Eleições 2014 - 27 de agosto de 2014

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Especial MANAUS, QUARTA-FEIRA, 27 DE AGOSTO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019 Eleições 2014 Eleições 2014 Especial PRIMEIRO DEBATE O s candidatos à Presi- dência da República mais bem colocados nas pesquisas eleito- rais, Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) partiram para o enfrentamen- to direto no segundo bloco do debate entre os presidenciáveis que aconteceu na noite de ontem (26), na TV Bandeirantes. O candidato tucano direcio- nou sua pergunta à pessebista, que pela primeira vez aparece à frente de sua candidatura em uma pesquisa eleitoral. Aécio perguntou qual seria a “nova política” pregada por Marina, e se não lhe faltava coerência, na medida em que a candida- ta critica os partidos “tradicio- nais”, mas seu partido forma alianças com essas siglas em diversos Estados. Marina Silva respondeu que “combater a velha política é sobretudo combater as velhas alianças. Essa polaridade entre PT e PSDB já deu o que tinha que dar no Brasil”. A pessebista disse também que mantém sua coerência, na medida em que não vai utilizar os palanques estadu- ais das alianças de seu partido com PSDB ou PT. Pactos pós-protestos Ao fazer a sua pergunta, a candidata do PSB indagou Dilma Rousseff sobre como a presiden- te explica o fato de ter proposto cinco grandes pactos de mudan- ça para o país após os protestos de junho de 2013, e não ter cumprido nenhum. A petista, então, respondeu dizendo que está, sim, implan- tando as mudanças prometidas. Nas áreas de educação e saúde, está atrelando os ganhos do royalties do petróleo do Pré-Sal aos recursos dessas pastas, além de ter implantado o programa Mais Médicos. Além disso, disse a presiden- te-candidata, seu governo teria controlado a inflação e mantido a estabilida- de da eco- nomia. “E tentamos implantar a reforma política, en- viamos um projeto ao Congresso, mas não passou”. Em sua réplica, Marina Sil- va afirmou que é necessário reconhecer a existência dos problemas. “Quando nem se reconhece que os problemas existem, não resta esperança para a população de que serão resolvidos. Este Brasil quase cinematográfico não existe na vida das pessoas”. Dilma cobra PSDB Já a presidente Dilma Rous- seff direcionou sua pergunta a Aécio Neves, com uma pi- tada de ironia. “O Brasil tem hoje as menores taxas de desemprego, mesmo com a crise internacional. Quando Fernando Henrique Cardoso era presidente, o desempre- go era mais que o dobro do atual. O senhor falou que tomaria medidas impopu- lares. Além de acabar com a política de valorização do salário mínimo e reduzir os empregos, quais outras medidas serão tomadas?”. O tucano respondeu no mesmo tom, se dizendo lisonjeado ao perceber que a presidente “me olha e enxerga o presidente Fer- nando Henrique”, mas que “quem olha para trás não tem nada para apresentar para o futuro”. Segundo o candidato tucano, seu governo estará prepara- do para fazer o país voltar a crescer e criar empregos de qualidade. “Mais de 1,2 milhões de empregos foram embora du- rante seu governo, a indústria foi sucateada”. Aécio Neves Dilma Rousseff Marina Silva Eduardo Jorge Luciana Genro Pastor Everaldo THIAGO BERNARDES/FRAME Candidatos partem para o enfrentamento Candidatos à Presidência da República se enfrentaram em primeiro debate promo- vido pela TV Bandeirantes. Dilma, Aécio e Marina fo- ram os principais alvos dos questionamentos ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 26/8/2014 23:21:06

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Eleições 2014 - Caderno especial do jornal Amazonas EM TEMPO

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MANAUS, QUARTA-FEIRA, 27 DE AGOSTO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

Eleições 2014Eleições 2014Espe

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PRIMEIRO DEBATE

Os candidatos à Presi-dência da República mais bem colocados nas pesquisas eleito-

rais, Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) partiram para o enfrentamen-to direto no segundo bloco do debate entre os presidenciáveis que aconteceu na noite de ontem (26), na TV Bandeirantes.

O candidato tucano direcio-nou sua pergunta à pessebista, que pela primeira vez aparece à frente de sua candidatura em uma pesquisa eleitoral. Aécio perguntou qual seria a “nova política” pregada por Marina, e se não lhe faltava coerência, na medida em que a candida-ta critica os partidos “tradicio-nais”, mas seu partido forma alianças com essas siglas em diversos Estados.

Marina Silva respondeu que “combater a velha política é sobretudo combater as velhas alianças. Essa polaridade entre PT e PSDB já deu o que tinha que dar no Brasil”. A pessebista disse também que mantém sua coerência, na medida em que não vai utilizar os palanques estadu-ais das alianças de seu partido com PSDB ou PT.

Pactos pós-protestos Ao fazer a sua pergunta, a

candidata do PSB indagou Dilma Rousseff sobre como a presiden-te explica o fato de ter proposto cinco grandes pactos de mudan-ça para o país após os protestos de junho de 2013, e não ter cumprido nenhum.

A petista, então, respondeu dizendo que está, sim, implan-tando as mudanças prometidas. Nas áreas de educação e saúde, está atrelando os ganhos do royalties do petróleo do Pré-Sal aos recursos dessas pastas, além de ter implantado o programa Mais Médicos.

Além disso, disse a presiden-te-candidata, seu governo teria

controlado a infl ação e mantido a estabilida-de da eco-nomia. “E tentamos implantar a reforma política, en-viamos um projeto ao Congresso, mas não passou”.

Em sua réplica, Marina Sil-va afi rmou que é necessário reconhecer a existência dos problemas. “Quando nem se reconhece que os problemas existem, não resta esperança para a população de que serão resolvidos. Este Brasil quase cinematográfi co não existe na vida das pessoas”.

Dilma cobra PSDBJá a presidente Dilma Rous-

seff direcionou sua pergunta a Aécio Neves, com uma pi-tada de ironia. “O Brasil tem hoje as menores taxas de desemprego, mesmo com a crise internacional. Quando Fernando Henrique Cardoso era presidente, o desempre-go era mais que o dobro do atual. O senhor falou que tomaria medidas impopu-lares. Além de acabar com a política de valorização do salário mínimo e reduzir os empregos, quais outras medidas serão tomadas?”.

O tucano respondeu no mesmo tom, se dizendo lisonjeado ao perceber que a presidente “me olha e enxerga o presidente Fer-nando Henrique”, mas que “quem olha para trás não tem nada para apresentar para o futuro”.

Segundo o candidato tucano, seu governo estará prepara-do para fazer o país voltar a crescer e criar empregos de qualidade. “Mais de 1,2 milhões de empregos foram embora du-rante seu governo, a indústria foi sucateada”.

Aécio Neves

Dilma Rousseff

Marina Silva

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Candidatos partem para o enfrentamento

Candidatos à Presidência da República se enfrentaram

em primeiro debate promo-vido pela TV Bandeirantes.

Dilma, Aécio e Marina fo-ram os principais alvos dos

questionamentos

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2 MANAUS, QUARTA-FEIRA, 27 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Braga apresenta programa de governo aos lojistas

Encerrando o ciclo de reuniões realizado pela Câmara dos Dirigen-tes Lojistas de Manaus (CDLM), o senador e candi-dato ao governo do Esta-do, Eduardo Braga (PMDB), apresentou na tarde de on-tem as propostas trabalha-das durante sua campa-nha. Ao lado de sua vice, a deputada federal Rebecca Garcia (PP), e do deputado federal Francisco Praciano (PT), ele defendeu a neces-sidade de desburocratiza-ção no sistema econômico amazonense.

“Quero desburocratizar, levando a zero a nossa burocracia. Se Deus e o povo do Amazonas quise-rem, na segunda quinzena de janeiro vamos começar um plano de ação ime-diata contra a burocracia”, disse. “Não conseguiremos ser competitivos na atual conjuntura se não zerarmos a burocracia”, falou.

De acordo com Braga, caso seja eleito, uma co-missão mista será forma-da para acompanhar as necessidades do setor no Amazonas. “Na segunda quinzena de janeiro, esta-

remos trabalhando para formar esse grupo e co-meçar a dar um choque

de gestão no que se refere às difi culdades do comércio amazonense”, ressaltou.

Entre as críticas aponta-das ao atual governo, Edu-ardo Braga lembrou da re-dução de tributos da cesta básica apresentada como

uma medida que benefi cia o comércio. “É preciso en-tender que o tributo tem função social. Não adianta arrecadar umas moedas a mais de tributos e sacrifi -car o povo que mais pre-cisa. Queremos desonerar a cesta básica, incluindo o óleo diesel para o pesca-dor”, afi rmou.

CDLM

Eduardo Braga apresentou, durante um almoço com membros da Câmara de Dirigentes e Lojistas, suas propostas de governo

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JOELMA MUNIZEquipe EM TEMPO

Coligação de José Melo faz caminhada na cidadeAo lado do candidato a vice-governador, Henrique Oliveira, e do candidato ao Senado, Omar Aziz, grupo visitou três bairros

A agenda política da co-ligação do governador José Melo (Pros), can-didato à reeleição, foi

intensa nesta terça-feira, dia 26. Melo e o candidato a vice-governador Henrique Oliveira (SD) e o ex-governador e can-didato ao Senado Omar Aziz (PSD) tiveram mobilizações em três bairros da capital, com caminhadas, panfl etagens e bandeiradas.

No fi nal da tarde, José Melo e Omar Aziz fi zeram caminhada no bairro Parque das Nações. A concentração foi na avenida Argentina com a Venezuela, onde os candidatos conversa-ram com os moradores sobre necessidades da região nas áreas de saúde e educação. A dona de casa Jaqueline da Silva, 26 anos, reuniu os vizinhos para falar com Melo.

“Conheci o José Melo jun-to com o governador Omar. Eles estão fazendo um bom trabalho com as escolas de tempo integral e, por isso, nós pedimos uma para o nosso bairro”, disse.

A recepção calorosa dos po-pulares por onde a “Caravana do 90” tem passado estimula cada vez mais o candidato à reeleição, José Melo. “O carinho das pessoas e a alegria com que eu estou sendo recebido nos bairros que visito renova minhas energias e me moti-va cada vez mais a continuar lutando por esse povo”, de-clarou Melo, reforçando que as caminhadas da coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente continuarão diariamente.

O candidato ao Senado, Omar Aziz, também declarou

entusiasmo a cada po-pular que ele ouve nas ruas. “Ouvir a população nos permite saber e de-senhar os projetos que vou desenvolver no Senado, se eleito”, falou.

A comitiva de Melo e Omar seguiu acompanhada de pos-tulantes ao parlamento fe-deral e estadual, percorren-do diversas ruas do bairro. Candidato a vice-governador, o deputado federal Henrique Oliveira fez caminhadas nos bairros Monte Sinai e Mutirão, seguindo a estratégia de atuar

em várias frentes para ampliar o alcance da campanha.

No início da tarde, José Melo, ao lado da presiden-te municipal do PSD, Nejmi Aziz, fez a campanha corpo a corpo com a população na feira itinerante do bairro da Aparecida, na rua Ale-xandre Amorim. O candidato visitou as 250 barracas e foi recebido com entusiasmopelos permissionários.

Durante caminhada, o candidato ao governo recebeu o carinho da população e ouviu as demandas e reivindicações dos moradores

DIV

ULG

AÇÃO

Feirante há três decadas, Paulo Roberto, 49, foi um dos comerciantes que cum-primentou o governador. Para ele, a habitação e a segurança foram as áreas de maior avanço na gestão

Omar Aziz / José Melo.“Teve reforma de hospi-

tais, o novo pronto-socorro da Zona Norte, o Ronda no Bairro e as casas popula-res. Isso é muito importante porque muitas famílias não

tinham onde morar e agora têm”, disse.

Para a presidente muni-cipal do PSD, Nejmi Aziz, a visita à feira já faz parte da rotina dela de cidadã que vive em Manaus. “A feira da

Aparecida é um dos locais que sempre gostei de visi-tar. Vir aqui para apresentar as propostas de governo do Omar e do Melo é tarefa fácil com todas essas guloseimas, feirantes e família”, disse.

Corpo a corpo na feira do bairro Aparecida

DEMANDASDurante caminhada no bairro Parque das Nações, o candidato a governo José Melo, acompanhado do seu candidato a vice-go-vernador, Henrique Oliveira, ouviu deman-da da população

A reativação das cam-panhas de liquidação nas entressafras do comércio, a exemplo do “Liquida Ma-naus”, que não foi realizado este ano, também está nos planos de Eduardo Braga

para beneficiar o setor, bem como aderir ao Sim-ples Nacional, um regime tributário diferenciado e simplificado. A implanta-ção de uma linha de crédi-to e financiamento para o

comércio por intermédio da Agência de Fomento do Es-tado do Amazonas (AEAM) também foi uma medida anunciada pelo candidato.

Eduardo Braga falou, ainda, em melhorar a lo-

gística e reduzir os custos para beneficiar o comércio no interior. “É possível fa-zer muito mais pelo nosso Estado. O Amazonas está pronto para um novo de-safio”, concluiu.

Criação de regime tributário diferenciado

Quero desburocrati-zar, levando a zero a nossa burocracia.

Se Deus e o povo do Amazonas permitir,

vamos fazer um pla-no de ação imediata

Eduardo Braga, candidato ao governo

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3MANAUS, DOMINGO, 24 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Nossa can-didatura tem recebido um favoritismo nas pesquisas e temos visto isso com muita humil-dade. Porque o povo vê a necessidade de termos uma ges-tão de uma forma mais efi ciente”

Não dá para gastar milhões e milhões com aluguel de carro com uma Delta, nacional-mente en-volvida em escândalos, e enquanto isso o nosso policial não é bem trei-nado”

Senador da República, governador do Amazo-nas por dois mandatos, prefeito de Manaus por

quatro anos. Eduardo Braga (PMDB) volta ao palanque em busca da terceira eleição ao cargo de chefe do Executivo estadual, com críticas severas aos seus sucessores. Braga se diz confi ante no apoio popular para mais uma conquista. Em um bate-papo com a reporta-gem do EM TEMPO, ele falou de suas propostas e de como pretende governar o Estado caso saia vitorioso das urnas no dia 5 de outubro. Leia e fi que por dentro das propostas do candidato do PMDB.

EM TEMPO - Mesmo carre-gando um mandato de sena-dor da República e fi gurando como líder do governo fede-ral no Congresso, o senhor pleiteia o cargo de governa-dor do Estado do Amazonas. Quais os motivos que lhe levam a desejar o comando do Executivo estadual pela terceira vez?Eduardo Braga - Primeiro, quero governar o Amazonas novamente pela experiência. Meus dois mandatos de gover-nador, um mandato de prefeito e agora de senador da República me fi zeram conhecer como fun-ciona Brasília de uma maneira muito mais próxima do que eu tinha experimentado até então. Creio que no Amazonas estamos precisando de uma gestão que faça com que as coisas possam andar mais rápido. Não é que o Estado esteja parado, o Estado está andando, mas de maneira muito devagar.

EM TEMPO - Como o senhor descreve essa estagnação?Eduardo Braga - A ponte sobre o Rio Negro, que é uma obra de grande envergadura, nós conse-guimos executar, entre projeto, licitação e fi nanciamento, em 5 anos. No entanto, a duplicação da AM-070, que é a duplicação de Manaus/Manacapuru, mesmo tendo dinheiro desde 2010, mes-mo tendo projeto, está andando muito devagar. A cidade universi-tária, que foi lançada com tanta pirotecnia, não tem nenhuma obra de universidade ali. O que existe até agora é apenas o arru-amento e uma estrada de acesso. Portanto, as obras vão muito devagar. A avenida das Torres, ou das Flores, que por sinal não tem fl or nenhuma, era para estar pronta há um ano. Enquanto isso, a cidade está sem mobilidade urbana, com um transporte ur-bano lento e o povo sofrendo. A lentidão também abrange as questões ligadas à saúde. Nós tínhamos praticamente acabado com as fi las e agora isso tudo

voltou. As pessoas estão indo de madrugada para as policlínicas. Quando eu construí os Serviços de Pronto Atendimento (SPAs), acabaram as fi las. Nós criamos uma central de regulação, fazía-mos a hora marcada e as pesso-as tinham um tratamento mais humanizado, criei os Amigos da Saúde. Os coloquei dentro das unidades e isso tudo acabou.

EM TEMPO - Em seu plano de governo, o senhor des-taca bastante os projetos voltados para a segurança pública, que é considerada serviço essencial. Algumas declarações repercutiram de forma negativa dentro dos quartéis, onde em boa parte estão os policiais ligados ao programa Ronda no Bairro, instituído pelo seu sucessor Omar Aziz. Como o senhor enxerga o atual momento da segurança pública do Amazo-nas? Nesse contexto, o Ronda no Bairro tem espaço na sua administração, caso eleito?Eduardo Braga - Nós tivemos a maior fuga de todos os tempos dos nossos presídios, 170 presos fugiram de uma vez. O que para mim é uma vergonha. O Ronda no Bairro é um bom projeto, e agora estamos tomando conhe-cimento de estupros dentro das viaturas, de violência policial, isso tudo é gestão. Eu nunca acabo com o que é uma boa ideia, procuro fazê-la funcionar bem. Eu quando sucedi o Amazonino, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) era uma boa ideia e não estava consolidada e eu consolidei a universidade. Chego ao governo do Estado, se for da vontade de Deus e do povo, com o compromisso de fazer segurança pública.

Mas, para mim, fazer seguran-ça não é acabar com o Ronda. Ao contrário, quero fazê-lo fun-cionar bem. Quero que a popu-lação possa se identifi car com uma polícia que é cidadã, que respeita o povo e que, ao mesmo tempo, combata o crime sem se transformar em criminosa. As cenas que temos visto re-voltam qualquer um. Ao mesmo tempo, existem várias denuncias relativas à conivência com o tráfi co. O que quero é acabar com isso. Queremos premiar o bom policial e tirar de circulação o mal profi ssional, não quero comandantes envolvidos com o crime dentro da polícia. Não dá para gastar milhões e milhões com aluguel de carro com uma Delta, nacionalmente envolvida em escândalos, e enquanto isso o nosso policial não é bem treinado, não é reconhecido. Então, que-ro dar melhores condições para esses policiais. O contrato com a Delta termina em dezembro, e se eu chegar ao governo rea-lizarei uma nova licitação. Uma licitação que não seja nem tanto e nem tão pouco.

EM TEMPO - Seu concor-rente mais forte é o atual governador José Melo, que tem nas mãos a máquina pública. Como o senhor se vê nesta disputa? Eduardo Braga - Nossa candidatura tem recebido um favoritismo nas pesquisas e temos visto isso com muita humildade. Porque o povo vê a necessidade de termos uma gestão de uma forma mais efi -ciente, isso me deixa bastante confi ante na vitória.

EM TEMPO - O senhor, durante seus mandatos, realizou ações conjuntas com a prefeitura munici-pal. Caso seja eleito em outubro, ações como es-sas devem ter destaque durante os quatro anos de mandato? Sua relação com o prefeito Arthur Neto permite cooperação?Eduardo Braga - Já fui pre-feito e quando prefeito fui o primeiro a fazer a famosa aliança, que no fi m se chamou ação conjunta. Na época, Ama-zonino Mendes governador e eu prefeito, isso fi cou marcado na cabeça das pessoas, porque foi a primeira grande parceria entre Estado e prefeitura.

Quando fui governador, ofe-reci a parceria a prefeitos de diversas matizes políticas. Ofe-reci ao Alfredo Nascimento, Luiz Alberto Carijó, Serafi m Corrêa e ao próprio Amazonino. Em algu-mas vezes conseguimos fazer parcerias, está aí o programa Águas para Manaus (Proama). O Serafi m entendeu que era importante liberar o Estado para que nós pudéssemos fazer o Pro-ama. Eu fi z o projeto, depois não queriam botá-lo para funcionar sabe lá Deus por que.

Alguns diziam até que a so-lução não era o Proama. Agora está aí, ele entrou em funciona-mento, passou seis meses estava resolvendo o problema da água. Houve um acidente e todo mundo reconheceu que ele faz falta. Por-tanto, eu vou procurar o prefeito, vou ter um diálogo institucional com ele, vou propor parceria para que possamos atuar. Quero conversar com o Arthur em alto nível, tive meus problemas com ele há um tempo, mas tenho conversado com ele depois disso. Ele também teve seus problemas comigo, mas também fi cou para trás. Eu tenho respeito pela his-tória política dele e tenho certeza que ele pela minha.

EM TEMPO - No seu plano de governo, o senhor voltou a defender o projeto do mo-notrilho, visando à melhoria da mobilidade urbana de Manaus. A tentativa fra-cassada do seu governo de construir o monotrilho, vez ou outra é lembrada por

seus opositores, como o se-nhor defende essa ideia?Eduardo Braga - Defendo o monotrilho porque na época que fomos fazer o projeto para a Copa do Mundo, contratamos as duas maiores empresas de consultoria do mundo, que nos apresentaram vários modais. Mas, os moldais estavam en-torno de uma espinha dorsal central, que era o anel viário do monotrilho recebendo contribui-ções de diversos modais, até do BRT, para que nós pudéssemos aliviar o engarrafamento. Me-lhorar a qualidade do transporte urbano, sem que nós tivéssemos problemas de desapropriação, que é muito cara em Manaus, especialmente nos corredores viários e ao mesmo tempo sem atrapalhar o trânsito que já é caótico. A grande vantagem do monotrilho é que você trabalha com vigas e pilares pré-molda-dos. Feita a fundação que se faz no canteiro central, o resto é trabalho aéreo que pode ser feito durante a noite. Nós co-meçaríamos o nosso monotrilho junto com o de São Paulo, o deles está quase pronto e o nosso nem começou. Não falta dinheiro, porque ele está ai. Falta vontade política.

EM TEMPO - Alguns polí-ticos amazonenses recla-mam de demora na libe-ração de verbas federais para o Amazonas. O senhor concorda com esse tipo de descontentamento?Eduardo Braga - Em época de política tem conversa para tudo e tudo aparece. A verda-de dos fatos é que o governo da presidente colocou muitos recursos no Amazonas, antes do governo da presidente não tinha creche no país. Para Ma-naus, a Dilma deu dinheiro para a construção de 55 unidades e o dinheiro está aí. Escolas de tempo integral, eu fui gover-nador, construí escolas desse modelo pela primeira vez.

A Dilma deu dinheiro para o Estado construir escolas de tem-po integral e isso nunca tinha acontecido. Mas, isso é um tipo de coisa que não se fala para o povo. O hospital do sangue, há três anos o dinheiro está depo-sitado na conta da Secretaria Estadual de Saúde (Susam), o hospital de Manacapuru, há dois anos o dinheiro está depositado na conta do governo e a obra não começa. O hospital da Polícia Militar, há um ano o dinheiro está depositado na conta do governo e nada de acontecer obra.O anel viário que liga o Distri-to Industrial ao aeroporto, dois anos o dinheiro à disposição do Estado. A avenida das Torres, a segunda e terceira etapa é 100% fi nanciada com dinheiro do governo federal, ou da Caixa Econômica, ou a Fundo Perdido do Orçamento Geral da União.

Eduardo BRAGA

Um GOVERNO de EXPERIÊNCIA

...quero governar o Amazonas novamente pela experiência. Meus dois mandatos de go-vernador, um mandato de prefeito e agora de senador da República me fi zeram conhecer como funciona Brasília de uma maneira muito mais próxima do que eu tinha experimentado até então...”

JOELMA MUNIZEquipe EM TEMPO

IONE MORENO

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4 MANAUS, QUARTA-FEIRA, 27 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Marina perde em Minas, mas supera Aécio em BH

A pesquisa do Ibope con-fi rmou levantamentos pre-liminares noticiados nesta coluna, mostrando virada espetacular na campanha presidencial de outubro. Marina (PSB) acumula 20 pontos percentuais a mais que os 9 pontos atribuí-dos a Eduardo Campos, na pesquisa anterior, e vence Aécio (PSDB) e até Dilma (PT) em estados como São Paulo, Rio DF e Paraná. Per-de em Minas, mas aparece à frente na capital, BH.

Tá feia a coisaPSDB e PT atribuem os

números de Marina no Ibo-pe à comoção pela morte de Eduardo Campos. Mas sabem que não é só isso.

Números de sempreMarina ainda não era

vice de Eduardo, há um ano, e as pesquisas regis-travam desempenho dela sempre situado entre 25 e 30 pontos.

Pastor 1%Com Marina, Dilma e

Aécio perderam 4 pontos percentuais cada, indica o Ibope. Pastor Everaldo (PSC) perdeu mais: dois terços dos seus 3%.

Prazo fatalO Ibope abalou o PSDB.

Tucanos dizem que Aécio fi xou prazo de 20 dias para voltar ao 2º lugar. Ou seu projeto estará a caminho do brejo.

Dilma demite por cor-rupção 13% mais que Lula

O governo Dilma Rousse-ff demitiu até agora exatos 1.896 funcionários públi-cos, a maioria “bagrinhos” enrolados em maracutaias. O levantamento vai de ja-neiro de 2011, quando co-meçou seu governo, a julho deste ano. Isso representa 13% mais que todo o pri-

meiro governo Lula, quando ocorreu o escândalo de su-borno a parlamentares co-nhecido por mensalão. Só em 2014 foram demitidos 329 servidores.

São corruptosDesde 2003, “atos re-

lacionados à corrupção” correspondem a 67% das fundamentações para a de-missão na esfera da admi-nistração pública.

A rodoNo governo Dilma 1.290

funcionários foram demiti-dos, cassados ou destituí-dos por “ato relacionado à corrupção”.

Na origemOs ministérios da Pre-

vidência Social e da Jus-tiça se destacam: desde 2003, quase 6% dos demi-tidos são oriundos dessaspastas.

Os critérios de JanotO procurador-geral Ro-

drigo Janot poderia expli-car por que foi favorável à prisão domiciliar de José Genoino, apesar de dois laudos da UnB afi rmarem que poderia cumprir pena na Papuda, e contrário a Ro-berto Jeff erson, cujo câncer retirou-lhe 75% do estôma-go e 50% do intestino.

‘Eu não disse?’Lula disparou gritos de

pânico ao telefone, ontem, para os marqueteiros do PT, especialmente João Santana e o ex-jornalista Franklin Martins. Ele sem-pre advertiu que Marina era a adversária a temer, e não Aécio.

Mal me quer, bem...O Ibope detectou algo

constrangedor para a pre-sidenta Dilma: sua rejeição de 36% (percentual de elei-tores que dizem não votar nela de jeito nenhum) é maior que os 34% de in-tenção de votos.

Marina, o alvoAlém do PSDB, que vai

criticar a inexperiência de Marina Silva em gestão pública, o PT avalia como falar mal da candidata do PSB no horário eleitoral e nas redes sociais.

Gaúchos na CabeçaDos cinco parlamentares

presentes nas 21 edições da revista “Cabeças do Con-gresso”, os gaúchos Paulo Paim e Pedro Simon podem ser os únicos na 22ª. Os outros são Eduardo Suplicy (PT-SP), que pode não ser reeleito, e José Sarney e Inocêncio Oliveira, que se aposentam.

Do ABC ao STFSão Bernardo (SP), redu-

to político de Lula, volta ao poder com a posse, dia 10, do ministro Ricardo Lewandowski na presi-dência do Supremo Tri-bunal Federal. Apesar de nascido no Rio de Janeiro, o ministro se formou na cidade e fez por ali toda sua carreira jurídica.

PatrimônioNo DF, o candidato do

PSOL ao Senado, Aldema-rio Castro, procurador da Fazenda Nacional, fi cou es-pantado com a evolução patrimonial dos rivais. A dele é bem mais modesta: foi de R$ 580 mil para R$ 736 mil.

PropagandaA lei proíbe governos fe-

deral e estaduais gastando em propaganda, mas no Ceará prefeituras ligadas ao governador Cid Gomes, incluindo Fortaleza, fazem a farra. Cega, a Justiça Elei-toral ainda não percebeu.

Pergunta na repartição Se Dilma explicou que

“tem que dar conta de tudo” na Presidência, de obra, aeroporto, rodovia, Bolsa Família etc, para que 39 ministérios?

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Coragem e coerência

www.claudiohumberto.com.br

Nossa pesquisa não mostra isso”

RUI FALCÃO, PRESIDENTE DO PT, preferindo negar a disparada de Marina no Ibope

O coronel Adauto Rocha (UDN) disputava a eleição contra outro coronel, João Lúcio (PSD), em Guaia-ninha (RN). A disputa era acirrada e o deputado Fernando Marinho resolveu ajudar o tio, João Lúcio. No palanque, Marinho não mediu as palavras:

- Esse coronel Rocha é ladrão!Adauto Rocha ouviu o insulto, subiu

no palanque de revólver em punho, aproximou-se do orador e sussurrou, na maior calma:

- Estou gostando do seu discurso. Mas é o contrário. Corrija, senão morre.Reza a lenda voluntarioso deputado não se fez de rogado:- Amigos, Adauto Rocha é um homem bom! Meu tio é que não presta!

Somente no primeiro mês de janeiro, deputado declarou que o Estado já acumulava uma dívida de R$ 983 milhões

Marcelo Ramos discute o desequilíbrio fi scal do AM

Deputado disse que essa situação signifi ca estar no fundo do poço do ponto de vista fi nanceiro

O desequilíbrio das contas públicas do Estado foi o tema do discurso do de-

putado estadual Marcelo Ra-mos (PSB), na manhã desta terça-feira, 26, no plenário da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), quan-do relembrou que o Estado gastou em 2013, R$ 983 mi-lhões a mais do que pagou. “No primeiro dia de janeiro de 2014, sem fazer nada, o Amazonas já tinha uma dívida de R$ 983 milhões acima do que pagou. Ou seja, o governo passou cheque de um dinheiro que não existia”, afi rmou, completando que as informações divulgadas es-tão no site de transparência do governo estadual.

Ramos disse ainda que além de gastar mais do que ar-recada, o Estado gasta mal os recursos governamentais e recordou que em 2013, o governo contraiu empréstimo para pagar despesas de cus-

teio. Ele compara a situação com o dono de uma casa, que para pagar as contas de água ou energia elétrica, por exemplo, pede empréstimos. “Isso signifi ca estar no fundo do poço do ponto de vista do equilíbrio de suas contas. A

cada número que vejo, aumen-ta minha preocupação com as contas do Estado”, frisou.

O socialista enfatizou que em 2016 e 2017, o Amazo-nas estará pagando os juros das dívidas dos emprés-

timos, prin-cipalmente de recursos destinados à ponte Rio Negro, Arena Ama-zônia, Pro-samim e também para pagar as des-pesas de custeio.

O deputado também citou que o governo utilizou recursos do Fundo do Desenvolvimento do Interior Turismo e Infraes-trutura (FTI) e do Fundo da Micro e Pequena Empresa e Assistência Social (FMPS) para outras fi nalidades, contrarian-do o objetivo real para que são destinados. “No Fundo de Desenvolvimento do Turismo, por exemplo, foi direcionado para pagar viagens”, criticou.

Ramos adiantou que vai ao Ministério Público Estadual (MPE) para solicitar que sejam tomadas providências sobre o desvio dos recursos dos fundos para outras fi nalidades.

JUROS O candidato ao gover-no do Estado, Marce-lo Ramos, destacou que em 2016 e 2017, o Amazonas estará pagando os juros das dívidas dos emprés-timos destinados a construção da ponte

ALEA

M

Omar faz visita à fábrica do DI

CAMPANHA

O ex-governador e can-didato ao Senado, Omar Aziz (PSD), junto e candi-dato a reeleição, José Melo (pros), visitou a empresa Moto Honda da Amazônia, no Distrito Industrial, onde almoçou e conversou com os colaboradores e diretores da empresa.

Omar afi rmou que o polo de duas rodas implantado no Modelo Zona Franca de Ma-naus (ZFM), que responde

por mais de 23 mil empregos diretos, será uma de suas bandeiras de atuação no Senado. “Precisamos expor-tar essas motos. O governo precisa ter uma política de exportação específi ca para o setor de duas rodas. E como senador vou buscar esse diálogo para abrir o mercado dos países mais próximos e que possuam boa relação comercial com o Brasil, em especial o Mer-

cosul”, defendeu Omar.Foi no governo de Omar

Aziz que o modelo ZFM rece-beu garantias de que a pre-sidenta Dilma Rousseff pror-rogaria por mais 50 anos. “Foi uma grande conquista do povo amazonense. Sem dúvidas a atuação fi rme de Omar no governo em garan-tir o acordo pela prorroga-ção é mostra sufi ciente de que no Senado ele será uma voz ativa”,disse Melo.

Ao lado de Pauderney Avelino, Omar Aziz conversou com os trabalhadores do Distrito

ASSESSORIA CANDIDATO

TRE realiza reunião com juízesA Justiça Federal realiza

hoje uma reunião de Ju-ízes Eleitorais do Estado do Amazonas. A solenida-de de abertura, que será presidida pela desembar-gadora Socorro Guedes, contará com diversasoutras autoridades,

A reunião tem por finali-

dade apresentar, aos ma-gistrados que conduzirão as eleições deste ano, as medidas adotadas pelo Ga-binete de Gestão Integrada referentes à segurança do pleito, a atuação do Ministé-rio Público Eleitoral, no apoio aos magistrados, sobretudo naquilo que visa coibir os cri-

mes eleitorais, além das pro-vidências já adotadas pela administração no referente à execução do planejamento logístico de distribuição de urnas, pessoal e recursos para a transmissão remota de resultados.

A reunião será realizada das 10h às 17h.

CAMPANHA

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5MANAUS, QUARTA-FEIRA, 27 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Veículos abandonados nas ruas geram debate na CMMVereadora protestou contra o veto ao projeto que previa a retirada de veículos abandonados nas ruas

A Câmara Municipal de Manaus (CMM) decidiu vetar, ontem (26), o projeto de lei

225/2013, de autoria da ve-readora Rosi Matos (PT), que previa a apreensão de veí-culos abandonados nas ruas por mais de 30 dias. O texto já havia sido vetado pelo Executivo municipal.

No veto número 007/2014, o Executivo municipal apon-ta inconstitucionalidade, uma vez que o projeto de lei cria uma norma de compe-tência da União. O Executivo argumenta que, apesar de haver uma lei complementar que poderia autorizar os es-tados a legislar sobre essa questão, ainda não houve edição de uma lei neste sen-tido. Com o veto, o projeto de lei retorna para a Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Câmara Municipal.

A vereadora Rosi, que pro-testou contra o veto dos colegas, disse que há con-tradições nas justificativas do Executivo municipal. Se-gundo ela, a retirada de veí-culos abandonados nas ruas é questão de saúde pública, pois impede o acúmulo de lixo e água parada, evitando a transmissão de doenças. “O veto total do projeto de lei pode representar uma grave omissão da Câmara Muni-

cipal dian-te de uma d e m a n d a que compe-te o direito dos outros c i d a d ã o s , que cum-prem a lei e não abandonam car-ros velhos em via pública”, disse.

Outros Projetos A Comissão de Consti-

tuição, Justiça e Redação (CCJR) da Câmara Municipal de Manaus aprovou, ontem, um projeto de lei que cria a “Frente Parlamentar em Defesa da Mobilidade Ur-bana”, com o objetivo de desenvolver um fórum de discussão sobre mobilida-de urbana, social e huma-na, além de auxiliar o Poder Executivo na implementação de políticas de mobilidade integrada às políticas de de-senvolvimento urbano e de proteção ambiental. Ao todo dez projetos foram analisa-dos, sendo que destes quatro foram enviados para analise da procuradoria, dois foram rejeitados e um retirado de pauta por haver lei similar. Estavam presentes na reu-nião Professora Jacqueline e Professor Samuel (PPS), Mário Frota (PSDB) e Alonso Oliveira (PTC). A vereadora Rosi Matos afi rmou na CMM que veículos abandonados é questão de saúde pública

TIAGO CORREA/CMM

Wilson Lisboa continua com registro negado em tribunal

O deputado estadual Wil-son Lisboa (PCdoB), teve os embargos de declara-ção rejeitados pela corte do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE), o qual manteve a decisão anterior pelo indeferimento do pe-dido de registro de candi-datura de Lisboa. Divergin-do do voto do relator, juiz Affimar Cabo Verde Filho, que votou pelo colhimento dos embargos, o juiz Marco Antonio Pinto da Costa que em conjunto com o juiz Ricardo Augusto de Salles pediu vista do processo, votou pelo indeferimento do registro de candidatura do parlamentar que pre-tende concorrer a reelei-ção ao cargo de deputado estadual.

Em sua justificativa, o juiz Marco Antonio alegou que o candidato não aten-deu a solicitação do órgão para apresentação de cer-tidões de objeto em pé, relativas às anotações das certidões criminais da

Comarca de Manaus, onde há anotações relati-vas a processos criminais envolvendo o embargante. “Diante do exposto, acom-panho parcialmente o voto do relator pelo acolhimento dos embargos de declara-ção, sem os efeitos modi-ficativos, penas para escla-recer que o indeferimento do registro de candidatura do embargante se deu pela não apresentação das cer-tidões de objeto em pé. É como voto”, disse o juiz.

Os demais membros

acompanharam o voto di-vergente e indeferiram o registro de candidatura do deputado estadual.

Embargo a MeloNa mesma sessão, o

pleno também rejeitou os embargos de declaração do candidato José Melo, que tentava reverter a de-cisão do pleno, quanto a redução do valor da multa de R$ 5 mil aplicada por propaganda eleitoral an-

tecipada pelo candidato da coligação Fazendo Mais PorNossa Gente.

Além de negar os embar-gos, o pleno ainda julgou como protelatório (perde o direito de recorrer). Se-gundo o advogado Daniel Nogueira, é considerado recurso protelatório, quan-do não há fundamento, e é somente para atrasaro processo.

“Neste caso, não cabe recurso sobre a multa, cabe recurso para discutir se o recurso é protelatório ou não”, explicou o advogado Daniel Nogueira.

CANDIDATURA

REJEITADOLisboa teve os em-bargos de declaração rejeitados pela corte do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE), o qual manteve a decisão anterior pelo indeferimento do pedi-do de registro

Deputado Wilson Lisboa permanece com embargos do TRE à candidatura para estas eleições

Fiscalização do TRE faz blitz na orla

A Comissão de Propagan-da Eleitoral do TRE fará uma fi scalização no sábado (30) na Orla de Manaus. A equipe contará, além do coorde-nador da Comissão Fued Semem Filho e do juiz Hen-rique Veiga, com a presença da presidente do colegiado, desembargadora Maria do Perpétuo Socorro Guedes.

Segundo informações ob-tidas pela reportagem do EM TEMPO a saída será do porto da Ceasa, às 9 horas e terá duas embarcações, uma para a equipe e uma para a imprensa que quiser e puder fazer o acompanhamento da fi scalização da propaganda.

A equipe de fi scalização da propaganda, segundo in-formou o coordenador Fued Filho, estuda estender as fi scalizações em locais onde acontecem eventos públicos, como festivais de bairros, entre outros.

‘Fuxico’Na tarde da terça-feira (25)

a fi scalização aprrendeu na Zona Leste cinco placas ir-regulares. Na rua Itaúba, no bairro Armando Mendes, três placas de candidatos esta-vam afi xadas em comércio, o que não é permitido pela legislação eleitoral.

Na avenida Brigadeiro Hi-lário Gurjão, conhecida popu-larmente como “Rua do Fuxi-co”, foram encontradas duas placas também afi xadas em comércio. A comissão con-versou com os comerciantes e falou que a legislação não permitia que placas sejam afi xadas em comércios.

SÁBADO

TCE julga 57 processos

O pleno do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) realiza hoje (27), às 10h, a sua 30ª sessão ordinária de 2014. Ao todo, serão julgados 57 processos, entre eles sete prestações de contas e seis recur-sos, além de consultas, representações, audi-torias e contratos.

Os processos apre-ciados incluem contas do ex-presidente da Fundação de Hema-tologia e Hemoterapia do Amazonas (FHemo-am), Nelson Fraiji; do ex-chefe do Gabinete Militar, Otávio Cabral Jr.; do ex-prefeito de Careiro, Joel Lobo; do ex-ordenador de des-pesas do Fundo Es-tadual do Meio Am-biente, José Alves; do ex-ordenador de des-pesas do Programa Nacional de Adminis-tração da Fazenda Mu-nicipal, Alfredo Paes; e da Gestora do Fundo Municipal Antidrogas, Goreth Garcia.

A pauta de amanhã conta com oito re-presentações e três consultas. A 30ª pau-ta ordinária aconte-cerá no plenário do TCE, no 2º andar do prédio anexo.

HOJE

De 15 pedidos de forças federais, já foram julgados pelo TRE, deste apenas dois foram negados para Irandu-ba e para Tefé, este último julgado na sessão de ontem pelo pleno. De acordo com o relator, juiz Marco Antonio Pinto da Costa, o contingen-te de policiais militares é sufi ciente para preservar a segurança e ordem pública ao município de Tefé, que tem pouco mais de 37 mil eleito-res para 29 locais de votação. E apesar de o município de Uarini está sob jurisdição eleitoral de Tefé, o número de policias é sufi ciente para

manter a ordem.“Segundo informações do

comandante do Batalhão lotado no município, para o serviço de polícia ostensiva e preventiva, bastam 90 po-liciais militares e o município estará com um total de 286 no período eleitoral, os quais distribuídos em 29 locais de votação perfazem 6 praças para cada local de votação, que em caso de necessidade poderão ser socorridos pelos 90 policias em ronda rotinei-ro”, justifi cou.

O termo eleitoral de Uarini contará com 19 policiais ex-clusivos, já com reforço con-

forme planilha do comando geral da PM.

Cautela A presidente do TRE, de-

sembargadora Maria do Per-pétuo Socorro, concordou em parte com o juiz, ao analisar que quando há um pedido de forças federais do juiz da comarca, é necessário ter muita cautela para julgar o pedido, mas concordou que o dia da eleição é a festa da democracia sim. Ao fi nal, os membros acompanharam o relator e indeferiram o pe-dido de forças federais ao município de Tefé.

Pedidos de forças federais no AM

ALBERTO CÉSAR ARAUJO

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6 MANAUS, QUARTA-FEIRA, 27 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

‘Vou valorizar o homem da terra’Candidato a deputado es-

tadual pelo PSL, o vereador Noró Kohashi, do municípío de Rio Preto da Eva (a 78 quilômetros de Manaus), quer dar prioridade aos valores do homem da terra, caso consiga uma cadeira na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).

Pela primeira vez na dispu-tado do cargo, Niró destacou que seu interesse em disputar o pleito estadual é porque al-meja fazer mais pelo Estado, e com as limitações de verea-dor não tem possibilidades de colocar seus projetos de para

o Amazonas em prática. A principal bandeira de

proposta do deputado está na questão da valorização da matéria-prima produzia-da no Amazonas. Segundo Niró, a ideia é criar nichos que possibilitem um maior investimento neste segmen-to e fazer com que a venda dessas produções sejam co-mercializadas dentro do pró-prio Estado. “Somos grandes produtores de farinha, carne charque, além de diversos ou-tros produtos alimentícios, e não entendo a necessidade de termos que fazer impor-

tação desse tipo de merca-doria, desvalorizando nossa produção local. Quero criar incentivos para que esse setor primário tenha crescimento de investimentos”, declarou.

Para o candidato, além dos incentivos fi scais é preci-so também se criar uma sobretaxa para os produ-tos de outros Estados, pois isso incentivaria a compra da matéria-prima local. “Se fi zermos incentivos no nosso setor, as mercadorias se-rão melhor produzidas, e, com isso, estarão em ple-nas condições de disputar

espaço no mercado. Quero também instalar uma so-bretaxa para produtos exter-nos, incentivando o empre-sário a adquirir os produtoslocais”, destacou.

Segundo um levantamento feito pelo candidato, o próprio Estado tem estrutura física para adquirir esse material de consumo. “Temos que apro-veitar os produtos produzidos na terra, como farinha de Tefé, alface do Rio Petro da Eva e produção bovina de Mani-coré e Itacoatiara. Isso tudo tem grande consumo aqui no Amazonas”, disse. Candidato a deputado estadual, Niró defende a mudança

RAIM

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DO

VAL

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NIRÓ KOHASHI

CPI da Pedofi lia apresentanovos extratos bancários Suspeita era que crime de pedofi lia em Coari era fi nanciado com dinheiro público. Materiais de três bancos são analisados

O presidente da Co-missão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofi lia, deputado

Abdala Fraxe, apresentou, on-tem, mais dois volumes de extratos bancários da Pre-feitura de Coari, enviados pelo Banco do Brasil. A CPI ainda aguarda os documen-tos da Caixa Econômica edo banco Bradesco.

O deputado informou que, ao começar a análise do material enviado inicialmente pelo Bra-desco, a CPI constatou que a instituição apresentou apenas comprovantes de transações, sem ordem cronológica e sem os extratos, o que inviabiliza

o trabalho da comissão e não garante a transparência das informações enviadas. Segun-do o presidente, a CPI ofi ciou novamente a instituição e soli-citou o reenvio do material, de forma clara e organizada.

“Nós devolvemos o material recebido ao Bradesco e pe-dimos que a instituição nos envie o que realmente foi solicitado pela CPI, sob pena do banco ser o primeiro a ser indicado ao Ministério Público como investigado”, enfatizou o presidente, ao afi rmar que aguarda o reenvio dos docu-mentos da instituição para a próxima semana e da Caixa Econômica até o dia 11 do

próximo mês. Conforme Fraxe, por meio

dos extratos bancários dos últimos três anos, a CPI in-vestiga se o crime de pedofi lia foi fi nanciado com o dinheiro público, no município de Co-ari. “Com esses documentos também vamos ampliar o le-que de investigações, saber se há mais pessoas envolvidas nesse crime e assim poder denunciá-las”, acrescentou.

PCCR da Defensoria Depois de se reunir com re-

presentantes dos defensores públicos estaduais, o presi-dente da Assembleia Legis-lativa do Amazonas (Aleam),

deputado Josué Neto (PSD), conduziu a votação, nesta terça-feira (26), do Projeto de Lei que institui o quadro de servidores auxiliares e o Plano de Cargos Carreiras e Remuneração (PCCR) dos servidores da Defensoria Pú-blica do Estado (DPE-AM). O PL, encaminhado pela pró-pria Defensoria, foi aprovado por unanimidade dos depu-tados presentes.

O subdefensor geral da DPE, Rafael Monteiro Barbo-sa, considerou a aprovação do projeto uma conquista importante para o órgão. Como a Defensoria não ti-nha um quadro próprio de

servidores, que eram regidos pela lei nº 1.762, muitos de-les estavam com defasagem de salários. Atualmente são 250 servidores, entre efe-tivos e comissionados, dos quais 110 defensores públi-cos, que serão contempladoscom a medida.

De acordo com Rafael Bar-bosa, o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos servidores cria uma nova car-reira de servidores dentro da Defensoria Pública com me-lhores condições de trabalho e remuneração substancial por conta do enquadramento a ser feito nos próximos 30 dias. “Tudo isso para melhor

atender o assistido”, disse.

S e g u n -do Barbo-sa, com a aprovação do PL a Defensoria tem condições de programar um concurso para contrata-ção de servidores públicos – antes feito apenas para defensores –, o que deve acontecer em 2015. “De-verão ser oferecidas entre 50 e 100 vagas, entre as-sessor jurídico, engenheiro, pessoal para área de saúde,etc”, mencionou.

Presidente da comissão da CPI da Pedofi lia, Abdala Fraxe, acompanhado dos deputados Conceição Sampaio e Luiz Castro, apresentou o segundo malote de extratos bancários de Coari

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ULG

AÇÃO

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7MANAUS, QUARTA-FEIRA, 27 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Marina avança sobre Aécio e venceria Dilma no 2º turnoCandidata do PSB aparece em segundo lugar na corrida presidencial e vence Dilma em eventual segundo turno, indica Ibope

Pesquisa Ibope divulga-da ontem (26) mostra a ex-senadora Marina Silva (PSB) em segun-

do lugar na corrida presiden-cial, com 29% das intenções de voto. É a primeira pesquisa que o instituto faz depois da morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e da defi nição de Marina como candidata a presidente pelo partido. Também é o primeiro levantamento feito após o iní-cio do horário eleitoral gratuito na TV e no rádio.

A presidente Dilma Rousseff (PT), que busca a reeleição, lidera a disputa, com 34%. O senador Aécio Neves (MG), candidato pelo PSDB, caiu do segundo para o terceiro lugar e tem 19%. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

O resultado reforça a ten-dência verifi cada pela pesqui-

sa Datafolha divulgada em 18 de agosto. No levantamento da semana passada, Marina já aparecia numericamente à frente de Aécio, com 21% con-tra 20%, mas havia empate

técnico entre os dois, levando em consideração a margem de erro. Agora, a ex-sena-dora está com vantagem de dez pontos percentuais sobre Aécio e somente cinco pontos

abaixo de Dilma.

Na pes-quisa Ibo-pe divulga-da ontem, o pastor Evera ldo P e r e i r a , candidato pelo PSC, e Luciana Genro, do Psol, estão com 1%. Somados, os outros candidatos têm 1%. A pro-porção de eleitores dispostos a votar em branco ou anular é de 7%. Os indecisos repre-sentam 8%.

Na última pesquisa Ibope, di-vulgada em 7 de agosto, Dilma aparecia com 38%, Aécio tinha 23% e Eduardo Campos, então candidato do PSB, estava com 9%. O resultado de ontem in-dica que a eleição deve ir para o segundo turno, já que Dilma não tem mais do que a soma dos demais candidatos.

RESULTADOSÉ a primeira pesqui-sa que o instituto faz depois da morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e da defini-ção de Marina como candidata a presiden-te pelo partido

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ULG

AÇÃO

O Ibope testou dois cenários de segundo turno. Em uma eventu-al disputa entre Dilma e Marina, a candidata do PSB aparece à frente, com 45%, contra 36% da petista. Neste cená-rio, são 11% de indeci-sos e 9% de eleitores dispostos a votar em branco ou nulo.

No outro cenário, Dilma lidera com 41% contra 35% de Aécio, 12% de votos nulos ou brancos e 11%de indecisos.

Em 2º turno, Marina abre nove pontos

ELEIÇÕES 2014 - 1º TURNO

ELEIÇÕES 2014 - 2º TURNO

Campanha de Marina Silva dá um salto de 10 pontos sobre Aécio Neves e, em eventual 2º turno, bateria Dilma Rousseff

Jato era para Campos fazer campanhaO PSB divulgou nota ontem

(26) para abordar pela primeira vez ofi cialmente a polêmica do jato usado por Eduardo Campos no dia do acidente ocorrido em 13 de agosto. Segundo o parti-do, os empresários João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e Apolo Santana Vieira, amigos pessoais do ex-governador de Pernambuco, emprestaram a aeronave para uso durante toda a campanha.

O partido diz que iria con-tabilizar e declarar à Justiça Eleitoral o empréstimo após o término da campanha, na prestação de contas fi nal. “Nos termos facultados pela legisla-ção eleitoral, e considerando o pressuposto óbvio de que seu uso teria continuidade até o fi nal da campanha, preten-dia-se proceder à contabiliza-ção ao término da campanha

eleitoral, quando, conhecida a soma das horas voadas, seria emitido o recibo eleitoral, total e fi nal”, diz o texto. A legenda diz ainda que o acidente impôs

“conhecidas alterações tanto na direção partidária quanto na estrutura e comando da campanha”, o que explicaria “as difi culdade enfrentadas no

levantamento” das informa-ções relativas ao jato.

InvestigaçãoA candidata do PSB à Pre-

sidência, Marina Silva, havia prometido explicações do par-tido sobre o assunto para. A ex-senadora ressaltou que, além dos esclarecimentos legais, há a preocupação com “as causas do acidente” que matou seu ex-companheiro de chapa. A nota do PSB, no entanto, não esclarece a identidade dos ver-dadeiros proprietários do avião utilizado por Campos.

A Polícia Federal investiga o uso da aeronave, que não aparecia na primeira presta-ção de contas da campanha de Campos ao TSE. O negócio pode estar em um limbo jurídico, já que o jato havia sido vendido pelo grupo AF Andrade.

JUSTIFICATIVA/PSB

Aeronáutica ainda estuda os motivos que levaram à queda de jato com Eduardo Campos

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AÇÃO

PRESTAÇÃOO partido afi rmou que iria contabilizar e declarar os gastos à Justiça Eleitoral sobre o empréstimo da ae-ronave para o uso do PSB após o término da campanha, na presta-ção de contas fi nal

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8 MANAUS, QUARTA-FEIRA, 27 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

EXPEDIENTEEDIÇÃO Isabella Siqueira de Castro e Costa e Náis Campos

REPORTAGEMMoara Cabral,Joelma Muniz e Raphael Lobato eAssessorias

REVISÃODernando MonteiroJoão Alves

DIAGRAMAÇÃOMário Henrique Silva eLeonardo Cruz

TRATAMENTO DE FOTOSKlinger Santiago

Dilma: uso de fi cha da época da ditadura não é autênticaA própria presidente Dilma Rousseff afi rmou que uso de fi cha criminal apresentada horário eleitoral não é verdadeira

A campanha da presi-dente Dilma Rousseff à reeleição usou em sua propaganda elei-

toral na televisão imagens de uma fi cha criminal que a própria presidente disse no passado que não é autêntica. O documento, reproduzido no programa de estreia e em anúncios, lista ações arma-das das quais Dilma teria participado durante a dita-dura militar (1964-85).

A fi cha aparece ao fi nal do programa da presidente, por poucos segundos, quando a campanha reforçava a luta da petista contra o regime mili-tar que comandou o país.

Nos anos 70, Dilma inte-grou organizações de oposi-ção aos governos militares, entre as quais a VAR-Palma-res, um dos principais grupos da luta armada. A presidente foi presa e torturada.

A campanha confirmou o

uso da imagem, mas dis-se que ela foi usada como recurso “meramente ilus-trativo e metafórico, sem qualquer referência a seu

conteúdo e sem tratá-lo como documento”. A ficha havia sido divulgada pela Folha em 2009. Na ocasião, Dilma disse, com laudos, que o documento continha “ma-nipulações tipográficas” e “fabricação digital”.

A presi-dente não part ic ipou das ações descritas na fi cha. “Nun-ca fi z uma ação arma-da”, disse em entrevista concedida em abril de 2009. Em texto pu-blicado após a divulgação da fi cha, o jornal escreveu ter cometido dois erros durante a publicação da reportagem sobre o documento, que circu-lava em sites na internet.

O primeiro foi afi rmar na Primeira Página que a origem da fi cha era o arquivo do Dops. Na verdade, o jornal recebeu a imagem por e-mail. O segundo foi tratar como autêntica uma fi cha cuja autenticidade, pelas informações disponíveis na época, não poderia ser asse-gurada, nem descartada.

DITADURAA fi cha criminal de Dilma aparece ao fi nal do programa da pre-sidente, por poucos segundos, quando a campanha reforçava a luta da petista contra o regime militar que comandou o país

A candidata à reeleição à Presidência da República Dilma Rousseff (PT) defendeu ontem a realização de uma consulta popular para tratar da refor-ma política, que inclui temas como o fi nanciamento público de campanha e maior morali-dade nos processos eleitorais e de governo. “É oportuno que se faça isso [a reforma política] para ter mais transparência e mais ética nas relações polí-tico-eleitorais e também uma discussão muito clara sobre

a questão do fi nanciamento público de campanha”, disse a candidata, durante entre-vista a jornalistas no Palácio da Alvorada.

Dilma abordou o tema após ter recebido dom Raymundo Damasceno, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no Palácio do Planalto, antes de conceder a entrevista. Os dois conversaram sobre um projeto de lei de iniciativa popular sobre a reforma po-

lítica escrito pela CNBB, a Ordem dos Advogados do Bra-sil e várias outras entidades. “Acredito que o que nós temos que fazer é mobilizar toda a sociedade para que apresente suas propostas e submeter depois isso [as propostas] a uma forma de organizá-las e discutir ou em um processo de plebiscito, mas certamente com consulta popular, por-que senão ninguém terá força para aprovar uma reforma política”, completou.

Consulta sobre a reforma política

Nos anos 70, presidente Dilma Rousseff integrou organizações de oposição aos governos militares

Ficha criminal da presidente Dilma foi utilizada erroneamente em programa eleitoral do PT

FOTOS: REPRODUÇÃO

Bolsa para jovens retomarem estudosO candidato à Presidência da

República Aécio Neves (PSDB) apresentou na tarde de ontem (26) uma proposta para in-centivar jovens entre 18 e 29 anos, que tenham deixado os estudos no ensino fundamental ou médio, a retomar as salas de aula. Segundo números da campanha de Aécio, há no país cerca de 20 milhões de pessoas nesta situação. Pelo projeto, integrado ao programa de go-verno do tucano como “Mutirão de Oportunidades”, os jovens terão à disposição uma bolsa para retomar os estudos. O auxílio terá de seis meses a um ano de duração, com o paga-mento de um salário mínimo por mês.

O candidato afi rma que este projeto, voltado a quem deixou os estudos, é complementar a outro já implantado em Minas Gerais: o Poupança Jovem, que busca manter os jovens na es-cola. Como prêmio aos que per-sistem, o governo mineiro abre uma poupança de R$ 3.000 para

aqueles que concluem o ensino médio, se cumpridos alguns re-quisitos. Em Minas, porém, essa experiência foi levada a apenas 1% dos municípios, conforme mostrou reportagem da “Folha de S.Paulo” nesta segunda.

“O programa não busca uni-versalizar o atendimento a jo-vens em todos os municípios do Estado, ao contrário, nós buscamos atender aos jovens nas regiões de maior vulnera-bilidade social. A meta é que esse programa alcance 10% dos alunos do ensino médio até o ano que vem, no fi nal de 2015”, explicou o candidato.

OportunidadesNo Mutirão de Oportunida-

des, de acordo com Aécio, a origem dos recursos será do Plano Nacional de Educação, que terá de aplicar 10% do PIB em educação até 2014 e 7% até 2019. O propósito é possibilitar a qualifi cação em um sistema similar ao existente para mestrado e doutorado.

“O país remunera com bolsas quem faz mestrado e doutorado porque reconhece a importância disso. Mas no caso de jovens, eles têm muitas vezes de tra-balhar de dia e estudar à noite. Ficam sobrecarregados e não conseguem avançar. Por que não dar uma bolsa para que eles possam se dedicar de verdade a estudar”, assinala o tucano.

Vantagem de MarinaAécio conversou com a im-

prensa ontem, no comitê carioca do Leblon, na Zona Sul do Rio, em sua única atividade externa do dia. Ele está apostando na campanha na cidade nos últimos dias: desde a sexta-feira ele vem realizando atividades na capital fl uminense, intercaladas com viagens. Ontem à tarde, o tucano viajará para São Paulo, para participar de um debate.

Confrontado com os rumores de que Marina Silva (PSB) am-pliou a vantagem sobre ele nas pesquisas de intenção de voto, disse seguir confi ante de que

estará no segundo turno.“É preciso mudar e apontar em

que direção nós queremos esta mudança. Eu tenho absoluta con-vicção de que quanto mais claras fi carem as propostas, mais claro fi cará que a nossa é aquela que poderá levar o Brasil para o resgate de sua credibilidade, impacta nos investimentos, na recuperação dos empregos. As nossas políticas públicas tem a capacidade de buscar a supera-ção e não só a administração da pobreza. Vou dizer com absoluta sinceridade, cada vez acredito mais na nossa vitória”.

Na segunda-feira (25), Aécio havia comparado a candidatura de Marina a uma “onda”. “Hou-ve uma reviravolta no quadro eleitoral, ao menos circunstan-cialmente. Politica e eleições funcionam muitas vezes como o mar, as ondas vêm. No iní-cio do ano, ninguém no campo governista achava que ia ter segundo turno. Depois veio o nosso avanço e depois o episódio Marina”, disse.

AÉCIO

Aécio promete maior incentivo ao retorno dos jovens aos estudos

DIVULGAÇÃO

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