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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE INSTITUTO DE NUTRIÇÃO JOSUÉ DE CASTRO EFEITO DO ÓLEO DE COCO NA REGULAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL, LIPEMIA, GLICEMIA E GASTO ENERGÉTICO EM HOMENS OBESOS Bárbara Maria da Cunha Régis RIO DE JANEIRO 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

INSTITUTO DE NUTRIÇÃO JOSUÉ DE CASTRO

EFEITO DO ÓLEO DE COCO NA REGULAÇÃO DA COMPOSIÇÃO

CORPORAL, LIPEMIA, GLICEMIA E GASTO ENERGÉTICO EM

HOMENS OBESOS

Bárbara Maria da Cunha Régis

RIO DE JANEIRO

2014

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II

EFEITO DO ÓLEO DE COCO NA REGULAÇÃO DA COMPOSIÇÃO

CORPORAL, LIPEMIA, GLICEMIA E GASTO ENERGÉTICO EM

HOMENS OBESOS

Bárbara Maria da Cunha Régis

RIO DE JANEIRO

Março 2014

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em

Nutrição (PPGN), do Instituto de Nutrição Josué de Castro da

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de mestre em Nutrição

Humana.

Orientadores: Eliane Lopes Rosado

Márcia Soares da Mota e Silva Lopes

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III

Régis, Bárbara Maria da Cunha Efeito do óleo de coco na regulação da composição corporal, lipemia, glicemia e gasto energético em homens obesos / Bárbara Maria da Cunha Régis. -- Rio de Janeiro: UFRJ / Instituto de Nutrição, 2014. xvi, 83 f. : il. ; 31 cm.

Orientadores: Eliane Lopes Rosado, Márcia Soares da Mota e Silva

Lopes.

Dissertação (mestrado) – UFRJ, Instituto de Nutrição, Programa de

Pós-graduação em Nutrição, 2014.

Referências bibliográficas: f. 46 – 59.

1. Cocos. 2. Óleos Vegetais. 3. Obesidade - etiologia. 4. Obesidade -

prevenção & controle. 5. Tecido Adiposo. 6. Peso Corporal. 7. Gorduras

Insaturadas na Dieta - administração & dosagem. 8. Masculino. 9. Humanos.

10. Nutrição - Tese. I. Rosado, Eliane Lopes. II. Lopes, Márcia Soares da

Mota e Silva. III. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de

Nutrição, Programa de Pós-graduação em Nutrição. IV. Título.

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IV

EFEITO DO ÓLEO DE COCO NA REGULAÇÃO DA COMPOSIÇÃO

CORPORAL, LIPEMIA, GLICEMIA E GASTO ENERGÉTICO EM

HOMENS OBESOS

Bárbara Maria da Cunha Régis

DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO PROGRAMA DE PÓS-

GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO DO INSTITUTO DE NUTRIÇÃO JOSUÉ DE

CASTRO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE

DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

MESTRE EM NUTRIÇÃO HUMANA.

Examinada por:

__________________________________________

Profa Dra Eliane Lopes Rosado, D.Sc.

__________________________________________

Profa Dra Fátima Lúcia de Carvalho Sardinha, D.Sc.

__________________________________________

Profa Dra Avany Fernandes Pereira, D.Sc.

__________________________________________

Profa Dra Renata Lopes Araújo, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

Março 2014

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V

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por tudo que ele me proporcionou na vida, muita luz e força

para conquistar meus objetivos.

A minha família pelo apoio e carinho quando mais precisei.

A minha querida mãe por todo o empenho em me ajudar sempre com os meus

estudos, ao seu amor incondicional e compreensão, sempre com palavras de

incentivo.

Ao meu pai (in memoriam) pela educação, amor e por sempre me incentivar a

fazer tudo o que era de meu desejo, tornando-me uma pessoa feliz e realizada.

Sinto sua falta todos os dias... Mas a energia do seu amor nunca morre!

Ao Roberto Gonzalez pela paciência, carinho e incentivo, sempre tão amável!

A minha orientadora Eliane Rosado por toda sua dedicação, competência,

compreensão e aprendizado.

À coorientadora Márcia Soares pelas importantes correções, críticas e sugestões,

bem como por sua disponibilidade sempre que precisei.

Aos meus amigos do mestrado e da vida toda: Anna Lúcia, Erika e Roberta por

me confortarem nos momentos mais “tensos” e me fazerem sorrir.

A todos os técnicos administrativos do Instituto de Nutrição Josué de Castro

(INJC), meus companheiros de trabalho que tanto me ajudaram, quer seja com

algumas análises, com um ombro amigo ou por fazerem dos meus dias, dias

mais divertidos.

Ao Núcleo de Pesquisa e Estudo em Nutrição Clínica por nossas reuniões

enriquecedoras.

À empresa COPRA pela doação do óleo de coco.

Aos meus voluntários que permitiram que esse estudo fosse realizado.

Às nutricionistas do Laboratório de Avaliação Nutricional (LANUTRI), -

Marcelly, Thais e Vanessa, por me acolherem com muito carinho.

À técnica Flavia, por sempre me acompanhar no calorímetro e por ser essa

pessoa que passa tamanha tranquilidade.

À equipe do Laboratório de Análises Clínicas da Faculdade de Farmácia

(LACFAR) da UFRJ pela coleta e análise das amostras de sangue.

A todas as pessoas do Laboratório de Bioquímica Nutricional, INJC,

principalmente, à professora Lilia Masson, à técnica Aline e ao mestrando

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VI

Henrique, por tamanha atenção, amizade e incentivo, bem como aos

ensinamentos de cromatografia.

Aos meus amigos que sempre estiveram ao meu lado nos momentos mais

difíceis e compreenderam minha ausência por saberem a importância dos

estudos para mim.

.

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VII

“Sempre permaneça aventureiro.

Por nenhum momento se esqueça de que

a vida pertence aos que investigam.

Ela não pertence ao estático;

Ela pertence ao que flui.

Nunca se torne um reservatório,

sempre permaneça um rio.”

Osho

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VIII

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AG- ácido graxo

AGCC- ácido graxo de cadeia curta

AGCL- ácido graxo de cadeia longa

AGCM- ácido graxo de cadeia média

AGL- ácidos graxos livres

AGMI- ácido graxo monoinsaturado

AGPI - ácido poli-insaturado

AGPI n-3 – ácidos graxos poli-insaturado n-3

AGPI n-6 – ácidos graxos poli-insaturado n-6

AGS- ácido graxo saturado

AOCS- American Oil Chemists Society

ATP- adenosina trifosfato

BE- balanço energético

CEP- Comitê de Ética em Pesquisa

CO2- dióxido de carbono

CT- colesterol total

DG- diglicerídeo

GC- gordura corporal

GCT- gordura corporal total

GE- gasto energético

GET- gasto energético total

HDL-c- High-Density Lipoprotein- cholesterol

HOMA- Homeostasis Model Assessment

HOMA-IR- Homeostasis Model Assessment - Insulin Resistance

HUCFF- Hospital Universitário Clementino Fraga Filho

IMC- índice de massa corporal

INJC- Instituto de Nutrição Josué de Castro

IPAQ- questionário de frequência de atividade física

LACFAR- Laboratório de Análises Clínicas da Faculdade de Farmácia

LANUTRI- Laboratório de Avaliação Nutricional

LDL-c- Low-Density Lipoprotein - colesterol

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IX

MC- massa corporal

MGC- massa de gordura corporal

MLG- massa livre de gordura

PC- perímetro da cintura

POF- Pesquisa de Orçamento familiar

QM- quilomícron

RI- resistência à insulina

TCL- triglicerídeos de cadeia longa

TCLE- termo de consentimento livre e esclarecido

TCM- triglicerídeos de cadeia média

TCML- triglicerídeo de cadeia média e longa

TG- triglicerídeo

UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro

VCO2- volume de gás carbônico

VLDL-c- Very-Low-Density Lipoprotein - colesterol

VO2- volume de oxigênio

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X

LISTA DE QUADRO E TABELAS

Quadro 1- Pontos de corte dos parâmetros laboratoriais ______________________ 28

Tabela 1- Análise qualitativa dos ácidos graxos no óleo de coco e no óleo de soja,

de acordo com a cromatografia gasosa ____________________________________

25

Tabela 2- Variáveis antropométricas e laboratoriais de homens obesos antes da

intervenção com suplemento de óleo de coco (G1) ou óleo de soja (G2) (média,

desvio padrão e intervalo de confiança 95%) ____________________________

32

Tabela 3- Ingestão dietética habitual de homens obesos antes da intervenção com

suplemento de óleo de coco (G1) ou óleo de soja (G2) (média, desvio padrão e

intervalo de confiança 95%) ___________________________________________

33

Tabela 4- Comparação das variáveis antropométricas e laboratoriais de homens

obesos após a intervenção e a variação das mesmas, entre os grupos suplementados

com óleo de coco (G1) e óleo de soja (G2) (média, desvio padrão e intervalo de

confiança 95%) ___________________________________________________

35

Tabela 5- Comparação das variáveis antropométricas e laboratoriais por grupos,

antes e após intervenção (média, desvio padrão e intervalo de confiança 95%) _____

36

Tabela 6- Comparação das variáveis dietéticas de homens obesos após a

intervenção e a variação das mesmas, entre os grupos suplementados com óleo de

coco (G1) e óleo de soja (G2) (média, desvio padrão e intervalo de confiança 95%)

____________________________________________________________________

38

Tabela 7- Comparação das variáveis dietéticas por grupos, antes e durante a

intervenção (média, desvio padrão e intervalo de confiança 95%) _______________

39

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XI

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Fluxograma de recrutamento e seleção dos voluntários _____________ 21

Figura 2- Esquema geral do estudo ____________________________________ 22

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XII

LISTA DE ANEXOS

ANEXO A- Protocolo de aprovação do Comitê de Ética ____________________ 60

ANEXO B- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) ____________ 61

ANEXO C- Cartaz de recrutamento ____________________________________ 65

ANEXO D- Roteiro de perguntas para pré-seleção _________________________ 66

ANEXO E- Questionário para coletas de dados gerais ______________________ 67

ANEXO F- Orientações e formulários para preenchimento de registro dietético __ 72

ANEXO G- Orientações gerais para avaliação da composição corporal e do gasto

energético _________________________________________________________

74

ANEXO H- Questionário de frequência de atividade física __________________ 75

ANEXO I- Orientações nutricionais __________________________________ 77

ANEXO J- Orientações para o uso do óleo _______________________________ 78

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XIII

Resumo da dissertação apresentada ao PPGN/UFRJ como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do grau de mestre em Nutrição Humana.

EFEITO DO ÓLEO DE COCO NA REGULAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL,

LIPEMIA, GLICEMIA E GASTO ENERGÉTICO EM HOMENS OBESOS

Bárbara Maria da Cunha Régis

Março/2014

Orientadores: Eliane Lopes Rosado

Márcia Soares da Mota e Silva Lopes

RESUMO

A qualidade dos lipídios da dieta pode influenciar variáveis relacionadas com a

obesidade e co-morbidades, representando possível alternativa no controle dessas

doenças de importante impacto na saúde pública. O óleo de coco extra virgem é fonte de

triglicerídeos de cadeia média (TCM) e tem sido utilizado no tratamento da obesidade e

suas complicações. O objetivo deste estudo é a avaliar o efeito desse óleo na regulação

da composição corporal, lipemia, glicemia e gasto energético (GE) de homens obesos.

Trata-se de um estudo de intervenção, randomizado e simples cego, realizado com 26

homens, alocados aleatoriamente em dois grupos, que receberam orientações

nutricionais por 60 dias e 15 mL de suplemento de óleo de coco extra virgem (G1,

n=14) ou óleo de soja (G2, n=12). As variáveis antropométricas e laboratoriais assim

como o GE foram avaliadas após jejum de 12 horas, antes e após 60 dias de intervenção.

Tanto G1 quanto G2 reduziram o perímetro da cintura (PC) e a massa gorda (MG) e

aumentaram a massa livre de gordura (MLG), porém somente G1 reduziu a massa

corporal (MC), sem diferença entre grupos. Não houve influência do óleo de coco extra

virgem sobre o GE, glicemia e lipemia. A ingestão dietética dos grupos foi hipocalórica

e hiperlipídica. O óleo de coco em associação com orientações nutricionais objetivando

ingestão hipocalórica parece capaz de reduzir a MC sem alterações na glicemia e

lipemia, porem são necessários estudos adicionais para confirmação destes resultados.

Palavras-chave: Obesidade. Óleo de coco. Triglicerídeo de cadeia média. Composição

corporal. Glicemia. Lipemia.

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XIV

EFFECT OF COCONUT OIL IN REGULATION OF BODY COMPOSITION,

LIPEMIA, GLYCEMIA AND ENERGY EXPENDITURE IN OBESE MEN

Bárbara Maria da Cunha Régis

March/2014

Advisors: Eliane Lopes Rosado

Márcia Soares da Mota e Silva Lopes

ABSTRACT.

The quality of fats in the diet can influence variables related to obesity and co-

morbidities, representing a possible alternative in the control of these diseases, which

cause important impact on public health. Extra virgin coconut oil is a source of

medium-chain triglycerides and it has been considered in the treatment of obesity and

its complications. The goal of this study was to assess the effects of this oil in the

regulation of body composition, lipemia, glycemia, and energy expenditure in obese

men. This is an intervention, randomized and single-blind study conducted with 26 men,

randomly separated into two groups that received nutritional guidelines for 60 days and

15 mL supplement of extra virgin coconut oil (Group 1, n=14) or soybean oil (Group 2,

n=12). Anthropometric and laboratorial variables, as well as energy expenditure, were

assessed after a 12-hour fast, before and after 60-day intervention. The two groups

reduced waist circumference and fat mass, and increased fat free mass; however, only

group 1 reduced body mass, but no difference between groups. There was no influence

of extra virgin coconut oil on energy expenditure, glycemia and lipemia. The dietary

intake of the groups was hypocaloric and hyperlipidic. Coconut oil, in association with

nutritional guidelines aiming for a hypocaloric intake seems able to reduce body mass

without glycemic and lipemic changes, however additional studies are needed to

confirm these results.

Keywords: Obesity. Coconut oil. Medium-chain triglycerides. Body composition.

Glycemia. Lipemia.

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XV

SUMÁRIO

6.1. Caracterização da população estudada no momento basal _____________ 31

6.2. Efeito da intervenção nutricional sobre as variáveis antropométricas,

1. Introdução ______________________________________________________ 1

2. Revisão bibliográfica _____________________________________________ 4

2.1. Obesidade: definição, prevalência, etiologia e tratamento ______________ 4

2.2. Gasto energético ______________________________________________ 7

2.3. Fatores dietéticos que influenciam o gasto energético _________________ 9

2.4. Lipídios dietéticos: composição e mecanismos de digestão e absorção ____ 10

2.5. Lipídios dietéticos e obesidade ___________________________________ 12

2.6. Óleo de coco extra virgem e obesidade _____________________________ 15

3. Justificativa _____________________________________________________ 18

4. Objetivos _______________________________________________________ 19

4.1. Geral _______________________________________________________ 19

4.2. Específicos ___________________________________________________ 19

5. Métodos _______________________________________________________ 20

5.1. Considerações éticas ___________________________________________ 20

5.2. Casuística ____________________________________________________ 20

5.3. Desenho experimental e esquema geral do estudo ____________________ 21

5.3.1. Avaliação da densidade e composição dos óleos ____________________ 23

5.3.1.1. Densidade dos óleos ________________________________________ 23

5.3.1.2. Determinação de ácidos graxos dos óleos ________________________ 23

5.3.1.2.1. Perfil cromatográfico ______________________________________ 23

5.3.1.2.2. Quantificação dos ácidos graxos _____________________________ 24

5.3.2. Avaliação do consumo alimentar ________________________________ 26

5.3.3. Intervenção nutricional ________________________________________ 26

5.3.4. Avaliação laboratorial ________________________________________ 27

5.3.5. Avaliação antropométrica e da composição corporal _________________ 28

5.3.6. Avaliação do gasto energético __________________________________ 29

5.3.7. Avaliação do nível de atividade física ____________________________ 29

5.4. Análises estatísticas ____________________________________________ 30

6. Resultados ______________________________________________________ 31

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XVI

laboratoriais e dietéticas ____________________________________________ 33

7. Discussão _____________________________________________________ 40

8. Conclusão _____________________________________________________ 45

Referências ______________________________________________________ 46

Anexos _______________________________________________________ 60

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1

1. INTRODUÇÃO

A obesidade é uma doença caracterizada por alterações na composição corporal,

com aumento de gordura corporal (GC), como consequência do desequilíbrio energético

provocado pela elevação da ingestão de macronutrientes e diminuição do gasto

energético (GE), ou seja, balanço energético (BE) positivo (FONTAINE et al., 2003;

SERRA-MAJEM; BAUTISTA-CASTAÑO, 2013; WORLD HEALTH

ORGANIZATION (WHO), 2013).

Essa doença representa sério problema de saúde pública, crescente, estima-se

que cerca de 1,4 bilhões de adultos estejam acima do peso em todo o mundo e que 10%

tenham obesidade. Apesar da sua reconhecida etiologia multifatorial resultante da

combinação entre predisposição genética e estilo de vida, o crescimento dos casos de

obesidade na população tem sido atribuído, especialmente, aos fatores relacionados aos

hábitos de vida dos indivíduos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA

OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA (ABESO), 2009; SERRA-MAJEM;

BAUTISTA-CASTAÑO, 2013).

Um dos maiores desafios para o entendimento da etiologia e prevenção da

obesidade é a dificuldade da regulação da massa corporal (MC) (WHO, 2003). O

sucesso em longo prazo do tratamento da doença, reconhecido como complexo e

multidisciplinar, depende de constante vigilância sobre a ingestão de alimentos e

adequação da atividade física, entre outros fatores, como apoio social e familiar

(ABESO, 2009).

Fatores ambientais, especialmente os dietéticos, podem influenciar na regulação

da ingestão e no GE, na medida em que indivíduos obesos tendem a apresentar ingestão

calórica elevada, resultante, principalmente, do consumo aumentado de lipídios, quando

comparados a indivíduos não obesos (JONHSON et al., 2005). Dietas ricas em lipídios

induzem ao BE positivo, pois o aumento do seu consumo não estimula sua oxidação

(ROSADO; MONTEIRO, 2001). Adicionalmente, a eficiência do organismo em estocar

gordura é elevada, promovendo consequente acúmulo de massa adiposa corporal

(FLATT, 1995; WHO, 2000).

Alterações tanto na quantidade (ASTRUP et al., 2000), quanto na qualidade

(CASAS-AGUSTENCH et al., 2009) dos lipídios da dieta, constituem estratégias

eficazes para evitar o ganho de MC e a deposição de GC. Dietas hiperlipídicas resultam

em super consumo passivo de energia, devido a sua alta densidade energética e,

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2

possivelmente, reduzida ação sobre a saciedade (FLATT; TREMBLAY, 1998;

WESTERTERP-PLANTENGA et al., 1998).

O percentual adequado de lipídios com modificações em sua qualidade

nutricional pode ser importante para impedir ou limitar o acúmulo de GC em obesos

(BRAY; POPKIN, 1998; HILL; MELANSON; WYATT, 2000). A ausência de perda de

MC, mesmo com a diminuição na quantidade de lipídios da dieta, sugere, entretanto,

que dietas hipolipídicas resultam em redução da MC somente em curto prazo

(WILLETT, 2002).

O tipo de lipídio ingerido também determina efeitos distintos sobre o ganho de

MC, uma vez que diferenças na estrutura dos ácidos graxos (AG) (comprimento da

cadeia, grau de instauração, posição e configuração das duplas ligações) podem afetar as

taxas de oxidação lipídica (STORLIEN; HULBERT; ELSE, 1998; DELANY et al.,

2000).

Nesse contexto, os ácidos graxos de cadeia média (AGCM), que possuem 6 a 12

átomos de carbono, podem ser importantes no controle da MC. Os triglicerídeos de

cadeia média (TCM) diferem dos triglicerídeos de cadeia longa (TCL), não somente em

relação as suas propriedades químicas e composição, mas também, na forma pela qual

são absorvidos, digeridos e metabolizados, sendo facilmente oxidado, o que desfavorece

a sua estocagem no tecido adiposo (BABAYAN, 1987; SÁYAGO-AYERDI et al.,

2008; COSTA; ROSADO; SOARES-MOTA, 2012), já tendo sido demonstrado que os

TCM podem auxiliar no processo de perda da MC, quando comparados aos TCL

(KROTKIEWSKI, 2001; ST-ONGE; JONES, 2002; ROYNETTE et al., 2008;

SÁYAGO-AYERDI et al., 2008).

A influência do TCM na perda de MC pode ocorrer pelo aumento da

termogênese induzida pela dieta, do GE e da oxidação de lipídios (VAN

WYMELBEKE; LOUIS-SYLVESTRE; FANTINO, 2001; NOSAKA et al., 2003; ST-

ONGE et al., 2003a; ST-ONGE; JONES, 2003; OGAWA et al., 2007). Ademais, os

TCM podem aumentar a saciedade em humanos (KROTKIEWSKI, 2001; VAN

WYMELBEKE; LOUIS-SYLVESTRE; FANTINO, 2001; ST-ONGE et al., 2003b).

Adicionalmente, poderiam influenciar na resistência à insulina (RI) e lipemia,

entretanto, a esse respeito, ainda não há consenso (HAN et al., 2007; ST-ONGE et al.,

2003c). Os resultados de estudos que mostraram efeitos positivos do TCM sobre o GE

conduziram a investigações relacionadas a prevenção e tratamento da obesidade (ST-

ONGE; JONES, 2003; ST-ONGE et al., 2003a).

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O óleo de coco é fonte natural de TCM, incluindo, principalmente, o AG láurico

(C12:0) (LIAU et al., 2011). Todavia, poucos estudos têm sido conduzidos utilizando

este óleo como forma de avaliar a influência do TCM em parâmetros relacionados ao

controle de MC e co-morbidades (LIPOETO et al., 2004; ASSUNÇÃO et al., 2009;

FERANIL et al., 2011; LIAU et al., 2011). Desta forma, propostas que buscam avaliar a

importância da qualidade lipídica, particularmente o tamanho de cadeia dos AG, e sua

influência no BE tornam-se essenciais, na tentativa de viabilizar planos alimentares

mais flexíveis, viáveis e que não tenham, necessariamente, o objetivo de reduzir os

lipídios da dieta.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Obesidade: definição, prevalência, etiologia e tratamento.

A obesidade é definida como excesso de GC, localizada ou generalizada

(GRAY, 1989), provocada por desequilíbrio energético positivo, ou seja, a energia

ingerida ultrapassa aquela utilizada sendo seu excedente armazenado sob a forma de

triglicerídeos (TG) no tecido adiposo (SPIEGELMAN; FLIER, 2001; BADMAN;

FLIER, 2005; BOUCHARD, 2007).

O diagnóstico e a classificação da obesidade são comumente obtidos utilizando-

se o índice de massa corporal (IMC), calculado pela MC em quilogramas (kg) dividida

pelo quadrado da estatura em metros (m) (POLK, 2005). O diagnóstico da obesidade

ocorre quando o IMC é igual ou superior a 30 kg/m2 (WHO, 1995; WHO, 2000).

Estudos têm sugerido que a variação da distribuição da GC é um indicador

importante de complicações endócrinas e metabólicas do que a MC (GUEDES;

GUEDES, 1998; GIORGINO; LAVIOLA; ERIKSSON, 2005). Neste sentido, a

obesidade abdominal reflete a quantidade de gordura visceral que resulta em inúmeras

modificações fisiopatológicas, e está diretamente associada a RI e doenças

cardiovasculares (ÁLVAREZ-CASTRO et al., 2011).

Dentre as modificações referentes a RI pode-se destacar a redução do clearance

hepático de insulina, o aumento da produção hepática de glicose e a diminuição da

captação de glicose pelos tecidos periféricos, como o tecido muscular (DENINO et al.,

2001). Além da RI, a gordura abdominal está associada à hipertensão arterial sistêmica

e alterações desfavoráveis no perfil das lipoproteínas plasmáticas, caracterizando a

síndrome metabólica, e levando ao aumento do risco para doenças cardiovasculares

(GIORGINO; LAVIOLA; ERIKSSON, 2005). O perímetro da cintura (PC) é indicador

da distribuição abdominal da gordura e também da gordura corporal total (GCT) (WHO,

2000).

Os casos de obesidade mais do que duplicaram entre 1980 e 2008, em todo o

mundo. O número de adultos com excesso de MC, em 2008, ultrapassava 1,4 bilhões.

Os homens obesos somavam mais de 200 milhões, enquanto as mulheres, quase 300

milhões (WHO, 2013). Percentualmente, 35% da população adulta mundial apresenta

sobrepeso e 11% obesidade (WHO, 2013). Projeções baseadas em inquéritos nacionais,

realizados nas últimas décadas, estimam que a obesidade atinja, em 2025, 40% da

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população nos Estados Unidos da América, 30% na Inglaterra e 20% no Brasil (HU,

2008).

No Brasil, segundo a pesquisa de orçamento familiar (POF) realizada nos anos

de 2008 e 2009, a obesidade entre adultos está em expansão e atingiu pelo menos 10%

da população em todas as regiões do país, ao somar os indivíduos com sobrepeso esse

valor chega a 60%. Os resultados da POF 2008-2009 indicam que a prevalência de

excesso de MC na população adulta no país é de, aproximadamente, 50,1% no sexo

masculino, e 48,0% no sexo feminino. As mais altas prevalências de excesso de MC por

grupo etário foram encontradas entre indivíduos do sexo masculino, na faixa de 45 a 54

anos (58,7%) e, entre indivíduos do sexo feminino, na faixa de 55 e 64 anos (63,0%)

(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE), 2010).

O processo de transição nutricional brasileiro é multifatorial e caracteriza-se por

alterações no padrão da dieta e da composição corporal dos indivíduos, resultantes de

mudanças sociais, econômicas, demográficas, tecnológicas e culturais que afetaram o

estilo de vida e o perfil de saúde da população (SANTOS et al., 2013). A desnutrição, a

deficiência de micronutrientes, o excesso de MC e outras doenças crônicas não

transmissíveis, coexistindo na mesma população e, muitas vezes, no mesmo domicílio,

caracteriza o cenário da transição nutricional nacional e embora os casos de desnutrição

estejam declinando, observa-se prevalência crescente de excesso de MC (COUTINHO;

GENTIL; TORAL, 2008). A industrialização e a urbanização potencializaram o

aumento da ingestão alimentar, além do estabelecimento do padrão dietético com

elevado teor de lipídios saturados, carboidratos simples e alimentos com baixo teor de

fibras e, adicionalmente, observa-se a redução da atividade física (TARDIDO;

FALCÃO, 2006; SANTOS et al., 2013).

O aumento da prevalência da obesidade pode estar relacionado com a mudança

no estilo de vida atual, caracterizado pelo sedentarismo e pela grande disponibilidade de

alimentos fortemente palatáveis e com alta densidade energética (LOTTENBERG,

2006; PONTES; SOUSA; NAVARRO, 2009). Apesar de a obesidade ser decorrente,

em grande parte, da ingestão energética excessiva e/ou da redução na atividade física,

estudos mais recentes tem investigado o papel da nutrigenômica bem como a

importância da microbiota intestinal no desenvolvimento da obesidade (ARONNE;

NELINSON; LILLO, 2009; SERRA-MAJEM; BAUTISTA-CASTAÑO, 2013),

revelando a multiplicidade de fatores que podem estar envolvidos na sua etiologia.

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O tratamento da obesidade é complexo e fundamenta-se em modificações no

estilo de vida, podendo incluir farmacoterapia e tratamento cirúrgico. A eleição da

intervenção mais apropriada deve ser baseada na gravidade do problema e na presença

de complicações associadas (ABESO, 2009), no entanto, independente da maneira a ser

conduzida, exige identificação e mudança de componentes inadequados relacionados ao

estilo de vida do indivíduo, incluindo a alimentação e prática de atividade física (WHO,

2000).

Quanto às modificações alimentares, a restrição dietética deve ser adequada,

pois dietas muito restritivas e rígidas não são sustentáveis, assim, o planejamento

alimentar mais maleável, que vise reeducação alimentar, alcança mais sucesso (SMITH

et al., 1999; LOWE et al., 2001; EBBELING et al., 2012). Muitos indivíduos reduzem a

MC por certo tempo, mas a maioria tem dificuldade na manutenção dessa perda em

longo prazo (EBBELING et al., 2012). Além disso, a perda de MC pode provocar

adaptação biológica, gerando redução do GE (termogênese adaptativa) e aumento da

sensação de fome, concorrendo para a recuperação da MC (LEIBEL; ROSENBAUM;

HIRSCH, 1995; MANN et al., 2007; SUMITHRAN et al., 2011).

O método, a velocidade de perda de MC, o ajuste fisiológico e a manutenção das

mudanças comportamentais da dieta e atividade física constituem elementos

determinantes da eficácia, em longo prazo, do programa de emagrecimento

(EBBELING et al., 2012). A terapia nutricional deve preconizar dietas hipocalóricas

equilibradas compostas por 20 a 30% de lipídios totais, 55 a 60% de carboidratos e 15 a

20% de proteínas (ABESO, 2009).

Quanto ao exercício físico, o mesmo contribui para redução de MC por meio do

BE negativo (MELBY et al., 1993). O aumento da prática de atividade física altera o

equilíbrio do BE e de macronutrientes, induzindo a mudanças adaptativas, incluindo o

aumento da oxidação de gorduras, promovendo sua perda gradual, e manutenção da MC

perdida com a dieta hipocalórica (MELBY; COMMERFORD; HILL, 1998).

A farmacoterapia pode ser utilizada caso as intervenções no estilo de vida não

sejam eficazes. O tratamento farmacológico é indicado para indivíduos com IMC igual

ou superior a 30 kg/m2 e IMC igual ou superior a 25 kg/m

2, na presença de co-

morbidadese perda insatisfatória de MC, decorrente de intervenções exclusivas no estilo

de vida (ABESO, 2009).

A cirurgia bariátrica é realizada em casos de obesidade grave, quando o IMC é

igual ou superior a 40 kg/m2

sem co-morbidades; IMC igual ou superior a 35 kg/m2

com

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uma ou mais co-morbidades; resistência ao tratamento conservador por pelo menos 2

anos; ausência de contraindicação; motivação, aceitação e conhecimento sobre os riscos

da cirurgia e ausência de contraindicações (ABESO, 2009).

2.2. Gasto energético

O GE é considerado um processo de produção de energia a partir de diferentes

substratos energéticos como os carboidratos, lipídios, proteínas e álcool, durante o qual

há consumo de oxigênio e produção de gás carbônico (LABAYEN; LOPEZ-

MARQUÉS; MARTÍNEZ, 1997).

Para indivíduos adultos, o gasto energético total (GET) representa a soma do

gasto energético de repouso, da termogênese induzida pela dieta e do gasto energético

despendido na atividade física. O gasto energético de repouso é definido como o GE

despendido para a manutenção dos processos fisiológicos pós-absortivos e, dependendo

da idade e estilo de vida do indivíduo, compreende entre 45 e 70% do GET (WHO,

2004). A termogênese induzida pela dieta representa a energia necessária para digestão,

absorção e metabolização dos nutrientes ingeridos, correspondendo a aproximadamente

10% do GET. O gasto energético despendido na atividade física constitui o mais

variável componente do GET e diz respeito ao GE necessário à atividade muscular

esquelética. O percentual do GET correspondente pode, portanto, variar em função do

tipo, período de tempo e intensidade das diferentes atividades físicas realizadas

diariamente (WHO, 2000; DELANY, 2012).

Alguns fatores individuais podem influenciar o GE de repouso, como o sexo, a

idade, MC, massa livre de gordura (MLG), massa de gordura corporal (MGC), tamanho

corporal, etnia, tabagismo, dieta, jejum, período menstrual, doenças, sono, febre e

distúrbios hormonais. Adicionalmente, as condições do local de realização do exame

para a avaliação do gasto energético de repouso, tais como temperatura, ruído e tempo

de repouso, também interferem (KLAUSEN; TOUBRO; ASTRUP, 1997;

WAHRLICH; DOS ANJOS, 2001; REDMAN et al., 2009).

O BE proveniente do equilíbrio entre o GE e a ingestão calórica tem importante

papel no controle da MC (HERMSDORFF; VOLP; BRESSAN, 2007). O objetivo

principal desse processo é garantir ao organismo a disponibilidade de energia mesmo

em situações de reduzida ingestão energética. A homeostase ocorre quando a energia

consumida é igual a que é utilizada nos processos metabólicos e atividade física. Os

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macronutrientes definem a ingestão calórica, estão envolvidos na regulação do GE e,

portanto, também controlam o BE (STUBBS, 1995).

O desequilíbrio energético e o subsequente acúmulo de GCT são provavelmente

causados por alterações, entre um ou mais, dos seguintes fatores: GE despendido na

atividade física, termogênese induzida pela dieta e ingestão calórica. A investigação

acerca dos processos relacionados à ingestão, oxidação e estocagem dos

macronutrientes representa estratégia para a compreensão dos mecanismos envolvidos

no controle do BE (SCHUTZ, 1995). Segundo Soenen e Westerterp-Plantega (2008),

aingestão calórica é influenciada pelos fatores químicos, hormonais e sensoriais,

enquanto e o GE pela composição corporal e termogênese.

A oxidação dos substratos energéticos é determinada pela necessidade do

organismo gerar adenosina trifosfato (ATP), utilizado para diferentes funções

metabólicas (LABAYEN; MARTÍNEZ, 2002). O GE proveniente da oxidação de

carboidratos e lipídios é representado pelo quociente respiratório não-proteico, razão

entre o volume de gás carbônico (VCO2) expirado e o volume de oxigênio (VO2)

inspirado. A estimativa para as proteínas é indicada pelo quociente respiratório proteico,

definida pela excreção do nitrogênio urinário de 24 horas (HOUSSAY, 1969;

SIMONSON; DEFRONZO, 1990). O quociente respiratório depende da mistura de

combustíveis que estão sendo metabolizados. Os valores correspondentes aos

carboidratos, lipídios, proteínas e dieta mista, são, respectivamente, 1,0; 0,70; 0,82 e

0,85 (FERRANINI, 1988; SCHUTZ, 1993).

Há diversos métodos para avaliação do GE como calorimetria direta e indireta,

água duplamente marcada e equações preditivas (VOLP et al., 2005; FETT; FETT;

MARCHINI, 2006; OLIVEIRA et al., 2008). A calorimetria indireta é um método não

invasivo, muito preciso e de grande reprodutibilidade (MARSON et al., 2004;

SCHENEIDER; MEYER, 2005). O procedimento é realizado após jejum noturno de 12

horas e estima a produção de energia a partir das trocas gasosas entre o indivíduo e o

meio ambiente. A energia produzida diz respeito à conversão da energia potencial retida

nos macronutrientes em energia química armazenada na forma de ATP, adicionada à

energia dissipada como calor durante o processo de oxidação. Assim, acalorimetria

indiretapermite estimar as necessidades nutricionais e a taxa de utilização dos substratos

(GORAN, 2000; FONTOURA et al., 2006).

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2.3. Fatores dietéticos que influenciam o gasto energético

O processo de digestão e absorção dos nutrientes gera um GE conhecido como

termogênese induzida pela dieta, que pode ser compartimentalizada em dois

componentes: um obrigatório, que reflete a energia gasta na digestão, absorção e

metabolismo dos nutrientes, responsável por 70% da termogênese induzida pela dieta, e

um facultativo, relacionado à resposta pós-prandial à insulina e ativação do sistema

nervoso simpático (TAPPY, 1996; POEHLMAN; HORTON, 2003).

Vários fatores podem influenciar a termogênese induzida pela dieta, como a

composição corporal, MC e idade, entretanto, a composição e o valor energético da

dieta são os que mais imprimem variações (LABAYEN; MARTÍNEZ, 2002;

HERMSDORFF et al., 2003). Além disso, os estímulos sensoriais também podem

influenciá-la, pois o aumento da palatabilidade dos alimentos está associado à elevação

da termogênese induzida pela dieta (DE JONGE; BRAY, 1997; LEBLANC; LABRIE,

1997; CROVETTI et al., 1998).

O efeito termogênico da dieta é maior e mais prolongado após a ingestão de

proteínas (20-30% da termogênese induzida pela dieta), seguido pelos carboidratos (5-

10% da termogênese induzida pela dieta) e lipídios (0-3% da termogênese induzida pela

dieta) (TAPPY, 1996). As dietas com maior proporção de proteína parecem ser mais

termogênicas do que aquelas com maior quantidade de carboidratos e lipídios

(ROSADO; MONTEIRO, 2001; HERMSDORFF; VOLP; BRESSAN, 2007). Neste

contexto é descrita a ocorrência de alimentos termogênicos, que incluem aqueles que

exigem maior custo energético em seu processo de digestão (TAPPY, 1996).

A termogênese induzida pela dieta decorrente do consumo de dietas contendo

diferentes percentuais de macronutrientes foi avaliada por Astrup (2001). O autor

observou que a dieta rica em lipídios resulta em termogênese induzida pela dieta menor

do que a de dietas ricas em carboidrato ou proteína, ocorrendo menor custo relativo ao

processamento e armazenamento dos lipídios no tecido adiposo. Outros autores sugerem

que os lipídios exercem influência pouco significativa sobre o GE, facilitando o

acúmulo de GC, principalmente em indivíduos obesos, que parecem ter menor

capacidade para utilizar esses macronutrientes como fonte de energia, quando

comparados aos indivíduos eutróficos (DE LUIS et al., 2005; BLAAK et al., 2006;

BLAAK et al., 2007).

A ingestão de lipídios tem sido associada ao estímulo do consumo dietético

voluntário (aumento do apetite), devido ao seu baixo poder sacietógeno, alta

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palatabilidade e densidade energética (DELANY et al., 2000; LABAYEN;

MARTÍNEZ, 2002). Alguns estudos sugerem que a restrição da ingestão lipídica

represente importante conduta para limitar o ganho de MC (BRAY; POPKIN, 1998;

ASTRUP et al., 2000; HILL; MELANSON; WYATT, 2000), no entanto, poderia não

ser eficaz em longo prazo (WILLETT, 2002).

Estudos mostraram redução na MC de indivíduos com dieta contendo baixos

teores de lipídios (SCHAEFER et al., 1995; WESTERTERP et al., 1996; BRAY;

POPKIN, 1998; ASTRUP et al., 2000). De outro modo, em estudos em longo prazo, o

consumo de dietas contendo menores proporções de lipídios resultou no aumento do

consumo de carboidrato compensatoriamente, levando a recuperação da MC perdida

(ESPÓSITO; CERIELLO; GIUGLIANO, 2007; FELDEISEN; TUCKER, 2007).

Ademais, os lipídios promovem melhor palatabilidade, assim a restrição dos mesmos

pode reduzir a adesão ao plano alimentar (JEFFERY et al., 1995; MCMANUS;

ANTINORO; SACKS, 2001).

2.4. Lipídios dietéticos: composição e mecanismos de digestão e absorção

A fração lipídica da dieta humana é formada principalmente por triglicerídeo

(TG), fosfolipídios e colesterol. Dentre estes, os TG constituem a principal fonte

energética (VALENZUELA; SANHUEZA, 2009).

O TG é composto por três AG esterificados com uma molécula de glicerol, em

uma das três posições de ligação distinas do ponto de vista estereoquímico: sn-1, sn-2 e

sn-3 (JONES; KUBOW, 2003). As gorduras e os óleos da dieta humana diferem entre

si, especialmente em razão da distribuição posicional dos AG em suas moléculas de

TG(ZOCK; GERRITSEN; KATAN, 1996). A composição dos TG é definida em função

do tipo, quantidade e distribuição de AG presentes na sua estrutura (JENSEN, 1996).

A digestão dos lipídios é iniciada na cavidade oral, com a salivação e

mastigação. A lipase lingual, secretada pelas glândulas serosas da língua, juntamente

com a saliva, inicia a hidrólise dos AG, clivando, preferencialmente, os ácidos graxos

curtos (AGCC) presentes na posição sn-3 dos TG (JONES; KUBOW, 2003). A

hidrólise continua no estômago com a lipase gástrica, a qual tem especificidade

semelhante à lipase lingual (BASSO, 2007).

É primordialmente no intestino delgado que a digestão dos lipídios ocorre. A

bile, produzida pelos hepatócitos e armazenada na vesícula biliar, é secretada no

duodeno e têm a função de emulsificar os lipídios presentes no quimo (bolo alimentar

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proveniente do estômago), formando micelas. Esse agregado molecular permite a ação

da lipase produzida pelo pâncreas, e também secretada no duodeno, que constitui a

principal enzima que atua na digestão dos TG (POLACOW; CARNEVALLI JUNIOR;

COELHO, 2009).

A enzima pancreática cliva as ligações ésteres nas posições sn-1 e sn-3 dos TG,

produzindo uma molécula de 2-monoacilglicerol e duas de ácidos graxos livres (AGL),

os quais formam complexos com os sais biliares para facilitar a passagem dos lipídios

através do ambiente aquoso do lúmen intestinal para a borda em escova. Os sais biliares

são então liberados de seus componentes lipídicos e devolvidos ao lúmen intestinal

(SMITH; MORTON, 2003; BAYER, 2010).

Somente os AGCC e AGCM que foram absorvidos no enterócito podem ser

liberados no sistema porta como AGL, pois estes não são muito insolúveis em água

devido ao comprimento da cadeia carbônica (ROYNETTE et al., 2008), porém, a maior

parte dos AG absorvidos é de cadeia longa ou muito longa, inviabilizando a sua

liberação na corrente sanguínea (BASSO, 2007). Assim, os AG são reesterificados em

TG no enterócito e, juntamente com o colesterol, fosfolipídios e as apoliproteínas,

formam os quilomícrons (QM) (PAULA; MACHADO, 2007).

A posição dos AG no TG (sn-1, sn-2 e sn-3) determina se os mesmos são

absorvidos como 2-monoglicerídeos ou AGL, influenciando, assim, a composição dos

QM (RAMÍREZ; AMATE; GIL, 2001).

Os QM são transportados pelo sistema linfático e alcançam a corrente sanguínea

pelo ducto torácico, onde sofrem a ação da lipase lipoproteica, localizada no endotélio

dos capilares sanguíneos do tecido adiposo e do tecido muscular esquelético. Essa lipase

é ativada pela apolipoproteína C-II, em indivíduos normolipêmicos, na presença de

insulina e hidrolisa os TG presentes no QM, incorporando-os aos adipócitos e miócitos.

Assim, parte dos TG exógenos é liberada para esses tecidos, resultando na diminuição

da quantidade de TG do QM. A perda de parte dos TG e a incorporação de outras

apoproteínas representam processos que definem nova denominação para os QM,

passando a constituir os QM remanescentes, que serão captados e metabolizados pelo

fígado (BASSO, 2007; PAULA; MACHADO, 2007; KEI, et al., 2012).

As moléculas de TG são hidrolisadas, por ação da 1,3-lipase, em 1,2-DG ou 2,3-

DG. Por sua vez, esses compostos são hidrolisados em 2-monoacilglicerol e AG, os

quais serão absorvidos na mucosa intestinal e transportados às células como QM. Os

DG são consumidos, em grande parte, na forma de 1,3-DG. Essas estruturas são

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hidrolisadas em AG e glicerol, que alcança o fígado, via o sistema porta, onde são

preferencialmente oxidados (Kamphuis; Mela; Westerterp-Plantenga, 2003).

Os principais lipídios presentes na dieta são os TCL, compostos por ácidos

graxos de cadeia longa (AGCL), contendo entre 14 e 18 átomos carbonos em sua

estrutura. Por outro lado, os TCM são moléculas apolares, compostas por três AGCM,

contendo entre 6 e 12 átomos de carbono, tendo o óleo de coco como fonte alimentar,

além do óleo de palma que também contém este lipídio, e ambos são componentes

secundários das dietas convencionais (BABAYAN, 1987; PAPAMANDJARIS;

MACDOUGALL; JONES, 1998; ZHANG et al., 2010).

Comparados aos TG saturados, que contêm AGCL, os TCM apresentam menor

ponto de fusão (líquidos à temperatura ambiente) e, também, menor tamanho molecular

e densidade energética (8,25 kcal/g TCM versus 9,2 kcal/g TCL). Essas propriedades

físico-químicas influenciam nas vias de absorção e metabolização desse nutriente

(MARTEN; PFEUFFER; SCHREZENMEIR, 2006).

Os AGCM absorvidos são transportados diretamente para o fígado, via

circulação portal hepática e, em seguida, sofrem oxidação produzindo acetona

(SEATON et al., 1986). De outro modo, os TCL são hidrolisados a AGCL, os quais são

incorporados aos QM, transportados via o sistema linfático e captados essencialmente

pelo tecido adiposo (ST-ONGE; JONES, 2002).

2.5. Lipídios dietéticos e obesidade

A qualidade do lipídio dietético pode influenciar no desenvolvimento da

obesidade, além de estar associada à etiologia de diversos distúrbios metabólicos,

incluindo as dislipidemias (CATERINA et al., 2006; JONES; JEW; ABUMWEIS,

2008). O grau de saturação, a posição do AG na molécula de glicerol e o número de

carbonos da cadeia do AG podem intervir no metabolismo pós-prandial dos lipídios

(HERMSDORFF; VOLP; BRESSAN, 2007). Assim, a eleição de lipídios específicos,

para utilização em programas de intervenção nutricional, pode constituir importante

alternativa destinada a modular efeitos metabólicos distintos, incluindo o aumento do

GE.

A ingestão de dietas ricas em TCM resulta em maior oxidação de lipídios (ST-

ONGE; JONES, 2003; ST-ONGE et al., 2003b), maior oxidação de carboidratos (VAN

WYMELBEKE; LOUIS-SYLVESTRE; FANTINO, 2001) e maior termogênese

induzida pela dieta (OGAWA et al., 2007), quando comparada à ingestão de dietas

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contendo proporção energética similar na forma de TCL. O transporte hepático direto

dos TCM via o sistema porta, estimula a β-oxidação nesse tecido, o que parece justificar

esses resultados (BACH; BABAYAN, 1982).

Sáyago-Ayerdi et al. (2008) verificaram que os AGCM podem atuar no controle

da MC por meio de três mecanismos principais: estimulando a beta oxidação,

diminuindo a lipogênese no tecido adiposo e promovendo a formação de corpos

cetônicos.

St-Onge et al. (2003a) estudaram os efeitos do consumo de TCM e TCL por 27

dias, com dieta normocalórica e hiperlipídica, sobre o GE, oxidação de substratos e

composição corporal. O estudo foi do tipo crossover aleatório, com mulheres obesas. Os

autores não encontraram diferenças na massa de tecido adiposo subcutâneo após o

consumo de TCM e TCL. O GE e a oxidação lipídica foram superiores após ingestão de

TCM. Foi sugerido que a substituição do TCL pelo TCM, em um plano alimentar

hiperlipídico, pode prevenir o ganho de MC em longo prazo, em razão do aumento do

GE.

St-Onge e Jones (2003) avaliaram a relação entre composição corporal e

resposta termogênica do TCM. Os autores conduziram estudo crossover aleatório, com

intervenção de 28 dias, e washout de 4 semanas, envolvendo homens com excesso de

MC. A dieta oferecida era hiperlipídica, com TCM ou TCL (azeite de

oliva).Diariamente, após o almoço, a MC era avaliada, a medida da taxa metabólica de

repouso precedia o consumo de café da manhã padrão e o GE permanecia sendo medido

ao longo das 5 horas e meia subsequentes a essa refeição. Destacam-se dentre os

achados que a ingestão de TCM promoveu redução da MC e estimulou a oxidação de

lipídios e o GE, entretanto, esses dois últimos efeitos foram menos acentuados nos

indivíduos com maior MC. Os autores sugeriram que o aumento mais marcante na

oxidação de lipídios, observado no segundo dia da intervenção com o TCM, se deveria

a maior facilidade para oxidação desse composto, implicando em menor acúmulo de

GC, justificando a perda aumentada de tecido adiposo subcutâneo e de MC.

Nosaka et al. (2003) investigaram o efeito da ingestão de margarina contendo

TCM ou TCL na termogênese pós-prandial. Nesse estudo duplo-cego controlado, foram

avaliados, ao longo de 12 semanas, 73 indivíduos com excesso de MC (55 homens e 18

mulheres) e idade entre 19 e 58 anos. Os grupos ingeriram 2.100-2.400 kcal/dia, 65-

73g/dia de gordura total e 14g/dia de margarina (5g/dia de TCM ou TCL). O TCM foi

fornecido por uma indústria, enquanto que o TCL foi proveniente de óleo de soja. As

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medidas antropométricas foram realizadas pela manhã, após jejum noturno, antes e após

4, 8 e 12 semanas de experimento. Ao final do período de intervenção, foi constatado

que os indivíduos que consumiram TCM apresentaram redução mais marcante da MC e

da GC subcutânea e visceral. Os autores também sugeriram que o mecanismo

responsável pela supressão da deposição da GCT poderia ser o aumento da termogênese

pós-prandial e o controle das concentrações de TG pós-prandiais pelo TCM. St-Onge e

Bosarge (2008) avaliaram o efeito do consumo de TCM ou azeite de oliva sobre a MC

de indivíduos com excesso de peso corporal, de ambos os sexos, integrantes de um

programa destinado à perda de peso, os quais receberam 18g/dia de TCM ou TCL

(azeite de oliva) e aconselhamento nutricional, por 16 semanas. Os autores observaram

redução mais acentuada da MC e tendência à redução de MG e gordura no tronco no

grupo que consumiu TCM, comparado ao grupo que recebeu azeite de oliva.

Além dos efeitos do TCM sobre a composição corporal e o GE, Kasai et al.

(2003a) avaliaram a influência desse lipídio na lipemia. O estudo, crossover duplo-cego

controlado aleatório, foi realizado com 25 homens (33,5±1,5 anos) com IMC médio

igual a 24,0±0,6 kg/m2. A intervenção consistiu na oferta da dieta teste, contendo 10g de

TCM ou TCL, em 2 fases com duração de 2 dias e washout de uma semana. Amostras

de sangue foram coletadas antes e após 2, 4 e 6 horas da ingestão de cada dieta teste. Os

autores apresentaram os resultados estratificados por valores de IMC, concluindo que o

consumo de TCM foi mais eficaz do que o de TCL para a manutenção de concentrações

pós-prandiais de TG reduzidas, entre indivíduos com IMC igual ou superior a 23 kg/m2.

Zhang et al. (2010) compararam o efeito do consumo diário, durante 8 semanas,

de 25-30g de TCL ou de igual quantidade de uma mistura de TCM e TCL (TCML), por

homens e mulheres com excesso de MC e hipertrigliceridemia. O TCML continha

apenas 13% de AGCM (ácidos capróico e caprílico). Os autores encontraram, no grupo

que consumiu TCML, redução da MC, GC, lipoproteínas de baixa densidade (LDL-c) e

TG.

Estudos sobre o impacto do consumo de TCM vesus TCL na RI são escassos.

Hanet al. (2007) encontraram redução na RI, CT, MC e PC entre indivíduos com

obesidade moderada e diabetes mellitus tipo 2, que consumiram 18g/dia de TCM

durante 90 dias. Por outro lado, Kasai et al. (2003b) não encontraram alterações na

glicemia e insulina sérica de homens e mulheres eutróficos, suplementados por 12

semanas com 14g de TCML (1,7g de AGCM). Poppitt et al. (2010) quando avaliaram

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homens eutróficos que consumiram, durante 3 dias, 10g de TCM, também não

verificaram efeitos sobre esses mesmos parâmetros.

2.6. Óleo de coco extra virgem e obesidade

O coco (C.nucifera) pertence à família Arecaceae (Palmae) e à subfamília

Cocoideae, o óleo é, em geral, extraído a frio a partir da massa do coco (óleo de coco

virgem) (DEBMANDAL; MANDAL, 2011).É considerado um lipídio saturado, uma

vez que é composto por 90% de AGS (MARINA; CHE MAN; AMIN, 2009). Os AGS

são os principais componentes alimentares que elevam as concentrações séricas de CT e

LDL-c, bem como as concentrações plasmáticas de TG (GRUNDY; DENKE, 1990;

SCHAEFER, 2002; STEINBERG, 2005; O’KEEFFE; ST-ONGE, 2013), porém, nem

todos os AGS parecem ter esse efeito. A literatura refere que, aparentemente, os AGCM

têm pouco efeito sobre o CT e LDL-c (HILL et al., 1990; LIPOETO et al., 2004; XUE

et al., 2009).

Apesar de ser lipídio saturado, o óleo de coco é líquido em temperatura superior

ou igual a 27°C (BAWALAN; CHAPMAN, 2006; MARTEN; PFEUFFER;

SCHREZENMEIR, 2006). A predominância de AGCM, correspondendo a 70-80% da

sua composição, justifica o estado físico do óleo nessas condições de temperatura

(DEBMANDAL; MANDAL, 2011). Dentre os AGCM, o ácido láurico é o que se

encontra em maior proporção, variando entre 45 e 50% (LI et al., 1990; DE ROOS;

SCHOUTEN; KATAN, 2001). Delany et al. (2000) verificaram, em humanos, que o

AGS láurico apresenta elevado potencial de oxidação, enquanto os AGS de cadeia longa

são pouco oxidados, e os ácidos graxos poli-insaturados (AGPI) e ácidos graxos

monoinsaturados (AGMI), moderadamente oxidados.

O efeito positivo adicional, atribuído ao ácido láurico, é referente ao seu impacto

menos deletério sobre o perfil lipídico, quando comparado aos AGS de cadeia longa,

como o mirístico (C14:0) e palmítico (C16:0), presentes principalmente em gorduras

saturadas de origem animal, bem como aos AG trans (DE ROOS; SCHOUTEN;

KATAN, 2001; DEBMANDAL; MANDAL, 2011).

Denke e Grundy (1992) compararam os efeitos da oferta dos ácidos láurico,

palmítico e oleico (C18:0) sobre a lipemia, em homens com média de IMC de 25±2,5

kg/m2. Foi oferecida dieta líquida, normocalórica, hiperlipídica (40% do valor

energético total (VET), hipoglicídica (40% do VET) e normoproteica (20% do VET),

durante três semanas, com intervalo de uma semana entre as intervenções. Os autores

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verificaram que os três AGS testados promoveram elevação nos teores circulantes de

CT e LDL-c, entretanto, o consumo de ácido láurico, comparado ao de oleico, resultou

em concentrações menos elevadas dos parâmetros citados.

De Roos, Schouten e Katan (2001) avaliaram o efeito do consumo de margarina

suplementada com ácido láurico ou com AG trans sobre o perfil lipídico de homens e

mulheres adultas. Após 4 semanas de intervenção, os autores encontraram elevação da

lipoproteína de alta densidade (HDL-c) no grupo que consumiu o AGS e maior

proporção de LDL:HDL no grupo trans, indicando maior risco de doença coronariana

com o uso da gordura trans. Outros estudos sugerem que o ácido láurico possa elevar o

HDL-c, mais do que os AG mirístico e palmítico (ZOCK; KATAN, 1992; TEMME;

MENSINK; HORNSTRA, 1996; SUNDRAM et al., 1997).

A ingestão diária de óleo de coco, utilizada nas preparações consumidas por

mulheres filipinas, foi estimada com base em recordatório de 24 horas, realizado em

dois dias consecutivos. Não foi evidenciado aumento nas concentrações circulantes de

CT, TG e na proporção CT:HDL, demostrando que o perfil lipídico dessas mulheres não

foi afetado pelo consumo habitual do óleo (FERANIL et al., 2011). Dados referentes às

populações africana e do Sri Lanka, cujas dietas contêm grande proporção de óleo de

coco, aproximadamente 80% do consumo lipídico, demonstraram que não há associação

entre ingestão desse tipo de óleo e ocorrência de obesidade ou dislipidemias nesta

população (LIPOETO et al., 2004; AMARASIRI; DISSANAYAKE, 2006).

Investigações envolvendo a avaliação do efeito do óleo de coco sobre a perda de

MC são escassas e se baseiam na premissa de que os AGCM apresentam rápida

oxidação e não são armazenados no tecido adiposo (ASSUNÇÃO et al., 2009; LIAU et

al., 2011; SILVA; FORTES; SOARES, 2011). Liau et al. (2011) estudaram o impacto

do consumo diário de 30 mL de óleo de coco virgem, mantendo o mesmo padrão

alimentar habitual, durante 4 semanas, sobre parâmetros antropométricos e laboratoriais

de 20 indivíduos obesos (13 mulheres e 7 homens). Os autores encontraram redução do

PC, principalmente em homens e, dado que a dose utilizada não promoveu efeitos

deletérios sobre a lipemia, consideraram ser segura para o período de consumo avaliado.

Assunção et al., (2009) também realizaram intervenção utilizando oferta diária

de 30 mL de óleo de coco (ou óleo de soja), entretanto, por período de tempo bem mais

prolongado (12 semanas), envolvendo 40 mulheres com idade entre 20 e 40 anos e PC

superior a 88 cm. As participantes foram aconselhadas a seguir dieta hipocalórica e

praticar atividade física diariamente. O grupo que recebeu óleo de coco apresentou

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aumento nos teores de HDL-c e redução na proporção LDL:HDL, além de diminuição

nas medidas do PC. Os autores concluíram que a ingestão de óleo de coco não se

associa à dislipidemia e pode promover diminuição da obesidade abdominal.

Estudo adicional que também implementou intervenção com 30 mL/dia de óleo

de coco, por período de tempo semelhante (3 meses) foi conduzido por Silva, Fortes e

Soares (2011). Esses investigadores avaliaram 32 indivíduos (16 mulheres e 16 homens)

com sobrepeso e hipercolesterolemia. A suplementação com óleo de coco extra virgem

produziu efeitos benéficos sobre o perfil lipídico e cardiovascular desses indivíduos

dislipidêmicos, pois reduziu os TG, VLDL-c, a proteína C reativa ultrassensível e

aumentou a concentração de apolipoproteínas A-I.

O conjunto desses achados pode sugerir que a oferta de doses controladas de

óleo de coco com intervenção dietética pode constituir estratégia para redução da MC,

embora essa conduta ainda precise ser consolidada em outros estudos científicos

(AOYAMA; NOSAKA; KASAI, 2007; HAN et al., 2007; YOU et al., 2008).

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3. JUSTIFICATIVA

Dentre os fatores envolvidos na gênese da obesidade, os ambientais merecem

destaque por serem passíveis de modificação. Entre estes fatores, a ingestão dietética de

lipídios, em particular, tem sido extensivamente estudada. Elevada densidade

energética, termogênese reduzida, tendência ao acúmulo no tecido adiposo e o fato de

ser agente promotor de palatabilidade, constituem algumas características inerentes a

esses compostos. É reconhecido, no entanto, que sua restrição dietética (plano alimentar

hipolipídico) é pouco viável em longo prazo, em razão da baixa adesão, reforçando o

foco na qualidade deste macronutriente, como estratégia de intervenção.

Existem evidências consideráveis da influência da qualidade deste

macronutriente da dieta no controle da obesidade e suas complicações. A qualidade do

lipídio da dieta pode contribuir para o aumento do GE, redução da MC e GC, porém,

muitos resultados são controversos, considerando a heterogeneidade das populações

estudadas, o tipo de estudo, o período de intervenção, a dose do lipídio e os métodos

utilizados para avaliação da composição corporal. Assim, permanecem necessárias

abordagens investigativas relacionadas à elucidação do papel dos diferentes tipos de

lipídios dietéticos na obesidade, em que pese o caráter multifatorial dessa enfermidade.

Dados científicos acerca dos efeitos do consumo de óleo de coco sobre a saúde

dos indivíduos são escassos e conflitantes. Estímulos veiculados por mídias diversas

têm contribuído para o aumento, ainda que isolado, de práticas relacionadas ao consumo

desse óleo pela população. Se, por um lado, resultados positivos podem ser obtidos com

o consumo deste suplemento como parte do plano alimentar que atenda às

recomendações vigentes, efeitos adversos também são passíveis de ocorrer,

especialmente no caso de uso indiscriminado do produto. Assim, a investigação sobre o

impacto do consumo de óleo de coco sobre variáveis antropométricas, decomposição

corporal, laboratoriais e GE de homens obesos poderá contribuir para esclarecer dados

ainda controversos na literatura, ampliando informações, respaldadas no método

científico, acerca da propriedade ou não da inclusão deste tipo de alimento na dieta

individual habitual.

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4. OBJETIVOS

4.1. Geral

Avaliar o efeito do óleo de coco, comparado com o óleo de soja, na regulação da

composição corporal, lipemia, glicemia e GE de homens obesos.

4.2. Específicos

- Realizar intervenção nutricional com dois tipos de óleos fontes de TCM e TCL;

- Comparar a composição corporal, o GE e as variáveis laboratoriais entre os grupos;

- Avaliar a evolução da composição corporal, do GE e das variáveis laboratoriais após

intervenção por grupo.

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5. MÉTODOS

5.1. Considerações éticas

O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital

Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) e aprovado sob o protocolo 151/10

(Anexo A). Os voluntários foram informados sobre os procedimentos aos quais seriam

submetidos ao longo da pesquisa, sendo seu consentimento formalizado por meio da

assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) (Anexo B).

5.2. Casuística

O estudo foi realizado no Laboratório de Avaliação Nutricional (LANUTRI) do

Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro

(UFRJ), onde foram selecionados 26 homens adultos, de qualquer cor ou raça.

Foram incluídos voluntários com diagnóstico de obesidade grau I (IMC entre 30

e 34,9 kg/m2) (WHO, 1995), com ausência de perda de MC superior a 3 kg nos últimos

três meses. Não foram elegíveis indivíduos com diagnóstico prévio de diabetes mellitus,

cardiopatias, hipertensão arterial sistêmica, nefropatia, distúrbios tireoidianos,

gastrointestinais, infecciosos e/ou neoplasias, tabagismo, uso de hipolipemiantes e/ou

hipoglicemiantes, bem como fármacos e/ou dietas para perda de peso. Foram excluídos

os voluntários incapazes de cumprir todas as etapas do estudo.

O recrutamento dos voluntários foi realizado por meio de cartazes (Anexo C)

afixados nos prédios, em jornais e sites da UFRJ. A pré-seleção ocorreu por telefone,

quando foram verificados os critérios de elegibilidade (Anexo D) e os voluntários aptos

foram agendados para a reunião geral, ocasião em que foram medidas a MC e estatura

para confirmação das informações obtidas por telefone.

O fluxograma de recrutamento e seleção dos voluntários é apresentado na figura

1.

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Figura 1- Fluxograma de recrutamento e seleção dos voluntários.

IMC- índice de massa corporal e HAS- hipertensão arterial sistêmica.

5.3. Desenho experimental e esquema geral do estudo

Trata-se de um estudo de intervenção, randomizado e simples cego.

Após verificação dos critérios de elegibilidade, os voluntários foram

esclarecidos em relação à investigação pretendida e assinaram o TCLE. Foi aplicado o

questionário de dados gerais (Anexo E) e oferecidas as instruções para preenchimento

dos registros dietéticos de três dias (Anexo F), orientações para avaliação da

composição corporal e do GE (Anexo G).

No período basal do estudo, os voluntários se apresentaram em jejum noturno de

12 horas e foram realizadas a coleta de sangue, a avaliação antropométrica, da

composição corporal e do GE. Os registros dietéticos foram conferidos e aplicou-se o

questionário de frequência de atividade física (IPAQ) na forma curta, com objetivo de

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garantir a avaliação da rotina de atividade física, antes e após a intervenção (Anexo H)

(MATSUDO et al., 2001). Todos os voluntários foram instruídos a manter suas

atividades físicas habituais durante o período do estudo.

Em seguida, os voluntários receberam material contendo as orientações

nutricionais (BRASIL, 2007) (Anexo I), além das recomendações para o uso dos óleos

(Anexo J). Os óleos foram disponibilizados em frascos de 250 mL (com quantidade

para 15 dias), juntamente com um copo de plástico dosador de 15 mL.

Os voluntários foram randomizados por ordem de ingresso na pesquisa e

receberam, por 60 dias, suplemento de óleo de coco (G1) (ímpares) ou suplemento de

óleo de soja (G2) (pares).

Também foram preenchidos registros dietéticos de três dias (sendo dois dias

típicos e um atípico) durante a intervenção, um dia a cada quinzena. Semanalmente, os

voluntários eram contatados por telefone para esclarecimentos de possíveis dúvidas,

bem como para manter adesão à intervenção. Quinzenalmente eram realizadas consultas

individuais para checagem dos registros dietéticos e consumo do óleo, além da entrega

do frasco com o suplemento para os 15 dias subsequentes. Ao final de 60 dias, os

voluntários compareceram à última consulta, obedecendo ao mesmo protocolo utilizado

no período basal.

As etapas de condução do estudo são apresentadas na figura 2.

Figura 2- Esquema geral do estudo.

GE- gasto energético; IPAQ- questionário internacional de atividade física e RD- registro dietético.

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5.3.1. Avaliação da densidade e composição dos óleos

5.3.1.1. Densidade dos óleos

A densidade dos óleos (coco e soja) foi avaliada no Laboratório de Análise e

Processamento de Alimentos do INJC, de acordo com método estabelecido pelo

Instituto Adolf Lutz (2005).

A densidade dos óleos de coco e soja foram de 0,91 g/mL e 0,92 g/mL,

respectivamente, totalizando 13,7g (óleo de coco) e 13,8g (óleo de soja) em 15 mL.

5.3.1.2. Determinação de ácidos graxos dos óleos

5.3.1.2.1. Perfil cromatográfico

Os AG presentes nos óleos foram analisados no laboratório de Bioquímica

Nutricional do INJC, por cromatografia gasosa, utilizando o equipamento Agilent

Technologies 7890A CG System, equipado com detector de ionização de chama,

acoplado a um software EZChrom Elite CDS (Agilent Technologies, Inc., Santa Clara,

C.A., U.S).

Para a extração, saponificação e metilação dos AG, foi utilizado o método de

metilação direta alcalina, conforme descrito pela American Oil Chemists Society

(AOCS) Ce 2b-11 (AOCS, 2011).

Os ésteres metílicos foram separados em coluna capilar de sílica fundida SP-

2560 de bis-cianopropilpolisiloxano (Supelco Inc., Bellefonte, P.A., U.S.) com 100 m x

0,25 μm x 0,2 μm de diâmetro interno cuja programação de temperaturas da coluna foi

de 100°C, com taxa de aumento de temperatura de 3°C/min, alcançando a temperatura

de 140°C. A taxa de aumento da temperatura foi de 0,5°C/min até alcançar 170°C e, em

seguida, a taxa foi de 3,2°C/min até 220°C, permanecendo nessa temperatura por 35

minutos. As temperaturas do injetor e detector foram 250ºC. Os fluxos de gases (Linde

Gases, RJ, BR) foram de 0,75 mL/min para o gás de arraste (H2); 25 mL/min para o gás

auxiliar (N2) e 30 mL/min e 400 mL/min para o H2 e para o ar sintético da chama,

respectivamente. A razão de divisão da amostra (split) foi de 1/100. As injeções foram

realizadas por meio de injetor automático e o volume de injeção foi de 1μL. Essas

condições seguiram metodologia adaptada da AOCS Ce 1j-07 (AOCS, 2009b).

Os AG metilados foram identificados baseando-se na comparação com o tempo

de retenção relativo dos picos do padrão Nu-Chek Prep. INC., mistura de ésteres

metílicos 463.

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5.3.1.2.2. Quantificação dos ácidos graxos

A quantificação dos ésteres metílicos de AG foi realizada com o uso de um

padrão interno, observando-se o perfil anteriormente identificado.

Em geral, um padrão interno ideal deve ter as seguintes características: não ser

encontrado na amostra; apresentar alto grau de pureza; a massa adicionada deve ser

precisa; ser adicionado em concentrações de acordo com a norma estabelecida pela

AOCS; apresentar boa estabilidade, ser acessível; eluir separadamente e próximo dos

componentes da amostra; apresentar resposta do detector similar aos componentes da

amostra (VISENTAINER; FRANCO, 2006; AOCS, 2009a).

Pelo perfil identificado, verificou-se ausência dos ésteres metílicos de AG

C13:0, de modo que o padrão interno C13:0 (tritridecanoina), da sigma Aldrich, com

grau de pureza igual ou superior a 99% foi utilizado para a quantificação dos AG nas

amostras dos óleos. Foram calculados, de acordo com a AOCS (2011), os fatores de

correção empíricos de cada éster metílico de AG presente na mistura padrão 463 da

Nucheck USA, que possui 52 ésteres metílicos de AG.

A composição dos óleos analisados é apresentada na tabela 1.

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---- - não detectado.

O óleo de coco possui principalmente AGCM (DEBMANDAL; MANDAL,

2011), com destaque para o ácido láurico, enquanto que o óleo de soja possui,

preferencialmente, AGCL, destacando-se a quantidade de ácido linoleico presente no

material analisado (tabela 1). Conforme as análises, em 15 mL ou 13,7g de óleo de coco

têm-se 7,6g de TCM, enquanto que em 15 mL ou 13,8 g de óleo de soja, têm-se 13,0g

de TCL.

Tabela 1 - Análise qualitativa dos ácidos graxos no óleo de coco e

no óleo de soja, de acordo com a cromatografia gasosa.

Ácidos graxos

Composição (%)

Óleo de coco Óleo de soja

Ácido caproico (6:0) 0,4 ----

Ácido caprílico (8:0) 5,9 ----

Ácido cáprico (10:0) 5,0 ----

Ácido láurico (12:0) 48,6 ----

Ácido mirístico (14:0) 18,5 0,1

Ácido palmítico (16:0) 9,0 10,6

Ácido margárico (17:0) ---- 0,1

Ácido esteárico (18:0) 3,5 3,2

Ácido araquídico (20:0) 0,1 0,3

Ácido behênico (22:0) ---- 0,4

Ácidolignocérico (24:0) ---- 0,2

Total saturados 91,0 14,9

Ácido palmitoleico (16:1,9c) ---- 0,1

Ácido oleico (18:1, 9c) 5,5 23,6

Ácido cisvaccênico (18:1,11c) ---- 1,5

Ácido eicosenoico (20:1,8c) ---- 0,3

Total monoinsaturados 5,5 25,5

Ácido linoleico (18:2 9c 12c w6) 0,8 51,4

Ácido alfa-linolênico (18:3 9c,12c,15c) ---- 5,1

Total poli-insaturados 0,8 56,5

Total 97,3 96,9

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5.3.2. Avaliação do consumo alimentar

Foram utilizados registros dietéticos de três dias, sendo dois dias típicos e um

atípico (FONTANIVE; DE PAULA; PERES, 2002), para análise do hábito alimentar

dos voluntários e da ingestão de alimentos durante a intervenção.

Por ocasião da checagem dos registros dietéticos foram utilizadas diferentes

imagens de alimentos, porções e utensílios, para auxiliar os participantes na avaliação

da quantidade de alimentos consumidos (ZABOTTO; VIANA; GIL, 1996).

Adicionalmente, foi investigado o modo de preparo dos alimentos, intervalo entre as

refeições, adição de açúcar, uso de produtos dietéticos e óleos, produtos com redução do

valor energético (light), bem como possível omissão de refeições.

A análise da composição química da dieta foi realizada utilizando-se o programa

de análises de dietas DietPro 5i, tendo como referência três tabelas de composição

química dos alimentos (NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISA EM ALIMENTAÇÃO

(NEPA)/UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP), 2006;

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP), 2008; PHILIPPI, 2012).

Considerou-se adequadas dietas contendo 50-55% de carboidratos, 15-20% de

proteínas (ABESO, 2009)e 30-35% de lipídios totais, com até 10% de AGS, 15-20% de

AGMI e 6-11% de AGPI (FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO),

2010), colesterol inferior a 300mg e fibras entre 20-30g/dia (COUTINHO, 1999).

5.3.3. Intervenção nutricional

O TCM foi oferecido por meio do óleo de coco extra virgem da Copra Indústria

Alimentícia®, e o TCL, por meio do óleo de soja da marca Leve

®. Os voluntários foram

orientados a fazer uso diário de 15 mL do óleo de coco ou de soja, dividido em duas

doses de 7,5 mL (no desjejum e no jantar), misturado à refeição ou puro, durante 60

dias. Cada voluntário recebeu o óleo em garrafa de vidro fumê estéril, devidamente

etiquetada, contendo registro da data e volume de óleo presente em seu interior (garrafa

com capacidade de 250 mL), referente ao conteúdo necessário para consumo quinzenal

(225 mL), acrescido de 25 mL como margem de desperdício, além de copo dosador de

plástico, com capacidade de 15 mL. Os voluntários também foram orientados a devolver

as garrafas com o óleo residual, recebendo nova garrafa porcionada para mais 15 dias.

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Também foram feitas orientações nutricionais padronizadas (BRASIL, 2007)

para serem seguidas durante todo o estudo, porém não foram prescritos planos

alimentares. Foram realizados contatos telefônicos semanais, com o objetivo de manter

a adesão ao tratamento bem como esclarecer possíveis dúvidas. A cada 15 dias, os

voluntários compareciam às consultas individuais para checagem do cumprimento das

orientações nutricionais, esclarecimentos de dúvidas e/ou relatos de quaisquer efeito(s)

colateral(ais).

5.3.4. Avaliação laboratorial

As coletas de sangue e as análises laboratoriais foram realizadas no laboratório

de análises clínicas da Faculdade de Farmácia (LACFAR), por pessoal devidamente

treinado e com materiais descartáveis.

Após jejum noturno de 12 horas, foram coletados quatro tubos de amostra

sanguínea de cada voluntário: um tubo de 4 mL, contendo anticoagulante fluoreto de

sódio, para a análise da glicose plasmática e três tubos de 9 mL, sem anticoagulante,

para as determinações de insulina e lipemia.

A glicemia (LOTT; TURNER, 1975) e a lipemia (concentrações séricas de TG,

HDL-c e CT (RICHMOND, 1973; KOSTNER et al., 1979; MCGOWAN et al., 1983)

foram analisadas por método enzimático-colorimétrico (kit comercial CELM® e

KATAL®

). Os valores de lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL-c) e LDL-c

foram calculados (FRIEDEWALD; LEVY; FREDRICKSON, 1972).

A insulina foi analisada por teste imunoenzimático utilizando-se o kit Human

Insulin ELISA (Gênese Produtos Diagnósticos) (LIDA et al., 2008). A RI foi calculada

pelo método HOMA (Homeostasis Model Assessment) (MATTHEWS et al., 1985),

conforme fórmula descrita em destaque.

Para as demais variáveis foram utilizadas as referências apresentadas no quadro

1.

HOMA-IR (HomeostasisModelAssessment - InsulinResistance) =

Concentração sérica de insulina em jejum (µU/mL) x glicose em jejum (mmol/L)/22,5.

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28

HDL-c- lipoproteína de alta densidade; LDL-c- lipoproteína de baixa densidade; TG-triglicerídeos;

VLDL-c- lipoproteína de muito baixa densidade; NCEP- NATIONAL CHOLESTEROL EDUCATION

PROGRAM.

5.3.5. Avaliação antropométrica e da composição corporal

As avaliações da MC, estatura, PC e composição corporal foram realizadas no

LANUTRI, pela manhã, após jejum de 12h (BRASIL, 2004). Os indivíduos tiveram a

MC avaliada utilizando-se balança plataforma eletrônica Filizola® modelo Personal

Line 200, com capacidade de 200 kg e precisão de 50g, trajando roupas leves e

descalços. A estatura foi determinada utilizando-se estadiômetro vertical portátil, marca

Alturexata®, com precisão de 1mm.

O IMC foi calculado utilizando-se a MC (kg)/altura (m)2, e a classificação foi

estabelecida de acordo com os pontos de corte propostos pela Organização Mundial da

Saúde (WHO, 1995; 2004).

O PC foi medido no ponto médio entre a última costela e crista ilíaca, utilizando-

se fita antropométrica Sanny®, modelo TR4011 e precisão de 1mm. A medida foi

realizada na posição vertical. O indivíduo manteve os pés unidos, os braços relaxados

lateralmente e o peso do corpo distribuído uniformemente (WHO, 2000). Tanto a

estatura quanto o PC foram medidos por duas vezes.

A composição corporal foi avaliada por bioimpedância elétrica multifrequência

(Biodynamics modelo 450), com o voluntário em posição horizontal, com membros

estendidos, sem meias, luvas ou objetos metálicos. O método se baseia no princípio da

passagem de corrente elétrica no tecido hidratado, o qual se relaciona diretamente com a

Quadro 1-Pontos de corte dos parâmetros laboratoriais

Parâmetros laboratoriais Ponto de corte Referências

Glicemia de jejum 70 - 99 mg/dL Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes,

2012-2013

Insulina de jejum 2,5 - 25,0 mUI/mL Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes,

2012-2013

Colesterol total Inferior a 200 mg/dL NCEP, 2002

HDL-c Superior ou igual a 60 mg/dL NCEP, 2002

LDL-c Inferior a 100 mg/dL NCEP, 2002

TG Inferior a 150 mg/dL NCEP, 2002

VLDL-c Inferior a 30 mg/dL NCEP, 2002

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29

MLG. Assim, foi estimada a MLG e, por diferença com a MC total, a GCT,

considerando o modelo de dois compartimentos corporais, gorduroso e livre de gordura

(LUKASKI et al., 1985). O excesso de GC em homens é caracterizado por valor igual

ou superior a 25% (LOHMAN; ROCHE; MARTORELL, 1991).

5.3.6. Avaliação do gasto energético

O preparo (Anexo G) para a avaliação do GE de repouso foi iniciado três dias

antes da sua realização, com objetivo de avaliar seu cumprimento foram realizadas

perguntas referentes ao preparo no dia do ensaio clínico (Anexo E).

O procedimento foi realizado no LANUTRI, utilizando-se o circuito aberto de

calorimetria indireta com campânula respiratória (Vmax 29N®

, Vias ys Health care,

EUA) (FERRANINI, 1988). Os volumes de O2 e CO2 foram medidos, em jejum, no

período basal e após a intervenção.

A avaliação foi precedida por repouso de 30 minutos e o O2 e CO2 medidos por

30 minutos. Para os cálculos do gasto energético de repouso e quociente respiratório

basal foram utilizados o volume dos gases mencionados, VO2 e VCO2 (mL/minuto)

(FERRANINI, 1988; VALVE et al., 1999). A equação descrita por Weir (1949) foi

usada para calcular o gasto energético de repouso.

5.3.7. Avaliação do nível de atividade física

A classificação do IPAQ foi proposta pela Organização Mundial da Saúde e

validada para a população brasileira por Matsudo et al. (2001).

No presente estudo, a forma curta do questionário (Anexo H) foi aplicada no

período basal e ao término da pesquisa, com o objetivo de avaliar se os voluntários

mantiveram o mesmo nível de atividade física relatado anteriormente ao início da

intervenção. Segundo Matsudo et al. (2001), a classificação é estabelecida da seguinte

forma:

- Sedentário: não realiza nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos

durante a semana;

- Insuficientemente Ativo: consiste em classificar os indivíduos que praticam atividades

físicas por pelo menos 10 minutos contínuos por semana, porém de maneira insuficiente

para ser classificado como ativos. Para classificar os indivíduos nesse critério, são

somadas a duração e a frequência dos diferentes tipos de atividades (caminhadas,

moderada e vigorosa). Essa categoria divide-se em dois grupos:

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Insuficientemente Ativo A- Realiza 10 minutos contínuos de atividade física,

seguindo pelo menos um dos critérios citados: frequência de5 dias/semana ou

duração de 150 minutos/semana;

Insuficientemente Ativo B - Não atinge nenhum dos critérios da recomendação

citada para os indivíduos insuficientemente ativos A;

- Ativo: cumpre as seguintes recomendações: a) atividade física vigorosa - superior ou

igual a 3 dias/semana e superior ou igual a 20 minutos/sessão; b) moderada ou

caminhada - superior ou igual a 5 dias/semana e superior ou igual a 30 minutos/sessão;

c) qualquer atividade somada: superior ou igual a 5 dias/semana e superior ou igual a

150 min/semana;

- Muito Ativo: cumpre as seguintes recomendações: a) vigorosa- superior ou igual a 5

dias/semana e superior ou igual a30 min/ sessão; b) vigorosa- superior ou igual a 3

dias/semana e superior ou igual a20 min/sessão e atividade moderada e/ou caminhada

superior ou igual a 5 dias/semana e superior ou igual a 30 min/sessão.

5.4. Análises estatísticas

Os resultados foram analisados como média, desvio padrão e intervalo de

confiança. A comparação das variáveis contínuas, antes e após a intervenção, e entre

grupos, foi realizada por Wilcoxon e Mann Whitney, respectivamente. Foi utilizado o

pacote estatístico SPSS versão 16, considerando p ≤ 0,05.

O tamanho da amostra foi calculado com base no estudo realizado por St-Onge e

Bosarge (2008), no qual o grupo suplementado com TCM apresentou redução na MC de

3,2 ± 0,49 kg, enquanto o grupo controle apresentou redução de 1,4 ± 0,49 kg em 16

semanas. Foi considerado erro tipo I de 0,05 e erro tipo II de 0,30. Nestas condições, o

tamanho mínimo da amostra deveria ser de 14 indivíduos em cada grupo. Foi utilizado o

aplicativo estatístico STATA 10.0.

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31

6. RESULTADOS

6.1. Caracterização da população estudada no período basal

Participaram da pesquisa 26 homens com obesidade grau I e PC maior que 94

cm, variáveis associadas ao risco aumentado de desenvolvimento de doenças

relacionadas à obesidade (Tabela 2).

Os grupos foram homogêneos, exceto quanto à MG e quociente respiratório, que

foram inferiores em G1 e, consequentemente, a MLG foi superior neste grupo (Tabela

2).

Os parâmetros laboratoriais não diferiram entre os grupos. Em relação aos

valores de referência, tanto no G1 quanto no G2 os indivíduos apresentavam HDL-c

abaixo do ponto de corte de 60 mg/dL e LDL-c superior a 100 mg/dL (Tabela 2).

Ambos os grupos não apresentaram alterações glicêmicas e RI, conforme os parâmetros

de glicose de jejum e HOMA-IR, respectivamente.

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G1- grupo suplementado com óleo de coco; G2- grupo suplementado com óleo de soja; MC- massa corporal; IMC- índice de massa

corporal; PC- perímetro da cintura; MG- massa gorda; MLG- massa livre de gordura; QR- quociente respiratório; GER- gasto energético de repouso; HOMA-IR- Homeostasis Model Assessment – Insulin Resistance; TG-triglicerídeos; CT- colesterol total; LDL-c- lipoproteína de baixa densidade; VLDL-c- lipoproteína de muito baixa densidade; HDL-c- lipoproteína de alta densidade.

Tabela 2 - Variáveis antropométricas e laboratoriais de homens obesos antes da intervenção com

suplemento de óleo de coco (G1) ou óleo de soja (G2) (média, desvio padrão e intervalo de

confiança 95%)

Variáveis G1 (n=14) G2 (n=12) p-valor

Idade (anos)

Estatura (m)

MC (kg)

IMC (kg/m2)

PC (cm)

MG (%)

MG (kg)

MLG (%)

MLG (kg)

29,78 ± 6,36 (26,11 - 33,46)

1,78 ± 0,04 (1,76 - 1,81)

100,01 ± 4,97 (97,14 - 102,90)

31,50 ± 1,29 (30,76 - 32,25)

103,53 ± 3,66 (101,41 - 105,64)

28,31 ± 2,83 (26,67 - 29,94)

28,36 ± 3,76 (26,18 – 30,53)

71,69 ± 2,83 (70,06 - 73,32)

71,61 ± 3,47 (69,61 – 73,62)

34,00 ± 12,84 (25,84 - 42,16)

1,74 ± 0,06 (1,70 - 1,78)

99,22 ± 8,36 (93,91 - 104,50)

32,68 ± 1,87 (31,50 - 33,87)

105, 39 ± 5,59 (101,84 - 108, 94)

30,38 ± 1,47 (29,45 - 31,32)

30,32 ± 3,41 (28,16 – 32,49)

69,60 ± 1,46 (68,67 - 70,53)

69,14 ± 5,25 (65,81 – 72,48)

0,82

0,12

0,63

0,12

0,35

0,02

0,21

0,02

0,19

QR (VCO2/VO2)

GER (Kcal)

Glicemia (mg/dL)

Insulina (mcU/mL)

HOMA-IR

TG (mg/dL)

CT (mg/dL)

LDL-c (mg/dL)

VLDL-c (mg/dL)

HDL-c (mg/dL)

0,82 ± 0,18 (0,71 - 0,93)

1848,60 ± 315,01 (1666,70 - 2030,50)

94,50 ± 8,91 (89,36 - 99,64)

8,38 ± 4,37 (5,86 - 10,90)

1,94 ± 0,95 (1,39 - 2,49)

114,93 ± 41,60 (90,91 –138,95)

174,07 ± 29,29 (157,16 - 190,99)

108,36 ± 27,67 (92,38 - 124,33)

22,93 ± 8,32 (18,12 - 27,73)

42,78 ± 8,16 (38,07 - 47,50)

0,87 ± 0,11 (0,80 – 0,94)

1695,80 ± 313,19 (1496,80 - 1894,80)

93,17 ± 6,52 (89,02 - 97,31)

11,22 ± 7,24 (6,62 - 15,82)

2,59 ± 1,71 (1,50 - 3,68)

121,75 ± 62,79 (81,85 - 161,65)

182,42 ± 33,05 (161,42 - 203,42)

115,75 ± 29,84 (96,79 - 134,71)

24,33 ± 12,63 (16,31 - 32,36)

42,33 ± 5,10 (38,53 – 46,14)

0,02

0,12

0,90

0,37

0,46

0,82

0,49

0,53

0,82

0,90

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33

As variáveis dietéticas também não diferiram entre grupos (Tabela 3). Quando

comparados com as recomendações, os grupos apresentaram adequação na ingestão de

proteínas, porém a ingestão lipídica foi superior a 35% e o carboidrato inferior a 50%,

caracterizando dieta normoproteica, hiperlipídica e hipoglicídica. A ingestão de AGS,

AGPI e fibras foram adequadas, e de AGMI apresentou-se abaixo do preconizado e o

colesterol superior à recomendação.

Os voluntários mantiveram atividades físicas habituais semelhantes, antes e

durante a intervenção cuja classificação foi 7,69% dos voluntários foram classificados

como sedentários 57,69% insuficientemente ativos A, 15,38% insuficientemente ativos

B, 7,69% ativos e 11,54% muito ativos.

6.2. Efeito da intervenção nutricional sobre as variáveis antropométricas,

laboratoriais e dietéticas.

G1 apresentou MG inferior e MLG superior a G2, mantendo o resultado

observado no período basal, porém, o IMC foi menor em G1. No entanto, não foram

observadas diferenças entre grupos ao se comparar a variação dos dados antes e após a

intervenção (Tabela 4). Comparando-se as variáveis antropométricas após intervenção,

Tabela 3 - Ingestão dietética habitual de homens obesos antes da intervenção com suplemento de

óleo de coco (G1) ou óleo de soja (G2) (média, desvio padrão e intervalo de confiança 95%)

Variáveis G1 (n=14) G2 (n=12) p-valor

Calorias (kcal)

Carboidrato (%)

Proteína (%)

Lipídio (%)

AGPI (%)

AGMI (%)

AGS (%)

Fibras (g)

Colesterol (mg)

2900,90 ± 901,21 (2620,00 - 3181,70)

43,14 ± 9,36 (40,23 - 46,06)

16,97 ± 5,78 (15,16 - 18,77)

37,08 ± 8,22 (34,52 - 39,64)

9,76 ± 4,73 (8,28 - 11,23)

10,92 ± 3,80 (9,73- 12,11)

10,02 ± 4,19 (8,72 - 11,33)

25,23 ± 21,96 (18,39 - 32,08)

454,47 ± 434,90 (318,95 – 590,00)

2721,20 ± 677,87 (2491,80 - 2950,5)

46,57 ± 10,25 (43,11 - 50,04)

16,88 ± 4,84 (15,25 - 18,52)

37,08 ± 12,55 (32,83- 41,33)

9,51 ± 3,81 (8,22 - 10,79)

10,50 ± 4,76 (8,89 - 12,11)

9,89 ± 4,00 (8,54 - 11,25)

23,65 ± 11,64 (19,71 - 27,59)

393,42 ± 232,88 (314,62 - 472,21)

0,53

0,21

0,67

0,50

0,98

0,33

0,95

0,66

0,59

G1-GG1- grupo suplementado com óleo de coco; G2- grupo suplementado com óleo de soja; AGPI- ácido graxo poli-insaturado; AGMI- ácido

graxo monoinsaturado; AGS- ácido graxo saturado.

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34

em relação à situação basal, somente G1 reduziu a MC e o IMC. Ambos os grupos

reduziram PC e MG, e aumentaram a MLG (Tabela 5).

O quociente respiratório, que era inferior em G1 no período basal, não diferiu

após a intervenção e tampouco se alterou, em ambos os grupos, comparando-se antes e

após intervenção. As variáveis laboratoriais não diferiram entre grupos e após

intervenção (Tabelas 4 e 5).

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Tabela 4 – Comparação das variáveis antropométricas e laboratoriais de homens obesos após a intervenção e a variação das mesmas, entre os grupos

suplementados com óleo de coco (G1) e óleo de soja (G2) (média, desvio padrão e intervalo de confiança 95%)

G1 G2

Variáveis Final Variação G1 Final Variação G2 p-

valor

p-valor

variação MC (kg) 97,95 ± 5,42 (94,82 - 101,08) -2,06 ± 2,76 (-3,66 - -0,47) 98,07 ± 8,86 (92,44 - 103,71) -1,15 ± 2,32 (-2,62 – 0,32) 0,78 0,82

IMC (Kg/m2) 30,84 ± 1,55 (29,95 - 31,74) -0,66 ± 0,88 (-1,17 - -0,15) 32,29 ± 1,94 (31,06 - 33,52) -0,39 ± 0,73 (-0,85 – 0,07) 0,05 0,86

PC (cm) 101,40 ± 4,35 (98,89 - 103,91) -1,44± 1,77 (-2,47 – 0,42) 104,25 ± 5,06 (101,04 - 107,46) -0,73 ± 0,97 (-1,35 - -0,12) 0,21 0,63

MG (%) 27,38± 2,81 (25,76 - 28,00) -0.93 ± 1,16 (-1,60 - -0,26) 29,73 ± 1,68 (28,67 - 30,80) 0,65 ± 0,73 (-1,11 - -0,19) 0,01 0,53

MG (kg) 26,33 ± 4,03 (24,00 – 28,65) -2,03 ± 2,35 (-3,39 - -0,67) 29,23 ± 3,81 (26,81 – 31,65) -1,09 ± 1,42 (-1,99 - -0,19) 0,08 0,49

MLG (%) 72,62 ± 2,81 (71,00 - 74,24) 0,93 ± 1,16 (0,26 – 1,60) 70,27 ± 1,68 (69,20 - 71,33) 0,66 ± 0,74 (0,19 – 1,13) 0,01 0,53

MLG (kg) 71,06 ± 3,51 (69,03 – 73,09) -0,55 ± 1,70 (-1,53 – 0,43) 68,84 ± 5,49 (65,35 – 72,33) 0,30 ± 1,23 (-1,08 – 0,48) 0,32 0,94

QR (VCO2/VO2) 0,82 ± 0,05 (0,79 - 0,85) -0,04 ± 0,17 (-0,10 – 0,09) 0,85 ± 0,10 (0,78 - 0,91) -0,02 ± 0,14 (-0,12 – 0,06) 0,53 0,21

GER (Kcal) 1660,60 ± 430,36 (1412,10 - 1909,10) -188,01± 555,65 (-508,83 – 132,81) 1685,70 ± 336,30 (1472,00 - 1899,30) -10,15 ± 241,88 (-163,84 – 143,53) 0,63 0,53

Glicose (mg/dL) 91,36 ± 8,19 (86,63 - 96,08) -3,14 ± 8,44 (-8,01 – 1,73) 89,58 ± 8,61 (84,11 - 95,05) -3,58 ± 9,80 (-9,81 – 2,64) 0,67 0,82

Insulina (mcU/mL) 9,50 ± 6,26 (5,89 - 13,11) 1,12 ± 2,82 (-0,51 – 2,75) 9,52 ± 4,53 (6,64 - 12,402) -1,70 ± 4,42 (-4,51 – 1,11) 0,63 0,08

HOMA-IR 2,18 ± 1,61 (1,25 - 3,11) 0,24 ± 0,86 (-0,26 – 0,74) 2,11 ± 1,06 (1,43 - 2,78) -0,48 ± 1,09 (-1,18 – 0,21) 0,82 0,12

TG (mg/dL) 120,21 ± 67,97 (80,97 - 159,46) 5,28 ± 42,52 (-19,26 – 29,83) 124,25 ± 51,66 (91,42 - 157,08) 2,50 ± 45,73 (-26,56 – 31,56) 0,59 0,40

CT (mg/dL) 175,57 ± 31,26 (157,52 - 193,62) 1,50 ± 33,60 (-17,90 – 20,90) 184,00 ± 31,10 (163,92 - 204,02) 1,58 ± 9,30 (-4,32 – 7,49) 0,23 0,98

LDL-c (mg/dL) 111,79 ± 25,91 (96,82 - 126,75) 3,43 ± 31,74 (-14,90 – 21,75) 118,42 ± 27,26 (101,10 - 135,74) 2,67± 10,60 (-4,07 – 9,40) 0,25 0,98

VLDL-c (mg/dL) 24,46 ± 13,49 (16,21 - 31,79) 1,07 ± 8,44 (-3,80 – 5,95) 24,83 ± 10,36 (18,25 - 31,42) 0,50 ± 9,22 (-5,36 – 6,36) 0,56 0,43

HDL-c (mg/dL) 39,78 ± 7,28 (35,58 - 43,99) -3,00 ± 6,78 (-6,92 – 0,92) 40,75 ± 5,38 (37,33 - 44,17) -1,58 ± 5,96 (-5,37 – 2,20) 0,86 0,90

G1- grupo suplementado com óleo de coco; G2- grupo suplementado com óleo de soja; Variação: dado final – dado inicial; MC- massa corporal; IMC- índice de massa corporal; PC- perímetro da cintura; MG- massa gorda; MLG- massa livre de gordura; QR- quociente respiratório; GER- gasto energético de repouso; HOMA-IR- Homeostasis Model Assessment – Insulin Resistance; TG-triglicerídeos; CT- colesterol total; LDL-c- lipoproteína de baixa densidade; VLDL-c- lipoproteína de muito baixa densidade; HDL-c- lipoproteína de alta densidade. Resultados expressos em média ± desvio padrão.

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Tabela 5- Comparação das variáveis antropométricas e laboratoriais por grupos, antes e após intervenção (média, desvio padrão e intervalo de confiança 95%)

G1 (n=14) G2 (n=12)

Variáveis Inicial Final

p

valor Inicial Final

p

valor

MC (kg) 100,00 ± 4,97 (97,14 -102,90) 97,95 ± 5,42 (94,82 -101,08) 0,02 99,22 ± 8,36 (93,91 - 104,50) 98,07 ± 8,86 (92,44 - 103,71) 0,11

IMC (kg/m2) 31,50 ± 1,29 (30,76 - 32,25) 30,84 ± 1,55 (29,95 - 31,74) 0,01 32,68 ± 1,87 (31,50 - 33,87) 32,29 ± 1,94 (31,06 - 33,52) 0,09

PC (cm) 103,53 ± 3,66 (101,41 - 105,64) 101,40 ± 4,35 (98,89 - 103,91) 0,03 105,39 ± 5,59 (101,84 - 108,94) 104,25 ± 5,06 (101,04 - 107,46) 0,02

MG (%) 28,31± 2,83 (26,67 - 29,94) 27,38± 2,81 (25,76 - 28,00) 0,02 30,38 ± 1,47 (29,45 - 31,32) 29,73 ± 1,68 (28,67 - 30,80) 0,02

MG (kg) 28,36 ± 3,76 (26,18 – 30,53) 26,33 ± 4,03 (24,00 – 28,65) 0,01 30,32 ± 3,41 (28,16 – 32,49) 29,23 ± 3,81 (26,81 – 31,65) 0,03

MLG (%) 71,69 ± 2,83 (70,06 - 73,32) 72,62 ± 2,81 (71,00 - 74,24) 0,02 69,606 ± 1,46 (68,67 - 70,53) 70,27 ± 1,68 (69,20 - 71,33) 0,01

MLG (kg) 71,61 ± 3,47 (69,61 – 73,62) 71,06 ± 3,51 (69,03 – 73,09) 0,27 69,14 ± 5,25 (65,81 – 72,48) 68,84 ± 5,49 (65,35 – 72,33) 0,31

QR (VCO2/VO2) 0,82 ± 0,18 (0,71 - 0,93) 0,82 ± 0,05 (0,79 - 0,85) 0,27 0,87 ± 0,11 (0,80 - 0,94) 0,85 ± 0,10 (0,78 - 0,91) 0,35

GER (Kcal) 1848,60 ± 315,01 (1666,70 - 2030,50) 1660,60 ± 430,36 (1412,10 - 1909,10) 0,07 1695,80 ± 313,19 (1496,80 - 1894,80) 1685,70 ± 336,30 (1472,00 - 1899,30) 0,58

Glicose (mg/dL) 94,50 ± 8,91 (89,36 - 99,64) 91,36 ± 8,19 (86,63 - 96,08) 0,16 93,17 ± 6,52 (89,02 - 97,31) 89,58 ± 8,61 (84,11 - 95,05) 0,17

Insulina (mcU/mL) 8,38 ± 4,37 (5,86 - 10,90) 9,50 ± 6,26 (5,89 - 13,11) 0,14 11,22 ± 7,24 (6,62 - 15,82) 9,52 ± 4,53 (6,64 - 12,402) 0,29

HOMA-IR 1,94 ± 0,95 (1,39 - 2,49) 2,18 ± 1,61 (1,25 - 3,11) 0,43 2,59 ± 1,71 (1,50 - 3,68) 2,11 ± 1,06 (1,43 - 2,78) 0,18

TG (mg/dL) 114,93 ± 41,60 (90,91 - 138,95) 120,21 ± 67,97 (80,97 - 159,46) 0,73 121,75 ± 62,79 (81,85 - 161,65) 124,25 ± 51,66 (91,42 - 157,08) 0,35

CT (mg/dL) 174,07 ± 29,29 (157,16 - 190,99) 175,57 ± 31,26 (157,52 - 193,62) 0,75 182,42 ± 33,05 (161,42 - 203,42) 184,00 ± 31,10 (163,92 - 204,02) 0,45

LDL-c (mg/dL) 108,36 ± 27,67 (92,38 - 124,33) 111,79 ± 25,91 (96,82 - 126,75) 0,68 115,75 ± 29,84 (96,79 - 134,71) 118,42 ± 27,26 (101,10 - 135,74) 0,37

VLDL (mg/dL) 22,93 ± 8,32 (18,12 - 27,73) 24,46 ± 13,49 (16,21 - 31,79) 0,70 24,33 ± 12,63 (16,31 - 32,36) 24,83 ± 10,36 (18,25 - 31,42) 0,33

HDL-c (mg/dL) 42,78 ± 8,16 (38,07 - 47,50) 39,78 ± 7,28 (35,58 - 43,99) 0,13 42,33 ± 5,99 (38,53 - 46,14) 40,75 ± 5,38 (37,33 - 44,17) 0,14

G1- grupo suplementado com óleo de coco; G2- grupo suplementado com óleo de soja; MC- massa corporal; IMC- índice de massa corporal; PC- perímetro da cintura; MG- massa gorda; MLG- massa livre de gordura; QR- quociente respiratório; GER- gasto energético de repouso; HOMA-IR- Homeostasis Model Assessment – Insulin Resistance; TG-triglicerídeos; CT- colesterol total; LDL-c- lipoproteína de baixa densidade; VLDL-c- lipoproteína de muito baixa densidade; HDL-c- lipoproteína de alta densidade. Resultados expressos em média ± desvio padrão.

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37

Não houve diferença nas variáveis dietéticas durante a intervenção, e tampouco na

variação destes parâmetros antes e após a intervenção, entre grupos (Tabela 6). A dieta de

ambos os grupos foi hipocalórica, comparada ao período basal. Houve redução na ingestão de

lipídios, AGMI e colesterol em G1, o que não ocorreu em G2 (Tabela 7), porém, ao se

comparar com as recomendações, ambos os grupos apresentaram a mesma classificação. G1 e

G2 ingeriram dieta normolipídica, hipoglicídica e hiperproteica. A ingestão de AGMI

apresentou-se abaixo da recomendação, enquanto as ingestões relativas aos AGS e AGPI

foram adequadas bem como as de colesterol e fibras (Tabelas 6 e 7).

Considerando a suplementação, tanto G1 quanto G2 apresentaram dieta hiperlipídica,

correspondendo a 38,56% e 38,38% da energia total consumida, respectivamente.

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38

Tabela 6 - Comparação das variáveis dietéticas de homens obesos após a intervenção e a variação das mesmas, entre os grupos suplementados com óleo de coco

(G1) e óleo de soja (G2) (média, desvio padrão e intervalo de confiança 95%)

G1 G2

Variáveis Final Variação G1 Final Variação G2 p-

valor

p-valor

variação Calorias (Kcal) 2111,70 ± 717,36 (1888,20 - 2335,30) -764,02 ± 1060,10 (-1094,37 - -433,67) 1949,80 ± 427,53 (1805,10 - 2094,50) -730,44 ± 836,27 (-1013,40 - - 447,49) 0,72 0,86

Carboidrato (%) 44,49 ± 9,29 (41,59 - 47,38) 1,15 ± 11,69 (-2,50 - 4,79) 43,99 ± 9,45 (40,79 - 47,19) -2,77 ± 12,74 (-7,08 - 1,54) 0,71 0,28

Proteína (%) 21,91 ± 6,50 (19,88 - 23,94) 4,81 ± 9,28 (1,92 - 7,70) 22,80 ± 5,93 (20,79 - 24,80) 6,19 ± 6,94 (3,84 - 8,54) 0,66 0,42

Lipídio (%) 33,25 ± 7,08 (31,05 - 35,46) -3,39 ± 10,07 (-6,53 - -0,26) 32,01 ± 6,98 (29,65 - 34,38) -4,47± 13,87 (-9,16 - 0,22) 0,54 0,57

AGPI (%) 9,60 ± 3,86 (8,39 - 10,80) -0,21 ± 5,64 (-1.97 - 1,54) 9,47 ± 3,06 (8,44 - 10,51) 0,03 ± 5,14 (-1,70 - 1,77) 0,98 0,78

AGMI (%) 8,65 ± 2,51 (7,87 - 9,34) -2,12 ± 5,08 (-3,71 - -0,54) 9,46 ± 2,88 (8,49 - 10,44) -1,15 ± 5,73 (-3,09 - 0,79) 0,19 0,31

AGS (%) 8,39 ± 3,31 (7,36 - 9,42) 1,42 ± 5,37 (-3,09 - 0,25) 9,25 ± 3,83 (7,95 - 10,55) -0,34 ± 5,42 (-2,17 – 1,49) 0,41 0,48

Fibras (g) 25,00 ± 10,59 (21,70 - 28,30) -0,66 ± 24,10 (-8,17 - 6,85) 23,85 ± 10,59 (20,27 - 27,43) 0,56 ± 14,39 (-4,31 - 5,43) 0,55 0,96

Colesterol (mg) 282,37 ± 157,42 (233,31 - 331,42) -164,42 ± 435,18 (-300,03 - -28,81) 269,16 ± 156,26 (216,28 - 322,03 -118,86 ± 278,62 (-213,13 - -24,59) 0,64 0,79

G1- grupo suplementado com óleo de coco; G2- suplementado com óleo de soja; Variação: dado final - dado inicial; AGPI- ácido graxo poli-insaturado; AGMI- ácido graxo monoinsaturado; AGS- ácido graxo saturado

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39

Tabela 7 - Comparação das variáveis dietéticas por grupos, antes e durante a intervenção (média, desvio padrão e intervalo de confiança 95%)

G1 (n=14) G2 (n=12)

Inicial Final

p

valor Inicial Final

p

valor

Calorias (kcal) 2900,90 ± 901,21 (2620,00 - 3181,70) 2111,70 ± 717,36 (1888,20 - 2335,30) 0,00

2721,20 ± 677,87 (2491,80 - 2950,5) 1949,80 ± 427,53 (1805,10 - 2094,50) 0,00

Carboidrato (%) 43,14 ± 9,36 (40,23 - 46,06) 44,49 ± 9,29 (41,59 - 47,38) 0,90

46,57 ± 10,25 (43,11 - 50,04) 43,99 ± 9,45 (40,79 - 47,19) 0,34

Proteína (%) 16,97 ± 5,78 (15,16 - 18,77) 21,91 ± 6,50 (19,88 - 23,94) 0,00

16,88 ± 4,84 (15,25 - 18,52) 22,80 ± 5,93 (20,79 - 24,80) 0,00

Lipídio (%) 37,08 ± 8,22 (34,52 - 39,64) 33,25 ± 7,08 (31,05 - 35,46) 0,02

37,08 ± 12,55 (32,83- 41,33) 32,01 ± 6,98 (29,65 - 34,38) 0,08

AGPI (%) 9,76 ± 4,73 (8,28 - 11,23) 9,60 ± 3,86 (8,39 - 10,80) 0,85

9,51 ± 3,81 (8,22 - 10,79) 9,47 ± 3,06 (8,44 - 10,51) 0,65

AGMI (%) 10,92 ± 3,80 (9,7 3- 12,11) 8,65 ± 2,51 (7,87 - 9,34) 0,01

10,50 ± 4,76 (8,89 - 12,11) 9,46 ± 2,88 (8,49 - 10,44) 0,48

AGS (%) 10,02 ± 4,19 (8,72 - 11,33) 8,39 ± 3,31 (7,36 - 9,42) 0,11

9,89 ± 4,00 (8,54 - 11,25) 9,25 ± 3,83 (7,95 - 10,55) 0,40

Fibras (g) 25,23 ± 21,96 (18,39 - 32,08) 25,00 ± 10,59 (21,70 - 28,30) 0,56 23,65 ± 11,64 (19,71 - 27,59) 23,85 ± 10,59 (20,27 - 27,43) 0,85

Colesterol (mg) 454,47 ± 434,90 (318,95 - 590,00) 282,37 ± 157,42 (233,31 - 331,42) 0,00 393,42 ± 232,88 (314,62 - 472,21) 269,16 ± 156,26 (216,28 - 322,03 0,08

G1- grupo suplementado com óleo de coco; G2- suplementado com óleo de soja; AGPI- ácido graxo poli-insaturado; AGMI- ácido graxo monoinsaturado; AGS- ácido graxo saturado.

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40

7. DISCUSSÃO

O presente estudo demonstrou efeito positivo do óleo de coco no controle da

obesidade, porém não influenciou a glicemia, lipemia e o GE.

Destaca-se a homogeneidade da população estudada, visto que não foram

observadas diferenças nas variáveis dietéticas, laboratoriais e no IMC, no período basal,

exceto para a composição corporal, que mostra maior MG e menor MLG em G2. O

quociente respiratório também foi superior em G2, porém, após a intervenção, o mesmo

não diferiu entre grupos e em relação ao período basal, não refletindo maior oxidação

lipídica neste grupo.

St-Onge e Bosarge (2008) analisaram a influência dos TCM na MC em estudo

conduzido com 31 indivíduos, de ambos os sexos, com excesso de MC, idade de 19 a 50

anos e IMC de 27 a 33 kg/m2. Os participantes consumiram, diariamente e durante 16

semanas, 18 g (mulheres) e 24g (homens) de TCM (octanoato e decanoato- 100%

AGCM, 100% saturados) ou TCL (azeite de oliva) e ainda receberam aconselhamentos

semanais para perda de MC, incluindo a redução do consumo calórico. Os autores

concluíram que o consumo de TCM, como parte de um programa de emagrecimento,

implicou na redução da MC e tendência à redução de MG e gordura no tronco. Apesar

de nossos voluntários consumirem menor quantidade de TCM e por um período de

tempo inferior ao do estudo citado acima, também observamos redução da MC no grupo

suplementado com óleo de coco.

Nosaka et al. (2003) suplementou indivíduos de ambos os sexos com apenas

5g/dia de TCM ou TCL (óleo de soja), durante 12 semanas, verificaram redução mais

expressiva da MC, GC subcutânea e visceral no grupo TCM. Cabe salientar que todo o

grupo foi aconselhado a manter suas atividades físicas e seguir dieta balanceada.

Em 2001, Tsuji et al. compararam o efeito do consumo de TCM versus TCL

(óleo de soja), durante 12 semanas, em indivíduos com e sem excesso de MC,

verificando que o TCM não implicou em vantagens em relação ao TCL para indivíduos

eutróficos. Naqueles indivíduos com IMC superior a 23 kg/m2, entretanto, o TCM foi

mais efetivo em relação à perda de MC. Por outro lado, Kasai et al. (2003b) avaliaram o

efeito da oferta de 14g/dia, durante 12 semanas, de TCML, em comparação a de TCL

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41

puro, sobre a MC de indivíduos eutróficos e observaram que o TCML foi capaz de

reduzir a MC e a MG.

Identificamos, no período basal do nosso estudo, PC elevado em ambos os

grupos, refletindo risco muito aumentado para o desenvolvimento de doenças crônicas

não transmissíveis (COUTINHO, 1999). Após a intervenção, apesar da redução

verificada, os valores dessa variável antropométrica se mantiveram igualmente

elevados, em ambos os grupos. Esse resultado diferiu do estudo conduzido por

Assunção et al. (2009), que compararam o óleo de coco com o óleo de soja (30 mL),

consumido por mulheres com obesidade abdominal. Esses investigadores observaram

redução do PC no grupo que consumiu óleo de coco. Vale ressaltar que, diferentemente

do nosso estudo, essas mulheres foram orientadas a realizar atividade física, não

mantendo sua atividade física habitual.

Liau et al. (2011), em estudo piloto com homens e mulheres com IMC superior a

23 kg/m2, ofereceram 30 mL de óleo de coco, durante 4 semanas, e instruíram os

voluntários a manterem sua alimentação e atividade física habituais. Após o período de

intervenção foi constatada redução do PC, mais acentuada nos homens, e ainda,

ausência de efeitos deletérios sobre a lipemia, em razão do consumo prolongado do

óleo. Também não verificamos efeitos sobre a lipemia em razão do consumo

suplementar de óleo de coco, embora, em nosso estudo, a dose utilizada tenha sido

inferior por período de tempo superior ao do referido estudo.

St-Onge et al. (2003b) relatam que o TCM é capaz de promover a perda de MC

devido ao aumento da oxidação lipídica e do GE, porém, no presente estudo não

demonstramos essas alterações. Tampouco se pode afirmar que esse tipo de lipídio

tenha promovido maior saciedade, uma vez que o consumo calórico e de

macronutrientes não diferiu entre os grupos (KROTKIEWSKI, 2001; VAN

WYMELBEKE; LOUIS-SYLVESTRE; FANTINO, 2001; ST-ONGE et al., 2003a).

St-Onge e Jones (2003) realizaram estudo crossover aleatório com 19 homens

apresentando excesso de MC. Foram oferecidas dietas contendo 40% de lipídios,

administrados na forma de azeite suplementar (TCM ou TCL, 75%) mais o conteúdo

lipídico inerente aos alimentos consumidos (25%). O período de intervenção foi de 28

dias, com washout de 4 semanas. Os autores concluíram que o TCM aumenta a

oxidação lipídica e o GE, principalmente em indivíduos com MC mais reduzida.

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42

Estudo semelhante conduzido com mulheres obesas, com desenho crossover,

também investigou a influência do TCM sobre o GE. A intervenção, ao longo de 27

dias, transcorreu em duas etapas, com washout de 4 a 8 semanas. Foram oferecidas

dietas para manutenção da MC, contendo 40% de lipídios, dos quais, 75% consistiam

em TCM (49% octanoato, 50% decanoato) ou TCL (sebo bovino). O grupo que

consumiu TCM apresentou maiores taxas de oxidação lipídica assim como GE mais

elevado (ST-ONGE et al., 2003a).

Assim como em nosso estudo, Roynette et al. (2008) não observaram diferença

no GE após o consumo de TCM ou azeite de oliva extra virgem, em indivíduos com

excesso de MC. A intervenção consistiu na administração de 16g do óleo ou

azeite/refeição, compondo dietas contendo 40% de lipídios totais, em duas etapas, com

duração de 42 dias cada, e washout de 4 a 8 semanas. É possível que a utilização do

azeite de oliva como grupo controle possa ter constituído fator de confusão para o

resultado encontrado por esses investigadores, tendo em vista que foi descrito que esse

tipo de azeite pode aumentar a oxidação lipídica (FRAYN, 2002; ROYNETTE et al.,

2008).

O consumo diário de 15 mL de óleo de coco extra virgem, correspondendo a

7,6g de TCM, durante 12 semanas, não promoveu alterações nas concentrações séricas

de CT, LDL-c, HDL-c e triglicerídeos. Semelhante ao presente estudo, Nosaka et al.

(2003) também não encontraram diferenças nesses parâmetros com o uso de 5,0g de

TCM, ao longo de 12 semanas. Por outro lado, a ingestão diária de 70g de TCM,

durante 21 dias, produziu aumento nas concentrações de TG e CT (THOLSTRUP et al.,

2004). Elevação nos valores de TG séricos também foi observada com o uso de TCM,

durante apenas 6 dias, perfazendo 40% da energia total da dieta consumida (HILL et al.,

1990). Kasai et al. (2003b) observaram redução do CT após 4 semanas do uso de 14g

TCML (14% TCM, 86% TCL).

Assunção et al. (2009) utilizaram 30 mL/dia de óleo de coco ou soja, em

mulheres normolipidêmicas e com obesidade abdominal. Foi prescrita dieta

hipocalórica, além de caminhada diária de 50 minutos. O óleo de coco resultou em

aumento das concentrações de HDL-c. De Roos, Schouten e Katan (2001) observaram

que após a suplementação com acido láurico, principal AGCM presente no óleo de

coco, houve redução nas concentrações de CT e TG, além de aumento do HDL-c.

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43

No presente estudo, a suplementação utilizada não alterou a glicemia,

insulinemia e o HOMA-IR, assim como nas investigações conduzidas por Kasai et al.

(2003b) e Poppitt et al. (2010), realizadas com indivíduos eutróficos. Tholstrup et al.

(2004), entretanto, estudando homens eutróficos, que consumiram 70g de TCM diários,

durante 21 dias, observaram elevação da glicemia de jejum. Por outro lado, Han et al.

(2007) desenvolveram estudo com obesos apresentando diabetes mellitus tipo 2 e

encontraram redução da RI, após 90 dias de ingestão diária de 18g de TCM.

Apesar de o tamanho amostral ser uma possível limitação, considerando que os

estudos citados incluíram 17 a 78 indivíduos, nossos resultados não parecem ter sido

influenciados por este fator, ainda que a comparação com outros estudos nem sempre

tenha sido possível, em razão de diferenças metodológicas. Adicionalmente, pesquisas

conduzidas com o óleo de coco são escassas, visto que a maioria utiliza TCM. Também

a maioria dos estudos utiliza este triglicerídeo manipulado sem o ácido láurico ou como

TCML (TSUJ et al., 2001; KASAI et al., 2003b; NOSAKA et al., 2003) e, estudos com

óleo de coco consideram esse AG pelo fato do mesmo fazer parte da composição deste

alimento.

Em se tratando das diferenças metodológicas, as doses, o período de intervenção

e a população estudada, também são diversificadas. A maioria das investigações

implementou intervenções com dose de TCM superior a utilizada em nosso estudo. Foi

descrito que a ingestão diária de 70g de TCM, ou aproximadamente 43% da energia

total da dieta, produz aumento nos TG plasmáticos (CATER; HELLER; DENKE, 1997;

THOLSTRUP et al., 2004) e doses diárias superiores a 30g podem resultar em

transtornos gastrointestinais (JEUKENDRUP; ALDRED, 2004). Assunção et al. (2009)

e Liau et al. (2011) utilizaram 30 mL/dia do óleo de coco, porém, considerando que

nesse volume, o conteúdo de TCM alcança cerca de 15g, a adequação em termos do

percentual recomendado de AGS da dieta pode ser comprometida (FAO, 2010). Outra

reflexão quanto ao volume de óleo suplementado relaciona-se aos prejuízos à adesão

individual em longo prazo, frente à prescrição de quantidades mais elevadas do óleo de

coco ou TCM, pelo fato deste óleo apresentar sabor atípico e não ser habitualmente

consumido pela população (IBGE, 2011). Neste sentido, destacamos que a utilização da

dose do suplemento indicada em nosso estudo permitiu a adesão dos participantes ao

plano alimentar disciplinado.

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A opção por dose de 15 mL de óleo de coco extra virgem se deveu a sua

inocuidade e provavelmente a maior facilidade para consumo. A quantidade indicada

possui 7,6g de TCM. Estudos em humanos demonstraram que o TCM não apresenta

propriedades toxicológicas, quando consumido até 15% do total calórico ou 30g de

TCM por dia em uma dieta de 2000 Kcal (TRAUL et al., 2000). No entanto, o presente

estudo também considerou o consumo total diário de AGS, na medida em que o

suplemento foi somado à ingestão dietética de homens obesos, e a recomendação da

FAO (2010) é que este lipídio não deve ultrapassar 10% do valor energético total.

Estudos com fontes de TCM sintética revelam a presença de uma diversidade de

compostos. Tsuji et al. (2001) e Kasai et al. (2003b), por exemplo, estudaram óleos

compostos exclusivamente pelos AG caprílico e cáprico. St-Onge et al. (2003a)

realizaram intervenção com suplemento composto por uma mistura contendo TCM e

outros óleos vegetais e gorduras saturadas e insaturadas (50% AG caprílico e cáprico,

10% azeite, 5% óleo de coco, 5% de óleo de linhaça e 5% manteiga), somados aos

lipídios presentes nos alimentos ingeridos (25%). Nosaka et al. (2003) utilizaram

margarina contendo TCM, também rico nos AG caprílico e cáprico, acrescida, ainda,

dos AG palmítico e oleico. TCML, quando utilizados, respondem pela maior oferta dos

AG oleico e linoleico, seguidos dos AG caprílico e cáprico (KASAI et al., 2003b;

OGAWA et al., 2007; ZHANG et al., 2010). Considerando que a literatura científica

ainda é escassa quando se trata de investigações envolvendo o óleo de coco extra

virgem como fonte de TCM, destaca-se a importância de estudos utilizando este óleo

como possível coadjuvante no controle da obesidade e suas complicações, considerando

um produto natural com composição de AG definida, o que difere dos óleos sintéticos.

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8. CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

A suplementação com óleo de coco associada a uma dieta hipocalórica pode ser

capaz de promover perda de MC em homens obesos, ao contrário do suplemento com

óleo de soja que, nestas mesmas condições, não produziu efeito sobre a MC. O óleo de

coco não alterou o GE, a lipemia e a glicemia neste grupo de indivíduos.

Estudos adicionais são necessários, incluindo o consumo de óleo de coco extra

virgem e sua influencia em variáveis associadas com a obesidade e doenças associadas.

Questões relacionadas à quantidade adequada para o consumo desse óleo, assim como o

período de tempo mínimo, a partir do qual seja possível a detecção de seus benefícios

sobre a MC, na ausência de implicações deletérias na lipemia e glicemia permanecem

exigindo futuras investigações, vislumbrando a possibilidade da incorporação de novas

ferramentas terapêuticas no tratamento da obesidade.

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ANEXO A - Protocolo de aprovação do Comitê de Ética

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ANEXO B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Resolução no 196, de 10 de outubro de 1996. Conselho Nacional de Saúde.

Dados de identificação

Título do projeto: “Efeito do óleo de coco na regulação da composição corporal,

lipemia, glicemia e gasto energético em homens obesos.”

Pesquisador Responsável: Eliane Lopes Rosado

Instituição a que pertence o Pesquisador responsável: Instituto de Nutrição Josué de

Castro, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Telefones para contato: (21) 9637-0739 (Bárbara), (21) 8105-4499 (Eliane), (21) 9882-

8307 (Márcia), (21) 2562-6601 (Instituto de Nutrição Josué de Castro/UFRJ).

Nome do Voluntário:_____________________________________________________

Idade:___________ anos R.G.__________________________

Termo de Esclarecimento

O Sr. está sendo convidado a participar do projeto de pesquisa “Efeito do óleo de coco

na regulação da composição corporal, lipemia, glicemia e gasto energético em homens

obesos.” de responsabilidade dos pesquisadores Bárbara Maria da Cunha Régis, Eliane

Lopes Rosado e Márcia Soares da Mota e Silva. O estudo tem como objetivo avaliar a

influência de um tipo de gordura da dieta no gasto de energia do corpo, na perda de peso

e gordura corporal, no aumento do açúcar e gordura no sangue. Os resultados obtidos

nesta pesquisa auxiliarão no tratamento da obesidade por meio da dieta.

O Sr. deverá inicialmente comparecer ao Laboratório de Avaliação nutricional

(LANUTRI) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para a coleta de dados

referente a este estudo. Será necessário responder a um questionário de informações

gerais e sobre alimentação e serão feitas orientações referentes à dieta para serem

utilizadas durante os três dias anteriores a próxima consulta.

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Na segunda consulta, o Sr. deverá chegar ao Laboratório de Análises Clínicas da

Faculdade de Farmácia (LACFAR) da UFRJ em jejum de doze horas, trazendo os

questionários sobre sua alimentação preenchidos e seguindo as demais orientações

citadas anteriormente. Então será feita coleta de sangue para avaliação de glicose,

insulina e gordura no sangue. O sangue será utilizado apenas para esta pesquisa e será

coletado na sua veia do antebraço, por pessoal devidamente treinado com higiene,

seguindo todas as normas de segurança, utilizando material descartável.

Em seguida, iremos para o LANUTRI para avaliarmos seu peso, sua altura e

perímetro da cintura, utilizando fita métrica, além da gordura do corpo, utilizando um

aparelho de bioimpedância elétrica, que não lhe causará desconforto algum. O Sr. irá

repousar durante trinta minutos. Durante os trinta minutos seguintes, iremos medir sua

respiração utilizando aparelho apropriado para avaliar o gasto de energia do seu corpo.

Após essas avaliações serão passadas também todas as orientações que deverão

ser seguidas durante 60 dias. Ao final, o Sr receberá um tipo de gordura para consumir,

juntamente com os alimentos ou puro, duas vezes ao dia. Será feito acompanhamento

quinzenal para avaliar seu peso e seu seguimento das orientações, além de esclarecer

dúvidas em relação ao estudo e entregar a gordura para os próximos 15 dias. Após esse

período (60 dias), novamente avaliaremos seu peso, perímetro da cintura e gordura

corporal, coletaremos seu sangue e mediremos sua respiração.

O Sr. não sofrerá nenhum risco com a participação no estudo. Os desconfortos

são aqueles associados com a coleta de sangue. Eventualmente, a coleta de sangue

poderá provocar “roxo”. Os equipamentos e materiais usados para a coleta de sangue

serão descartáveis. As medidas de gordura do corpo não causarão desconforto, assim

como as avaliações de sua respiração por calorimetria indireta. Todo material coletado

será utilizado apenas para esta pesquisa.

Os resultados da pesquisa serão fornecidos somente no final do estudo, quando o

Sr. será orientado nutricionalmente para ajudar no seu tratamento, baseando-se nos

resultados obtidos no estudo e em recomendações sobre a alimentação já estabelecidas.

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Garantia de acesso:

Em qualquer etapa do estudo, o Sr. terá acesso ao profissional responsável que

poderá ser encontrado nos telefones: (21) 9637-0739 (Nutricionista Bárbara), (21) 8105-

4499 (Dra. Eliane), (21) 98828307 (Dr

a. Márcia) e (21) 2562-6601 (Instituto de Nutrição

Josué de Castro/UFRJ), ou, se o Sr. tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética

da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital

Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) situado à Rua Professor Rodolfo Paulo

Rocco, 255 - Cidade Universitária- sala 01D- 46- 1º andar, telefone (21) 2562-2480- E-

mail: [email protected]

É garantida a liberdade de querer não participar do projeto de pesquisa ou de

retirar o consentimento a qualquer momento, no caso da aceitação, sem qualquer

prejuízo à continuidade de seu tratamento na instituição.

Os resultados serão analisados em conjunto com os resultados das outras

voluntárias, não sendo divulgada a identificação de nenhuma voluntária. Os resultados

serão apresentados em revistas e congressos científicos.

Tanto os resultados de seus exames, quanto a avaliação das fichas de coleta

somente será realizada pelos pesquisadores deste estudo e pelos profissionais que

estarão relacionados com seu atendimento e que estarão cuidando do Sr., e não será

permitido que outras pessoas vejam seus resultados, garantindo proteção contra

qualquer tipo de discriminação.

O Sr. poderá, em qualquer momento do estudo, pedir informações e até se

atualizar quanto aos resultados parciais da pesquisa.

Esta pesquisa não lhe trará despesas, ou seja, o Sr. não pagará pelos exames e

pelas demais avaliações. Também não terá compensações financeiras relacionadas à sua

participação durante e ao final do estudo.

Caso ocorra algum dano pessoal resultante do estudo Sr. terá direito ao

atendimento pelos pesquisadores ou encaminhamento na Instituição.

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Termo de Consentimento

Eu, _____________________________________________, RG nº __________

acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações sobre o estudo

acima citado que li ou que foram lidas para mim. Eu discuti com

Dra_______________________________, sobre a minha decisão em participar nesse

estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a

serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de

esclarecimentos permanentes. Concordo em participar, como voluntário, do projeto de

pesquisa acima descrito e poderei retirar meu consentimento a qualquer momento, antes

ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que

eu possa ter adquirido, ou no meu atendimento nesta Instituição. Também abro mão de

indenizações ou ressarcimentos neste estudo.

Rio de Janeiro, de de .

___________________________________

(Assinatura do voluntário)

___________________________________

Profa. Dr

a. Eliane Lopes Rosado

(Pesquisador responsável)

___________________________________

Nutricionista Bárbara Maria da Cunha Régis

(Pesquisador)

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ANEXO C - Cartaz de recrutamento

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ANEXO D- Roteiro de perguntas para pré-seleção

Roteiro de perguntas para pré-seleção:

Nome: _____________________________________________ Data: ___/___/___

1) Qual é a sua idade?____ anos.

2) Qual o seu peso e sua estatura, aproximadamente? ___ kg ___ m. Em caso positivo,

calcular o IMC. IMC= ___ kg/ m2.

3) Até o momento, qual é o seu grau de escolaridade? ____________.

4) Você fuma? ( ) 1 = sim; 2 = não

5) Você faz ou fez dieta recentemente para emagrecer? ( ) 1 = sim; 2 = não

6) Teve perda de peso superior a 3 kg nos últimos 3 meses? ( ) 1 = sim; 2 = não

7) Você usa algum medicamento com frequência? ( ) 1 = sim; 2 = não Qual o nome?

_____________________. Usa o medicamento para o que? ____________________.

Trazer a bula no dia.

8) Possui algum problema de saúde? ( ) 1=sim; 2=não. Qual? _____________________.

Em caso positivo, verificar se constitui algum dos critérios de exclusão.

9) Você fez cirurgia para retirada de vesícula biliar (colecistectomia)? ( ) 1 = sim; 2 = não

10) Possui alergia alimentar ou intolerância a óleos vegetais ou coco?( ) 1 = sim; 2 = não

Critério de inclusão: sexo masculino; adultos; obesidade grau I (IMC entre 30 e 34,9

Kg/m2)

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ANEXO E- Questionário para coletas de dados gerais

Questionário para a coleta de dados gerais

Identificação:

Nome: _____________________________________________________ Data: ____/____/____

Idade: __________anos Data de nascimento:____/____/____

Endereço:____________________________________________________________________________

Telefones:_________________________________

Naturalidade:_________________________ Nacionalidade: ____________________

Até que série você estudou (escolaridade)? __________________________________________________

Escolaridade segundo entrevistador: ( ) 0 = fundamental (até 8ª série) incompleto; 1 = fundamental completo; 2 = médio (até 2º grau) incompleto; 3 = médio completo; 4 = superior incompleto; 5 = superior completo.

Qual é a sua ocupação (profissão) atualmente?_____________________________________________

Classifique a ocupação do informante tendo em vista que na maior parte do tempo as suas atividades são: _____

1 = Exercidas sentadas, com movimentos leves de braços e tronco ou em pé, com trabalho leve em máquina ou bancada movimentando braços e pernas. Exemplo: médico, advogado, bancário, operador de caixa, motorista, auxiliar de escritório, balconista, professor e vendedor.

2 = Exercidas sentadas, em máquinas ou bancada com movimentação vigorosa de braços e pernas, ocupações

exercidas de pé, com trabalho moderado em máquina ou bancada e as ocupações exercidas com movimento. Exemplo: carteiro contínuo, vendedor domiciliar, pintor de parede, eletricista, marceneiro, mecânico de automóveis, faxineiro e caseiro.

3 = Pesadas com atividades de levantar ou arrastar. Exemplo: servente de pedreiro, lixeiro e estivador.

Qual é o seu estado civil ou situação conjugal atual? ( ) 1 = casado (a) ou vive com companheiro (a); 2 =

solteiro (a); 3 = separado (a), desquitado (a) ou divorciado (a); 4 = viúvo (a)

Você mora sozinho (a)? ( ) 1 = sim; 2 = não Com quem mora?___________________________

Incluindo você, quantas pessoas moram na sua casa?__________________________________________

A sua casa é: ( ) 1 = própria; 2 = alugada; 3 = outros ______________________________________________

Quantos cômodos possui sua casa? ________________ cômodos

O abastecimento de água dessa residência é feito através de: ( )

1= rede pública; 2= poço ou nascente; 3= carro pipa; 4= outro (s), qual (is)? ____________________

Quando começou a ganhar peso (engordar)? ( ) 1 = infância; 2 = adolescência; 3 = idade adulta; 4 =

gestação

Você está fazendo dieta para perda de peso?( ) 1 = sim; 2 = não

Você teve perda de peso superior a 3 Kg nos últimos 3 meses?( ) 1 = sim; 2 = não

Atualmente, você fuma cigarros? ( ) 1 = sim; 2 = não Já fumou antes? ( ) 1 = sim; 2 =

não

Por quanto tempo fumou? _________________Há quanto tempo parou? _______________________

Consome bebidas alcoólicas atualmente? ( ) 1 = sim; 2 = não

Bebida Frequência Quantidade

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2. Avaliação Clínica:

Você costuma ter vômitos regularmente? ( ) 1 = sim; 2 = não

Você costuma ter diarréia regularmente? ( ) 1 = sim; 2 = não

Seu hábito intestinal é diário? ( ) 1 = sim; 2 = não Obs: _________________________

Você tem retenção hídrica? ( ) 1 = sim; 2 = não Obs: __________________________

3. Atividade Física:

Nos últimos 3 meses você praticou atividade física regularmente (média 30-40 min, pelo menos 3 X

semana)?( ) 1 = sim; 2 = não

Que atividade, quantas vezes por semana e qual a duração?

______________________________________________

4. Uso de medicamentos (atuais e nos últimos 3 meses) e suplemento de cálcio? ( ) 1 = sim; 2 = não

______________________________

5. História da doença atual:

Atualmente, quais os problemas de saúde que você possui?

( ) DM ( ) HAS ( ) Cardiopatias ( ) Dislipidemias ( ) Distúrbios Tireoidianos

( ) Distúrbios Gastrointestinais ( ) Distúrbios Infecciosos ( ) Câncer ( ) Nefropatia

( ) Outras: ________________________________________________________________________

_____________

6. História patológica pregressa:

______________________________________________________________________________

7. História familiar de excesso de peso ou obesidade (1 = sim; 2 = não): Pai: ( ) Mãe: ( ) Irmãos: ( )

8. Avaliação antropométrica:

Data

1° Encontro 0 dias 15 dias 30 dias 45 dias 60 dias

Data

Peso (kg) 1

Peso (kg) 1

Peso médio (kg)

Estatura (cm) 1 -------- -------- -------- -------- --------

Estatura (cm) 2 -------- -------- -------- -------- --------

Estatura média (cm) -------- -------- -------- -------- --------

IMC (kg/m2) --------- -------- -------- --------

Perímetro:

Cintura (cm) 1

Cintura (cm) 2

Cintura média (cm)

Perguntas a serem realizadas no dia do ensaio clínico

1° Ensaio Clínico (0° dia)- Data: / /

Você cumpriu o período de jejum de ontem para hoje?( ) 1 = sim; 2 = não

A que horas iniciou o jejum ontem? _____ h

A que horas dormiu ontem? ________ h

A que horas acordou hoje? ________ h

Total de sono ________ h

Praticou algum exercício físico nos últimos 3 dias?( ) 1 = sim; 2 = não

Ingeriu bebida alcoólica nos últimos 3 dias?( ) 1 = sim; 2 = não

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Usou diurético nos últimos 7 dias? ( ) 1 = sim; 2 = não

Avaliar edema MMII: ()1 = sim; 2 = não OBS: _________

Passou a tomar algum medicamento, suplemento ou fitoterápico desde a última consulta?( )1 = sim; 2 =

não

1aReconsulta (15 dias)- Data: / /

Passou a tomar algum medicamento, suplemento ou fitoterápico desde a última consulta?( )1 = sim; 2 =

não

Sentiu algum desconforto com o uso do óleo? ( )1 = sim; 2 = não

Sentiu dificuldade para o uso do óleo? ( )1 = sim; 2 = não

2aReconsulta (30 dias)- Data: / /

Passou a tomar algum medicamento, suplemento ou fitoterápico desde a última consulta?( )1 = sim; 2 = não

Sentiu algum desconforto com o uso do óleo? ( )1 = sim; 2 = não

Sentiu dificuldade para o uso do óleo? ( )1 = sim; 2 = não

3aReconsulta (45 dias)- Data: / /

Passou a tomar algum medicamento, suplemento ou fitoterápico desde a última consulta?( )1 = sim; 2 =

não

Sentiu algum desconforto com o uso do óleo?( )1 = sim; 2 = não

Sentiu dificuldade para o uso do óleo?( )1 = sim; 2 = não

4aReconsulta (60 dias)- Data: / /

Passou a tomar algum medicamento, suplemento ou fitoterápico desde a última consulta?( )1 = sim; 2 =

não

Sentiu algum desconforto com o uso do óleo? ( )1 = sim; 2 = não

Sentiu dificuldade para o uso do óleo? ( )1 = sim; 2 = não

2° Ensaio Clínico (60° dia)- Data: / /

Você cumpriu o período de jejum de ontem para hoje? ( ) 1 = sim; 2 = não

A que horas iniciou o jejum ontem? _____ h

A que horas dormiu ontem? ________ h

A que horas acordou hoje? ________ h

Total de sono ________ h

Praticou algum exercício físico nos últimos 3 dias? ( ) 1 = sim; 2 = não

Ingeriu bebida alcoólica nos últimos 3 dias? ( ) 1 = sim; 2 = não

Usou diurético nos últimos 7 dias? ( ) 1 = sim; 2 = não

Avaliar edema MMII: ()1 = sim; 2 = não OBS: _________

Passou a tomar algum medicamento, suplemento ou fitoterápico desde a última consulta? ( )1 = sim; 2 =

não

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9. Avaliação Laboratorial

10. Avaliação metabolismo energético:

Parâmetros

Data/Hora de realização da avaliação

Glicose jejum (mg/dL)

Insulina jejum (µU/mL)

Triglicerídeos (mg/dL)

HDL-c (mg/dL)

LDL-c (mg/dL)

VLDL-c (mg/dL)

Parâmetros

Data

Jejum:

Hora de início

Hora de término

VO2 (30 minutos)

VCO2 (30 minutos)

Taxa metabólica de repouso (kcal/h)

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11. Avaliação da composição corporal por bioimpedância elétrica

12. Avaliação dietética

Possui alguma aversão ou intolerância alimentar? ___________________________________

Alguém cozinha regularmente em sua casa? ( ) 1 = sim; 2 = não Quem? ________________

Que tipo de óleo ou gordura utiliza para o preparo do alimento? __________________________________

Qual o consumo mensal de óleo ou gordura? __________________________________________

Utilizam azeite? ( ) 1 = sim; 2 = não Qual o tipo? ______________________________________

Qual o consumo mensal de azeite? __________________

Parâmetros

Data/hora de realização da avaliação

Ângulo de fase (0)

Capacitância do corpo (pF)

Resistência (ohms)

Reactância (ohms)

Massa celular corporal (kg)

Massa celular corporal (%)

Massa extracelular corporal (kg)

Massa extracelular corporal (%)

Massa magra (kg)

Massa magra (%)

Massa gorda (kg)

Massa gorda (%)

ME/MCC

Taxa metabólica basal (TMB)

Água intracelular (L)

Água intracelular (%)

Água extracelular (L)

Água extracelular (%)

Água corporal total (L)

ACT/Massa magra

ACT/Peso corporal

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ANEXO F- Orientações e formulários para preenchimento de registro dietético

Orientações e formulários para o preenchimento dos registros dietéticos

A sua colaboração no preenchimento dos registros é de grande importância para o sucesso da

pesquisa. Muito obrigada!

- Iniciar ao acordar e só encerrar as anotações na hora de dormir. Anote o horário e local onde foi

realizada a refeição;

- Anotar todos os alimentos, bebidas e preparações consumidas no domicílio ou fora de casa, exceto água;

- Não mudar a alimentação pelo fato de estar registrando o consumo;

- Meça e descreva os alimentos ou preparações separadamente (Exemplo: arroz separado do feijão) e

informe a quantidade em medidas caseiras, especificando qual foi o utensílio utilizado e seu tamanho

(Exemplo: 1 concha média cheia de feijão/3 colheres de sopa cheia de arroz);

- Caso seja uma preparação mais elaborada (ex: bolo, suflê, panqueca, etc.), descrever a receita colocando

as medidas caseiras, no verso da folha do registro alimentar;

- No caso de produtos industrializados, informa a marca do mesmo, e a quantidade consumida em

medidas caseiras e/ou em gramas (g) ou mililitros (mL);

- Especifique, caso o produto seja diet ou light;

- Não se esqueça de anotar o açúcar adicionado a bebidas e/ou comidas;

- Informe sempre o tipo de preparação (assado, grelhado, cozido em água ou vapor, refogado, ensopado,

frito, à milanesa, etc.);

- Faça anotações logo após a refeição para evitar o esquecimento;

- Utilizar medidas caseiras como: Xícara de chá/café, prato raso/fundo/sobremesa, colher de

arroz/sopa/sobremesa/café/chá, concha, copo americano, copo de cafezinho, copo de requeijão, copo

tulipa, escumadeira, fatia (pequena, média ou grande), pacote de__g. pedaço (pequeno, médio ou grande),

pegador, pires, posta, unidade, fruta (pequena, média ou grande) e etc.

- Observar se os copos, as colheres estão cheios ou rasos;

- Utilize para descrever o tipo de preparações termos como: Cru(a), cozido (a), grelhado (a)/churrasco.

Assado(a), frito(a), empanado(a)/à milanesa, refogado(a), molho vermelho, molho branco, ao alho e óleo,

com manteiga/óleo, ao vinagrete, ensopado(a), mingau, sopa, etc.

IMPORTANTE: preencher o registro de três dias alternados, utilizando como referência dois dias da

semana e um do final de semana ou feriado, com pelo menos um dia entre eles, por exemplo: segunda-

feira, quarta-feira e sábado, ou terça, quinta e domingo ou segunda, terça é sábado.

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Registro Dietético

Nome: __________________________________________________

Data: ____/____/____ Dia da semana: ___________________

Alimentação / Preparação Medida Caseira Quantidade

(grama)

Desjejum

Hora:

Local:

Colação

Hora:

Local:

Almoço

Hora:

Local:

Lanche

Hora:

Local:

Jantar

Hora:

Local:

Ceia:

Hora:

Local:

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ANEXO G- Orientações gerais para avaliação da composição corporal e do gasto

energético

Orientações gerais para avaliação da composição corporal e gasto energético

Data do ensaio clínico:____/____/___ Horário: _____ h

Preparo para avaliação da composição corporal:

- Não utilizar peça íntima (cueca) ou mesmo roupas que possuam partes de metal no dia;

- Não utilizar suplemento de cálcio oral nas 24 horas que antecedem o exame.

Preparo para avaliação do gasto energético:

→ Nos 3 dias antes da avaliação metabólica, isto é, a partir do dia: ___/____/___

- Manter apenas as atividades cotidianas (trabalhar, estudar, etc), evitando atividades intensas;

- Não ingerir qualquer tipo de bebida alcoólica.

→ Na véspera da avaliação do gasto energético, isto é, no dia: ___/____/___

- Realizar jejum de 11 horas: não ingerir qualquer tipo de alimento sólido ou líquido desde as ___h.

- É permitido ingerir água neste período, porém deve-se evitar pelo menos 2 horas antes do exame;

- Durante as 12 horas de jejum, isto é, a partir das ___h coletar toda urina*.

- Dormir de 6-8 horas.

No dia da avaliação: ___/____/___.

- Não se atrase, pois outros pacientes serão avaliados depois! Chegue pontualmente às___h;

- Levar o(s) recipiente(s) contendo a urina coletada;

- Levar uma roupa leve (short e camiseta) e chinelos;

- Levar os registros dietéticos de 3 dias preenchidos.

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ANEXO H-Questionário de frequência de atividade física

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ANEXO I- Orientações nutricionais

Orientações Nutricionais

- Coma devagar, mastigando bem os alimentos;

- Sirva quantidades pequenas e não repita;

- Faça pelo menos 3 refeições (café da manhã, almoço e jantar) e dois lanches saudáveis por dia;

- Tenha horários regulares para as refeições;

- Coma diariamente pelo menos três porções de legumes e verduras como parte das refeições e três ou

mais unidade de frutas/dia;

- Consuma preferencialmente alimentos assados, cozidos e grelhados, evitando as frituras (restringir para

no máximo 1 vez na semana);

- Prefira os alimentos integrais (arroz, macarrão e pão);

- Prefira leite e derivados (requeijão, iogurte, queijos) desnatados;

- Beba pelo menos 2 litros (seis a oito copos) de água ao longo do dia, de preferência nos intervalos das

refeições;

- Não consuma líquido junto com as refeições para não atrapalhar a digestão;

- Evite preparações/alimentos que contenham muita gordura como feijoada, lasanhas, dobradinha, pizza,

preparações com maionese, salame, presunto, mortadela e queijos amarelos. Também retire a gordura

aparente das carnes e a pele das aves antes das preparações;

- Evite o excesso de carnes vermelhas. Consumi-las no máximo 2 vezes na semana;

- Não coma salgadinhos fritos (coxinha, quibe, bolinha de queijo...) e folhados;

- Diminua a quantidade de sal na comida e retirar o saleiro da mesa. Evite consumir alimentos

industrializados com muito sal (sódio) como hambúrguer, charque, salsicha, linguiça, presunto, conservas

de vegetais, macarrão instantâneo, sopas, molhos e temperos prontos;

- Reduza o consumo de doces, bolos, biscoitos (principalmente os amanteigados e com recheios) e outros

alimentos ricos em açúcar para no máximo uma vez na semana;

- Evite tomar bebidas alcoólicas.

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ANEXO J- Orientações para o uso do óleo

Orientações para uso do Óleo

- Como o tratamento em questão envolve a suplementação de óleo, é importante controlar também o óleo

que é utilizado no preparo dos alimentos. Por isso nesse período estão proibidas as frituras e os refogados

devem ser preparados com uma quantidade normal de óleo, sem excessos. No caso dos vegetais, procure

consumi-los em sua grande maioria crus ou cozidos (em água e vapor), e restringir os refogados (com

óleo de soja) a 1 vez/dia (no almoço ou no jantar). Carnes, aves e peixes refogados e ensopados devem ser

feitos com pouco óleo e os grelhados sem óleo algum (grill ou em frigideira antiaderente);

- Lembre-se que a quantidade de óleo que você recebeu hoje é suficiente para o seu consumo até nossa

próxima consulta. Portanto em hipótese alguma o utilize para quaisquer outros fins ou mesmo o divida

com outras pessoas de sua família ou convívio. A ingestão exata da quantidade prevista é fundamental

para a promoção dos resultados esperados;

- Caso o óleo esteja sólido, antes de usá-lo, coloque um pouco de água para ferver, desligue o fogo e

coloque o frasco contendo o mesmo dentro da panela com água fervendo, e deixe até que fique líquido;

- Tome 1 medida de 7,5 mL do copo dosador de manhã e outra a noite;

- Você pode tomar o óleo puro ou acrescentar o mesmo por cima do pão, pode também misturá-lo a um

queijo amassado como a ricota, fazendo uma espécie de pastinha (de manhã) ou por cima da comida

(jantar). Não deixe que qualquer resíduo se perca no fundo do prato, portanto evite misturá-lo em

alimentos que não permitam sua mistura, como folhas cruas, por exemplo;

- Evite acrescentar o óleo se a comida estiver excessivamente quente. Caso isso ocorra espere amornar um

pouco para então adicioná-lo.

ATENÇÃO: Não se esqueça de tomar o óleo 2 vezes ao dia, TODOS OS DIAS, caso esqueça de tomar

de manhã, tomar ao chegar em casa, esperar 3 horas e tomar a outra dose!

Data Retorno:

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