Em Discussão_Inimigos Invisíveis_ a Guerra Cibernética

3
Inimigos invisíveis: a guerra cibernética Mesmo diante de oponentes como China, Rússia e também terroristas, EUA elegem guerra cibernética como principal ameaça Oficiais atualizam proteção anti‐hackers da central de controle da base aérea de Barksdale, nos EUA (Foto: Tech. Sgt. Cecilio M. Ricardo Jr/US Air Force) Nos Estados Unidos, a guerra cibernética é considerada, hoje, a principal ameaça à segurança nacional, maior até mesmo que a rival Rússia, a ameaçadora China ou os extremistas islâmicos, revelou no Senado o professor Gunther Rudzit, coordenador do curso de Relações Internacionais da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), citando a declaração ouvida de um pesquisador norte‐americano na área de defesa. A guerra cibernética é levada tão a sério, disse, que o Departamento de Defesa criou sua própria divisão de combate cibernético. Segundo ele, a divisão voltada para a guerra cibernética emprega jovens ligados a essa nova realidade para buscarem falhas e formas de minar os sistemas de defesa das potências adversárias. Os americanos reconhecem, explica o professor, que as ações militares estão cada vez mais dependentes do aparato tecnológico, e os sistemas que alimentam passaram a ser um calcanhar de aquiles até mesmo para a maior potência bélica do planeta. “Quebrada essa estrutura de comando e controle baseada em tecnologia, para de funcionar a guerra moderna. Você está num tanque, numa tela, clicando o que outra unidade está vendo, o que um avião está vendo. Se você quebra isso, eles param e deixam de funcionar, como essa máquina de guerra que eles têm. Então, tecnologia passa a ser, hoje em dia, algo fundamental”, raciocina Rudzit sobre a guerra cibernética. O senador Fernando Collor, que alertou sobre esse tema da guerra cibernética durante os debates realizados na CRE, lembrou que o Ministério da Defesa norte‐americano (o Pentágono) já considera como ato de guerra contra o país qualquer ataque cibernético aos seus sistemas de defesa, ou mesmo aos sites de governo na internet, devido ao potencial de dano que essas ações podem causar. “Por mais armamentos que se tenha, por mais poderosa que seja uma armada, uma força terrestre, uma força aérea, nós temos hoje esse outro elemento que é fortíssimo, que é o chamado ciberterrorismo ou ataque cibernético. Quem está preparado para se defender de algum ataque cibernético?”, desafiou, nesse aspecto da guerra cibernética, o senador. Sem preparação O professor Rudzit lembra que a maioria dos países já está empenhada em se preparar para a guerra cibernética. “Organizações terroristas adorariam quebrar toda a rede de eletricidade da costa leste americana. Imagine o caos!? E se for a rede bancária?”, especulou, citando um tipo de ataque da guerra cibernética. Como admitiu o especialista, tais ataques de proporções incalculáveis podem ser desfechados por uma única pessoa, “um rapazinho de 15 ou 16 anos”, a partir de sua casa. O general Aderico Mattioli, diretor do Departamento de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa, vê o país em risco também nesse aspecto da guerra cibernética. Os sistemas bancários e as redes por onde passam conhecimentos estratégicos e essenciais estariam expostas pela falta de um simples programa antivírus genuinamente nacional, imune a contraordens do fabricante que possam expor a segurança nacional. “Deveríamos ter, no mínimo, a capacitação em bancos escolares, na educação, para formarmos também uma capacidade produtiva e o entendimento de produto de defesa, que não é mais aquele produto materializado propriamente dito. A cibernética, talvez, seja a mais vulnerável na nossa realidade e a mais exequível a curto prazo, a que demande menos recurso para darmos um grau de proteção — vamos chamar de firewall — mínimo necessário para o país. É uma área com a qual podemos contribuir muito”, explicou o general sobre a guerra cibernética. Em meados de fevereiro passado, o Exército anunciou a aquisição de novos programas de computador para segurança e prevenção contra a guerra cibernética, como parte de planejamento para criar sistema de defesa e contra‐ataque a possíveis ameaças a páginas e redes institucionais e de proteção a dados sensíveis. Em janeiro, as Forças Armadas realizaram duas licitações para a compra de antivírus e de programa que simula ataques cibernéticos, a serem desenvolvidos por empresas brasileiras. Serão investidos R$ 6 milhões. “Os ataques que registramos até agora são parecidos com os que acontecem em qualquer empresa. Tentativas de roubos de senhas, negações de serviço etc. Mas o modo como se obtém uma senha de banco é o mesmo que se pode usar para obter dados confidenciais do Exército. E já tivemos sites do Ameaças internacionais: as razões para a implementação da Estratégia Nacional de Defesa Palestrantes, como o general Luiz Eduardo Rocha Paiva, falam na CRE sobre questões da defesa nacional Inimigos invisíveis: a guerra cibernética Posição que o país deve ter sobre Armas nucleares divide as opiniões dos especialistas Gunther Rudzit e Darc Antonio da Luz Costa Manifestações e protestos populares articulados pelas redes sociais, na internet, preocupam a segurança nacional Piratas podem ser novo risco no Atlântico Sul Equivalente à metade do território nacional, a chamada Amazônia Azul, no Oceano Atlântico, tem enorme importância estratégica e econômica Brasil enfrenta pressões internacionais por causa da Amazônia Sumário Contexto: Defesa Nacional é prioridade do Brasil Propostas: Ameaças internacionais: as razões para a implementação da Estratégia Nacional de Defesa Reserva Legal: Equipamentos de defesa para as Forças Armadas do Brasil: submarino nuclear, satélite de comunicação e novos caças Áreas de Preservação Permanente: Estratégia Nacional para reorganização e reaparelhamento da defesa Área Rural Consolidada: A sociedade e as Forças Armadas: debate sobre militares, defesa nacional e segurança pública no Brasil |. HOME .| ‐‐>

description

Cibernética

Transcript of Em Discussão_Inimigos Invisíveis_ a Guerra Cibernética

  • 18/03/2015 Inimigosinvisveis:aguerraciberntica

    http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/defesanacional/razoesparaaimplementaaodaestrategianacionaldedefesa/inimigosinvisivei 1/3

    Inimigos invisveis: a guerra cibernticaMesmo diante de oponentes como China, Rssia e tambm terroristas, EUA elegem guerra cibernticacomo principal ameaa

    Oficiais atualizam proteo antihackers da central de controle da base area deBarksdale, nos EUA (Foto:Tech. Sgt. Cecilio M. Ricardo Jr/US Air Force)

    Nos Estados Unidos, a guerra ciberntica considerada, hoje, a principal ameaa segurana nacional,maior at mesmo que a rival Rssia, a ameaadora China ou os extremistas islmicos, revelou no Senadoo professor Gunther Rudzit, coordenador do curso de Relaes Internacionais da Fundao Armandolvares Penteado (Faap), citando a declarao ouvida de um pesquisador norteamericano na rea dedefesa. A guerra ciberntica levada to a srio, disse, que o Departamento de Defesa criou sua prpriadiviso de combate ciberntico.

    Segundo ele, a diviso voltada para a guerra ciberntica emprega jovens ligados a essa nova realidadepara buscarem falhas e formas de minar os sistemas de defesa das potncias adversrias. Os americanosreconhecem, explica o professor, que as aes militares esto cada vez mais dependentes do aparatotecnolgico, e os sistemas que alimentam passaram a ser um calcanhar de aquiles at mesmo para amaior potncia blica do planeta.

    Quebrada essa estrutura de comando e controle baseada em tecnologia, para de funcionar a guerramoderna. Voc est num tanque, numa tela, clicando o que outra unidade est vendo, o que um avioest vendo. Se voc quebra isso, eles param e deixam de funcionar, como essa mquina de guerra queeles tm. Ento, tecnologia passa a ser, hoje em dia, algo fundamental, raciocina Rudzit sobre a guerraciberntica.

    O senador Fernando Collor, que alertou sobre esse tema da guerra ciberntica durante os debatesrealizados na CRE, lembrou que o Ministrio da Defesa norteamericano (o Pentgono) j considera comoato de guerra contra o pas qualquer ataque ciberntico aos seus sistemas de defesa, ou mesmo aossites de governo na internet, devido ao potencial de dano que essas aes podem causar.

    Por mais armamentos que se tenha, por mais poderosa que seja uma armada, uma fora terrestre, umafora area, ns temos hoje esse outro elemento que fortssimo, que o chamado ciberterrorismo ouataque ciberntico. Quem est preparado para se defender de algum ataque ciberntico?, desafiou,nesse aspecto da guerra ciberntica, o senador.

    Sem preparaoO professor Rudzit lembra que a maioria dos pases j est empenhada em se preparar para a guerraciberntica. Organizaes terroristas adorariam quebrar toda a rede de eletricidade da costa lesteamericana. Imagine o caos!? E se for a rede bancria?, especulou, citando um tipo de ataque da guerraciberntica. Como admitiu o especialista, tais ataques de propores incalculveis podem serdesfechados por uma nica pessoa, um rapazinho de 15 ou 16 anos, a partir de sua casa.

    O general Aderico Mattioli, diretor do Departamento de Produtos de Defesa do Ministrio da Defesa, v opas em risco tambm nesse aspecto da guerra ciberntica. Os sistemas bancrios e as redes por ondepassam conhecimentos estratgicos e essenciais estariam expostas pela falta de um simples programaantivrus genuinamente nacional, imune a contraordens do fabricante que possam expor a segurananacional.

    Deveramos ter, no mnimo, a capacitao em bancos escolares, na educao, para formarmos tambmuma capacidade produtiva e o entendimento de produto de defesa, que no mais aquele produtomaterializado propriamente dito. A ciberntica, talvez, seja a mais vulnervel na nossa realidade e amais exequvel a curto prazo, a que demande menos recurso para darmos um grau de proteo vamoschamar de firewall mnimo necessrio para o pas. uma rea com a qual podemos contribuir muito,explicou o general sobre a guerra ciberntica.

    Em meados de fevereiro passado, o Exrcito anunciou a aquisio de novos programas de computadorpara segurana e preveno contra a guerra ciberntica, como parte de planejamento para criar sistemade defesa e contraataque a possveis ameaas a pginas e redes institucionais e de proteo a dadossensveis. Em janeiro, as Foras Armadas realizaram duas licitaes para a compra de antivrus e deprograma que simula ataques cibernticos, a serem desenvolvidos por empresas brasileiras. Seroinvestidos R$6 milhes.

    Os ataques que registramos at agora so parecidos com os que acontecem em qualquer empresa.Tentativas de roubos de senhas, negaes de servio etc. Mas o modo como se obtm uma senha debanco o mesmo que se pode usar para obter dados confidenciais do Exrcito. E j tivemos sites do

    Ameaas internacionais: as razespara a implementao daEstratgia Nacional de Defesa

    Palestrantes, como o general LuizEduardo Rocha Paiva, falam na CRE sobrequestes da defesa nacional

    Inimigos invisveis: a guerra ciberntica

    Posio que o pas deve ter sobre Armasnucleares divide as opinies dosespecialistas Gunther Rudzit e DarcAntonio da Luz Costa

    Manifestaes e protestos popularesarticulados pelas redes sociais, nainternet, preocupam a segurana nacional

    Piratas podem ser novo risco no AtlnticoSul

    Equivalente metade do territrionacional, a chamada Amaznia Azul, noOceano Atlntico, tem enormeimportncia estratgica e econmica

    Brasil enfrenta presses internacionaispor causa da Amaznia

    SumrioContexto:Defesa Nacional prioridade do Brasil

    Propostas:Ameaas internacionais: as razes para aimplementao da Estratgia Nacional de Defesa

    Reserva Legal:Equipamentos de defesa para as Foras Armadas doBrasil: submarino nuclear, satlite de comunicaoe novos caas

    reas de Preservao Permanente:Estratgia Nacional para reorganizao ereaparelhamento da defesa

    rea Rural Consolidada:A sociedade e as Foras Armadas: debate sobremilitares, defesa nacional e segurana pblica noBrasil

    |. HOME .| >

  • 18/03/2015 Inimigosinvisveis:aguerraciberntica

    http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/defesanacional/razoesparaaimplementaaodaestrategianacionaldedefesa/inimigosinvisivei 2/3

    governo derrubados, disse imprensa o general Antonino Santos Guerra, diretor do Centro deComunicaes e Guerra Eletrnica do Exrcito (Ccomgex), admitindo que o pas tem hoje preparo mnimopara cenrios da guerra ciberntica. Temos uma grande rede, a EBnet, que rene os quartis em todoo pas e ela est bem blindada, mas h pontos de vulnerabilidade, explicou.

    General Santos Guerra, do Ccomgex:pas tem hoje preparo mnimo para cenrios de ataque ciberntico (Foto:Roberto Jayme/Valor)

    A Ccomgex faz parte do Centro de Defesa Ciberntica do Exrcito (CDCiber), criado em 2010 paraconcentrar a administrao de todas as aes de proteo virtual da organizao. O oramento previstopara o CDCiber em 2012 de R$83 milhes, que devem ser destinados a pelo menos outras quatroaquisies que incluem equipamentos, softwares e o treinamento de pelo menos 500 oficiais.

    Sem preparao

    Professor da Diviso de Assuntos Cientficos e Tecnolgicosda Escola Superior de Guerra (ESG), SimonRosental afirmou que as potncias mundiais no querem permitir que o Brasil e outros pasesemergentes tenham acesso ao que se chama de tecnologias sensveis. O alerta teria sido dado aindaem 1996, durante congresso internacional sobre tecnologias sensveis realizado no Rio de Janeiro epatrocinado pela ONU e pela Subsecretaria de Inteligncia da Presidncia da Repblica.

    Os pases desenvolvidos colocaram claramente: Brasil e demais pases que possuem riquezas naturaisem abundncia no vo avanar em tecnologias sensveis. Vocs ficam com bens de baixo contedotecnolgico e valor agregado. Tecnologias sensveis ficam conosco, porque, como podem ser aplicadaspara o bem e para o mal, vocs podero fazer mau uso, relatou o professor.

    Essa conferncia no foi tranquila. Tanto o Brasil como os demais pases em desenvolvimento no seconformaram com uma situao dessas. Se j temos um hiato tecnolgico grande em relao aos pasesdesenvolvidos, e a tecnologia est avanando cada vez mais, a velocidades maiores, se aceitarmos umabarbaridade dessas, cada vez vamos andando para trs e cada vez vamos ficando mais distantes datecnologia, afirmou Rosental.

    Prejuzos e temor

    Em comunicado imprensa, o Gabinete de Segurana Institucional da Presidncia (GSI) disse, sobre aguerra ciberntica, que os ataques mais preocupantes so aqueles que visam acesso indevido ainformaes sigilosas da administrao pblica federal e afirmou que a preparao do rgo contrapossveis ataques tem sido adequada.

    De acordo com o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurana (Cert), querene sobre a guerra ciberntica, notificaes de ataques eletrnicos em todo o pas, o Brasil registrouquase 400 mil ataques a computadores em 2011 (veja infogrfico abaixo). O total de notificaesrecebidas em 2011 foi quase 300% maior que em 2010.

    Cerca de metade das fraudes registradas, segundo o Cert, foram pginas falsas, geralmente de bancos,criadas para roubar dinheiro dos usurios. Segundo a Federao Brasileira dos Bancos (Febraban), asfraudes cibernticas custaram R$ 685 milhes aos bancos s no primeiro semestre de 2011, 36% a mais doque no mesmo perodo em 2010.

  • 18/03/2015 Inimigosinvisveis:aguerraciberntica

    http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/defesanacional/razoesparaaimplementaaodaestrategianacionaldedefesa/inimigosinvisivei 3/3

    Faa seu comentrio

    Compartilhe essa pgina! Twitter FaceBook del.icio.us Digg it Dotnetkicks DZone Google

    Live Reddit Technorati Yahoo MyWeb

    Senado Federal Praa dos Trs Poderes Braslia DF CEP 70165900 Fone: (61)33034141

    CidadoFale com o SenadoRespostas rpidasGlossrioProjetos mais solicitadosVisite o Senado como chegarEndereo dos Gabinetes

    ImprensaJornal do Senado PublicaesEntenda o assuntoClippingCredenciamento

    ServiosINTRANET Acesso restritoPrograma de EstgioLicitaes e ContratosAcompanhamento de MatriasLivraria do Senado

    Entidades Parceiras