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ELIANA ELIZA FERNANDES

APLICAÇÃO DO MAPA CONCEITUAL NO ENSINO DE BIOLOGIA SOBRE A GENÉTICA

UENP – Cornélio Procópio

2013

ELIANA ELIZA FERNANDES

APLICAÇÃO DO MAPA CONCEITUAL NO ENSINO DE BIOLOGIA SOBRE A GENÉTICA

Artigo científico apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional- PDE/SEED, na Disciplina de Biologia, encaminhado pela Universidade Estadual do Paraná – UENP

Orientadora: Profa. Kathya Assmann Modesto

UENP – Cornélio Procópio 2013

APLICAÇÃO DO MAPA CONCEITUAL NO ENSINO DE BIOLOGIA SOBRE A GENÉTICA

1Autora: Eliana Eliza Fernandes

2Orientadora: Kathya Assmann Modesto

RESUMO

O presente artigo está associado ao estudo da disciplina de Biologia, bem como seu conteúdo estruturante Manipulação Genética e o conteúdo básico Transmissão das Características Hereditárias, Primeira Lei de Mendel, na construção de

Mapas Conceituais. Dessa forma, propondo os conteúdos a serem abordados, pretendeu-se que o trabalho pedagógico fosse permeado por uma concepção metodológica que permitisse a análise sobre as implicações dos avanços biológicos. Não se deve prender o conteúdo em apenas uma forma metodológica, mas inserir o aluno no contexto através de várias metodologias pertinentes ao tema. Entendendo a Ciência da Informação como uma área cujo campo de atuação, entre outras coisas, se preocupa com o processo de produção e uso do conhecimento e também com a avaliação da produção científica, o presente artigo trouxe contribuições para a melhor compreensão da produção científica, bem como para estudos qualitativos de avaliação dos impactos da produção científica. Por outro lado, foi também uma oportunidade para estudar novas possibilidades de uso de mapas conceituais. Palavras-chave: Manipulação Genética. Mapas Conceituais. Ensino de Biologia.

1 Professor do Programa de Desenvolvimento educacional – PDE, Biologia do Colégio

Estadual Padre Jerônimo Onuma – Ensino Médio – Núcleo Regional de Cornélio Procópio. 2 Orientador Docente. UENP.

ABSTRACT

This article is associated with the study of Biology , as well as its structural content Genetic Manipulation and the basic content of the Features Hereditary Transmission , Mendel's First Law , the construction of concept maps . Thus , proposing the content to be covered , it was intended that the pedagogical work was permeated by a methodological design that allows the analysis of the implications of biological advances . One should not hold content in just a methodological way, but enter the student in the context through various methodologies relevant to the topic . Understanding Information Science as an area whose field of expertise , among other things , is concerned with the process of production and use of knowledge and also the evaluation of scientific literature , this article brought contributions to the understanding of scientific, as well as qualitative evaluations of the impact of scientific production . Moreover, it was also an opportunity to explore new possibilities of using concept maps. Keywords: Genetic Manipulation. Concept Maps. Teaching of Biology .

INTRODUÇÃO

O ensino de Biologia objetiva o estudo e a constante busca por explicações

sobre a VIDA em sua totalidade, ou seja, por todos os seres que habitam a terra, e

para que isso ocorra satisfatoriamente, cabe ao professor aliar em sala de aula

teoria e práticas através de metodologias que contemplem esse ensino e seja

significativo para os alunos.

Este trabalho foi associado ao estudo da disciplina de Biologia, bem como

seu conteúdo estruturante Manipulação Genética e o conteúdo básico

Transmissão das Características Hereditárias, Primeira Lei de Mendel. Para

tanto foi utilizado a construção de mapas conceituais, partindo de relatórios

descritivos, objetivando detectar a possibilidade de identificação do conhecimento

cientifico utilizado na geração de inovações.

Considerando a necessidade de mudanças metodológicas, o trabalho

pedagógico deve ser associado a uma concepção pedagógica que permita sempre

avanços em relação à Biologia. Os conteúdos não devem ser repassados apenas

oralmente, mas devemos lançar mão de vários métodos no intuito de que o aluno

seja inserido no contexto educacional.

Entendendo a Ciência como uma área cujo campo de atuação, entre outras

coisas, se preocupa com o processo de produção e uso do conhecimento e também

com a avaliação da produção científica, o presente artigo traz contribuições para a melhor

compreensão da produção científica, bem como para estudos qualitativos de

avaliação dos impactos da produção científica. Por outro lado, é também uma

oportunidade para estudar novas possibilidades de uso de mapas conceituais.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Conforme apontam estudos de Nuñez (apud Ribeiro, 1975) os

mapas conceituais foram propostos pro Joseph Novak, servindo de estratégias,

instrumentos ou recursos da aprendizagem significativa. Esses ajudam na busca

das idéias prévias dos estudantes, organizando hierarquicamente os conceitos.

Objetivam um esquema visual que trás representações das relações significativas

entre os conceitos, expressando a compreensão dos estudantes sobre o campo

conceitual do tema. São representações gráficas igualadas a diagramas, indicando

relações hierárquicas entre os conceitos.

Novak e Gowin (1988) esclarecem que o mapa conceitual pode

apresentar-se como uma estratégia, ajudando os estudantes na aprendizagem e os

professores na organização dos materiais para a aprendizagem; como um método,

servindo de base aos estudantes e professores na captação do significado dos

materiais para a aprendizagem; e como um recurso esquemático, representando um

conjunto de significados na estrutura de proposições. Sendo assim, a construção de

mapas conceituais deve se dar em um processo de negociação de significados dos

estudantes com os objetivos da disciplina.

Ainda sob a visão de Novak e Gowin (1988, p. 23) “os mapas

conceituais têm a vantagem de servir para o estudante separar a informação

significativa da trivial”. Portanto, tem um papel de grande importância na

aprendizagem dos alunos e também para o professor na organização do currículo,

fornecendo a todos uma atmosfera de respeito mútuo e cooperação.

Muito importante considerar que cada aluno tem a possibilidade de

elaboração própria do mapa, e para enfatizar essa idéia, Ross (2000) e Ontória et al.

(1994) esclarecem que o mapa conceitual supõe a seleção dos conceitos-chave do

conteúdo do texto, do tema, da unidade ou da disciplina; seleciona os conceitos por

ordem de inclusão; estabelece relações entre os conceitos por meio das linhas ou

setas incluindo as palavras de enlace; atribui significados aos conceitos e às

conexões entre conceitos; estabelecem as relações horizontais e verticais; analisam

os impactos visuais do mapa fazendo as correções necessárias.

Os mapas conceituais são úteis em sala de aula, pois através dele

os alunos podem compreender novos conceitos através da organização do conteúdo

conceitual, levando a integração do mesmo e o desenvolvimento da capacidade do

uso de diferentes linguagens. Para os professores o mapa conceitual auxilia na

compreensão da “compreensão” dos estudantes, facilitando o ensino, pois

esclarecem através de uma imagem geral, integral dos conteúdos; ajudam na

visualização dos conceitos e suas relações, bem como auxiliam na avaliação dos

estudantes.

Ontória (1994) descreve alguns pontos importantes em relação ao

papel do professor, que deve ser considerado na elaboração do mapa conceitual. O

professor é o mediador entre a estrutura conceitual da disciplina e a estrutura

cognitiva do estudante. Ele deve ser o facilitador das aprendizagens, sempre

selecionando conteúdos significativos, além de estratégias cognitivas, que possam

construir eficazmente novas estruturas cognitivas.

Cabe ao professor questionar, problematizar, motivar, negociar,

refletir com os alunos, na intenção de possibilitar aos mesmos uma reflexão sobre

seus conhecimentos prévios, e também em seus avanços de novas representações

conceituais. Sendo assim, o professor deve contribuir para desenvolver atitudes

positivas em relação à aprendizagem (ONTÓRIA, 1994).

Sendo assim, ao selecionar os mapas conceituais como metodologia

de ensino, o professor deve entender como este é aplicado e passar com idoneidade

os conceitos para os alunos, estabelecendo para tal o uso de determinados autores

que tratam do assunto.

A definição dada por Novak e Cañas (2006), ao mapa conceitual é

que este é visto como uma ferramenta de organização e representação do

conhecimento. Quando Ausubel (2000) discorre sobre o mesmo, embasado na teoria

da aprendizagem significativa, diz que se trata de um conjunto de conceitos

construídos de tal forma que as relações entre eles são evidentes. Piaget (1970)

ainda trás outras formas de compreender os mapas conceituais, mais estabelece

que um sistema conceitual deva ser comparável a uma estrutura, uma construção

teórica que é de grande importância, sendo esta estrutura a condição para todo o

conhecimento possível.

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do

Estado do Paraná (2008) o ensino de Biologia firma-se na construção a partir da

práxis do professor. Partindo deste princípio, pretende-se na abordagem teórico

metodológica da pesquisa, considerar os procedimentos metodológicos usados na

pedagogia histórico crítica que envolve ação-reflexão-ação.

A aprendizagem é dita significativa quando uma nova informação

contrai significados para o aprendiz através de uma espécie de ancoragem em

aspectos relevantes da estrutura cognitiva que já existe no indivíduo, com grau de

clareza, estabilidade e diferenciação.

O que deve ser compreendido é que a medida que o conhecimento

prévio do aluno é a base para atribuição de significados às novas informações, este

conhecimento também se modifica, sendo reformulado, com características

diferenciadas, mais estáveis, pois o processo é dinâmico, o conhecimento vai sendo

construído. Na aprendizagem significativa o novo conhecimento nunca é

internalizado de maneira literal, pois no momento em que este passa a ter

significado para o aluno entra o componente idiossincrático da significação. Ou seja,

aprender significativamente implica em atribuir significados a estes, e estes têm

sempre componentes pessoais.

Mapas conceituais foram desenvolvidos para promover a

aprendizagem significativa. A análise do currículo e o ensino sob uma abordagem

ausubeliana, em termos de significados, implicam: 1) identificar a estrutura de

significados aceita no contexto da matéria de ensino; 2) identificar os subsunçores

(significados) necessários para a aprendizagem significativa da matéria de ensino; 3)

identificar os significados preexistentes na estrutura cognitiva do aprendiz; 4)

organizar seqüencialmente o conteúdo e selecionar materiais curriculares, usando

as idéias de diferenciação progressiva e reconciliação integrativa como princípios

programáticos; 5) ensinar usando organizadores prévios, para fazer pontes entre os

significados que o aluno já tem e os que ele precisaria ter para aprender

significativamente a matéria de ensino, bem como para o estabelecimento de

relações explícitas entre o novo conhecimento e aquele já existente e adequado

para dar significados aos novos materiais de aprendizagem. Mapas conceituais

podem ser utilizados como recursos em todas essas etapas, assim como na

obtenção de evidências de aprendizagem significativa, ou seja, na avaliação da

aprendizagem.

O presente trabalho teve como pano de fundo a construção de

mapas conceituais a partir da Genética Mendeliana, e esta tem como conceito o

fator hereditário que determina as características de um indivíduo, sendo introduzida

por Gregor Mendel em 1865, mesmo que não tenha se referido a determinado

conceito como gene. Antes da descoberta que Mendel efetivou a genética tinha a

noção de apenas uma herança mesclada, ou seja, tanto o esperma quanto o óvulo

tinham informações de cada pessoa que as possuíssem, e que ao se cruzarem

estavam mesclando tais essências para formar um novo ser. Através de seus

experimentos, Mendel propôs uma nova teoria na explicação da herança, chamada

de herança particulada.

Conforme estudos de Mendel, deveriam ser criados unidades

genéticas independentes, as quais seriam herdadas de geração a geração. Na

genética como em toda a biologia se faz necessário a utilização de diversos

conceitos, importantes para a compreensão de certos processos e fenômenos. Na

genética mendeliana usamos quatro conceitos importantes relacio- nados ao estado

de determinada característica. O termo heterozigoto ou híbrido é usado para

designar os indivíduos que carregam um par de genes diferentes, por exemplo, um

dominante e um recessivo (Aa). Já o termo homozigoto é usado para designar

indivíduos de linhagens puras, que carregam um par de genes iguais, dominantes ou

recessivos (AA ou aa). Desta maneira, um indivíduo AA é dito homozigoto

dominante; um indivíduo Aa, heterozigoto; e um indivíduo aa, homozigoto recessivo.

Outros dois conceitos muito comuns são o de genótipo e fenótipo.

Como vimos anteriormente, no caso da cor das ervilhas, se um indivíduo for Aa e

outro for AA, isto quer dizer que temos dois genótipos (cada par de genes)

diferentes, que expressam o mesmo fenótipo, a cor amarela, já que A domina sobre

a, e, portanto, tanto Aa, como AA irão determinar a cor amarela. Muitas vezes utiliza-

se o termo alelo para designar um gene. Assim o par de alelos (ou genes) AA

determina a cor amarela e o par de alelos (ou genes) aa, a cor verde.

É bom saber que o gene até pouco tempo atrás era um conceito

puramente abstrato, ou seja, a existência deste fator hereditário só podia ser inferida

(podendo ainda hoje) da observação das relações matemáticas precisas nas

gerações filiais originadas de dois indivíduos parentais geneticamente diferentes.

Retomando a ênfase nos mapas conceituais e na aprendizagem

significativa é válido informar como será a construção deste através da figura abaixo:

Disponível em: http://midiaseducacao.blogspot.com.br/2007_11_01_archive.html, acesso em

10 de junho de 2012.

O mapeamento conceitual é muito flexível, podendo ser usado em

várias situações e também para várias finalidades, e aqui no ensino da 1ª Lei de

Mendel ele será utilizada como instrumento de análise, técnica didática, recurso de

aprendizagem e meio de avaliação, conforme descreve Moreira (1988).

O interesse em desenvolver essa metodologia justifica-se por neste

instrumento os alunos poderem ser usados nas demonstrações das relações

significativas entre os conceitos ensinados em sala de aula e sua relação cotidiana.

As interpretações são concisas das estruturas conceituais que estão sendo

ensinadas e devem facilitar a aprendizagem das estruturas, permitindo ao professor

e ao aluno evidenciar o que estão construindo, observando como os conceitos se

relacionam nas estruturas cognitivas.

1 – RELATO DE EXPERIÊNCIAS

O presente trabalho teve sua aplicabilidade entre alunos do Colégio

Estadual Padre Jerônimo Onuma, do município de São Sebastião da Amoreira, sob

a jurisdição do N.R.E. de Cornélio Procópio, com sede própria à Avenida Brasil nº

629, sendo este o único colégio que oferece a modalidade de Ensino Médio na

cidade.

A Escola recebe alunos concluintes do 9º ano do Ensino

Fundamental Regular do período diurno, vespertino e noturno, as características

sócio culturais e econômicas da clientela, são na grande maioria pertencentes à

classe baixa e média para baixa e os alunos do período noturno, uma grande

porcentagem deles são trabalhadores rurais. A faixa etária média é de 14 á 18 anos,

mas com uma porcentagem de alunos com idade acima de 18 anos.

No tocante aos alunos do período noturno a escola adota atualmente

uma postura de ação pedagógica diferenciada, no que tange o encaminhamento

metodológico, avaliação, forma de organização do horário semanal, no sentido de

oportunizar uma aprendizagem eficiente com o intuito de superar a condição cultural

que se encontra no momento de sua história.

O Colégio oferece Ensino Médio, atualmente conta com 15 turmas,

sendo 07 no período matutino, 07 no período noturno, 01 no período

vespertino.Oferece no período vespertino o Curso CELEM na modalidade de

Espanhol: 01 turma.

A maioria desses alunos são oriundos de uma classe rural

trabalhadora, que faz serviços temporários em plantações de cana -de- açúcar,

produto esse, o referencial de trabalho no município em que o colégio está inserido.

O exaustivo trabalho faz com que os alunos cheguem em sala de aula cansados e

com dificuldade de concentração. A escola passa a ser, simplesmente, um penoso

compromisso a ser seguido com a finalidade de conclusão de curso para um

possível contrato de trabalho nas empresas que oferecem essa matéria prima.

O objetivo principal de grande parte desses alunos é fazer um teste

para motoristas de caminhão ou tratoristas. Se a intenção é migrar-se para outros

lugares, o objetivo muda de foco tendo como prioridade a construção civil, função

essa que exige em seus currículos o Ensino Médio.

Considerando a dificuldade do estudante em reconhecer os

conhecimentos biológicos da genética no cotidiano ou no conhecimento prévio,

proponho uma forma aquilatada dos alunos e professores realizarem as leituras dos

conhecimentos, de forma a realizar os registros desses conhecimentos com o auxilio

do mapa conceitual.

Para tanto, coube aos alunos o registro do conhecimento biológico

através de mapas conceituais, buscando a compreensão do estudante na

concepção dos conceitos biológicos. Foi desenvolvida a elaboração de mapas

conceituais dos conhecimentos prévios dos alunos, e elaborado o mapa conceitual

sobre a genética, facilitando o entendimento dos conceitos biológicos e

relacionando-os com o dia a dia de cada aluno.

2 – NARRATIVA DO PROCESSO DE TRABALHO: APLICABILIDADE E

RESULTADOS.

Demonstro os resultados obtidos com os fóruns, que houve a

colaboração dos participantes, relatando as dificuldades encontradas em sala de

aula, e a necessidade de melhoras por parte de nossas metodologias.

Foi lançado o seguinte questionamento: "Considerando a dificuldade

do estudante em reconhecer os conhecimentos biológicos da genética no cotidiano

ou no conhecimento prévio, qual seria a melhor forma para o aluno e professor

realizarem a leitura desses conhecimentos? De que forma fazer o registro desses

conhecimentos?"

Muitos professores responderam que a melhor forma seria partir de

seus conhecimentos informais e cotidianos, pedindo aos alunos que observem as

características dos alunos da sala, cabelo, estrutura e cor, anotando tudo, para que

durante a observação seja comparado as variáveis de cada características e as que

mais dominam. Os professores disseram no fórum que também pedem para os

alunos relatarem sobre seus familiares, citando as características que foram

herdadas por eles. Dessa forma, faz-se uma relação com a reprodução e a

passagem das características através dos gametas e relembram a meiose.

Relataram que já usam a metodologia de mapa conceitual em algumas situações e

considerando esta muito interessante, pois estabelece inúmeras conexões entre os

conceitos abordados.

De acordo com as participações nas atividades da Temática 1,

observou-se que a Proposta de Intervenção Pedagógica na escola é trabalhada

através da Genética Mendeliana, iniciando com os conceitos básicos, utilizando os

Mapas Conceituais, mostrando-se pertinente para o trabalho pedagógico em sala de

aula, visto que a grande maioria de professores relataram dificuldades em trabalhar

com o conteúdo, de forma que o aluno assimile os considerações básicas da

Primeira Lei de Mendel, para posteriormente resolverem as atividades propostas.

A proposta do trabalho neste aspecto, que oferece como

instrumento, os Mapas conceituais, chama a atenção dos participantes e que os

mesmos, inscritos neste GTR possuem uma boa expectativa em relação a temática.

Observa-se pelas apresentações dos cursistas, que há uma

necessidade de encaminhamentos pedagógicos para trabalhar esses conceitos, uma

vez que os livros didáticos, não trazem alternativas para que o professor diversifique

sua prática diária.

O pressente estudo levou o professor a refletir sobre sua prática em

sala e a buscar novas formas de trabalho, indicando que de uma forma geral, a

temática foi bem acolhida, reforçando a necessidade de um trabalho voltado a

promover a Aprendizagem Significativa pautada pelas idéias de Ausubel, que aponta

a importância em considerar os conhecimentos prévios dos alunos. Ainda,

demonstram interesse em aplicar os Mapas Conceituais na apresentação dos

conhecimentos biológicos, visando ampliar os conhecimentos teóricos e

metodológicos, percebendo a importância do desenvolvimento de um trabalho

voltado para o aluno na produção de seu conhecimento.

Conclui-se então, que a Proposta apresentada no Projeto de

Intervenção que almeja atender às necessidades do trabalho em sala de aula com o

uso de Mapas Conceituais se mostra pertinente ao professor e ao aluno.

Para o Fórum 2 foi proposto que os professores cursistas

socializassem as observações referente à Produção Didático-pedagógica, não

deixando de interagir com os colegas e suas contribuições postadas. Os professores

interagiram e responderam que a produção Didática Pedagógica tem grande

relevância, pois trata-se de um tema tão importante na nossa prática pedagógica,

principalmente em nossa escola pública, onde visa uma aprendizagem de qualidade

com presença ou ausência de conhecimentos e habilidades, inclusive busca

detectar pré-requisitos para novas experiências de aprendizagem, permitindo

repensar as causas das dificuldades de aprendizagem de nossos alunos. Dando

oportunidade ao professor repensar a nossa produção Didática Pedagógica, através

de observação dos nossos alunos ao chegarem no início do ano letivo, para

conhecer as características relevantes dos nossos alunos. Com base ou pré-

requisitos de identificação, posso trabalhar: Os seres vivos e a célula e suas

características e diferenciação celular . Hereditariedade e Mendel e a Genética e

outros.

De acordo com as participações nas atividades da Temática 2,

notou-se que a Proposta de Intervenção Pedagógica apresentada, despertou a

curiosidade e o interesse dos cursistas, ampliando as possibilidades do trabalho em

sala. Percebeu-se que alguns professores já conheciam o instrumento usado na

pesquisa, porém achavam que o mesmo não despertaria o interesse dos alunos, no

entanto os mesmos se mostraram receptivos com o novo instrumento de trabalho,

refletindo de forma satisfatória tanto para o professor quanto para o aluno.

A proposta de trabalho levou o professor a refletir sobre sua prática

em sala e a repensar novas possibilidades no desenvolvimento de práticas, que

levem o aluno a construir e a reconstruir seu pensamento e consequentemente a

aprendizagem. É uma possibilidade de resgatar o conhecimento empírico para

construir o conhecimento cientifico. Em outra perspectiva a utilização de mapas

conceituais pode ser considerada uma técnica para elucidar conceitos e proposições

sobre determinada área de conhecimento. Neste contexto, pelo fato dos mapas

conceituais poderem ser considerados como uma explícita representação da

maneira que o sujeito entende e relacionam conceitos, eles permitem visualizar o

significado das ligações estabelecidas auxiliando o reconhecimento da validade de

uma ligação ou da falta de ligações significativas entre esses conceitos.

Em relação ao Fórum 3, foi discutido a importância da socialização

dos avanços e desafios enfrentados durante a fase de implementação pedagógica.

O fórum contribuiu para relatos e discussões com os cursistas sobre as experiências

e os resultados parciais observados no desenvolvimento do Projeto na escola. A

tarefa solicitada foi então de reflexão e opinião sobre os resultados apresentados,

com contribuições para o debate.

A exposição à acerca do ensino e aprendizagem de biologia,

desenvolvida com professores e alunos, buscaram a renovação no processo de

ensino a fim de melhorar o rendimento dos educandos de forma geral. Um dos

desafios para a maioria dos educadores têm sido o trabalho com a leitura e

organização do pensamento lógico, uma vez que este item faz parte do contexto

escolar, porém o professor não consegue desenvolver essas atividades com o aluno.

Então, trabalho com Mapas Conceituais propõe aos professores ajudar os alunos a

ampliarem seu conhecimento e o domínio de uso dos conceitos biológicos da

primeira Lei de Mendel através do contato direto com textos científicos, onde os

alunos passam a refletir sobre seu contexto social e os conhecimentos que

possuem.

Cada professor demonstrou em seu trabalho várias possibilidades

para se trabalhar com o educando, apontando os pontos positivos e as dificuldades

encontradas, afirmando assim que a pesquisa e a busca de novas possibilidades

facilitam o processo de ensino e aprendizagem, e cada professor deve adequar sua

metodologia ao contexto social do seu aprendiz. A pesquisa ainda mostra que cada

um aprende de uma forma e que a aprendizagem se dá por meio de significados,

onde cada um cria seus próprios conceitos e com o passar do tempo esses

conceitos vão se moldando chegando ao conhecimento cientifico, partindo sempre

do conhecimento do aluno. Portanto, essa experiência propiciou uma reflexão a

cerca de nosso trabalho em sala de aula, onde revemos conceitos e metodologias,

procurando sempre atender as expectativas do educando.

O mapa conceitual foi utilizado como um instrumento articulador que

facilita a organização e representação do conhecimento por parte do aprendiz, os

mapas de conceito são diagramas que indicam relação entre conceitos ou entre

palavras usadas para representar conceitos de um determinado conteúdo ou parte

dele. Os materiais utilizados foram: Folhas de papel sulfite, lápis ou caneta, livro

texto.

Os alunos foram orientados após uma breve aula dialogada sobre

cromossomos, a selecionar no livro texto, palavras chaves que pudessem ser

utilizadas na construção de mapa conceitual hierárquico. Após o aluno fazer a

construção do seu mapa conceitual, era apresentado à turma um mapa conceitual já

estruturado por um especialista da área. O objetivo desta atividade com o “Mapa

Conceitual” foi fazer com que os alunos identificassem as diferenças entre

cromossomos autossômicos e sexuais. Saber diferenciar as anomalias

autossômicas das sexuais, citando as anomalias de maior ocorrência.

Não apenas os fóruns contribuíram para este artigo, mas também a

aplicação dos mapas conceituais para os alunos. O uso dos mapas conceituais

mostrou ser muito eficaz com os alunos, pois os mesmos demonstraram muito

interesse durante todo o processo de execução do projeto.

Todas as intervenções realizadas obtiveram-se uma boa aceitação

por parte dos alunos. Os alunos mostraram-se entusiasmados e motivados ao

participarem. A aplicação das atividades práticas foi feita de forma descontraída no

laboratório, que se mostrou um ambiente favorável. Os resultados foram muito

satisfatórios enquanto instrumento facilitador da aprendizagem dos alunos. Houve

participação ativa deles na construção do seu próprio conhecimento, socialização

entre os alunos e conscientização do trabalho em equipe.

Na construção dos mapas conceituais, os alunos podiam consultar o

caderno, mas mesmo assim tiveram muitas dificuldades, percebeu-se que a principal

dificuldade deles era na interpretação de texto, eles tinham dificuldades de

estabelecer as conexões entre os conceitos chaves.

Os mapas dos alunos foram avaliados levando se em conta como

critérios o aumento do número de conceitos, o aumento do número de interações

entre esses conceitos e a validade dessas interações. Pudemos observar que cerca

de 87% dos mapas construídos após a seqüência desenvolvida apresentava um

aumento significativo dos conceitos empregados, 85% apresentavam um aumento

das interações entre os conceitos e 88% das interações apresentadas nos mapas

eram válidas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A ciência não é infalível, trata se de uma construção humana,

suscetível de erros e acertos. Por isso, devemos passar para nossos alunos a visão

histórica da ciência para que ela seja entendida como um produto resultante de

fatores culturais, políticos, sociais e econômicos. Seu contexto histórico deve ser

analisado e considerado como uma realidade cultural que contribui de forma

decisiva para as mudanças sociais, cujas manifestações se expressam na relação

do homem consigo mesmo e com os outros. Por isso a biologia propõe métodos da

prática social que parte da pedagogia histórico-crítica, centrada na valorização e

socialização dos conhecimentos da biologia às camadas populares.

O método da prática social recorre das relações dialéticas entre

conteúdo de ensino e concepção de mundo; entre a compreensão da realidade e a

intervenção nessa realidade (Saviani, 1997; Libâneo,1983). Desta forma com

certeza estaremos contribuindo na formação de sujeitos críticos, reflexivos e

analíticos e também superando as concepções pedagógicas anteriores, ao mesmo

tempo em que compartilhamos com os alunos a afirmação e a produção de saberes

científicos a favor da compreensão do fenômeno vida em sua totalidade. E sendo

assim a melhor forma de aliar teoria e prática é através da elaboração de mapas

conceituais, pois fornecem um sumário esquemático do conceito aprendido e se

torna uma ferramenta poderosa para o processo de ensino e aprendizagem e para a

avaliação da aprendizagem.

Durante o GTR cada professor demonstrou várias possibilidades

para se trabalhar com o aluno, assegurando que a pesquisa e a busca de novas

metodologias facilitam o processo de ensino e aprendizagem. A apresentação do

recurso pedagógico, denominado de Mapa Conceitual, que poderá auxiliar tanto o

educador, quanto os aprendizes a avaliarem a aprendizagem, se mostra bem aceita

tanto para o professor quanto para o aluno, e isso pode ser comprovado através dos

relatos durante a pesquisa e desenvolvimento do GTR.

O uso de Mapa Conceitual é uma técnica pedagógica para organizar

e representar o conhecimento graficamente. Os conceitos e as proposições são os

blocos de construção do conhecimento. Foi criado por Joseph Donald Novak (1977)

com base na aprendizagem significativa de David Ausubel (1968), cuja essência é

que as idéias novas surgem baseadas em conceitos relevantes que o aprendiz

possui (conhecimento popular), na sua estrutura cognitiva.

É um método flexível, podendo ser aplicado como instrumento de

análise e de recurso de aprendizagem: para orientação; exploração do que os

estudantes já sabem; focar um conceito particular; observar a estrutura do

pensamento em relação ao tema proposto; ponto de partida para novas

aprendizagens; meio de avaliação, etc.

Assim, os participantes demonstraram que a técnica de Mapas

Conceituais se mostra muito eficiente na ponderação da aprendizagem, pois além

de demonstrar a organização do pensamento, leva o aprendiz a se auto-avaliar,

diante de suas pesquisas e reflexões, podendo comparar a sua evolução durante

todo o processo de construção do conhecimento. São formas de avaliar o aprendiz e

o processo de ensino-aprendizagem, além de demonstrar claramente como os

temas estudados precisam ser retomados, quais os pontos falhos na aprendizagem

e os que foram apropriados significativamente.

A utilização constante de estruturação de determinados assuntos é

uma alternativa que corrobora com o processo de construção do conhecimento dos

alunos. A apresentação e discussão do mapa conceitual elaborado por um

especialista após a construção do mapa conceitual pelos alunos é um fator relevante

dentro do processo significativo de aprendizagem. Pois neste momento o aluno,

após o exercício de estabelecimentos de relações pode perceber que outras

relações poderão ainda ser estabelecidas dentro da estruturação do assunto.

As atividades foram realizadas no laboratório por ser um ambiente

favorável e percebeu-se que os alunos ficaram muito satisfeitos. Sendo que eles

mesmos declararam que: “Dessa forma fica muito mais fácil entender assuntos tão

complexos como a genética”. Frases como estas demonstram quão receptivas os

alunos do ensino médio estão receptivos a metodologias ativas que possam facilitar

o processo e aprendizagem.

REFERÊNCIAS:

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