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Ele é o nosso Tiririca? “Pelo sim, pelo não, vote no anão”, diz o palhaço Tanajura Em princípio, ele não aprovou o apelido Tanajura. A palavra vem do dialeto Tupi, e significa uma das 200 espécies de formiga saúva, aquelas da “bunda” grande. “No início não gostei, mas quando a gente não gosta é que o apelido pega”, conforma-se o anão. Quais as semelhanças entre Tanajura e Ti- ririca? O anão cascavelense que pensa grande pode galvanizar a insatisfação popular, e receber os votos de protesto contra tudo que está aí? Ele não se ofende em ser comparado ao deputado mais votado do Brasil. “Trabalhei como palhaço uma vida toda. Sustentei meus filhos, minha família, pin- tando a cara e fazendo rir. Sou palhaço de profissão, mas diferente da maioria dos deputados, não farei o eleitor de palhaço”, disse um afiado Tanajura. Um dos compromissos dele é nomear um “gabinete anão”, pequeno, mais enxuto, reduzindo gastos com assessoria e verbas parlamentares. É um bom começo. Em tempo: Já que o Tanajura não se importa com as piadas, vale dizer que a pré- -campanha dele foi transferida para a região de Guarapuava enquanto a fera andava solta por aqui. O palhaço não tem vocação para petisco de onça. No governo Dilma, em 2014, a diploma- cia do Brasil fez acenos para a Palestina. E gerou uma reação irada de Israel. “É uma demonstração lamentável de como o Brasil, um gigante econômico e cultural, continua a ser um anão diplomático”, disse o porta-voz do ministério das Relações Exteriores judeu. A palavra “anão”, portanto, entrou no con- texto para diminuir um gesto, uma ação. Em um país de anões políticos, que tal conhecer a política do anão? Nilton Alves tem 49 anos, 1,20 m. 55 quilos. Ninguém o conhece pelo nome de batismo. O conhecem por anão Tanajura. Atuou como palhaço em parceria com o Jota Barroso no “Show do Riso” por mais de duas décadas. Estreou na política em 2008. Com 892 votos para vereador, ficou na suplência da Câmara. Foi uma boa votação, pois na atual legislatura, tem vereador eleito com 803 votos (Parra, do PMDB). Agora, o anão está pensando grande. É pré-candidato a deputado federal pelo PSL, dobrando com o deputado Pacheco. Já é possível ver por aí o adesivo com a frase “Amigo do Tanajura”. Para não configurar campanha antecipada, ele guardou o mote eleitoral para depois das convenções parti- Como disse o israelense, com outras palavras e em outro contexto, o Bra- sil é um grande país de pequenos homens públicos. “Os infinitamente pequenos têm um orgulho infinita- mente grande”, reforça Voltaire. E quem é pequeno vê no maior apenas o que um pequeno é capaz de perce- ber. Chega de pequenezas políticas. Em um cenário de terra arrasada, personagens pitorescos encontram uma avenida para desfilar. E a abs- tenção, o nulo, o branco, somente referendam o sistema. dárias: “Pelo sim, pelo não, vote no anão”. Tanajura não se importa com as zoações inevitáveis. Ele não se perfila na chatice do “politicamente correto”. “Temos quatro anões em Cascavel. Raramente você vê eles por aí. Muitos se escondem. Minha princi- pal bandeira no Congresso é combater o preconceito de todas as matizes, mas sem implicar com a descontração típica da cul- tura brasileira”, disse. Tanajura é filho de anão. Tem filho e neto anões. Não faz discurseira de vítima de pre- conceito. “Se as pessoas dizem que nunca viram velório de anão, é porque o nanismo é raro mesmo”, diz ele, fazendo piada da piada. Cascavel, sexta-feira, 20 de julho de 2018 - Ano XXII - Nº 2156 - Clipping News Agência de Notícias - (45) 3037-5020 - Editor: Jairo Eduardo Catuaí começa? Voltaram a circular informações da imi- nente retomada das obras do Catuaí. O Pi- toco pegou a posição oficial do empreendi- mento, que está aqui, na íntegra: “O Catuaí Shopping Cascavel continua focado na comercialização das operações que trarão à Cascavel e região a melhor ex- periência de compras e lazer. O empreendi- mento de 30 mil metros quadrados já tem comercializados cerca de 2/3 da área bru- ta locável, sendo 8 âncoras (Marisa, Lojas Americanas, Ri Happy, Casas Bahia, Magic Games, Riachuelo, Polo Wear, Renner) e dezenas de marcas locais, nacionais e inter- nacionais. As obras serão retomadas assim que a comercialização atingir 80%”. “Meu Deus! Ainda falaram para não correr deste bicho!” (Comentário de uma cascavelense na rede social após ver o vídeo da onça enjaulada) Tanajura no banco da praça: palhaço bem resolvido Jairo Eduardo

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Ele é o nosso Tiririca?“Pelo sim, pelo não, vote no anão”, diz o palhaço Tanajura

Em princípio, ele não aprovou o apelido Tanajura. A palavra vem do dialeto Tupi, e signifi ca uma das 200 espécies de formiga saúva, aquelas da “bunda” grande. “No início não gostei, mas quando a gente não gosta é que o apelido pega”, conforma-se o anão.

Quais as semelhanças entre Tanajura e Ti-ririca? O anão cascavelense que pensa grande pode galvanizar a insatisfação popular, e receber os votos de protesto contra tudo que está aí? Ele não se ofende em ser comparado ao deputado mais votado do Brasil.

“Trabalhei como palhaço uma vida toda. Sustentei meus fi lhos, minha família, pin-tando a cara e fazendo rir. Sou palhaço de profissão, mas diferente da maioria dos deputados, não farei o eleitor de palhaço”, disse um afi ado Tanajura.

Um dos compromissos dele é nomear um “gabinete anão”, pequeno, mais enxuto, reduzindo gastos com assessoria e verbas parlamentares. É um bom começo.

Em tempo: Já que o Tanajura não se importa com as piadas, vale dizer que a pré--campanha dele foi transferida para a região de Guarapuava enquanto a fera andava solta por aqui. O palhaço não tem vocação para petisco de onça.

No governo Dilma, em 2014, a diploma-cia do Brasil fez acenos para a Palestina. E gerou uma reação irada de Israel. “É uma demonstração lamentável de como o Brasil, um gigante econômico e cultural, continua a ser um anão diplomático”, disse o porta-voz do ministério das Relações Exteriores judeu.

A palavra “anão”, portanto, entrou no con-texto para diminuir um gesto, uma ação. Em um país de anões políticos, que tal conhecer a política do anão? Nilton Alves tem 49 anos, 1,20 m. 55 quilos. Ninguém o conhece pelo nome de batismo. O conhecem por anão Tanajura. Atuou como palhaço em parceria com o Jota Barroso no “Show do Riso” por mais de duas décadas.

Estreou na política em 2008. Com 892 votos para vereador, fi cou na suplência da Câmara. Foi uma boa votação, pois na atual legislatura, tem vereador eleito com 803 votos (Parra, do PMDB).

Agora, o anão está pensando grande. É pré-candidato a deputado federal pelo PSL, dobrando com o deputado Pacheco. Já é possível ver por aí o adesivo com a frase “Amigo do Tanajura”. Para não confi gurar campanha antecipada, ele guardou o mote eleitoral para depois das convenções parti-

Como disse o israelense, com outras palavras e em outro contexto, o Bra-

sil é um grande país de pequenos homens públicos. “Os infi nitamente pequenos têm um orgulho infi nita-mente grande”, reforça Voltaire. E

quem é pequeno vê no maior apenas o que um pequeno é capaz de perce-ber. Chega de pequenezas políticas. Em um cenário de terra arrasada, personagens pitorescos encontram uma avenida para desfi lar. E a abs-

tenção, o nulo, o branco, somente referendam o sistema.

dárias: “Pelo sim, pelo não, vote no anão”.Tanajura não se importa com as zoações

inevitáveis. Ele não se perfila na chatice do “politicamente correto”. “Temos quatro anões em Cascavel. Raramente você vê eles por aí. Muitos se escondem. Minha princi-pal bandeira no Congresso é combater o preconceito de todas as matizes, mas sem implicar com a descontração típica da cul-tura brasileira”, disse.

Tanajura é fi lho de anão. Tem fi lho e neto anões. Não faz discurseira de vítima de pre-conceito. “Se as pessoas dizem que nunca viram velório de anão, é porque o nanismo é raro mesmo”, diz ele, fazendo piada da piada.

Cascavel, sexta-feira, 20 de julho de 2018 - Ano XXII - Nº 2156 - Clipping News Agência de Notícias - (45) 3037-5020 - Editor: Jairo Eduardo

Catuaí começa?Voltaram a circular informações da imi-

nente retomada das obras do Catuaí. O Pi-toco pegou a posição ofi cial do empreendi-mento, que está aqui, na íntegra:

“O Catuaí Shopping Cascavel continua focado na comercialização das operações que trarão à Cascavel e região a melhor ex-periência de compras e lazer. O empreendi-mento de 30 mil metros quadrados já tem comercializados cerca de 2/3 da área bru-ta locável, sendo 8 âncoras (Marisa, Lojas Americanas, Ri Happy, Casas Bahia, Magic Games, Riachuelo, Polo Wear, Renner) e dezenas de marcas locais, nacionais e inter-nacionais. As obras serão retomadas assim que a comercialização atingir 80%”.

“Meu Deus! Ainda falaram para não correr deste bicho!”

(Comentário de uma cascavelense na rede social após ver o vídeo da onça enjaulada)

Tanajura no banco da praça: palhaço bem resolvido

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45 3038-2255nutricard.com.brO seu cartão de benefícios. OOOO seu cartão de benefíífí iicios

O sossego da rua Castro Alves foi interrompido naquela ma-nhã de 5 de julho. A causa era justa. A banda do Exército e o pessoal da Acreb estava ali para celebrar os 99 invernos de um dos últimos remanescentes do maior acontecimento do século passado.

Mario Ferroni, pracinha da Força Expedicionária Brasileira (FEB), serviu aos aliados contra o eixo nazi-fascista na Segunda Guerra Mundial. 99 invernos. O mais árduo deles foi em campo de batalha, ao pé do Monte Cas-telo, na Itália fascista, sob tem-peratura congelante.

O soldado Ferroni recebeu o Pitoco na manhã da última quinta-feira. Incrivelmente lú-cido e saudável, a única evidên-cia de uma vida quase secular está na audição, duramente cas-tigada nos campos de batalha, e agora praticamente ausente no velho guerreiro.

Ferroni era operador da me-

tralhadora .50. Não sabe – ou não quis dizer – quantos ale-mães morreram nas rajadas que disparou. Ele não quer se vangloriar da morte. Antes pelo contrário, responde com uma frase de silenciar o campo de batalha: “ A guerra é uma coisa muito triste, a gente mata sem ódio”.

Nome no jornal

A presente reportagem pode ser a centésima vez que Mario Ferroni aparece em evidência em um jornal. Mas a primeira vez que ele viu seu sobrenome italiano estampado em um pe-riódico é algo para jamais ser esquecido.

Acompanhe este trecho, ex-traído do livro de memórias produzido pelo combatente, com base no diário que ele pro-duziu às escondidas ao pé da montanha naqueles 12 meses em que combateu na Europa:

“Foi na tarde do dia 26 de

GUERREIRO

Soldado Ferroni, 99Testemunha ocular do maior acontecimento do século 20 mora em Cascavel

fevereiro do ano de 1943, na cidade de Caçador (SC). Eu passeava despreo-cupadamente pela rua 15 de Novem-bro, quando em dado momento de-parei com um grupo de amigos lendo um jornal... um deles di-rigiu-se a mim e dis-se: - você também foi convocado. Meu nome também esta-va naquela grande lista entre aqueles inúmeros que tinha sido escolhidos para a defesa da Pátria”.

Assim, Mario Ferroni des-creve em detalhes como sou-be que teria que partir para a Itália. “Fiquei alguns minutos entre melancólico e pensativo, lembrava-me da vida pacífi ca que levava, dos meus 23 anos de idade, das mil ideias e es-peranças que planejava para o futuro, mas eis que naquele

momento via ao longe no ho-rizonte, surgir uma negra nu-vem de incertezas”.

Sobrevivente

E, de fato, as nuvens seriam negras. Do contingente de pracinhas da FEB, colegas de agruras de Ferroni, 451 mor-reram, 1.145 tombaram feridos em combate, 35 foram feitos prisioneiros, dez foram sepul-

Ferroni com um projetil da metralhadora .50 que operou com destreza na 2ª Guerra Mundial: matar sem ódio

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Ferroni (ao centro) com colegas do pelotão na Itália

tados como “soldados desco-nhecidos” (estavam irreconhe-cíveis) e outros 19 jamais foram localizados.

“Passei o inverno inteiro entrincheirado em posição de combate, com temperatu-ras sempre abaixo de zero. Quando a primavera chegou e o tempo melhorou, veio o co-mando para subirmos o morro e enfrentar os alemães que es-tavam lá no alto. Muitos ami-gos do meu pelotão tombaram mortos. A gente se obrigava a matar para não morrer. Subia sem medo, pois o medo aniqui-la. Os alemães recuaram para a divisa com a França e depois se entregaram”, relata o praci-nha.

O soldado Ferroni comba-teu até a rendição alemã, em maio de 1944. Retornou para Santa Catarina sem um único ferimento, um único arranhão sequer. Casou-se com Cacilda Roman (in memorian), com quem teve quatro fi lhos, dois deles cascavelenses, já que pas-sou a morar aqui em 1953, atra-ído pelo ciclo da madeira.

A carreira profi ssional do guerreiro foi toda dedicada à

Industrial Madeireira do Pa-raná. De suas reminiscências de guerra, dos estrondos que lhe custaram a audição, do frio que lhe gelou o corpo e a alma, fi caram aquelas palavras profundas, que não querem si-lenciar: “A guerra é uma coisa muito triste, a gente mata sem ódio...”.

Longa caminhada

Qual o segredo da longevida-de? Como chegou aos 99 anos o homem que encarou a morte todos os dias no maior mata-douro humano da história, a Segunda Guerra Mundial, que custou a vida de mais de 50 mi-lhões de pessoas?

A sobrevivência no campo de batalha certamente associou a destreza do guerreiro com ge-nerosas doses de sorte. Mas a longevidade quase centenária tem outro segredo, muito sim-ples, segundo Mario Ferroni: “Eu sempre caminhei muito. O segredo é caminhar”, ensina.

Quadro com foto do navio que os levou para a Europa

Continência do velho guerreiro Maria Ferroni, em foto de Cezar Pilatti, na revista da AMIC, em novembro de 2015

“A guerra é uma coisa muito triste, a gente

mata sem ódio...” Com militares e Paulo Sergio Alves da Silva, da Acreb

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Uma perguntaPitoco - Mosquitos escu-

tam?

Dra. Clair - Estudos apon-tam que existe capacidade de audição no mosquitos. Inclu-sive, em um momento român-tico, eles ajustam as batidas das asas até que tenha 1.200 vibrações por segundo, crian-do um som harmônico carac-terístico do acasalamento. Quando a femea está grávida, o batimento das asas precisa ser mais forte porque ela fi ca mais pesada, não atraindo o macho. Resumindo: pensa num zunido!

O número516,1 mil seguidores a

apresentadora Olga Bongio-vanni conquistou em seu perfi l principal no Facebook.

Aquele abraçoPara os assinantes Edson

Vasconcelos, Juliana da Cos-ta Mendes, José Carlos Reis-dorf, Seno Rhoden, Clau-demir Cordeiro, Jefferson M. Bonfi m, Jacy Scanagatta e Leopoldo Nestor Furlan.

Falando gregoO professor Adelar Valdameri dá uma folhada na revista do

Pitoco em Atenas, a capital grega. “Viagem emocionante, minha preocupação é melhorar a qualidade de minhas aulas, viajando e conhecendo os lugares acredito que posso melhorar”, disse o ami-go dos rios, que está na terra de Sócrates com as educadoras Lidi Rufi no, Vilma e Valdete Coqueiro.

AgendaFernando & Sorocaba e Ce-

sar Menotti & Fabiano estão entre as atrações da Expo-Rondon 2018, entre 25 e 29 de julho.

Sábado tem feijoada no Clube Comercial com apre-sentações artísticas do CTG Estância Colorada.

O Catuaí Cascavel abriu negociação com uma rede de supermercados. Tratativas avançadas, mas o contrato ainda não foi assinado.

04 | [email protected]

Eleições 2018Nelson Padovani está cota-

do para a suplência do ex-gover-nador Beto Richa. Embora jo-vem e saudável, em condições de cumprir os oito anos no Senado, caso eleito, Beto pode ter o man-dato importunado pela justiça. Por essa razão é sempre bom sa-ber o nome do suplente.

MídiaSergio Ricardo está de volta

ao rádio. No “Cidade Aberta”, programa matinal da Indepen-dência, ele comanda um projeto de iniciativa popular para redu-zir de 21 para 15 o número de vereadores de Cascavel a partir de janeiro de 2021. “Obteremos uma economia de R$ 6 milhões anuais”, afi rma o radialista.

The endEx-líder do prefeito na Câma-

ra, recém-eleito presidente do Legislativo, Alécio Spindola nega a intenção de construir uma escada rolante da Câmara até o gabinete do Paranhos.

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20 de julho de 2018 | 05

Não haverá onda verde na Avenida Brasil. Mas também não haverá onda vermelha. Não haverá conversão à esquerda na Avenida Brasil, mas os ciclis-tas estarão mais protegidos e o transporte coletivo vai fl uir.

Esta frase poderia resumir o projeto de mobilidade apresen-tado pelo engenheiro de trânsi-to Alexandre Zumwinkl, da Dataprom, empresa contratada para sincronizar 91 cruzamen-tos semafóricos do eixo Tancre-do/Brasil/Barão do Rio Branco.

Se misturar as cores verde e vermelha, teremos o marrom. Então teremos a onda marrom na Avenida Brasil. E por que ela não pode ser verde? Segundo o engenheiro, o caráter binário da avenida não permite, diferente das paralelas Rio Grande e Pa-raná.

Então o jeito foi agrupar de quatro a seis semáforos verdes, para aí surgir um vermelho. O Pitoco testou o sistema, on-

tem, utilizando uma motoci-cleta pilotada a 50 km/h, em média. Foi tudo verde da rua Uruguai até a Pio XII, cinco cru-zamentos.

Depois, da Salgado Filho até a Vicente Machado, encontramos todos os sinais abertos (14 no total). Na volta para o centro, grupos de quatro e seis verdes. Não é o melhor dos mundos, mas o sistema anterior era mais travado.

A Cettrans vinha trabalhando com um plano semafórico por cruzamento. Agora são dez, per-mitindo um total de 910 planos coordenados por 23 redes de sincronismo. Como se percebe, não foi moleza produzir o proje-to de mobilidade.

Segundo a Dataprom, a mu-dança reduziu o tempo de des-locamento na Brasil entre 23 e 27%. O número de paradas caiu de 15 para seis no sentido Leste/Oeste e de 12 para cinco no sen-tido inverso.

TRÂNSITO

Onda marrom Paranhos aceita argumento e promove infl exão à direita

Direita, volver Paranhos até tentou fi car

bem com todo mundo, com a esquerda e com a direita. Mas precisou optar pela via destra.

Ele foi convencido tecni-camente que permitir a con-versão à esquerda na Ave-nida Brasil afeta a dinâmica do transporte prioritário (o coletivo), e coloca em risco os milhares de bikeiros que utili-zam a ciclovia.

Então, assim que os ônibus vierem para a Brasil – em meados de novembro, estima--se – a fi scalização será mais rígida e os condutores terão que contornar a quadra pelas paralelas para mudar de lado na avenida. “Trata-se de um plano modelo para o Brasil, que harmoniza transporte coletivo, pedestre, bike e fl uxo de veículos”, disse Zumwinkl. A conferir...

Sinal vermelho e a placa proibindo a conversão a esquerda: ciclistas e pedestres agradecem