Em Revista - Revisitar D. Manuel. I - 2010

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  • em revista

    30Abril.01Maio.02Maio.2010

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  • 3As Memrias da Histria de 2010 ficam definitivamente marcadas pelo xito total de Revisitar D. Manuel I 500 anos do Foral Novo, tendo contado com a presena de cerca de 60 mil visitantes.

    E porque no assumir a surpresa com que testemunh-mos tamanha adeso por parte dos prprios torrejanos? Uma festa que logo na primeira edio assumida pela populao como sua, por certo tocou no mais ntimo do seu imaginrio e do seu sentimento de pertena: a Praa 5 de Outubro e o castelo. E no deixa de ser assinalvel a surpresa com que muitos torrejanos se referiram s obras recentemente levadas a cabo nesses dois espaos da cidade, porque as desconheciam.

    Uma praa e um castelo renovados foram, pois, o cen-rio propcio ao sucesso de uma iniciativa que partiu da inteno de apoiar e reforar a dinmica do Centro His-trico e sua actividade empresarial, criando o necessrio suporte imaterial ao esforo de regenerao dessa rea da cidade.

    Um modelo de evento a repetir para o ano, com outra temtica, certo, mas com o mesmo empenho na divul-gao da histria e do patrimnio de Torres Novas, para o qual espero poder contar com uma participao ainda mais abrangente dos torrejanos, orgulhosos da sua me-mria e da sua identidade.

    Antnio Manuel Oliveira RodriguesPresidente da Cmara Municipal de Torres Novas

    editorial

  • 4contextualizaohistrica

    H 820 anos, Torres Novas tornava-se formalmente um concelho atravs da carta de foral concedida por D. Sancho I, a 1 de Outubro de 1190. Ficavam assim regulamentados os direitos e os deveres da povoa-o e dos habitantes de Torres Novas, era atestada a sua autonomia municipal. J no sculo xii muitos concelhos tinham o seu foral, o que significava di-ferentes normas (incluindo pesos e medidas) para cada uma dessas povoaes do reino. no reinado de D. Manuel I (1495-1521) que se inicia o processo de reformas do sistema jurdico- -administrativo geral. O foral novo de Torres Novas, datado de 1 de Maio de 1510, insere-se neste plano manuelino de criao de novos instrumentos go-vernativos uniformizadores. O foral novo de Torres Novas um documento decorado com iluminuras, com encadernao em couro e ferragens, caracters-ticas que o colocam na categoria principal dos fo-rais emanados entre 1500 e 1520, referentes s vrias provncias portuguesas. Os forais eram feitos em trs cpias autnticas sendo uma para a Cmara, outra para o senhorio da vila e uma outra para os arquivos da Torre do Tombo. A antiguidade deste diploma e a sua importncia na regulamentao da vida quotidiana da vila duran-te sculos conferem-lhe o estatuto de documento--monumento, smbolo da histria de Torres Novas. Pelo seu valor patrimonial, o foral manuelino de Tor-res Novas faz parte do esplio do Museu Municipal Carlos Reis (Torres Novas). A edio fac-smile foi pu-blicada pelo Municpio no dia 1 de Maio, disponibi-lizando-se assim o contedo integral do documento, uma memria viva de Torres Novas quinhentista.

  • 5objectivosFomentar a memria colectiva de acontecimentos de re-

    levo na histria de Torres Novas um dos grandes propsitos de um conjunto de eventos que se pretendem realizar no m-bito das Memrias da Histria, e cujo primeiro marco foi a iniciativa Revisitar D. Manuel I 500 anos do Foral Novo.

    Durante os dias 30 de Abril, 1 e 2 de Maio, recriaram-se al-guns aspectos da vida quotidiana do sculo xvi, tendo como principal pretexto a entrega do foral novo vila, concedido por D. Manuel I a 1 de Maio de 1510. O castelo e a sua rea envolvente transformaram-se num quadro vivo, conseguido pelo rigor do enquadramento histrico, pela participao da comunidade e pelas estruturas artsticas locais.

    Surgido no mbito da Regenerao Urbana, este projecto procurou tambm dinamizar o concelho e, muito em parti-cular, o centro histrico, tirando partido da localizao cen-tral do castelo.

    A iniciativa, promovida pela Cmara Municipal de Torres Novas e organizada pelo Teatro Virgnia, contou com o envol-vimento dos parceiros da candidatura conjunta Regenera-o Urbana as parquias da cidade, o CRIT, a ACIS, o IPT, a ARPE, o Choral Phydellius, o Cine-Clube e a Santa Casa da Misericrdia. A comunidade escolar do concelho, bem como diversas associaes, participaram e contribuiram para o su-cesso do evento.

    Revisitar D. Manuel I promoveu o sentimento de per-tena e o orgulho cvico da comunidade local, o esprito de cidadania, a imaginao criativa, a partir da compreenso e do conhecimento da importncia histrica do territrio e do envolvimento na preparao e implementao do evento. Atravs da valorizao do seu patrimnio, material e ima-terial, refora-se o potencial do concelho enquanto destino turstico e cultural.

  • 6

  • 7castelo

    Fortale-

    za rabe do sculo xii, o

    castelo de Torres Novas foi conquistado aos

    mouros por D. Afonso Henriques, por volta de 1148.

    Contudo, passado algum tempo, voltou a ser tomado pelos

    muulmanos e definitivamente reconquistado por D. Sancho I, em

    1190, constituindo-se smbolo da importncia poltica de Torres Novas na

    poca medieval.

    Circundado por uma muralha de onze torres e pela casa do alcaide (sculo xiv), o

    castelo possui, no interior do recinto amuralhado, um aprazvel e bem cuidado jardim.

    Os inmeros ataques inimigos provocaram a destruio desta antiga fortaleza e da sua cer-

    ca. O terramoto de 1755 causou graves danos no castelo. Sofreu diversas obras de reconstru-

    o, das quais sobressaem as de D. Sancho I, as de D. Fernando (em 1374) e as obras dgemn, por ocasio das comemoraes dos centenrios da Independncia e da Restaurao, em 1940.

    O cemitrio municipal foi instalado no castelo em 1835, onde permaneceu at 1935, mas em

    Abril de 1839 o recinto foi cedido Cmara Municipal por carta de lei. Contudo, as muralhas da

    cerca passaram para a posse da Cmara apenas em 1923, por despacho do Ministro da Guerra.

    Na alcaidaria funcionou, at 1961, a cadeia comarc de Torres Novas.

    O castelo de Torres Novas foi classificado Monumento Nacional em 16 de Junho de 1910.

    O castelo, a sua envolvente e a alcaidaria foram alvo de profundas obras de recuperao

    em 2009, durante as quais foram colocados a descoberto vestgios da muralha fernan-

    dina, localizados no exacto local indicado por Artur Gonalves (investigador de

    histria local), nos anos 30, a partir das suas pesquisas histricas. Foi tambm

    efectuado um percurso pedonal volta do castelo, com reas de lazer como

    o jardim rabe.

    Estas obras, que contaram com apoios comunitrios, permiti-

    ram devolver o castelo aos torrejanos, deixando de ser

    o local solitrio que se tinha tornado nos

    ltimos anos.

    Palcos

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  • 9A Praa 5 de Outubro situa-se no corao da cidade onde, ao longo dos tempos, decorreram os acontecimentos mais marcantes: desfiles e procisses, cortejos cvicos e de beneficncia, espectculos e con-certos de bandas, recepes e manifestaes, feiras e mercados, tendo tambm sido palco privilegiado das Festas da Cidade. A sua actual designao foi atribuda por deliberaes camarrias de

    13 de Outubro de 1910 e 6 de Fevereiro de 1974, em memria da Revo-luo de 5 de Outubro de 1910, que ps fim monarquia e implemen-tou o regime republicano em Portugal. Contudo, h o registo de vrios topnimos anteriores, como Praa D. Manuel II; Praa do Comrcio; Praa dos Paos do Concelho ou Praa Nova (por oposio com a Praa Velha, hoje Largo Coronel Antnio Maria Baptista, mais conhecido por Largo da Botica).Em 2009, no ano do seu centenrio, a Praa 5 de Outubro foi alvo de

    profundas obras de remodelao, no mbito do programa de Regene-rao Urbana. As infra-estruturas de guas, esgotos e telecomunica-es foram reconstrudas e a calada do tabuleiro central e das vias adjacentes foi totalmente substituda, respeitando o desenho e o pavi-mento originais. Foram tambm instalados novos sanitrios pblicos e as esplanadas e respectivo mobilirio foram uniformizados.Esta obra de requalificao urbanstica da Praa 5 de Outubro per-

    mitiu devolver este espao nobre do concelho aos cidados, dando-lhe vida e dinmica, nomeadamente atravs da realizao dos mais diver-sos eventos, desde espectculos, feiras ou exposies.

    Palcos

    praa5 de

    Outubro

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    thorsen, o tosta mista Portugal/Alemanha

    Thorsten Grutjen, mais conhecido como Tosta Mista o Malabarista, semeou gargalhadas

    durante os trs dias. Com diversas actuaes no espao da feira, deliciou pblicos de todas as

    idades, concentrando pequenas multides para ver os seus truques e malabarismos. Seguindo

    a sua receita 1 dose de comdia, 1 litro de sangue frio, meia dzia de objectos quotidianos, 1 colher de excentricidade Thorsten conferiu

    uma vertente cmica inigualvel a esta iniciativa em Torres Novas.

    al-ibi Frana

    Composto por quatro elementos trajados a rigor, este grupo uma adaptao viva do canto e da

    tradio oral secular. Inspirados nos manuscritos dos trovadores occitanos (a lngua occitana

    uma lngua romnica falada no sul da Frana), trouxeram uma musicalidade diferente e

    encantadora que cativou todo o pblico da feira.

    aux couleurs du moyen age Frana

    Unidos pela paixo comum por um longo perodo da histria a Idade Mdia um pequeno grupo de irredutveis decidiu

    ressuscitar esta poca atravs da msica. Nascidos num castelo, numa colina francesa,

    imersos na sua atmosfera mgica, interpretam msica sagrada e profana de vrios sculos, acompanhados por instrumentos da poca.

    s. a. marionetas Portugal

    De Alcobaa veio este grupo de marionetistas, que montou a sua tenda em pleno jardim do castelo. Criado em 1993 e profissional desde

    1997, o S. A. Marionetas trouxe a Torres Novas o espectculo Theatrum Puparum, que conta a histria de D. Pedro e D. Ins, com recurso a

    cerca de 20 marionetas de vara.

    sbandieratori Itlia

    Com os movimentos sincronizados das bandeiras e ao som de trompetes e tambores, este grupo italiano foi uma constante durante toda a feira quinhentista. As suas actuaes comearam mesmo alguns dias antes, como

    forma de promoo da iniciativa nos concelhos vizinhos, cativando potenciais visitantes.

    O vermelho e o azul das bandeiras, atiradas ao ar com rigor e arte, tendo o castelo ou a Praa 5 de Outubro como pano fundo, criaram uma das

    imagens mais emblemticas deste evento.

    strella do diaPortugal

    O som das gaitas de foles e dos tambores ecoou com ritmo e fora, protagonizado pelos Strella do Dia, com actuaes na Praa 5 de Outubro,

    no castelo e zona envolvente e nos cortejos. Nascidos na alvorada do presente milnio,

    o seu nome tem origem numa das medievais Cantigas de Santa Maria,

    tornando-se num grupo especializado na interpretao inovadora da msica alta.

    ten_art e grupo de teatro meia via Portugal

    Larpios, assassinos, mendigos, bruxas, meretrizes, moribundos e ral...

    Estas so algumas das personagens que pudemos encontrar no Postigo da Traio, interpretadas em parceria pelo Ten_art e pelo

    Grupo de Teatro Meia Via. Ten_art um grupo informal de teatro e

    animao, que rene artistas na rea do teatro, dana, msica e pedagogia. Tm uma programao variada de actividades

    scioculturais, com uma interveno directa junto da comunidade.

    O Teatro Meia Via Associao Cultural de Torres Novas foi fundado em 19 de Abril de 2001, mas a actividade teatral na aldeia da Meia Via j contava cem anos, com maior

    regularidade desde os anos 80. A sua actividade centra-se sobretudo na produo prpria de

    espectculos e leituras encenadas, na formao de actores e na divulgao e apresentao

    de espectculos, privilegiando o concelho de Torres Novas e as suas associaes.

    artistas

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    aguillas de valporqueroEspanha

    A exposio de aves de rapina e a demonstrao de voos deslumbrou o pblico da feira, com a oportunidade rara de ver de perto animais

    como o bufo real ou a guia pesqueira. Com este tipo de espectculo apresentado em

    Torres Novas, os Aguillas de Valporquero deram a conhecer a morfologia e o comportamento

    natural de cada espcie. Os voos rasantes de guias ou abutres, em pleno castelo

    ou no centro da Praa 5 de Outubro, juntaram multides de curiosos.

    alcaide fernandes Portugal

    Os dromedrios foram alvo de grande interesse por parte dos visitantes. Participando em todos os cortejos e com a sua tenda montada junto ao castelo, a comitiva de Alcaide Fernandes, com os seus trajes rabes e as bailarinas exticas cativaram a ateno de midos e grados.

    concentus allavarium Portugal

    Este grupo de msica antiga do Coral S. Pedro de Aradas interpreta autores ibricos, com rplicas de instrumentos e indumentria da poca. Marcaram presena no evento

    Revisitar D. Manuel I, encantando os visitan-tes e transportando-os, atravs da sua msica

    e da imagem, para o sculo xvi.

    curingaPortugal

    Personagens espalhafatosas, com chapus bizarros, picardias musicais, jogos rtmicos, malabarismos e magia foram a imagem de

    marca deste grupo, numa verdadeira mistura msico-cmica. Os Curinga contriburam

    para trs dias de entretenimento, com os mais variados estilos musicais, animando todos

    os tipos de pblico.

    espada lusitanaPortugal

    Este grupo de praticantes de esgrima histrica e artstica marcou presena no interior

    do castelo, com a sua Praa de Armas, mas tambm nos diversos cortejos que fizeram

    parte do programa da feira quinhentista. Dedicado a reconstituies histricas, desde

    a antiguidade clssica at aos nossos dias, os Espada Lusitana recriam o ambiente civil

    e militar inerente a cada poca. Tambm em Torres Novas mostraram ao pblico o

    quotidiano dos homens de armas e dos civis (nobres, cavaleiros, lanceiros, besteiros) com todo o rigor histrico, tanto no equipamento

    como no comportamento.

    legend especialistas Espanha

    Com cerca de 20 anos de existncia, este grupo assentou arraiais nas traseiras da

    Cmara Municipal de Torres Novas, com um acampamento instalado para garantir a

    segurana chegada de D. Manuel I. Com uma boa disposio e simpatia merecedoras de destaque, os Legend Especialistas fizeram demonstraes, participaram nos cortejos e

    viveram o verdadeiro quotidiano militar.

    minearte Portugal

    um museu itinerante que se instalou no terreiro de Santa Maria, dando a conhecer

    culturas distintas, com enfoque nos cristos, judeus e muulmanos. A arte da iluminura foi

    outra das reas abordadas neste espao.

    teatro e marionetas de mandrgora

    PortugalEsta companhia ocupou um dos grandes palcos

    da feira a Praa 5 de Outubro na noite de domingo, 2 de Maio, com a apresentao do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente.

    Sediada em Gondomar, a Teatro e Marionetas de Mandrgora iniciou a sua actividade em 2002, procurando sempre a unio de uma

    linguagem simblica que conjuga o tradicional e o contemporneo. Com recurso marioneta,

    esta companhia explora a cultura, a crena, a lenda, aliando-se urbe,

    velocidade da aldeia global.

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    curral

    lugar do petiz

    bodegas

    mouraria

    passeio dos espritos

    luga

    res

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    praa darmas

    praa dos mercadores

    terreiro de santa mariapasseio dos espritos

    postigo da traio

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    29 de abrilquinta-feira

    Os trs dias da feira quinhentista ficaram marcados por vrios momentos de teatralizao nos quais, com o rigor histrico possvel, se procurou conferir ao centro histrico um ambiente prximo ao vivido durante o sculo xvi. Todas estas recriaes trouxeram uma extraordinria alegria, dinmica e vivacidade a toda a iniciativa, com a encenao do que poderia ter sido a entrega do foral, um baile da poca, a visita do rei ou um jantar real.

    Conferncia Vida no tempo de D. Manuel IA Histria serve para nos ensinar a viver21h30 | auditrio da BMGPL

    O programa da Feira Quinhentista comeou no dia 29 de Abril, com a Conferncia Vida no

    tempo de D. Manuel I.

    Dois autores, Pedro Canais (A lenda de Martim Regos) e Joo Paulo Oliveira e Costa (O imprio dos pardais), permi-tiram uma viagem no tempo, revelan-do-nos os costumes e as aspiraes de Quinhentos. Nos seus livros, estes dois es-critores referem jogos de intriga, secretis-mo, paixes, numa escrita sempre alicer-ada na Histria de culturas e meandros polticos que fizeram um imprio.

    Joo Paulo Oliveira e Costa descreve a escrita ficcional como o fascnio da liberdade absoluta, mas a escrita cient-fica, nomeadamente no que se refere a biografias de figuras histricas, desperta outras sensaes. Acho que conheci, de facto, D. Manuel I porque o estudei du-rante dois anos e meio. No me apaixono pelas personagens dos meus livros mas gera-se uma empatia muito forte. Parece que os conhecemos na realidade. E o fi-nal da biografia traumtico, afirmou.

    Sobre a vida em Torres Novas no tem-

    po de D. Manuel I, Joo Paulo Oliveira e Costa afirmou que em Lisboa ver-se-ia o mundo, em resultado das viagens de Vasco da Gama e de Nuno lvares Cabral. H impactos que chegam. Muitas pes-soas j tinham visto elefantes, escravos negros, provado especiarias, afirmou. Contudo, em Torres Novas, essa realida-de seria ainda muito tnue. Apesar de tudo, pode considerar-se que a vila tor-rejana estava perto da corte, uma vez que D. Manuel I teve muitas passagens pelo actual distrito de Santarm, com permanncias em Abrantes, Tomar e Al-meirim. Por seu lado, Pedro Canais vai um pouco mais alm sobre o que seria o dia-a-dia em Torres Novas: Por essa al-tura, Lisboa j devia ter tido uma grande transformao aps a primeira viagem ndia, tornando-se muito cosmopolita. E aqui em Torres Novas algum j teria ouvido falar dessas viagens. O nmero de capelas e de igrejas era infinitamente

    maior do que hoje, e o tempo regia-se pelo sol. O nico dia livre era Domingo, no qual se ia missa e se tirava algum partido da vida indo, por exemplo, a um baile, descreveu Pedro Canais, lamen-tando a falta de fontes locais sobre esta temtica, sendo Artur Gonalves a me-lhor referncia existente. A vida de Tor-res Novas dividir-se-ia entre duas praas: a velha (actual Largo da Botica) e a nova (Praa do Pelourinho), onde os homens iam de manh tomar patro, concluiu o escritor.

    No final, Pedro Canais deixou uma ideia das vantagens que podemos retirar dos tempos anteriores ao nosso: A His-tria, tal como a literatura, serve para nos ensinar a viver. E ensinar a viver olhar para o passado, para cada coisa como um fenmeno isolado, e tirarmos as nossas prprias ilaes, contribuindo para que a nossa existncia seja mais rica e mais dinmica.

    momen

    tos

    Uma parceria indita entre o museu, o teatro e a biblioteca municipais resultou num projecto que constitui uma refern-cia cultural de como levar a Histria s

    escolas do concelho. Esta iniciativa reali-zou-se ao longo do ms de Maro, junto de alunos do 1. ciclo de Lapas, Assentis e Lamarosa.

    O Museu Municipal Carlos Reis abor-dou a temtica da vida econmica e social, atravs da oficina Mercado de Iluminuras, na qual as crianas foram convidadas a escrever e desenhar, inspira-das pelas iluminuras da poca.

    O Teatro Virgnia visitou as escolas sob o tema da histria da cultura e mentali-dades, realizando uma oficina de gestos

    e retratos. Num percurso pelo mundo de prncipes e princesas do incio do sc. xvi, o quotidiano, os comportamentos ou as regras foram abordados numa oficina para experimentar e confrontar a expres-so do corpo de hoje e de outrora.

    A msica quinhentista, numa oficina de escritos e cantos, foi abordada pela Biblio-teca Municipal Gustavo Pinto Lopes. Esta iniciativa levou a msica de Quinhentos aos alunos de hoje, com o apoio do msi-co Carlos Guerreiro, revivendo um tempo em que a msica estava sempre presente.

    Revisitar D. Manuel I

    3 momentos na sala de aula

    Maro | Museu, Teatro, Biblioteca

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    Desde o sculo xiii que Torres Novas tinha uma grande feira, institucionaliza-da pelo rei D. Afonso III, reconhecida em toda a regio.

    A Ronda do Prego constitui-se como a abertura oficial das festividades, pro-curando recriar a chegada simblica dos mercadores que, neste dia como outrora, vieram um pouco de todo o lado. Legu-mes, artesanato, doaria, animais, entre outros, fizeram parte da oferta, numa fei-ra aberta pelo alcaide, perante a popu-lao da vila.

    Os mercadores chegaram vila lan-ando os seus preges, trazendo sacos e cestos com alguns dos seus produtos, mostrando-os ao pblico e convidando os visitantes a comprar.

    Tambm os mercadores rabes fizeram parte do cortejo, instalando-se depois na mouraria. Danarinas, msicos, malaba-ristas ou soldados, todos chegaram para a festa do fim-de-semana.

    Torres Novas no tempo de D. Manuel I um livro juvenil que faz parte de um con-junto de publicaes comemorativas dos 500 anos do foral manuelino de Torres Novas. Com textos de Margarida Moleiro e ilustraes de Hlder Dias, a publicao faz um passeio pela vila torrejana desde a sua fundao, em 1190, at aos incios do sculo xvi.

    O quotidiano da vila de Torres Novas, da Idade Mdia ao tempo de D. Manuel I, contado aos mais novos atravs de aponta-mentos sobre a sociedade medieval, as car-tas de foral, as cortes, as feiras, a agricul-tura, os artesos, a geografia e a paisagem torrejana (a importncia do rio Almonda e a configurao da vila quinhentista). Neste livro, h tempo ainda para conhecer D. Manuel I e o seu reinado os descobri-mentos, as reformas e o estilo manuelino e para descobrir a carta de foral concedida por este rei vila de Torres Novas, a 1 de Maio de 1510.

    Esta edio municipal foi lanada no dia 30 de Abril, nas escolas E.B. 2/3 Artur Gonalves, Antnio Chora Barroso e Ma-nuel de Figueiredo, e entregue a todos os alunos dos 5. e 6. anos. A apresentao do livro esteve a cargo do Presidente da Cmara Municipal de Torres Novas, Ant-nio Rodrigues, que destacou a importn-cia de os mais novos conhecerem a hist-ria local, para assim desenvolverem o seu sentimento de pertena e a sua memria colectiva.

    Apresentao do livro Torres Novas no tempo de D. Manuel I

    10h20 | Escola EB 2,3 Manuel de Figueiredo 11h15 | Escola EB 2,3/Sec. Artur Gonalves14h30 | Escola EB 2,3 Antnio Chora Barroso

    Ronda do pregoCortejo de mercadores21h00 | Praa 5 de Outubro

    Sendo as Parquias de Torres Novas e o Choral Phydellius parceiros da candidatu-ra concelhia Regenerao Urbana, a sua participao no Revisitar D. Manuel I foi visvel em diversos momentos. Um deles foi o concerto de rgo de tubos, realiza-do na Igreja de Santiago. A organista foi Rute Martins, professora do conservat-rio de msica do Choral Phydellius, que deu a todos os presentes a oportunidade rara de ouvir o imponente instrumento musical, datado de 1798, recentemente alvo de uma profunda recuperao. O r-go, nico na cidade, composto por 750 tubos.

    Concerto de rgo de tubos21h30 | Igreja de Santiago

    30 de abrilsexta-feira

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    A participao voluntria da comuni-dade torrejana na feira quinhentista teve o seu expoente mximo ao incio da tar-de de sbado, dia 1 de Maio. Vestidos poca, dezenas de crianas e de idosos integraram este cortejo, naquele que foi o culminar de semanas e semanas de trabalho para que todos pudessem ser verdadeiras figuras do sculo xvi. Bo-bos, malabaristas, msicos, militares e nobres juntaram-se aos avs e netos de instituies como a ARPE, o Centro de Bem-Estar Social da Zona Alta ou a Santa Casa da Misericrdia.

    Cortejo de pormenores quinhentistas15h30 | Praa 5 de Outubro

    Lanamento dofac-smile do foral manuelino de Torres Novas19h00 | Alcaidaria do castelo

    Aps destacar a importncia do even-to Revisitar D. Manuel I, o Presidente da Cmara Municipal de Torres Novas, Antnio Rodrigues, iniciou a cerimnia de lanamento da edio fac-smile do foral manuelino local, no dia 1 de Maio, na alcaidaria do castelo.

    A apresentao esteve a cargo do Professor Doutor Antnio Manuel Hes-panha, que destacou a importncia dos forais enquanto lei da terra, num contexto poltico, social e jurdico muito diferente do que conhecemos hoje. De-fendendo que toda a histria dos forais novos se traduz no reforo e fortaleci-mento do poder local, criando uma re-pblica de concelhos, segundo desig-nao de Alexandre Herculano, Antnio Hespanha afirmou que estes documen-tos abordavam as questes mais impor-tantes de cada terra.

    Quando se fazem estas celebraes muito importante para percebermos como a histria trouxe diferenas: ama-va-se, odiava-se e ordenava-se de outra maneira. Esta a prova de que o modo como hoje vemos as coisas provisrio, o que nos d uma certa humildade e nos educa para a tolerncia, afirmou o his-toriador.

    Para concluir, Antnio Hespanha re-feriu: Este Foral mostra-nos como esta terra era diferente, e como vai ser dife-

    rente. Tudo foi possvel no passado, e tudo poder ser possvel no futuro.

    Esta edio fac-smile do foral manue-lino de Torres Novas contm tambm a transcrio paleogrfica do diploma.

    O foral novo de Torres Novas, datado de 1 de Maio de 1510, insere-se no processo de reformas do sistema jurdico-admi-nistrativo de D. Manuel I (1495-1521) que visava a criao de novos instru-mentos governativos uniformizadores. Os forais eram feitos em trs cpias au-tnticas sendo uma para a Cmara, ou-tra para o senhorio da vila e uma outra para os arquivos da Torre do Tombo. O foral novo de Torres Novas editado pelo Municpio a cpia autntica do exem-plar da Cmara Municipal. um docu-mento decorado com iluminuras, com encadernao em couro e ferragens, caractersticas que o colocam na catego-ria principal dos forais emanados entre 1500 e 1520, referentes s vrias provn-cias portuguesas.

    A antiguidade deste diploma e a sua importncia na regulamentao da vida quotidiana da vila durante sculos conferem-lhe o estatuto de documento--monu mento, smbolo da histria de Torres Novas. Pelo seu valor patrimo-nial, o foral manuelino de Torres Novas faz parte do esplio do Museu Municipal Carlos Reis (Torres Novas). 1 de maio

    sbado

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    A Praa 5 de Outubro encheu-se na noite de sbado para ver danar. O baile renascentista procurou recriar mais um momento comum do sculo xvi, atravs de uma manifestao cultural da nobre-za. Cerca de 40 voluntrios ensaiaram durante quatro semanas, encenados por Maurizio Padovan. Este msico, profes-sor e investigador italiano, tem dedicado a sua carreira ao estudo da dana. Entre os demais desempenhos, foi docente de Histria da dana e da msica para dan-a, na Universidade de Musicologia de Pavia, participou em numerosos conv-nios, deu cursos de dana renascentista, ministrou seminrios de msica e dana em escolas e instituies didcticas. O nome do baile Pavana Galharda deve--se a duas populares danas do sculo xvi. A pavana uma dana de corte, provavel-mente de origem italiana, em compasso binrio ou quaternrio, andamento lento e majestoso, comedido e solene, geral-mente seguida pela galharda. A galharda, por sua vez, uma dana de movimento animado e carcter alegre, cheia de viva-cidade.

    As manifestaes reais desta poca eram imponentes, com o objectivo de sur-preender e pasmar o pblico, nomea-damente atravs de animais exticos, trazidos de outros continentes. Nesta re-criao, o cortejo foi liderado pela guarda de honra, seguida do cavaleiro que trans-portava o pendo real. Ferno de Pina, emissrio do rei, trouxe consigo o foral manuelino, e foi ladeado pelo alcaide D. Joo de Almeida. Acompanharam-nos pessoas de Torres Novas pertencentes corte. Chegados Praa 5 de Outubro, subiram ao castelo e, junto ao terreiro de Santa Maria, deu-se a entrega formal do documento, por entre vivas ao rei.

    Pavana galhardaBaile renascentista23h00 | Praa 5 de Outubro

    Arautos del ReiEntrega do foral novo18h00 | Praa 5 de Outubro

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    E se o rei D. Manuel I viesse a Torres Novas? A verdade que, historicamente, no h registo que tal tenha acontecido. Contudo, uma vez que a famlia real teve diversas estadias em localidades prximas, como Tomar e Almeirim, por-que no teatralizar uma paragem do rei para pernoitar nesta vila?

    D. Manuel I chegou, na tarde de do-mingo, com a pompa e a imponncia prprias de um acontecimento como este, acompanhado de elementos da nobreza e do clero. Juntamente com D. Jorge de Lencastre, seu primo e re-cm-donatrio de Torres Novas, o rei e o restante cortejo entraram na praa, sendo recebidos e ovacionados pela populao com o Viva o rei!. Mulhe-res atiraram ptalas de flores para o ca-minho que o rei iria percorrer e outras, com o copo e jarro alusivos feira, ofe-receram-lhe de beber. Na extremidade da Praa, o cortejo parou para ouvir as boas-vindas do alcaide D. Joo de Al-meida, seguindo depois pela Rua de Gil Paes, onde desmontaram e seguiram para a alcaidaria do castelo.

    Alvssaras del Rei18h30 | Praa 5 de Outubro

    O interior do castelo encheu-se para a realizao de uma missa campal, cele-brada pelo padre Carlos Ramos. Tendo as muralhas como pano de fundo, a ce-rimnia religiosa contou com a partici-pao do Choral Phydellius.

    Missa campal12h00 | Interior do castelo

    2 de maiodomingo2 de maiodomingo

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    Torres Novas d um repasto em hon-ra do rei. Os nobres convidados traja-ram-se a rigor para a faustosa refeio, durante a qual no faltaram momentos de animao com os bobos, bailarinas, malabaristas. Nem faltou o provador oficial, uma tentativa de envenenamen-to do rei e at uma invaso indesejada das meretrizes do Postigo da Traio.

    Manjar real20h30 | Alcaidaria do castelo

    A esttua de D. Sancho I e as mura-lhas do castelo foram o grande palco do momento que encerrou os trs dias da feira quinhentista. A msica da poca ecoava por entre a multido, aliando-se aos malabarismos dos artistas, ilumina-dos pelos cuspidores de fogo, antece-dendo o ponto alto da noite. Bruxas e mendigos cercaram-se de chamas.

    E, na escurido envolvente, o lana-mento de fogo chins surgiu com luz e imponncia, deslumbrando todos os presentes e fechando com chave de ouro a iniciativa que assinalou os 500 anos do foral manuelino de Torres Novas.

    Encerramento23h00 | Entrada do castelo

    Tirando partido da sua localizao central, o Museu Municipal Carlos Reis abriu as portas em horrio alargado para dar a conhecer um dos trs exemplares do foral manuelino, originalmente exis-tentes. Adicionalmente, os visitantes puderam descobrir a exposio Turres, dedicada histria de Torres Novas e seu concelho. Atravs de peas tipolo-gicamente variadas, este ncleo expo-sitivo ilustra o percurso histrico vivido pelas sucessivas geraes que ocuparam este espao territorial, desde a Alta Ida-de Mdia at aos incios do sculo xx.

    Visitas ao foral e exposio

    TurresMuseu Municipal Carlos Reis

    Visitas guiadas igreja da

    Misericrdia

    Este fim-de-semana permitiu a muitos visitantes uma oportunidade soberana de conhecer a igreja da Mi-sericrdia de Torres Novas, geralmente encerrada, excepto para momentos de culto. Considerado um dos monumen-tos mais ricos da cidade torrejana, a igreja remonta ao sculo xvi, com traba-lhos de embelezamento e de decorao que se estenderam pelos dois sculos seguintes. Esta igreja foi classificada como Imvel de Interesse Pblico a 3 de Janeiro de 1986.

    actividadespermanentes

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    A recriao histrica foi das melhores que temos visto por esse pas fora, s comparvel com outras feiras de referncia (poucas) que se realizam. Enquanto exercamos a nossa actividade, tivemos ensejo de irmos falando com as pessoas que procuravam os nossos produtos, questionando-as sobre o momento que estavam a viver e ouvimos os maiores encmios realizao desta iniciativa, enquanto expressavam o seu orgulho pelo facto de a sua cidade se ter abalanado numa comemorao digna e grandiosa de to importante feito da sua histria.O mesmo sentimento ouvimos da boca dos inmeros visitantes que se deslocaram a Torres Novas.A Sabores Medievais tambm sente a honra de ter sido convidada para participar. O nosso currculo saiu mais enriquecido e tenham a certeza que teremos todo o prazer de, por esse pas fora e na Galiza, aonde feiramos, apontar Torres Novas como exemplo de dignificao da sua rica e linda histria. com gente desta gesta e deste jaez que se engrandece uma cidade, uma regio e um pas. Parabns a todos e bem-hajamSabores MedievaisJos Andrade, Jlio Jorge e Miguel Onsimo,

    Crepes, beijos damor, jesutas, sangria, licores

    Santo Tirso

    A recriaohistrica foi das melhores que

    temos visto por esse pas fora

    Alm de responder ao convite, gostei da ideia de poder contribuir para um evento histrico. A poca a retratar foi fcil de acompanhar uma vez que trabalho com ao e cobre. Os ambientes recriados ficaram fantsticos, tendo estado reunidas as condies para um espectculo completo e atractivo.Cristina Alcntara Adornos femininos com base histrica

    Loures

    Os ambientes recriados ficaram

    fantsticos

    Superou sem dvida alguma as nossas expectativas. Dou os parabns a todos os envolvidos pois para uma primeira edio fizeram melhor que muitas com 3 ou 4 anos de experincia. Devem continuar a primar por ter artesos e produtos da poca, valorizando assim o vosso trabalho. Natutrab Maria Joo e Srgio Silva, Biojias e armas de madeira Porto

    Superou sem dvida alguma

    as nossas expectativas

    Fao um balano muito positivo do evento, em todos os aspectos, e pelo facto de no haver interferncias e interesses exteriores na organizao deste evento. Pontos mais positivos: o local escolhido e toda a sua envolvncia, a boa receptividade, o sentido de entreajuda entre os participantes.Maria de Lurdes Matos Tearas, trabalhos com flores secas, instrumentos musicais Santa Maria da Feira

    Pontos mais positivos: o local

    escolhido e toda a sua envolvncia

    2 de maiodomingomercadores

    opinio

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    Quis experimentar e conhecer uma feira diferente e realizada pela primeira vez, visto que trabalho neste tipo de eventos. Apesar de ser o primeiro ano que se realiza, tem caractersticas muito boas, como a decorao e os espectculos.Francisco Vives MunozTmara e turron de AlicanteVillena

    Apesar de ser o primeiro ano que se realiza, tem

    caractersticas muito boas

    Ao longo do ano participamos em eventos temticos em Portugal e Espanha e tivemos conhecimento do mesmo atravs de colegas. Como a primeira edio, os primeiros passos so um pouco difceis, mas pela forma como comearam, no tenho dvidas algumas que dentro de muito pouco tempo este evento estar entre as trs melhores produes nacionais. Pontos mais positivos: a envolvncia da terra, a simpatia, a competncia da organizao, toda a produo. Enfim... parabns e contem sempre connosco.LusibricaJuvenal Domingos MartinsBijuteria banhada a prata

    Parabns e contem sempre

    connosco

    Pela experincia que tenho em participaes devo dizer que para o primeiro ano est altura das grandes feiras de Portugal. Se tiver continuao, de certeza que fica no top 10.Cludio Pascoal BatistaAnimais em madeiraParceiros de So Joo Torres Novas

    Para o primeiro ano est altura das grandes

    feiras de Portugal

    O meu historial de participao em outras feiras, bem como a minha curiosidade nesta primeira edio da feira numa cidade bonita como Torres Novas, levaram-me a estar presente. Fao um balano muito positivo do evento, que superou todas as minhas expectativas. Pontos mais positivos: o rigor da recriao histrica, a animao e o pessoal responsvel pelo evento.Tenda exticoMaria Lusa Gomes da SilvaMercador de vesturio e bijutaria

    Santa Maria da Feira

    Superou todas as minhas

    expectativas

    Participei pelo convite do Gabinete de Turismo da Cmara Municipal e pelo gosto em partici-par nas actividades de promoo da cidade e do concelho. O balano muito positivo e motiva-dor. Caso haja continuidade, uma forma de atrair pessoas e de dinamizar o centro da cidade. Pontos mais positivos: o tipo de evento, o espao ocupado, a atraco e o contentamento que trouxe aos torrejanosSegredos da TradioNatlia Neves FilipeLicores regionaisTorres Novas

    A atraco e o contentamento

    que trouxe aos torrejanos

    Espero que se repita e que me seja permitida a

    participao

    O balano que fao o melhor. Espero que se repita e que me seja permitida a participao. Os pontos mais positivos foram a localizao e a animao, no esquecendo a excelente, simptica e prestvel organizao. Parabns e obrigado pela oportunidade que me deram.Fernando Gomes de FariaInstrumentos musicais, espanta-espritos, estatuetas

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    2 de maiodomingovisitantes Philippe, Gui e Giselle so trs franceses, da provncia de Gard, que visitaram a Feira Quinhetista.

    Viajam em duas auto-caravanas e, no regresso de Marrocos, resolveram percorrer parte do pas, comeando no Algarve. Chegados a Ourm, depararam-se com os folhetos-programa do evento. Os planos, que previam passagens por Tomar e Abrantes, em direco a Marvo, foram rapida-mente alterados. Ao invs, viajaram at Torres Novas no sbado de manh, dia 1 de Maio. O balano no podia ser mais positivo. Elogiaram o espao, sobretudo a beleza do castelo, e a riqueza da feira, considerando-a uma das mais completas que j viram, pela abundncia de figurantes, de artesos e de ofcios. A melhor prova do agrado destes visitantes internacionais o facto de, aps a visita feira, terem aguardado pelo cortejo e ficado para o baile quinhentista, no hesitando em afirmar que ficariam para o dia seguinte.Philippe, Gui e GiselleGard (Frana)

    Ficamos cat amanh,

    para assistirmos ao baile e aos

    cortejos

    Antnio Ramos, torrejano e morador no centro da cidade, no tinha adjectivos para qualificar o evento. Gostei muito. Est realmente impecvel. a primeira vez que assisto a um evento desta natureza no fui a bidos nem a outras regies que organizam este tipo de iniciativas mas este est magnfico, afirmou. Quanto rea da sua preferncia, no conseguiu destacar uma: Gostei de tudo. Est tudo muito bom. E o dia est maravilhoso, muito agradvel, o que ajuda imenso. Para Antnio Ramos, eventos como este, para alm de revitalizarem o centro histrico, so muito importantes para a divulgao da cidade. Esto ali at vendedores espanhis. Curio-samente, ouvi-os a falar e um mencionava que na sexta-feira noite tinha tido tanto movimento que no conseguiu dar vazo s pessoas.Mas os elogios no se ficaram por aqui: O Sr. Presidente est de parabns pela dinmica que deu a esta cidade. uma pena e uma injustia que este tenha de ser o seu ltimo mandato. A Cmara Municipal tem feito um ptimo trabalho. Antigamente no se passava aqui nada. Era uma parvalheira, concluiu Antnio Ramos.Antnio RamosTorres Novas

    Esto de parabns porque Torres Novas

    antigamente era uma parvalheira

    Sentada nos degraus, junto esttua de D. Sancho I, apresenta-se com imponncia e autoridade: Maria Perptua Fonseca Vieira, nascida e criada em Torres Novas. Elogia o espao, a festa, a ani-mao, sem poupar qualidades: Estou a achar lindssimo, nunca assisti em Torres Novas a nada igual. Por isso mesmo, deixa uma sugesto: Acho que se devia fazer mais vezes, com maior regularidade, e no deixar passar 400 ou 500 anos para se fazer uma coisa destas novamente. Maria Perptua Fonseca VieiraTorres Novas

    Nunca assisti em Torres Novas

    a nada igual

    Joaquim Brites do concelho de Torres Novas, mais especificamente de Alcorochel. Considera o evento maravilhoso e espectacular, defende a sua continuidade e periodicidade. Em comparao com outros eventos semelhantes noutras localidades, Joaquim Brites no tem dvidas: Esta feira est melhor, e tambm a opinio geral que tenho ouvido. Est mais engraada, mais tradicional e mais apurada. Quanto projeco e divulgao da cidade que advm deste projecto, afirma: Est a trazer muita gente cidade, nota-se muito. E ontem noite [sbado] foi algo excepcional. muito importante para que as pessoas conheam Torres Novas. Joaquim Brites,Alcorochel

    Est mais engraada, mais

    tradicional e mais apurada

    Isabel Cruz Silva torrejana, emigrada em Paris. Visitou a Feira na companhia do marido,de nacionalidade francesa. Adorei esta festa. Acho isto lindssimo. O meu marido francse ele tambm est a adorar. com um orgulho imenso que vejo a cidade como est,toda engalanada, afirmou Isabel Cruz. Do que mais gostou foi da Praa 5 de Outubro,que ainda no tinha visitado depois da recuperao.Isabel Cruz Silvatorrejana emigrada em Paris

    com um orgulho imenso que vejo a cidade como est

    opinio

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    Esta foi uma iniciativa para as pessoas, para o pblico, para a cidade e para a sua populao. Mas foi tambm uma festa especialmente dirigida s famlias.Joel, Ceclia e Tatiana Ruivo vieram de Sintra e souberam do evento atravs da RFM. Visitam Torres Novas ocasionalmente mas este evento surpreendeu-os amplamente pela positiva. Est um espectculo, sublinham quase em coro. E, quando questionados sobre o que gosta-ram mais, a pequena Tatiana responde com prontido: Das lutas!A Praa 5 de Outubro e o castelo no podiam constituir um melhor cenrio. Est 5 estrelas! Muito bonito mesmo, concluiu Joel Ruivo.Joel, Ceclia e Tatiana RuivoSintra

    Est 5 estrelas! Muito bonito

    mesmo

    Luciana, Sheila e Alexis falam um portugus aucarado. So do Brasil e moram em Casal Sentista, concelho de Torres Novas. No sbado visitaram a feira pela segunda vez, aps uma primeira ronda no dia 30 de Abril. Bonito, agradvel, interessante e muito bem organizado so os adjectivos que utilizam para definir o que viram. Com um balano extremamente positivo, a feira ainda aproveitada para algumas compras de artesanato: Uns brincos, umas pulseiras... coisas de mulher!, afirmou Sheila.Luciana, Sheila e AlexisCasal Sentista (imigrantes do Brasil a residir em Torres Novas)

    Bonito, agradvel, interessante e muito bem organizado

    Maria Antnia Neves mora em Torres Novas h mais de 30 anos e viu os seus familiares participarem em diversas actividades da feira. Um dos netos foi requisitado no espectculo do Bobo Thorsten e o filho foi um dos participantes do baile quinhentista, espectculo que deslumbrou Maria Antnia. Foi lindo, maravilhoso, afirmou, no poupando elogios feira: Est muito original e muito completa. No final, concluiu: Est tudo muito bem feito, no h palavras para descrever o trabalho que o Sr. Presidente, e meu amigo, Antnio Rodrigues, tem feito. Honra lhe seja feita.Maria Antnia NevesTorres Novas

    Est muito original e muito

    completa

    Nuno Galego de Torres Novas e visitou a feira com a famlia. No poupa elogios a um evento que superou as suas expectativas: Est espectacular. No estava espera de algo desta dimenso mas est muito bom; muito melhor do que podia imaginar. Considera que est excelente, at por toda a sua envolvncia, e que dever ser uma experincia a repetir. Mas deixa uma sugesto: O principal problema o tempo. A feira devia ser mais longa, durar mais dias.Nuno GalegoTorres Novas

    No estava espera de algo

    desta dimenso

    Superou a nvel de pblico; no pensei que as

    pessoas aderissem tanto

    Rita Freitas acompanhou todo o evento de muito perto, sobretudo em virtude do envolvimento do Cine-Clube de Torres Novas, a quem coube a cobertura videogrfica desta iniciativa. Considera que o evento ultrapassou as suas expectativas: Tnhamos todas as condies para fazer isto ao nvel de exposio. Mas superou a nvel de pblico; no pensei que as pessoas aderissem tanto.Contudo, at pelas visitas que j fez a iniciativas semelhantes, tinha a noo que este tipo de evento atrai muita gente, mas a qualidade desta feira foi um factor determinante. Est ao nvel das outras, at mesmo das que se fazem h muitos anos, afirmou Rita Freitas. Quanto rea da sua preferncia, peremptria: O interior do castelo. Essa zona est muito bem organizada e o castelo muito bonito. O facto de muitas das aces no se passarem l no prejudica porque o espao mesmo lindssimo.Rita Freitas destacou ainda a importncia das parcerias, internas e externas. Envolver as pessoas da terra s d visibilidade c dentro. Para fora preciso angariar outro tipo de parceiros. Mas a cooperao com o Cine-Clube, o Teatro Meia Via, e at mesmo com os grupos de saltimbancos que andam por a, por si s j faz com que mais pessoas venham e se envolvam.Rita FreitasTorres Novas

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    2 de maiodomingo

    comerciantescentro

    histricoEstes eventos so muito importantes para dinamizar esta zona e uma mais-valia para dar a conhecer a cidade e os espaos comerciais. Pena no se fazer mais eventos durante o ano. A cidade s ganhava, fazendo com que Torres Novas desse que falar!Hugo Antunes, Blue Moon Club

    Estes eventos so muito

    importantes

    Este evento foi uma mais-valia para o centro histrico e muito bom para a projeco da cidade, que precisa de ser mais conhecida e visitada. E neste evento foi isso mesmo que aconteceu. Cheguei a atender pessoas de Trs-os-Montes! O meu balano muito positivo e aconselho a repetio destas iniciativas.Maria Graziela Abreu, Ls & Arte

    Cheguei a atender pessoas de Trs-os-Montes!

    Este evento foi muito importante para o comrcio do centro histrico pelo acrscimo de vendas e pela divulgao dos servios que cada um presta, para o presente e para o futuro. O balano muito positivo e o investimento feito, a meu ver, recupervel. Esto de parabns!Artur Fernandes, Hotel dos Cavaleiros

    O investimento feito

    recupervel

    Dentro dos meus conhecimentos, o evento foi magnfico e a realizao da feira na zona histrica foi, sem dvida, a melhor opo. preciso caminhar em frente porque todos somos poucos para fazer valer a nossa terra e a nossa cultura.Luclia Nunes, Ourivesaria Incio

    Para fazer valer a nossa terra

    e a nossa cultura

    O evento foi excelente e superou todas as minhas expectativas. de repetir. Superou tambm em termos de vendas, sobretudo devido aos artigos para crianas. Espero que se faa mais vezes e penso que iniciativas como a Feira dos Frutos Secos e as Festas da Cidade deviam ser feitas nesta mesma zona, para a dinamizar. Todo o circuito da feira lindssimo e no ouvi ningum a dizer mal. Todos os comentrios que ouvi foram muito positivos.Helena Torres, Papelaria Central

    Nunca assistiem Torres Novas

    a nada igual

    opinio

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    olhares

  • 26

    olhares

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  • 30

    metros de pano utilizados para a decorao

    3000

    participantes no baile renascentista

    40participantes no

    cortejo de pormenores quinhentistas

    250

    peas de loiapara o evento

    16 617

    fardos de palha500

    tbuas1000

    copos vendidos7000

    exemplares do livro Torres Novas no tempo

    de D. Manuel I

    2000exemplares do livro Foral de D. Manuel I | 1510 | Torres Novas

    2000

    referncias ao evento na internet

    80

    notcias na imprensa local

    31

    nmeros

    refernciasna televiso

    4

  • 31

    fatos da poca disponibilizados para o evento

    230

    companhias18

    artistas130

    artesos100

    dias de preparao150

    pessoas na organizao

    25

    pessoas na concretizao

    80

    notcias na imprensa local

    31referncias ao evento na

    imprensa regional

    14

    visitantes(nmero estimado)

    60 000

    notcias na imprensa nacional

    6

    destaquesna rdio

    8

    refernciasna televiso

    4

  • Ficha tcnicaEm revista Revisitar D. Manuel I

    Ano 2010

    PropriedadeCmara Municipal de Torres Novas

    DirecoAntnio Manuel Oliveira Rodrigues Presidente da Cmara Municipal de Torres Novas

    Edio Municpio de Torres Novas

    Textos Liliana Oliveira Gabinete de Comunicao e Imagem | CMTN

    Texto contextualizao histrica Margarida Moleiro Gabinete de Estudos e Planeamento Editorial | CMTN

    Reviso de textos Ana Marques, Margarida Moleiro Gabinete de Estudos e Planeamento Editorial | CMTN

    Fotografia lvaro Mendes, Liliana Oliveira, Sofia Ferreira Gabinete de Comunicao e Imagem | CMTN

    Grafismo Sofia Ferreira Gabinete de Comunicao e Imagem | CMTN

    Tiragem 5000 exemplares

    Impresso A Persistente

    Municpio de Torres Novas, 2010

    Organizao

    Direco Joo Aidos

    Programao Jos Pina

    Contedos Carlos Carreira

    Contratos/pagamentos/facturao Margarida Alcobia

    Marketing, comunicao e imprensa/coordenao vdeo/fotografia Sandra Alexandre

    Design/coordenao vdeo/fotografia Ctia Canho

    Produo

    Animao e recriaes histricas Hugo Santos e Tiago Faustino

    Acolhimento Telma Martinho

    Coordenao voluntariado Hugo Santos

    Coordenao logstica Carlos Ferreira

    Mercadores Maria Valente

    Figurinos/aluguer de fatos Assuno Gomes | Ana Cunha

    Actividades ldicas/oficinas Rita Castro | Rita Cunha

    Jogos tradicionais/piscinas municipais Andr Sousa

    Turismo/postos de informao Antnio Ferreira

    Coordenao tcnica do espao Carlos Roseiro

    Coordenao tcnica dos espectculos Joo Vidal e Rui Sousa | tcnica

    Sonoplasta Miguel Clara

    Luminotcnico Joo Raimundo

    Electricidade Jos Carlos Lopes Cunha

    Montagem de estruturas e equipamentos de apoio Agostinho das Neves Anastcio

    Proteco civil/segurana do recinto Francisco Paiva

    Coordenao do trnsito Antnio Jos Mendes Faria

    Coordenao da limpeza e higiene do espao Jos Manuel Blser Rodrigues

    Manuteno dos jardins e regulao dos sistemas de rega Elsa Marques

    Som ambiente Miguel Espadeiro

    Encenao da entrega do foral Antnio Morais

    Coregrafo do baile renascentista Maurizio Padovan

    ficha tcnica | evento