EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

48
EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim

Transcript of EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Page 1: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA

AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA

FENOMENOLOGIA

Carlos Henrique Prim

Page 2: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

1. Introdução

2. Idéias Principais

2.1 Fenomenologia de Husserl

2.2 Fenomenologia de Heidegger

2.3 Fenomenologia de Gadamer

3. Questões ontológicas e epistemológicas

4. Questões metodológicas

Page 3: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

1. INTRODUÇÃO

Page 4: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

ONTOLOGIA

• Procura responder “o que é a realidade” (Hughes, 1980).

• Qual é a forma e a natureza da realidade e o que pode ser conhecido sobre ela (Laverty, 2003).

Page 5: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

EPISTEMOLOGIA

• Procura responder “de que forma a realidade pode ser conhecida” (Hughes, 1980).

• Qual é a natureza da relação entre quem conhece e o que pode ser conhecido (Laverty, 2003).

Page 6: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

METODOLOGIA

• Procura responder “como o investigador pode proceder para encontrar o que ele acredita que pode conhecer” (Laverty, 2003).

• Refere-se às suposições fundamentais e características de uma abordagem científica (van Manen, 1990).

Page 7: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

ONTOLOGIA, EPISTEMOLOGIA e METODOLOGIA

• Os problemas ontológicos, epistemológicos e metodológicos não são isolados entre si (Morgan e Smircich, 1980).

• Afirmações a respeito do que existe no mundo (ontologia) levantam questões relativas à possibilidade de se conhecer o que existe (epistemologia) e dos procedimentos para adquirir o conhecimento (metodologia).

Page 8: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

O QUE É FENOMENOLOGIA?

• É o estudo da experiência vivida (van Manen, 1990).

• Experiência vivida é o que experimentamos de forma pré-reflexiva (Laverty, 2003; van Manen 1990).

• Qualquer coisa que se apresente à consciência é potencialmente de interesse da fenomenologia, seja um objeto real ou imaginário, empiricamente mensurável ou subjetivamente sentido (van Manen, 1990).

Page 9: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

2. IDÉIAS PRINCIPAIS

Page 10: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

2.1 Fenomenologia de Husserl

Page 11: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

FENOMENOLOGIA DE HUSSERL (1859-1938)

• Edmund Husserl é considerado o pai da fenomenologia.

• Fez doutorado em matemática teórica (cálculo de variação) antes de iniciar seus estudos em filosofia.

• Criticou a psicologia como uma ciência que está indo na direção errada ao tentar aplicar os métodos das ciências naturais às questões humanas (Laverty, 2003).

Page 12: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

FENOMENOLOGIA DE HUSSERL (1859-1938)

• A análise fenomenológica de Husserl dá ênfase ao fenômeno, ao que é dado imediato, à coisa que aparece diante da consciência (Padovani, 1990).

• No dado está contida a sua essência (Padovani, 1990).

Page 13: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

FENOMENOLOGIA DE HUSSERL (1859-1938)

• O papel da fenomenologia é conhecer e descrever o mundo das essências, “a qual faz uma coisa o que ela é, e sem a qual não seria o que é” (van Manen, 1990).

• As essências são os objetos de estudo da fenomenologia, enquanto que os fatos são os objetos da psicologia (Padovani, 1990).

Page 14: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

FENOMENOLOGIA DE HUSSERL (1859-1938)

• Duas técnicas são fundamentais na fenomenologia de Husserl: a intencionalidade e a “epoché”.

• A compreensão de um fenômeno é, de acordo com Husserl, um processo intencional.

• Através da intencionalidade, a mente é direcionada para o objeto de estudo (Laverty, 2003).

Page 15: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

FENOMENOLOGIA DE HUSSERL (1859-1938)

• A consciência funde-se com o objeto para o qual está intencionado, não podendo jamais ser separado daquele objeto (LeVasseur, 2003).

• É da natureza do ser-humano estar com a consciência sempre direcionada para alguma coisa que não a si mesma.

• Sendo a consciência sempre intencional e indivisível de seu objeto, ela não pode ser uma coisa que subsiste independentemente, como no cartesianismo (LeVasseur, 2003).

Page 16: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

FENOMENOLOGIA DE HUSSERL (1859-1938)

• Praticar a “epoché” é colocar em suspensão todas as crenças prévias, uma redução de quaisquer teoria e explicação apriorística (Garnica, 1997).

• “Epoché”, suspensão e redução fenomenológicas são tidas como sinônimos.

• Husserl propôs que é necessário “suspender” as pressuposições pessoais para ter contato com a essência do fenômeno (Laverty, 2003).

Page 17: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

FENOMENOLOGIA DE HUSSERL (1859-1938)

• Husserl via no seu método uma forma de alcançar o verdadeiro significado das coisas: “ver as coisas como elas são”.

• Julgou ter descoberto a verdadeira natureza do conhecimento da realidade e dos conceitos universais (Padovani, 1990).

• A fenomenologia de Husserl é denominada Fenomenologia Transcendental.

Page 18: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

2.2 Fenomenologia de Heidegger

Page 19: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

FENOMENOLOGIA DE HEIDEGGER (1889-1976)

• Formação inicial em teologia católica.

• Heidegger trabalhou com Husserl, que o treinou nos processos de redução fenomenológica e intencionalidade (Laverty, 2003).

• Contudo, Heidegger decidiu seguir um caminho alternativo ao de Husserl.

• A forma como a exploração da experiência vivida é realizada diferencia o trabalho de Husserl e Heidegger (Laverty, 2003).

Page 20: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

FENOMENOLOGIA DE HEIDEGGER (1889-1976)

• Heidegger rejeitava a idéia de que nós somos seres observadores separados do mundo dos objetos que queremos conhecer.

• Pelo contrário, nós somos inseparáveis de um mundo em existência (Draucker, 1999).

Page 21: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

FENOMENOLOGIA DE HEIDEGGER (1889-1976)

• Para Heidegger, não é a essência que dá significado à existência, mas o contrário (Padovani, 1990).

• Heidegger argumenta que o humano “sendo-no mundo” está sempre buscando significados para suas experiências.

• A filosofia deve desvendar a existência, determinar a essência do “estar-no-mundo”.

Page 22: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

FENOMENOLOGIA DE HEIDEGGER (1889-1976)

• Apesar de ter tido origem na fenomenologia de Husserl, sua filosofia caracteriza-se como um sistema filosófico distinto, enquadrando-se no Existencialismo.

• Heidegger modificou o método fenomenológico, ajustando-o para o seu próprio sistema filosófico.

Page 23: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

FENOMENOLOGIA DE HEIDEGGER (1889-1976)

• Para Heiddeger, as pressuposições não podem ser suspensas, pois são elas que possibilitam a construção de significado das experiências.

• Linguagem e compreensão são aspectos estruturais inseparáveis do humano “sendo-no-mundo”.

• Interpretação é vista como crítica para o processo de entendimento da experiência (Laverty, 2003).

• As experiências só podem ser entendidas em termos do background e do contexto social da experiência.

Page 24: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

FENOMENOLOGIA DE HEIDEGGER (1889-1976)

A fenomenologia de Heidegger é denominada:

• Fenomenologia Existencialista.

• Fenomenologia Interpretativa.

• Fenomenologia Hermenêutica.

Page 25: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

2.3 Fenomenologia de Gadamer

Page 26: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

FENOMENOLOGIA DE GADAMER (1900-2002)

• Gadamer deu continuidade ao trabalho de Heidegger na Fenomenologia Hermenêutica.

• Avançou o estudo sobre o papel das pressuposições na fenomenologia, que desempenham papel importante na interpretação.

Page 27: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

FENOMENOLOGIA DE GADAMER (1900-2002)

• Gadamer considera que é somente através do pré-entendimento que o entendimento é possível (Fleming et. al, 2003).

• A interpretação é um processo em evolução, assim uma interpretação definitiva jamais é possível.

Page 28: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

FENOMENOLOGIA DE GADAMER (1900-2002)

• “Quando interpretamos o significado de alguma coisa, nós interpretamos uma interpretação” (Gadamer apud van Manen, 1990)

• Gadamer colocou uma ênfase maior na linguagem do que fez Heidegger.

• Para ele, a redução fenomenológica não é apenas impossível, mas um absurdo (Laverty, 2003).

• O que é essencial não é a “redução”, mas estarmos consciente de nossos pré-conceitos e pressuposições.

Page 29: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

FENOMENOLOGIA DE GADAMER (1900-2002)

• Gadamer também está ligado ao movimento da hermenêutica crítica.

• Ele afirma que a interpretação é inibida e influenciada pelas forças sociais, políticas e econômicas.

• Ele acentuou a importância da tradição, do background e da história em nossas formas de entendimento.

Page 30: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

3. QUESTÕES ONTOLÓGICAS E EPISTEMOLÓGICAS

Page 31: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

QUESTÕES ONTOLÓGICAS E EPISTEMOLÓGICAS

• Husserl focou em questões epistemológicas da relação entre o conhecedor e o objeto de estudo (Laverty, 2003);

• Fez distinção entre o objeto que é intencionado e o ato de intencionar.

Page 32: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

QUESTÕES ONTOLÓGICAS E EPISTEMOLÓGICAS

• Heidegger revisou a fenomenologia para incluir a ontologia (Jones, 2001).

• Apagou qualquer distinção entre o indivíduo e a experiência, interpretando eles como coexistentes (Laverty, 2003).

• Nessa perspectiva, a redução fenomenológica ou “epoché” é impossível

Page 33: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

QUESTÕES ONTOLÓGICAS E EPISTEMOLÓGICAS

• Husserl parecia ter uma necessidade profunda pela certeza, que o levava em direção de fazer da filosofia uma ciência rigorosa.

• A suspensão fenomenológica ou “epoché” é considerada uma forma de indicar rigor científico na abordagem fenomenológica (LeVasseur, 2003)

Page 34: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

QUESTÕES ONTOLÓGICAS E EPISTEMOLÓGICAS

• Apesar de Husserl não ser visto exatamente no enquadramento positivista da ontologia e epistemologia, sua educação formal em matemática é visto como uma influência na sua conceitualização de filosofia (Laverty, 2003).

Page 35: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

QUESTÕES ONTOLÓGICAS E EPISTEMOLÓGICAS

• Na fenomenologia hermenêutica, o pré-julgamento pode ser usado positivamente como parte dos dados da experiência e ajuda a estabelecer o horizonte de significado (LeVasseur, 2003).

• A essência do que se procura nas manifestações do fenômeno nunca é totalmente apreendida, mas sua busca possibilita novas compreensões (Garnica, 1997).

Page 36: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

4. QUESTÕES METODOLÓGICAS

Page 37: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

QUESTÕES METODOLÓGICAS

• O método fenomenológico não é dedutivo nem empírico (Gil, 1999).

• Qualquer coisa que se apresente à consciência é potencialmente de interesse da fenomenologia, seja um objeto real ou imaginário, empiricamente mensurável ou subjetivamente sentido (van Manen, 1990).

• A experiência não é decomposta em partes, mas descrita/compreendida de forma holística.

Page 38: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

QUESTÕES METODOLÓGICAS

• A fenomenologia ressalta a idéia de que o mundo é criado pela consciência, o que implica o reconhecimento da importância do sujeito no processo da construção do conhecimento (Gil, 1999).

Page 39: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

QUESTÕES METODOLÓGICAS

• A fenomenologia como um método está longe de ter uma abordagem única (LeVasseur, 2003).

• É possível fazer uma distinção entre a fenomenologia (como uma descrição pura da experiência vivida) e a fenomenologia hermenêutica (como uma interpretação da experiência) (van Manen, 1990).

Page 40: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

QUESTÕES METODOLÓGICAS

• Enquanto o foco e os resultados da pesquisa, incluindo a coleta de dados, a seleção dos sujeitos e o entendimento da experiência vivida, pode ser similar nas duas abordagens, a posição do pesquisador, o processo de análise dos dados e as questões de rigor e credibilidade podem ter um grande contraste (Laverty, 2003).

Page 41: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

QUESTÕES METODOLÓGICAS

• Os seguidores rigorosos do método transcendental de Husserl insistem que a pesquisa fenomenológica é puramente descritiva (van Manen, 1990).

• A fenomenologia descritiva tem o compromisso da redução fenomenológica (LeVasseur, 2003);

Page 42: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

QUESTÕES METODOLÓGICAS

• A pesquisa hermenêutica é interpretativa e preocupada com o significado histórico da experiência.

• O entendimento é derivado do envolvimento pessoal do pesquisador com o tema, pois o pesquisador é um “ser-no-mundo” buscando significado de suas experiências.

Page 43: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

O MÉTODO DE VAN MANEN

• A abordagem de Van Manen (1990) é fenomenológica, hermenêutica e semiótica ou orientada pela linguagem.

• A pesquisa fenomenológica interpretativa não pode ser separada da prática textual (van Manen, 1990).

Page 44: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

O MÉTODO DE VAN MANEN

• A epistemologia da experiência e percepção mudou para a epistemologia da linguagem (van Manen, 1990).

• A mudança dessa epistemologia é a conscientização de que a experiência vivida está imersa na linguagem.

• Nós somos capazes de relembrar e refletir sobre as experiências graças à linguagem.

Page 45: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

O MÉTODO DE VAN MANEN

• Suspensão fenomenológica, nessa abordagem, é se tornar consciente de nossas crenças, pré-suposições, preconceitos, suposições e teorias através de sua explicitação.

Page 46: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

O MÉTODO DE VAN MANEN

Estrutura de pesquisa sugerida por van Manen (1990)

• Orientando-se para a natureza da experiência vivida

• Investigando a experiência vivida

• Refletindo sobre os significados da experiência

• Descrevendo a experiência

• Mantendo uma orientação para o fenômeno

• Balanceando o contexto da pesquisa

Page 47: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DRAUCKER, C. B. The critique of Heideggerian hermeneutical nursing research. Journal of Advanced Nursing, v. 39, n. 2, 1999, pp. 360-373.

FLEMING, V.; GAIDYS, U. and ROBB, Y. Hermeneutic research in nursing: developing a Gadamerian-based research method. Nursing Inquiry, v. 10, n. 2, 2003, pp. 113-120.

GARNICA, A. V. M. Algumas notas sobre pesquisa qualitativa e fenomenologia. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, v. 1, n. 1, Agosto 1997, pp. 109-119.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo : Atlas, 1999.

HUGHES, J. A filosofia da pesquisa social. Rio de Janeiro : Zahr, 1980, p. 11-24.

JONES, A. Absurdity and being-in-itself. The third phase of phenomenology: Jean-Paul Sartre and existencial psychoanalysis. Journal of Psychiatric and Mental Health Nursing, v. 8, 2001, pp. 367-372.

Page 48: EGC 5004 - EPISTEMOLOGIA E CIÊNCIA AS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA FENOMENOLOGIA Carlos Henrique Prim.

Epistemologia e Ciência

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LAVERTY, S. M. Hermeneutic phenomenology and phenomenology: a comparison of historical and methodological considerations. International Journal of Qualitative Methods, v. 2, n. 3, September 2003, pp. 1-29.

LeVASSEUR, J. J. The problem of Bracketing in Phenomenology. Qualitative Health Research, v. 13, n. 3, March 2003, pp. 408-420.

MORGAN, G. and SMIRCICH, L. The case for qualitative research. Academy of Management Review, v. 5, n. 4, 1980, pp. 491-500.

PADOVANI, U. A história da filosofia. 15a ed. São Paulo : Melhoramentos, 1990.

VAN MANEN, M. Researching lived experience. New York : State University of New York Press, 1990.