebraço foi do grupo de 1kHz, contudo apresentou diferenças significativas

somente com relação ao grupo de 10kHz (p=0,037), não apresentando diferenças

significativas com os grupos de 2kHz (p=0,744), 4kHz (p=0,831) e 8kHz (p=0,225).

Novamente foi realizada a mensuração da diferença entre os valores do 20º e

40º minutos a fim de verificar se haveria diferenças significativas após o término do

uso da corrente, porém, não houve diferenças entre os grupos (p=0,527).

As médias dos valores atribuídos pelos sujeitos na escala visual analógica no

10º e 20º minuto de aplicação da corrente interferencial estão representadas pelas

figuras 9 e 10 respectivamente.

Page 24: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

16

Figura 9. Média ± EP dos valores da EVA para o 10º e 20º minutos, para cada grupo (n=30 por grupo). * indica diferença estatisticamente significante quando comparado aos grupos 4kHz, 8kHz e 10kHz.

Nos valores atribuídos à EVA no 10º e 20º minutos, a análise estatística

mostrou diferença estatística entre os grupos (p<0,0001).

O grupo de 1kHz apresentou diferenças significativas em relação aos grupos

de 4kHz (p<0,0001), 8kHz (p<0,0001) e 10 kHz (p<0,0001).

No 10º minuto o grupo de 2kHz que apresentou diferenças significativas com

relação aos grupos de 4kHz (p=0,022), 8kHz (p<0,0001) e 10kHz (p<0,0001).

Da mesma forma no 20º minuto o grupo de 2kHz apresentou diferenças

significativas com relação aos grupos de 4kHz (p=0,028), 8kHz (p=0,001) e 10kHz

(p<0,0001).

Page 25: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

17

Figura 11. Média ± EP dos valores da amplitude da corrente necessária para atingir o limiar sensorial, para cada grupo (n=30 por grupo). * indica diferença estatisticamente significante quando comparado aos grupos 4kHz, 8kHz e 10kHz; # indica diferença estatisticamente significante quando comparado aos grupos 8kHz e 10kHz.

Com relação à amplitude da corrente necessária para atingir o limiar

sensorial, os grupos apresentaram diferenças estatisticamente significantes

(p<0,0001) Os grupos de 1kHz e 2kHz apresentaram diferenças significativas com

relação aos grupos de 4kHz (p<0,0001), 8kHz (p<0,0001) e 10kHz (p<0,0001). O

grupo de 4kHz apresentou diferenças significativas com relação aos grupos de 8kHz

(p=0,008) e 10kHz (p=0,001) (Figura 11).

Page 26: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

18

5. DISCUSSÃO

A corrente interferencial é uma forma de eletroterapia amplamente utilizada

na prática clínica dos fisioterapeutas em países como: Austrália (Lindsay et al.,

1990; Robertson e Spurrit, 1998), Canadá (Lindsay et al., 1995) e Inglaterra (Pope et

al., 1995). Porém, apesar da utilização em larga escala, há pouca evidência clínica

para comprovar os efeitos analgésicos da corrente, bem como os efeitos das suas

frequências portadoras (Tabasam e Jonhson, 1999; McManus et al., 2006), pois

muitas informações provém de livros de fisioterapia e manuais de aparelhos

(Johnson e Ghasala, 2003; Hogenkamp et al., 2005). Dessa forma, a finalidade da

realização deste estudo foi investigar o efeito das diferentes frequências portadoras

no limiar de dor por pressão e conforto sensorial.

O presente estudo foi realizado em uma amostra de indivíduos saudáveis

devido ao fato deste tipo de amostra apresentar um maior controle das variáveis a

serem estudadas, não fazerem o uso frequente e diário de medicamentos para dor,

fato que poderia comprometer nos resultados com relação aos efeitos hipoalgésicos

da corrente interferencial; além de ser um modelo muito utilizado em pesquisas

clínicas diversas com uso de fármacos (Kasserra et al., 2011; Parker et al., 2011) e

eletroterapia (Ozcan et al., 2004; McManus et al., 2006; Aarskorg R et al., 2007;

Fuentes et al., 2010; Liebano et al., 2011).

A indução de dor em indivíduos saudáveis tem sido muito utilizada em

pesquisas clínicas. Existem diversos métodos de indução de dor dentre eles a

isquemia (Johnson e Tabasam, 2003), o frio (Jonhson et al., 1989; Johnson e

Ghasala, 2003; Shanahan et al., 2006; Mc Manus et al., 2006), calor (Angst et al.,

2009), métodos químicos (Drewes et al., 2003; Frot et al., 2004; Sumikura et al.,

2004; Frey Law et al., 2008) e indução de dor por pressão (PPT).

A sensibilidade à dor por pressão foi avaliada através do limiar de dor por

pressão (PPT), ou pressão mínima que induz dor ou desconforto (Ogimoto et al.,

2006 e Fuentes et al., 2010). No presente estudo o algômetro de pressão foi o

equipamento utilizado para avaliar o PPT. Optou-se por este método, devido ao fato

de a algometria ser um método simples e ser usualmente utilizado em trabalhos que

estudam estimulação elétrica de uma forma geral (Cowan et al, 2009; Fuentes et al.,

2010; Pantaleão et al, 2011) e ter muitas pesquisas clínicas mostrando sua validade

e confiabilidade (Kinser et al, 2009). Estudos tem apresentado bons ou excelentes

Page 27: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

19

resultados na confiabilidade inter-avaliadores (Nussbaum e Downes, 1998) e intra-

avaliadores (Farasyn e Meeusen, 2003; Prushansky et al., 2004; Ylinen et al., 2005;

Cathcart e Pritchard, 2006). O algômetro é constituído por uma ponteira circular que

pode ser de borracha ou metálica. Este aparelho mede a pressão aplicada na

superfície corporal e o estímulo pode ser interrompido no momento em que começa

a gerar dor no indivíduo (Nussbaum e Downes, 1998; Marques et al., 2005). Esse

instrumento tem sido aplicado em pesquisas científicas para avaliar os efeitos de

drogas analgésicas e anti-inflamatórias (Egan et al., 2004; Kern et al., 2004; Tucker

et al, 2005), efeitos de tratamentos fisioterapêuticos (Chesterton et al., 2002;

Edwards e Knwles, 2003) e avaliação da dor musculoesqueléticas (Hou et al., 2002;

Baraniuk et al., 2004; Poletto et al., 2005).

Os pontos para a realização da algometria foram selecionados baseados em

estudos anteriores que também realizaram a mensuração do PPT. Diversos estudos

clínicos utilizam o ponto localizado a 1,5cm distalmente à tabaqueira anatômica em

direção à linha média do primeiro músculo interósseo dorsal e parte anterior do

antebraço, 7,5 cm proximalmente à prega distal do punho (Walsh et al., 1998;

Chesterton et al., 2002; Cowan et al., 2009; Pantaleão et al., 2011).

A escala visual analógica (EVA) utilizada neste trabalho é uma linha horizontal

de 10 cm onde os participantes marcaram com um traço vertical o grau de

desconforto apresentado durante a exposição à corrente interferencial. Essa escala

de desconforto é um recurso bastante simples e utilizado para avaliar o desconforto

produzido durante a aplicação da corrente elétrica em humanos (Barr et al., 2004).

Hans Nemec, criador da corrente interferencial, utilizou a frequência de 4kHz,

acreditando que esta seria a frequência mais confortável para os pacientes que

fizessem uso desta corrente com o objetivo de analgesia, entretanto não foi

realizada a comparação desta frequência com outras (Palmer e Martin, 2003; Ward,

2009). Até o presente momento não foram encontrados estudos na literatura que

demonstrem se a frequência de 4kHz é realmente a mais confortável e se esta

frequência apresenta efeito analgésico melhor do que as demais frequências.

Diversos fabricantes de equipamentos de eletroterapia produzem aparelhos

comerciais de corrente interferencial. Na maioria deles encontram-se apenas as

frequências de 2kHz (frequência que tem como objetivo promover a contração

muscular) e 4kHz (frequência que tem como objetivo promover a analgesia)

Page 28: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

20

(Hogenkamp et al., 2005). Atualmente, existem equipamentos comerciais importados

que disponibilizam o uso de outras frequências portadora da corrente interferencial

que variam de 1kHz até 10kHz (frequências estudadas neste trabalho).

No presente estudo foi utilizada a corrente interferencial com a frequência de

modulação da amplitude (AMF) de 100Hz, o que condiz com outros estudos que

mostram que as AMF de 80Hz até 130Hz tem como objetivo a redução de dor pelo

mecanismo da teoria das comportas medulares (Goats, 1990; Watson, 2002;

Fuentes et al., 2010).

Com base nos resultados da algometria realizada na mão, a frequência de

1kHz apresentou uma maior resposta hipoalgésica comparado aos grupos de 8kHz

e 10kHz no 10º e 20º minutos, já na algometria realizada no antebraço os resultados

foram ligeiramente diferentes; o grupo de 1kHz apresentou uma maior resposta

hipoalgésica comparado aos grupos de 4kHz, 8kHz e 10kHz no 20º minuto e no 40º

minuto esta resposta foi maior comparado apenas ao grupo de 10kHz.

A localização dos pontos de realização do PPT é muito importante na

observação dos resultados, pois, o ponto da mão está posicionado distalmente em

relação aos eletrodos e o ponto do antebraço está localizado entre os eletrodos. Na

prática clínica do fisioterapeuta, quando usada a técnica bipolar (utilizada neste

estudo), o local da dor fica localizado geralmente entre os eletrodos, semelhante ao

ponto em que foi realizada a algometria do antebraço, além do fato em que a região

do antebraço apresenta um maior volume muscular. Essas diferenças anatômicas e

de posicionamento dos eletrodos em relação ao ponto da algometria podem explicar

a diferença dos resultados encontrados no limiar de dor por pressão na mão e no

antebraço.

Acredita-se que estes resultados se justifiquem com base no efeito

Gildemeister. Gildemeister descreve em sua teoria que, a fibra nervosa pode sofrer o

efeito de somação temporal, em situações onde bursts de longa duração e com

frequências mais elevadas, levam a uma inibição da resposta da fibra nervosa, pois,

não há tempo suficiente para ocorrer a repolarização da fibra nervosa. Com isso a

fibra nervosa sofre uma adaptação não respondendo mais ao estímulo (Ward e

Robertson, 1998).

Bowman e Mc Neal (1986) avaliaram a resposta do motoneurônio para o

bloqueio neural, utilizando frequências entre 100Hz e 10kHz e concluíram que o

Page 29: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

21

bloqueio neural ocorre proporcionalmente nas fibras de maior diâmetro para as de

menor diâmetro e que altas frequências promovem o bloqueio neural mais

rapidamente. Dessa forma a utilização das frequencias de 8kHz e 10kHz pode ter

causado um bloqueio da condução das fibras aferentes de grande diâmetro (Aβ),

impedindo que elas ativassem os circuitos neurais inibitórios localizados no corno

posterior da medula espinhal, descritos pela teoria das comportas, prejudicando,

assim, a resposta hipoalgésica da corrente interferencial. Essas frequencias de

8kHz e 10kHz podem levar à fadiga sináptica pois disparam muitas vezes a fibra

nervosa, durante os seus bursts, ocorrendo uma depleção dos neurotransmissores

na fenda sináptica.

O presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito de 5 frequências

portadoras diferentes da corrente interferencial, observa-se que estudos prévios que

avaliam o efeito hipoalgésico da corrente interferencial não utilizam todas essas

frequencias,utilizam apenas frequências de 4kHz e 5kHz (Mc Manus et al., 2006;

Fuentes et al., 2010).

Conclui-se, portanto, que os resultados obtidos no presente estudo não são

totalmente comparáveis a outros trabalhos devido ao fato de existir apenas um único

estudo que realizou a comparação entre as frequências portadoras da corrente

interferencial, porém em indivíduos com dor lombar crônica (Raimundo e Araujo,

2008). Os autores compararam apenas 2 frequências portadoras da corrente

interferencial (2kHz e 4 kHz) e concluíram não haver diferença na resposta

analgésica. No entanto, foram utilizados apenas 7 pacientes por grupo, o que

dificulta a identificação de diferenças estatísticas. Além disso, utilizou-se uma AMF

de 25Hz, o que também poderia contribuir para a discrepância de resultados com

relação ao presente estudo.

Com relação à amplitude de corrente observou-se que para atingir o limiar

sensorial nos grupos de frequências maiores (8kHz e 10kHz) foi necessário

aumentar mais a amplitude da corrente. Este resultado pode ser explicado pelo fato

de haver uma diminuição da duração da fase da onda conforme se aumenta a

frequência da corrente elétrica. Dessa forma, conforme observado nas curvas

amplitude x tempo, menores durações de fase ou pulso necessitam de maiores

amplitudes para alcançarem as respostas excitatórias (Li e Bac, 1976; Howson,

1978).

Page 30: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

22

Comparando com estudos anteriores como de Ward et al., 2002, os autores

comprovam que quanto maior a frequência da corrente menor a duração das fases

da onda e maior tem que ser a amplitude da corrente para atingir o limiar sensorial.

Assim a fibra nervosa torna-se menos sensível, ou seja, um estímulo de maior

intensidade deve ser aplicado para gerar a despolarização da membrana em

maiores frequências. Por outro lado, conforme se aumenta a frequência da corrente,

a impedância elétrica da pele diminui o que facilitaria a chegada do estímulo elétrico

até a fibra nervosa. Portanto o limiar de ativação das fibras nervosas depende do

equilíbrio entre a impedância da pele e a sensibilidade das fibras nervosas (Ward,

1998).

Durante a aplicação da corrente, cada sujeito recebeu uma EVA para

avaliação do desconforto sensorial relacionado à corrente. Como resultado, foi

observado que as frequências portadoras de 4kHz, 8kHz e 10 kHz apresentaram um

maior conforto sensorial. Este resultado pode ter sido obtido devido ao fato de a

impedância da pele ser inversamente proporcional à frequência da corrente. Assim,

as frequências portadoras mais altas poderiam facilitar a passagem da corrente

elétrica através da pele promovendo uma menor ativação dos nociceptotes cutâneos

(Ward et al., 1998; Fuentes et al., 2006).

Uma segunda hipótese para o fato de as frequências portadoras menores

serem mais desconfortáveis do que as de maiores frequências pode estar

relacionado às curvas de amplitude x tempo (Li e Bac, 1976; Howson, 1978). Quanto

menor a frequência portadora maior a duração da fase da onda e consequentemente

maior o desconforto produzido pela corrente.

Este estudo apresentou resultados relevantes para a prática clínica, porém

seria interessante a realização de novos estudos que comparassem o efeito das

frequencias portadoras da corrente interferencial em pacientes que apresentassem

dor.

Page 31: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

23

5. CONCLUSÃO Pode-se concluir que os grupos de 1kHz promoveu uma maior resposta

hipoalgésica na área localizada entre os eletrodos, e os grupos com frequências

portadoras de 1kHz, 2kHz e 4kHz apresentaram maior hipoalgesia na área distal aos

eletrodos. Os grupos de 4 kHz, 8kHz e 10kHz promoveram um maior conforto

sensorial durante a passagem da corrente.

Page 32: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

24

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Palmer ST, Steedman W, Martin DJ, Ravey J. Alteration of interferential

current and transcutaneous electrical nerve stimulation frequency: effects

on nerve excitation. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation 1999; 80

(9): 1065-71.

2. Jorge S, Parada CA, Ferreira SH, Tambeli CH. Interferential therapy

produces antinociception during aplication in various models of

inflammatory pain. Physical Therapy 2006; 86 (6): 800-8.

3. Ward AR, Robertson VJ, Makowski RJ. Optimal frequencies for electric

stimulation using medium-frequency alternating current. Archives of Physical

Medicine and Rehabilitation 2002; 83:1024-7.

4. Goats GC. Interferential current therapy. British Journal Sports Medicine

1990; 24:87-92.

5. Johnson MI, Ghasala T. An investigation into the analgesic effect of

different frequencies of the amplitude-modulated wave of interferencial

current theraphy on cold-induced pain in normal sujects. Archives of Physical

Medicine and Rehabilitation 2003; 84: 1387-94.

6. Sthephenson R, Walker EM. The analgesic effects of interferential current

on cold-pressor pain in healthy subjects: a single blind trial of three IF

currents against sham IF and control. Physiotherapy Theory and Practice 2003;

19: 99-107.

7. Johnson MI, Tabasam G. A single-blind placebo-controlled investigation

into the analgesic effects of interferential currents on experimentally

induced ischaemic pain in healthy subjects. Clinical Physiology and Functional

Imaging 2002; 22: 187–96.

Page 33: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

25

8. Johnson MI, Tabasam G. An investigation into the analgesic effects of

interferential currents and transcutaneous electrical nerve stimulation on

experimentally induced ischemic pain in otherwise pain-free volunteers.

Physical Therapy 2003; 83(3): 208-23.

9. Melzack R, Wall PD. Pain mechanisms: a new theory. Science 1965; 150

(699):971-9.

10. Guerreiro JA, Noble JG, Lowe AS, Walsh DM. The effect of three

electrotherapeutic modalities upon peripheral nerve conduction and

mechanical pain threshold. Clinical Physiology 2001; 21(6):704-11.

11. Hogenkamp M, Mittelmeijer E, Smits I, Stralen CV; Enraf-Nonius B.V.

Interferential therapy. Therapy manual 2005; 1433:1-27.

12. Ward AR, Robertson VJ, Ioannou H. The effect of duty cycle and

frequency on muscle torque production using kilohertz frequency range

alternating current. Medical Engineering & Physics 2004; 26:569-79.

13. Ward AR. Electrical stimulation using kilohertz- frequency alternating

current. Physical Therapy 2009; 89:181-90.

14. Scales DC, Adhikari NK. Maintaining allocation concealment: following

your SNOSE. Journal of Critical Care 2005; 20:191-3.

15. Doig GS, Simpson F: Randomization and allocation concealment: A

practical guide for researchers. Journal of Critical Care 20:187–191; discussion

191-183, 2005.

Page 34: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

26

16. Cowan S, McKenna J, McCrum-Gardner E, Johnson MI, Sluka KA, Walsh DM:

An investigation of the hypoalgesic effectsof TENS delivered by a glove

electrode. The Journal of Pain 2009; 10:694-701.

17. Rakel B, Cooper N, Adams HJ, Messer BR, Frey Law LA, Dannen DR, Miller

CA, Polehna AC, Ruggle RC, Vance CG, Walsh DM, Sluka KA: A new transient

sham TENS device allows for investigator blinding while delivering a true

placebo treatment. The Journal of Pain 2010; 11:230-8.

18. Liebano RE, Rakel B, Vance CGT, Walsh DM, Sluka KA. A investigation of

development of analgesic tolerance to TENS in humans. Pain 2011;

152(2):335-42.

19. Pantaleão MA, Laurino MF, Gallego NL, Cabral CM, Rakel B, Vance C, Sluka

KA, Walsh DM, Liebano RE. Adjusting pulse amplitude during transcutaneous

electrical nerve stimulation (TENS) application produces greater

hypoalgesia. The Journal of Pain. 2011;12:581-90.

20. Barr JO, Weissenbuehler SA, Cleary CK. Effectiveness and comfort of

transcutaneous electrical nerve stimulation for persons with chronic pain.

Journal of Geriatric Physical Therapy 2004; 27 (3): 93-99.

21. Ward AR, Oliver WG. Comparison of the hypoalgesic efficacy of low-

frequency and burst-modulated kilohertz frequency currents. Physical

Therapy 2007; 87(8):1056-63.

22. Chesterton LS, Barlas P, Foster NE, Lundemberg T, Wright CC, Baxter GD.

Sensory Stimulation (TENS): effects of parameter manipulation on

mechanical pain thresholds in healthy human subjects. Pain 2002; 99:253-62.

23. Chesterton LS, Foster NE, Wright CC, Baxter GD, Barlas P. Effects of TENS

frequency, intensity and stimulation site parameter manipulation on

pressure pain thresholds in healthy human subjects. Pain 2003; 106:73-80.

Page 35: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

27

24. Lindsay D, Dearness J, Richardson C, Chapman A, Cuskelly G. A survey of

electromodality usage in private physiotherapy practices. Australian Journal

Physiotherapy 1990; 36:249-56.

25. Robertson VJ, Spurrit D. Electrophysical agents: implications of their

availability and use in undergraduate clinical placements. Physiotherapy

1998; 84:335-44.

26. Lindsay D, Dearness J, Mc Ginley C. Electrotherapy usage trends in

private physiotherapy practice in Alberta. Physiotherapy Canada 1995; 47:30-

4.

27. Pope GD, Mocketi SP, Wright JP. A survey of electrotherapeutic

modalities: ownership and use in the NHS in England. Physiotherapy 1995:

81:82-91.

28. Tabasam GJ, Johnson MI. Electrotherapy for pain relief: does it work? A

laboratory based study to examine the analgesic effects of electrotherapy on

cold-induced pain in the healthy individuals. Clinical Effects Nursery 1999;

3:14-24.

29. McManus F, Ward AR, Robertson VJ. The analgesic effects of interferential

therapy on two experimental pain models: cold and mechanically induced

pain. Physiotherapy 2006; 92:95–102.

30. Kasserra C, Li J, March B, O’Mara E. Effect of Vicriviroc with Ritonavir on

oral contraceptive pharmacokinetics: a randomized, open-label, parallel

group, fixed sequence crossover trial in healthy women. Clinical Therapy

2011; October 18 (Epub ahead print).

31. Parker BA, Capizzi JA, Augeri AL, Grimaldi AS, Michael Whit C, Thompson

PD. Atorvastatin increases exercise leg blood flow in healthy adults.

Artherosclerosis 2011; 219:768-73.

Page 36: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

28

32. Ozcan J, Ward AR, Robertson VJ. A comparison of true and pre modulated

interferential currents. Archives of Physical Medicine Rehabilitation 2004;

85:409-15.

33. Aaskorg R, Johnson MI, Demmink JH, Lofthus A, Iversen V, Lopes-Martins R,

Joensen J, Bjordal JM. Is mechanical pain threshold after transcutaneous

electrical nerve stimulation (TENS) increased locally an unilaterally? A

randomized placebo-controlled trial in healthy subjects. Physiotherapy

Research International 2007; 12:251-63.

34. Fuentes JC, Armijo-Olivo S, Magee DJ, Gross D. Does amplitude-modulated

frequency have a role in the hypoalgesic response of interferential current

on pressure pain sensitivity in healthy subjects? A randomised crossover

study. Physiotherapy 2010; 96:22-9.

35. Shanahan C, Ward AR, Robertson VJ. Comparison of the analgesic

efficacy of interferential therapy and transcutaneous electrical nerve

stimulation. Physiotherapy 2006; 92:247-53.

36. Angst MS, Tingle M, Philips NG, Carvalho B. Determining heat and

mechanical pain threshold in inflamed skin of human subjects. Journal of

visualized experiments 2009; 14.

37. Drewes AM, Schipper KP, Dimceyski G, Petersen P, Gregersen H, Funch-

Jensen P, Arendt-Nielsen L. Gut pain and hyperalgesia induced by capsaicin:

a human experimental model. Pain 2003; 104: 333-41.

38. Frot M, Feine JS, Bushnell MC. Sex differences in pain perception and

anxiety. A psychophysical study with topical capsaicin. Pain 2004; 108:230-6.

39. Sumikura H, Andersen OK, Drewes AM, Arendt- Nielsen L. A comparison of

hyperalgesia and neurogenic inflammation induced by melittin and

capsaicin in humans. Neuroscience Letters 2003; 13:147-50.

Page 37: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

29

40. Frey Law LA, Sluka KA, McMullen T, Lee J, Arendt-Nielsen L, Graven-Nielsen

T. Acidic buffer induced muscle pain evokes referred pain and mechanical

hyperalgesia in humans. Pain 2008; 140:254-64.

41. Ogimoto T, Ogawa T, Sumiyoshi K, Matsuka Y, Koyano K. Pressure pain

threshold determination in the oral mucosa: validity and reliability. Journal of

Oral Rehabilitation 2002; 29:620-6.

42. Nussbaum EL, Downes L. Reliability of clinical pressure pain algometric

measurements obtained on consecutive days. Physical Therapy 1998; 78:160-

9.

43. Farasyn A, Meeusen R. Pressure pain thresholds in healthy subjects:

influence of physical activity, history of lower back pain factors and the use

of endermology as a placebo-like treatment. Journal of Bodywork and

Movement Therapies 2003; 7:53-61.

44. Prushansky T, Dvir Z, Defrin-Assa R. Reproducibility indices applied to

cervical pressure pain threshold measurements in healthy subjects. Clinical

Journal of Pain 2004; 20:341.

45. Ylinen J, Takala EP, Kautianien H, Nykanen M, Hakkenen A, Pohjolainen, et

al. Effect of long-term neck muscle training on pressure pain threshold: a

randomized controlled trial. European Journal of Pain 2005; 9:673-81.

46. Cathcart S, Pritchard D. Reliability of pain threshold measurement in

young adults. Journal of Headache and Pain 2006; 7:21-6.

47. Marques AP, Ferreira EA, Matsutani LA, Pereira CA, Assumpção A. Quantifying pain threshold and quality of life of fibromyalgia patients. Clinical

Rheumatology 2005; 24:266-71.

Page 38: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

30

48. Egan TD, Kern SE, Muir KT, White J. Remifentanil by bolus injection: a

safety, pharmacokinectic, pharmacodynamic and age effect investigation in

human volunteers. British Journal of Anaesthesia 2004; 92:335-43.

49. Kern SE, Xie G, White JL, Egan TD. A response surface analysis of

propofol-remifentanil pharmacodynamic interaction in volunteers.

Anesthesiology 2004; 100:1373-81.

50. Tucker AP, Kim YI, Nadeson R, Goodchild CS. Investigation of the

potentiation of the analgesic effect of fentanyl by ketamine in humans: a

double-blinded, randomized, placebo controlled, cross-over study of

experimental pain. BMC Anesthesiology 2005; 5:2.

51. Baraniuk JN, Whalen G, Cunningham J, Clauw DJ. Cerebrospinal

fluid levels of opioid peptides in fibromyalgia and chronic low back pain.

BMC Musculoeskeletal Disorders 2004; 5:48.

52. Hou CR, Tsai LC, Cheng KF, Chung KC, Hong CZ. Immediate effects of

various physical therapeutic modalities on cervical myofascial pain and

trigger-point sensitivity. Archives of Physical Medicine Rehabilitation 2004;

85:409-15.

53. Poletto PR, Coury GHJC, Walsh IAP, Mattielo-Rosa SM. Correlação entre

métodos de auto-relato e testes provocativos de avaliação da dor em

indivíduos portadores de distúrbios osteomusculares relacionados ao

trabalho. Revista Brasileira de Fisioterapia 2004; 8:223-9.

Page 39: EFEITO DA FREQUÊNCIA PORTADORA DA CORRENTE …arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/.../2012/dissertac… · PPT para os grupos de 8kHz e 10kHz comparado aos demais

31

54. Palmer S, Martin D. Corrente interferencial para controle da dor. In:

Kitchen, S. Eletroterapia: prática baseada em evidências. 11ª ed. Barueri, Manole;

2003. p.287-300.

55. Watson T. Current concepts in electrotherapy. Haemophilia 2002; 8:413-8.

56. Ward AR, Robertson VJ. Sensory, motor and pain thresholds for

stimulation with medium frequency alternating current. Archives of Physical

Medicine & Rehabilitation 1998; 79:273-278.

57. Johnson M, Ashton C, Bousfield D, ThomsonJ. Analgesic effects of different

frequencies of transcutaneous electricalnerve stimulation on cold-induced

pain in normal subjects. Pain 1989; 39:231–6.

58. Raimundo AKS, Araujo VM. Estudo comparativo do efeito analgésico das

freqüências de base da corrente interferencial na lombalgia por

osteoartrose. Fisioterapia Brasil 2008; 9:269–74.

59. Li CL, Bak A. Excitability characteristics of the A- and C- fibres in a

peripheral nerve. Experimental Neurology 1976; 50:67-79.

60. Howson DC. Peripheral neural excitability - implications for

transcutaneous electrical stimulation. Physical Therapy 1978; 58:1467-73.