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Vol. XVII • N° 288 • Montreal, 23 de maio de 2013 Cont. na pág 14 Em Nova Iorque «Conheça Portugal» NOVA IORQUE - O festival “Conheça Portugal em Nova Iorque” vai promover o país na cidade norte-americana durante o mês de junho, com provas de vi- nhos, missões empresariais, uma palestra do arquiteto Siza Vieira e uma corrida no Central Park. A programação, anunciada na terça- feira no restaurante Louro, em Nova Ior- que, contempla 16 eventos que, segundo o diretor do escritório da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Por- tugal (AICEP) em Nova Iorque, Rui Boa- Foto LusoPresse. 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 3 AM 376•BOLA 376•BOLA 376-2652 Os nossos endereços 222, boul. des Laurentides, Laval 8989, rue Hochelaga, Montréal 8900, boul. Maurice-Duplessis, Montréal 6520, rue Saint-Denis, Montréal 10526, boul. Saint-Laurent, Montréal 6825, rue Sherbrooke est, Montréal 7388, boul. Viau, Saint-Léonard 10300, boul. Pie-IX - Esquina Fleury António Rodrigues Conselheiro Natália Sousa Conselheira CIMETIÈRE DE LAVAL 5505, Chemin Du Bas Saint-Francois, Laval Transporte gratuito –––––––– Visite o nosso Mausoléu SÃO MIGUEL ARCANJO Uma família ao serviço de todas as famílias Nós vos apoiamos com uma gama completa de produtos e serviços funerários que respeitam as vossas crenças e tradições. 514 727-2847 www.magnuspoirier.com Montréal - Laval - Rive-Nord - Rive-Sud Acesso a mais de 20 instituições financeiras para vos conseguir: *Fernando Calheiros B.A.A. Courtier hypothécaire - 514-680-4702 7879 rue St Denis, Montréal, Québec H2R 2E9 *Hélio Pereira CHA 3204, rua Jarry Este 729-9494 www.ocantinho.ca RESTAURANTE Grelhados à portuguesa sobre carvão Grelhados à portuguesa sobre carvão Centre de Carreaux Céramiques Italien Inc. 8710, rue Pascal-Gagnon Saint-Léonard QC H1P 1Y8 ccci@bellnet.ca Affilié avec Éco Dépôt Carreaux de Céramique Temos tudo para o seu jardim BACALHAU Preço Especial LES ALIMENTS C. MARTINS 123, Villeneuve Este MOSTO 100% PURO Tels: 845-3291 845-3292

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Vol. XVII • N° 288 • Montreal, 23 de maio de 2013

Cont. na pág 14

Em Nova Iorque

«Conheça Portugal»

NOVA IORQUE - O festival“Conheça Portugal em Nova Iorque” vaipromover o país na cidade norte-americanadurante o mês de junho, com provas de vi-nhos, missões empresariais, uma palestrado arquiteto Siza Vieira e uma corrida noCentral Park.

A programação, anunciada na terça-feira no restaurante Louro, em Nova Ior-que, contempla 16 eventos que, segundoo diretor do escritório da Agência para oInvestimento e Comércio Externo de Por-tugal (AICEP) em Nova Iorque, Rui Boa-

Foto

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Os nossos endereços222, boul. des Laurentides, Laval8989, rue Hochelaga, Montréal8900, boul. Maurice-Duplessis, Montréal6520, rue Saint-Denis, Montréal10526, boul. Saint-Laurent, Montréal6825, rue Sherbrooke est, Montréal7388, boul. Viau, Saint-Léonard

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Página 223 de maio de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusChefe de Redação: NorbertoAguiarRedator-adjunto: Jules NadeauConceção e Infografia: N. AguiarEscrevem nesta edição:

• Fernando Pires• Norberto Aguiar• Osvaldo Cabral• Lélia Nunes• Raquel Cunha• Filipa Cardoso• Luís Aguilar

Revisora de textos: Vitória Faria

Societé Canadienne des Postes - Envoisde publications canadiennes - Numérode convention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.

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Silva, Langelier & Pereira s e g u r o s g e r a i s

Nª Sª de Fátima contra o Sto. Cristo!• Por Osvaldo CABRAL

O sobe-rano pontífice des-te sacrossanto país– de seu nome Aní-bal Cavaco Silva –fez uma pregaçãoinspirada na suaconsorte: a troikaaprovou a sétimaavaliação no dia 13de maio, por inter-venção divina de

da família Cavaco –, nos Açores tivemos nasemana antes as festas em honra do SenhorSanto Cristo, que resultaram naquilo que todossabemos: uma greve inexplicável da SATA,que causou enormes prejuízos à economia daregião e aos açorianos que vivem na diáspora.

De acordo com os conceitos canónicosda família Cavaco, onde andava então o SenhorSanto Cristo?

Sem poder divino para inspirar os grevis-tas, o Senhor Santo Cristo foi largamente ultra-passado por Nª Sª de Fátima.

Como consequência, já estou a ver a Dio-cese dos Açores, no próximo ano, a convidara família Cavaco para presidir às festas em Pon-ta Delgada.

Fica desde já o meu aviso: não o façam!O homem, que nem se lembra do Dia

dos Açores, quando cá chegar, é bem capaz denos rezar uma missa do sétimo dia...

•••HUMOR – Se a gente não se rir com os

nossos políticos, é certo que entramos todosem aspiral depressiva.

É por isso que estou plenamente de acor-do com os nossos deputados na AssembleiaRegional, quando gastaram grande parte doseu tempo na apreciação de um voto de pro-testo contra o que se passa... na Coreia doNorte.

O Governo Regional também anda bas-tante humorado.

Prometeu aos picoenses, como bandeiraeleitoral, uma maternidade, mas as pobres cria-

turas da ilha montanha não compreende-ram que era tudo uma brincadeira de carna-val.

Sérgio Ávila é o campeão do humor:quando diz que a região tem superavit, é mes-mo para a gente sorrir.

E quando diz que está tudo bem na Sa-úde, com contas em dia, e o seu colega da tu-tela vem propor um plano de aperto e austeri-dade para o setor, é óbvio que estão a gozarcom o pagode.

Quando a SATA não consegue pôr os avi-ões a voar, nem tão pouco baixar o preço daspassagens, e o Governo Regional vem dizer quea culpa é do Governo da República, naturalmenteque temos aqui mais uma anedota.

O humor é uma coisa esplêndida.Podemos ser um país e uma região de

grandes tesos.Mas no disparate humorístico, somos

os maiores.•••

CONDECORAÇÕES – Se a políticafosse séria e honesta, a primeira pessoa a sercondecorada, no Dia dos Açores, era a Se-nhora Conceição Correia, aquela heroína quetrata os sem-abrigo de S. Miguel com maiseficácia do que os políticos, retratada numasoberba reportagem do “Correio dos Aço-res” na edição de domingo.

•••BANIF – Um banco que anda de calças

na mão, intervencionado com o dinheirodos contribuintes, a pagar quase um milhãode euros em ordenados e prémios a uma sim-ples gestora, só pode acontecer em Portugal.

Começo a ter vergonha de ser clientedeste banco. Pobre BCA...

Nª Sª de Fátima!É preciso muita sabedoria religiosa para

chegar a tão católica conclusão.Eu diria mesmo que a Fé ultrapassa to-

do o sentido supranacional e, neste aspeto,Cavaco Silva deveria ser convidado pelo Papapara a próxima oração na Praça de S. Pedro,como confirmação das suas potencialidadesmilagrosas.

A família Cavaco tem todo o direito àadoração a Nª Sª de Fátima.

Nisto, leva vantagem em relação à famí-lia Eanes, que preferia a adoração ao SenhorSanto Cristo dos Milagres.

Temos então Nª Sª de Fátima – 1, Se-nhor Santo Cristo – 0.

E porquê?Ora, se no dia 13 de maio Nª Sª de Fátima

inspirava a troika – segundo a premonição L P

Emigrações e a Diáspora Portuguesa!• Por Fernando PIRES

Antes de mais, devo dizer que nãome alargarei aqui a escrever sobre a emigraçãono Canadá, porque penso já ser terra batida.Mencionarei alguns apanhados sobre datas deuma certa emigração do centro da Europa paraFrança, visto a adoção do código napoleónicopermitir uma abertura a muitos países.

Quanto a um certo passado do movimen-to emigratório para as duas Américas, foi ogrande Eça de Queirós que lhe dedicou um es-tudo histórico e científico a partir dos anos1815. A emigração foi, é sempre um fermentoeconómico e sociopolítico da movimentaçãode populações para escapar à fome, de exíliopara a liberdade, e que mexe com o afeto nasnossas entranhas emocionais, como uma quaseespécie de doença!

São os primeiros anos da integração doemigrante na terra de acolho que não são fáceis,devido à língua e à cultura do país de acolhimen-to, dado que à primeira vista há uma certa exclu-são.

A Europa central, desde 1815 a 1911, devi-do à revolução industrial na Inglaterra, provo-cou uma emigração profissional seletiva paraFrança, de belgas, suíços e alemães.

Entre 1888-1893 a situação agravou-secom a Grande Depressão em França, e a partirdaí, começou uma xenofobia de controlo nestepaís contra os emigrantes, pondo assim limitesà sua entrada.

No entanto, devido a um grande númerode trabalhadores judeus, a França vota uma leisobre a integração de judeus e outras nacionali-dades. Assim, nos anos 1901-1905, são separa-dos os poderes da Igreja e do Estado, devido aum chamado “Consistório” para melhor faci-litar essa integração.

Este Consistório teve um papel determi-nante no acolho a todos os judeus que chega-vam da Europa central, como também da Rús-sia de Lenine, onde este preparava a luta contrao Czar para quinze anos mais tarde.

Em 1914-1918, a grande guerra mundialentre a Alemanha e a França agrava a situaçãona Europa, ao ponto de a República Portuguesaenviar um batalhão militar de ajuda à Françacomo país amigo.

Dez anos mais tarde, o golpe de Estadomilitar em Portugal, por Sidónio Pais, abre aporta à ditadura de Oliveira Salazar em 1928,que nunca mais abandonou o poder, senão àsua morte.

Nos anos 1940-1960 a ditadura faz ninhoautoritário, toma conta de 370 000 hectaresdos baldios florestais e das serras do povo,pondo fim à pastorícia como meio de subsis-tência. A miséria força então chefes de famíliase alguns jovens (estes, para evitar a guerra) apensarem em dar o “Salto” para a França, coma agravante do rebentamento da guerra colonialem Angola.

A florestação autoritária do regime inspiraAquilino Ribeiro, num dos seus livros, compersonagens como a de Manuel Louvadeus,

que dizia: “Fiquem em casa que o Governo vaijá tomar conta da serra e expulsar-vos-á”. Foio que aconteceu. Esta medida autoritária expul-sou rebanhos e pastores das serras, impondolimites, deixando de haver um dos alicercesque alimentava a agricultura parcelar no Nortedo país. Camponeses, pastores analfabetos ousemianalfabetos, são obrigados a abandonarcampos e serras, aparecendo assim em 1959nos campos Elísios, em Paris, com chapéu de

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O reflexo de uma vida dura...

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Página 323 de maio de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Bilhete de LisboaEscapadela ao Centro de Portugal [II]

• Por Filipa CARDOSO

A segunda paragem foi na cidade de Coimbra, principaldestino deste passeio.

Estava com muita curiosidade de visitar o Museu NacionalMachado de Castro (MNMC), pois na celebração do seu centenárioreabriu as suas portas depois de vários anos de profunda remode-lação com um custo de cerca de 15 milhões de euros.

Mais uma vez fiquei agradavelmente surpreendida pois oMNMC, ao lado da Universidade de Coimbra, está fantástico. Aequipa do gabinete de arquitetura de Gonçalo Byrne está de para-béns.

O edifício deste museu assenta sobre um dos mais belos egrandiosos criptopórticos do mundo romano, século I, só agorarevelado ao público.

A diretora do museu, Ana Alcoforado, descreve assim o con-junto de edifícios que albergam os vários tesouros “O grande pá-tio, dominado pela lógia quinhentista que exerce uma grande atraçãosobre quem passa neste ponto da cidade, é um exemplo impressivode sobrevivência de carga simbólica de um lugar. Ele foi centroadministrativo, político e religioso na época romana, foi templocristão, pelo menos desde o século XI, paço episcopal a partir dasegunda metade do século XII, e museu desde 1911. É por issoum dos lugares mais complexos e aliciantes da cidade”.

Este museu ostenta o nome do grande escultor régio JoaquimMachado de Castro (1731/1833) estando a escultura em lugar dedestaque num percurso, cronológico, à volta da Capela dos A Fer-reiros.

Foi contudo o conjunto escultórico em terra cota, da últimaceia de Hodart, de meados do século XVI, isolado numa sala pin-tada de negro, que me impressionou mais.

A pintura, embora maioritariamente portuguesa, dos séculosXV a XX, inclui também um interessante núcleo de pintura Fla-menga do século XVI.

Da ourivesaria, proveniente dos vários extintos mosteiros econventos da diocese de Coimbra, são de salientar algumas obras-primas como, por exemplo, o tesouro da Rainha Santa Isabel e ascustódias manuelinas da Sé e do Sacramento.

O projeto e trabalhos de remodelação do Museu propiciarama instalação de modernos sistemas de segurança, que permitiramexpor o espólio de ourivesaria e criar espaços para ali serem realiza-das ações de conservação e restauro.

Existem também vários outros serviços disponíveis – áudio-guias em várias línguas, visitas e atividades educativas, loja e umrestaurante com uma fantástica esplanada onde se pode admirar abaixa de Coimbra.

Foi uma manhã culturalmente muito rica mas que não chegoupara admirar todo o espólio museológico do Museu distribuídopor várias salas, totalizando uma área de 8 mil metros quadrados.

Recomendo vivamente a visita. Tenho de voltar. L P

Festa da Universidade dos Tempos Livres (UTL)

Entre Trapos, Moda e Painel• Reportagem de Raquel CUNHA

No sábado, dia 11 de maio, pelas 15 horas, teve lugar no Sa-lão Nobre da Missão de Santa Cruz, a apresentação final comemorativade mais um ano de UTL, ou seja, da Universidade de Tempos Livres.

Ponto De EncontroEste ano, a sempre original universidade, trouxe dois acontecimen-

tos memoráveis. Em primeiro lugar (por ordem cronológica), esteve ainauguração de “Ponto de Encontro”, um painel de bordados, que re-trata vários símbolos das diferentes regiões portuguesas. Esse painelfoi feito pelo “Grupo da Arte” e contou com a participação de cerca de

80 pessoas.Ficará como fun-

do do palco do SalãoNobre da Missão, emais devo dizer que éhomogénea a apre-ciação de tal obra:“muito bonito”,“lindo”, “muito ori-ginal”, “uma beleza”.

Com a sala lota-da, o LusoPresse tevea oportunidade de fa-lar com Anália Lo-pes, uma das partici-pantes e orientadorasdo projeto e que ofe-receu à obra os teci-dos necessários, en-tre os lençóis do seuenxoval ainda por es-trear. “Já lá vão 58anos” ri-se, e explica.“Eu sabia que era pre-ciso algodão, entãoquando fui a Portugal

de férias trouxe os lençóis, que ofereci à Mis-são”. Ofereceu também o tecido que serviucomo fundo “cerca de cinco metros”.

Em colaboração com a supervisora doprojeto Isabel Faria, Anália Lopes conta-noscomo nas aulas de Artes, cortaram os lençóis“aos quadrados” e como os desenhos a serembordados foram escolhidos por entre “revistasportuguesas, francesas e tudo o que viesse pararà mão”. Exemplo disso é “o Campinho” re-tratado no Painel, “encontrei-o num papel deembrulho”, conta. Uma vez os desenhos esco-lhidos, foi preciso bordá-los. “Deu-nos muitotrabalho, tivemos de nos organizar, colaborar,escolher os desenhos, as cores, tudo!” Masconstata que foi um trabalho de equipa e queumas sem as outras não teríamos conseguido.Expressa ainda que é uma emoção ver o Painelassim exposto e que tem muito orgulho na o-bra que ajudou a criar. “Está lá tudo, todo o ar-tesanato português, desde a cortiça, a renda dePeniche e até ao leitão da Bairrada”, sorri econfessa, “sobrou-nos um bocadinho de rendae estamos já a pensar num projeto para o pró-ximo ano”.

Velhos São Os TraposDe seguida, teve lugar o desfile de moda

“Velhos são os Trapos”, composto por cria-ções feitas por membros da UTL e desfiladospelos mesmos. Sob a orientação de JoaquinaPires, o evento foi um sucesso. Os sorrisos, a-plausos e comentários de louvor fizeram-seouvir durante e após a atuação.

Regido em dois temas, um de Escolha li-vre e outro dedicado aos Anos Vinte, o desfilenão tardou a provocar aplausos na assistência,quando ao som da música portuguesa, selecio-nada por José Calvário, um após outro, os par-ticipantes tomaram conta da passarela.

A ideia surgiu no âmbito do projeto “Va-mos Comer Juntos” que promove não só al-moços gratuitos às quartas-feiras, como tam-bém convívio e partilha. “Já tínhamos feitoum desfile com jovens” conta-nos JoaquinaPires, “o Sr. Padre (José Maria) lançou a ideia eas costureiras pediram-me para coordenar”.

Como sempre, Joaquina Pires está prontaa ajudar e a cooperar com boas iniciativas. Estanão foi diferente e por isso, pôs mãos à obra.O que conseguiu foi algo de memorável, foium rejuvenescimento coletivo.

Em modo de crédito ao trabalho feito, fi-que claro que o desfile dos anos 20 contoucom a habilidade das costureiras Lourdes Grilo,Olga Loureiro e Gracinda Rocha e a graciosida-de dos modelos Rosa Bernardo, Luís Rodri-gues, José Dias, Maria Cunha, Nivéria Tomé,Maria Lopes, Dionísia Gabriel, Maria Gabriel,Helena Bastos, Rosa Patrício e Cristina Silva.

No desfile de autocriação, as costureirascriaram os seus próprios fatos, sob tema livree no qual participaram Odete Cláudio, FátimaBatista (fez o fato da cunhada) e Isabel Sousa,invisual, que não só fez o seu próprio traje,como desfilou.

A verdade é que a UTL tem-nos dado umalição sobre comunidade, com atividades perti-nentes, originais e criativas. Espalha o bemcomum, inicia o debate e enche-nos de orgulhoe alegria. A todos que nela participam o nossobem-haja: Vocês são uma fonte de inspiraçãoe um exemplo a ser seguido, dentro e fora daComunidade.

Desfile com saber e classe. Foto Manuel Ribeiro.

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Mundo Novo dos Ilhéus Açorianos...Relato dos viajantes do século XVIII e XIX

• Por Lélia Pereira da SILVA NUNES

Florianópolis celebrou 287 anos deemancipação política, de elevação à categoriade Vila e da constituição da primeira Câmarade Vereadores a 23 de março de 1726. A idadereal de “Floripa” é uma incógnita e motivo decontrovérsias históricas. No entanto, é con-senso que a sua fundação deve-se ao bandei-rante paulista Francisco Dias Velho em 1673(ou 1675?) e o nome da Ilha de Santa Catarinaao navegador italiano Sebastián Caboto em1526.

Festejar 287 anos de “Vila” ou 340 anosde “Fundação da Póvoa” não faz a menor dife-rença para a linda Florianópolis de hoje, orgu-lho dos florianopolitanos e fascínio dos visi-tantes seduzidos na volúpia da sua paisagem edo seu espaço urbano a namorar o mar em ro-sado entardecer ou em exageradas manhãs en-solaradas de outono a inundar com luz e corcomo pinceladas de impressionismo frescorde Claude Monet.

Cidade-Ilha que, no cenário do passado,serviu de porto seguro às expedições do séculoXVI que cruzaram o Atlântico Sul rumo aoRio da Prata ou ao Estreito de Magalhães, deuboas vindas aos ilhéus açorianos no séculoXVIII e abriu suas portas no XIX a imigrantesde muitas etnias. No cenário do presente, refle-te sua multiculturalidade recebendo migrantesde todos os cantos.

Há uma convergência de escritas que tra-duzem em narrativas, crónicas de viagens, todaesta mobilidade humana na época dos desco-brimentos e das grandes expedições.

Mais de duas dezenas de viajantes estran-geiros se aventuraram pelas águas do Sul doBrasil, entre os séculos XVIII e XIX, deitaramo olhar sobre a paisagem e a vida social e culturaldos habitantes e deixaram anotadas a sua im-pressão na arte pictórica e na escrita – a Litera-tura alienígena e a colorida iconografia – irre-futáveis registos documentais. Afinal, comoera este Mundo Novo dos ilhéus açorianos?O que escreveram os nossos visitantes antes edepois da sua chegada na Ilha de Santa Catari-na?

Três décadas antes da chegada dos Ilhéus,o francês Amédée F. Frézier, (1682-1773) em“Relation Du Voyage de La Mer Du Sudaux cótes Du Chily et Du Perou, Fait pendantlés anées 1712,1713 &1714”, publicada em1716, relata a sua estadia na Ilha de Santa Cata-rina em 1712. Desenha um mapa da Ilha, des-creve a vegetação e fala da vida primitiva dos147 brancos, alguns índios e negros libertos.Viviam na maior ignorância, abandono sociale religioso, havendo apenas um vigário na La-goa que rezava a missa somente nas principaisfestas do ano.

O inglês George Anson (1698-1762), che-ga à Ilha em 1740. Faz um clássico relato decircum-navegação – “A voyage round the worldin the years MDCCCXL, I, II, III, IV”.Tece duras críticas aos excessos de autoridadedo Governador Silva Paes. Enfatiza Anson:“para justificar sua conduta pretextava a ne-cessidade de guardar víveres para mais de cemfamílias portuguesas que deveriam chegar empouco para reforçar sua Colônia” (Gerlach,G:2010:47). Reforça a convicção de total aban-

dono de Desterro, onde uma população insi-gnificante, “vegetava serenamente”, sem preocu-pações com o futuro. Seu progresso era nulo, aIlha agonizava.

O povoamento de Santa Catarina só acon-tece com a chegada dos açorianos e alguns ma-deirenses, entre 1748 e 1756. Muitos do que a-bandonaram as Ilhas rumo ao Mundo Novo,viram seus sonhos serem sepultados nas águasdo Atlântico e os que aportaram em Desterroestavam mais mortos que vivos. Coube ao Go-vernador Manuel Escudeiro assegurar que os co-lonos tivessem o prometido: instrumentos detrabalho, animais e um quarto de légua em qua-dro – a medida de terra, a medida da dignidadedos ilhéus açorianos.

A palavra dos viajantes que passaram pelaIlha a partir de 1760, adentrando o primeiroquartel do sec. XIX, revela um animador desen-volvimento de Desterro, seja em deliciosas cró-nicas ou em belas iconografias da Ilha.

Antoine Joseph Pernetty (1716-1801), natu-ralista francês, publica suas pesquisas em 1769 sobo título “Histoire d’un Voyage aux Isles Maloui-nes, fait en 1763 &1764; avec Des Observationssur Le Detroit de Magellan, et sur Les Patagons”.Uma escrita minuciosa sobre o quotidiano, usos,gastronomia, habitantes e administração de Des-terro. Traça a cartografia de Santa Catarina e dese-nhos da fauna e flora.

A passagem e estadia da expedição de Jean-François Galup De Pérouse em 1785 (1741-1788),está na obra “Voyage de Lá Pérouse Autor duMonde”, publicada em 1791. La Pérouse descrevea Vila de Desterro, costumes, produtividade dosolo, cultivo do açúcar, trabalho escravo e a caçada baleia do qual a população não passa de meroespetador já que a atividade pertence à Coroa Por-tuguesa, arrendada a uma empresa de Lisboa queexplora três grandes armações de baleias (400 ba-leias/ano). Seu relato faz especial referência à hos-pitalidade e a índole do povo “(…) seus costumessão delicados; eles são bons, polidos, serviçais, massupersticiosos e ciumentos de suas mulheres, asquais jamais aparecem em público.”

Enamorado por esta “ilha-mulher” o na-vegador suíço-alemão Carl Friederich Gustav Sei-dler, que aqui aportou entre 1823 e 1827, deixouuma crônica admirável. Sua pena desenha na aqua-rela das palavras a formosura da ilha e completa-mente seduzido extravasa sua paixão: “que euhoje desejasse que amanhecesse algumas horas maiscedo para que, quanto antes melhor, se me abrisseesse fabuloso paraíso do novo mundo. Não tivemais sono; impaciente como um amante cheio desaudade ou como um enfermo febricitante, espereino convés pelo raiar do dia.” (1979:299).

Do Mundo Novo, que os açorianos con-quistaram e fizeram dele o seu “chã”, muito maispoderia ser dito a partir dos relatos dos viajantesestrangeiros. Porém, encerro citando a crónicade viagem de Charles S. Stewart, navegante in-glês, que visitou Desterro entre 1852 e 1853.Exatamente 100 anos após a chegada da últimaleva dos ilhéus açorianos. Na obra “Brasil andla Plata”, (N.York, 1853), Stewart se surpre-ende com o requinte das Festas do Divino Espí-rito Santo e a coroação do Menino Imperadorna vila de Desterro.

São os caminhos do Divino abertos nodistante século XVIII e que avançam no XXI.Uma açorianidade temperada com jeito maneirode ser do ilhéu catarinense. L P

JAIME ALMEIDA1942 - 2013

Faleceu em Montreal, no dia 5de maio de 2013, com 70 anos deidade, Jaime Almeida, natural de Ven-da Nova, São Martinho do Porto,Alcobaça, esposo de Esmeralda Se-reno Almeida.

Deixa na dor a sua esposa Es-meralda, o seu filho Paulo, a sua filhaCristina, assim como restantes fami-liares e amigos.Os serviços fúnebres estiveram acargo deMAGNUS POIRIER Inc10300, boul. Pie-IX, Montréal-NordTel.514-727-2847www.magnuspoirier.com

António RodriguesCel. 514-918-1848

O velório teve lugar no Com-plexo Funerário no sábado dia 11 demaio de 2013, das 18h às 22h. Segun-do a sua vontade, o corpo foi trasla-dado para Portugal, onde será sepul-tado no cemitério de Atouguia daBaleia, concelho de Peniche.

A família vem por este meioagradecer a todas as pessoas que, dequalquer forma, se lhes associaramneste momento de dor. A todos onosso obrigado pelo vosso confor-to. Bem Hajam.

Antonio RodriguesConseiller aux familles10 300, boul. Pie-IXMontréal (Québec) H1H 3Z1Général : 514 727-2847 / 1 888 727-2847Télécopieur: 514 322-2252Ligne directe : 514 727-2828poste [email protected]

Vítor CarvalhoADVOGADOEscritórioTelef. e Fax. 244403805

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Piano e Teoria MusicalContactar Hugo Ribeiro:

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Na Alfred Dallaire – Memoria

Concorrida Festa das Mães

No boulevard St-Laurent

Festival mural em junho

LUSOPRESSE – A Sociedade de Desenvolvimento do bou-levard St-Laurent, sob a égide do seu diretor-geral, o nosso jovemcompatriota Glen Castanheira, promoveu uma conferência de Imprensano passado dia 14 de maio, numa das salas do cada vez mais conhecidoHotel 10, para anunciar que o boulevard de St-Laurent organizará o seuprimeiro Festival Mural. A efectivação do inédito evento acontecerá dodia 13 ao dia 16 de junho e em locais que já foram assinalados. O certo

Festas do Santo Cristo

LUSOPRESSE - Tiveram lugar nopassado fim de semana as tradicionais festasdo Senhor Santo Cristo de Montreal.

À partida, tudo se conjugava para que asfestividades fossem calorosas, de público e detemperatura. Afinal, os deuses nada quiseramcom o Senhor santo Cristo deste ano e abriramas torneiras, com a chuva a chegar para compli-car tudo e todos. E com a chuva, pior ainda,veio forte vento que a todos incomodou.

Mas a procissão saiu na mesma e é delaque apresentamos as fotos que se seguem.

E que para o ano, São Pedro olhe pelanossa festa maior.

Outra tradição que se mantém, a do des-file dos estudantes. Na foto, a bonita Ma-ria Medeiros. Foto LusoPresse.

é que os «desenhos» ficarão nos muros da St-Laurent entre as ruasSherbrooke e Mont-Royal.

O principal objectivo do 1° Festival Internacional de Arte Públicaé de celebrar a criatividade mural, transformando o boulevard St-Laurentnum verdadeiro museu a céu aberto onde se unirão os talentos dos ar-tistas locais e internacionais, palavras dos seus organizadores.

Ainda na conferência de Imprensa, assaz concorrida, Glen Cas-tanheira garantiu que o Festival tem, para já, um ciclo de vida de cincoanos. Depois, como também foi dito, dependerá de muita coisa. Mastodos estão optimistas quanto ao futuro deste Festival, único no nor-deste americano e que o evento anual juntará muitos dos melhores ar-tistas da arte mural a nível mundial, o que muito contribuirá para reforçaro lugar de Montreal como pólo artístico na América do Norte.

Glen Castanheira quando falava aos jornalistas. Foto Luso-Presse.

LUSOPRESSE – A conceituada com-panhia Alfred Dallaire – Memoria, como acon-tece todos os anos, organizou a sua Festa dasMães. E o evento, que foi muito concorrido,teve lugar no seu renovado Mausoléu de Laval,situado no 2159 do boulevard St-Martin est.

Com um programa bem preparado, comJeannette Rioux na coordenação, os presentestiveram a oportunidade de assistir a cânticos emúsicas religiosas das mais variadas, mercê dapresença de um leque de artistas a condizercom o momento.

A cerimónia começou com a chegada dosconvidados e música ambiente. Jeannette Ri-oux deu as boas-vindas a todos e explicou co-mo a sessão festiva, mesmo se se estava numMausoléu, que muitas vezes não nos convidaa essa vertente da nossa vida, se desenrolaria.

Logo de seguida passou a intervir a creden-ciada artista Rita Lafontaine, acompanhada dajovem bolseira das Artes de Laval Sara Mar-

Claudine Ledoux e Benoit Leblanc. Todos eles jovens e de categoria su-perior.

Com muita gente presente, os organizadores da Festa das Mães daAlfred Dallaire – Memória tiveram que instalar ecrãs gigantes ao longodos corredores de maneira que ninguém perdesse o fio ao que se passavaem palco.

No final, as pessoas presentes foram convidadas para um simpáticobeberete oferecido pela Alfred Dallaire – Memoria. Algumas outras a-proveitaram a ocasião para simplesmente visitarem o Mausoléu ou al-guns parentes já idos.

chand. Extractos dolivro Un gâteau auxsmarties, foram decla-mados por este sim-pático duo no decor-

rer de toda a cerimónia, que foi entrelaçada porintervenções eucarísticas do padre Igino In-cantalupo, em italiano, em inglês e, bem enten-dido, em francês. Já no que à língua portuguesadiz respeito, foi o diácono António Ramos aler algumas partes da Escritura, próprias dodia dedicado às nossas mães.

Relativamente aos cânticos e música sa-grados, estiveram presentes os artistas MarieHélène Brault (flauta), Uliana Drugova (violão)e Sandra Simard (piano). Os cantores foram

Artistas jovens, mas de qualidade. Foto LusoPresse.

Sala cheia nas cerimónias do Dia das Mães da Alfred Dallaire-Memoria. LusoPresse.

L P

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Foto LusoPresse.

Norberto AguiarÉditeur - Rédacteur en chef

Tél.: (450) 628-0125Courriel : [email protected]

Web : www.lusopresse.com

LE JOURNAL DE LA LUSOPHONIE

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Página 623 de maio de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Gorjeta para a Saúde• Por Osvaldo CABRAL

Os governos possuem nos seusdepartamentos, invariavelmente, gente ilu-minada.

Pela Secretaria Regional da Saúde pas-sou muita gente assim, não admirandoque, desde que Carlos César tomou posse,a dívida do setor tenha aumentado 30 vezesmais.

Pelos vistos, por lá permanecem algu-mas luminárias, a julgar por uma recentedecisão sobre análises clínicas, que me sur-preendeu na semana passada.

Quem residir nos concelhos de Ribei-ra Grande e Vila Franca do Campo já nãopode recorrer aos laboratórios de análisesde Ponta Delgada, a não ser que esteja dis-posto a pagar cerca de 80 euros.

A obrigatoriedade, agora, é recorreraos Centros de Saúde do respetivo conce-lho, onde paga a taxa moderadora.

Eu até percebo a tramoia: deixa-se definanciar os laboratórios privados, parasustentar o Serviço Regional de Saúde.

Só que nem toda a agente está dispostaa perder uma manhã ou umas horas doemprego para se deslocar a Centros de Saú-de congestionados e, para muitos, longedo local de trabalho.

Mas da Saúde já se espera de tudo. Atéo milagre do equilíbrio financeiro do setor,que tinha sido anunciado em 2011 como“meta fixa” para 2012, ou seja, no anopassado. Alguém notou?

Já em 2010 anunciou-se um “Planode Contenção” para poupar 14 milhõesde euros nos hospitais da região. Chegou-se ao final do ano e verificou-se uma pou-pança de... 4 milhões!

De falhanço em falhanço, vamos as-sistindo, incrédulos, a medidas avulsas e auma desorientação inquietante, sem queninguém seja responsabilizado por nada.

Não são apenas os gestores das unida-des de saúde que devem ser responsabiliza-dos por má gestão, como acontece de tem-pos a tempos, em resultado das auditoriasdo Tribunal de Contas. Tem que se ir maisacima, responsabilizar hierarquias e até oresponsável máximo pelas orientações nosetor (o que se passa na gestão de muitasempresas públicas regionais é de bradaraos céus).

O que é que aconteceu perante o des-calabro na Saúde? O anterior responsávelfoi promovido para a administração dosPortos dos Açores e os anteriores a estecontinuam por aí a fazer política com decla-rações desastrosas...

Confiemos, pois, no novo Secretárioda Saúde, que após um arranque pouco fe-liz, parece agora interessado em mudar apolítica do setor.

A anunciada reformulação do SistemaRegional de Saúde, que o novel Secretárioquer que resulte no “maior consenso pos-sível”, não apenas na esfera política, “masenvolvendo também a população em ge-ral”, é um bom sinal.

Não sei quais as soluções milagrosaspara reformular um setor que já se endividou

em mais de meio bilião de euros e deixa,ainda, como herança, responsabilidadesfuturas em parcerias público-privadas queultrapassam os 100 milhões de euros.

Mas sei o que não se deve fazer.Desde logo, é cortar com os exem-

plos do passado.Todo ele foi um desastre: listas de

espera crónicas, milhares de utentes à es-pera de cirurgias com mais de um ano,cuidados primários desorganizados, eco-nomia de recursos hospitalares inexis-tente, atrasos no pagamento a fornecedo-res, nomeação de administradores incom-petentes, falta de médicos de família, re-cordes nas taxas de prevalência de doen-ças, desde cardiovasculares a diabetes edesperdícios imensos que os Enfermeirosestimam à volta de 30% nos gastos coma Saúde.

Tem sido sintomático o falhançodos planos orientadores para o setor.

O Plano Regional de Saúde 2009/2012 gastou mais de 1,2 milhões de eurospara uma suposta reformulação, deixandotudo na mesma... ou pior.

Uma das maiores irresponsabilidadesno setor aconteceu em 2006, com a adju-dicação da informatização em rede do Ser-viço Regional de Saúde, que deveria ficarconcluída em 2008.

Estamos em 2013 e nada funcionou.A informatização é um monte de lata egastou-se neste projeto – segundo cálcu-los de gente que conhece o escandalosoprocesso – qualquer coisa como 6 milhõesde euros.

Os três hospitais da região vêm apre-sentando prejuízos crónicos todos os a-nos: 83 milhões em 2007; mais 51 milhõesem 2008; outros 60 milhões em 2009... epor aí fora, sempre na casa da meia cen-tena de milhar.

Prometeram-se no ano passado maissalas de cirurgias, mais reforços nos blocosoperatórios, para atingir mais 2 mil cirur-gias em 2012 e outras 3 mil em 2013. Ne-nhuma das metas se cumpriu.

Prometeu-se que os centros geriátri-cos, que em 2007 tinham apenas capacida-de para 104 doentes, seriam aumentadospara 259, acrescido de mais 100 com otratamento no domicílio. Outra meta nãoatingida.

Venha, portanto, o novo documen-to da reformulação do setor, mas que nãotenha o mesmo destino dos outros.

E se o Sr. Secretário quer começarpelo mais básico, acabe com essa bizarriade se ter que ir, obrigatoriamente, ao Cen-tro de Saúde do seu concelho para fazeranálises e dar gorjeta ao sistema.

L P

35 anos

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Página 723 de maio de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Bruno Ribeiro...

Protagonista da Ópera «Manon»• Entrevista de Raquel CUNHA

Bruno Ribeiro é um conceituado te-nor português, para quem a acumulação deprémios é coisa quase rotineira e que teve já aoportunidade de pisar os mais aclamados tea-tros do mundo, interpretando as mais emble-máticas obras.

Encontra-se de momento em Montreal,onde é o protagonista de «Manon», a célebreópera de Jules Massenet, baseada no famosoromance do Abade Prévost «Histoire du Che-valier Des Grieux et de Manon Lescaut». OLusoPresse tem a oportunidade de dar-vos aconhecer quem tão bem tem representado Por-tugal no mundo da arte lírica. Segue a conversaem jeito de entrevista.

1 – O que o levou a seguir a carreira de Te-nor? Desde pequeno senti interesse pela voz

humana. Sempre ouvi música e canto. Já a mi-nha avó (embora cantasse só em privado) tinhauma linda voz.

2 – É-lhe difícil cantar em outras línguas?Não.

3 – Recebeu inúmeros prémios e é reco-nhecido internacionalmente. Qual o reconheci-mento que tem em Portugal? Pouco ou ne-nhum. É comum que os portugueses não reco-nheçam as próprias qualidades, principalmenteentre eles.

4 – Atuou em vários palcos do Mundo epassa grande parte do seu tempo em digressão.Onde reside atualmente? Em Itália.

5 – Qual o estado atual da música dita«erudita» em Portugal? Mau! Em qualquer mo-mento de crise económica, o primeiro setor asofrer é o da cultura, o que acaba por gerar cri-ses culturais!

6 – Qual foi o momento mais marcanteda sua carreira? A última récita.

7 – «Manon» é uma peça de grande pesohistórico e simbolismo. O que sente em parti-cipar nesta obra, tantas vezes já encenada? Exis-te uma expectativa por parte do público e daequipa? «Manon» é uma história conhecida e,apesar de ter sido escrita há mais de 200 anos,é muitíssimo atual. A ópera em si é muito bo-nita com páginas de música memoráveis. Vo-calmente, é um dos papéis mais difíceis que in-terpretei até hoje!

8 – Onde cantará a seguir? De seguida, ireidiretamente do Canadá para a Suíça para umaprodução da ópera «Atila» de Verdi.

9 – Conhece a comunidade portuguesade Montreal? Já cá tinha vindo? Infelizmente

não conheço a comunidade portuguesa deMontreal. É a primeira vez que aqui venho. Ti-ve contudo o prazer de jantar com o Sr. Côn-sul-Geral de Portugal em Montreal.

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10 – Acha queexiste uma identidadeportuguesa? Se sim,em que consiste? A-cho que um País commil anos de históriatem que ter uma iden-tidade. É pena que anossa identidade nãoseja valorizada pelosPortugueses... Antespelo contrário! Sem-pre fomos gentes decoragem, aventura, a-mabilidade e humil-dade. É desde 1910que, na minha opini-ão, se faz o funeral daidentidade portu-guesa!

11 – Planos parao futuro? De seguida,como disse, irei paraa Suíça, depois Dallas,Bilbau, Nice, etc.

«Manon» estáem Montreal a convi-te da Ópera de Mon-treal e é apresentadanos dias 18, 21, 23 e25 de maio, pelas18h30, na Place desArts. O tenor portu-guês terá como par-ceiros a soprano Ma-rianne Fiset, e o barí-tono Gordon Bint-ner, a estrela canadia-

na em ascensão, vencedor da “Standard Life/OSM Competition”.

L P

Bruno Ribeiro, credenciado tenor português a viver em Itália.

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Página 823 de maio de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

No âmbito do festivalde Literatura Metropolis BleuCrónica do Absurdonas margens do encontroCara a Cara com Mia Couto

• Por Luís AGUILAR

Se de absurdo se trata, começo este pequenoapontamento marginal à reportagem pelo fim: aoterminar a sessão realizada, recorde-se, numa livraria,foi um doce ver todos os participantes numa corridapara comprar não uma mas várias das obras do autor,primeiro em português, não havendo, em Francêsou inglês, tanto mais que estava prevista na progra-mação, uma sessão de autógrafos após terminado oencontro com Mia Couto, que se esvaziou, dadoque na livraria não havia um só livro de Mia Coutodisponível. Onde colocaria Mia Couto o seu rabisco?Numa garrafa de vinho, pediu uma das nossas estu-dantes, recorrendo à ironia para desanunfestar oambiente.

E o que mais espanta é que a livraria não temquaisquer responsabilidades neste absurdo. Ela vaitodíssima para a (des) organização do Festival Me-tropolis Bleu e do editor que enchia a boca com apalavra profissionalismo e deste nem um bocadochi-nho tinha. Indiferente, passeava ufanamente pelasala ao mais épico estilo de uma barata atarantonta,a sua altivez, grosseria e a arrogância desmedida, to-das gratuitas. Gesticulava, punha-se em bicos depés para garantir que a entrevista autorizadíssimacom antecedência tamanha não estava autorizada.Uma espécie destas já não encontrávamos há muitotempo.

Quanto a nós lá fomos dizendo aos incautosparticipantes na sessão que poderíamos emprestaralguns livros existentes na Mediateca ou providenciarpara que os livros fossem pedidos por aquela mesmalivraria. Mas qual o quê. As pessoas criam-nos hic etnunc, para que Mia Couto os autografasse em mo-mento apropriado: uma sessão de autógrafos. Quese fantasmou. Pondo de lado estas circuntristezascomo diria Guimarães Rosa, esta sessão tão malprogramada acabou dando certo. Preparada quaseno anonimato, em português sem se saber muitobem porquê num festival de cariz anglófono e tam-bém francófono numa livraria espanhola, sem qual-quer publicidade. Melhor não poderia esta explosivasimbiose ser preparada para o insucesso, para que sedesconseguisse, como muitos moçambicanos eufe-mizam o fracasso. E, no entanto, atingiu-se a perfei-ção: uma sala acolhedora, a abarrotar de gente, ouvin-do Mia Couto expressar-se em português, para lusó-fonos e lusófilos, contando-lhes as travessias docabo das tormentas, mas também do da boa esperan-ça. A juntar a tudo isto que não é coisa pouca, há aexibição do conhecimento por parte da imprensacanadiana de referência que escarrapacha dois factosfacilmente desmentíveis: Mia Couto é o autor delíngua portuguesa mais conhecido internacional-mente (e José Saramago ou Jorge Amado?) e que jávendeu vinte e cinco milhões de livros (talvez 10%desse número, o que já é obra e grande). Sem maiscomentários.

Mas o cúmulo do absurdo (the oscar goes to...)um português no encontro Cara a Cara, pedia a MiaCouto que se traduzisse o que estava a ser dito parafrancês. Tendo em conta que a assistência era com-posta exclusivamente por falantes de português asugestão só podia mesmo cair em cima do espantode uma plateia incrédula.

Mia Couto, cara a cara, com lusófonos e lusófilos de Montreal

Pensatempos em língua portuguesa• Reportagem de Luís AGUILAR

MMMMMia Couto, um dos mais relevan-tes escritores de língua portuguesa, moçambi-cano, esteve em Montreal, a convite do Festi-val de Literatura Metropolis Bleu, ondeparticipou em vários eventos em que os Estu-dos Portugueses e Lusófonos da Uni-versidade de Montreal, em colaboração com oConsulado-geral de Portugal em Montreal ecom o patrocínio do Camões, Institutoda Cooperação e da Língua, tiveram par-ticipação ativa. Inscrita na programação doFestival de Literatura Metropolis Bleu realizou-se um encontro-debate com Mia Couto, intitu-lado Cara a Cara que teve lugar na livrariaLas Américas, sita no 2075 da rua St Laurentem Montreal, no dia 27 de abril, das 19 às20.30 horas.

Ao longo de uma hora e meia, Mia Couto,mais do que falar da sua carreira literária, comoestava anunciado, partilhou pensatempos, con-tou pequenas histórias que fazem abensonhadoo seu trajeto literário e falou da sua infância,do seu trabalho como biólogo numa das maio-res regiões de preservação ambiental de África,o que o leva a olhar o mundo de um determina-do ângulo e a encontrar afinidades entre a Bio-logia e a Literatura. Revelou a forma comoemergiu o pseudónimo Mia, ligado ao seu con-vívio com a felinidade. Era mais um gato entreas dezenas de gatos que rodeavam a casa e o a-companhavam no seu transcurso existencial.Eu era assim uma espécie de morcão, como di-zem os portugueses do Norte. Dado que nessaaltura a escola não estava tão psicologizadapude passar impune. Se fosse hoje talvez tives-se sido catalogado de atrasado mental. E, analo-gizando, observou que o mesmo se teria passa-do com Fernando Pessoa, cuja genialidade teriasido coertada e, provavelmente, internado.Nem Mia Couto, nem Fernando Pessoa, nemo modesto autor desta reportagem, passarama infância no Portugal de Salazar; passaram-naem África, onde a margem de liberdade era,apesar de tudo, muito maior. Mas Mia Couto,ao contrário do que muitos pensam, viveu sem-pre em Moçambique, é filho de Moçambique.Pai de Moçambique, corrige o escritor : tenhoestado a parir essa nação que é mais nova do

que eu e participei na criação do hino de Mo-çambique. Como querem que seja filho, nestascondições?

Vamos dar início a esta sessão, começan-do por fazer-lhe uma pergunta simples: Porque razão você escreve? começa a animadoraEloísa Aquino por perguntar a Mia Couto,que responde em contramão: – Ora aí está apergunta mais difícil que me poderia fazer epara a qual não tenho resposta. Irmã gémeadesta viria a ser feita uma outra: – Pensa nosdestinatários quando escreve? – Não. Quando,nesse momento solitário em que escrevo, os leito-res aparecem, é na forma de fantasmas.

Mágoas pairantes por duas guerras, umacolonial e outra civil, deixaram marcas, mas asviolências que geralmente as caracterizam, essasestão amortecidas, apaziguardadas. E se algu-ma coisa se falou da guerra civil, neste cara acara, da guerra colonial nem uma palavra. Seráporque aquela apagou esta, porque mais violen-ta? foi uma das questões que colocamos a MiaCouto, a par de muitas outras numa entrevistaque fizemos para a Montreal Magazine e quepublicaremos noutro espaço. – Ninguém hojequer lembrar a guerra, ninguém se quer deitarno divã psicanalítico para afinar memóriasou delas fazer a respetiva catársis. A memóriaé feita de mentira, mesmo a História é frutode uma ficção. Andamos pr’aqui a inventarpassado, a refazer e elaborar os factos.

Conhecendo as perguntas que MiaCouto faz à língua portuguesa havia queinventariar as questões que a língua por-tuguesa pode colocar a Mia Couto. A pro-dução literária de Mia Couto recorre a umaescrita salpicada de neologismos, muitosdeles deliciosos, mar-me-quer, pensatem-pos, abensonhados, suspendurados, a-breviaduto, sulbúrbios, admiradouro,barrilgudo e milhentos outros, e, por ou-tro lado, a narrativa está vestida com apele de África. Trata-se de encontrar umaespecificidade para a língua portuguesaque hoje se fala em Moçambique e queconvive com centenas de outras línguas?Uma variante moçambicana da línguaportuguesa? perguntámos. Mia responde:– Não tenho quaisquer propósitos dessegénero. Também não me invade qualquerobsessão por bem falar a língua. Se qui-serem, adianto já que quem aqui falapior português sou eu. Não me assaltaqualquer intuito patriótico. Os moçambi-canos namoram a língua portuguesa sema pretensão de falar bem. A língua portu-guesa é uma língua permissiva que permi-te namorá-la. Às vezes desconseguimos.Viu? Eis um verbo inventado pelo povoque, quando quer dizer que o jornal érecente ou que o carro ficou fora da gara-gem se expressa respetivamente: Este jor-nal ainda trabalha ou o carro dormiufora. A sua pátria também é a língua por-tuguesa? questionámos. – A minha pá-tria é a minha língua portuguesa. Muitossão os que usam e abusam da frase íconede Fernando Pessoa “Minha pátria é alíngua portuguesa” para fins patrióticos.Mas quando Fernando Pessoa a escreveufoi num contexto antipatriótico que afrase seguinte demonstra bem, “Nada mepesaria que invadissem ou tomassem Por-tugal, desde que não me incomodassempessoalmente”. Para sermos mais precisos,diremos que o contexto em que BernardoSoares o disse foi o da rejeição às altera-ções ortográficas, vulgo o Acordo Orto-gráfico de então, em que se havia revolu-cionado a ortografia da língua portugue-sa, retirando-a da obediência greco-latinae pseudo etimológica ou etimológica em

Entrevistado por Luís Aguilar, Mia Couto quando falava para o LusoPresse epara o Portugal Magazine.

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Página 923 de maio de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Página 1023 de maio de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Comemorações dos 60 anos da Comunidade

Podiam ter sido melhores• Reportagem de Raquel CUNHA

Sejam ou não leitores atentos, já todossabem que na semana entre o 5 e o 12 de maio,tiveram lugar as comemorações oficiais dos 60anos da Comunidade. O LusoPresse seguiu oprograma e conta-vos em primeira mão o quese passou e as nossas impressões.

Domingo, dia 5 : Filarmónica de Montreale Ranchos Folclóricos

Este evento já foi comentado na ediçãopassada, mas recorde-se os factos principais:marcado para as 15h, a Filarmónica Portuguesade Montreal tocou, debaixo de um sol abrasa-dor, para um punhado de pessoas, entre asquais não se encontrava nenhum representantedo consulado.

Mais sorte tiveram os ranchos folclóricos,que na sombra, esperaram até às 17h, altura emque o recinto se encontrava mais composto eque o cônsul-geral de Portugal já havia chegado.

Feitas as contas, desmotivante.Quinta-feira, dia 9 : CS dos Açores,

convívio com os pioneirosDecorreu na Casa dos Açores um convívio

com os pioneiros e atuação da Filarmónica doDivino Espírito Santo de Laval.

Sábado, dia 1113h30 – Encontro na biblioteca do Mile-

End, da responsabilidade do Centro de ApoioSociocultural de Montreal

17h30 – Parque de Portugal, Filarmónica

do Divino EspíritoSanto de Laval

Foi num final detarde chuvoso que te-ve lugar mais uma co-

todas as idades, de mão no peito, para ouvirem(alguns cantarem) o hino português.

A filarmónica tocou frente à bandeira eaos seus representantes: Francisco Salvador,Fernando Demée de Brito (cônsul-geral de Por-tugal), Benjamim Moniz (presidente da Casados Açores), António Moreira (presidentedo Clube de Portugal de Montreal) e o pioneiroFirmino Lopes Ramos, que se mantiveram so-lenemente em posição durante toda a cerimó-nia.

A cerimónia terminou com um apelativodiscurso do cônsul, onde realçou a importânciade recordar a nossa herança portuguesa e o or-gulho na nossa cultura-nação, não apenas noscampeonatos de futebol, mas durante todo oano.

Relembrou que o País conta já com maisde 900 anos de história e que tal transparecena nossa bandeira, seja com as Cinco Quinas(do tempo de Afonso Henriques) ou a EsferaArmilar (do reinado manuelino).

Mais, apresentou a iniciativa da Cápsulado Tempo, onde será possível depositar obje-tos que nos identifiquem e que queiramos que

ConviteCafé Com Letras...pelo simples prazer da leitura

Os apaixonados da cultura lusófonatêm encontro marcado com as letras no próxi-mo dia 1 de junho. Café Com Letras ofereceuma imersão na literatura dos países cuja línguaprincipal é o Português. No seguimento donosso evento de 2012, voltamos a reunir leito-res para celebrar o “Dia de Portugal, Camões edas Comunidades Portuguesas.”

O convite é simples: Montrealenses detodas as origens linguísticas vão encontrar-seno Paolo’s Café, na rua Saint-Laurent, para lere recitar poemas, contos, trechos de romances,e outros géneros literários de escritores oriun-dos de países de expressão portuguesa. Duashoras de leitura e escuta, puro prazer!

Cada leitura terá uma duração máxima detrês minutos e poderá ser lida em qualquer lín-gua. A escolha da obra ficará ao critério dosparticipantes, mas a organização solicita queas referências (autor, língua, edição, páginas,etc.), assim como as presenças, sejam confirma-das até o dia 25 de maio através da nossa páginaFacebook (www.facebook.com/cafelusofono) oucontactando Nisa Remígio

([email protected]).

Evento Literário, Café Com LetrasQuando: 10 de junho, das 17 às 19 hOnde: Paolo’s Café - 4603, Boulevard St. Lau-rent

O que trazer: o seu texto preferido dumescritor lusófono.

Reserve o seu horário e leitura escolhidana nossa página virtual: www.facebook.com/cafelusofono.

Café Com Letras é organizado por NisaRemígio e Richard Simas com o apoio dePaolo’s Café para a promoção da literatura e amundialização da Língua Portuguesa.

Sobre o Dia de CamõesO acontecimento comemora o Dia de Ca-

mões, celebrado no dia 10 de junho. Luiz Vazde Camões (1524-1580), ícone da literatura lu-sófona, escreveu o célebre poema épico “OsLusíadas”, que exalta a época dos Descobri-mentos na História de Portugal. Por isso, nestedia comemora-se, igualmente, o dia Nacionalde Portugal e das Comunidades Portuguesas.

Richard Simas [email protected]é Com Letras, pelo simples prazer da

leitura

Aos leitores virtuais:Quer esteja longe ou já tenha planos nesse

dia, não deixe de participar no nosso encontroliterário, o Café Com Letras.

memoração oficial dos 60 anos de Emigração,desta vez no Parque de Portugal e contou coma presença de alguns responsáveis de organiza-ções da comunidade. Contou ainda com a atu-ação da Filarmónica do Divino Espírito Santode Laval, dirigida pelo conceituado maestroGilberto Pavão.

O Parque de Portugal foi-se enchendo ti-midamente, sobretudo por quem vinha dascomemorações da UTL, que tiveram lugarumas horas mais cedo, no salão nobre da Mis-são Santa Cruz. E comovente foi ver gente de

Parque de Portugal - Momento solene com a presença do cônsul-geral de Portugal,Dr. Fernando Demée de Brito. Acompanham-no, da esquerda para a direita,Benjamim Moniz, António Moreira, Firmino Ramos (pioneiro) e Francisco Salvador.Foto Raquel Cunha/LusoPresse.

Em Santa Cruz as atividades também fo-ram muitas. Foto Raquel Cunha/Luso-Presse.

sejam vistos na posterioridade, ou seja, daquia 60 anos. Há 3 lugares onde é possível entregá-los: na Missão Santa Cruz, na Caixa PortuguesaDesjardins e no Consulado.

Por fim, agradeceu a todos os presentes,com destaque para o presidente da Casa dosAçores (Benjamim Moniz), presidente do Clu-be Português (António Moreira), ao Sr. Fran-cisco Salvador e ao pioneiro Firmino Lopes

Cont. Pág. 14, Comemorações...

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Festa do Divino Espírito Santo...B.I. da Cultura Açoriana no sul do Brasil

• Por Lélia Pereira da SILVA NUNES

Se me fos-se dada a tarefa deconstruir um ma-pa cultural do Bra-sil e ali registar asprincipais festasreligiosas tradicio-nais que ocorremna vastidão terri-torial do País, comabsoluta certeza, aFesta do DivinoEspírito Santo seria de longe a manifestaçãode maior incidência cultural em todos osvinte seis Estados da Federação e DistritoFederal, desde o Amapá até ao Rio Grandedo Sul ou de Sergipe à Amazónia. Se esta re-presentação cartográfica fosse sinalizada,simbolicamente, com uma emblemáticabandeirinha vermelha (a do Divino) em to-dos os municípios brasileiros que celebramo Espírito Santo, de um total de 5 565, o re-sultado quantitativo seria surpreendente.Um Brasil inteiro vestido de Espírito Santotal é a forte presença do culto e sua celebra-ção por terras de Vera Cruz.

Popularizado como “Culto ao Divino”tem especial visibilidade no Sul do Brasil,sobretudo em Santa Catarina, onde a contri-buição açoriana foi elemento basilar naconstrução da identidade cultural.

Sua intensa comemoração alimentauma tradição de 265 anos que, mesmo modi-ficada na passagem do tempo, se faz sentirem plenitude por todo o litoral e, também,na serra catarinense por onde foi levado portropeiros paulistas, gaúchos e insulares aço-rianos.

A Festa do Espírito Santo constitui amaior expressão de transnacionalidade cul-tural a partir da emigração açoriana do Séc.XVIII para o Sul do Brasil. Paradigma deexcelência de uma situação imigratória cujoestudo, apesar de ter um recorte individual,é um ótimo exemplo na abordagem da com-plexidade e da diversidade da cultura brasilei-ra e, ainda, na compreensão do fenómenosocial da mobilidade humana.

“O que em geral posso dizer dos habi-tantes desta Capitania he, que elles são muifieis ao seu soberano, muito inclinados atodos os actos da nossa Religião, tanto pú-blicos como particulares, às festividades daIgreja, e às procissões, e principalmente àsfestas do Espírito Santo...Se evidente que ocaracter usos e costumes dos ascendentes, no

todo ou em parte, se havião de transmitiraos descendentes dos colonos que forão dasIlhas dos Açores desde 1748 até 1753(...).”

As mais antigas referências sobre aexistência da Irmandade e a celebração dafesta em Florianópolis datam de 1773, anoda instituição da Irmandade do Divino Es-pírito Santo da Paróquia Nossa Senhorado Desterro e de 1776, ano da realizaçãoda primeira Festa do Espírito Santo. So-mente em 1806 aconteceu a primeira Festacom Coroação, sendo coroado o açorianoCapitão Manoel Francisco da Costa.

Passaram 237 anos e a Festa não arre-feceu. Cresceu e se expandiu na região daGrande Florianópolis e para além, salva-guardando a sua memória cultural e evi-tando que enfraqueça a sua celebração. Ga-nhou, com certeza, no maior congraça-mento das famílias, na imensa participaçãopopular marcada pela emoção e pela fé, in-tensificando a vivência da religiosidade, apropagação do culto ao Espírito Santo emantendo viva a tradição de muitas gera-ções.

Neste 19 de maio é o Domingo dePentecostes, domingo da “pombinha”, dacelebração do Espírito Santo. A bandeirado Divino, desde a Páscoa, percorre povoa-dos, vilas e cidades, junto ao mar ou a serra,num grande périplo onde não falta o tam-bor, a viola, a rabeca, a cantoria dos foliõese o pedido de esmola para fazer a Festa emlouvor ao Divino Espírito Santo.

Por todo Estado de Santa Catarina, acada ano, na Missa da Coroação assiste-seà renovação de um compromisso de fé.São os caminhos do Divino abertos pornaus açorianas ou baleeiras aladas no distan-te século XVIII. Trilhá-los é reacender jun-to ao espelho da memória parte de um ca-minho do passado, imagens de realidadesde agora, ancoradas nos valores culturais ena religiosidade telúrica que entre signossagrados e profanos, emerge com a forçade resistência nascida da alma coletiva ou,intencionalmente, (re) inventada e que,mesmo assim, tem sua relevância na cons-trução da identidade.

As mundividências de uma açoriani-dade sobrevivente por ritos ancestrais deoralidade encontram na Festa do DivinoEspírito Santo o seu pulsar e o rosto desua identidade. Eis, o B.I. da cultura açoria-na temperado com o jeito maneiro de serda nossa gente catarina.

Viva o Divino Espírito Santo! L P

IGREJA BAPTISTA PORTUGUESADomingos às 15H00 – Pregação do Evangelho6297 Ave. Monkland, (NDG) Montreal

http://www.madisonbaptistmontreal.com/portugues.htmlTel. 514 577-5150 – [email protected]

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Página 1223 de maio de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

TTTTTelevisão Pelevisão Pelevisão Pelevisão Pelevisão Portuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de MontrealVisione todos os acontecimentos da ComunidadeHorário

• Quinta-feira, 20h00• Sexta-feira, 01h00 (repetição)• Sábado, 09h00• Domingo, 01h00 (repetição)

[email protected]

Foi no passado dia 11 de maio que oCentro de Ação Sócio-comunitária de Mon-treal esteve em festa ao comemorar os seus 40anos de atividades ininterruptas. Primeiro co-mo Centro Português de Referência e Promo-ção Social; mais recentemente, por via da pró-pria evolução da comunidade, virou Centro deAção Sócio-comunitária de Montreal.

Do programa do dia 11 constou uma pa-lestra (Vidas paralelas) da responsabilidade deNisa Remígio e entrega de diplomas aos maischegados colaboradores do Centro nos últi-mos 20 anos. «Dos primeiros 20 anos já fize-mos as homenagens em tempo devido», haviade dizer Ana Maria Rodrigues, a sua diretora-geral há um bom par de anos.

Com a sala de visitas da Biblioteca Mile-End razoavelmente preenchida, onde se en-contrava o cônsul-geral de Portugal em Mon-treal, Dr. Fernando Demée de Brito, a sessãodos 40 anos do Centro começou com as sem-pre renovadas apresentações, tendo TeresaGonçalves e Valentina Barbosa, ambas funcio-nárias do Centro, servido de mestres de cerimó-nia.

Depois foi dada a palavra à Nisa Remígio,que se tem especializado em tratar os assuntosda Mulher Açoriana na comunidade. Das suaspesquisas, Nisa Remígio já preparou um docu-mentário, para além de palestras que tem profe-rido, algumas delas nos Açores, particular-mente no âmbito do Museu da Emigração, si-tuado na cidade de Ribeira Grande, em S. Miguel(Açores).

Da vida numa qualquer pacata aldeia de S.Miguel, passando por todo o trajeto que levouos primeiros emigrantes a demandar ao Cana-dá, com todas as consequências daí advindas,Nisa Remígio reteve toda a assistência pregada

às suas cadeiras, tal o interesse demonstradopor assunto tão controverso e sempre atual.

Homens que partiram deixando atrás desi, sem grande sustento, mulher e filhos; oujovens solteiros saídos para uma aventura des-conhecida, com as famílias impotentes, masmesmo assim cheias de crença por um futuromelhor. Na maioria dos casos, felizmente, aEmigração acabou por resolver situações dra-máticas, quer aos níveis familiar e pessoal, querao nível financeiro, neste último caso perceptí-vel com a compra, muito mais tarde, de casaprópria e... automóvel! Aqui já se sentia o «po-der» da realização pessoal.

Ao invés, muitos dramas aconteceram.Muitas famílias se desfizeram... Lá, porquemuitos homens se «esqueceram» de que dei-xaram atrás mulher e filhos, e cá, porque a am-bientação para muitos e muitas deixou profun-das marcas, com o aparecimento de divórciosà mistura ou mesmo casamentos seguros porum fio, com o pretexto de que «... é melhor as-sim para os meus filhos».

Nisa Remígio, que na sua palestra não utili-zou necessariamente estas palavras, foi ao

ponto de descrever a vida na aldeia antes daemigração, a ida ao Governador-Civil, que eraquem dava a autorização de saída da ilha, pas-sando pela viagem na SATA para Santa Maria,a entrada no avião da Pan América ou Cana-dian Pacific., a chegada ao Canadá, a ida para ointerior da província, quando não do própriopaís... Depois, a difícil vivência localmente. Afalta do domínio da língua, dando exemplosde como muitos e muitas gesticulavam parase fazerem entender. Também as muitas horasde trabalho dos maridos com as mulheres aterem de ficar sozinhas horas sem fim.

No âmbito dos 60 anos de emigraçãoCentro festeja 40 anos de atividade

• Por Norberto AGUIAR

Nisa Remígio e a palestra «Vidas paralelas». Foto LusoPresse.

Lídia Ribeiro na leitura de um poema.Foto LusoPresse.

Os jovens distinguidos junto das respeti-vas mães. Foto LusoPresse.

Depois, sempre veio o regresso à ilha paravisitar os parentes, quando não a mulher e osfilhos. Ou a noiva que ficou atrás e que o regres-so proporcionou o casamento, isto se entre-tanto a noiva ainda estivesse à espera do «cana-diano», acrescento nosso. E veio, para os fi-lhos, a Escola Santa Cruz, as vindas às festaspopulares e religiosas já então organizadas nacomunidade. Nesta altura a língua já não eragrande obstáculo. O pai até já assistia, atravésda televisão aos jogos de hóquei com os fi-lhos... Filhos que já começaram a ter condiçõespara irem mais além nos estudos, pois até ali,eles também tinham que colaborar no sustentodo agregado... E já mais abastados, passaram air à ilha para tomar parte nas festas da freguesia,onde quase sempre faziam figura de gente im-portante.

O «rosário» de Nisa Remígio continuou,com algumas experiências pessoais e familiaresde permeio, estamos certos. Foi uma hora deescuta permanente. E vimos que havia materialpara muito mais tempo. Mas a sessão tinha determinar por razões de horário. O importantefoi que todos gostaram, como se viu pelos a-plausos e referências.

Diplomas e bebereteTerminada a palestra, foi a vez de Ana

Maria Rodrigues entregar os diplomas aos ho-menageados, na maioria gente ligada ao grupodos Idosos do Centro, e a dois jovens estudan-tes. Uma a uma, foram chamadas ao palco aspessoas galardoadas. E foram tiradas fotos

para a posteridade. Os agradecimentos decolaboração também foram endereçados. Nofinal, todos foram convidados para um Portode honra, acompanhado de belos pastéis debacalhau e de camarão, sem esquecer os sempreapetitosos e tradicionais pastéis de nata.

Ana Maria Rodrigues na entrega do Diploma aAdélia Ferreira, antiga presidente do organismo.Teresa Gonçalves e Valentina Barbosa assistem.Foto LusoPresse.

L P

Associação de Emigrantes Açorianos…Descerra placa e assina protocolo A Associação de Emigrantes Açoria-

nos (AEA), criada em 2010, é um organismoindependente constituído por cidadãos e ci-dadãs desta terra, que se dedicam voluntaria-mente a servi-la. Desde o ano de 2010 quefunciona nas instalações do Museu da Emigra-ção Açoriana, espaço cedente pela Câmara Mu-nicipal da Ribeira Grande.

A AEA pretende ser uma ponte, umelemento facilitador, entre a diáspora, e a terra-mãe. Conhecendo o que é ser-se emigrante,desejam os seus membros apoiar os emigrantese as suas associações nos Açores, sensibilizan-do os nossos patrícios para o facto de todossermos emigrantes/regressantes.

No passado dia 15 de maio, pelas 12h, a pla-ca identificativa da sede da Associação dos Emi-grantes Açorianos foi descerrada na rua do Estrela,Museu da Emigração Açoriana na cidade da RibeiraGrande, estando presentes, o Presidente da edili-dade Ribeiragrandense, Ricardo Silva e o Presi-dente da Direção da Associação de EmigrantesAçorianos, João Luís Pacheco.

Também no passado dia 16 maio, foi as-sinado um protocolo de cooperação entre aAssociação de Emigrantes Açorianos e AIPA,Associação de Imigrantes nos Açores. Presen-tes na assinatura estiveram presentes o presi-dente da AEA, Paulo Mendes, e a vice-Presi-dente da AIPA, Cristina Borges. L P

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Página 1323 de maio de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Pelo Governo dos AçoresMeaghan Benfeito condecorada

• Por Norberto AGUIAR

Enquanto disputava, no México, mais uma competiçãode saltos para a água, onde de resto obteve um fraco oitavo lugar,fraco por já não ser habitual, como ainda recentemente aconteceunos Campeonatos do Canadá, realizados há duas semanas na ci-dade de Gatineau, quando acabou por bater todas as suas rivais,incluindo as poderosas chinesas, Meaghan Benfeito era agraciadapelo Governo dos Açores com a Insígnia Autonómica deReconhecimento, a segunda mais alta das distinções atribuídaspelo Governo açoriano.

A atribuição da comenda a Meaghan Benfeito, como aliás atodos os outros, e foram 37 galardoados, aconteceu segunda-fei-ra passada, na cidade da Horta (Faial), no decorrer das festividadesdo Dia dos Açores.

«A Insígnia Autonómica de Reconhecimento desti-na-se a distinguir os atos ou a conduta de excecional relevância decidadãos portugueses ou estrangeiros que valorizem e prestigiema Região no País ou no estrangeiro, ou que para tal contribuam,bem como para a expansão da cultura açoriana ou para o conhe-cimento dos Açores e da sua história e que se distingam pelo seumérito literário, científico, artístico ou desportivo», diz a nota deintrodução às condecorações. Meaghan Benfeito, como se vê,entrou nestes parâmetros.

Mais adiante no documento, que também foi distribuído àcomunicação social, pode ler-se que «Meaghan Benfeito nasceuno Canadá, filha de pais portugueses oriundos dos Açores. Co-meçou a sua carreira de atleta em 2005, ganhando logo nesse anouma medalha de bronze nos Campeonatos Aquáticos Mundiaisna sua cidade natal: Montreal. Em 2006 e 2007, ganha novas me-dalhas de bronze nos Jogos da Commonwealth e nos JogosPan-americanos em natação sincronizada. Nos Jogos Olímpicosde 2012, na competição de natação sincronizada, arrecada maisuma medalha de bronze». Foram estes os feitos de MeaghanBenfeito que levaram o Governo dos Açores liderado por VascoCordeiro a condecorar a jovem atleta da nossa comunidade. Aprimeira condecoração que chega à comunidade açoriana do Que-beque.

A título de curiosidade, refira-se que Carlos César, até hápouco presidente do Governo açoriano, também foi condecoradoe logo com a distinção mais alta, e única, a de Insígnia Autonó-mica de Valor.

Duas pessoas que muito admiramos, Heitor de Sousa (Insí-gnia Autonómica de Reconhecimento), o homem quecriou as Grandes Festas do Divino Espírito Santo de Fall River,e Luís Alberto Meireles Martins Mota (Insígnia Autonómicade Mérito Industrial, Comercial e Agrícola), antigopresidente da Câmara Municipal de Lagoa também fizeram parteda lista de personalidades distinguidas.

Para todos, os nossos sinceros parabéns! L P

Segundo Salão da Imigração

Mais um êxito!• Por Norberto AGUIAR

Organizado por Imigrante Quebe-que, o 2° Salão de Imigração e integração doQuebeque foi um autêntico êxito, a julgar pelos169 expositores e pelos cerca de 10 mil visitan-tes que passaram pelo Palácio dos Congressosnos dias 3 e 4 de maio. De tal maneira foi o su-cesso deste Salão que os seus organizadoresaté já reservaram datas para a 3ª edição, a levara cabo em 2014, no mesmo local, mas agoranos dias 9 e 10 de maio.

Devido à grande popularidade deste even-to, que vem confirmar a pertinência de juntartodos os atores deste tipo de organização nummesmo local de maneira a poderem apresentaros serviços de apoio a todos os imigrantes,novos ou antigos, os promotores já estão acaminho para preparar, com tempo, a terceiraedição.

Entretanto e de forma a ajudar os imigran-tes nas diligências de integração, o Salão prepa-rou 24 conferências e vários ateliês direcio-nados para a procura de emprego, formação,empreendedorismo e a vida de todos os dias.Por isso não admirou que entre os expositoresestivessem os maiores bancos do país, as uni-versidades e colégios, e as grandes companhias,já sem contar com representações governa-mentais federais, provinciais e mesmo muni-cipais.

«Nós recebemos ótimos comentários etanto os visitantes como os expositores nosdisseram que estão muito satisfeitos. Estamosorgulhosos de mais esta promoção que quere-mos passe a ser um encontro anual incontor-nável nos anos futuros», disse aos jornalistasJonathan Chodjai, presidente e co-fundadordo organismo responsável pelo evento, Imi-grante Quebeque.

Quem é Imigrante QuebequeÉ um organismo sem fins lucrativos cria-

do em 2006, e que tem como missão informartodas as pessoas interessadas em vir habitarno Quebeque, quer seja de maneira permanenteou temporária.

Para informações sobre este organismo:www.immigrantquebec,com

Prémio Albert LondresPela primeira vez na sua história de 80

anos, o prémio de jornalismo Albert Londresfoi entregue em Montreal, «numa das maiorescidades francesas do Mundo», como justificoua organização.

Este prémio que homenageia o grande re-pórter francês do princípio do século XX foientregue em cerimónia protocolar no auditórioda Grande Biblioteca, com a presença de váriasindividualidades, desde o embaixador da Françaem Otava e terminando nos ministros quebe-quenses das Comunicação e da Cultura, MakaKotto, e de Jean-François Lisée, das RelaçõesExteriores e responsável por Montreal.

Em liça estiveram 54 candidaturas para aImprensa escrita, entre as quais 7 pré-seleciona-das, e 41 dedicadas ao audiovisual, com 6 candi-daturas pré-selecionadas.

Já quanto aos vencedores, ambos são nati-vos da França, embora a jovem Doan Bui sejade origem asiática.

Dra. Carla Grilo, d.d.s.

Escritório1095, rue Legendre est, Montréal (Québec)Tél.: (514) 385-Dent - Fax: (514) 385-4020

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AVISO

A todos os organismos à procura definanciamento para uma atividade ou um

projeto que terá lugar em 2014 e que viseelevar o nível de vida das crianças

desfavorecidas residentes na grande região deMontreal, Actions pour le mieux-être de

l’enfance poderá vos ajudar.Rendez-vous através do www.actions2009.org

para conhecer o processo.Data limite para receber o vosso pedido:

14 de Junho 2013

Da esquerda para a direita, Jean-François Lisée (RelaçõesInternacionais), Roméo Langlois (galardoado), Doan Bui (ga-lardoada), Élaine Ayotte (Comité executivo da Câmara Muni-cipal), Annick Cojean (Le Monde e membro do Júri), ClémentDuhaime (Francofonia), Philippe Zeller (embaixador francês)e Maka Kotto (Cultura e Comunicações).

Imprensa escrita: vencedora, Doan Bui, do jornal Le Nouvel Ob-servateur, que venceu com «Os Fantasmas do Rio», artigo que conta aodisseia de migrantes que tentam, ao perigo da sua vida, entrar no espa-ço Schengen, atravessando um rio entre a Turquia e a Grécia. O textopremiado foi publicado no jornal Le Nouvel Observateur do dia 10 demaio de 2012.

Doan Bui tem 38 anos e é jornalista daquele periódico desde 2003.Audiovisual: Roméo Langlois, do canal televisivo France 24. O

trabalho premiado, «A balas reais», produzido por Woow your life e di-fundido no canal França 24 no dia 20 de junho de 2012. O seu filme re-lata uma operação dirigida pelos militares colombianos para desmantelarlaboratórios de droga clandestinos controlados pelas Farc (guerrilhacolombiana). RoméoLanglois ficou feridoe acabou por ser feitoprisioneiro.

Com 36 anos,Roméo Langlois co-meçou a sua carreiracomo pigista fazendotrabalhos para a Rá-dio Canadá e FrançaInternacional.

L P

Meaghan Benfeito, assinalada, com a Equipa Nacional.

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EMIGRAÇÕES...Cont. da pág 2

três bicos, guarda-chuva pendurado na golado casaco, e de polainas. Isto não é ficção. Es-te vosso escriba passou por lá dando tambémo «Salto» em 1959, quando havia apenas 414emigrantes! Veio a segunda grande guerra mun-dial, e a França necessita de mão-de-obra bara-ta. Em 1963 a França assina acordos com cer-tos países, menos com Portugal! Assim pode-rão entrar espanhóis, turcos, jugoslavos e ára-bes das ex-colónias francesas. No que diz res-peito aos portugueses, o governo francês fe-chava os olhos sobre os passaportes de turistafalsificados por passadores portugueses, espa-nhóis e franceses e, evidentemente que estamão-de-obra clandestina barata convinha naaltura à França. Sou testemunho do drama daditadura do meu país e das condições de misériaque ela nos forçou a enfrentar.

Um padre francês amigo dos portugueses,e ex-diretor do seminário dos Olivais, tinhapedido já antes de 1959 ao cardeal Cerejeira(porque tinha sido ele que o convidou para di-retor desse seminário) dizendo-lhe o seguinte:“Pede ao teu amigo Salazar para dar passapor-tes aos portugueses”. O cardeal deu-lhe a men-sagem, e o ditador respondeu: “Se ele tem penaque se ocupe deles!” Então o padre demitiu-secomo diretor do seminário e voltou para Sarre-burgue, sua terra natal, e aí arranjou-nos roupae sapatos para os oito que demos o Salto. Che-gamos sem roupa, e com a sola dos sapatosgasta.

A França em 1999 contava 579 000 milportugueses, e em 1965 já havia 15 000 milportugueses nos “bidonvilles” de Paris.

Deixo aqui sem lamúrias esta minha expo-sição, porque por esse mundo fora há milhõesque passaram as passas do Algarve, e não hámundo que os oiça.

Os mexicanos morrem na Cidad Juárez,que faz fronteira com o Texas, com balas dopaís mais rico do mundo!

No seu relatório sobre a emigração Eçade Queirós escreveu o seguinte: “Os EstadosUnidos não deixavam desembarcar os que pelaidade ou pela doença tenham perdido as fortesaptidões de trabalho e os coxos tão poucoeram bem-vindos!”

A emigração foi um drama que Eça deQueirós teve oportunidade de observar comocônsul de Portugal (da Humanidade, como oapelidou Mário Duarte, embaixador nos Es-tados Unidos). Eça foi também cônsul em Cu-ba, nas Caraíbas, na Inglaterra, e visitou mes-mo o Canadá.

Ele não se cansava de criticar o governoportuguês porque punha na gaveta os relató-rios que ele escrevia e enviava para o Ministériodos Negócios Estrangeiros. Foi preciso o 25de Abril para que o diretor do jornal A Repúbli-ca, Raul Rego, fosse aos arquivos para saber-mos o que se tinha passado há mais de 150anos com a emigração!

Da emigração para o Canadá, já muitosfalaram do primeiro contingente organizadoem 1953, cujo grande número seria de madei-renses. Em 1952 diz-se que foram apenas seteque chegaram no verão desse mesmo ano.

Eça de Queirós, Aquilino Ribeiro, MiguelTorga, e outros foram os Camões do nossotempo, que escreveram de uma outra forma,outro “Lusíadas”!

Ref.: Eça de Queirós (A Emigração comoForça Civilizadora) - Lisboa, junho de 1979.

Aquilino Ribeiro (Quando os Lobos Ui-vam) - Livraria Bertrand, Lisboa, 1958.

Joel Serrão (A Emigração Portuguesa,1960-1978) - Livros Horizonte, Da Terra e daGente, 1975.

Nicole Devy-Vareta (Estado Novo – Re-gime Florestal nos baldios serranos, Regula-mento 1903, artigo 309, 370 000 mil hectares)- WIKIPÉDIA.

Marie-Claude Blanc Chaléard (Hitoire del´Immigration) - Éditions La Découverte,Paris, 2001.

MIA COUTO...Cont. da pág 8

ordem à sua simplificação: a mudança do phpara f, a abolição das consoantes duplas semvalor fonético, algumas consoantes mudas(diccionário) e a abolição das letras W, Y e K.Passando da Revolução Ortográfica de 1911para o Acordo Ortográfico atual Mia Coutoresponde a quem lhe perguntou o que delepensava: Há tantas outras coisas que permi-tiriam uma aproximação dos falantes de por-tuguês que não vejo muita utilidade ter-se co-meçado por aí.

E a pergunta impunha-se vinda de umaplateia largamente constituída por portugueses:e a sua relação com Portugal? Mia Couto res-ponde que Portugal é muito maior do que a-quilo que os pais lhe contaram. Há tanta diver-sidade e muitas semelhanças com muitas coisasque se passam em Moçambique, como a confi-ança e a solidariedade entre as pessoas.

COMEMORAÇÕES...Cont. da pág 10

Ramos, assim como à Filarmónica do DivinoEspírito Santo de Laval e também à Filarmó-nica de Montreal, que tocou no domingo pas-sado.

Domingo, dia 12 : Concerto, Missa e Pro-cissão

Domingo foi dia de Concerto, Missa eProcissão na Igreja de Santa Cruz. O programacomeçou às 16h30 com um concerto protago-nizado pelo Grupo “Montreal Consort”, gru-po dedicado à descoberta e interpretação demúsica renascentista conforme a sua identidadelocal.

O intuito de “Relembrar a herança portu-guesa” foi conseguido com os cânticos origi-nais de Estevão Brito e Manuel Cardoso. A-companhado da sublime performance de SarahLackie, em Harpa, este Grupo Vocal transpor-tou-nos de volta à idade barroca em Portugal,com clássicos sacros originais da época. Foium cantar dos anjos, dirigido pelo maestroJohn Wiens, que comandava em sintonia, todauma orquestra de vozes.

Para um acontecimento deste tipo e numatarde de Dia das Mães, a Igreja estava quasecheia. Os rostos viam-se agradecidos pela belaserenidade deste momento, oferecido pela Mis-são Santa Cruz, por iniciativa do Padre JoséMaria Cardoso.

No fim do concerto, ainda mais uma sur-presa: um sorteio de uma viagem aos Açores,entre todas as mães da assistência. A viagemfoi oferecida pela SATA e pela Agência de Via-gens Confort, representada por José Silva. Avencedora foi a D. Fernanda Sousa, que porestar a vender velas para a procissão, quase viuo prémio a escapar-se-lhe das mãos.

No intervalo de tempo até à Missa que seseguia, foram oferecidos bolos e café no SalãoNobre da Missão, onde para além do convíviocom os músicos, os presentes puderam apreci-ar o recém-inaugurado painel “Ponto de En-

contro”.A Missa teve início as 18h30, presidida

pelo Arcebispo de Montreal, D. Christian Lépi-ne, e dedicada (simultaneamente) ao Dia daMãe, ao 13 de Maio e aos 60 anos da Comuni-dade. O Arcebispo destacou a importância dafé e da cultura portuguesa, tão dedicada à famíliae aos valores cristãos, “de os olhos postos emJesus e com o coração em Maria”. Realçou so-bretudo que somos um povo de princípios ede fé fiel e forte.

Visivelmente emocionado, celebrou a mis-sa diante de uma igreja mais que cheia. Contu-do, emocionante foi ver a nossa Comunidade,

O concerto em Santa Cruz foi muito concorrido e apreciado. Foto Raquel Cunha/LusoPresse.

valente, à espera durante uma hora, debaixode um frio quase invernal, para que as autorida-des deixassem sair a procissão. E ninguémdesistiu.

Por fim, saiu. À luz das velas, rezou-se oterço, cantaram-se cânticos religiosos e desfi-lou-se seguindo a imagem de Maria e dos pas-torzinhos. E assim, trouxe-se um pouco deFátima para aqui, no centro do Plateau emMontreal. Deixamos o Arcebispo D. ChristianLépine, impressionado com a nossa fé e gratopor ter participado na experiência. É que Mariaé mãe e com ela, todas as mães foram, sem dú-vida, celebradas.

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vista Marques, “valorizam a marca Portugal deuma forma mais completa do que no ano pas-sado”, quando o festival se realizou pela pri-meira vez.

“O festival surgiu quando percebemos co-mo era criativa e dinâmica a comunidade portu-guesa na cidade e como seria ótimo ter umevento que consolidasse a marca de Portugal àvolta de alguns aspetos em que o país é muitoforte”, explicou Boavista Marques à agênciaLusa, sublinhando que, em 2013,” esses valoressão alargados ao empreendedorismo, à inova-ção e à tecnologia.”

Exemplo desse alargamento são a “Noitede Tecnologia Portuguesa”, que reúne empre-endedores portugueses com empresários e in-vestidores americanos no dia 10, e a participa-ção nacional na Next Expo, uma feira de tecno-logia que acontece a 13 e 14.

Além disso, sublinha Boavista Marques,“há uma abertura à participação de empresas”,como acontece com a Vista Alegre, que organi-za uma exposição dos seus produtos no dia22, e dos Vinhos Esporão, que celebram o seu40.º aniversário com uma prova de vinhos nodia 24.

À semelhança do que aconteceu em 2012,a culinária continua em destaque com a realiza-ção de um jantar por quatro ‘chefs’ (DavidSantos, do Louro, Rui Correia, do Douro, LuísaFernandes, do Robert’s, e José Meirelles) como tema “sabores portugueses à volta do mun-do”, e várias provas de vinhos, como a organi-zada pela Vinhos de Portugal, a 17, e a iniciativada Vinho Verde, que se associa a mais de 40 lo-jas e restaurantes para promover os seus vi-nhos durante todo o mês.

Além disso, os queijos açorianos da Lacta-çores estarão em destaque nos supermercadosFairway de New Jersey, Nova Iorque e Con-

CONHEÇA...Cont. da pág 1

necticut, com uma campanha de promoçãocom provas regulares ao longo do mês.

No dia 16, realiza-se pela terceira vez aCorrida do Dia de Portugal no Central Park,onde, a par de uma corrida de cinco milhas pa-ra adultos e uma prova para crianças, os 10 milparticipantes esperados terão oportunidade deouvir músicos portugueses, provar produtosnacionais e ganhar viagens ao país.

No final do mês, a cultura estará em desta-que com uma palestra do arquiteto Siza Vieirano MoMA, para o qual o museu reservou oseu maior auditório, e uma visita à SinagogaPortuguesa e Espanhola de Nova Iorque, ondeserá destacada a herança cultural e histórica judiaem Portugal e na América do Norte.

O festival começa no dia três com o Diada Europa na Bolsa de Nova Iorque, e terminaa 28 com um evento da sociedade de estudantespós-graduados universitários portugueses naAmérica do Norte (PAPS, na sigla inglesa de“Portuguese American Post-Graduate So-ciety”).

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Campeonato de Futebol Canadiano

Impacto em maus lençóis?• Por Norberto AGUIAR

Depois de ter eliminado o TorontoFC, vencedor dos quatro últimos títulos doCampeonato Canadiano, de forma surpreen-dente, ao goleá-lo, em casa, por 6-0, que anuloua derrota (0-2) sofrida em Toronto, o Impactorecebeu há uma semana o Whitecaps de Van-couver no primeiro jogo da final e onde nãofoi além de um empate a zero, que deixa no ara sensação de que o segundo jogo, a disputaragora na cidade metrópole da Colômbia Bri-tânica, não vai ser nada fácil.

Com uma boa equipa, embora mal classifi-cada no Campeonato da MLS, o Whitecapsdemonstrou no jogo do Estádio Saputo quetem condições para ser o próximo campeãodo Canadá e assim representar o país já emagosto próximo na Liga dos Campeões daCONCACAF, prova que dá prestígio e bomdinheiro.

Mas estará o Impacto condenado a maisum insucesso numa competição em que atéfoi o seu primeiro campeão? Não. O Impacto,embora tendo de jogar a cartada decisiva forade casa, tem equipa para ir a Vancouver e arran-car um resultado positivo, que pode ser mesmoum empate a um ou mais golos e, assim, trazerpara Montreal o título que já lhe foge há quatroépocas seguidas.

Já o Whitecaps, que teve de eliminar oEdmonton FC, a quarta equipa profissionalde futebol do Canadá, mas que ainda integra aNLS, considerada a Segunda Divisão da Améri-ca do Norte, tem uma oportunidade em ouropara vencer este Campeonato, que seria o pri-meiro da sua história.

O embate entre o Impacto e o Whitecapsestá marcado para quarta-feira, dia 29 de maio,em Vancouver. (Há possibilidades de ver estejogo pela televisão.)

Derrota e empateEntretanto, depois da nossa última edição,

há que dar conta que o Impacto foi a NovaIorque perder com o Red Bull, pela margemmínima (1-2). O responsável da derrota mon-trealense foi Tierry Henri, que marcou os doisgolos nova-iorquinos, o último dos quais, umaautêntica obra de arte.

Depois, o Impacto recebeu a valorosaequipa do Real Salt Lake e embora tenha tidograndes dificuldades, a vitória acabou por apa-recer por intermédio de Ferrari, já sobre a horae depois de ter recuperado no marcador porduas vezes.

Próximos jogosO primeiro é sábado, contra o Philadel-

phia Union, em jogo a disputar no EstádioSaputo, às 19h00. Depois, na quarta-feira, dia29 de maio, o Imapcto defronta o Whitecaps,em Vancouver, num jogo sem retorno. Se estasegunda-mão da final os azuis e pretos deMontreal vencerem, conquistarão o segundotítulo de campeão do Canadá. E se assim for,em agosto tomarão parte na tão ambicionadaLiga dos Campeões da CONCACAF. A aindaantes da nossa próxima edição, o Impacto vaiaté Kansas City, defrontar o poderoso Spor-ting local. O jogo é no dia 1 de junho.

Benfica sem sorteDepois de uma época bastante interes-

sante, que deu para que a poucas semanas doseu fim estivesse em todas as frentes com pos-sibilidades de ganhar as competições em queparticipava, o Benfica acabou por perder asduas provas mais importantes: o Campeonatode Portugal e a Liga Europa. Falta ainda dispu-tar a final da Taça de Portugal este fim de se-mana, diante do Vitória de Guimarães.

Na primeira, o Benfica entusiasmou-seantes de tempo e, de repente, perdeu os quatropontos que deviam ter dado para ser o novocampeão de Portugal. Assim não aconteceuporque um empate, impensável com o Estorilem pleno Estádio da Luz a quatro jogos dofim, começou a desmoronar o que o Benficatinha conquistado algumas jornadas atrás,quando ultrapassou o Futebol Clube do Porto.

Depois aconteceu o inevitável: derrota noPorto, a poucos minutos do fim, quando oempate já daria para o Benfica sonhar com otítulo que lhe foge há três anos. O resto já to-da a gente sabe...

Na segunda prova, que se ganhasse fariade certo modo esquecer o fracasso do campeo-nato, também ela se foi... Mas aqui com muitafalta de sorte, isto na medida em que o Benfica,nos noventa minutos da final, foi sempre me-lhor do que os ingleses do Chelsea, apesardestes ostentarem o título de Campeões daEuropa 2012.

E para mal dos pecados do Benfica, a der-rota viria acontecer igualmente nos últimosmomentos do jogo... num lance em que a de-fensiva não fez tudo o que devia.

Mas, como bons desportistas há que a-plaudir os vencedores, Porto e Chelsea, quetambém tiveram o mérito de saber lidar com asorte.

Mourinho corrido...José Mourinho, para muitos o melhor

treinador do mundo, acaba de ver a sua sortetraçada no comando da poderosa equipa doReal Madrid. Mesmo se tinha contrato até 2016com os merengues, a diretiva madridista, de-pois de reunião para o efeito, decidiu dispensaros serviços do Special one. Uma decisão, anosso ver, sábia, isto porque o balneário doReal Madrid, neste momento, é um autênticobarril de pólvora, com muitos jogadores a que-rerem ver o ainda treinador merengue pelascostas. Casillas, Sérgio Ramos, Pepe, só parafalar nestes – também podíamos acrescentarKaká, Marcelo, Albiol... – não querem maisMourinho à frente do Real... E assim sendo,não restava outra hipótese aos comandosBlancos que dispensar o treinador.

Para onde vai José Mourinho? Diz-se quepara o Chelsea. Um presente envenenado? Es-tamos inclinados para dizer que sim... Mas sóo tempo o dirá.

Ferguson termina reinadoPelo carisma, pela longevidade à frente

do Manchester United, pelos resultados quedesembocaram em muitos títulos, pela admi-ração de todos, jogadores, dirigentes, jornalis-tas e seus afins, Ferguson, este sim, pode partirlevando consigo o título de melhor treinadordo Mundo! Não sei mesmo senão de todos

os tempos...A propósito, não era Mourinho quem de-

via substituir Ferguson à frente do United? Pe-lo menos era isto que muitos (portugueses) di-ziam e queriam... Mas Ferguson e seus paresforam buscar o sensato Moyes, há vários anosà frente do Everton, uma equipa mediana. Ven-ceu, na opinião do staff do Manchester United,a competência na tranquilidade... sobre a ver-tente polémica na intranquilidade.

Em voleibolPORTUGAL JOGA NO CANADÁ

Portugal estará jogando duas partidas devoleibol contra o Canadá, em jogos a contarpara a Liga Mundial desta modalidade. Os em-bates terão lugar na cidade de Mississauga nospróximos dias 7 e 8 de Junho.

Os responsáveis canadianos, que promo-

vem uma conferência de Imprensa este fim desemana para dar conta de toda a competição,que ainda conta com a Holanda e a Coreia doSul, esperam uma numerosa assistência de ori-gem portuguesa, para apoiar Portugal, mastambém para dar brilho à competição, isto namedida em que os jogos com público são sem-pre melhores jogos.

Esta competição mundial tem organiza-ção conjunta da Federação Canadiana de Volei-bol e da FIVB (Federação Internacional de Vo-leibol). Os primeiros jogos terão lugar na cida-de de Quebeque, onde o Canadá começa pordefrontar a Holanda nos dias 31 de maio e 1 dejunho. As duas partidas disputam-se no Coli-seu Pepsi de Quebeque. Mais tarde, nos dias14 e 15 de junho, o Canadá também mediráforças com a Coreia do Sul, igualmente emMississauga. L P

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