Egrégoras · se na preocupação de seu real entendimento, devido ao desconhecimento de muitos,...

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ABIM 005 JV Ano XII - Nº 96 - Abr/18 Egrégoras “O pensamento, principalmente, quando dirigido por uma forte vontade, é, sempre, uma entidade viva capaz de realizar a ideia que lhe deu origem”. Professor Henrique José de Souza

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ABIM 005 JV Ano XII - Nº 96 - Abr/18

Egrégoras“O pensamento, principalmente, quando dirigido por uma forte vontade, é,

sempre, uma entidade viva capaz de realizar a ideia que lhe deu origem”.Professor Henrique José de Souza

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EditorialDiante do clima de incertezas que envolve a

realidade de nossa política brasileira, é mais do que comum que percamos, aos poucos, a confiança em dias melhores. A mídia vive de nos bombardear com avalanches de notícias sensacionalistas, mexendo com o nosso equilíbrio emocional, criando certa indignação, mal-estar e desesperança. Para dificultar, ainda mais, este cenário, no mundo imediatista em que vivemos, torna-se, cada vez mais, difícil conseguirmos reservar um espaço de tempo para a realização de uma meditação, uma oração; para um realinhamento de nossas emoções; para nos reequilibrarmos e dominarmos nossos pensamentos e sentimentos.

Lidamos, diuturnamente, com energias. Isso é fato! Em verdade, somos energia e interagimos com pessoas e ambientes, estando, constantemente, interferindo e sofrendo as reações vibracionais da ambiência local. É muito comum, dependendo da sensibilidade de cada um, ao adentrarmos em determinado ambiente, ou ao nos aproximarmos de certas pessoas, sentirmos sensações variadas, sejam de bem ou de mal-estar.

Uns mais do que outros, são mais sensíveis à vibração energética, proveniente dos universos mentais e emocionais, produzidos no ambiente pelas pessoas. Ambientes energeticamente nocivos podem, fisicamente, resultar até em doenças graves.

Estamos, a todo instante, criando através do pensamento. “Penso, logo existo” (Descartes). O controle de nossas emoções é de fundamental importância para que possamos gerar bons pensamentos. Nossos pensamentos, por afinidade, tendem a se unir, no plano mental, a pensamentos afins, tomando forma.

Os primeiros parágrafos deste Editorial, à guisa de um prólogo, enunciam o temário que escolhemos para esta edição – “Egrégoras”. Tema, por si só, reservado aos verdadeiros iniciados nos augustos mistérios e, portanto, incompreendido por muitos, sendo, inclusive, repudiado por alguns céticos, que insistem em exigir prova documental daquilo que lhes transcendem a sua mente comum. Tal comportamento, está em alta neste mundo materialista, em que a espiritualidade, cada vez mais, passa ao largo de nossos templos.

Portanto, achamos por bem usá-lo como temário desta edição, não com o intuito de esgotar o assunto, mas para trazê-lo à baila, a fim de estimular nossos leitores à pesquisa e ao estudo do tema. Para quem assim se interessar, sugerimos, também, a pesquisa sobre temas como “forma-pensamento” e “holopensene”. Autores como Annie Besant, Arthur Powell, Charles Leadbeter, Helena Blavatsky, através de livros e matérias, têm contribuído, em muito, para o real entendimento desses assuntos.

A força e o controle mental são a principal ferramenta de um Iniciado. Nosso trabalho de aperfeiçoamento espiritual passa pelo perfeito controle de nossos pensamentos e emoções. Que as matérias publicadas nesta edição possam lhes servir de sinete, a desperta-lo para o real sentido do termo “Iniciação”. Afinal, sempre, far-se-á necessário “vencer nossas paixões e submeter nossas vontades, a fim de que possamos, de fato, fazer novos progressos na Maçonaria”.

Boa leitura para todos! Temos um encontro marcado na próxima edição!

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A“Ferramente”de umIniciado!

Francisco Feitosa

Neste momento em que o mundo vive uma dualidade de opiniões, em que se você não for a favor de uma ideia imposta, já é considerado

um contrário, adversário, inimigo; onde os interesses de alguns se sobrepõem ao raciocínio das massas - se é que essas fazem uso disso, percebemos uma atmosfera de rancor, de ódio, de desarmonia entre as pessoas. Uma energia pesada, tamásica que, como uma nuvem escura, anuncia uma enorme tempestade a nos envolver, desequilibrando, em muito, o nosso emocional.

A humanidade atravessa o vale das trevas de uma Kali Yuga anunciada, resgatando um Carma Coletivo acumulado por épocas. Tudo o que está acontecendo, nada mais é do que os reflexos de nossas próprias atitudes, em algum momento da história. Se vivemos em determinado país; se somos parte de determinada família, grupo de pessoas, associação ou Ordem, não é por um simples acaso. Tudo está medido, contado e pesado no que preceitua as Leis do Criador.

Este preâmbulo se justifica pelo temário desta edição – Egrégoras. Como citado no Editorial, um assunto abstrato, conhecido de muitos e entendido por poucos, sendo contestado por alguns mais céticos. Nossa ousadia em abordar tal tema, ancora-se na preocupação de seu real entendimento, devido

ao desconhecimento de muitos, sobre o poder do pensamento, da força mental emanada em um propósito, que poderá ocasionar consequências terríveis.

Abrimos este texto falando do momento de incompreensão e intolerância em que vive a humanidade. Saber um pouco mais sobre do que se trata o termo “egrégoras”, na prática, poderá lhe ser muito útil para tomar uma postura mental, diante dos mais adversos acontecimentos, além de melhor dirigir as emanações de suas energias mentais, em prol de um determinado propósito, em especial, no interior de nossos templos.

Um pintor antes mesmo de iniciar a pintura um quadro, já o fez em sua mente. Apenas, irá passar para a tela aquilo que já projetou mentalmente. “Cogito, ergo sum” - Penso, logo existo, dizia René Descartes.

Respeitando as opiniões contrárias, o termo egrégoras, que será bem definido e conceituado por diversos autores, das matérias selecionadas para esta edição, é, de fato, controverso e, por ser abstrato, de difícil entendimento para alguns. Em se falando em nossa Ordem, um dos propósitos dos trabalhos realizados em nossos templos é o aperfeiçoamento do homem, em especial, no aspecto espiritual. A iniciação, como o termo bem a define, é

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a “ação de iniciar” o encontro dos EUS, o eu material e o Eu Espiritual, melhor dizendo, o Encontro de D’Eus, um processo eucarístico, à guisa do início do Caminho de volta à Casa do Pai.

Para este fim, nossos rituais, através dos ensinamentos em determinados graus, visam nos proporcionar ferramentas para o desenvolvimento de nossas potencialidades. Se entendermos o ser humano, apenas, pelo seu aspecto físico, de fato, será impossível compreender o que venha a ser egrégoras. Se tivermos o entendimento de que sua manifestação é trina, em corpo (físico), alma e espírito, esse assunto já ficará um pouco mais acessível, porém, se o estudarmos mais a fundo, em seu aspecto setenário, projetar-se-á a luz necessária para seu real entendimento.

Temas abstratos, jamais, poderão ser compreendidos através da mente comum, concreta, analítica. Razão, em um processo iniciático, da necessidade do despertar da mente abstrata. No Simbolismo, a pressa de se chegar à “plenitude dos direitos maçônicos”, ao Grau de Mestre, impossibilita ao postulante de melhor entender o real propósito da Iniciação. Quando atentarmos para a necessidade de o despertar da Quinta Essência, o nosso 5º Princípio, que é nosso Mental Abstrato, tais temas, como egrégoras e outros que transcendem a nossa mente concreta, não mais serão ignorados e até tratados, por ignorância, de forma jocosa, lamentavelmente, pelos “pseudos-iniciados”.

Voltando ao preâmbulo, deparamos com a dualidade de opiniões e posturas agressivas, intolerantes e desrespeitosas adotados por parte da população, atualmente. Racismo, homofobia, facções políticas, fanatismo religioso, crimes em massa, e os verdadeiros campos de guerra que se tornaram as partidas de futebol. Tudo isso gera um aglomerado de pensamentos de ódio, de aversão. A união desses

pensamentos, através das massas, toma forma e influencia as pessoas que os alimentam e o ambiente ao redor, em si.

Em especial, este momento que atravessa nosso país, não poderemos, jamais, deixar-nos contaminar por essa forma-pensamento gerada, que vem criando um egrégora do mal, produzido por esses grupos. Embora, suas medíocres ações nos tragam indignação, consternação e outros sentimentos adversos, em hipótese alguma, poderemos vibrar pensamentos negativos contrários. A oportunidade é de se buscar o equilíbrio, emanando vibrações positivas para a humanidade, a fim de contrabalancear o peso energético deste período apocalíptico.

Como iniciados que somos, façamos uso da ferramenta que, ao longo de nossa caminhada iniciática nos foi apresentada e, por cada um, pelos menos, deveria ser aperfeiçoada, para tal fim – “o nosso mental”, com o qual deveremos canalizar vibrações de Luz e mentalizações positivas, impulsionando preces, mantras, conforme a convicção religiosa de cada um, para a reconstrução e ordenação dos reais valores para uma vida em harmonia.

Que o temário “egrégoras”, abordado nas matérias desta edição, possa te elucidar quanto à importância de se manutenir uma correta postura mental em nossas ritualísticas, assim como, diante das mais adversas situações no mundo profano. Reflitamos meus Irmãos! Afinal, o nosso trabalho, junto à Grande Obra do GADU tem como um dos principais propósitos o de “tornar feliz a humanidade”, livrando-a dos grilhões da ignorância. Que isso se cumpra em nome da Lei Justa e Perfeita!

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Egrégora é uma palavra que vem do grego “egregorein”, significando velar, vigiar, e se define como uma entidade espiritual formada devido a

uma força mental coletiva, estando presente em todos os grupos de pessoas que se reúnem com algum objetivo, seja nas mais simples associações, seja nas mais complexas assembleias. Ela é gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade.

Assim, todos os agrupamentos humanos possuem suas egrégoras características: clubes, empresas, igrejas, famílias, partidos políticos, em todos os locais onde as energias dos indivíduos se unem, forma-se uma entidade, autônoma e mais poderosa – a egrégora – capaz de realizar, no mundo visível, suas aspirações transmitidas ao mundo invisível pela coletividade geradora.

Podemos exemplificar egrégora analisando um hospital. O principal objetivo dos que ali estão é o de promover a cura, ou serem curados, portanto, um hospital carrega consigo uma egrégora que busca a cura. Muitas mentes voltadas para um único objetivo, eis a concentração da energia, eis a egrégora!

Portanto, a egrégora é algo vivo, não é uma abstração, mas, somente, pode ser mantida viva através da força-pensamento do grupo que a criou. Quanto mais forte a corrente de pensamento, tanto mais forte será a egrégora e tanto maior será a sua atuação. Os pensamentos que ao longo dos séculos alimentam uma egrégora a tornam poderosa. Muitas são as egrégoras formadas pelos pensamentos das coletividades. Por exemplo, a Igreja Católica possui uma egrégora muito poderosa, alimentada ao longo dos séculos pelos rituais e orações de seus membros. Assim, sob a proteção da egrégora da Igreja Católica, seus membros são vigiados e protegidos, podendo ela encontrar força para superar várias dificuldades.

Para reforçar a formação da egrégora, as religiões instituíram vários rituais, como por exemplo a

missa e os cultos, que devem ser repetidos, sempre, da mesma maneira, com a mesma sequência, objetivando a mesma intenção. Essa ritualística é importante para que a estrutura da egrégora permaneça igual e fiel ao propósito pela qual foi criada.

A formação da egrégora tanto pode ser planejada como involuntária, ou seja, independente da vontade consciente de seus geradores, e o conjunto de bioenergias que a constitui mantém-se no ambiente depois de instalado, por algum tempo após a retirada dos indivíduos que a formaram.

Acredita-se que os templos de qualquer religião sejam, sempre, ambientes de paz e de harmonia. Apesar da Maçonaria não ser uma religião, igualmente possui seus templos, onde se ensinam os sãos princípios da Moral e da Razão, assim, também, os templos maçônicos formam suas egrégoras, e como gerações e mais gerações de maçons se sucedem, levantando templos à virtude e cavando masmorras ao vício, as egrégoras desses templos se robustecem mais e mais, e, juntas, contribuem para o fortalecimento da Egrégora Maçônica como um todo.

Todo esse processo é espontâneo e, ás vezes, involuntário, mas, sempre que houver manifestação do pensamento em Loja, pela razão, pelo sentimento ou pela ritualística, formar-se-á uma egrégora. Exaltação, reflexão, aconselhamento ou qualquer forma enriquecedora contribui para a construção de uma egrégora positiva. Assim, abstrair das reuniões sentimentos menores de rancor e vulgaridade é zelar para que as ações maçônicas sejam tomadas sob eflúvios positivos.

Antigos autores maçônicos afirmavam que a alimentação da egrégora de uma Loja começa já na sala dos Passos Perdidos e se eleva com a Abertura do Livro da Lei, porém, atinge seu ápice na realização de uma Cadeia de União, com as emanações vibracionais de seus participantes, consequentemente, beneficiando a todos com seus fluidos benéficos e revitalizadores.

A Formaçãoda Egrégora

Luiz Guilherme Jr.

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DissecandoEgrégoras

Francisco Feitosa

Falar sobre egrégoras, remete-nos, necessariamente, à abordagem de assuntos preliminares que, em muito, facilitar-nos-á no

sentido de atingir a compreensão dos leitores que ora nos prestigiam. Assim sendo, utilizar-nos-emos, a princípio, da 2ª Lei hermética – Correspondência: “O que está em cima é tal como está embaixo e o que está embaixo é tal como está em cima.”

O homem criado à imagem e à semelhança de Deus, assim como o Seu Criador, é Trino em manifestação. A Divindade manifestando-se como Pai-Filho-Espírito Santo (cristianismo), e o homem em corpo, alma e espírito.

Plutarco, filósofo grego, apresenta-nos o homem dividido em 3 corpos, a saber: Corpo Físico, Corpo Emocional e Corpo Mental (de onde se originam as ações, sensações e pensamentos, respectivamente). Ainda, segundo Plutarco, é da perfeita harmonia desses corpos que se transforma o homem comum em um Adepto ou Homem Perfeito. Sabemos nós que no estudo da Anatomia Oculta do Homem encontraremos maiores detalhes sobre os seus corpos e suas vestes sutis, porém, não é o foco principal desse estudo.

Quando pensamos, servimo-nos de um de nossos corpos, o chamado corpo mental, produzindo dois efeitos: a emissão de vibrações mentais ou ondas mentais, e, também, produzindo em nosso Aura, as chamadas “formas–pensamento”, que, ao olhar clarividente, poderá ser identificada a qualidade, a natureza e a precisão desses pensamentos, através de suas cores, formas e contornos.

James Allen, falando sobre o tema, disse que “O homem é aquilo que pensa”. As ondas mentais emitidas têm a tendência, como aliás qualquer vibração, de se transmitir a toda matéria ambiente capaz de recebê-la, exatamente como a vibração de um sino, reproduzindo o som no ar. O alcance da onda mental, depende da persistência e, principalmente, da força de concentração com que foi gerada. Essas ondas, consequentemente, atingirão a frequência de ondas análogas de outros pensadores, juntando-se, tomando força e propagando-se em intensidade cada vez maior.

Quanto ao aspecto etimológico, “egrégoras” é originário do grego “ageiro“ e do latim “aggregare”, significando “agregado”, dando-lhe o sentido de reunir, de agregar. Não encontraremos uma

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definição, para a palavra em si, nos dicionários em geral. Esse termo é de uso comum, apenas, nas literaturas ocultistas, nas Escolas de Iniciação, etc. Já que ousamos tratar, em detalhes, desse tema, observamos que, comumente, na Maçonaria usa-se este termo no feminino, “as egrégoras”, o que não seria o correto, pois se trata de um substantivo masculino, como “o agregado” de vibrações psicomentais, porém, respeitaremos tal prática.

No século XIX, a Excelsa teósofa Helena Petrovna Blavatsky, fundadora da Sociedade Teosófica nos EUA, já assim definia: “os egrégoras são entidades autônomas, semelhantes a uma classe de Devas (classe de anjos), que se formam pela persistência e pela intensidade das correntes mentais”. Ou seja, o homem por devoção, preces, pedidos de socorro, cerimônias, ritualísticas, meditações, conforme o seu segmento espiritualista, emite, do seu psicomental, vibrações que se agregam, tomam forma e acabam se transformando em entidades vivas, essas, por sua vez, são alimentadas por orações, pensamentos, cultos, novenas, rituais, etc. Esses agrupamentos de vibrações vão se juntar, por afinidade, a outros agrupamentos idênticos, e aí, formando verdadeiros

“Poderes Conscientes”. São, exatamente, essas forças vivas que constituem o que chamamos de egrégoras.

Segundo o Professor Henrique José de Souza, “o pensamento, principalmente quando dirigido por uma forte vontade, é, sempre, uma entidade viva, capaz de realizar a ideia que lhe deu origem”.

Sua formação é um processo de criação mental, por sua vez, um processo de magia. Embora, seja consciente ou não, ainda assim é um processo de magia, de criação mental. Os egrégoras se classificam em positivos e negativos, ou seja, os do bem e os do mal. Temos, então, os dois tipos de egrégoras que são formados: quando se procura a união com Deus, com o que é superior e bom, pratica-se a magia branca, chamada de magia teúrgica. Para esse fim, servimo-nos de preces, das meditações, dos mantras, etc. Os que se utilizam dos chamados “espíritos pagãos”, dos elementais (espíritos da natureza), das entidades dos subplanos inferiores do mundo astral, para atender aos seus desejos, puramente, materiais, exercem a magia negra, ou magia goécia. Criando, aqueles, os

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egrégoras do bem e, estes, lamentavelmente, os egrégoras do mal, com sérios prejuízos evolucionais à humanidade e a seus criadores.

Os egrégoras, por sua vez, mantêm um vínculo direto com aqueles que os criaram ou com aqueles que os mantêm. É a mente dos seus criadores ou mantenedores emitindo as vibrações mentais, e lhes retornando influências análogas às vibrações emitidas, que hão de interagir diretamente em suas ações, sensações e pensamentos.

“O que vindes fazer aqui?” Reflitamos melhor sobre a resposta! O adágio oriental nos alerta: “Quanto mais pesado fizeres o mundo, mais o mundo pesará sobre ti”

As seitas, as religiões, os seguimentos filosóficos, os grupos de estudos, as escolas iniciáticas, as sociedades secretas, os colégios de magos, enfim, todos os grupos em si, tenham eles o objetivo que tiver, possuem o seu egrégora. Mesmo os grupos de trabalho, de estudos, de políticos, clube recreativo, de filantropia, de amigos em si, conscientemente ou não, formam o seu egrégora e este se relaciona diretamente com os seus formadores e mantenedores. Dizia o Mestre Jesus: “Quando duas ou mais pessoas reunirem-se em meu nome, Eu estarei presente”.

Observemos, por exemplo, nos países cristãos católicos, a figura do santo padroeiro. O povo de determinada cidade, estado ou região cria uma fortíssima relação de fé, adoração e devotamento, emitindo vibrações mentais, consciente ou inconscientemente, solicitando graça, “milagres” ou proteção, formando e alimentando, ao longo do tempo, um poderosíssimo egrégora. Poderíamos citar, apenas, no Brasil: N. Sra. Aparecida; N. Sra. da Penha; São Jorge; São Sebastião; Padre Cícero; Ciro de Nazareth e tantos outros.

A Maçonaria por ser uma Ordem milenar, cultuando suas tradições em Rituais através dos tempos, criou e mantém um poderosíssimo egrégora que atua com enorme eficácia em nossos Templos. Através das constantes vibrações mentais dos Irmãos do mundo inteiro, impulsionando as suas vibrações, pelo poder da vontade, direcionadas ao G∴A∴D∴U∴, num só objetivo que é o de fazer feliz a humanidade, pautando-nos nos ditames da doutrina

maçônica, é possível recebermos os influxos deste egrégora, claro que respeitando, sempre, a Lei do Carma, (causas e efeitos) que a tudo e a todos rege.

São essas mesmas energias que se imantam em nossos Templos, e que no processo das iniciações atuam em nossos rituais, interagindo com os nossos centros de força, conhecidos por “Chakras”, despertando valores latentes e nos capacitando à percepção de assuntos dos mais abstratos. Razão de nossas instruções, somente serem ministradas dentro de um Templo Maçônico, com os trabalhos abertos, para que auxiliados por essa força invisível, consigamos “perceber” (mental superior) a transcendência dos excelsos ensinamentos contidos em suas entrelinhas.

O egrégora de uma Loja não se forma em uma sessão, vai sendo criado e alimentado através das vibrações mentais dos Irmãos ao longo de sua história. Este irá, por afinidade, agregar-se ao de outras Lojas, unindo-se ao egrégora daquela potência, que irá se unir ao egrégora da Maçonaria Universal e, finalmente, fundir-se-á ao egrégora da Grande Fraternidade Branca, a qual, todas as Escolas Iniciáticas estão espiritualmente ligadas.

“Quebrar um egrégora”, como muitas vezes erroneamente é dito quando um Irmão fere a ritualística maçônica, é muito mais difícil do que formar um egrégora. Melhor seria dizer, enfraquecer a formação ou a manutenção do egrégora daquela sessão.

Quando em loja, em pensamentos, ficamos alheios à ritualística, lamentavelmente deixamos de contribuir para a manutenção dessa Força Viva, desse Poder Consciente, como também, perdemos a oportunidade de sorver as benesses dessa energia e de espargi-las para o mundo em nosso dia a dia - o que deve ser o trabalho de todo o Maçom!

Meus Irmãos, o objetivo desse trabalho é, tão somente, o de deixar a nossa singela contribuição sobre o tema, a qual, somadas a de outros valorosos autores, “buscadores da Verdade”, possam contribuir para se fazer Maçonaria de Verdade!

“Que o mundo não julgue que viemos aqui trabalhar inutilmente, gastando em vão as nossas forças!”

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A Ritualística e a Formação da Egrégora

em Loja

Clemente Nelson de Moura

Há tempos tenho me manifestado, em Loja, comentando a importância da prática ritualística em qualquer momento de nossa

vida como forma de promovermos a auto-disciplina. Na verdade, a prática ritualística, metódica, em situações de rotina, tem um cunho egoísta, pois beneficia, essencialmente, a cada um de nós mesmos. Mas quando se observa a ritualística em uma Loja, ou seja, em um quadro mais amplo, comunitário, a situação se transmuta.

Desde a composição da Loja pelo Irmão Mestre de Cerimônias vamos regulando nossa “frequência vibratória”. Já na Sala dos Passos Perdidos ou no Átrio, fazemos nossos primeiros acertos vibratórios! Silêncio e pensamentos elevados vão isolando os problemas do mundo profano. Assim, adentramos ao Templo já desaniviados.

Quando acontece a primeira pergunta através do Venerável Mestre, firmamos o ajuste de nossa frequência vibratória, pois todos se concentram nas respostas ritualísticas que vão ser dadas. Todos repetem, mentalmente. Não deve haver dispersão!

Quando todos vibram na mesma frequência, formamos a egrégora e a Loja se torna forte e, inexplicavelmente, agradável, pois se promove o congraçamento dos Irmãos. Por isso, numa Sessão maçônica não cabe a falta do rigor na ritualística. Se isso acontecer, a Loja se descaracteriza, acabando por se transformar numa reunião qualquer!!! Perde-se a essência maçônica. Sem a prática da ritualística maçônica não se produz Loja Maçônica!

Por conclusão, a prática ritualística em Loja nos eleva à formação de uma egrégora, que é como se denomina a entidade mental, criada a partir do coletivo e pertencente a uma comunidade em assembleia! Segundo as doutrinas que aceitam a existência de egrégoras, elas estão presentes em todas as coletividades, sejam nas mais simples associações, ou mesmo nas assembleias religiosas, sempre gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem sob qualquer finalidade.

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Egrégoras

Uma Visão EsotéricaAlfredo Roberto Netto

A palavra Egrégora traz, em seu bojo, uma peculiar representação, plenamente compreendida e assimilada por diferentes

linhas esotéricas e/ou espiritualistas, inclusive pela Maçonaria.

A eminente professora de Português Maria Tereza de Queiroz Piacentini informa a origem do termo Egrégora: “a mesma de “gregário”, “que faz parte da grei, ou seja, rebanho, congregação, sociedade, conjunto de pessoas; no plano da espiritualidade, usa-se o nome Egrégora para designar um grupo vibracional, um campo de energia sutil em que se congregam forças, pensamentos ou vibrações com um determinado fim ou direcionamento espiritual”.

No Dicionário Maçônico Completo, informa-se que a palavra Egrégora deriva do grego “egrogorien”, com o significado de “vigiar”. Há, ainda, uma terceira interpretação, como sendo a origem da palavra, etimologicamente, semelhante a “egregiu” ou “egrégio”, com o significado de “distinto”, “ilustre”. No entendimento do autor, das informações pesquisadas sobre a origem da palavra, a de Piacentini é a correta.

Por outro lado, observamos que, nos grandes compêndios da língua, a palavra Egrégora não consta do Novo Aurélio – Século XXI, tampouco no dicionário Houaiss, fato esse que, no nosso entender, em nada invalida sua existência ou mesmo sua representação. Isso nos leva à hipótese da criação de um neologismo – Egrégora - para representar uma idiossincrasia maçônica.

Neologismo quer dizer palavra ou expressão nova, ou palavra antiga com sentido novo; nova doutrina, sobretudo em teologia.

Idiossincrasia quer dizer “disposição do temperamento do indivíduo, que o faz reagir de maneira pessoal à ação dos agentes externos”. Em outras palavras, é uma peculiaridade da pessoa, uma maneira diferente de ser, um modo próprio de sentir, ver a vida, reagir às coisas. Assim como todos nós temos nossas idiossincrasias, também, podem tê-las as instituições, os países, etc.

Dessa forma, o pensamento maçônico sobre Egrégora é, apenas, uma questão de semântica. A compreensão desses fatos nos permitiu validar a existência da palavra Egrégora, tão comum e tão pouco compreendida nos trabalhos maçônicos. Alguns Irmãos são resistentes às explicações transcendentais sobre os trabalhos da Maçonaria, debitando a isso a tentativa de impingir à Ordem conceitos externos incompatíveis com os princípios maçônicos.

O Conhecimento é um só, ainda que venha travestido de diferentes roupagens... “O Homem apenas inicia sua escalada na montanha do Conhecimento e, enquanto não alcançar seu ápice, não poderá afirmar que possui a visão completa que ela lhe permite. Mas qual é o limite desse Conhecimento? Quem pode defini-lo?”

Os campos de estudos maçônicos são numerosos, incluindo diferentes propostas ocultistas,

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onde a realidade desses campos energéticos é demonstrada e ensinada, ainda que expressa por nomes diferentes. Muitos Irmãos desconhecem que a maior obra de nossa Ordem está no seu trabalho sócio-espiritual, que edifica o Conhecimento, transmutando o Homem em “Espírito Livre” ou “Livre Pensador”, no interior de seu próprio “Templo Íntimo”.

Para melhor compreendermos o significado do que se intitula “Egrégora”, necessário se faz, inicialmente, a compreensão do pensamento humano como elemento “construtor” de formas.

“Como pensa o homem, assim ele é” informam os tratados de diferentes linhas esotéricas ou espirituais. O Homem verdadeiro, o “Pensador”, está envolto em um corpo composto de inumeráveis combinações da matéria sutil dos planos que o cercam.

Quando emite um pensamento, dá origem a uma série de vibrações que, imediatamente, atuam na matéria extracorpórea, projetando, para o exterior, uma porção vibrante de si mesmo, assumindo forma determinada, condizente com as vibrações emitidas, revestindo-as com a “matéria espiritual” do plano em que se situa, ou de onde o poder vibratório de seu pensamento alcança.

Dessa maneira, temos uma “Forma-Pensamento” pura e simples, uma entidade vivente temporária, criada e corporificada pela ideia que lhe deu nascimento. O Corpo Mental e o Emocional estão diretamente relacionados, no Homem, ao que é chamado de “Forma-Pensamento”, uma consequência de seu ato de pensar. Emitindo uma ideia, passamos a refletir as que se lhe assemelham, ideia essa que logo se corporifica, com intensidade correspondente à nossa insistência em sustentá-la, mantendo-nos, assim, espontaneamente em comunicação com todos os que nos esposem o modo de sentir.

Quando um determinado número de pessoas se reúne com um objetivo em comum, seus pensamentos, unificados pelo mesmo ideal, produzem, consequentemente, uma “Forma-Pensamento” maior e mais poderosa. É o que ocorre em uma Loja Maçônica, em seus trabalhos regulares, onde dezenas de Irmãos se reúnem envoltos em um só pensamento e ideal.

Temos que entender, também, o Templo Maçônico como um Centro de Magnetismo. Qualquer lugar, onde se haja, repetidas vezes, celebrado uma

cerimônia, sobretudo, com vistas a um ideal elevado, estará sempre impregnado de uma vibração especial.

Todos os elementos, utilizados na edificação de um edifício, madeira, ferro, pedra, etc., emitem irradiações próprias, mas o aspecto que desejamos destacar, é que todos esses elementos são capazes de absorver a influência humana e depois, retransmiti-la. Quanto maior o tempo de exposição desses elementos a uma mesma irradiação, maior seu potencial de retransmissão; quanto mais velho o local de uso para as reuniões de uma Loja, mais impregnadas estarão suas estruturas físicas da energia, emitida pela “Forma-Pensamento” do ritual maçônico.

Participam desse “centro magnético”, potencializando seu poder energético, sua arquitetura, seus símbolos, suas pinturas, etc., cada qual cumprindo um objetivo bem definido na condução do pensamento humano aos planos mais elevados.

Dessa forma, o Templo Maçônico não representa, apenas, um lugar de culto ao G∴A∴D∴U∴, mas um centro de magnetismo através do qual fluem forças espirituais, tanto para benefício de seus frequentadores como para áreas circunvizinhas, até onde sua vibração alcance.

A comunhão de pensamentos, dirigidos a um ideal elevado, o Templo, sua arquitetura, seus símbolos e seus rituais, irão constituir o que conhecemos por “Egrégora”.

Uma grande “Forma-Pensamento” que traz Luz ao escuro plano material em que vivemos. Beneficia e desenvolve seus adeptos, elevando-os e transformando-os na alquimia de sua magia oculta, assim como, silenciosamente, estimula os neófitos, ao alcance de suas vibrações, a uma vida mais fraterna e condizente com os princípios universais do Bem e da Verdade.

Tão potente será, quanto maior for a seriedade e o respeito com que seus membros conduzam seus trabalhos, dentro de um legítimo sentimento de devoção e religiosidade...

O Homem, transformado no Bem e na Verdade, modifica a sociedade em que vive, assim como Homens, transformados no Bem e na Verdade e unidos, geram um belíssimo e potente “Egrégora”, Justa e Perfeita.

Page 12: Egrégoras · se na preocupação de seu real entendimento, devido ao desconhecimento de muitos, ... pela qual foi criada. A formação da egrégora tanto pode ser planejada

Revista Arte Real nº 96 - Abr/18 - Pg 12

Egrégora, meus irmãos, não é uma palavra que se possa, simplesmente, procurar num dicionário. Obscura como é em seu emprego, é preciso

pesquisar suas raízes. Uma definição literal de egrégora é: “reunido ou agrupado no mais elevado”, e pode ser encontrada nas raízes do grego e do latim antigos. O vocábulo grego “ageiro”, significa ‘’eu reúno”; “agor” é uma assembleia. Em latim, “greg” é uma companhia de pessoas. O vocábulo latino “agregare” significa ‘’unir na mais alta massa ou soma’’.

A egrégora é o resultado de todo nosso pensamento criativo, tanto no plano exotérico quanto no plano esotérico de consciência, seja qual for a Potência Maçônica a que pertençamos.

Todo grupo tem sua egrégora. Se nos unirmos a um grupo religioso, tornamo-nos parte da egrégora dessa religião. Se nos unirmos a uma orquestra sinfônica, tornamo-nos parte da egrégora das orquestras sinfônicas e podemos nos harmonizar com essa vibração.

Quando ingressamos na Maçonaria, tornamo-nos parte de uma família sagrada e mundial, e assim, escolhemos participar da egrégora da Ordem. Estivéssemos ou não conscientes disso, começamos a acrescentar e extrair o poder da tradição maçônica. Se decidirmos nos retirar da Ordem completamente, física e psiquicamente, apartamo-nos de sua egrégora.

Um dos motivos pelos quais nossos rituais são tão poderosos espiritualmente, assenta-se na tradição secular em que eles estão fundados. Eles se tornaram um poderoso foco de consciência. A energia acumulada por séculos se manifesta durante esses rituais.

Como membros da Maçonaria Universal, fazemos parte da egrégora da Ordem. Estamos psiquicamente ligados à essência de todo Maçom que já existiu. Temos

acesso, em planos superiores, a todo pensamento maçônico que já ocorreu. Quando participamos em iniciações e rituais maçônicas em nossos Templos, harmonizamo-nos com essa vivificadora egrégora, estejamos ou não conscientes disso.

Embora os Maçons tenham um sentimento interior do que seja egrégora, muitos desejam, ainda, receber uma definição mais direta e objetiva. Nesse sentido, entendemos que egrégora é uma entidade terrena ou mundana, e espiritual ou divina, formando uma unidade ativada pela energia do pensamento. Em termos muito simplificados, estamos falando de uma expressão de consciência grupal.

Quando nos reunimos para perseguir uma meta comum, desenvolvemos uma consciência grupal. Todos os nossos pensamentos conscientes individuais são unificados num só pensamento grupal. Dessa união advém um estado de consciência que, em termos místicos, é tido como sendo maior do que nossos pensamentos individuais. Aprendemos em nossos ensinamentos maçônicos que, quando dois ou mais de nós nos reunimos num esforço conjugado, criamos algo maior que a soma de nossos esforços individuais.

Essa consciência compartilhada flui como um “continuum” com o inconsciente, permitindo que nos harmonizemos com a mente universal, tornando-se um esforço global de um só. Nosso esforço conjunto se torna uma expressão da mente cósmica.

Do exposto, pode-se perceber que, a despeito de nossos esforços para definir e compreender, intelectualmente, o conceito de egrégora, alguns aspectos desse princípio místico estão velados em mistérios e só poderão ser percebidos pelo processo de iniciação e iluminação.

Egrégora MaçônicaIvan Luiz Soares