Eficiência Energética na Iluminação Pública do Centro...

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Eficiência Energética na Iluminação Pública do Centro Consumidor de Energia AECT Duero-Douro Georges António Barbosa Pires Dissertação apresentada à Escola Superior Agrária de Bragança para a obtenção do Grau Mestre em Tecnologia Ambiental Orientado por: Doutor Manuel Feliciano Doutor Orlando Soares Bragança Dezembro,2016

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Eficiência Energética na Iluminação Pública do Centro

Consumidor de Energia AECT Duero-Douro

Georges António Barbosa Pires

Dissertação apresentada à Escola Superior Agrária de Bragança para a obtenção do

Grau Mestre em Tecnologia Ambiental

Orientado por:

Doutor Manuel Feliciano

Doutor Orlando Soares

Bragança

Dezembro,2016

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Agradecimentos

Em primeiro quero agradecer aos meus orientadores, ao Doutor Manuel Feliciano que

se mostrou sempre disponível e que me apoio e ajudou desde a fase inicial do meu

estágio até à presente dissertação e que contribuiu com o seu conhecimento para o meu

enriquecimento pessoal e profissional e ao Doutor Orlando Soares por ter aceitado este

desafio de me orientar na Tese, com o seu conhecimento mais técnico do tema,

auxiliando-me a ultrapassar algumas adversidades. Também queria agradecer ao Doutor

Artur Gonçalves, que me apoio na parte inicial, indicando-me um local de estágio e ter-

me ajudado no primeiro contacto com a entidade de acolhimento.

Um muito obrigado.

Ao longo destes 5 meses estive a realizar um estágio dentro do programa Estágio

Eramus + no AECT Duero – Douro, e neste caminho houve muitas pessoas que me

ajudaram às quais quero agradecer.

Quero agradecer ao Director Geral José Luís Pascoal por aceitar o meu pedido de

estágio no AECT Duero-Douro. A minha orientadora de estágio, Sara Azcona que me

apoiou desde do início e que com profissionalismo orientou o meu estágio, e à

Conceição Meirinhos que me introduziu ao Agrupamento e se disponibilizou sempre

para qualquer problema. Também quero agradecer à minha colega Jenniffer Nunes,

responsável do sector da eficiência energética, por toda a sua ajuda e por me

acompanhar no desenvolvimento do estágio, explicar e introduzir no projeto.

Ainda quero agradecer a todos os membros do AECT Duero-Douro, por me acolherem

e ajudarem em todos os momentos e pelo companheirismo que demonstraram ao longo

do meu percurso.

Um agradecimento muito especial a duas pessoas muito importantes para mim, a minha

namorada, Maria Lopez Jerez, e a minha grande amiga Catarina Pessegueiro, pelo apoio

prestado em momentos mais baixos e por confiarem em mim até ao fim. Sem vós não

teria sido possível

Amigos, familiares, pai, mãe, irmã, e a todos os referidos anteriormente, um obrigado,

por me ajudarem a ser a pessoa que sou hoje.

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Resumo

A presente dissertação teve por objetivos informar quanto à importância da eficiência

energética e das suas vantagens. Também pretendeu estudar os métodos e as tecnologias

atuais disponíveis em termos de otimização da iluminação pública a nível energético,

ambiental e económico. As diferentes tipologias de lâmpadas foram avaliadas numa

perspetiva comparativa, sob vários parâmetros, sendo os mais importantes a vida útil,

luminância e rendimento, de forma a permitir tirar conclusões sobre qual das

tecnologias é mais eficiente.

Este estudo teve por base o projeto desenvolvido e implementado pela AECT Duero-

Douro, no qual foram estudadas soluções técnicas de iluminação pública mais

eficientes.

O projeto foi implementado em municípios do Centro Consumidor de energia AECT

Duero-Douro (região de Zamora e Salamanca). Foram elaborados inventários da

iluminação pública existente e levantamentos dos valores do consumo energético e das

faturas dos gastos económicos de 1 ano da iluminação pública anterior. Posteriormente,

através dos dados de auditorias e das fichas técnicas do projeto, foram calculados os

mesmos indicadores para a nova solução de iluminação pública que viria a ser instalada.

Os indicadores utilizados para efeito de comparação são: as potências instaladas (kW),

os consumos energéticos (kWh/ano), os custos (€) e as emissões de CO2 equivalente

(kgCO2e/kWh).

Através da análise dos resultados de cada indicador conclui-se que o novo sistema de

iluminação pública eficiente é apresentada com mais vantagens que a situação

tradicional, ou seja, o consumo elétrico e as emissões de gases efeito de estufa são

reduzidos entre 30% e 60%, respetivamente, como também, para a maioria dos

municípios, o gasto económico é reduzido entre 15% e 50%.

Com base nos casos que serviram de objeto a este estudo, é concluído que atualmente a

tecnologia que se apresenta mais eficiente para iluminação pública é a LED.

Palavras-chave: Eficiência Energética, Gestão de Energia, Iluminação Pública,

Tecnologia LED

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Abstract

The present dissertation aimed at informing about the importance of energy efficiency

and its advantages. This dissertation also intended to study the current methods and the

available technologies for the optimization of public lighting at energy, environmental

and economic level. The different typologies of lamps were evaluated in a comparative

perspective, on several parameters, the most important being the life time, luminance

and efficiency, so as to draw conclusions about which technology is more efficient.

This study was based on the project developed and implemented by the Duero-Douro

EGTC, in which more efficient technical solutions of public lighting were studied.

The project was implemented in the municipalities of the Duero-Douro EGTC Energy

Consumer Center (Zamora and Salamanca). Inventories of public lighting and surveys

of energy consumption figures and invoices for 1-year economic expenditures of the

previous public lighting were created and later, through the audit data and project

datasheets, the same indicators were calculated for the new public lighting that it would

be installed.

The indicators used for comparison purposes are: installed power (kW), energy

consumption (kWh/year), costs (€) and CO2 equivalent emissions (kgCO2e / kWh).

Through the analyses of the various indicators it was concluded that an efficient public

lighting system was much more advantageous than the traditional one. Electricity

consumption and GHG emissions were reduced by between 30% and 60%, as well as

for most municipalities, economic spending was reduced by between 15% and 50%.

Based on the sample that was the object of this study, it is concluded that at present the

most efficient technology for public lighting is LED.

Keywords: Energetic Efficiency, Energy Management, Public Lighting, LED

Technology.

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Resumen

La presente tesis pretende informar sobre la importancia de la eficiencia energética y

sus ventajas. Esta tesis pretende también estudiar los métodos actuales y las tecnologías

disponibles para la optimización de la iluminación pública a nivel energético,

medioambiental y económico. Las diferentes tipologías de lámparas se evaluaron en una

perspectiva comparativa, en varios parámetros, siendo los más importantes el tiempo de

vida, la luminancia y la eficiencia, con el fin de sacar conclusiones sobre qué tecnología

es más eficiente.

Este estudio se basó en el proyecto desarrollado e implementado por la AECT Duero-

Douro, en el que se estudiaron soluciones técnicas más eficientes de alumbrado público.

El proyecto se ejecutó en los municipios del Centro de Consumidores de Energía de la

AECT Duero-Douro (Zamora y Salamanca). Se crearon inventarios de alumbrado

público, encuestas de consumo de energía y facturas de gasto económico de 1 año del

alumbrado público anterior y posteriormente, a través de los datos de auditoría y fichas

de proyecto, se calcularon los mismos indicadores para la nueva iluminación pública

que sería instalada.

Los indicadores utilizados a efectos comparativos son la potencia instalada (kW), el

consumo de energía (kWh/año), los costes (€) y las emisiones de CO2 equivalente

(kgCO2e / kWh).

A través del análisis de los diversos indicadores se concluyó que un sistema eficiente de

iluminación pública era mucho más ventajoso que el tradicional. El consumo de

electricidad y las emisiones de gases de efecto invernadero se redujeron entre un 30% y

un 60%, así como para la mayoría de los municipios, el gasto económico se redujo entre

un 15% y un 50%.

Basándose en la muestra que fue objeto de este estudio, se concluye que actualmente la

tecnología más eficiente para la iluminación pública es el LED.

Palabras-clave: Eficiencia Energética, Gestión de Energía, Alumbrado Público

Tecnología LED

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Índice

Agradecimentos ........................................................................................................................... 3

Resumo ......................................................................................................................................... 5

Abstract ........................................................................................................................................ 7

Resumen ....................................................................................................................................... 9

Índice .......................................................................................................................................... 11

Índice de Figuras ....................................................................................................................... 13

Índice de Tabelas ....................................................................................................................... 15

Capítulo 1 ................................................................................................................................... 19

Introdução .................................................................................................................................. 19

1.1 – Enquadramento e motivação .......................................................................................... 19

1.2 – Objetivos ........................................................................................................................ 21

1.3 – Estrutura da Dissertação ................................................................................................. 21

Capítulo 2 ................................................................................................................................... 23

Consumo de Energia e Eficiência Energética ......................................................................... 23

2.1 – Situação Energética na União Europeia e na Península Ibérica ..................................... 24

2.1.1 – Consumos energéticos em Portugal ........................................................................ 24

2.1.3 – Consumos energéticos em Espanha ........................................................................ 29

2.1.3 – União Europeia ........................................................................................................ 32

2.2 – Energia e Implicações Ambientais ................................................................................. 35

Capítulo 3 ................................................................................................................................... 39

Enquadramento Legal e Normativo ........................................................................................ 39

3.1 – União Europeia ............................................................................................................... 39

3.1.1 - Metas Europeias ....................................................................................................... 40

3.1.2 – Diretivas Comunitárias ............................................................................................ 42

3.2 - Quadro Legal Português ................................................................................................. 44

3.2.1 – Legislação aplicável ................................................................................................ 45

3.2.2 - Estratégia Nacional para a Energia (ENE 2020) ...................................................... 47

3.2.3 - Fundo de Eficiência Energético (FEE) .................................................................... 49

3.2.4 Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética 2016 – PNAEE 16 ................. 50

3.2.5 Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis 2020 – PNAER 2020 ........... 51

3.2.6 Programa de Eficiência Energética para a Administração Pública – ECO.AP .......... 52

3.3 - Quadro Legal Espanhol ................................................................................................... 53

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3.3.1 – Legislação Aplicável ............................................................................................... 55

3.3.2 - Fondo Nacional de Eficiencia Energética (FNEE) ................................................. 56

3.3.3 - Plan Acción de Ahorro y Eficiencia Energética 2011-2020 .................................... 57

3.3.4 - Plan Energías Renovables 2011 /2020 (PER 2011/2020) ....................................... 59

3.4 – Legislação, Normas e Documentos de Referência Aplicados à Iluminação Pública. .... 60

3.4.1 – Norma Europeia EN 13201 ..................................................................................... 60

3.4.2 – Documento de Referência para a Eficiência Energética na Iluminação Pública

(DREEIP) ............................................................................................................................ 62

3.4.3 - Programa de Ajudas na Iluminação Exterior Municipal em Espanha ..................... 63

Capítulo 4 ................................................................................................................................... 65

Sistema de Iluminação .............................................................................................................. 65

4.1- Tipos de Lâmpadas em Iluminação Pública .................................................................... 66

4.1.1 – Lâmpadas de Vapor de Mercúrio de Alta Pressão .................................................. 67

4.1.2 – Lâmpadas de Vapor de Sódio de Alta e Baixa Pressão ........................................... 68

4.1.3 – Iodetos/Halogéneos Metálicos e Restantes Tipologias de lâmpadas....................... 70

4.1.4 - Light-Emitting Diode (LED) ................................................................................... 72

4.2 - Luminárias ...................................................................................................................... 78

4.3 - Equipamentos Auxiliares ................................................................................................ 80

4.3.1 - Balastros ................................................................................................................... 80

4.3.2 – Condensadores e Arrancadores ............................................................................... 83

4.4 - Equipamento de controlo ................................................................................................ 84

4.4.1 - Interruptores crepusculares ...................................................................................... 85

4.4.2 - Interruptores horários astronómicos ......................................................................... 86

4.4.3 - Métodos de controlo ................................................................................................ 87

4.4.4 – Telegestão - Sistemas de controlo e gestão ............................................................. 91

Capítulo 5 ................................................................................................................................... 93

Caso Prático ............................................................................................................................... 93

5.1 – Apresentação .................................................................................................................. 93

5.1.1 – AECT Duero-Douro ................................................................................................ 93

5.1.2 – Eficiência Energética no Centro de Consumidor de Energia do AECT Duero-Douto

............................................................................................................................................. 95

5.1.3 – Metodologia Adotada .............................................................................................. 97

5.2 – Caracterização da rede de Iluminação Pública (situação anterior) ................................. 98

5.2.1 – Lâmpadas e Luminárias......................................................................................... 100

5.2.2 – Balastros ................................................................................................................ 106

5.2.3 – Falhas e não conformidades .................................................................................. 106

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5.3 – Propostas de melhoria (situação atual) ......................................................................... 110

5.3.1 – Lâmpadas e Luminárias......................................................................................... 111

5.3.2 - Telegestão .............................................................................................................. 114

5.4 – Análise de resultados .................................................................................................... 116

5.4.1-Consumos de energia ............................................................................................... 117

5.4.2 – Impacte Ambiental ................................................................................................ 120

5.4.3 – Viabilidade económica .......................................................................................... 122

5.4.4 – Conclusão da Análise de Dados ............................................................................ 123

5.4.5 – Legalização............................................................................................................ 124

Capítulo 6 ................................................................................................................................ .127

Conclusão ................................................................................................................................. 127

Glossário/Definições ................................................................................................................ 129

Referências ...................................................................................... Erro! Marcador não definido.

Anexos ...................................................................................................................................... 138

Índice de Figuras

Fig. 1.1 - Iluminação Pública na União Europeia (NASA) …………………………………... 20

Fig. 2.1 - Consumos de energia elétrica em Portugal no ano de 2014 (Portdata)………………25

Fig. 2. 2- Consumos de energia elétrica em Portugal no ano de 2014 …………………………26

Fig.2.3 - Consumo energético da Iluminação Pública em Portugal entre 1995 e 2014 ………..27

Fig. 2.4 - Quota de eletricidade gerada por cada tecnologia de FER em relação ao consumo total

de eletricidade em Portugal (2010 – 2020) ………………………………. …………………...28

Fig. 2.5 - Consumos energéticos em Espanha 2014 ……………………………………………30

Fig. 2.6 - Contribuição das energias renováveis na produção primária de energia em 2014 (%)

(Pordata) …………………………………………………………………………………….....33

Fig. 3.1 - Objetivos da ENE 2020……………. ……………………………………………......48

Fig. 3. 2- Planos implementados por Espanha 2005-2020 (Diputación de Cádiz)……………..54

Fig. 3.3 - Meta europeia de 2016 vs. Resultado de Espanha em 2010 ………………………..59

Fig. 4.1 - Lâmpada de Vapor de Mercúrio de Alta Pressão (IDAE) …………………………..67

Fig. 4.2 - Lâmpadas de VSAP e VSBP (IDAE) ……………………………………………….68

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Fig. 4.3 - Lâmpadas Fluorescentes T8 e T5 (IDAE) …………………………………………..70

Fig. 4.4 - Lâmpadas de mercúrio com halogéneo metálico - HM (IDAE) ……………………71

Fig. 4.5 - Composição de uma luminária (IDAE) ………………………………………….....78

Fig. 4.6 - Influência da tensão no consumo e na vida de uma lâmpada VSAP (Fenercom)……81

Fig. 4.7 - Exemplo de um balastro eletromagnético (IDAE) …………………………………..83

Fig. 4.8 - Exemplo de um balastro eletrónico (IDAE) …………………………………………83

Fig. 4.9- Elementos de controlo na IP (AAE ) …………………………………………………84

Fig. 4.10- Efeitos dos redutores de fluxo luminoso (Fenercom) ………………………………90

Fig. 5.1- Logótipo do AECT Duero Douro ……………………………………………………93

Fig. 5.2- Logótipo do "Projeto de Eficiência Energética na Iluminação Pública" ……………..95

Fig. 5.3- Mapa dos municípios pertencentes ao Centro de Consumidores do AECT Duero-

Douro …………………………………………… …………………………………………….96

Fig. 5.4 - Percentagem das diferentes tipologias de lâmpadas registadas nos municípios de

Zamora Norte.. …………………………………………… …………………………………..102

Fig.5.5 - Percentagem das diferentes tipologias de lâmpadas registadas nos municípios de

Zamora Sul …………………………………………… ……………………………………..103

Fig. 5.6 - Percentagem das diferentes tipologias de lâmpadas registadas nos municípios de

Salamanca Norte …………………………………………… ………………………………...103

Fig. 5.7 - Percentagem das diferentes tipologias de lâmpadas registadas nos municípios de

Salamanca Sul …………………………………………… ………………………………….104

Fig. 5.8 - Percentagem das diferentes tipologias de lâmpadas registadas nos municípios em

estudo de Zamora e Salamanca ………………………………………………………………105

Fig. 5.9- Farola partida – Boada ……………………………………………..………………..107

Fig. 5.10- Quadro elétrico sem nenhuma fechadura …………………………………………..107

Fig.5. 11- Luminária suja – Vilvestre ……………………………………………..…………..108

Fig. 5. 12 - Globo com o vidro partido – Vilvestre ……………………………….…………..108

Fig. 5.13 - Poste de luz com o sistema elétrico á mostra – Alcanices...……………………….109

Fig. 5.14 - Compilação de imagens de tecnologia deficiente (AECT Duero-Douro) ………...109

Fig. 5.15 - Sistema de telegestão Enersonne ………………………………………………….114

Fig. 51.6 - Potência Instalada - Antes vs Potência Instalada – Depois ……………………….117

Fig. 5.17 - Consumo Energético - Antes vs Consumo Energético – Depois …………………119

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Fig. 5.18 - Emissões de CO2e - Antes vs Emissões de CO2e – Depois ……………………….121

Fig. 5.19 - Custos - Antes vs Custos – Depois ………………………………………………..122

Fig. 5.20 – Total Antes vs Total depois ………………………………………………………123

Fig. 5.21 - Luminárias LED da Iluminação Pública depois do Projeto ………………………125

Fig. 5.22 - Luminárias LED e quadros elétricos substituídos ………………………………...126

Fig. 5.23 - Projetores LED para a iluminação ornamental e pública …………………………126

Fig. 5.24 - Farolas LED ……………………………………………………………………….126

Índice de tabelas

Tabela 2.1 - Consumos elétricos em Iluminação Público por tamanho dos municípios

(IDAE)…………………………………………………………………………………………..31

Tabela 2.2 - Percentagem de diminuição do consumo energético da UE 28 até 2014 (Eurostat)

………………………………………………………………………………………………......34

Tabela 3.1 - Tabela dos objetivos dos 10 programas do PNAEE 16…………………………...51

Tabela 3.2 - Tabela dos objetivos do PAAEE 2011-2016………………………………………58

Tabela 4.1 - Características das lâmpadas de vapor de mercúrio de alta pressão (Garrido,2010)

…………………………………………… …………………………………………………….67

Tabela 4.2- Características das lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão (Garrido, 2010)….69

Tabela 4.3 - Equivalência de potências elétricas para fluxos luminosos similares (EOI. Cursos

OL Servicios Energéticos)……………………………………………………………………....69

Tabela 4.4 - Características das lâmpadas de iodetos/halogéneas metálicas (Garrido, 2010)…..71

Tabela 4.5 – Comparação entre os sistemas de iluminação exterior mais utilizados (EOI. Cursos

OL Servicios Energéticos)……..………………………………………………………………..75

Tabela 4.6 - Tecnologia incandescente vs. Led (EOI) …………………………………………77

Tabela 5.1- Municípios pertencentes a província de Salamanca e do AECT Duero-Douro……99

Tabela 5.2 - Municípios pertencentes a província de Zamora e do AECT Duero-Douro………99

Tabela 5.3 - Gasto elétrico da IP………………………………………………………………100

Tabela 5.4- Tipologias das localidades inseridas no Projeto de Eficiência Energética na IP

(AECT Duero-Douro)…………………………………………………………………………101

Tabela. 5.5 - Alterações de potência - Tecnologia tradicional vs Tecnologia atual (AECT Duero-

Douro) …………………………………………………………………………………………113

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Abreviaturas mais utilizadas

U.E – União Europeia

CE – Conselho Europeu

EM – Estados Membros

GEE – Gases Efeito de Estufa

A&A – Aquecimento e Arrefecimento

FER – Fontes de Energia Renováveis

PME – Pequenas e Médias Empresas

PANER – Planos de Ação Nacional das Energias Renováveis

ENE – Estratégia Nacional para a Energia

FEE – Fundo de Eficiência Energética

FEEI – Fundos Europeus Estruturais e de Investimento

PNAEE – Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética

PNAER - Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis

Eco.AP – Programa de Eficiência Energética para a Administração Pública

AP – Administração Pública

FNEE - Fondo Nacional de Eficiencia Energética

PAAEE - Plan Acción de Ahorro y Eficiencia Energética 2011-2020

PER – Plan Energías Renovables

ESE – Empresas de Serviços Energéticos

RCM – Resolução do Conselho de Ministros

RD – Real Decreto-lei

ITC – Instruções Técnicas Complementares

UV – Ultravioleta

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IV – Infravermelho

VM – Vapor de Mercúrio

VSAP – Vapor de Sódio de Alta pressão

VSBP – Vapor de Sódio de Baixa Pressão

LED – Light-Emitting Diode (Díodo Emissor de Luz)

CFL – Compact Fluorescent Light (Lâmpadas de Baixo Consumo)

HM – Halógeneo Metálico

AECT – Associação Europeu de Cooperação Territorial

CCE – Centro de Consumidores Energético

IDAE – Instituto para la Diversificación y Ahorro de la Energía

MITC – Ministério de Indústria, Turismo y Cultura (Espanha)

MIET . Ministério de Indústria, Energia y Turismo (Madrid)

AEMA – Agência Europeia do Meio Ambiente

AAE – Agência Andaluza da Energia

DREEIP - Documento de Referência para a Eficiência Energética na Iluminação Pública

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Capítulo 1

Introdução

A minha dissertação foi realizada em conjunto com o meu Estágio Erasmus + em

Trabanca – Salamanca no Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT)

Duero – Douro. A duração do Estágio foi de 5 mês e nesse espaço de tempo

acompanhei vários projeto da AECT Duero – Douro sendo o mais relevante, e donde se

baseia a minha Tese, o Projeto de "Eficiência Energética na Iluminação Pública Exterior

do Centro Consumidor de Energia AECT Duero-Douro".

1.1 – Enquadramento e motivação

A energia elétrica tornou-se um recurso essencial à vida e sobrevivência do homem e

indispensável ao desenvolvimento económico das nações devido à sua multiplicidade de

aplicações e à comodidade que a sua utilização confere. No entanto a sua utilização

excessiva e contínua tem trazido consequências a nível económico e ambiental. Apesar

da diminuição da dependência energética registado nos últimos anos, ainda realizamos

importações elevadas de combustíveis fósseis, que tem contribuído para o aumento de

emissões de gases efeito de estufa (GEE). Assim sendo, a energia deve ser encarada

como um bem a ser utilizado de modo eficiente e racional, integrando-se na abrangente

perspetiva de utilização racional dos recursos.

Um dos sectores onde se tem vindo a verificar um maior consumo energético é o da

Iluminação Pública (IP), que representa uma grande percentagem do consumo

energético, ultrapassando em muitas realidades nacionais e municipais fatias

superiores a 50% do consumo total de energia, com repercussões negativas nas

finanças públicas e no ambiente. A utilização de tecnologia pouco eficiente agrava

ainda mais os custos e os impactes ambientais, levando muitas vezes as autarquias a

adotar medidas inadequadas como desligar parcialmente ou totalmente a iluminação

exterior nos locais de menor movimento. Tais medidas podem pôr em causa a segurança

dos peões e dos condutores e não se torna uma solução efetiva para o uso pouco

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eficiente da energia. Desde que foi decidido a iluminação com luz artificial nas ruas,

estradas e auto-estradas durante a noite, têm surgido vários debates sobre esta questão

de “desligar ou não desligar a iluminação pública”. O primeiro estudo reconhecido foi

escrito em França em 1935 (visto em Lorphèvre,2014 (Schreder) - Geets R. 1980), e

nessa altura foi estabelecido que "a iluminação das principais redes rodoviárias é

uma exigência”.

A importância da IP nos tempos atuais está bem ilustrada na Fig 1.1, onde se mostra

uma imagem de satélite da Europa à noite, sob o efeito da IP.

Fig. 1.1 - Iluminação Pública na União Europeia (NASA)

É notável a sua utilização e a quantidade instalada e por isso a questão da eficiência

energética na IP é tão importante. A utilização eficiente de energia pode contribuir de

forma indelével para resolver total ou parcialmente alguns dos problemas de natureza

económica e de natureza social dos municípios. Além disso, contribui para melhorar a

qualidade do ambiente, dado que conduz à diminuição do nível de emissão de GEE.

Também constitui um primeiro passo do percurso que permitirá atingir as metas e

objetivos impostos pela União Europeia (UE) e assim colocar Portugal e Espanha numa

posição favorável quanto aos outros países no que diz respeito à aposta na eficiência

energética. Para conseguir um máximo de eficiência energética é necessário substituir a

tecnologia existente ou parte dela que já está obsoleta e optar por tecnologia recente que

apresente melhores características luminotécnicas do que as existentes.

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21

1.2 – Objetivos

O principal objetivo desta Tese é informar quanto à importância da eficiência energética

e as suas vantagens tomando como caso específico a IP onde o seu consumo energético

não eficiente representa uma grande parte das despesas elétricas municipais. Usar-se-á

como exemplo um caso prático de um projeto desenvolvido pelo AECT Duero-Douro,

no qual foram estudadas soluções técnicas e tecnológicas mais eficientes de IP aos

municípios do Centro Consumidor de Energia AECT Duero-Douro e provar que as

soluções apresentadas são as melhores opções atualmente tanto por um consumo

inferior, como pelo melhor desempenho e otimização das condições e frequência de

manutenção. Com este estudo pretende-se ainda sensibilizar para o problema e

apresentar soluções tecnologicamente mais eficientes.

1.3 – Estrutura da Dissertação

Esta dissertação encontra-se dividida em 6 capítulos.

O capítulo 1 começa com uma introdução à dissertação, que contém uma breve

explicação do que será abordado neste documento como também os seus objetivos e a

estrutura da mesma.

A parte teórica começa no capítulo 2, onde é explicado o que é a eficiência energética e

a sua importância, é apresentada a situação atual em termos de consumo energético da

UE e de Portugal e Espanha e a comparação entre ambos. Ainda neste capítulo, será

abordado as consequências ambientais da má utilização dos recursos energéticos e das

atuais lâmpadas usadas na IP.

No capítulo 3 é apresentado o enquadramento legal e normativo e a posição da UE

quanto a eficiência energéticas e as metas impostas aos países membros, bem como as

respetivas Diretivas Comunitárias sobre este tema. Também é abordado o quadro legal

de Portugal e Espanha, com uma breve definição das estratégias de ambos países para

aumentar a eficiência energética, os planos criados para atingir as metas europeias e

nacionais e também a legislação aplicável a cada país.

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No capítulo 4 são abordados os sistemas de iluminação em que serão referidos os

elementos constituintes da IP. Primeiro, apresentam-se os vários tipos de lâmpadas e o

seu uso numa IP; depois as luminárias e a sua função; a seguir a explicação dos vários

equipamentos auxiliares, balastros, condensadores, arrancadores e também os

equipamentos de controlo; e finalmente é descrita a tecnologia LED e o seu

desenvolvimento na sua aplicação numa IP.

No capítulo 5, apresentar-se-á o caso de estudo desenvolvido no âmbito do meu Estágio

Erasmus +, a constituição da IP dos municípios antes e após a sua alteração, a

comparação entre ambas as soluções com a correspondente análise de dados dos

resultados obtidos desse estudo.

No capítulo 6, capítulo final, será feita uma análise geral dos temas abordados com as

respetivas conclusões finais.

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Capítulo 2

Consumo de Energia e Eficiência

Energética

A eficiência energética surgiu pela necessidade de não só potenciar e maximizar o uso

das energias que temos à nossa disposição como também criar o menor impacte no

ambiente. Utilizar, melhorar e gerir o uso das fontes de energia de maneira que se possa

atingir o potencial máximo, com os menores custos e menores impactes nos

ecossistemas. A eficiência energética não é nada mais que uma utilização racional da

energia a fim de obter um resultado vantajoso comparado com a anterior utilização, que

por definição, consiste na relação entre a quantidade de energia utilizada numa atividade

e aquela disponibilizada para a sua realização. As energias renováveis, que surgiram da

necessidade de produção de energia mais limpa, são a melhor resposta para o consumo

energético das nossas necessidades tais como a climatização e o aquecimento de água

quentes sanitárias e de piscinas e é o melhor substituto aos combustíveis fósseis não

tendo impacte ambiental relevante. Podemos então considerar que a eficiência

energética e as energias renováveis são os dois principais pilares de uma política

energética sustentável.

Neste capítulo será apresentado a situação atual de Portugal e Espanha quanto ao

consumo energético e o uso de energias renováveis no consumo energético final e

analisar ambos os casos separadamente. Na continuação do capítulo será então feita

uma comparação conjunta dos dados com a média europeia, seguindo uma análise

crítica de algumas das estatísticas energéticas. Para finalizar este capítulo, será

explicado de uma forma breve a implicação no ambiente da eficiência energética e as

consequências das lâmpadas no ambiente, sendo uma introdução a umas das

consequências das tecnologias anteriores utilizadas no meu tema em estudo, a

Iluminação Pública.

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2.1 – Situação Energética na União Europeia e na

Península Ibérica

Atualmente torna-se impensável viver ou realizar alguma atividade sem a necessidade

de consumir energia. Os nossos escritórios, nos nossos automóveis, nos diversos

equipamentos domésticos, na iluminação pública, nas várias indústrias e centrais que

produzem e distribuem a nossa energia seja ela elétrica, gás natural ou outra, todas

consomem energia. Todo este consumo excessivo obrigou ao desenvolvimento de novas

tecnologias mais eficientes, a utilização de energia de fonte renovável e a gestão e

eficiência dos recursos. Para uma melhor a avaliação desses consumos, são divididos o

consumo total pelos sectores mais relevantes e assim é possível saber quais os sectores

que mais consomem e quais estão a aumentar ou a diminuir comparando com valores de

outros anos. A análise independente dos sectores é extremamente importante para a

posteriori, serem criadas e implementadas medidas específicas e eficazes paras cada

sector de consumo.

2.1.1 – Consumos energéticos em Portugal

Os consumos energéticos de Portugal são relevantes como nos demonstram os dados do

ano 2014 - último ano em que estão disponíveis os dados do consumo energético na

Base de dados de Portugal Contemporâneo – Pordata, fornecidos pela Direção Geral

de Energia e Geologia em que Portugal consumiu um total de 46180GWh de energia

elétrica, repartindo-se como se pode verificar na Figura 2.1.

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Fig. 2.1 - Consumos de energia elétrica em Portugal no ano de 2014 (Pordata)

Na Figura 2.1 verificamos que o sector que mais consome energia elétrica a nível

nacional é a Indústria, a seguir do sector Não-doméstico e Doméstico, que juntos

representam uma contribuição de aproximadamente 90%. Os restantes sectores que

consomem mais energia são os Edifícios do Estado, a Iluminação das Vias Públicas

com um consumo de aproximadamente 1478 GWh/ano e a Agricultura, sobrando uma

pequena parcela de consumo para outros sectores menos relevantes neste aspeto.

Pode concluir-se que o sector da IP constitui um dos sectores em que o consumo

energético é considerável e portanto merece a sua atenção quanto à necessidade de ser

melhorada e portanto procurar soluções tendo em consideração objetivos de eficiência

energética.

A Figura 2.2 compara os vários sectores em percentagem para termos uma melhor

perceção da distribuição do consumo energético e a importância das mesmas:

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Fig. 2.2 - Consumos de energia elétrica em Portugal no ano de 2014

Como se pode verifica através da Fig. 2.2, a Iluminação das vias públicas representa 3%

da energia consumida no país, representando uma parte considerável do consumo

energético.

Enquanto a nível nacional a IP representa uma percentagem mínima do consumo

energético final, a nível municipal a realidade é bastante diferente. O problema que se

enfrenta atualmente quanto à IP é o consumo de energia elétrica excessiva, emissões de

gases prejudiciais para o ambiente, como também elevados gastos económicos que

segundo o “ Documento de Referência para a Eficiência Energética na Iluminação

Pública” (DREEIP, 2012), pode ultrapassar 50% do total do orçamento dos municípios.

Mesmo assim o DREEIP confirma um crescimento de cerca de 4 a 5% da rede de IP por

ano devido a construção de mais estradas, prédios, expansões de cidades ou vilas ou

colocação de iluminação em locais que não estavam devidamente iluminados. Um dos

métodos utilizados por vários municípios e pelas autoridades nacionais e locais nestes

últimos anos para reduzir os custos de energia nas contas públicas foi de começar a

desligar totalmente ou parcialmente a IP em certas estradas onde a circulação tanto de

veículos como de peões era diminuta. Este método levantava sempre questões e

preocupações sobre a segurança rodoviária e a segurança pública e a IP tinha de ser

26%

26%

37%

2% 3%

5%

1% Doméstico

Não doméstico

Indústria

Agricultura

Iluminação das viaspúblicas

Edifícios do Estado

Outros

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ligada novamente apesar de a iluminação parcial nas horas de menos movimento e nas

estradas de menos circulação seja ainda uma realidade.

Na Fig. 2.3 verificamos o consumo da Iluminação das vias públicas desde 1994 até

2014 com os dados disponibilizados pela Direção Geral de Energia e Geologia:

Gráfico 1.3 - Consumo energético da Iluminação Pública em Portugal entre 1995 e 2014

De 1995 até 2011, o consumo elétrico subiu anualmente começando a descer de 2011 a

2014. É possível concluir que o consumo energético aumentou devido a evolução

tecnológica e uma maior disponibilização de sistemas de iluminação nas várias

localidades como também devido ao crescimento dos vários municípios, o que implica

ampliações da rede de iluminação e a criação de várias infra-estruturas que contribuíram

para este consumo. A partir de 2011 assistiu-se a uma diminuição do uso de energia

elétrica na iluminação pública, atingindo-se um consumo global de 1478 GWh/ano em

2014, um consumo inferior ao de 2006 que é de 1511 GWh/ano. Esta diminuição reflete

os esforços realizados para diminuir o consumo energético e torná-la mais eficiente.

Mesmo assim, há que aumentar esses esforços para poder conseguir atingir os objetivos

europeus e nacionais quanto ao consumo energético.

Como foi referido anteriormente, as energias renováveis tendem a ganhar cada vez mais

peso e importância na produção de energia elétrica, como podemos observar na Figura

2.4, que demonstra a quota que representam as energias renováveis em 2010 divididas

por tipo de tecnologias e as previsões para os anos seguintes até 2020, que representa a

800

855

919

950

1020

1072

1144

1200

1332

1318

1410

1511

1571

1643

1674

1662

1671

1555

1470

1478

0200400600800

10001200140016001800

19

95

19

96

19

97

19

98

19

99

20

00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

20

11

20

12

20

13

20

14

Co

nsu

mo

En

erg

éti

co (

GW

h)

Iluminaçãodas viaspúblicas

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meta europeia a ser atingida, disponibilizada pela APREN – Associação de Energias

Renováveis.

Quanto às metas e objetivos europeus a serem atingidos até 2020, serão explicados no

capítulo seguinte.

Fig.2.4 - Quota de eletricidade gerada por cada tecnologia de FER em relação ao consumo total de eletricidade

em Portugal (2010 – 2020)

Através da evolução da contribuição de fontes de energias renováveis (FER) para a

produção de energia elétrica é possível prever que se atinja os 82% de energia elétrica

proveniente de FER em 2020, onde as principais FER são os 33% provenientes da

energia hídrica e os 30% da eólica.

Estas previsões são para demonstrar a importância da contribuição das energias

renováveis por tipo de tecnologia. Mais a frente será demonstrado o atual estado das

energias renováveis na produção de energia primária.

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2.1.3 – Consumos energéticos em Espanha

Em Espanha a situação é semelhante à de Portugal no que diz respeito à IP em que é o

sector que apresenta os custos mais elevados de energia a nível municipal os quais

podem representar até 54% do consumo total energéticos das instalações municipais.

A IP inclui toda a instalação de iluminação de titularidade pública ou privada cujo fluxo

luminoso seja projetado num espaço aberto (estrada, caminho, parque, ornamental, etc.)

de uso público. Segunda a IDAE (Instituto para la Diversificación y Ahorro de la

Energía), todas estas instalações totalizam aproximadamente 8.044.680 pontos de luz,

com uma potência média de 162W e cerca de 4100 horas de utilização anual,

representando um consumo elétrico de 5.247 GWh/ano, quase quatro vez mais do que

em Portugal.

A Espanha é um dos países menos eficiente da Europa em termos de IP, segundo

informações da IDAE, gastam em média 116kWh/habit.ano comparado a outros países

europeus como França com 91 kWh/habit.ano, e Alemanha, com 43 kWh/habit.ano. A

eficiência energética na IP é uma solução importante para a diminuição do consumo

energético nacional e gastos económicos dos municípios.

No caso Espanha apresentarei os consumos dos Serviços Público atuais, onde está

inserido o sector da Iluminação Pública, e estimativas da IP, visto que anteriormente a

recolha dos dados estatísticos da IP era feita pelo Ministério de Indústria, Energia e

Turismo (MIET) de Madrid, mas que a partir de 2007 ficou englobado no mesmo

conjunto que a administração pública.

Segundo o MIET, o consumo anual energético de 2014 foi de 570,6 ktep e está dividido

como demonstra a figura seguinte:

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Fig. 2.5 - Consumos energéticos em Espanha 2014

Analisando a figura, verificamos que 55% do consumo energético em quilo tonelada

equivalente de petróleo – ktep - é responsável a Indústria, seguindo-se 25% dos

Transporte e 15% dos Edifícios e Equipamentos, onde estes três conjuntos representam

95% do consumo energético de Espanha. Os restantes 5% estão distribuídos pelos

Serviços Públicos, que representam 2%, pela Agricultura, que representa 2%, e pela

Comunicação representando 1%.

Os Serviços Públicos, onde esta inserida a IP, representam 2% do consumo energético o

que é equivalente a um consumo de 12,3 ktep segundo os dados fornecidos pelo MIET.

Segundo as estatísticas do Departamento de Astrofísica e Ciências da Atmosfera da

Universidade Complutense de Madrid, estima-se que o consumo da IP por habitante

em 2012 seja de 113kWh. É um resultado muito elevado, segundo o Plano de Eficiência

Energética do ano 2004-2012 que previa uma redução até os 75 kWh/habit. Uma das

causas que levou ao aumento do consumo energético, segundo este estudo, foi o

aumento das taxas elétricas o que aumentou o gasto na IP, que passou de 450 milhões

de euros em 2007 a 830 milhões de em 2012. Outra razão apontada é que grande parte

dos custos vem dos municípios mais pequenos com menos de 200.000 habitantes, os

quais aumentaram as suas potências de IP, para igualar-se as das cidades mais

povoadas, onde é muito mais barato iluminar, como se pode verificar na tabela seguinte.

2% 2% 1%

55%

25%

15%

Serviços Públicos

Agricultura

Comuniação

Industria

Transporte

Edifícios e Equipamentos

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Na Tabela 2.1 é demonstrado o consumo por habitante, potência média por ponto de luz

e a média dos pontos de luz por cada 1000 habitantes:

Tabela 2.1 - Consumos elétricos em Iluminação Público por tamanho dos municípios (IDAE)

Verificamos que à medida que o tamanho do município diminui, a potência por ponto

de luz também diminui. Isto deve-se ao facto de existir uma relação entre o aumento de

pontos de luz de menor altura com a diminuição do tamanho do município, e

consequentemente, menor potência instalada. No entanto, também se verifica que nos

município de menor densidade de habitantes, que o rácio de pontos de luz e do consumo

per capita são crescentes e mais elevados.

As atuais previsões para Espanha mostram que o país não cumprirá com a meta de

renováveis de 20% fixada para o ano 2020. A Agencia Europeia do Meio Ambiente

(AEMA) crê que será muito improvável que Espanha consiga atingir a meta dos 20% da

sua energia que seja proveniente de FER. Até 2011, Espanha superava a meta da altura

de 11% no período 2011-2012, mas desde aí tem vindo a diminuir a sua evolução nessa

área. No Conselho Europeu (CE) realizado no dia 17/03/2014, o comissário europeu de

Energia, Gunter Oettinger, diz que Espanha não cumprirá com a cota dos 20% até 2020

se continuarem com as atuais medidas estratégicas empreendidas pelo Governo

Espanhol. Segundo o Eurostat, no final de 2013, Espanha tinha atingido um 15,4% de

consumo energético de base renovável.

Ainda assim, o Ministério de Energia diz ser possível atingir os objetivos até 2020 com

os progressos que se tem vindo a desenvolver, nomeadamente:

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Emissões de GEE – Espanha reduziu as emissões em 18% e é expectável

reduzirem até 24% no ano 2020 atingindo assim a meta de 20% de redução nas

emissões dos gases;

Energias Renováveis – até 2013 atingiu 15.4% e é possível atingir os 21%

ultrapassando a cota estabelecido de 20% no consumo final de energia ser

proveniente de FER;

Consumo de Energia Primária – Foi possível atingir uma redução de 8% entre

2006 e 2012, e com a recuperação económica será possível alcançar os

objetivos.

2.1.3 – União Europeia

Na UE, a redução do consumo de energia e a eliminação do desperdício energético

assumem cada vez mais importância, sendo alvo de constante debate em relação às

causas e às soluções adotar. As medidas em matéria de eficiência energética são cada

vez mais reconhecidas como meio, não apenas para alcançar um objetivo de consumo

energético sustentável, melhorar a segurança de aprovisionamento e diminuir os custos

da importação, mas também, promover a competitividade das economias europeias. A

IP é um dos sectores que mais consome energia elétrica nos municípios, representando a

nível nacional 3% do consumo elétrico em Portugal e 2% em Espanha.

Na Fig. 2.6 apresenta-se a comparação entre Portugal, Espanha e a média da UE quanto

à contribuição das energias renováveis na produção de energia primária.

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Fig. 2.6 - Contribuição das energias renováveis na produção primária de energia em 2014 (%) (Pordata)

Podemos constatar que Portugal lidera a produção de energia primária através de FER

com 97,6% em 2014, obtendo quase o dobro de Espanha que regista 51,5% na produção

de energia de FER e quase o quádruplo da média Europeia, que regista somente 25,4%.

Podemos concluir que Portugal está no bom caminho quanto a eficiência energética e a

utilização de FER, ao contrário de Espanha, como já tinha sido referido anteriormente,

que ainda tem muito trabalho que desenvolver. Na Fig. 2.6 verificamos que a média

Europeia está muito abaixo dos países em comparação, e isso deve-se principalmente a

haver muitos países longe de cumprirem com os objetivos estabelecidos.

Podemos analisar esse caso na Fig. 2.7, através dos dados fornecidos pela Eurostat da

European Environment Agency, a situação dos países da UE até 2014 quanto a meta

dos 20% de diminuição de consumo energéticos a atingir até 2020.

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Tabela 2.2 - Percentagem de energia renovável no consumo de energia final bruto da UE 28 até 2014

(Eurostat)

O objetivo da UE é atingir os 20% de utilização de energia provenientes de FER no

consumo final bruto de energia e a média de todos os Estados Membros (EM) tem que

atingir esta meta obrigatoriamente. Devidas as várias condições e possibilidades de cada

país, foram adaptadas as metas a atingir por cada um. Em 2014 os países que já

atingiram as suas respetivas metas foram a Bulgária, República Checa, Estónia, Itália,

Lituánia, Roménia, Finlândia e Suécia. Quanto a Portugal e Espanha, nenhum dos dois

atingiu ainda as suas respetivas metas. Espanha tem o objetivo da UE de 20% e

encontrava-se em 2014 com um valor de 16,2%. Já Portugal conseguiu ultrapassar o

objetivo europeu, obtendo 27% de redução mas não atingiu o objetivo nacional, ao qual

se comprometeu a obter 31% de energia renovável no consumo de energia final bruto.

Depois desta análise é possível verificar que Portugal está no bom caminho quanto à

diminuição dos consumos energéticos, tanto geral como na IP e já Espanha tem que

desenvolver medidas e implementá-las eficazmente para que possa atingir as metas que

se propôs.

0 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 OBJETIVO

EU (28 countries) 8,5 9 9,5 10,4 11 12,4 12,8 13,1 14,3 15 16 20

EU (27 countries) : : : : : : : : : : : 20

Belgium 1,9 2,3 2,7 3,4 3,8 5,1 5,5 6,2 7,2 7,5 8 13

Bulgaria 9,4 9,4 9,6 9,2 10,5 12,1 14,1 14,3 16 19 18 16

Czech Republic 5,9 6 6,4 7,4 7,6 8,5 9,5 9,5 11,4 12,4 13,4 13

Denmark 14,9 16 16,4 17,8 18,6 20 22,1 23,5 25,6 27,3 29,2 30

Germany 5,8 6,7 7,7 9,1 8,6 9,9 10,5 11,4 12,1 12,4 13,8 18

Estonia 18,4 17,5 16,1 17,1 18,9 23 24,6 25,5 25,8 25,6 26,5 25

Ireland 2,4 2,9 3,1 3,6 4,1 5,1 5,6 6,6 7,1 7,7 8,6 16

Greece 6,9 7 7,2 8,2 8 8,5 9,8 10,9 13,4 15 15,3 18

Spain 8,3 8,4 9,2 9,7 10,8 13 13,8 13,2 14,3 15,3 16,2 20

France 9,4 9,6 9,3 10,2 11,1 12,1 12,6 11,1 13,4 14 14,3 23

Croatia 23,5 23,8 22,7 22,2 22 23,6 25,1 25,4 26,8 28,1 27,9 20

Italy 6,3 7,5 8,4 9,8 11,5 12,8 13 12,9 15,4 16,7 17,1 17

Cyprus 3,1 3,1 3,3 4 5,1 5,6 6 6 6,8 8,1 9 13

Latvia 32,8 32,3 31,1 29,6 29,8 34,3 30,4 33,5 35,7 37,1 38,7 40

Lithuania 17,2 17 17 16,7 18 20 19,8 20,2 21,7 23 23,9 23

Luxembourg 0,9 1,4 1,5 2,7 2,8 2,9 2,9 2,9 3,1 3,6 4,5 11

Hungary 4,4 4,5 5,1 5,9 6,5 8 8,6 9,1 9,6 9,5 9,5 13

Malta 0,1 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 1,1 1,9 2,9 3,7 4,7 10

Netherlands 2,1 2,5 2,8 3,3 3,6 4,3 3,9 4,5 4,7 4,8 5,5 14

Austria 23,3 23,8 25,3 27,3 28,2 30,2 30,6 30,8 31,6 32,3 33,1 34

Poland 6,9 6,9 6,9 6,9 7,7 8,7 9,2 10,3 10,9 11,3 11,4 15

Portugal 19,2 19,5 20,8 21,9 23 24,4 24,2 24,7 25 25,7 27 31

Romania 17 17,6 17,1 18,3 20,5 22,7 23,4 21,4 22,8 23,9 24,9 24

Slovenia 16,1 16 15,6 15,6 15 20 20,5 20,2 20,9 22,5 21,9 25

Slovakia 6,4 6,4 6,6 7,8 7,7 9,4 9,1 10,3 10,4 10,1 11,6 14

Finland 29,2 28,8 30 29,6 31,4 31,4 32,4 32,8 34,4 36,7 38,7 38

Sweden 38,7 40,6 42,7 44,2 45,3 48,2 47,2 49 51,1 52 52,6 49

United Kingdom 1,2 1,4 1,6 1,8 2,7 3,3 3,7 4,2 4,6 5,6 7 15

Iceland 58,9 60,1 60,8 71,5 67,5 69,7 70,4 71,6 72,3 71,3 71,1 :

Norway 58,1 59,8 60,3 60,2 61,8 64,9 61,2 64,8 65,9 66,7 69,2 :

Switzerland : : : : : : : : : : : :

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2.2 – Energia e Implicações Ambientais

A produção, transporte e uso de diferentes formas de energia têm vindo a ser associadas

a vários problemas ambientais como as alterações climáticas resultante das emissões de

GEE, a degradação da qualidade do ar, a contaminação de água e dos solos e a produção

de resíduos. De facto, toda a cadeia produtiva de energia produz emissões atmosféricas

de vários GEE e contaminantes atmosféricos, como os óxidos de enxofre e azoto, o

monóxido de carbono, os metais pesados, as partículas em suspensão e os

clorofluorcarbonetos. Também são produzidos escoamentos que contaminam a água

(e,g - eutrofização) e os solos com consequências para a saúde humana e para os

ecossistemas. Outro problema grave é a geração de resíduos sólidos resultantes da

produção e consumo, em que os seus tratamentos são cada vez mais difíceis e caros para

evitar impactes ambientais significativos. Os resíduos radioativos também representam

um grande problema tanto para os seres vivos como para os ecossistemas.

Para prevenir as consequências destes efeitos ambientais associados ao de energia, têm

vindo a ser desenvolvidas e implementadas várias medidas que procuram atingir

diferentes objetivos energéticos nos mais variados sectores (Eficiência Energética,

Adene, 2016):

Melhorar o isolamento térmico dos edifícios, para assim poupar no aquecimento

e no arrefecimento mantendo a mesma temperatura;

Substituir as lâmpadas existentes por lâmpadas mais eficientes mantendo o

mesmo nível de iluminação;

Utilizar redes de sensores sem fio para visualizar o uso e o consumo de energia

em cada ponto para melhorar a eficiência;

Afinar os parâmetros de queima dos geradores de calor;

Melhorar o isolamento térmico das superfícies quentes;

Otimizar as condições de funcionamento de equipamentos;

Aproveitar os combustíveis e/ou as fontes de calor residuais;

Dimensionar corretamente as instalações energéticas;

Eliminar as fugas de ar comprimido;

+Recuperar a energia térmica em compressores de ar;

Substituir os motores convencionais por motores de alto rendimento;

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Instalar VEVs (Variadores Eletrónicos de Velocidade);

Proceder ao deslastre de cargas;

Compensar o fator de potência;

Otimizar e controlar a iluminação;

Melhorar o aproveitamento das condições de iluminação natural;

Implementar de sistemas de gestão de energia;

Instalar sistemas de cogeração.

Assim, a estratégia europeia para a eficiência energética engloba medidas em vários

sectores no sentido de promover a utilização racional de energia e a eficiência

energética em equipamentos, obtendo também uma diminuição das emissões de GEE.

No que diz respeito à IP, também foram estabelecidas regras e soluções para obter um

maior rendimento nesse sector através da utilização de equipamentos e/ou soluções mais

eficientes com vista a melhorar a eficiência energética das instalações, nomeadamente:

Instalação de sistemas de regulação de fluxo luminoso;

Substituição de luminárias ineficientes ou com mais de 10 anos de utilização,

por equipamentos com melhor capacidade de reflexão;

Utilização de fontes de luz de menor potência;

Substituição de balastros ineficientes ou com mais de 10 anos;

Substituição de lâmpadas de vapor de mercúrio (VM) por fontes de luz mais

eficientes;

Instalação de tecnologias de controlo, gestão e monitorização da Iluminação

Pública.

Um dos principais problemas da IP é a poluição luminosa que ela produz e a eliminação

incorreta das lâmpadas, não só pela acumulação de resíduos, mas também pelo mercúrio

que elas contêm.

A poluição luminosa é uma das grandes consequências da iluminação artificial e do seu

mau uso que é causada pelo excesso de luminosidade e direcionamento incorreto dessa

mesma luminosidade da IP. As repercussões negativas deste fenómeno afetam o meio

envolvente, inibindo a observação do céu noturno o que pode acarretar efeitos negativos

para o ser humano como problemas de saúde. Segundo o estudo realizado por Barghini

(2010), a iluminação artificial prejudica o normal funcionamento na cadeia alimentar de

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algumas espécies, diminuindo ou aumentando certas populações de animais, como

também atrai mais insectos o que pode levar ao aumento da distribuição de uma certa

doença para o ser humano. Também indicou que a poluição luminosa tem impactes

negativos no céu noturno, sendo visível parcialmente ou não sendo visível de todo.

Ainda refere que por mais que ainda existe áreas não iluminadas no globo, atualmente a

IP atingiu um nível de expansão e de uso tão grande que se a Terra fosse vista do lado

de fora do planeta, se poderia considerar o planeta como um corpo que possui luz

própria. Este tipo de poluição não pode ser totalmente encarada como culpa da

existência da IP mas sim do uso incorreto da mesma. Existem atualmente soluções para

resolver esta problemática como a substituição das lâmpadas por outras de menor

consumo e maior índice de reprodução cromática, como também o direcionamento

adequado da luz e a colocação de filtros para absorver a faixa do espectro in desejável

de uma lâmpada.

As preocupações em torno desta questão inquietam pesquisadores das mais diversas

área desde ambientalistas, astrônomos, biólogos e engenheiros.

No caso das lâmpadas utilizadas nas IPs, no final da sua vida útil, as lâmpadas são, na

maior parte das vezes, destinadas aos aterros e assim contaminam os solos e, mais tarde,

os cursos de água. A presença do mercúrio na água, mesmo em pequenas quantidades, é

um problema ecológico muito importante devido a sua bioconcentração, ou seja, a

concentração de mercúrio aumenta nos organismos animais que passam através da

cadeia alimentar, devido ao depósito de metal em diversos tecidos vivos. Portanto, os

animais situados no extremo da cadeia alimentar têm uma maior concentração e as

vezes perigosa para o próprio animal e aos que se alimentam dele, causando graves

problemas de saúde pública que pode vir a intoxicar uma comunidade inteira, aparte das

perdas económicas que daí pode advir. O sistema respiratório é a principal via de

penetração e absorção do mercúrio pelo ser humano e a sua exposição causa problemas

graves na saúde humana. Um dos exemplos mais trágicos das consequências do

envenenamento por mercúrio aconteceu na baía de Minamata – Japão, na década de

1950, onde as mulheres grávidas foram expostas a altos níveis de mercúrio através do

consumo de peixe contaminado, o que levou os seus descendentes desenvolverem

múltiplos sintomas neurológicos (microcefalia, hipoplasia e atrofia cerebral).

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Atualmente são cada vez mais as empresas que se preocupam em controlar o impacte

que as suas atividades provocam no ambiente. A esse nível o indicador de repercussão,

que se define tecnicamente como “pegada de carbono” (PDC ou carbon footprint,

nome originalmente inglês), que se refere à massa de emissões de CO2 acumuladas, por

exemplo, através de uma cadeia de abastecimento ou através do ciclo de vida de um

produto, não sendo uma medida de área (Hertwich, E. G., & Peters, G. P; 2009). Pode

ser reduzido consideravelmente no campo da iluminação com a tecnologia LED, pela

capacidade de poupança energética. As empresas e organizações de maior estatuto

apostaram nas novas tecnologias, como as soluções LED para diminuir o seu gasto

energético e, ao mesmo tempo, cuidar do ambiente reduzindo as suas emissões e

controlando a sua pegada de carbono.

Os Governos de todo o mundo entenderam que uma decisão como incentivar ou

diretamente proibir a venda das lâmpadas incandescentes significaria uma poupança

instantânea no uso da energia, assim como a emissão de CO2e Desde de Setembro de

2009, a UE proibiu a venda de “lâmpadas” incandescentes de mais de 80 watts nos

países membros. Também tomaram essas medidas os Estados Unidos entre 2012 e

2014, como também o Brasil, Venezuela, Austrália, Suíça, Argentina, Rússia e Canadá.

Em 2012, A UE proibiu a fabricação e venda de lâmpadas incandescentes tradicionais

através da Diretiva Ecodesign 2009/125/CE, que foi criada com o objetivo de eliminar

este tipo de lâmpadas não eficientes de forma progressiva entre 2009 e 2016.

Estabeleceu um calendário cuja aplicação começou em setembro de 2009 com a

eliminação das lâmpadas de 100W e continuou com as de 75W. Esta tecnologia

considera-se pouco eficiente porque 90% da eletricidade que consome transforma-se em

calor enquanto só 10% (no melhor dos casos) se transformava em energia luminosa.

Assim sendo, o plano continuou a ser executado e desde de 1 de setembro de 2012 as

lâmpadas incandescentes de 60W já não são distribuídas no mercado europeu, sendo

que este é um dos modelos mais usados em países como Espanha, segundo dados da

Philips.

O objetivo da U.E é conseguir, em 2020, uma economia de eletricidade equivalente ao

consumo anual de onze milhões de casas e uma redução média da fatura de luz de 25

euros ao ano por habitação com a aplicação das novas normas de eficiência energética.

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Capítulo 3

Enquadramento Legal e Normativo

3.1 – União Europeia

O consumo de energia está na origem de 80% das emissões de gases com efeito de

estufa na UE e, portanto, torna-se prioritário reduzir as emissões de gases com efeito de

estufa e assim obter um menor consumo de energia e uma maior utilização de energia

limpa. Perante a necessidade de reduzir o nível de emissões libertados para a atmosfera

através do consumo energético, a UE teve que assumir uma posição cada vez mais

importante sobre a redução do consumo de energia e a eliminação do desperdício

energético como uma questão determinante para a sua política energética e para isso

teve que criar medidas perante esta situação que atinge todo o planeta. Em resposta aos

problemas foram criadas Diretivas e estabelecidas metas e objetivos para os países

membros cumprirem como foi referido no capítulo 2.1.

Em novembro de 2010, o CE apresentou uma nova estratégia para a produção de uma

energia mais competitiva, sustentável e segura para ao horizonte de 2020. Esta

estratégia tem como prioridade para os próximos dez anos a redução e economia de

energia, a criação de um mercado pan-europeu de energia com infraestruturas, unir cada

vez mais os 27 Estados no que diz respeito a energia e a partilha do seu mercado, obter

uma liderança europeia em tecnologia e inovação energética, assegurar uma produção

de uma energia limpa, segura, sem riscos e economicamente acessível a todos, através

de consumidores ativos.

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3.1.1 - Metas Europeias

Em 2006, a UE em conjunto com os EM assumiram uma meta para 2016 de reduzir o

consumo médio anual de energia em 9%. Posteriormente no ano 2007, o CE em

conjunto com os EM comprometeram-se na criação de uma economia europeia

energeticamente eficiente e baixa em carbono como também a redução de 20% no

consumo de energia final até 2020. As previsões realizadas em 2007, mostravam que

em 2020 o consumo de energia primária aumentaria até os 1.842 Mtep mas com a

redução de 20%, o consumo diminuiria para 1.474 Mtep, ou seja, seria expectável uma

economia energética de 368 Mtep.

A quota só foi legalmente estabelecida através da saída da Diretiva 2009/28/CE –

Diretiva de Fontes de Energias Renováveis (Diretiva FER) que definiu, em 2009, metas

ambiciosas nos domínios da energia e das alterações climáticas para o ano 2020.

Foi definido uma meta de 20% no consumo médio anual de energia ser proveniente de

fontes de energias renováveis (FER) através da imposição de metas e objetivos

obrigatórios aos EM como também a inclusão da energia de fonte renovável nos

sectores da produção de eletricidade, aquecimento e arrefecimento (A&A) e 10% de

energia renovável no sector de transportes. Ainda, os EM terão que apresentar os seus

Planos de Ação Nacionais das Energias Renováveis (PANERs) onde terão que definir,

de uma forma clara e concreta, todos os meios e os métodos que irão desenvolver e

aplicar para atingir as metas Europeias.

A Comissão Europeia terá total autorização e obrigação de monitorizar estes planos,

verificando se cumprem com os seus objetivos. No caso de não cumprirem, devem

implementar a Diretiva de forma satisfatória, podendo o CE lançar procedimentos por

infração aos EM.

Em 2012 surge a Diretiva 2012/27/UE – Diretiva da Eficiência Energética (Diretiva

EE) onde define medidas e mecanismos mais eficazes para atingir os objetivos como

inclui novas metas a serem atingidas que são:

Atingir uma redução de 20% do consumo de energia primária sendo substituída

por energia renovável e 10% no sector de transporte;

Reduzir 20% das emissões de GEE e em 30% se forem criadas e forem

disponíveis condições para tal, comparado a 1990;

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Aumentar a eficiência energética com a finalidade de economizar 20% da

energia consumida na UE de acorda com as previsões para 2020.

Esses objetivos surgem denominada como “Estratégia 20-20-20”.

Em março de 2014, o CE publicou uma comunicação onde estava registado o balanço

energético da UE e verificou a eficácia da eficiência energética em termos de redução

de custos económicos e na dependência energética. Houve registos negativos relativo

aos avanços e ao alcance dos objetivos que foram desiguais e ficaram marcados pela

Crise Económica Europeia, em que afetou a empregabilidade e os níveis de pobreza,

além de ter limitado os avanços para atingir os restantes objetivos, com a exceção do

seu efeito na redução dos GEE. Por outro lado, houve evoluções estruturais positivas

quanto aos níveis de educação, ao aumento do uso de energias renováveis e a redução

da intensidade de carbono da economia. Com isso a UE estabeleceu regras e normas

sobre a matéria de eficiência energética aplicável à rotulagem e à conceção ecológica

dos produtos, serviços e infraestruturas com o objetivo de melhorar a eficiência

energética ao longo de toda a cadeia produtiva de energia, desde o aprovisionamento

energético à utilização de energia por parte dos consumidores.

Com os avanços e esforços feitos pelos EM para o cumprimento das metas até 2020,

novos objetivos foram já estabelecidos para 2030. No final de 2014, os Chefes de

Estado e de Governo dos países membros da EU concordaram com o estabelecimento

de novos objetivos para o ano 2030 dirigidos a:

Reduzir até 40% as emissões de GEE relativamente aos níveis de 1990;

Aumentar as energias renováveis para que representem pelo menos 27% do

consumo final de energia;

Reduzir no mínimo um 27% no consumo energético

As previsões atuais para 2030 indicam que são necessários mais esforços, tanto

nacionais como europeus, para que a UE alcance os novos objetivos a longo prazo que

definem como prioridade a redução das emissões de carbono do sistema energético da

UE entre 80% - 95% para o ano 2050.

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3.1.2 – Diretivas Comunitárias

As Diretivas podem ser definidas como um ato legislativo estabelecidas pela UE que

exige aos seus EM alcançarem um determinado objetivo e/ou resultado. Geralmente não

ditam meios específicos para atingir determinado objetivo, dando aos seus EM

flexibilidade na criação de meios para atingir os objetivos propostos e quanto as regras a

serem adotadas, dependendo da situação e das possibilidades de cada país membro.

Geralmente, as Diretivas são criadas perante um problema comum a solucionar com o

objetivo de beneficiar toda a União. Dentro do sector energético, a UE tem enfrentado

grandes problemas ao longo dos anos como a dependência das importações de energia, a

escassez de recursos energéticos e a crise económica que o sector energético também

sofre. As alterações climáticas são um aspeto ambiental obrigatório a tomar em conta

quanto as emissões de GEE provocadas através de todo o processo energético, desde da

sua produção até à sua utilização. Neste caso, foram criadas várias Diretivas com o

propósito de solucionar este problema progressivamente, através do estabelecimento de

várias metas e regulamentos. As Diretivas são todas relacionadas com eficiência

energética, visto que é o “instrumento mais eficaz” para combater este problema.

São de seguida apresentadas as Diretivas mais relevantes dos últimos anos quanto ao

tema de eficiência energética:

Diretiva n.º 2006/32/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de abril, define

que todos os EM deverão obter uma redução no consumo final de pelo menos 1% por

ano, sendo no total de 9% de energia até 2016. A Diretiva também estabelece a

obrigação dos EM publicarem um plano de ação para a eficiência energética para a

redução de consumo energético através da adoção e da implementação de várias

medidas de aproveitamento, redução e eficiência energética no país para atingir os

objetivos impostos. A Diretiva ainda especifica medidas a desenvolver para obter uma

relação custo-eficácia na melhoria da eficiência na utilização final de energia nos EM.

Diretiva 2009/28/CE / - Diretiva FER, criada em 23 de abril e publicada em junho de

2009, promove a utilização de energia através de fontes de energia renováveis.

Tem como principais objetivos:

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Estabelecer metas e objetivos quanto à utilização de FER - A Diretiva FER tem

uma importante função de estabelecer e fazer que se cumpram metas e objetivos

quanto à quota das FER no consumo final bruto da energia de modo a ajudar a

atingir os objetivos nacionais e europeus;

Aprova os PANERs – exemplo do PNAEE 2016 e PNAER 2020;

Regulamenta a emissão de certificação de origem – Regula a certificação de

origem da eletricidade, podendo ser aplicável ao calor renovável;

Flexibilidade entre projetos e na transferência de dados estatísticos – A Diretiva

FER estipula a criação de medidas e mecanismos de flexibilidade para projetos

conjuntos e na transferência de dados estatísticos entre EM para ajudar no

cumprimento das quotas;

Disponibilizar mais e melhor informação sobre apoios às FER;

Melhorar a oferta de sistemas de certificação e qualificação profissional – no que

diz respeito aos instaladores de equipamentos com base em FER de pequena

escala;

Facilitar ao acesso das FER a rede elétrica – Incentiva os EM a tomar medidas

quanto a facilidade ao acesso das FER a rede elétrica e simplificar os processos

de autorização, certificação e licenciamento;

Cumprir critérios de sustentabilidade – Obriga ao cumprimento de critérios que

visem a sustentabilidade energética quanto a contabilização da energia

proveniente de biocombustíveis e biocombustíveis de segunda geração.

A Diretiva FER estabelece uma quota mínima comum a todos os EM de 20% de

consumo de energia final ser proveniente de FER e uma quota de 10% de energia

proveniente de FER no sector de transportes para o ano 2020.

Diretiva 2009/125/CE - Diretiva Ecodesign, de 21 de outubro, está relacionada com a

criação de um quadro para definir os requisitos de conceção ecológica dos produtos

relacionados com o consumo de energia com o objetivo de garantir a sua livre

circulação no mercado. Também prevê a criação de requisitos para os produtos

relacionados com consumo de energia para a introdução de produtos mais eficientes no

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mercado contribuindo para um desenvolvimento sustentável, aumentar o nível e

proteção do ambiente e melhorar assim a segurança do fornecimento de energia.

Um dos objetivos mais importantes é a eliminação das lâmpadas VM de alta pressão e

outras tecnologias não eficientes de forma progressiva entre 2009 e 2016, como já foi

referido no subcapítulo 2.2.

A diretiva tem um duplo objetivo, por um lado reduzir o consumo energético e ajudar,

deste modo, reduzir as emissões de gases de efeito de estufa; e por outro lado evitar

resíduos criados por estes dispositivos. Assim obtém o dobro de benefício ambiental.

Diretiva 2012/27/UE - Diretiva EE do Parlamento Europeu e Conselho, também

designada por Diretiva de Eficiência Energética, foi publicada no dia 25 de outubro de .

Esta Diretiva estabelece a obrigação dos EM apresentarem um PNAEE, no qual terá de

estar descrito todos os métodos, mecanismos e medidas de sustentabilidade e eficiência

energética, incluindo os sectores onde serão implementados, com a finalidade de atingir

a meta anteriormente definida de 9% de economia no consumo de energia final até 2016

como também a meta de 20% de eficiência no consumo final de energia, 20% da

energia produzida ser de FER e 20% nas reduções de GEE até 2020. Também inclui

mecanismos e medidas a serem implementadas quanto à eficiência energética nos

edifícios e organismos públicos.

3.2 - Quadro Legal Português

Com a UE a assumir cada vez mais a redução de gastos e de consumo energético e a

eliminação do desperdício energético como medidas importantes para a sua política

energética, Portugal teve que tomar uma posição quanto a essa problemática. Em, 2007,

os países membros da U.E, concordaram em reduzir o consumo médio anual em 20%

até 2020, mas Portugal traçou metas mais ambiciosas e estabeleceu um objetivo em

reduzir o consumo de energia primária em 25%. Com a saída da Diretiva FER, Portugal

traçou metas nacionais, tendo aumentado a quota das energias renováveis no consumo

final de energia em 31. Estas medidas visam melhorar a eficiência em todas as fases da

cadeia da energia. Para ser possível atingir os objetivos, Portugal adotou uma política

energética nacional baseada em dois fatores essenciais: racionalidade económica e

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sustentabilidade. As medidas adotadas pelo Governo foi a implementação de planos e

programas que visam cumprir as necessidades e os objetivos da nova política energética

que se baseiam maioritariamente em reduzir os GEE de forma sustentável, aumentar a

independência energética do País; melhorar a economia geral principalmente no sector

Estado, no que diz respeito à despesa pública que será diminuída, e usar eficientemente

os recursos.

Com o objetivo de uma política energética sustentável, eficiente e que favorece a

competitividade económica e a qualidade de vida da população, foram desenvolvidos

dois planos nacionais e um programa com objetivos específicos e que vai ao encontro

das metas a cumprir na U.E. Também foi criado um Fundo Nacional Energético para

apoiar a implementação das várias medidas.

Os planos e programas desenvolvidos foram:

FEE - Fundo de Eficiência Energético;

PNAEE 2016 - Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética 2016;

PNAER 2020 - Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis 2020;

ECO.AP - Programa de Eficiência Energética para a Administração Pública;

A integração dos dois Planos, o PNAEE 2016 e o PNAER 2020, permite uma ação

concertada para o cumprimento tanto dos objetivos nacionais como os objetivos

europeus para os respetivos anos.

3.2.1 – Legislação aplicável

Para combater os problemas energéticos referenciados anteriormente, a UE estabeleceu

novas regras e objetivos através das várias Diretivas, referido no subcapítulo 3.1.2,

aplicado a todos os EM. Com a saída das várias Diretivas comunitárias, Portugal teve

que transcrever para o plano nacional nova legislação que fosse ao encontro dos

objetivos europeus. A seguir, apresentam-se as Resoluções do Conselho de Ministros

(RCM) e Decretos de Lei mais relevantes dos últimos anos quanto ao tema estudado:

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RCM nº 80/2008, de 20 de maio, aprova o primeiro Plano Nacional de Ação para a

Eficiência Energética (2008 – 2015) para poder alcançar e cumprir os objetivos

impostos pelo Parlamento Europeu com a Diretiva n.º 2006/32/CE.

Decreto de Lei nº 319/2009, de 3 de novembro, transpõe a Diretiva nº 2006/32/CE,

relativa a eficiência energética no consumo final de energia primária e aos serviços

energético públicos e quanto aos objetivos a serem alcançados (9% no consumo

energético até 2016 mediante um PNAEE). Também visa incrementar a relação custo-

eficácia na utilização final de energia através do desenvolvimento de um melhor quadro

legal energético, a criação de mecanismos para a eliminação de deficiências e

obstáculos que encontram no mercado energético, tanto na sua distribuição e produção

como na obtenção de energia mais eficiente e maior promoção e divulgação quanto a

eficiência energética.

RCM nº 29/2010 de 15 de abril, aprova a ENE 2020 como instrumento nacional de

desenvolvimento energético sustentável e centrado na eficiência energética com o

objetivo de atingir as metas europeias e nacionais, como também criar um mecanismo

do desenvolvimento do mercado elétrico, sempre no sentido de reduzir a dependência

energética do exterior. Ainda inclui um sector dedicado a Biomassa Florestal quanto as

apostas nas energias renováveis.

Decreto-Lei nº 50/2010 de 20 de maio, define a criação, no âmbito do Ministério da

Economia, da Inovação e do Desenvolvimento, o Fundo de Eficiência Energética (FEE),

que anteriormente era só designado por Fundo. O FEE tem natureza de património

autónomo e sem personalidade jurídica. O FEE foi criado com objetivo de financiar

todas as medidas e programas descritos no PNAEE mas também de potenciar o

desenvolvimento empresarial e dos cidadãos quanto a eficiência energética; apoiar

projetos de eficiência energético em áreas que até agora não era possível e não se

tinham desenvolvido nenhum projeto nesse contexto e promover um comportamento

mais eficiente.

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RCM nº 2/2011 de 12 de janeiro, cria o Programa de Eficiência Energética na

Administração Pública – ECO.AP, de forma a contribuir para alcançar a meta europeia

de 20% até 2020.

RCM nº 20/2013 de 10 de abril, aprova o Plana Nacional de Ação para a Eficiência

Energética para o período 2013-2016 – PNAEE 2016 – e o Plano Nacional de Ação

para as Energias Renováveis para o período 2013-2020 – PNAER 2020.

3.2.2 - Estratégia Nacional para a Energia (ENE 2020)

Para poder atingir todas essas metas e objetivos que Portugal se propôs foi então criada

através da RCM nº 29/2010 de 15 de abril, a Estratégia Nacional para a Energia 2020

(ENE 2020).

A ENE 2020 assenta sobre cinco eixos principais que traduzem uma visão a atingir e

através das quais se vai desenvolver e detalhar um conjunto focado de prioridades e um

conjunto de medidas a serem implementadas para a concretização dos objetivos. Na Fig.

3.1 estão representados os eixos no qual a ENE 2020 se apoia para o seu

desenvolvimento:

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Fig.3.1 - Objetivos da ENE 2020

Através de uma agenda definida, a ENE 2020 em conjunto com a Diretiva FER

estabelecem os seguintes objetivos e compromissos nacionais para 2020 com origem em

FER:

Atingir uma quota de 31% de energia renovável no consumo final bruto de

energia;

Atingir uma quota de 60% da eletricidade produzida a partir de FER;

Atingir uma quota de 10% do consumo de energia renovável nos transportes

rodoviários;

Reduzir a dependência energética do exterior em 74%;

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Reduzir em 25% o saldo importador energético (economia de 2.000 M€/ano - 60

M barris petróleo);

Cumprir os objetivos quanto a redução de GEE.

(Luís Silva, ADENE - Agência para a Energia, 2010)

Segundo a ENE 2020, Portugal conseguirá reduzir a dependência quanto a energia

elétrica do exterior, caminhar em direção dos objetivos propostos e ainda criar mais de

100 mil postos de trabalho. A ENE 2020 ainda se propõe continuar a desenvolver o

sector associado à promoção de eficiência energética e promover o desenvolvimento

sustentável que vai ao encontro das metas na redução de emissões de gases.

3.2.3 - Fundo de Eficiência Energético (FEE)

Para o desenvolvimento e implementação dos programas e das medidas previstas é

necessário um investimento financeiro e o primeiro PNAEE, anterior ao PNAEE 16,

previu a criação de fundo nacional capaz de os financiar e foi através do Decreto-Lei nº

50/2010 de 20 de maio que foi criado o Fundo de Eficiência Energética (FEE). O FEE

foi criado como o objetivo de financiar todos os programas e medidas descritas no

PNAEE: apoiar os projetos quanto a tecnologias de eficiência energética nos sectores de

Transportes, Residencial e Serviços, Indústria e Sector Público e apoiar ações

relativamente a eficiência energética nas áreas dos comportamentos, fiscalidade e

financiamentos. A criação do FEE também foi com o intuito de potencializar a política

de desenvolvimento económico, social e territorial que estava a ser promovida e a ser

executada que é denominada de “Portugal 2020”. O objetivo do Portugal 2020 é atingir

as metas nacionais já propostas, a redução de 25% no consumo de energia primária,

sendo que o Estado e a Administração Pública (AP) querem atingir uma redução de

30% do consumo através do programa ECO.AP. E para a sua implementação e

desenvolvimento, contem com o apoio do FEE e do FEEI (Fundos Europeus Estruturais

e de Investimento).

O FEE também tem a possibilidade de financiar todos e quaisquer projetos não

previstos no PNAEE 2016 mas que comprovam a sua contribuição para a eficiência

energética, como está referido nos termos do disposto nº 2 do artigo 2º do Decreto-lei

nº. 50/2010, de 20 de maio. O FEE pode ainda ajudar no desenvolvimento de operações

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que sirvam de base à definição de projetos em maior escala financiados no âmbito da

política do “Portugal 2020” e que visem a implementação das medidas relacionadas

com o PNAEE 2016, em complementaridade como os objetivos deste Fundo.

(Fundo de Eficiência Energética, Plano Nacional Ação de Eficiência Energética)

3.2.4 Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética

2016 – PNAEE 16

O Parlamento Europeu determinou com a Diretiva 2006/32/CE, relativa à eficiência

energética e aos serviços energéticos, que os EM deveriam atingir um valor global de

9% até 2016 na redução de consumo energético através da adoção e da implementação

de várias medidas de aproveitamento, redução e eficiência energética. Foi então

publicada a RCM n.º 20/2013 que aprova o Plano Nacional de Ação para a Eficiência

Energética (PNAEE 2016), que no que diz respeito a eficiência energética, prevê uma

poupança de 8,2% em Portugal, valor este que está relativamente próximo da meta

estabelecida pela UE de 9% para 2016.

O PNAEE 2016 passou a abranger seis áreas específicas, que inclui os já abrangidos

pelo anterior plano, PNAEE 2008: Transportes, Residencial e Serviços, Indústria,

Estado, Comportamentos e Agricultura. Para cumprir os objetivos foram criados 10

programas para estes sectores que integram medidas de melhoria do sistema energético

para um melhor aproveitamento (ver tabela 3.1).

(Plano Nacional para a Eficiência Energética 2016)

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Tabela 3. 1- Tabela dos objetivos dos 10 programas do PNAEE 16

3.2.5 Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis

2020 – PNAER 2020

Na mesma publicação da RCM n.º 20/2013, onde foi aprovado o PNAEE 2016, também

foi aprovado o Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis ( PNAER 2020),

que diz respeito mais diretamente a utilização de energias renováveis. O PNAER 2020

prevê uma redução de 18% da capacidade instalada em tecnologias baseadas em FER

relativamente a 2010, assim como o aumento da quota de energia proveniente de fontes

•Eco Carro, que agrega as medidas direcionadas para a

melhoria da eficiência energética nos veículos;

•Mobilidade Urbana, que abrange as medidas relacionadas

com a necessidade de incentivar a utilização de transportes

coletivos;

•Sistema de Eficiência Energética nos Transportes,

medidas para dinamizar a utilização das redes ferroviárias e a

gestão energética das frotas de transportes.

•Renovar Casa e Escritório, conjunto de medidas de

eficiêcia energética na iluminação, electrodomésticos e

reabilitação do espaço;

•Sistema de Eficiência Energética nos Edifícios, medidas

de processo de certificação energética nos edifícios;

•Integração de fontes de Energia Renováveis

Térmicas/Solar Térmico, nos edifícios e equipamentos

residenciais e de serviços

•Indústria

•Programa designado por um por um Sistema de Eficiência

na Indústria,que inclui a revisão do SGCIE (Sistema de

Gestão dos Consumos Intensivos de Energia).

•Estado

•Programa designado por Eficiência Energética no Estado,

um conjunto de medidas dirigidos aos edifícios do Estado, aos

Planos de Ação de Eficiência Energética,frotas de transporte

do Estado e à Iluminação Pública (IP).

•Comportamentos

•Integra medidas que visam promover hábitos e atitudes de

consumidores, como sejam a recomendação de produtos

eficientes, através de campanhas de sensibilização e

comunicação. 

•Agricultura

•Abrangido por o Programa de Eficiência Energética no

Setor Agrário, e tem como objectivo agrupar e dinamizar

ações para a redução de consumos energéticos

•Resisencial e Serviço

•Transportes

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renováveis (60% vs. 55%). O estabelecimento desta meta para 2020 prevê o

cumprimento das metas estabelecidas pela U.E de 20% no consumo das energias

primárias, do objetivo geral na redução em 25% no consumo de energias primárias e o

do objetivo específico da diminuição em 30% para a AP.

As novas linhas gerais do PNAER têm como base a premissa de que Portugal deve ser

um país autossustentável energeticamente, ou seja, eficiente e independente e assim ser

um país competitivo. E para isso o PNAER introduz as FER em três grandes sectores –

A&A, Eletricidade e Transporte. (Política energética, Adene, 2016)

3.2.6 Programa de Eficiência Energética para a

Administração Pública – ECO.AP

O Governo Português, seguindo a política estabelecida no PNAEE e na ENE 2020,

lançou através da RCM nº 2/2011 o programa de Eficiência Energética na

Administração Pública - ECO.AP. Este programa tem como objetivo específico de obter

um nível de eficiência energética na ordem dos 30% até 2020 nos organismos e serviços

de AP (que inclui iluminação pública e instalações semafóricas, edifícios e instalações

municipais). O Programa ECO.AP contém medidas para que não haja aumento na

despesa pública com a redução da fatura energética nos serviços e organismos, contribui

para a redução de emissão de efeitos de estufa e também estimula a economia na área de

serviços energéticos, através da criação do quadro legal das Empresas de Serviços

Energéticos (ESE) para poderem entrar em funcionamento e atuar e assim obterem

contratação pública de gestão de serviços energéticos.

Com vista a alcançar os objetivos propostos, foi criado o Barómetro de Eficiência

Energética que tem como função disponibilizar os dados sobre o desempenho

energético da AP promovendo assim, através de um sistema de avaliação e ranking,

competição entre as entidades públicas. Permitirá caracterizar os consumos de energia

do sector público, essencial para o planeamento e o desenvolvimento de medidas

eficazes de promoção da eficiência energética, e as energias renováveis no sector

público. Ainda irá permitir identificar e comunicar boas práticas em termos de

eficiência energética e assim poderem ser partilhadas e praticadas por todos os serviços

da AP, funcionando como uma plataforma de partilha e informação sobre práticas e

comportamentos energeticamente eficientes.

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O Barómetro Eco.AP tem como principais objetivos:

Incentivar a promoção da eficiência energética na AP;

Fornecer um panorama global sobre o grau de eficiência energética na AP;

Veicular o Estado como referência e disseminador de boas práticas de eficiência

energética;

Consistir num referencial exaustivo de projetos de eficiência energética na AP.

(Eco.AP – Programa de Eficiência Energética na Administração Pública)

Através de uma bateria de indicadores de eficiência energética, o Barómetro compara e

divulga publicamente o ranking de desempenho energético dos serviços e organismos

diretos ou indiretos do Estado.

3.3 - Quadro Legal Espanhol

Como foi anteriormente referido, a Diretiva FER e a Diretiva EE estabeleceram a meta

de redução do consumo médio de energia anual em 20% até 2020, pelo que Espanha

também teve que estabelecer as suas próprias medidas e começar a estudar

procedimentos a adotar para poder cumprir os objetivos da U.E.

O Governo Espanhol, mais especificamente o MITC, começou o desenvolvimento de

estratégias para poder desenvolver e potenciar a eficiência energética no país e deixou a

cargo a sua implementação a IDAE. Foram criadas várias estratégias, como a criação de

um fundo nacional a reverter na aplicação e execução dos vários programas e planos

para o desenvolvimento energético sustentável do país. Também foram criadas medidas

a ser aplicadas em vários sectores, sendo os mais importantes a Indústria, a Agricultura

e a Pesca, como também investir nos métodos da transformação da energia e na criação

de cidades cada vez mais sustentáveis.

Em Espanha, os objetivos traduzem-se em que as FER representem pelo menos o 20%

do consumo energético final no ano 2020 – a mesma meta definida para a UE –

agregado também o objetivo de 10% no que diz respeito ao sector de Transportes para

esse ano.

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Espanha desenvolveu planos e estratégias para se poder atingir os objetivos que se

propôs para o horizonte de 2020 que foram os seguintes:

FNEE - Fondo Nacional de Eficiencia Energética;

PAAEE 2011-2020 - Plan Acción de Ahorro y Eficiencia Energética 2011-2020

- 29 de Julho – 2º Plano Nacional;

PER 2020 - Plan Energías Renovables – 11 de novembro de 2011;

Planificación Energética Indicativa 2012 – 2020 – Segundo a Lei 2/2011, de 4

de Março, da Economia Sustentável.

A Figura seguinte demonstra todos os planos implementados em Espanha no

horizonte temporal entre 2005 e 2020:

Fig. 3.2 - Planos implementados por Espanha 2005-2020 (Diputación de Cádiz)

A elaboração destes planos vai ao encontro do cumprimento dos objetivos de melhorar a

eficiência energética e, consequentemente, criar uma economia mais competitiva e

melhorar os indicadores de atividade e empregabilidade.

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3.3.1 – Legislação Aplicável

Com uma grande meta para ser cumprida fixadas pelas Diretivas, a política energética

espanhola teve que adaptar a sua legislação para que fossem ao encontro dos objetivos

pretendidos que são abordados de seguida:

Real Decreto (RD) 842/2002, de 2 de agosto, apresenta um regulamento para

estabelecer as condições técnicas e garantias que devem reunir as instalações elétricas a

uma fonte de fornecimento nos limites de baixa pressão com o objetivo de preservar a

segurança das pessoas, assegurar o bom funcionamento das instalações e prevenir

anomalias e perturbações com outras instalações e serviços e contribuir na eficiência

energética e económica.

RD 1890/2008, de 14 de novembro, onde é aprovado o Regulamento de Eficiência

Energética nas Instalações de IP e as suas Instruções Técnicas Complementares (ITC)

que são as seguintes:

ITC EA-01 Eficiência Energética – Relacionada com o cálculo de eficiência

energética e a classificação energética de IP;

ITC EA-02 Níveis de Iluminação – Em que o nível de iluminação é o conjunto

de requisitos luminotécnicos ou fotométricos (luminância, iluminância,

uniformidade, deslumbramento, relação com o ambiente ao redor, etc). A

escolha do nível de iluminação também é dependente do local em estudo

(subterrâneo, jardins, via pública, via rodoviária, etc);

ITC EA-03 Contaminação Luminosa e Luz Invasiva ou Irritante - A

contaminação luminosa é a luminosidade produzida no céu no horário nocturno

originada pela difusão e reflexão da luz nos gases, aerossóis, e partículas em

suspensão na atmosfera, em que na sua grande maioria é originada pela IP. Esta

estratégia pretende classificar as diferentes zonas em função da sua proteção

contra a contaminação luminosa e luz invasiva ou irritante nos seus residentes e

cidadãos em geral;

ITC EA-04 Estrutura das Instalações – Referente aos métodos de medida e

apresentação das características fotométricas de lâmpadas e luminárias como a

escolha dos balastros;

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ITC EA-05 Documentação Técnica, Revisões e Inspeções - Inclui

documentação complementar das instalações onde estão inseridos os cálculos

de eficiência energética e mais requisitos estabelecidos por esta ITC. Também

inclui revisões e inspeções para comprovar o corrreto cumprimento dos

requisitos de eficiência energética segundo o atual regulamento e as suas ITC.

ITC EA-06 Manutenção da Eficiência Energética e das Instalações – As

caraterísticas e as prestações de uma IP vão modificando e degradando ao longo

do tempo e por isso é necessário um plano eficiente de manutenção para

conservar a qualidade da instalação, assegurar o melhor funcionamento possível

e atingir a eficiência energética desejada. Esta ITC descreve a manutenção de

uma IP tanto a nível fotométrico como a nível mecânico;

ITC EA-07 Medições Luminotécnicas nas Instalações da Iluminação Pública –

Nesta instrução é descrito as medidas luminotécnicas correspondentes as

verificações e inspeções das instalações da IP.

Consejo de Ministros del 29/07/11 – Neste Conselho de Ministros, foi aprovado o

novo PAAEE 2011-2020, o segundo plano de ação de eficiência energética da país,

onde aparece os resultados atualizados do plano anterior e amplia o horizonte até 2020.

Este novo plano estabelece novas medidas para atingir as novas metas europeias da

Estratégia 20-20-20.

Resolução do Conselho da Administração, de 24 de março de 2015 estabelece as

bases reguladoras e convocatória do Programa de ajudas para a renovação das

instalações da Iluminação Pública Exterior Municipal.

3.3.2 - Fondo Nacional de Eficiencia Energética (FNEE)

O FNEE foi criado pela Lei 18/2014 a 15 de outubro, com o propósito de financiar

todos os planos e programas nacionais relativamente a eficiência energética. Em 6 de

maio de 2016 entraram em vigor os programas de ajudas do MIET para financiar

projetos de eficiência e poupança energética que são geridas pela IDAE entre os quais

se destacam o FNEE e o Programa de Reabilitação Energética dos Edifícios.

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O FNEE tem como principais linhas de atuação e ajudas:

Programa de ajudas na iluminação exterior municipal;

Programa de ajudas para pequenas e médias empresas (PME) e grandes

empresas no sector industrial;

Programa de ajudas no sector de transportes públicos;

Programa de ajuda para ações de eficiência energética no sector ferroviário;

Programa de ajudas para ações de eficiência energética em centrais de

dessalinização.

Estes são os principais enfoques do FNEE, além do financiamento dos planos

nacionais.

3.3.3 - Plan Acción de Ahorro y Eficiencia Energética 2011-

2020

Com as metas implementadas pela U.E que fixam um objetivo mínimo de utilização de

de energia renovável, os EM tiveram de apresentar um PNAEE donde teriam de

introduzir todas as ações e os mecanismos que seriam implementadas no país para

atingir os objetivos a que se propunham. O Governo Espanhol, mais propriamente o

MITC, teve que criar um plano onde estivesse todos os programas e os métodos que

iriam implementar no país. Espanha já tinha apresentado planos nacionais em e 2007 e

2011, aquando da Diretiva vigente da altura, mas depois com a saída da Diretiva FER e

da Diretiva EE, teve que reformular e reestruturar o plano de maneira que atingisse

ambos os objetivos, o de 9% até 2016 e o de 20 % até 2020. Com essa obrigação, o

MIET em conjunto com o IDAE, elaboraram o PAAEE 2011-2020. Os principais

sectores em que vão integrar medidas encontram-se na figura seguinte:

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Tabela 3.2 - Objetivos do PAAEE 2011-2020

O PAAEE visa cumprir os objetivos estabelecidos pela EU e continuar com os planos

energéticos anteriores. Espanha em 2010 já estava a cumprir com o objetivo da UE para

2016, da diminuição de 9% (cerca de 6536 ktep) em consumo de energia primária,

obtendo um valor de 9,2% (6682ktep), como demonstra o gráfico seguinte:

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Fig. 3.3 - Meta europeia para 2016 vs. resultado de Espanha em 2010

Apesar do seu rápido desenvolvimento no cumprimento da meta dos 9%, e como já foi

referido no capítulo 2, Espanha está numa posição desfavorável quanto a conseguir

atingir as metas europeias para 2020, devido a sua falta de investimento no

desenvolvimento do sector energético.

3.3.4 - Plan Energías Renovables - PER 2011 /2020

Segundo as previsões do Plano anterior, PER 2005-2010, 12,1% do consumo energético

deveria ser proveniente de energia renovável em 2010, contribuindo para a produção de

30,3% do consumo bruto de eletricidade.

Este novo Plano, o PER 2011/2020, inclui novos mecanismos e a incorporação de

objetivos de acordo com a Diretiva FER do Parlamento Europeu e do Conselho,

relativamente ao uso de energia proveniente de fontes renováveis. Espanha deixou para

trás a fase de lançamento e implementação das energias renováveis e está atualmente

nas fases de consolidação e desenvolvimento. De acordo com a Lei 2/2011, de 4 de

março de Economia Sustentável, as estruturas de apoio deverão ser baseadas nos

conceitos de estabilidade, flexibilidade para incorporar o avanço tecnológico,

internacionalização dos custos do sistema energético e priorizar a inovação. Dentro das

estruturas de apoio destacam-se dois sistemas: Regime Especial de geração de

eletricidade com FER e o Balanço Líquido de Eletricidade.

6.536 ktep

6.682 ktep

6.450

6.500

6.550

6.600

6.650

6.700kt

ep

Objetivo Diretiva 2006/32/CE a 2016 Resultado 2010

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3.4 – Legislação, Normas e Documentos de

Referência Aplicados à Iluminação Pública.

No sector da IP foram criados diplomas legais e documentos para a realização de um

projeto, onde são estabelecidas regras legais quanto a sua implementação e quais as

medidas adaptar e parâmetros a seguir. Na implementação de uma IP é imperativo o

cumprimento da legislação e dos requisitos que irão permitir a obtenção de resultados

pretendidos para a iluminação de um determinado local.

3.4.1 – Norma Europeia EN 13201

A Norma Europeia EN 13201, aplicável à iluminação pública, tem vindo a ser aplicada

com carácter obrigatório em vários países europeus: Alemanha, Áustria, Bélgica,

Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria,

Irlanda, Islândia, Itália, Luxemburgo, Malta, Noruega, Portugal, Reino Unido,

República Checa, Suécia e Suíça. A EN 13201 está dividida em quatro partes, que

visam o seguinte:

EN 13201-1: Escolha das classes de iluminação;

EN 13201-2: Parâmetros fotométricos recomendados;

EN 13201-3: Cálculo dos parâmetros fotométricos;

EN 13201-4: Métodos de medição das performances fotométricas

A EN 13201-1 visa a escolha de iluminação dependendo da via. Para efetuar essa

escolha, recorre-se a uma tabela (Anexo 1) onde se atribuirá uma classificação

conforme os parâmetros da via em estudo. Aquando da atribuição da classificação, serão

tomados em consideração os valores e parâmetros correspondentes às classes de

iluminação.

Em Anexo estão apresentados as seguintes tabelas referente à EN 13201-1:

Os Anexos 3 e 4 indicam o valor de luminância média recomendada para as vias

interurbanas nas quais as velocidades máximas autorizadas estão compreendidas

entre 70 e 130 km/h;

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Os Anexos 5 e 6 correspondem aos valores de iluminância média recomendada

para as vias urbanas com velocidade máxima autorizada de 50 km/h;

O Anexo 7 é específico para os casos encontrados em zonas rurais, em que as

performances são sempre indicadas em termos de iluminância.

A EN 13201-2 define os parâmetros fotométricos recomendados consoante a classe de

iluminação para a iluminação de vias, dependendo das necessidades visuais dos

utilizadores, e considerando aspetos ambientais necessários da iluminação pública. A

classe de iluminação é definida por um conjunto de requisitos fotométricos com o

objetivo de proporcionar todas as necessidades visuais obrigatórias aos utilizadores,

tanto a visibilidade da via como a do ambiente envolvente. As classes existentes são:

ME: circulação de veículos motorizados (velocidade média a alta);

CE: mesmo propósito da classe ME mas aplicável às áreas conflituosas;

S e A: aplicáveis a percursos de peões, ciclovias, faixas de circulação de

veículos de emergência, áreas de estacionamento, etc;

ES: onde haja necessidade de identificar pessoas e objetos e onde haja risco de

crime acrescido;

EV: específicas para identificar superfícies verticais (portagens).

A introdução de classe de iluminação tem como função facilitar o desenvolvimento de

produtos de iluminação que são depois utilizados nas vias rodoviárias nos países

membros da CEN.

Para mais informação, consultar o referido Anexo EN 13201 que inclui uma informação

mais detalhada sobre a atribuição de uma determinada classe a um determinado tipo de

via.

A norma EN13201-3 é onde estão definidas e descritas as convenções e procedimentos

matemáticos que servem para a obtenção das características de qualidade de iluminação

mediante procedimentos padronizados.

Sendo assim, a EN13201-3 aborda os cálculos dos parâmetros fotométricos que tem a

ver com a qualidade da iluminação da via em estudo baseando-se na EN 13201-2.

Finalmente, a EN 13202-4, especifica o modo como se efetuam as medições

fotométricas na iluminação pública e quais os procedimentos adotados que devem ser

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utilizados somente com o propósito de medição. Quando é necessário comparar as

medições com valores previamente calculados, é necessário ter um maior cuidado e

rigor para que seja efetuado uma comparação válida, e se tiverem o propósito de

monitorização do estado da instalação, como o número de medições não é tão

abrangente, as medições tem de ser finalizadas da mesma forma que a monitorização.

Noutros casos, o controlo in loco é suficiente. Para a realização da manutenção de uma

instalação luminosa é necessário a escolha do fator de manutenção que depende de dois

fatores: o fator de depreciação das luminárias e o fator de depreciação do fluxo

luminoso emitido pela lâmpada. A escolha será então efetuada com a ajuda de uma

tabela que se encontra no Anexo 2 que indica os valores do fluxo de manutenção da

instalação em função do ciclo de manutenção (8000h e 12000h), o grau de poluição do

ambiente (fraco ou forte), as características mecânicas da luminária utilizada (material

da tampa e índice de proteção da IP) e o fator de depreciação do fluxo luminoso das

lâmpadas. (Teixeira, “Norma Europeia de Iluminação Pública 13201”, 2008)

3.4.2 – Documento de Referência para a Eficiência Energética

na Iluminação Pública (DREEIP)

A Associação das Agências de Energia e Ambiente – Rede Nacional previu em 2011,

um potencial de redução de consumos na IP que podia chegar aos 700 GWh/ano e uma

redução de 260.000 ton/ano nas emissões de dióxido de carbono. O PNAEE também

define um conjunto de medidas de eficiência energética, entre outros sectores, no sector

do Estado que inclui a “Iluminação Pública Eficiente”. Também está em vigor o

ECO.AP que visa reduzir 30% do consumo elétrico do Estado até 2020 e isso inclui a IP

e a criação de ações e medidas para uma boa gestão energética como também o aumento

de eficiência energético-ambiental em equipamentos de iluminação pública. Visto que a

IP tinha que ser alterada e melhorada, a Secretaria do Estado tomou a iniciativa de

juntar os representantes deste domínio e maiores responsáveis pela IP para a criação de

um plano específico e seu desenvolvimento, não só para atingir as metas necessárias

neste sector como também para atingir os objetivos gerais nacionais e europeus como

ainda ajudar os vários municípios em termos económicos. Como solução a este

problema foi criado o “ Documento de Referência para a Eficiência energética na

Iluminação Pública” (DREEIP). Este documento inclui uma série de parâmetros

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técnicos que deve seguir um projeto de IP de modo a se obter a maior eficiência

energética possível desta tipologia de instalações e assim conduzir a uma diminuição de

emissões de GEE enquanto estiverem a ser utilizadas. Também inclui uma classificação

energética de uma instalação de IP de modo a referenciar o conteúdo de apresentação de

um projeto de IP eficiente do ponto de visto energético, económico, ambiental e

luminotécnico. O principal objetivo do DREEIP é tornar-se uma referência na

implementação de uma instalação de IP, para que uma determinada via ou um

determinado local tenha uma instalação de IP adequada às suas características.

O DREEIP não esta incluído na legislação aplicável à IP mas constitui uma fonte

essencial na realização de um projeto de IP, na medida de tomar medidas eficientes e

legais, como a aplicação de requisitos de eficiência energética e a aplicação de

parâmetros importantes na área

(Eficiência energética na iluminação Pública - Documento de Referência, 2011)

3.4.3 - Programa de ajudas na iluminação exterior municipal

em Espanha

Em Espanha, através da Resolução do Conselho da Administração de 24 de março de

2015,foi criado o Programa de ajudas na IP como uma das linhas de ação alvo de

financiamento do FNEE para que as entidades locais possam efetuar a substituição da

iluminação exterior por uma tecnologia energeticamente mais eficiente.

Este programa tem por objetivo reduzir os 2% de consumo de energia final através da

implementação de medidas no sector de Serviços Públicos. Por isso as medidas

apresentadas são para a renovação das instalações da Iluminação Pública Municipal.

Entre as várias medidas de economia energética que se podem aplicar, encontra-se a

substituição das lâmpadas e das luminárias por outras tecnologias de fontes de luz mais

eficientes em termos luminotécnicos, com melhor qualidade refletora e direcional e a

implementação de sistemas de regulação do fluxo luminoso nos vários pontos de luz

para se poder controlar a emissão de luz emitida segundo a necessidade ao longo da

noite e evitar a sua dispersão até outros espaços não necessários contribuindo para a

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diminuição da poluição luminosa. Com estas medidas podem se adequar os níveis de

iluminação excessivos em zonas dos municípios conseguindo uma diminuição

significativa do consumo de eletricidade. O presente Programa resulta das mudanças

legislativas efetuadas pela administração nacional, como o Regulamento da Eficiência

Energética na Iluminação Exterior aprovada pelo RD 1890/2008, e pela evolução e a

introdução de novas tecnologias mais eficientes nos últimos anos como o caso da

tecnologia LED como nova fonte de iluminação pública.

As medidas elegíveis integradas no Programa de ajudas na IP visam a redução da

potência luminosa das instalações da IP mediante a substituição dos atuais

equipamentos e instalação por luminárias de maior rendimento, fontes de luz mais

sustentáveis e económicas, instalações mais eficientes e/ou equipamentos de

monotorização, regulação e controlo que permitam:

Reduzir o consumo de energia na IP no mínimo em 30%;

Monitorizar e regular o fluxo luminoso consoante os horários noturnos, ao tipo

de via e a necessidade dos cidadãos;

Adequar as instalações existente ao Regulamento vigente de Eficiência

Energética em instalações de IP e no Regulamento eletrotécnico para baixa

tensão.

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Capítulo 4

Sistema de Iluminação

A IP existe com o intuito de iluminar e localizar as vias públicas e rodoviárias para que

todos os cidadãos possam usufruir destas mesmas vias com total segurança à noite e

permitir aos condutores uma boa perceção do caminho a percorrer, com os devidos

requisitos de, simultaneamente, não provocar encandeamento.

Não só o gasto elétrico é alto mas, como já foi referido anteriormente, também as

despesas económicas que os vários municípios acarretam é superior ao que eles podem

suportar, geralmente mais de 50% dos seus gastos, levantando vários problemas como a

iluminação defeituosa, luminárias ou balastros em mau estado, quadros elétricos

desprotegidos o que pode levar a alguém ser eletrocutado, problemas estes que os

municípios não conseguem resolver adequadamente devido a falta de poder económico

para tal. Assim sendo torna-se fundamental tomar medidas para uma maior eficiência

energética na IP para uma maior qualidade de iluminação a baixos custos, a baixos

níveis de emissões de gases e também para o cumprimento dos objetivos nacionais e

europeus na eficiência energética.

Para reduzir o consumo de energia na iluminação exterior, deve-se atuar sobre as

instalações que a compõem, tanto pela otimização dos sistemas instalados, como pela

renovação ou introdução de novos sistemas de eficiência energética. É estimado que se

poderia obter uma redução de 20% á 85% no consumo elétrico da iluminação através da

utilização de sistemas mais eficazes, eficiente, económico e integrar um sistema de

controlo.

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4.1- Tipos de Lâmpadas em Iluminação Pública

Numa instalação IP, um dos componentes principais é a lâmpada que tem a função de

fornecer a iluminação em concreto. A escolha da lâmpada é essencial já que tem que

reunir especificações adequadas em conjunto com a luminária para proporcionar uma

boa iluminação e adequada aos requisitos de um local específico. Quanto a escolha da

lâmpada, á que tomar em consideração a sua eficiência energética sendo que para isso

são considerados três parâmetros: consumo de energia, rendimento e durabilidade. Os

tipos de fonte luminosa mais utilizados nestes últimos anos, são as lâmpadas de

descarga elétrica, um fenómeno que através de dois elétrodos e a presença de um gás

forma uma radiação eletromagnética. Os principais tipos de lâmpadas são:

Lâmpadas Fluorescentes;

Lâmpadas de VM de alta pressão;

Lâmpadas de vapor de sódio de baixa pressão (VSBP) e vapor de sódio de alta

pressão (VSAP);

Lâmpadas de mercúrio com halogéneo metálico (HM);

LEDs.

As lâmpadas são a fonte ou emissor luminoso da iluminação da instalação, em que a sua

seleção é uma das maiores dificuldades para desenhar uma instalação devido aos vários

fatores a ter em conta, condicionadas pelo tipo de lâmpada selecionada: potência

consumida, eficiência luminosa, tempo de vida útil, temperatura de cor da luz e o

rendimento cromático ou reprodução de cores.

Nas instalações antigas, a lâmpada mais comum na IP era de VM. No entanto, este tipo

de lâmpada está a ser gradualmente substituída e removida das IPs, de acordo com a

Diretiva Ecodesign, em que os principais motivos são os problemas ambientais

levantados pela utilização do mercúrio que pode ser contaminante, além da sua baixa

eficiência energética. Quando ocorreram essas substituições, foram substituídas na sua

generalidade por lâmpadas de VSAP, principalmente em zonas onde os requisitos de cor

não eram críticos como as autoestradas, já que as de VM apresentam um melhor índice

de restituição cromática.

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4.1.1 – Lâmpadas de Vapor de Mercúrio de Alta Pressão

As lâmpadas de VM são das mais utilizadas na iluminação exterior. Este tipo de

lâmpada caracteriza-se por uma cor branca azulada, o que confere uma temperatura de

cor fria. Por serem tipicamente atrativas usam-se na maioria das IP apesar da sua baixa

eficiência. Nos últimos anos a sua utilização tem diminuído devido ao efeito tóxico do

mercúrio, tendo sido substituídas progressivamente pelas lâmpadas de VSAP.

Exemplo de uma lâmpada de VM de alta pressão:

Fig. 4.1 - Lâmpada de Vapor de Mercúrio de Alta Pressão (IDAE)

As características da lâmpada de VM de alta pressão estão demonstradas na seguinte

tabela:

Tabela 4.1 - Características das lâmpadas de vapor de mercúrio de alta pressão (Garrido,2010)

Rendimento luminoso De 36lm/W a 60lm/W

Temperatura de cor De 3000ºK a 4200ºK

Índice de restituição

cromática Aproximadamente 50

Duração de vida média 10000h

Tempo de arranque Aproximadamente 4

minutos

Luminância De 4 cd/cm2 a 15 cd/cm

2

Equipamento auxiliar Balastro e condensador

Posição de funcionamento Qualquer

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A descrição das suas características será discutida no subcapítulo seguinte para efeito de

comparação com outra tipologia para melhor entendimento da dimensão dos valores dos

vários parâmetros.

4.1.2 – Lâmpadas de Vapor de Sódio de Alta e Baixa Pressão

As lâmpadas de VSAP têm uma temperatura mais quente e uma reprodução cromática

mais baixa, mas fornece uma eficiência energética superior e por isso a sua existência

em grande parte da iluminação pública e o primeiro grande substituto a lâmpada de VM.

As lâmpadas de VSBP, apesar de ser a solução de maior eficácia, possuem grandes

dimensões, que determinam a sua baixa utilização visto que a substituição da luminária

para adaptar-se a lâmpada implicaria um custo adicional não sendo rentável para o

projeto. A VSBP é constituída por uma reprodução cromática má, fazendo com que não

seja aplicável em grande parte das situações, sendo utilizadas somente em locais

específicos onde as suas características de iluminação são requeridas como em locais

onde existe grande possibilidade de nevoeiro. Por estes motivos dar-se-á mais enfoque

às lâmpadas de VSAP neste documento.

Exemplo de Lâmpadas de VSAP e VSBP, respetivamente:

Fig. 4.2 - Lâmpadas de VSAP e VSBP (IDAE)

As características da lâmpada de VSAP estão especificadas na tabela 4.2:

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Tabela 4.2 - Características das lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão (Garrido, 2010)

Rendimento luminoso De 65 lm/W a 130 lm/W

Temperatura de cor De 1900ºK a 2500ºK

Índice de restituição

cromática De 25 a 80

Duração de vida média De 8000h a 12000h

Tempo de arranque Aproximadamente 5

minutos

Luminância De 25 cd/cm

2 a 500

cd/cm2

Equipamento auxiliar Arrancador, balastro e

condensador

Posição de

funcionamento Qualquer

Comparando a tabela das principais lâmpadas de descarga da IP, as lâmpadas de VM e

VSAP, verificamos que a lâmpada de VSAP é muito mais vantajosa, fornecendo um

maior rendimento luminoso de mais do dobro (65-130 lm/W vs. 30-60 lm/W),l as

lâmpadas têm uma vida útil média significativamente maior (8000-12000h vs. 10000h)

e uma maior área de luminância (25-500 cd/cm2

vs. 4-15 cd/cm2).

Quanto às potências elétricas das lâmpadas, é apresentada na tabela 4.3 a equivalência

de potência em (W) das lâmpadas de VN e de VSAP ao mesmo nível de fluxo

luminoso:

Tabela 4.3 - Equivalência de potências elétricas para fluxos luminosos similares (EOI. Cursos OL Servicios

Energéticos)

Energia (W)

Vapor de

Mercúrio (VM)

Vapor de Sódio Alta

Pressão (VSAP)

80 50

125 70

250 150

400 250

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Através desta tabela concluímos que a lâmpada de VSAP têm uma maior eficiência

energética no que diz respeito as potências existentes, tendo um menor consumo

energético para o mesmo nível de fluxo luminoso.

4.1.3 – Iodetos/Halogéneos Metálicos e Restantes Tipologias

de Lâmpadas

Ainda existem outras tipologias de lâmpadas menos frequentes que as duas anteriores

mas muito utilizadas na IP. As lâmpadas de HM têm basicamente a mesma constituição

que as lâmpadas de VM, diferenciando-se pela mistura de substâncias contida no tubo

de descarga. Têm vários formatos e está em constante evolução, através de várias

misturas de gases na ampola a fim de melhorar a reprodução cromática e a eficiência

energética apesar de nunca atingir os níveis de eficiência da de VSAP. Ainda existe

outras tipologias de lâmpadas menos usadas como as fluorescentes tubulares e

fluorescentes compactas (CFL – do inglês Compact Fluorescent Light). A lâmpada

fluorescente é uma lâmpada de vapor de mercúrio de baixa pressão. As CFL são

lâmpadas com um consumo muito inferior às restantes tipologias de lâmpadas mas com

muitas desvantagens como a baixa vida útil que possuem e as radiações ultravioletas

(UV) que emitem. Na Fig. 4.3 são representados dois tipo de lâmpadas fluorescente

tubulares, a T8 e T5, e na Fig.4.4 são apresentadas exemplos de lâmpadas de HM:

Fig. 4.3 - Lâmpadas Fluorescentes T8 e T5 (IDAE)

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Fig. 4.4 - Lâmpadas de mercúrio com halogéneo metálico - HM (IDAE)

Para lâmpadas instaladas em zonas de elevado requerimento de reprodução cromática

(luz branca), aconselha-se que se usem lâmpadas de HM, que se apresentem um

comportamento energético melhor que das lâmpadas de VM emitindo uma luz de

características parecida. Mesmo com a evolução das várias tecnologias, nenhuma

atingiu ainda o IRC que as lâmpadas de HM conseguem atingir, sendo que as

tecnologias mais próximas desse nível são as lâmpadas fluorescentes e as mais recentes

lâmpadas LED. Por esse motivo as lâmpadas de HM ainda são muito utilizadas em

zonas específicas onde é necessário grande área de iluminação como os polos

desportivos e os monumentos de grande dimensão. Por curiosidade, apresenta-se a

tabela 4.4 com as características da lâmpada HM:

Tabela 4.4 - Características das lâmpadas de iodetos/halogéneas metálicas (Garrido, 2010)

Rendimento luminoso De 65lm/W a 100lm/W

Temperatura de cor De 3000ºK a 6000ºK

Índice de restituição

cromática De 81 a 95

Duração de vida média De 3000h a 9000h

Tempo de arranque Aproximadamente 4 minutos

Luminância De 100cd/m2 a 6000cd/m

2

Equipamento auxiliar

Arrancador, balastro e

condensador / balastro

eletrónico

Posição de

funcionamento Pode haver restrições

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É possível verificar diferenças significativas entre as outras duas tipologias de

lâmpadas. No que diz respeito ao rendimento luminoso, as lâmpadas de HM são

superiores as lâmpadas de VM e próximas das de VSAP. Quanto ao tempo de vida útil

médio, as lâmpadas de HM são as que apresentam a pior duração, compreendida entre

3000h e 9000h. Quanto a luminância, as lâmpadas de HM apresentam uma maior

intensidade luminosa por área que vai desde 100 cd/ m2 a 6000 cd/m

2 . Outro dado

interessante é a posição de funcionamento, em que se verifica existirem restrições, o que

implica que o seu funcionamento não é adaptável em qualquer lugar, ao contrário das

lâmpadas de VSAP e VM.

4.1.4 - Light-Emitting Diode (LED)

O rápido desenvolvimento dos LEDs (Light-Emitting Diodes) como nova fonte de

emissão luminosa permitiu a sua ampla utilização em sistemas de IP, deixando de

servirem apenas para indicadores luminosos. Isto foi possível graças à elevada vida útil

dos LEDs de última geração, o aumento do seu nível de luminosidade e a manutenção

do seu reduzido consumo, criando assim um sistema altamente eficaz energeticamente e

de baixo custo de manutenção. A implementação da tecnologia LED na IP é importante

e essencial para se obter um menor consumo energético e económico. Quando associado

ao sistema de telegestão, é possível atingir uma diminuição de 85% do consumo,

nomeadamente face às tecnologias convencionais de VSAP.

As principais vantagens da LED são as seguintes:

Não emitem raios UV e Infravermelhos (IV);

Não prejudicam a pele;

Não causa fadiga ótica tão facilmente como as lâmpadas comuns;

São melhores para o ambiente;

Não possuem mercúrio nem outro metal pesado na sua composição;

Contribuem para a redução da quantidade de lixo, devido a sua duração;

São recicláveis;

1 lâmpada LED dura o mesmo que 50 lâmpadas incandescentes ou 10 CFL;

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Mais eficiência Menos uso dos recursos de energia Menos emissão de

CO2e;

Em ambiente interior, a luz fria impõe menos carga nos sistemas de ar

condicionado e assim também ajuda a economizar o consumo elétrico;

Além disso, a redução da temperatura de cor, contribui para a diminuição da

temperatura global (Uma lâmpada LED evita a emissão para a atmosfera de

10kg de CO2e por ano);

Baixos custos de trabalho de manutenção e reposição;

Diminuição nos custos de manutenção das instalações.

Como toda a tecnologia em evolução, existe desvantagens quanto a aquisição e a

implementação da tecnologia LED no qual se destaca:

Fiabilidade - Como é uma tecnologia em evolução contínua, existem grandes

diferenças em a qualidade dos dispositivos dependendo do fabricante. Mesmo o

mesmo dispositivo da mesma marca pode apresentar diferenças quanto a luz

emitido e ao tempo de vida útil;

Preço – A tecnologia LED em geral têm um elevado valor económico, muito por

causa da sua produção que implica extração mineira e uso de semicondutores;

Mão-de-obra especializada – Na implementação da iluminação LED, é

necessário certos cuidados especiais para aproveitar a totalidade dos seus

benefícios;

Dependência de matéria prima importada – A matéria prima utilizada para a

fabricação das lâmpadas ainda é importada;

IRC – As lâmpadas LED, apesar do seu bom IRC, ainda não atingem o valor

ideal de quando comparado as lâmpadas de HM e fluorescentes, que conseguem

atingir IRC de 85 á 95;

Apesar destas desvantagens, se formos levar em consideração outras características que

são tão ou mais importante que as referidas, como a emissão de calor, a emissão de raios

UV e IV, o aspeto positivo para o ambiente e a sua elevada eficiência, a tecnologia LED

é considerada a melhor opção de iluminação.

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A grande diferença entre as lâmpadas LED e as CFL, é que a LED não contem nenhum

elemento tóxico e atinge 100% do seu rendimento desde do momento que é utilizada,

sendo mais eficiente a longo prazo. Ainda, o seu funcionamento leva a uma redução de

calor elevado devido à LED transformar 98% da sua energia em luz e só 2% em calor.

As lâmpadas de baixo consumo funcionam de forma similar as fluorescentes, com a

diferença que, a parte do seu baixo consumo, são frias usando entre 50% e 80% menos

de energia (produzindo a mesma quantidade de luz) e duram mais. O principal

inconveniente das lâmpadas é que contém um gás com uma pequena porção de

mercúrio, sendo classificada como um resíduo perigoso.

Segundo um relatório realizado por investigadores do Instituto Politécnico Rensselaer,

se fosse substituído todas as lâmpadas do mundo por LED, em 10 anos se poderia

reduzir o consumo de carbono em quase 153 milhões de toneladas de emissões de

dióxido de carbono na atmosfera e ainda era possível economizar 1.93 bilhões de

dólares em todo o mundo.

Como foi referido anteriormente, em algumas instalações ainda existem lâmpadas de

mercúrio mas cada vez mais estão a ser substituídas, nas zonas sem exigência de cor da

iluminação, por iluminação mais eficiente como a iluminação de sódio de alta pressão

devido a sua elevada eficácia torna-as aconselháveis, de ponto de vista energético.

Para uma melhor perceção das vantagens da tecnologia LED, segue na tabela 4.5 a

comparação entre as várias tecnologias:

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Tabela 4.5 – Comparação entre os sistemas de iluminação exterior mais utilizados (EOI. Cursos OL Servicios

Energéticos)

VSBP VSAP VM LED

Potência (w) 18-200 35-1.000 50-1.200 1,5-160

Fluxo luminoso (w) 2.000-30.0000 1.500-150.000 2.000-57.000 50-10.000

Eficácia luminosa 120-180 95-140 50-60 80-186

€/Klumen 2-5 0,8-3 0,96-2,06 >100

€/W 0,24-0,7 0,076-0,33 0,050-0,071 >7,5

IRC 25 25-65 40-55 60-92

TºColor (K) 2.000-2.300 2.000-2.300 3.500-4.000 2.650-6.800

Vida Média (h) 12.000 15.000 5.000 35.000

Vida útil (h) 6h/día 16.000 24.000 3.500-4.000 50.000 – 100.000

T acender (s) 7-12 2-10 300

T reacender (min) 1-15 3-6 1-25

Com esta tabela concluímos que as vantagens da tecnologia LED são superiores as

restantes tipologias de lâmpadas. A potência de um LED é inferior o que conduz ao um

menor consumo energético, possui uma eficácia luminosa superior o que demonstra

uma maior eficiência energética, e uma vida média e útil superior a todas as tipologias

de lâmpadas demonstrando ser a solução mais vantajosa para a iluminação. Um

pormenor interessante, é que a tecnologia LED, ao contrário das restantes tecnologias

luminosas, não possuem tempo para acender e reacender, sendo que se acendem

instantaneamente.

A sua implementação nos sistemas de iluminação tem sido um êxito como será

demonstrada mais a frente na parte prática, e conseguiu desenvolver-se de maneira a

cumprir as altas prestações exigidas como o aspeto da cor luminosa, índices de

reprodução cromática, possibilidade de controlo luminoso e conforto visual, reduzindo

o mal-estar visual diretos ou indiretos contribuindo para a eliminação da poluição

visual. Os LEDs ainda oferecem a possibilidade de agrupação e incorporação de

elementos óticos que permitam regular, direcionar e dimensionar a iluminação.

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O “Guía sobre la tecnologia LED en el alumbrado”, realizado pela Direção Geral de

Indústria, Energia e Minas da Comunidade de Madrid, aponta como principais

características, do ponto de vista da sua aplicação na IP, as seguintes:

Maior vida útil – Um LED pode funcionar num período de tempo que oscila

entre as 50.000 horas e 100.000 horas e , de modo similar a lâmpada de VM,

pode emitir luz durante toda a sua vida, mas o importante da sua vida útil é a

possibilidade de emitir o maior fluxo luminoso útil durante a maior parte do

tempo. Como consequência as operações de manutenção e substituição serão

drasticamente reduzidas já que não serão praticamente necessárias durante um

período superior a 10 anos.

Emissão luminosa – Com os avanços tecnológicos dos últimos anos, o LED

desenvolveu uma melhor emissão luminosa comparada as lâmpadas tradicionais.

Qualidade da luz – Com o grande desenvolvimento feito no dispositivo LED

quanto a alta iluminação, foi possível atingir uma excelente qualidade de luz,

tanto a cores como em branco. A luz produzida está livre de UV e IV. O

rendimento cromático e a eficácia luminosa conseguiram melhorar

significativamente nos últimos tempos.

Iluminação urbana – Em termos de futura iluminação urbana das cidades, as

características elétricas do LED permitirão uma regulação total sem variação de

cor, uma iluminação instantânea e uma mudança dinâmica de cor;

nomeadamente a iluminação RGB.

Considerações especiais de desenho – Entre as características mais aproveitáveis

do LED está o seu tamanho compacto, a natureza direcional da luz, os elevados

rendimentos de gestão térmica e os avanços tecnológicos que permitem uma

crescente emissão luminosa, pelo que se oferecem novas oportunidades para os

desenhadores.

A aparição do LED com alta luminosidade mudou o desenho das novas luminárias que

incorporam este dispositivo, que serão beneficiadas por um tempo de vida útil das

luminárias de cinco a sete anos sem necessidade de qualquer intervenção para

manutenção destas. Ao mesmo tempo, a direccionalidade da sua emissão e o seu

tamanho reduzido abrem novas portas para o desenvolvimento de sistemas óticos com

um elevadíssimo controlo da distribuição luminosa, melhorando notavelmente as

eficiências conjuntas de fonte de luz convencional e luminária.

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Para finalizar este capítulo, apresenta-se na tabela 4.6 a equivalência entra as potências

de uma lâmpada incandescente a substituir por uma lâmpada LED para o mesmo fluxo

energético luminosos. Também são apresentados o ganho obtido pela tecnologia LED

em termo de eficiência energética, da fatura elétrica (o custo elétrico foi estimado em

0.14€/kWh) e na redução de GEE.

Tabela 4.6 - Tecnologia incandescente vs. Led (EOI)

Pot. lâmpada

incandescente à

substituir (W)

Pot.LED

(W)

Eficiência energética

(kWh) durante a vida útil

LED (50.000h)

Ganho na

factura

elétrica (€)

Diferença na redução

de emissão de C=O2

(kg CO2e)

40 9 1.550 186 1.162

60 11 2.450 294 1.837

75 15 3.000 360 2.250

100 20 4.000 480 3.000

150 32 5.900 708 4.425

Através da análise da tabela 4.6, concluímos que a tecnologia LED é muita vantajosa

para se atingir objetivos de eficiência energética e obter ganhos na fatura elétrica como

também existe uma redução significativa nas emissões de GEE. Todos estes benefícios

vão de encontro as metas europeias na eficiência energético e na redução de GEE como

também é vantajosa para todos os municípios que assim obtêm uma redução assinável

das despesas de IP graças a utilização desta tecnologia.

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4.2 - Luminárias

As luminárias são aparelhos que distribuem, filtrem, ou transformam a luz emitida por

uma ou várias lâmpadas. Contêm todos os acessórios necessários para segurá-las e

protegê-las e, quando necessário, dispõem de circuitos e dispositivos para conectá-las à

rede de alimentação elétrica. Quanto à luminária é necessário uma otimização dos

refletores para potenciar um maior rendimento e a manutenção da instalação. Uma

luminária vai perdendo a sua qualidade ao longo do tempo devido à sujidade e

envelhecimento da lâmpada, da ótica e do difusor o que obriga um acréscimo de energia

para manter um nível adequado ao longo da vida útil da luminária, este fenómeno

denomina-se de depreciação luminosa. Assim sendo, a potência para gerar um nível de

luminância depende da manutenção da luminária o que também depende da sua

qualidade mecânica.

A luminária é composta pelo corpo, bloco ótico e equipamentos auxiliares como

representa a Fig. 4.5.

Fig. 4.5 - Composição de uma luminária (IDAE)

O corpo da luminária é a parte que suporta o conjunto ótico e elétrico da luminária e,

portanto, deve ser resistente mecanicamente, leve e com excelentes propriedades de

dispersão, resistência térmica e duração, além da função estética.

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O bloco ótico pode estar formado por refletor, refrator e difusor. Os refletores são

componentes óticos que visam modificar a distribuição do fluxo luminoso e são

normalmente de alumínio de pureza máxima, polido, brilhante e tratado normalmente

com oxidação anódica. O refrator destina-se também à alteração da distribuição do

fluxo luminoso, mas pelo princípio de refração dos corpos transparentes, e são

normalmente de vidro de elevada transmitância e inalterabilidade a luz natural ou

artificial. Os difusores têm a principal função a diminuição da luminância das lâmpadas

visando melhorar o conforto visual e são geralmente construídos em vidro.

Os equipamentos auxiliares da luminária devem ser mecanicamente resistentes para

suportar adequadamente o peso do equipamento elétrico e em termos térmicos tem de

dissipar muito bem o calor gerado por o próprio funcionamento do equipamento

elétrico, com umas dimensões suficientes para o equipamento em questão, de fácil

acessibilidade e segurança, que permite com comodidade realizar as reparações e

reposições que é preciso.

As juntas de hermeticidade têm de ser flexíveis, resistentes a altas temperaturas e aos

agentes atmosféricos, sendo normalmente utilizado borracha de silicone, policloropreno,

terpolímeros de etileno-propileno, juntas de poliéster, etc.

A luminária, em concreto o bloco ótico, deve estar dotada dos correspondentes

dispositivos de regulamento, de forma que se possa variar a posição da lâmpada a

respeito do refletor, de acordo com o tipo de implantação e prestação que se requer da

luminária.

A luminária tem um papel muito importante no conjunto da iluminação, já que tem a

função de dirigir a luz da lâmpada à zona que se pretende iluminar. Existe uma grande

quantidade de luminárias disponíveis no mercado, ainda que os principais fatores que se

devem ter em conta é se cumprem a sua função e se existe espaço suficiente entre os

equipamentos auxiliares no caso de se requerer uma substituição das mesmas.

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4.3 - Equipamentos Auxiliares

4.3.1 – Balastros

As lâmpadas de descarga, em geral, têm uma característica tensão-corrente não linear e

ligeiramente negativa e, portanto, surge a necessidade da utilização de um elemento

limitador da intensidade que se denomina de balastro para evitar o crescimento ilimitado

da corrente e a morte da lâmpada quando está acesa.

Associado ao balastro, segundo o tipo, deverão apresentar-se os elementos adequados

para a correção do fator de potência. Além dos dispositivos de regulação da corrente da

lâmpada e da correção do fator de potência, alguns tipos de lâmpadas têm uma elevada

corrente de descarga, como são as de VSAP, HM e VSBP, e necessitam de uma tensão

muito superior à da rede para iniciar ou alimentar a corrente do arco elétrico. Então é

necessário incluir no equipamento auxiliar um dispositivo que proporcione e suporte no

momento em que é ligada, a alta tensão necessária para o seu bom funcionamento. Esses

dispositivos denominam-se de arrancadores.

Os sistemas para a iluminação que integram lâmpadas de descarga associadas a

balastros tipo série (que será explicado mais a frente), de VSAP ou VM, são muito

suscetíveis as variações na tensão de alimentação. Tensões superiores a 105% do valor

nominal para o que foram desenhadas diminuem fortemente a vida útil das lâmpadas e

equipamentos aumentando o consumo de energia elétrica. A figura seguinte representa

um exemplo da forte influência da tensão de alimentação no consumo e na vida útil da

lâmpada VSAP.

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Fig. 4.6 - Influência da tensão no consumo e na vida de uma lâmpada VSAP (Fenercom)

Apesar da tensão da rede atualmente em Portugal ser de 230V, verifica-se que um

aumento de 7% produz uma diminuição na vida útil da lâmpada em 50% e um aumento

de consumo de um 16%. Daí a grande importância em estabilizar a alimentação que

chega aos recetores de IP.

A introdução de balastros eletrónicos soluciona este problema, além de reduzir o

consumo do equipamento auxiliar significativamente. O balastro eletrónico é um

dispositivo compacto que realiza as funções do equipamento auxiliar e, por tanto,

substitui o balastro eletromagnético, condensador e arrancador nas lâmpadas de VSAP.

O balastro eletrónico estabiliza a potência na lâmpada e, consequentemente, o consumo

em rede varia para variações de tensão compreendidas entre 180V e 250V. Ao

estabilizar a potência, aumenta a vida útil da lâmpada face aos balastros

eletromagnéticos. Por outro lado, os balastros eletrónicos dispositivos mais sensíveis e

menos robustos que os eletromagnéticos. Em condições normais de funcionamento as

perdas do próprio balastro eletrónico não ultrapassam os 4% ou 5% da potência elétrica

consumida na lâmpada, resultando-se vantajoso frente ao consumo real do equipamento

auxiliar (balastro eletromagnético, condensador, e arrancador) que oscila entre um 9,3%

e 27,5% sobre a potência nominal da lâmpada.

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O inconveniente dos balastros eletrónicos comparativamente aos balastros

eletromagnéticos, dada a sua maior sensibilidade, é a sua proteção contra sobretensões,

nomeadamente as originadas por descargas atmosféricas.

Mais à frente irei explicar que existem outras formas de estabilizar a tensão sem

necessidade de substituir balastros e que pode resultar mais rentável do ponto de visto

económico.

Os balastros mais utilizados são:

Balastro de série de tipo indutivo para os níveis de potência;

Balastro autorregulador;

Balastro autotransformador;

Balastro eletrónico;

O balastro eletromagnético série tipo indutivo é o mais utilizado, proporciona uma baixa

regulação de corrente e de potência frente às oscilações da tensão da rede de

alimentação, em que geralmente o seu uso se torna mais adequado sempre que a tensão

não ultrapassa os 5%. Quando se preveem variações constantes ou permanentes ao

longo do tempo superiores a tensão da rede, ou variáveis durante algumas horas, será

adequado utilizar balastros autorreguladores, eletrónicos ou um sistema de estabilização

de tensão.

Os balastros denominados autorreguladores, ao apresentar uma boa regulação da

corrente e potência da lâmpada em relação as alterações de tensão da rede de

alimentação, são utilizados quando a tensão oscile acima de 10%. Num caso em que a

tensão seja insuficiente para um funcionamento estável, são então instalados balastros

autotransformadores que elevem a tensão e regulam a corrente, e o seu uso se mantem

quando a tensão seja inferior a 200 V. Estes equipamentos não são muito utilizados.

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4.3.2 – Condensadores e Arrancadores

Os condensadores vêm associados ao balastro e pode, ou estar conectado a rede de

alimentação para corrigir o fator de potência, ou ser instalado em série com o balastro e

a lâmpada servindo como elemento regulador de corrente e compensação, como é o

caso dos balastros autorreguladores.Os balastros eletrónicos não requerem dispositivos

adicionais de correção da potência, já que vem incluído um circuito eletrónico criado

para esse efeito.

A seguir se mostram exemplos de balastros:

Fig. 4.7 - Exemplo de um balastro eletromagnético (IDAE)

Fig. 4.8 - Exemplo de um balastro eletrónico (IDAE)

Os arrancadores são dispositivos elétricos, eletrónicos ou eletromecânicos que, em

combinação com o balastro, gera e se sobrepõem à tensão da rede ao impulso ou aos

impulsos de alta tensão necessários para a correta alimentação da lâmpada.

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Os tipos de arrancadores para lâmpadas de descargas, exceto lâmpadas fluorescentes

tubulares, são os seguintes:

- Em série com a lâmpada (de impulsos independentes);

- Em semiparalelo (de impulsos dependentes do balastro que vai associado);

- Em paralelo (independente dos fios)

4.4 - Equipamento de controlo

Tratam-.se de dispositivos que permitem programar o funcionamento da iluminação

adequando-a em maior ou menor medida às necessidades efetivas da mesma. Entre os

equipamentos de controlo mais utilizados, estão as fotocélulas e os relógios analógicos

ou astronómicos, podendo ser em este segundo caso, programado localmente ou de

forma remota através de um sistema de telegestão.

Há que destacar que segundo estudos sectoriais, como o da Agência Andaluza da

Energia (AAE), ainda existe cerca de 34% em que as instalações são controladas por

fotocélula ou relógio horário, sistemas que provocam grandes desvios entre as horas de

funcionamento das instalações e as horas reais da necessidade das mesmas, originando

um maior gasto energético, por conseguinte, económico como também um mau serviço

público.

Fig. 4.9- Elementos de controlo na IP (AAE)

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Por outro lado, o sistema de telegestão representa apenas 1%, apesar de ser dos

sistemas que oferece o melhor conhecimento e controlo mais efetivo das instalações de

IP.

Os sistemas de redução de fluxo são elementos que possibilitam reduzir o nível de

iluminação a partir de certas horas da noite quando já não existe movimento nem

atividade nas ruas, não sendo necessário o uso tão intenso das mesmas.

É importante destacar que mais de um 60% dos quadros elétricos da IP, não contem

nenhum sistema de eficiência energética e uns 30% dispõem de sistemas de redução de

nível de iluminação por corte de fases ou duplo circuito. Esta é uma prática muito

habitual, ainda que não seja muito aconselhável devido ao problema de diminuir a

uniformidade na iluminação das vias, diminuindo a segurança.

Mais a frente, será demonstrado a instalação de equipamentos de eficiência energética

na IP que fica assegurada com os novos regulamentos com a saída do Novo

Regulamento de Eficiência Energética em Iluminação Exterior.

É possível atuar no funcionamento normal do ciclo de iluminação desde de vários

pontos. Por um lado, otimizando os tempos de ligar e desligar ajustando-lhes

exatamente as condições de eficiência desejadas, sempre mantendo as condições de

segurança. Isto realiza-se mediante o uso de equipamento de controlo destinados a estas

funções, como podem ser os interruptores crepusculares e os interruptores horários

astronómicos. Igualmente pode atuar-se na intensidade luminosa da IP com a redução

do nível luminoso.

4.4.1 - Interruptores crepusculares

São dispositivos eletrónicos capazes de dimerizar um circuito em função da

luminosidade ambiente. Para isso utilizam um componente sensível a luz (célula

fotoelétrica) que deteta a quantidade de luz natural que existe no lugar da instalação,

comparando esse valor com o ajustado previamente. Em função desta comparação, ativa

ou desativa-se um relé.

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Para um correto funcionamento das instalações de IP com interruptores crepusculares,

estes devem estar dotados de circuitos que incorporem histereses, isto é, um atraso antes

das manobras que possibilite eliminar falhas de acender ou desligar devido a fenómenos

meteorológicos transitórios, como por exemplo a passagem de nuvens, raios ou luzes de

automóveis.

Os inconvenientes do uso dos interruptores crepusculares são o difícil acesso aos

mesmos durante a sua manutenção ou reparação, já que normalmente se instalam em

lugares de complicado acesso. Além disso, a poluição provoca um escurecimento

gradual do ambiente envolvente, o que a longo prazo as manobras não se realizem nos

momentos esperados.

4.4.2 - Interruptores horários astronómicos

São interruptores horários que incorporam um programa especial que segue o nascer e

por do Sol na zona geográfica onde está instalado. Esta característica tem uma

importante vantagem de que não é necessário a reprogramação manual e periódica dos

tempos de acender/desligar. Também tem a possibilidade de poder atrasar ou adiantar

de maneira uniforme esses tempos de manobra, conseguindo com ele uma diminuição

de consumo adicional.

Estes interruptores horários devem dispor de dois circuitos independentes, uma para o

ligar/desligar total da IP, e outro para as ordens de redução e recuperação de fluxo

luminoso, durante as horas que não é necessário todo o fluxo.

Existem modelos que permitem incorporar dias especiais, em que o horário é diferente

devido a feriados, fim de semanas, etc.

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4.4.3 - Métodos de controlo

Ao longo dos anos foram desenvolvidos métodos de controlo com o objetivo para

diminuir o consumo energético, e com isso, diminuir a fatura elétrica. Os principais

métodos utilizados pelos municípios são os seguintes:

Desligar parcialmente (duplo circuito) – com este sistema consegue-se reduzir

o consumo apagando parte das luminárias durante um período de tempo

determinado, sendo a redução do consumo energético obtido diretamente

proporcional ao número de luminárias apagadas.

Mesmo que o sistema seja efetivo, o seu maior inconveniente é perca da uniformidade

luminosa. Nos casos onde sempre são desligadas as mesmas lâmpadas, é criada uma

grande diferença no que diz respeito a vida útil da lâmpada. Por esses motivos, foram

criados interruptores horários astronómicos com circuitos alternativos, de forma que

cada dia se alterna o circuito a apagar.

Reatância de duplo nível – Este sistema está baseado numa reatância que

possibilita variar a impedância do circuito mediante um relé exterior, reduzindo

a intensidade que circula nas lâmpadas e conseguindo uma redução de

aproximadamente 40%. A ordem de ativação é dada por um fio de comando ou

por um temporizador interno.

Apesar de evitar o problema da falta de uniformidade luminosa, a mudança brusca do

regime normal ao regime reduzido provoca uma sensação de falta de luz no usuário.

Nos sistemas que incorporam um temporizador para evitar a instalação da linha de

comando, a redução não está sincronizada e produz-se com atraso nas lâmpadas. No

caso da instalação da IP reacender quando está em situação de nível reduzido, o

temporizador inicia um novo atraso ao voltar a tensão de rede, perdendo-se praticamente

todo o ganho correspondente ao tempo de regime reduzido.

Nenhuns dos sistemas anteriormente descritos resolvem os problemas de sobretensão na

rede que diminui fortemente a vida das lâmpadas e equipamentos, e que provocam um

grande aumento no consumo de energia elétrica.

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Estabilizadores de tensão e diminuidores de fluxo luminoso no posto de

transformação – A vantagem principal destes equipamentos frente as reatâncias

de duplo nível é que soluciona os problemas produzidos pela instabilidade da

rede já que durante as horas do regime normal estabilizam a tensão de

alimentação em linha. Nas horas de regime reduzido diminuem a tensão a todas

as luminárias, conseguindo uma diminuição de consumo adicional.

O feito de estar instalado no posto de transformação, faz que a sua incorporação, tanto

em instalações de IP novas como nas existentes, seja fácil (não é preciso intervenção em

cada um dos pontos de luz da IP) e facilita o acesso a sua manutenção.

A instalação dum estabilizador de tensão e redutor de fluxo (redutor de fluxo que será

citado mais adiante) evita excessos de consumo nas luminárias, prolonga a vida das

lâmpadas e diminui incidências de avarias.

Em resumo, as vantagens dos estabilizadores de tensão e redutores de fluxo luminoso

no posto de transformação são:

Prolonga a vida útil da lâmpada;

Diminui o custo de manutenção;

Mantem a uniformidade da IP;

Evita excessos de consumo (nível nominal);

Diminui o consumo até 40% (nível reduzido);

Rápida amortização.

Funcionamento dos redutores de fluxo luminoso – Os redutores de fluxo

estão previstos para funcionar a regime contínuo. No entanto é aconselhável

desconectar da rede durante as horas em que a iluminação não funciona,

evitando de esta forma o seu reduzido consumo em vazio. A conexão e

desconexão da rede realizam-se diariamente por um contador controlado por um

interruptor crepuscular ou por um interruptor horário astronómico instalado no

quadro da iluminação.

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Em regime normal de funcionamento pode escolher-se uma pequena gama de tensões

de saída, dependendo do grau de envelhecimento das lâmpadas, da sua tensão nominal e

da redução do consumo adicional que se quer obter no caso de novas instalações. O

processo é o seguinte:

Quando todas as instalações têm lâmpadas novas, pode programar-se um regime

normal à 210V;

Passado o primeiro terço da vida útil, é possível mudar para 215V;

Passado dois terços da vida útil da lâmpada pode voltar-se a mudar para a sua

tensão normal.

Desta forma mantem-se praticamente uniforme o fluxo luminoso da instalação durante

toda a vida das lâmpadas.

Em regime reduzido é gerada uma ordem externa por um elemento de controlo

(interruptor crepuscular ou interruptor astronómico) que fixa o nível de iluminação em

função das horas a regime normal ou regime reduzido. A velocidade de variação da

tensão de saída, quando se muda de regime normal a regime reduzido ou vice-versa,

realiza-se de forma lenta (à volta de 6V por minuto), de maneira linear nos

equipamentos de variação continua e com pequenos saltos nos modelos de variação

gradual. Desta forma é garantido o perfeito comportamento das lâmpadas sem

deterioração da mesma.

As tensões de regime reduzido oscilam entre 175V para VSAP e 195V para VM. O

regime reduzido pode ser mantido até à hora de desligar da IP ou voltar ao regime

normal nas primeiras horas da manhã. Estas tensões podem-se programar com um

pequeno incremento (por exemplo 5V) a fim de corrigir uma iluminação escassa ou

quedas de tensão importantes nas instalações de IP. A figura 4.10 monstra os ciclos dos

redutores de fluxo luminoso.

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Fig. 4.10- Efeitos dos redutores de fluxo luminoso (Fenercom)

Resumidamente, as características básicas que deve cumprir qualquer redutor de fluxo

são as seguintes:

Rendimento superior à 95%;

Gama de potência variável;

Redução de consumo até 40% ;

Fases totalmente independentes;

Carga admissível de 0 a 100%;

Manutenção do fator de potência;

Não introduzir harmónicos na rede;

Estabilização +/- 1%;

Fluxo nominal configurável;

Fluxo reduzido configurável;

Tempo de arranque variável;

Velocidade de mudança de nível: 6 V/minuto aproximadamente;

Pelo seu tipo de regulação, os redutores de fluxo podem-se classificar em

reguladores de variação contínua e de variação escalonada.

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4.4.4 – Telegestão - Sistemas de controlo e gestão

Os sistemas de telegestão permitem, por um lado, controlar desde do ponto de vista

energético as instalações, supervisionando, em qualquer momento, os consumos

energéticos que se estão produzindo podendo valorizar-se se são coerentes ou não e a

eficiência que se esta a obter com a introdução de medidas de eficiência energética. Por

outro lado, possibilita manter a correta gestão das instalações à distância, permitindo

detetar pontos de luz fora de funcionamento ou problemas que gerem alertas.

Os sistemas de telegestão podem ser constituídos por equipamentos responsáveis pelas

medições elétricas, oferecer informação direta e estabelecer as comunicações. Podem

dispor também de vários nós secundários conectados às diversas linhas do quadro e que

vigilam o perfeito funcionamento das manobras e proteções do mesmo, mandam a

informação permanentemente do funcionamento e anomalias ao controlador principal.

Pode dispor-se de uma entrada de controlo de tensão, para indicar o estado de

funcionamento da instalação de IP e para a sinalização do estado de redução de fluxo.

Dispõem de alertas por falha das tensões nas saídas e na entrada geral, alertas de

intrusão e abertura do quadro. Todos os alertas e medidas podem ser geridas através de

aplicações informáticas, como também localmente ou por controlo remoto através de

um modem, sistema telefónico ou GSM.

Assim, pode programar-se o envio de certos alertas por GSM a telefones através de

mensagens SMS. Igualmente, desde o telefone GSM é possível enviar certos comandos

através de mensagens SMS ao modem GSM instalado no quadro elétrico para receber

informação das tensões de entrada-saída e alertas, ordenar a conexão ou desconexão do

quadro, anular a redução de fluxo e conexão – desconexão do bypass. Estas últimas

funcionalidades são muito úteis em trabalhos de manutenção.

As aplicações informáticas utilizadas no sistema de telegestão têm, entre outras, as

seguintes possibilidade:

Tensão de linha, intensidade de linha e fator de potência de cada fase;

Tensão de saída do regulador-estabilizador em cada fase;

Percentagem de eficiência por fase trifásica;

Percentagem de eficiência total;

Consumo energético por fase e total;

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Capítulo 5

Caso Prático

5.1 – Apresentação

Como já referido, a presente dissertação teve por base o estudo desenvolvido no

Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Duero-Douro (Trabanca-

Salamanca), como parte integrante do projeto “Eficiência Energética na Iluminação

Pública Exterior do Centro Consumidor de Energia AECT Duero-Douro”.

Como foi referido atrás, tanto Espanha como Portugal têm um objetivo em comum no

que diz respeito a eficiência energética, ou seja, atingir 20% do consumo energético

final proveniente de FER até o final de 2020. Não só atingir as metas impostas pela UE,

como também as metas estabelecidas pelos PANERs de cada país, e com isso surgiu a

necessidade de se recorrer a várias entidades jurídicas de vários locais para ajudar a

atingir esses valores e ajudar a média nacional para o alcance das respetivas quotas. E

com isso, o AECT Duero-Douro tem o dever e a obrigação de ajudar não só a atingir os

objetivos nacionais como zela pela investigação, inovação e desenvolvimento

económico e local com carácter ambiental e sustentável.

5.1.1 – AECT Duero-Douro

O AECT Duero-Douro é uma figura jurídica

criada conforme o Regulamento (CE) 1082/2006,

que lhe fornece poder jurídico na sua área de ação.

É um agrupamento sem fins lucrativos e tem

como objetivo, em conjunto com os seus

membros, a cooperação transfronteiriça, Fig. 5.1- Logótipo do AECT Duero Douro

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transnacional e inter-regional com o fim de reforçar a coesão económica e social. A

criação da AECT surge da necessidade de haver uma entidade capaz de gerir ações de

cooperação territorial no quadro de legislações e procedimentos nacionais diferentes já

que as entidades municipais, em particular as autoridades regionais e locais, têm

dificuldade em lidar.

Foi então definido com a saída do Decreto-Lei nº376/2007, em Portugal, e com a saída

Decreto Real 37/2008, em Espanha, a autorização da criação da figura do AECT entre

Portugal e Espanha.

Assim a AECT Duero-Douro foi criada no dia 14 de março de 2009, tendo como área

de ação Alto Trás-os-Montes, Douro e Beira Interior Norte em Portugal e a Província de

Zamora e Salamanca em Espanha, representando 73.328 habitantes portugueses e

46.185 espanhóis o que faz um total de 120.143 habitantes.

O AECT Duero-Douro trata, entre outras funções, do desenvolvimento e implementação

de programas ou projetos de cooperação territorial cofinanciados pela Comunidade,

principalmente recorrendo ao Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e Fundo de

Coesão. Assim são desenvolvidos projetos e investimentos para todo o território. O

AECT desenvolve programas e projetos nos seguintes âmbitos de ação:

Igualdade de Oportunidades;

Desenvolvimento Económico;

Desenvolvimento Local;

Transporte público acessível a todos os cidadãos;

Novas Tecnologias, especialmente as da informação e comunicação;

Ambiente;

Desenvolvimento Sustentável;

Educação, Formação e Emprego;

Saúde, Serviços Sociais e Ação Social;

Turismo, Cultura e Património;

Administração local;

Investigação, inovação e desenvolvimento;

Transportes e Comunicações;

Desportos, Lazer e Tempos livres.

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5.1.2 – Eficiência Energética no Centro de Consumidor de

Energia do AECT Duero-Douto

Como já foi referido anteriormente, a existência de uma IP eficiente representa uma

poupança de energia, uma redução

de custos e uma redução de

impactes ambientais. Neste sentido,

os CCE do Plano 200 ESSE da

comunidade de Castilha e Leão,

propuseram inicialmente o projeto

da “Melhora da Iluminação Pública

Exterior nos municípios espanhóis

pertencentes ao Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial AECT Duero-Douro”

e mais tarde foi criado o atual Projeto de Eficiência Energética na Iluminação Pública

Exterior do Centro de Consumidores da AECT Duero-Douro

O Projeto foi aprovado pelo IDAE e a Junta de Castilha e Leão, para a execução das

atuações de atividades de eficiência energética segundo o “Plan de Acción 2008-2012

de la Estrategia de Ahorro y Eficiencia Energética en España (E4+)”.

Os municípios pertencentes ao Centro de Consumidores da AECT estão registados no

seguinte mapa:

Fig. 5.2- Logótipo do "Projeto de Eficiência Energética na

Iluminação Pública"

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Fig. 5.3- Mapa dos municípios pertencentes ao Centro de Consumidores do AECT Duero-Douro

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Como foi referido anteriormente no subcapítulo do “Programa de ajudas na iluminação

Pública” referente a Espanha, para realizar um projeto de IP tinham de contratar uma

ESE. E foi através de um Concurso Público, que contrataram a empresa responsável

pelo projeto, Elecnor S.A.

Com base na política estabelecida, no ano em que for realizado o projeto de eficiência

energética e na sua respetiva legislação e normas, o projeto permitirá uma redução no

mínimo de 40% no consumo energético com uma IP eficiente comparativamente ao

sistema de iluminação tradicional.

5.1.3 – Metodologia Adotada

Para a realização do estudo deste projeto, foi adotada a seguinte metodologia:

Recompilação de toda a informação de ordem técnica e energética elementar da

IP exterior de todos os municípios;

Visita as instalações de IP de cada município para a sua análise e para a

realização do levantamento da IP e registo de dados complementares;

Compilação de todos os dados e realização dos cálculos necessários para

obtenção de dados;

Proposta de medidas de eficiência energética – Descrição, análise e elaboração

de relatórios de diagnóstico energético;

Elaboração de relatórios finais que servem de base para as especificações

técnicas necessárias para o estudo da situação atual;

Análise crítica dos resultados obtidos.

A realização do cálculo dos consumos energéticos e dos custos da iluminação anterior,

foi facilitada já que foi possível obter os documentos do AECT com as faturas de 1 ano,

em que foi calculada a média de consumo e do gasto económico.

Nas fichas técnicas do projeto estavam disponíveis as caraterísticas de gestão e

manutenção da IP, em que se consta que em nenhum dos municípios existia uma

empresa de manutenção contratada, solicitando os serviços de manutenção da empresa

em concreto segundo as necessidades. Posto isto, depois da implementação do projeto

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foi estabelecido um plano de manutenção preventivo respeitando o ITC-EA-06, referido

no subcapítulo 3.3.1.

Realizou-se uma visita às instalações da IP para levantamento e realização dos

inventários, incluindo, os pontos de luz, as características das luminárias e lâmpadas,

suportes, sistemas de acender/desligar, armários de distibuição e sistemas de regulação.

Através dos inventários realizados anteriormente pelo AECT Duero-Douro, foram

contabilizadas 251 armários de distribuição, 15603 pontos de luz e 17620 lâmpadas com

uma potência instalada total de 1489,24 kW.

5.2 – Caracterização da rede de Iluminação

Pública (situação anterior)

Uns dos objetivos do projeto era melhorar o serviço público, cumprir as normas

legais e a poupança energética e económica nas localidades que atualmente aderiram ao

projeto, Salamanca e Zamora. O Projeto consiste na substituição da antiga iluminação

que utilizava lâmpadas de VM, VSAP, fluorescente e outras com maior consumo

energético, bem como também muitas das luminárias que se encontravam em mau

estado ou danificadas, e na substituição, se necessária, dos armários de distribuição.

A antiga iluminação começou a ser substituída por tecnologia LED pela empresa

instaladora autorizada neste Projeto, a Elecnor. A tecnologia LED foi a tecnologia

escolhida pelo seu grande rendimento e capacidade de manter o mesmo nível de

iluminação com menos consumo energético. Alguns dos modelos usados foram o Nano

2, Teceo e Hapiled.

Atualmente, aderiram ao projeto 63 municípios membros do AECT, com 155

localidades: 130 pertencente a Zamora e 25 pertencente a Salamanca.

Lista de municípios pertencentes a província de Salamanca e do AECT Duero-Douro

que vão beneficiar do Plano de Eficiência Energética na Iluminação Pública:

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99

Lista de municípios pertencentes a província de Zamora e do AECT Duero-Douro que

vão beneficiar do Plano de Eficiência Energética na Iluminação Pública:

Tabela 3.2 - Municípios pertencentes a província de Zamora e do AECT Duero-Douro

Um dos aspetos importantes a terem conta é que o RD 1890/2008, na sua ITC EA-02,

obriga, em instalações com potências superiores a 5 kW, à redução do nível luminoso, a

menos que por razões de segurança não seja recomendável.

Dados da IP global das localidades:

Consumo energético de 4.736,17 MW h/ano;

Emissão de gases contaminantes de 3.073,78 tCO2e/ano;

Custo económico em 546.089,42 €/ano;

Os custos associados a manutenção atingiram aproximadamente 178.515 €/ano

Tabela 5.1- Municípios pertencentes a província de Salamanca e do AECT Duero-Douro

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100

A respeito do gasto total das IP, a distribuição de custos foi realizada da seguinte

maneira:

Tabela 5.3 - Gasto elétrico da IP

Conceito Custo

(€/ano)

Percentagem

Fatura elétrica 546.089 75,36%

Manutenção 178.515 24,64%

5.2.1 – Lâmpadas e Luminárias

Foi elaborada uma folha de cálculo que contém todos os dados recolhidos nos centros

de comando (luminárias, tipologia da lâmpada, equipamento de regulação e controle,

medições, etc) das localidades pertencentes ao projeto. Também foi realizado arquivos

fotográficos dos mesmos, que se encontram em Anexo na forma digital.

Em cada fase, os parâmetros medidos foram :

− Tensão (V)

− Corrente (A)

− Potência Aparente (S), Ativa (P) e Reativa (Q)

− Fator de potência (cos ϕ)

− Taxa de distorção harmónica (THD)

A tabela seguinte mostra as tipologias e quantidades de lâmpadas no global das

localidades, retiradas da auditoria do projeto do AECT:

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101

Tabela 5.4 - Tipologias das localidades inseridas no Projeto de Eficiência Energética na IP (AECT Duero-

Douro)

Através da tabela concluímos que mais de metade da IP das localidades são constituídas

por lâmpadas de VM (57,1%). Os outros 40% são constituídos por lâmpadas HAL

(26,32%) e VSAP (11,99%). Com estes dados consegue-se prever que a iluminação

pública dos municípios era ineficiente e não sustentável devido à elevada utilização das

lâmpadas VM que, como já foi anteriormente referido, são a tipologia que mais

consomem energia elétrica.

Com os relatórios disponibilizados pelo Agrupamento, foi organizado a informação

técnica e energética da IP exterior de todos os municípios que tinham disponível até à

data. Analisou-se todos os inventários disponíveis dos municípios relativo a cada

tipologia de lâmpada utilizada anteriormente na IP e dividiu-se os dados em 4 grupos:

Zamora Norte;

Zamora Sul;

Salamanca Norte;

Salamanca Sul

Com esta divisão pretende-se fazer uma comparação entre as duas províncias, Zamora e

Salamanca, e o norte e sul de cada uma delas para analisar as diferentes tipologias de

lâmpadas registada em cada zona. Posteriormente será apresentado o gráfico geral com

todas as tipologias dos municípios em estudo.

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102

Os gráficos seguintes demostram as tipologias de lâmpadas, em percentagem, dos 4

grupos referidos anteriormente:

Fig. 5.4 - Percentagem das diferentes tipologias de lâmpadas registadas nos municípios de Zamora Norte

Pela figura verificamos que a IP dos municípios de Zamora Norte são constituídas

maioritariamente por lâmpadas de VM, 72%, a seguir com 25% das VSAP e 3% de

restantes tipologias. Concluímos que nestes municípios não houve grande alteração na

IP durante muitos anos, devido à sua maioria ser composta por lâmpadas de VM, que já

não são distribuídas na Europa. Também a indicar que os 3% de outras tipologias destes

municípios são lâmpadas halógenas, HM, CFL, indução, fluorescente, incandescente e

LED.

Na figura 5.5 é apresentado as diferentes tipologias de Zamora Sul:

25%

72%

3%

VSAP VM Outros

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103

Fig. 5.5 - Percentagem das diferentes tipologias de lâmpadas registadas nos municípios de Zamora Sul

Verificamos através do gráfico de Zamora Sul, que como o gráfico de Zamora Norte, a

maioria da tipologia utilizada na IP é a lâmpada de VM, sendo superior nestes

municípios, representando 90% da IP, ficando 5% de VSAP e 5% de outras tipologias.

A semelhança do gráfico anterior, esta grande percentagem de VM significa que a IP

não sofreu alteração durante muitos anos quanto as lâmpadas utilizadas. Os 5% de

outras tipologias incluem lâmpadas halógenas, HM, indução e CFL.

As figuras seguintes representam as tipologias, em percentagem, utilizadas na província

de Salamanca:

Fig. 5.6 - Percentagem das diferentes tipologias de lâmpadas registadas nos municípios de Salamanca Norte

90%

5%

5%

VM VSAP Outros

24%

40%

2%

34%

VSAP VM Outros PL

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104

Nos municípios de Salamanca Norte verificamos uma maior variedade de tipologias de

lâmpadas do que em Zamora. Ainda que a tipologia com maior percentagem seja a de

VM, só representa 40%, sendo que 34% são de PL, uma tecnologia semelhante a

lâmpada fluorescente, que não foi praticamente utilizada em Portugal mas foi

implementada em algumas IPs de Espanha, e 24% de VSAP. Verificamos que os

municípios de Salamanca Norte sofreram alterações na sua IP, contrariamente aos

municípios de Zamora, em que foi implementado tecnologia mais eficiente como a PL e

o VSAP. Ainda sobram 2% de outras tipologias que são de tipo halógena, HM e LED.

No gráfico seguinte apresenta-se a percentagem de tipologias utilizadas na IP nos

municípios de Salamanca Sul:

Fig. 5.7 - Percentagem das diferentes tipologias de lâmpadas registadas nos municípios de Salamanca Sul

Em Salamanca Sul, verificamos que a composição da IP, quanto a tipologia de

lâmpadas utilizadas, é diferente das outras estudadas. Nestes municípios, a IP é

constituída por 70% de tecnologia PL, contrariando às tendências anteriores em que a

maioria é de VM, a seguir de 13% de CFL, 8% de VSAP, 7% de VM e 2% de outras

tipologias (halógenas e HM). Dos 4 grupos de municípios, este demonstra ser a mais

sustentável por não utilizar quase nenhuma lâmpada VM e por toda a sua rede IP ser

constituída, pela sua maioria, por tecnologia energeticamente mais eficiente.

70%

8%

13%

2%

7%

PL VSAP BAJO CONSUMO Outros VM

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Finalmente, apresenta-se o gráfico geral das tipologias de lâmpadas utilizadas nos

municípios em estudo de Zamora e Salamanca:

Fig. 5.8 - Percentagem das diferentes tipologias de lâmpadas registadas nos municípios em estudo de Zamora e

Salamanca

Conclui-se através deste gráfico que a tecnologia mais utilizada nas IPs dos municípios

estudados das províncias de Zamora e Salamanca eram a de VM de alta pressão com

65%. As restantes tipologias eram 18% de VSAP, 12% PL e 5% de outras tipologias

que foram identificadas nos gráficos anteriores. Conclui-se também, que as IPs desses

municípios não eram eficientes, utilizando a tipologia menos eficiente de todas, a de

VM. Através destas informações podemos prever que os municípios consumiam muita

energia elétrica através de IPs não eficiente o que levava a facturas elétricas elevadas

prejudicando o orçamento disponível dos municípios que, consequentemente, impedia o

investimento para substituição das IPs. O máximo que conseguiam era alterar uma

pequena parcela da IP, e por isso aparecem outras variedades de tipologias de lâmpadas

nos municípios. Através dos outros gráficos, concluímos que Salamanca era a província

com a IP mais eficiente, sendo Salamanca Sul o grupo pelo maior uso de tecnologia

eficiente em termo de tipologias de lâmpadas.

65%

18%

12% 5%

VM VSAP PL Outros

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106

5.2.2 – Balastros

Os balastros são equipamentos que são responsáveis por iniciar a iluminação nas

lâmpadas e manter estável a tensão nas lâmpadas. A maioria dos balastros do inventário

é do tipo eletromagnético. A maior desvantagem deste sistema comparativamente ao

eletrónico é que é menos eficiente por além de consumir mais energia reativa. No

entanto, os balastros eletrónicos oferecem vantagens importantes como:

25% de eficiência no consumo de energia;

Aumenta a vida da lâmpada até 40%;

Geram menos calor pela sua temperatura de funcionamento ser mais baixa;

Reduzem gastos de manutenção;

Aumentem o conforto visual;

São mais leves;

Os modelos reguladores oferecem maior flexibilidade na iluminação.

Devido a estas vantagens proporcionadas, pelo balastro eletrónico, foi proposto a

substituição dos balastros eletromagnéticos por balastros eletrónicos.

5.2.3 – Falhas e não conformidades

As localidades demonstraram muitos problemas a nível de IP, tanto legais como

técnicas. Uma grande parte da IP apresentava deficiência estrutural, como luminárias

sem vidro ou com vidro partido, braços de suporte enferrujados ou danificados,

condutores soltos sem proteção, quadros elétricos danificados e abertos ao público, etc.

Também havia o incumprimento das normas de IP, nomeadamente a uniformidade da

iluminação que se apresentava, como por exemplo em certos becos, parques ou aforas

da localidade, e mesmo zonas que não apresentavam qualquer tipo de iluminação. Daí

surge a necessidade do projeto afim de:

Melhora do Serviço Público;

Obter eficiência energética;

Cumprir com as normativas;

Redução de gastos económicos.

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107

Nas imagens seguintes são apresentados exemplos da IP das localidades antes da

regularização:

Fig. 5.9 - Luminária partida - Boada

A foto anterior é de uma luminária que aparece com o vidro partido na aldeia de Boada.

Fig. 5.10 - Quadro elétrico sem nenhuma fechadura

Ainda na aldeia de Boada, encontra-se os quadros elétricos sem nenhuma proteção e

fechadura, sendo acessível a qualquer pessoa e representando um perigo para os mais

jovens.

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Fig.5. 11 - Luminária suja - Vilvestre

Esta luminária é um exemplo das más condições das luminárias nas localidades, em que

a maioria, ou não tinha o vidro de proteção ou se encontravam sujas, que tem como

consequência fraca luz e com isso fraca visibilidade.

Fig. 5. 12- Globo com o vidro partido – Vilvestre

Nesta foto vemos um globo com o vidro partido e portanto impróprio para a sua função

de iluminar o seu ambiente envolvente.

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Fig. 5.13 - Poste de luz com o sistema elétrico amostra – Alcanices

Em Alcanices foram encontrados alguns postes de luz sem nenhum dispositivo

luminoso e com o sistema elétrico à mostra, sendo um problema sério que pode

provocar cortes de corrente e electrocuções.

Para finalizar esta apresentação de imagens, apresenta-se uma compilação de imagens

que mostra alguns dos problemas mais graves encontrados nas IPs:

Fig. 5.14 - Compilação de imagens de tecnologia deficiente ( AECT Duero-Douro)

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110

Verificamos através destas imagens o estado das luminárias de grande parte das

localidades e mostrar a necessidade da sua substituição. As consequências destas

iluminações obsoletas são graves, podendo provocar acidentes mortais como se pode

constatar nos casos apontados pelo AECT.

Acidentes - Casos 2014, Malhorca, Murcia e Galiza:

32 de Agosto de 2014 – Um candeeiro causa a morte de um jovem de 18 anos

em Bunyola (Malhorca)

Razão – Péssimo estado de manutenção da instalação , sem fusível, cabos soltos,

etc.

7 de Setembro de 2014 – Um rapaz de 13 anos sofre uma descarga elétrica ao

tocar num candeeiro em Alcantarilha (Murcia)

14 de Setembro de 2014 – Morre uma menina de 14 anos em Santiago por

electrocução ao tocar um candeeiro.

5.3 – Propostas de melhoria (situação atual)

A tecnologia proposta para a melhoria da IP das localidades foi a tecnologia LED, que

como vimos nos capítulos anteriores, é atualmente a melhor solução. A empresa

responsável pelo projeto é a Elecnor S.A e estas foram as informações fornecidas

quanto ao desenvolvimento do projeto:

Tempo de duração do contrato oferecido: 15 anos.

Redução no consumo energético: 5.149.775,59 kWh/ano

Plano de execução P4: 9 meses

Prestação P1 (Gestão Energética): 160.000,0€ + 33.600,00€ de I.V.A =

193.600,00€

Prestação P2 (Manutenção): 509.902,75€ + 107.079,58€ de I.V.A = 616.982,33€

Prestação P3 (Garantia Total): 46.000,00€ + 9.660,00 de I.V.A = 55.660,00€

Prestação P4 (Obras de melhoras e renovação das Instalações): 4.433.603,00€ +

931.056,63€ de I.V.A = 5.364.659,63€

Importe Total anual do Contrato (P1+P2+P3): 715.902,75€ + 150.339,58€ de

I.V.A = 866.242,33

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Segundo as informações da Elecnor S.A, no final do projeto será obtido uma redução de

aproximadamente 5,15 GWh/ano na IP. O investimento proposto de obras de

renovação foi o seguinte: P4 - 4.433.603,00€ + 21%IVA = 5.364.659,63€

Para o desenvolvimento do projeto foram propostas medidas de eficiência energética em

toda a IP que são as seguintes:

Substituições dos balastros eletromagnéticos por balastros eletrónicos;

Instalação de estabilizadores-redutores de fluxo no posto de transformação;

Substituição dos interruptores crepusculares por interruptores horários

astronómicos;

Substituição das lâmpadas de VM e VSAP por LED;

Instalação de um sistema de telegestão

Substituição de luminária antigas. Inclui lâmpadas VSAP e balastros eletrónicos

de duplo nível;

Ajuste das tarifas de fornecimento.

5.3.1 – Lâmpadas e Luminárias

Neste ponto são apresentadas as soluções com tecnologia LED que substituiu a situação

anterior:

TIPOLOGIA 1: NANO LED

• LUMINÁRIA: NANO - SOCELEC

• DRIVER: PHILIPS

• LED: CREE

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TIPOLOGIA 2: TECEO

• LUMINÁRIA: TECEO - SOCELEC

• DRIVER: PHILIPS

• LED: CREE

TIPOLOGIA 3: HAPILED

• LUMINÁRIA: HAPILED - SOCELEC

• DRIVER: PHILIPS

• LED: CREE

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TIPOLOGIA 4: FAROL VILLA

• LUMINÁRIA: FAROL VILLA-LFH -

SOCELEC

• DRIVER: PHILIPS

• LED: CREE

Para uma melhor compreensão da diferença de potências entre as tecnologias, segue o

quadro que contém as substituições feitas por tipologia e potência. Os valores

apresentados representam as equivalências de potência entre as duas tecnologias para

obtenção do mesmo fluxo luminoso.

Tabela. 5.5 - Alterações de potência - Tecnologia tradicional vs Tecnologia atual (AECT Duero-Douro)

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114

Como é demonstrado nesta tabela, as potências da tecnologia atual são muito inferiores

às da tecnologia que foram substituídas, o que irá proporcionar um menor consumo

energético.

5.3.2 - Telegestão

A implementação de controlo à distância – Telegestão – visa o controlo sobre a

eficiência energética, a diminuição do consumo energético e as emissões de GEE na

Iluminação Pública.

Fig. 5.15 - Sistema de telegestão Enersonne

O sistema implementado neste projeto foi desenvolvido pela Enersonne, com ajuda de

empresas colaboradoras, como a Elecnor S.A, para a gestão energética das IPs. O

sistema toma medidas energéticas e transmite, via GPRS, a uma base de dados central,

os valores para a sua análise. Também se pode controlar a ativação/desativação direta

dos contadores que controlam o funcionamento da IP, assim como configurações das

funções de funcionamento como as tabelas astronómicas.

Ainda tem um duplo sistema de avisos ou alarmes que identificam situações

extraordinárias de funcionamento que podem originar avarias e envia-las, se necessário,

aos destinatários indicados via e-mail. Estes alarmes podem ser do tipo imediato, como

por exemplo a saída da alimentação do quadro, ou do tipo analítico, como baixa de

consumo ou sobre consumos relativos a um perfil teórico determinado. Estas avarias

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115

baseiam-se em análises de horários de consumos e o seu envio não é imediato já que

depende da receção de dados suficientes para realizar diagnósticos.

Os três passos importantes são o Controlo, a Monitorização e o Seguimento, em que

com este sistema, é possível um controlo instantâneo, sobre o estado dos componentes

da instalação da IP exterior, e como otimizar o seu funcionamento.

Vantagens do sistema de controlo à distância de Elecnor:

Criação de gráficos e relatórios com dados de consumo histórico e instantâneo

para cada quadro elétrico ou conjunto de quadros;

Monotorização da eficiência obtida;

Deteção de falhos em lâmpadas e informação ao pessoal técnico de manutenção;

Melhor qualidade no serviço público;

Identificação de ligações não autorizados na rede elétrica;

Arquitetura aberta e independente do fabricante;

Seguimento e controlo do bom funcionamento dos meios disponíveis para a

eficiência energética (reguladores, controlo de acesos e interruptores.)

Os Gráficos que são produzidos pelo serviço de Telegestão são:

Gráfico de potências;

Gráfico de consumo energético horário;

Gráfico de consumo energético diário;

Gráfico de consumo energético diário/mensal;

Gráfico de Tensão;

Gráfico de entradas.

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116

5.4 – Análise de resultados

No caso de estudo, aqui apresentado, foram analisados 42 municípios de Zamora e

Salamanca nomeadamente os seguintes:

Zamora Norte (Alcanices, Carbajales de Alba, Ferreruela de Tabara, Fonfria,

Hermisende, Lubián, Malva, Manzanal de Arriba, Montamarta, Pías, Pino del

Oro, Rabanales, Rabano de Aliste, Requejos, Riofrio de Aliste, Samir de los

Caños, San Pedro de la Nave-Almendra, Videmala, Vilardeciervos,Viñas de

Aliste);

Zamora Sul (Almaraz del Duero, Almeida de Sayago, Bermillo de Sayago,

Carbellino de Sayago, Fuentespreadas, Mayalde, Roelos de Sayago,

Villalcampo, Villaseco del Pan);

Salamanca Norte (Boada, El Manzano, Mieza, Monleras Saldeana,

Villasbuenas, Villaseco de los Gamitos, Vilvestre);

Salamanca Sul (Agallas, Gallegos de Argañan, Herguijuela de Ciudad Rodrigo,

Morasverdes, Peñaparda)

Os indicadores utilizados para a comparação foram os seguintes:

Potência instalada (kW) – através dos inventários disponibilizados pelo AECT

Duero-Douro, foram obtidos os dados das tipologias e das potências instaladas

de cada ponto de luz para no final obter a potência instalada na IP da localidade;

Consumo (kWh/ano) – A IP anterior foi calculada pela média da soma das

faturas de um ano a fim de obter o consumo anual. A IP atual foi calculada com

a potência instalada multiplicada pela percentagem de perdas do balastro e por

4120h, correspondente às horas de funcionamento. O valor da perda considerado

para um balastro eletrónico é de 5% e para um balastro eletromagnético é de

15% ou 20% dependendo da potência da lâmpada;

Custos (€) – Os custos da IP anterior também foram calculados pela média da

soma das faturas de um ano. Na IP atual foi calculado pelo produto entre o

consumo energético e o preço do kWh. Assume-se o custo de energia de 2016 da

Iberdrola que é 0,134 €/kWh;

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117

Emissões de CO2e – As emissões de gases foram calculadas através do produto

do valor indicado nas fichas técnicas do Agrupamento, que é de 0,649

kgCO2e/kWh, e o consumo energético.

O processo de análise foi primeiramente compilar todos os dados fornecidos da

instalação anterior dos vários municípios numa tabela a fim de criar os respetivos

gráficos para cada indicador. Depois compilar a informação dos modelos e potências

instalada da tecnologia LED na instalação atual e calcular os vários outros

indicadores e foram elaborados os respetivos gráficos. Finalmente, cruzar os dados

das tabelas para cada indicador a fim de obter uma comparação entre os dados e

retirar as respetivas conclusões. As tabelas criadas com os valores utilizados para os

gráficos encontram-se no Anexo 12 e 13 para consulta.

5.4.1-Consumos de energia

Os primeiros indicadores a serem analisados são a potência instalada, em kW, e o

consumo energético, em kWh/ano. No gráfico seguinte apresentam-se os dados da

Potência Instalada nos municípios em estudo, antes e depois:

É possível verificar que a Potência Instalada – Depois é muito menor do que a Potência

Instalada – Antes, isto devido à tecnologia atual ser de potência muito inferior como foi

confirmado pela tabela das alterações de potência apresentado anteriormente.

Fig. 5.16 - Potência Instalada - Antes vs Potência Instalada - Depois

16,32 16,06 24,26 25,07

58,3

44,96 49,52

56,9

0

10

20

30

40

50

60

70

Bo

ada

El M

anza

no

Mie

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Mo

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Vill

alca

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Vill

ase

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an

Po

tên

cia

(kW

)

Potencia instalada (kW) - Depois Potencia instalada (kW) - Antes

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118

Dependendo da localidade em questão, pode-se constatar uma maior ou menor diferença

positiva dessa alteração. Isso deve-se ao facto de que algumas localidades tinham falta

de iluminação, e que muitos locais nem sequer tinham iluminação instalada, ou tinham

problemas de uniformidade. No sentido de resolver essa situação foram adicionadas

pontos de luz ao sistema de IP, levando ao aumento de potência instalada, mas

permitindo que a localidade ficasse devidamente iluminada. Rabano de Aliste e

Videmala são os únicos municípios em que a Potência Instalada - Depois é superior a

Potência Instalada - Antes, e isso deve-se à situação referida onde foram adicionados

pontos de luz em vários locais das localidades dos municípios. Estes municípios

também eram os municípios que tinham a IP mais eficiente, em que a sua maioria era

constituída por VSAP. Como a Potência Instalada – Depois tem em análise mais pontos

de luz que a Potência Instalada – Antes, esta é superior.

Para a análise dos gráficos recorreu-se quatro localidades – Alcanices, Riofrio de Aliste,

Bermillo de Sayago e Foinfria – por serem as localidades de maior dimensão e portanto

com redes de IP maior. Assim, é possível uma melhor análise dos valores em questão.

No caso das potências instaladas, Alcanices obteve a maior redução com uma diferença

de 72% (58,3 kW vs 16,32 kW), Fonfria verificou uma diminuição no valor de 64%

(16,06 kW vs. 44,96 kW), Riofrio de Aliste obteve uma redução de 51% (49,52 kW vs.

24,26 kW) e finalmente Bermillo de Sayago atingiu 56% de redução de potência

instalada (25,07 kW vs 56,9 kW). As diminuições são notórias, e este indicador é o

nosso ponto de partida para avaliar os próximos parâmetros, em que podemos concluir

desde já que irão ser positivos.

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119

Depois da análise da Potência Instalada, será então possível proceder a análise dos

Consumos Energéticos. Nos Consumo Energéticos – Antes foram calculadas com a

soma das faturas de 12 meses (1 ano) disponibilizadas pelos municípios do AECT

Duero-Douro. O Consumo energético – Depois foi calculada através do produto da

Potência Instalada pelo consumo do balastro eletrónico de 5% (1,05) e pelo número de

horas da IP num ano, que foi considerado o valor de 4120 horas, sendo este valor o que

está registado nas auditorias do AECT Duero-Douro como o número de horas mínimo

obrigatórias que tem que estar a IP funcional. Na Fig. 5.17 estão registadas as

comparações dos Consumos energéticos:

No gráfico comparativo de Consumos Energéticos, a diminuição é notória e muito

relevante para os municípios. Um dos principais objetivos do projeto, e com o qual os

municípios mais se interessavam, era sobre a diminuição dos consumos energéticos, que

levará depois à redução dos custos, como forma de resolver em parte um dos problemas

que mais afeta os municípios.

70600 69476

104949 108453

175605 175998

152152 154202

020000400006000080000

100000120000140000160000180000200000

Bo

ada

El M

anza

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zaM

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ana

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Co

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mo

(kW

h/a

no

)

Consumo (kWh) - Depois Consumo (kWh) - antes

Fig. 5.17 - Consumo Energético - antes vs Consumo Energético - Depois

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120

Para a análise dos gráficos vai-se considerar as quatro localidades anteriormente

referidas. As conclusões da diminuição no consumo são as seguintes:

Alcanices – Diminuição no Consumo (kWh/ano) em 60% (70600 kWh/ano vs

175605 kWh/ano);

Fonfria – Diminuição no Consumo (kWh/ano) em 60% (69476 kWh/ano vs

175998 kWh/ano);

Riofrio de Aliste – Diminuição no Consumo (kWh/ano) em 30% (104949

kWh/ano vs 152152 kWh/ano);

Bermillo de Sayago - Diminuição no Consumo (kWh/ano) em 30% (108453

kWh/ano vs 154102 kWh/ano);

Com a diminuição das potências instaladas, foram obtidas umas reduções no consumo

energético satisfatórias. Também a diminuição do consumo energético deve-se à

substituição do balastro eletromagnético (consumo de 15% e 20%) pelo balastro

eletrónico (consumo de 5%).

5.4.2 – Impacte Ambiental

Depois da análise dos consumos energéticos far-se-á a abordagem às emissões de CO2e

equivalente (CO2e) e do impacte ambiental que estas têm em termos de alterações

climáticas. Como foi explicado nos capítulos anteriores, a instalação IP tradicional tinha

aspetos negativos para ambiente, os ecossistemas e até para os seres, e grande parte pelo

seu conteúdo de mercúrio e pelas emissões de gases. As emissões de CO2e são

resultantes da transformação de energia na produção correspondente à energia

consumida pela IP, nomeadamente em centrais elétricas com combustíveis fósseis.

Para determinar as emissões de CO2e de ambas as situações, foi utilizado o fator de

emissões de 0,649kg CO2e /kWh, que é o valor indicado nas fichas técnicas sobre as

emissões do AECT Duero – Douro que se encontra no Anexo 9. O Gráfico 5.8

representa as emissões de CO2e libertada em ambas as situações:

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121

Como se pode verificar, as diminuições de emissões de CO2e estão diretamente

relacionadas com os valores do consumo energético, as reduções de CO2e acompanham

a redução do consumo, ou seja, as percentagens de redução das emissões de CO2e vão

ser idênticas, usando como exemplo as 5 localidades escolhidas anteriormente:

Alcanices obteve uma redução de 60% nas emissões de CO2e (45820 kg

CO2e/ano vs 113966 kg CO2e/ano);

Fonfria obteve uma redução de 60% nas emissões de CO2e (45090 kg CO2e/ano

vs 114223 kg COe2/ano);

Riofrio de Aliste obteve uma redução de 30% nas emissões de CO2e (68112 kg

CO2e/ano vs 98747 kg CO2e/ano);

Bermillo de Sayago obteve uma redução de 30% nas emissões de CO2e (70386

kg CO2e/ano vs 100077 kg CO2e/ano);

Pode ainda calcular-se a diferença dos valores entre as duas situações para averiguar a

diminuição das emissões nas localidades. Nas localidades usadas como exemplo, a IP

de Alcanices vai emitir menos 68146 kg CO2e/ano por ano, Fonfria vai emitir menos

69133 kg CO2e/ano , Riofrio de Aliste vai emitir menos 30635 kg CO2e/ano e Bermillo

de Saygo vai reduzir a sua emissão em 29631 kg CO2e/ano. Conclui-se que as

instalações atuais são benéficas para o ambiente quanto a grande diminuição

proporcionada das emissões de CO2e na sua utilização.

45820 45090

68112 70386

113968 114223 98747 100077

020000400006000080000

100000120000140000

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Emissões (kgCO2e/ano) - Depois Emissões (kgCO2e/ano) - Antes

Fig. 51.8 - Emissões de CO2e - Antes vs Emissões de CO2e - Depois

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122

5.4.3 – Viabilidade económica

O último indicador a ser analisado é o custo (€) para determinar a viabilidade

económica da utilização desta IP e se é sustentável para os municípios. Este é um

indicador essencial visto que o grande problema pela má qualidade das instalações de IP

anteriores era por causa dos custos elevados associados às mesmas, fazendo com que os

municípios não tivessem possibilidades de a poder substituir ou manter.

A Fig. 5.19 demonstra a diferença dos custos elétricos anuais, em que para a instalação

anterior foram determinados através da soma das faturas de um ano disponibilizado pelo

AECT, e das instalações atuais foram calculadas utilizando o valor da Iberdrola do ano

2016 que é 0,134€/kW.

Ao analisar os custos verificamos a poupança que uma IP eficiente nos pode trazer.

9460 9310

14063 14533

17604 17510 16093

18225

02000400060008000

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(€)

Custo (€) - Depois Custo (€) - Antes

Fig. 5.19 - Custos - Antes vs Custos - Depois

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123

Utilizando as mesmas localidades de exemplo, será mostrada a redução dos custos

energéticos:

Alcanices – Diminuição de 46% de custos (9460 €/ano vs 17604 €/ano);

Fronfria – Diminuição de 46% de custos (9310 €/ano vs 17510 €/ano);

Riofrio de Aliste - Diminuição de 13% de custos (14063 €/ano vs 16093 €/ano);

Bermillo de Sayago - Diminuição de 20% de custos (14533 €/ano vs 18225

€/ano);

Com estes resultados podemos concluir que uma IP eficiente diminui os gastos elétricos

excessivos resultantes da tecnologia tradicional. A vantagem é visível e positiva.

5.4.4 – Conclusão da Análise de Dados

Através da análise efetuada, conseguimos concluir que a instalação atual é muita mais

vantajosa, tanto a nível energético, como a nível económico e ambiental, no sentido em

que as emissões de gases de estufa são diminuídas.

Para uma melhor compreensão dos resultados, apresentam-se no gráfico da Fig. 5.20 os

indicadores estudados de todos os municípios referentes à instalação anterior e à atual.

Fig. 5.20 – Total Antes vs Total Depois

Podemos concluir através deste gráfico que as reduções são visíveis e muito importante

para determinarmos a média de poupança obtido para cada indicador:

1730097

1122833

231833

3109151

2017839

341743

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500000

1000000

1500000

2000000

2500000

3000000

3500000

Consumo (kWh) Emissões (kgCO2/kWh) Custo (€)

Total - Depois

Total - Antes

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124

Potência instalada (kW) – A potência total instalada na instalação anterior foi

de 1.008,8 kW e na instalação atual será instalada uma potência total de 399,9

kW, resultando numa diminuição de potência instalada em 60% (os dados totais

da Potência Instalada não foram inseridos neste gráfico por ter valores muito

baixos comparados aos restantes, mas encontram-se no Anexo 10 na tabela dos

totais);

Consumo (kWh/ano) – O total do consumo da instalação antiga era de 3.109

MWh/ano, atualmente o consumo previsto é de 1.730 MWh/ano o que

corresponde a uma redução de 45% de consumo energético;

Emissões (tCO2e/ano) – O total de emissões da instalação antiga é de 2.017,8

tCO2e/ano, enquanto que as emissões previstas são de 1.122,8 tCO2e/ano o que

corresponde a uma diminuição de 45%;

Custos (€/ano) – Os custos da instalação anterior eram de 341.743 €/ano e

atualmente está previsto um gasto anual de 231.833 €/ano obtendo-se uma

redução nos gastos elétricos de 32%.

5.4.5 – Legalização

Depois de todo o desenvolvimento do projeto, a AECT Duero-Douro em conjunto com

a empresa responsável Elecnor S.A tem a obrigação de fazerem cumprir as normativas e

legalidades aplicáveis a IP.

A AECT é constituída atualmente por 125 localidades de Salamanca e Zamora que

fazem parte deste projeto. A 30 de setembro de 2014, todas elas se encontravam

legalizadas e o processo foi o seguinte:

Elaboração de documentação técnica que define as características da instalação;

Obras de renovação das instalações de IP do CCE do AECT Duero-Douro, por

uma Empresa instaladora autorizada;

Realização das verificações pertinentes;

Emissão do certificado de instalação, onde consta que foi realizado conforme

está estabelecido no Regulamento e as suas ITC;

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125

As Inspeções que as instalações do CCE AECT Duero-Douro são sujeitas devem ser

efetuadas por uma Instaladora Autorizada, já que todas elas têm uma potência instalada

superior a 5kW:

Segundo o Regulamento Eletrotécnico de Baixa Tensão (RD 842/2002) –

Verificações periódicas a cada 5 anos das instalações elétricas;

Segundo o Regulamento de Eficiência energética (RD 1890/2009) –

Verificações a cada 5 anos de eficiência energética

Caso não seja cumprido todas as normas da IP, as entidades responsáveis podem estar

sujeitas às respetivas sanções. As infrações e respetivas sanções são as seguintes:

a) Infrações leves – multa até 3.000,00€;

b) Infração graves – multa desde 3.000,00€ até 90.000,00€;

c) Infrações muito graves – multa desde 90.000,00€ até 600.000,00€

O AECT Duero-Douro zela pelo cumprimento de todas as normas de IP e pelo melhor

funcionamento possível das mesmas, para manter a qualidade, eficácia e segurança nas

localidades pertencentes ao projeto. A seguir são apresentadas as imagens da IP

disponibilizada pelo AECT, depois da implementação do projeto e da respetiva

legalização.

Fig. 5.21 - Luminárias LED da Iluminação Pública depois do Projeto

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126

Fig. 5.22 - Luminárias LED e quadros elétricos substituídos

Fig. 5.23 - Projetores LED para a iluminação ornamental e pública

Fig. 5.24 – Luminárias LED

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127

Capítulo 6

Conclusão

Na nossa sociedade atual, torna-se cada vez mais evidente a necessidade de diminuir o

consumo de energia, nomeadamente a elétrica, devido ao seu uso abusivo através dos

vários equipamentos elétricos que temos ao nosso dispor. A UE impôs objetivos aos

seus EMs, no sentido de promover a sustentabilidade e eficiência energética, que

passam pela utilização de soluções energeticamente e economicamente mais viáveis,

como também que contribuam para a diminuição de emissões de GEE para a atmosfera.

Quanto ao consumo energético da IP, Portugal está no bom caminho, apresentando

descidas significativas do consumo energético, ao contrário de Espanha que têm vindo a

reduzir muito pouco o seu consumo. A nível europeu, Portugal está muito bem

posicionado no que diz respeito a produção de energia primária através de FER, mas

tanto Portugal como Espanha tem de fazer mais esforços para atingir as metas europeias

até 2020.

Através desta dissertação, sensibiliza-se para a utilização racional da energia e

consciencialização dos cidadãos para a importância e impacte das suas atitudes e

comportamentos. O facto de se optar por componentes que consumam menos energia,

como é o caso de estudo neste documento, é imperativo visto que é uma área em que o

cidadão pode ter uma contribuição directa. O consumo de um habitante pode não

parecer relevante, mas essa ideia muda totalmente, quando a análise passa para uma

escala nacional.

Através da análise feita das tipologias de lâmpadas, conclui-se que a tecnologia LED é

atualmente a tecnologia mais vantajosa, económica, eficaz e amiga do ambiente para os

sistemas de IP.

A iluminação de ruas e estradas é necessária para garantir a segurança para o público

em geral e para os serviços públicos. Atualmente sabemos que é possível adaptar a

iluminação pública às necessidades de cada utilizador e de cada momento.

Um sistema de gestão de iluminação adequado para as necessidades dos utilizadores

também pode alcançar as poupanças financeiras exigidas pelas autoridades públicas.

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128

Simplesmente desligar os equipamentos existentes não é a solução a longo prazo.

O progresso tecnológico oferece a possibilidade de, neste período de crise económica,

conseguir poupanças estruturais no sector da iluminação pública.

Também se conclui neste documento que para atingir a otimização desejada de um

projeto de IP é obrigatório o seu enquadramento com as características do local em

estudo e tem que obedecer à legislação aplicável.

Com o meu estágio realizado no AECT Duero-Douro, tive a oportunidade de

acompanhar o projeto de "Eficiência Energética na Iluminação Pública Exterior do

Centro Consumidor de Energia AECT Duero-Douro", que serviu para o meu caso de

estudo nesta dissertação sobre a vantagem de uma IP eficiente.

Através da análise de dados, foi possível concluir que um sistema de IP eficiente é

muito vantajoso, tanto para o ambiente, em que o consumo elétrico e as emissões de

GEE são reduzidos entre 30% e 60%, como também para os vários municípios,

reduzindo o custo de 15% a 50%, resolvendo a parte dos problemas dos municípios

associados aos gastos excessivos na IP.

Com isto espero ter aberto oportunidades para trabalhos futuros, no âmbito da melhoria

da eficiência da iluminação pública e sustentabilidade energética.

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129

Glossário/Definições

1) Energia - todas as formas de produtos energéticos, combustíveis, calor, energia

renovável, eletricidade ou qualquer outra forma de energia, definidas no artigo

2.o, alíneas d), do Regulamento (CE) n.o 1099/2008 do Parlamento Europeu e

do Conselho, de 22 de outubro de 2008, relativo às estatísticas da energia (1);

2) Consumo de energia primária - o consumo interno bruto, excluindo as

utilizações não energéticas;

3) Consumo de energia final - toda a energia fornecida à indústria, transportes,

agregados familiares, serviços e agricultura, com exceção dos fornecimentos ao

sector da transformação de energia e às indústrias da energia propriamente ditas;

4) Eficiência energética - o rácio entre o resultado em termos do desempenho,

serviços, bens ou energia gerados e a energia utilizada para o efeito;

5) Melhoria da eficiência energética - o aumento de eficiência energética

resultante de mudanças tecnológicas, comportamentais e/ou económicas;

6) Serviço energético - os benefícios tangíveis, a utilidade ou as vantagens

resultantes de uma combinação de energia com tecnologias e/ou ações

energeticamente eficientes – incluindo as operações, a manutenção e o controlo

necessários para a prestação do serviço – que seja realizado com base num

contrato e que, em condições normais, tenha dado provas de conduzir a uma

melhoria verificável e mensurável ou estimável da eficiência energética ou da

economia de energia primária;

7) Fonte de Energia Renovável - Fonte de energia não fóssil e não mineral,

renovável a partir dos ciclos naturais. As fontes de energia renováveis incluem a

biomassa, a energia hidráulica, a energia geotérmica, a energia eólica e a energia

solar.

8) Produção de Energia Primária - A produção de energia primária inclui a

obtenção de energia a partir de recursos naturais, como é o caso da extração de

carvão, de petróleo, de gás natural e da operação de barragens. Qualquer tipo de

extração de produtos energéticos a partir de fontes naturais para obter uma forma

utilizável. A produção primária ocorre quando são exploradas fontes naturais,

por exemplo, em minas de carvão, campos petrolíferos, centrais hidroelétricas

ou fabrico de biocombustíveis. Não se considera produção primária a

Page 130: Eficiência Energética na Iluminação Pública do Centro ...bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/13870/1/Tese New.pdf · Eficiência Energética na Iluminação Pública do

130

transformação de energia de uma forma em outra, como a geração de

eletricidade ou de calor em centrais térmicas, ou a produção de coque em fornos

de coque. (Eurostat)

9) Dióxido de Carbono Equivalente (CO2e) – É a redução das emissões de

dióxido de carbono (CO2), mas também das emissões dos outros gases do efeito

estufa: metano (CH4), óxido nitroso (N2O), perfluorcarbonetos (PFCs),

hidrofluorcarbonetos (HFCs) e hexafluoreto de enxofre (SF6).

10) Rendimento Luminoso - Indica o quociente entre o fluxo luminoso emitido

pela lâmpada e a potência eléctrica absorvida. Exprime-se em lm/W

(lumen/Watt).

11) Restituição de Cores – Indica a capacidade de uma fonte luminosa restituir

fielmente as cores de um objecto ou de uma superfície iluminada. É expressa por

um índice chamado “índice de restituição de cores” (IRC). Este índice vem

expresso por um número compreendido entre 0 e 100.

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138

Anexos

Norma europeia EN 13201:

Anexo 1 - Tipo e categoria de via:

Anexo 2 – Factores de manutenção:

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139

Anexo 3 - Vias Interurbanas – Nível de luminância média (cd/m2)

Anexo 4 - Vias Urbanas – Nível de luminância média (cd/m2)

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140

Anexo 5 - Vias Urbanas – Nível de iluminância média (lux)

Anexo 6 - Vias Urbanas – Nível de iluminância média (lux)

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141

Anexo 7 - Vias Rurais – Nível de iluminância média (lux)

Anexo 8 - Parâmetro de luminância e iluminâncias:

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142

Dados do caso de estudo:

Anexo 9- Fontes de energias e as respetivas emissões de CO2e segundo as fichas

técnicas do AECT Duero-Douro:

Anexo10 - Tabela com os valores totais utilizados no gráfico final:

Potencia

instalada

(kW)

Consumo

(kWh/ano) Custo (€)

Emissões

(kgCO2e/kWh)

Total - Antes 1008,81 3109151 341743 2017839

Total - Depois 399,93 1730097 231833 1122833

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143

Anexa 11- Todos os municípios pertencentes ao Projeto de Eficiência Energética na

Iluminação Pública Exterior do Centro Consumidor de Energia AECT Duero-Douro e

os respetivos números de habitantes e superfície:

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144

Anexo 12 - Tabela de dados utilizados na criação dos gráficos – Situação Anterior:

Municípios

Potencia

instalada

(kW) -

Antes

Consumo

(kWh) -

antes

Custo (€) -

Antes

Emissões

(kgCO2/kWh) -

Antes

Boada 19,9 62410 7562 40504

El Manzano 8,29 26634 2308 17285

Mieza 20,68 54634 7521 35457

Monleras 18,63 50846 5126 32999

Saldeana 8,31 38562 4107 25027

Villasbuenas 9,62 24601 2727 15966

Villaseco de los

Gamitos14,75 50284 6165 32634

Vilvestre 38,8 117302 13036 76129

Agallas 14,43 27933 4237 18129

Gallegos de

Argañan26,02 51858 4396 33656

Herguijuela de

Ciudad Rodrigo7,77 36213 3757 23502

Morasverdes 15,73 37836 5959 24556

Peñaparda 20,65 51323 4767 33309

Alcanices 58,3 175605 17604 113968

Carbajales de

Alba33,19 51718 5480 33565

Ferreruela de

Tabara24,71 68714 7959 44595

Fonfría 44,96 175998 17510 114223

Hermisende 22,83 100013 15657 64908

Lúbian 39,4 88598 13699 57500

Malva 9,75 25312 2779 16427

Manzanal de

Arriba39,26 144266 18928 93629

Montamarta 31,59 68804 8893 44654

Pías 19,1 74964 7512 48652

Pino del Oro 9,1 30044 3020 19499

Rabanales 30,64 129934 15662 84327

Rabano de

Aliste23,62 101350 10291 65776

Requejo 29,06 97129 9117 63037

Riofrio de Aliste 49,52 152152 16093 98747

Samir de los

Caños7,94 25065 2491 16267

San Pedro de la

Nave -

Almendra

23,21 43747 4369 28392

Videmala 10,75 50127 5748 32532

Villardeciervos 27,4 88597 8999 57499

Viñas de Aliste 11,28 40936 4899 26567

Almaraz del

Duero13,6 24374 2782 15819

Almeida de

Sayago 41,09 140101 13525 90926

Bermillo de

Sayago 56,9 154202 18225100077

Carbellino de

Sayago14,63 55936 6229 36302

Fuentespreadas 15,08 60606 6657 39333

Mayalde 12,96 39655 3995 25736

Roelos de

Sayago14,01 51669 5308 33533

Villalcampo 56,63 178375 11035 115765

Villaseco del

Pan14,72 40724 5612 26430

Zamora

Norte

Salamanca

Sul

Salamanca

Norte

Zamora Sul

Situação anterior

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145

Anexo 13 - Tabela de dados utilizados na criação dos gráficos – Situação Atual:

Municípios

Potencia

instalada

(kW) -

Depois

Consumo

(kWh) -

Depois

Custo (€)

- Depois

Emissões

(kgCO2/k

Wh) -

Depois

Boada 5,23 22625 3032 14684

El Manzano 2,26 9777 1310 6345

Mieza 5,8 25091 3362 16284

Monleras 6,47 27989 3751 18165

Saldeana 3,54 15314 2052 9939

Villasbuenas 3,04 13151 1762 8535

Villaseco de los

Gamitos 4,84 20938 2806 13589

Vilvestre 11,56 50009 6701 32456

Agallas6,57 28422 3809 18446

Gallegos de

Argañan 6,58 28465 3814 18474

Herguijuela de

Ciudad Rodrigo 4,14 17910 2400 11623

Morasverdes 6,13 26518 3553 17210

Peñaparda 7,16 30974 4151 20102

Alcanices 16,32 70600 9460 45820

Carbajales de

Alba 8,57 37074 4968 24061

Ferreruela de

Tabara 6,5 28119 3768 18249

Fonfría 16,06 69476 9310 45090

Hermisende 7,93 34305 4597 22264

Lúbian 9,85 42611 5710 27655

Malva 2,25 9734 1304 6317

Manzanal de

Arriba 10,13 43822 5872 28441

Montamarta 8,98 38847 5206 25212

Pías 4,61 19943 2672 12943

Pino del Oro 1,06 4586 614 2976

Rabanales 24,99 108107 14486 70161

Rabano de

Aliste 29,39 127141 17037 82515

Requejo 8,2 35473 4753 23022

Riofrio de

Aliste 24,26 104949 14063 68112

Samir de los

Caños 4,36 18861 2527 12241

San Pedro de la

Nave -

Almendra 19,59 84746 11356 55000

Videmala 21,37 92447 12388 59998

Villardeciervos 13,14 56844 7617 36892

Viñas de Aliste 6,28 27167 3640 17632

Almaraz del

Duero 3,46 14968 2006 9714

Almeida de

Sayago 10,24 44298 5936 28750

Bermillo de

Sayago 25,07 108453 14533 70386Carbellino de

Sayago 4,62 19986 2678 12971

Fuentespreadas 5,11 22106 2962 14347

Mayalde 4,18 18083 2423 11736

Roelos de

Sayago 5,76 24918 3339 16172

Villalcampo 18,64 80637 10805 52333

Villaseco del

Pan 5,69 24615 3298 15975

Situação actual

Salamanca

Norte

Salamanca

Sul

Zamora

Norte

Zamora Sul

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Arquivo fotográficos Duero-Douro:

Anexo 14 –Arquivo fotográfico das instalações anteriores:

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Anexo 15 – Arquivo fotográfico da instalação actual :

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