EM TEMPO - 20 de março de 2016

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Manaus e seu clima quente e úmido são desafios que a arqui- tetura moderna vem vencendo com técnica, beleza e inovação. Revestimentos, decoração e in- vestimentos também são assun- to do seu suplemento dominical. Prefeitura colocou à disposi- ção da população feminina de Manaus um laboratório dedica- do à análise de exames do colo uterino. Dia a dia C8 TEMPO EM MANAUS FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR. MÍN.: 26 MÁX.: 33 POLÍTICA NACIONAL O JORNAL QUE VOCÊ LÊ ANO XXVIII N.º 9.060 DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO DENÚNCIAS • FLAGRANTES 981163529 Como será o amanhã? Grampos, nomeação polêmica, manifestantes pró e contra o governo Dilma Rousseff nas ruas do país, sentenças que mantêm e tiram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da Casa Civil e o iminente impeachment da chefe da nação deixam um rastro de instabilidade, não apenas na política nacional, mas também na volátil economia brasileira. As incertezas que hoje dominam a política nacional, conforme políticos e autoridades entrevistados pelo EM TEMPO, devem ainda tornar o ano de eleições municipais mais polarizado e o campo econômico mais frágil e suscetível a investimentos internos e externos. Política A5 CLÁSSICO CARIOCA COMPAJ Palco do Fla-Flu hoje será o estádio do Pacaembu Túneis para fuga de presos escavados com consultoria PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 3,00 A uma semana da Páscoa, a Elenco traz dicas para quem não resiste às delícias do chocolate e ainda apresenta novidades de dar água na boca. Além de presentear o leitor com informações sobre saúde, beleza e roteiro de viagem. SUPLEMENTOS VILA DA PRATA MARGARITA SAÚDE FEMININA BAIXA PROCURA Última hora A2 Plateia D1 Traficantes matam criança em represália Esforço caribenho para atrair turistas País vizinho lança estratégias para atrair turistas à ilha de Margarita, especialmente os turistas amazonenses, grandes admiradores das belezas natu- rais da Venezuela. Economia B1 Laboratório dedicado às mulheres Lei Rouanet pouco utilizada no Amazonas Interditado para obras, o Maracanã não receberá o clássico, que será disputado na capital paulista. Os times que se enfrentam pela segunda rodada da Taça Rio esperam se recuperar dos últimos resultados. Pódio E7 Engenheiros ou especialistas em obras podem estar por trás dos cinco túneis encontrados no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) nos últimos três meses. Instalações da unidade devem ser fiscalizadas. Dia a dia C4 e C5 DIEGO JANATÃ População deve continuar indo às ruas no decorrer da semana para demons- trar apoio e insatisfação

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Manaus e seu clima quente e úmido são desafi os que a arqui-tetura moderna vem vencendo com técnica, beleza e inovação. Revestimentos, decoração e in-vestimentos também são assun-to do seu suplemento dominical.

Prefeitura colocou à disposi-ção da população feminina de Manaus um laboratório dedica-do à análise de exames do colo uterino. Dia a dia C8

VENDA PROIBIDA

EXEMPLARDE

ASSINANTE

TEMPO EM MANAUSFALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR. MÍN.: 26MÁX.: 33

POLÍTICA NACIONAL

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

ANO XXVIII � N.º 9.060 � DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016 � PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES � DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

DENÚNCIAS • FLAGRANTES

98116�3529

Como será o amanhã?Grampos, nomeação polêmica, manifestantes pró e contra o governo Dilma Rousseff nas ruas do país, sentenças que mantêm

e tiram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da Casa Civil e o iminente impeachment da chefe da nação deixam um rastro de instabilidade, não apenas na política nacional, mas também na volátil economia brasileira. As incertezas que hoje dominam a política nacional, conforme políticos e autoridades entrevistados pelo EM TEMPO, devem ainda tornar o ano de eleições municipais mais polarizado e o campo econômico mais frágil e suscetível a investimentos internos e externos. Política A5

CLÁSSICO CARIOCA COMPAJ

Palco do Fla-Flu hoje será o estádio do Pacaembu

Túneis para fuga de presos escavados com consultoria

PREÇO DESTA EDIÇÃO

R$

3,00

A uma semana da Páscoa, a Elenco traz dicas para quem não resiste às delícias do chocolate e ainda apresenta novidades de dar água na boca. Além de presentear o leitor com informações sobre saúde, beleza e roteiro de viagem.

SUPLEMENTOS

VILA DA PRATA

MARGARITA

SAÚDE FEMININA

BAIXA PROCURA

Última hora A2

Plateia D1

Trafi cantes matam criança em represália

Esforço caribenho para atrair turistas

País vizinho lança estratégias para atrair turistas à ilha de Margarita, especialmente os turistas amazonenses, grandes admiradores das belezas natu-rais da Venezuela. Economia B1

Laboratório dedicado às mulheres

Lei Rouanet pouco utilizada no Amazonas

Interditado para obras, o Maracanã não receberá o clássico, que será disputado na capital paulista. Os times que se enfrentam pela segunda rodada da Taça Rio esperam se recuperar dos últimos resultados. Pódio E7

Engenheiros ou especialistas em obras podem estar por trás dos cinco túneis encontrados no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) nos últimos três meses. Instalações da unidade devem ser fi scalizadas. Dia a dia C4 e C5

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ATÃPopulação deve continuar

indo às ruas no decorrer da semana para demons-trar apoio e insatisfação

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016A2 Ultima horaUltima hora

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Seis homicídios registrados em apenas quatro horasO mais grave foi o de uma criança de apenas 3 anos, atingida por um tiro na cabeça por trafi cantes, na Vila da Prata

Ao menos seis homicídios foram registrados em Manaus e no interior do Estado na noite de

sexta-feira, num curto período de apenas quatro horas, confor-me informações da Delegacia Especializada de Homicídios e Sequestros e (DEHS).

O primeiro caso ocorreu por volta das 20h de anteontem, no bairro Vila da Prata, no beco São Francisco, Zona Oes-te. Uma criança de apenas 3 anos, identifi cada como Jho-natta Alexandre dos Santos foi atingido com um tiro na cabeça por trafi cantes do bairro.

Segundo informações da Po-lícia Civil, o crime foi motivado por vingança. A família da víti-ma teria denunciado a venda de drogas, feita em frente à residência do menor, que era praticada pelos três suspeitos de participarem do crime.

Após as denúncias, os cri-minosos decidiram acertar as contas, tirando a vida do avô do menor, autor das reclamações. Mas ao dispararem os tiros, um acabou acertando Jhonatta, que ainda chegou a ser levado para o Hospital e Pronto Socorro da Criança, da Zona Oeste, mas não resistiu aos ferimentos.

CriminososDois trafi cantes identifi cados

como Creuzimar Oliveira Costa e Roberto Viana de Oliveira foram capturados e o terceiro envolvido no crime ainda não identifi cado, que estava dentro de um veículo modelo Gol, de placas NOK 3224, cor vermelha, encontra-se foragido.

Também na Zona Oeste, o servente de pedreiro Carlos Alberto Soares, 33, foi mor-to com diversas tiros que perfuraram a costa, tórax e cabeça, disparados por dois homens não identifi cados.

O auxiliar de produção Thiago da Cunha Oliveira, 24, foi víti-ma de arma branca na noite da última sexta-feira. O crime ocorreu por volta das 23h, na rua Marginal, no bairro São José 2, Zona Leste. De acordo com relatos de testemunhas, Thiago estava em um bar bebendo com conhecidos quando foi surpreendido por três homens também não identifi cados, que chegaram no local já desferindo golpes de faca nas costas do auxiliar. A vítima ainda chegou a ser socorrida e encaminhada ao Pronto Socorro João Lúcio, morrendo em seguida.

No município de Manacapuru, a (67 quilômetros de distância de Manaus) o menor Waxder-

son Monteiro de Souza, 16, foi assassinato pelo próprio amigo, identifi cado apenas como “Ro-ney” após um desentendimento.

De acordo com familiares que aguardavam a liberação do cor-po, Waxderson estava brincan-do em frente à sua casa por volta das 20h20 da sexta-feira e na hora da diversão deu um cascudo na cabeça de Roney que não gostou da atitude do amigo. O suspeito foi até a sua casa, pegou uma faca e voltou para acertar as contas com o amigo, desferindo alguns golpes nas costas. Após o crime, Roney foi preso e encaminhado para a delegacia da cidade, onde aguarda transferência para a Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, em Manaus.

Dois homens ainda não identi-fi cados também foram mortos, vítimas de armas de fogo e branca neste fi nal de semana. O primeiro corpo foi localizado na rua 15, na Colina do Aleixo, Zona Leste. A vítima foi atingi-da por três tiros no tórax. Já o outro homem foi removido do ramal 14, na Comunidade Bons Amigos, localizado no bairro Pu-raquequara. Segundo a Polícia Civil, o corpo foi encontrado com várias perfurações nas regiões do peito e do pescoço, com sinais de espancado na cabeça.

EMBARCAÇÕES

Lutando contra o mosqui-to aedes aegypti, foi reali-zado na manhã de ontem a campanha “Declare Guerra”. O ato nacional tem como objetivo conscientizar a po-pulação sobre o risco da doença. Fora isso, os pro-fi ssionais que participaram do movimento alertaram as pessoas sobre o risco da automedicação. Em Ma-naus, a campanha foi lide-rada pelo Conselho Regional de Farmácia (CRF-AM). Os participantes escolheram a Manaus Moderna, no Cen-tro, para realizar o ato.

Contando com a presença de estudantes e profi ssio-nais de enfermagens, as equipes foram divididas e se espalharam pelas em-barcações que estavam an-coradas no porto. No local, foram distribuídos folhetos explicativos e adesivos da campanha “Declare Guer-ra”. Para a presidente da CRF-AM, Ednilza Guedes, é

obrigação dos profi ssionais da área da saúde ensinar a população sobre como agir em caso de suspeita da doença e alertar para que um médico seja procurado imediatamente após o sur-gimento dos sintomas.

“Hoje temos uma epi-demia nacional provocada pelo aedes aegypti. Temos várias doenças causadas

pelo mosquito. Vemos como um modo de prevenir a saúde da população. Muitas pes-soas se automedicam, mas não sabem que estão com uma dengue. Pessoas com febre, dores de cabeça ou manchas no corpo, devem procurar imediatamente o posto de saúde mais pró-ximo para fazer o exame”, disse Guedes.

Campanha contra o Aedes aegyptiSanto padroeiro dos tra-

balhadores, são José foi homenageado pelos fi éis, ontem, dia em que é dedica-do a ele. Católicos lotaram o Santuário Arquidiocesano de São José Operário, lo-calizado na rua Visconde de Porto Alegre, no bairro Praça 14, Zona Sul.

Para coroar o dia do es-poso de Maria, padroeiro da Igreja Católica e dos trabalhadores, foi organi-zada uma programação na igreja que leva o seu nome. Mantendo a tradição, foi realizada missas às 6h, 9h e 12h. Para fi nalizar com uma grande festa, foi realizado uma procissão que seguiu ao Centro Cultural Povos da Amazônia (CCPA), no Distrito Industrial, Zona Sul, onde aconteceu uma missa

de encerramento da festa.Para quem reside próxi-

mo da paróquia, comemo-rar o dia do santo é uma obrigação. Esse é o caso da aposentada Rai Lexe, 64. A fiel cresceu na Praça 14 e sempre fez ques-tão de acompanhar as novenas que acontecem todo dia 19 de cada mês. Mesmo após se mudar do local, Rai afirma que não perde uma missa no dia do seu padroeiro.

“É maravilhoso partici-par dessa homenagem. Tem sido uma benção para todos os fi éis as novenas de são José Operário. Ainda mais que estamos come-morando o dia do padroei-ro. É lindo ver essa multi-dão cantando e louvando”, disse a aposentada.

FÉ CATÓLICA

Dia de São José é festejado com procissão e missa

Familiares do menor Jhonatta Alexandre dos Santos, 3, durante o velório, revoltados com a morte da criança

Milhares de fi éis lotaram as missas realizadas no dia de ontem

MÁR

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OGERSON FREITAS

PELO IMPEACHMENT

Projeto Jaraqui realiza protestoMantendo o ritmo das

inúmeras manifestações que estão acontecendo no Brasil, foi organizado na manhã de ontem, o movimento do Projeto Ja-raqui. Reunidos na praça da Polícia, no Centro, o ato popular - que é a fa-vor do impeachment da presidente Dilma Rousse-ff - debateu sobre os úl-timos acontecimentos do país e começou a articular

novas manifestações.Líder do movimento, o

sociólogo e professor uni-versitário Ademir Ramos, explicou que é obrigação do Jaraqui, ir para as ruas e se mostrar contrário à nome-ação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Ci-vil. Além disso, ele lembrou ser importante o povo mos-trar a sua opinião diante da situação nacional.

“Temos uma postura analítica. Fizemos uma análise da conjuntura fu-gindo do senso comum. Não somos do lado da Dilma e nem do lado Aécio (Neves). Queremos apenas o melhor para o nosso país. O impeachment não é golpe. Ele está na consti-tuição. Estamos mostran-do as falhas e lutando para melhorar o Brasil”, explicou Ramos.

Ladrões assaltam cursinho

Alunos do curso Alpha pré-universidade, da Cidade Nova, Zona Norte, viveram momentos de terror na noite da última sexta-feira, duran-te um assalto realizado nas dependências da instituição. Até o momento nenhum dos criminosos envolvidos no as-salto foi capturado.

De acordo com o dire-tor-geral da escola, Tirson Benarrós, o grupo de assal-tantes, formado por dois homens e uma mulher, en-trou no prédio por volta das 19h30, rendendo os fun-cionários e posteriormente entrando em uma das salas de aulas, onde estava sendo realizada atividades.

Conforme relato do em-presário, os assaltantes roubaram dos alunos que assistiam aulas 12 telefones celulares. Já alguns estudan-tes, que pediram anonimato, disseram que além dos apa-relhos de telefonia móvel, o grupo levou ainda dinheiro, notebook e outros pertences, fato que não foi confi rma-do pela direção da unidade. “Em nenhum momento hou-ve violência. Não há vítimas físicas”, disse Benarrós.

“Não houve furto de di-nheiro, nem de notebooks de alunos, conforme cita-do. Todo o procedimento dos bandidos foi fi lmado por nossas câmeras in-ternas e uma cópia dos vídeos está em posse da polícia”, disse por meio de nota, Tirson Benarrós.

A direção do curso infor-mou ainda que está tomando todas as providências e que o caso foi registrado no 6º DIP, na Cidade Nova, Zona Norte.

ZONA NORTE

Iniciativa de conscientização é do Conselho Regional de Farmácia

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016A3OpiniãoOpinião

Aconteceu em junho de 2013. Aconteceu antes, muito antes. Vive a acontecer depois. Não é que exista uma congênita falta de memória nos protagonistas e coadjuvantes, muito menos dos espectadores da história. O problema é que os fatos se repetem em tamanha quantidade e com tanta frequência que anulam a noção de tempo e não se sabe se foi ontem, se é hoje ou será amanhã o acontecimento. Essas adivinhações se praticam transformando em estatística o “povo na rua”.

A cada explosão de descontentamento nas ruas, o país se regenera: o que fazer para que tudo continue como antes, durante e depois? É o que está acontecendo, neste momento em que a polaridade política brasileira discute sobre quem tem mais razão, o coxinha ou o pessoal da dieta que mudou a silhueta da presidente Rousseff? Quem vai dar o “golpe na democracia”? A operação Lava Jato, que investiga uma derrama criminosa de dinheiro público, ou aqueles que, reivindicando uma tradição de impu-nidade pretendem continuar impunes? Quem são, na realidade, os representantes da casa grande e os da senzala, no atual panorama que desfila, cada um com seu porta- estandarte, pelas avenidas mais iluminadas das capitais brasileiras?

Enquanto isso, o que acontece, que vai decidir o próximo “dia melhor” de cada um e cada uma? Os apitaços, os buzinaços, as arruaças são capazes de tirar do foco o que se trama para pôr o Brasil no caminho da “ordem e progresso”. Esse fi lme já foi visto antes (durante e depois). As diretas-já foram prorrogadas, enquanto os conchavos se fortaleciam, ninguém lembra. Há barulho demais nas ruas, para quê, exatamente? É bem provável que um “golpe” esteja acontecendo, como já aconteceu. Ninguém lembra, não por falta de memória, mas porque a cada dia acontece um. Esta é a tradição que precisa terminar, já.

Um golpe atrás do outro [email protected] | [email protected]

Contexto3090-1017/8115-1149

[email protected]

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas

EM TEMPOO mundo já foi conduzido pela au-toridade inquestionável. Foi o tempo em que alguns mandavam e muitos obedeciam, em silêncio e mansidão, mesmo que a vontade fosse outra, pois que lhes cabia apenas o submeter-se e o afogar suas aspirações.

Assim foi no restrito mundo familiar e em outras comunidades de limites estreitos, como as escolas, as asso-ciações e outras congêneres. Assim também foi no mundo mais largo das sociedades e das próprias nações.

Muitas das mudanças que vieram para transtornar e transfi gurar o mundo foram efeitos diretos dessa evolução por que passou o modelo de autoridade, de comando e de liderança que, pouco a pouco ou de súbito, vem há muito acontecendo nas relações humanas.

O pai de família desceu do seu pe-destal de autoridade inquestionável e muitas pessoas veem aí uma das razões de um eventual enfraqueci-mento dos laços familiares e até de certos efeitos desagregadores da so-ciedade, quando, na verdade, apenas a evolução social passou a exigir uma liderança mais democrática e um maior respeito às individualidades de cada membro da família. Os pais que assim perceberam deram-se bem e organizaram suas famílias dentro dos moldes ora exigidos.

Os barões e senhores feudais tam-bém se extinguiram e até os poucos reis que restaram abdicaram da autoridade absoluta e aceitaram os cargos de Chefes de Estado, que antes acumula-vam com os de Chefes de Governo, ou seja, hoje reinam, mas não governam.

Tornou-se até popular rotular al-guém de “Rainha da Inglaterra”, para dizer que ali está uma fi gura de grande dignidade, mais decorativa do que efetiva, desde que a Grã-Bretanha aceitou o Parlamentarismo e seu rei ou sua rainha passaram a ter um poder apenas equilibrador e conciliador.

Na verdade, o mundo atual não mais tolera que se atribua poder ab-soluto e monocrático a ninguém, seja qual for o cargo, posição ou função que esteja a exercer. A marcha da História parece se dirigir inexoravel-mente nesta direção e aonde ainda não chegou, já começa a dar sinais de que, mesmo tardando, não faltará.

Embora este seja o quadro univer-sal das tendências, ainda há nichos, até territórios e mesmo nações em que a centralização de poder perma-nece e que tentam se resguardar das infl uências e dos ares que chegam como emissários das mudanças. No leste europeu foi a Primavera de Praga que sacudiu e abalou a vá-rios regimes autocráticos, avançou inexoravelmente e nem a fechada Albânia logrou por fi m resistir.

A partir do norte da África, pre-cisamente da Tunísia, partiram os movimentos de contestação e en-frentamento dos regimes ditatoriais naquele continente, com tendência à expansão pelo Oriente Médio e foi coincidentemente designado como Primavera Árabe, porque hoje as nações que se sustentam predomi-nantemente em governos fortes, au-toritários e ditatoriais se concentram precisamente nos países que profes-sam o islamismo e não conseguem separar religião e política.

Na verdade, o absolutismo como regime político é uma verdadeira ra-ridade no mundo de hoje. E como há muito já se dizia que o geral e o particular, o específi co e o genérico, o individual e o coletivo são sempre faces de uma mesma moeda, que não podem se separar e que caminham juntas e se completam, como a ontogênese e a fi logênese, o caminho da liberação, do reconhecimento e da aceitação das individualidades, da conciliação dos direitos coletivos e dos direitos individuais, é a marcha inexorável que se impõe à humanidade.

Condução das gentes [email protected]

João Bosco Araújo

O mundo atu-al não mais tolera que se atribua poder absoluto e monocrático a ninguém, seja qual for o cargo, posição ou função que esteja a exer-cer. A marcha da História parece se di-rigir inexora-velmente nes-ta direção e aonde ainda não chegou, já começa a dar sinais de que, mesmo tardando, não faltará”

Editorial [email protected]

Às claras

Mal sabem que o ministro desembarcou em Manaus para participar de um Simpósio Ju-rídico no Comando Militar da Amazônia.

A viagem foi tão aberta que ele até deu entrevistas em Ma-naus. Rebateu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afi r-mando que o tribunal “jamais esteve acovardado”.

Veneno de jararaca

Gravações feitas pela opera-ção Lava Jato mostraram um diálogo do ex-presidente Lula com a presidente Dilma Rous-seff no qual ele reclama que o STF é um tribunal acovardado.

— Nós temos uma Suprema Corte totalmente acovardada, nós temos uma Superior Tri-bunal de Justiça totalmente acovardado, um Parlamento totalmente acovardado – dis-parou Lua.

O troco

Lewandowski engrossou o discurso e advertiu que o Supre-mo tem histórico de “coragem e protagonismo”.

— Eu acho que a República tem uma Constituição que está em vigor, as instituições estão funcionando. Nós temos que ter confi ança nas instituições.

Vade retro, “sapo barbudo!”

Há bem pouco tempo, todo mundo queria posar e até fazer selfi e com Lula.

Agora, fogem do ex-presi-dente como o diabo foge da cruz. Na posse de quinta-fei-ra, os caciques do PMDB do Senado decidiram não com-parecer à posse do velho aliado no cargo de ministro-

chefe da Casa Civil.

Abandonar navio

Agiram bem ao estilo PMDB, mesmo.

Se locupletou do poder por quase 13 anos e agora pula do navio quando este começa a afundar.

Senado de César

Até mesmo os mais chegados como Renan; o líder do PMDB do Senado, Eunício Oliveira (CE); o senador Romero Jucá (PMDB-RR); e o ministro Eduardo Bra-ga decidiram boicotar a posse daquele que um dia “foi o cara”.

Lembram muito o Senado de César, quando os antigos alia-dos, entre eles Brutos, aguar-daram o imperador com adagas sob as vestes.

Não está morto

Agora só tem um detalhe.Se eles pensam que o “sapo

barbudo” – como chamava Bri-zola – , está morto, estão muito enganados. O ato petista na avenida Paulista, sexta-feira, 19, com a presença de Lula, reuniu nada menos que 350 mil petistas de carteirinha.

Perguntar não ofende...

E se por um desses acasos da vida política brasileira –, que sempre reserva as mais incrédulas surpresas –, Lula se candidata em 2018 e se ele-ge, pela 3ª vez, presidente do Brasil, eles voltam a ser alia-dos novamente? E-mails para a redação...

Combate na fronteira

Ao participar do 7° Sim-pósio da Integração Jurídi-

ca, o governador José Melo defendeu a criação de um fundo para que os Estados brasileiros e a União possam dar suporte ao trabalho das Forças Armadas no combate ao tráfico de drogas nas fron-teiras do Brasil e, principal-mente, da região amazônica.

Narcotráfi co

Melo disse que mais de 50% de todas as ocorrências policiais no Brasil têm a ver com tráfico de drogas, armas e uso de drogas.

— Se triplicarmos o efetivo da polícia no Brasil, vamos con-tinuar com o mesmo problema.

Verde-oliva

O governador disse que é por isso que defende a utilização das Forças Armadas de maneira mais ampla.

— É a forma para impedir que essas drogas saiam das fronteiras dos países produ-tores de drogas para nossa nação – assegura o governador.

Pé na estrada

No dia 30 de abril, a partir das 17h, uma corrida de rua vai celebrar os 40 anos de história da BR-319 – rodovia que liga Manaus ao restante do país por via terrestre.

Realidade

Se bem que o título da prova poderia ser mais realista.

Em vez de “40 anos de história” , que tal “ 40 anos de abandono”?

Amigos da BR-319

A prova é uma realização do “Movimento Amigos e Defen-sores da BR-319 – Um Direito Nosso”, em parceria com a A. Baracho Produções e Eventos.

Nos anos de chumbo, o cartunista Henfil tinha um personagem chamado “Ubaldo, o paranoico” que via agentes da ditadura querendo pegá-lo em tudo.

Na sexta-feira, 19, “Ubaldo” baixou em muitos paranoicos de Manaus, quando uma notícia se espalhou como um rastilho, de boca em boca. “O ministro Ricardo Lewandowski está reunido no Comando Militar da Amazônia (CMA)”.

— Pelo amor de Deus, isso pode ser o golpe! –, diziam alguns, se benzendo antes.

Paranoia de golpe!

VAIAS APLAUSOS

Para as mentes doentias que fi cam defen-dendo o golpe militar para acabar com a crise política e ética do país. Esquecem o que pas-samos até pouco tempo. No entanto, muitos analistas políticos de plantão, diante do quadro atual, não hesitam em dizer ou escrever que o “golpe está afastado”, e as “instituições demo-cráticas”, que estão sendo duramente testadas na atualidade, sairão fortalecidas, apostando em saídas políticas e jurídicas para desatar o nó que amarra a vida nacional.

Para quem defende golpeREPRODUÇÃO

Para a boa ação do banco Itaú, que perdoou os juros do cartão de uma professora com os salários atrasados. A servidora do Estado do Rio de Janeiro, Gabriella Costa Silva, escreveu para o banco Itaú, na página da instituição no Facebook e pediu compreensão ao banco, para não cobrar os juros do cartão de crédito, porque o governo do Rio de Janeiro também pediu compreensão aos funcionários e informou que o pagamento não seria realizado no 7º dia útil, como constava no calendário de pagamentos. O banco perdoou.

Boa ação do ItaúDIVULGAÇÃO

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016A4 OpiniãoOpinião

Dom Sérgio Eduardo

Castriani Arcebispo

Metropolitano de Manaus

Painelmelhante durante a semana para tentar poupar o petista: acham que ele deveria parar de dizer que é candidato. Es-peram que, assim, seja menos alvejado pela oposição.

Só por isso Caciques do PMDB dizem, aliás, que usa-rão esse discurso para ne-gar apoio a Lula caso sejam procurados: o petista quer concorrer em 2018, quando a sigla promete lançar can-didato próprio. Aproximar os projetos agora seria contra-ditório.

Poxa vida Ministros la-mentam muito a divulgação dos xingamentos de Lula con-tra o STF. Eis a razão: “O Su-premo é o único que poderia enquadrar Sergio Moro. Mas agora estão todos com raiva de Lula”.

The number Após abrir a sessão de sexta para acelerar o processo de deposição da presidente, Eduardo Cunha foi visto falando a um aliado: “A coisa está tão feia que o quorum de hoje foi 66”, referindo-se à similaridade com 666, o número da besta.

Parece bruxaria Do depu-tado Lucio Vieira Lima (PM-DB-BA), sobre a crise política: “Está parecendo Harry Potter isso. Quando você acha que vai terminar a saga, vem um novo livro. Não termina nunca!”.

Veneno O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ) ainda tenta achar a causa da infecção que o levou a ser internado. Suspeita-se que tenha sido um “carrapato en-venenado”, dizem integran-tes do governo.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Presidente da comissão do impeachment, Rogério Rosso (PSD-DF) discutia com sua equipe na sexta-feira alguns procedimentos para organizar os trabalhos do colegiado, que, só nas primeiras horas, já havia recebido mais de 30 requerimentos de convites e convocações.No meio das conversas, fez uma sugestão:– A gente deveria espalhar cartolinas pela parede com o cronograma das atividades.Um dos presentes emendou:– Isso vai fi car igual ao cenário de “House of Cards”! – lembrando do famoso seriado americano.– Então melhor deixar pra lá... – reagiu Rosso.

A vida imita a arte

TIROTEIO

As fi scalizações sobre a Lava Jato estão em uma marcha sem vol-ta. Qualquer tentativa de interferência seria totalmente infrutífera.

DE KLEBER CABRAL, vice-presidente da Unafi sco, sobre Lula pedir a Nelson Barbosa (Fazenda) para “se inteirar” sobre ações da Receita no Instituto Lula.

Representantes da Câmara preparam uma emenda constitucional para garantir foro privilegiado a ex-pre-sidentes da República, determinando que só sejam julgados pelo Supremo Tribunal Federal. Inicialmente, o texto não contemplaria o ex-presidente Lula, investigado pela Lava Jato e, até a segunda ordem, nas mãos de Sergio Moro. Mas abarcaria Dilma e os futuros man-datários, já que a vigência da medida se daria a partir da data de promulgação da PEC.

Psicologia reversa O curioso é que o projeto está sendo arquitetado com o apoio da ala opo-sicionista do PMDB.

Complô Adversários do Planalto acham que a me-dida seria vista como obra do governo e ajudaria a colar em Dilma a imagem de que ela também foge de Sergio Moro, repetindo o desgaste de Lula quando aceitou o ministério.

Nos representa Há, ainda, um “efeito colate-ral” interessante para o PMDB: contemplar o vice Michel Temer, herdeiro constitucional de Dilma caso ela seja cassada.

Amputar Líderes do Congresso atingidos pela Lava Jato e incomodados com o que chamam de poder excessivo do Minis-tério Público começam a falar da necessidade de se aprovar uma lei para cor-tar as asas da instituição.

Nada favorável Até a lei da delação premiada poderia ser revista. A ope-ração é silenciosa e mes-mo os mais assanhados

com a mudança legal re-conhecem que, neste mo-mento, votar algo assim provocaria forte polêmica.

Ainda te quero Interlo-cutores próximos afi rmam que Lula conserva o desejo de trazer Henrique Meirel-les para a Fazenda. Mas que precisaria mostrar que o governo tem con-dições de sobreviver antes de mexer no tabuleiro da Esplanada.

Fogo brando Talvez, por isso, aliados do ex-presi-dente fritem Nelson Bar-bosa. Na reunião que selou a volta de Lula ao governo, o ministro da Fazenda se disse disposto a entregar o cargo. Mas Lula disse não.

Para inglês ver Um de-putado afi rma que a co-missão do impeachment será só “para passar tem-po”. Diz que, mesmo se re-lator e comissão votarem contra a deposição, o tema acabará no plenário: “Tudo aqui cabe recurso. Não viu no Conselho de Ética?”.

Menos é mais Dois ex-ministros de Lula apresen-taram um receituário se-

Ontem mais uma vez, uma mul-tidão se reuniu para as novenas em honra de São José. A devoção ao pai adotivo de Jesus, o espo-so castíssimo de Maria, decla-rado patrono da Igreja aumenta a cada ano. No santuário a ele dedicado na cidade de Manaus a cada mês, todo dia dezenove, um grande número de fiéis se reúne para pedir a intercessão daquele que foi o carpinteiro de Nazaré. Qual a razão de tanta devoção e procura por este homem que o Evangelho chama simplesmente de justo, muito embora este títu-lo na tradição judaica tenha um valor imensurável?

Nestes tempos de crise que parece estar indo longe demais a figura do santo de Nazaré car-rega em si duas realidades que nos tocam a todos e que acabam sendo as mais atingidas quando a sociedade como um todo está desajustada e a vida sai dos eixos: família e trabalho. Se per-guntarmos aos jovens quais são seus sonhos a grande maioria vai responder que é ter um emprego digno e constituir um lar. Para isto estudam, saem de casa, par-ticipam de grupos religiosos, são capazes de grandes sacrifícios. Para os adultos o bem-estar da família, dos filhos, das esposas e dos maridos é um bem que vale sacrifícios e quando não são ca-pazes de garanti-lo isto se torna fonte de frustração e sofrimento. Nas novenas isto se expressa quando as pessoas apresentam carteiras de trabalho, documentos de identidade e fotos para serem abençoadas.

Naquele espaço que a presença do povo torna sagrado se concen-tram dramas humanos que preci-sam ser escutados, e as pessoas que ai estão tem certeza de que

José as ouve e que leva os seus pedidos e necessidades ao Pai. Nossas famílias estão feridas e machucadas. Os problemas são de toda ordem, mas os que ferem mais são sem dúvida nenhuma os de ordem moral. A dependência química e sobretudo o alcoolis-mo fazem estragos destruindo vidas e esfacelando relações. As traições, o adultério, o abandono do lar são realidades infelizmente tão presentes e atuais. Quantas vezes se chega à violência física e sexual, fazendo das crianças e das mulheres as grandes vítimas.

Tudo se complica quando falta trabalho. Pais que não conseguem mais dar um sustento digno aos filhos, jovens que não encontram seu lugar na sociedade e come-çam a se desesperar. Tudo isto é levado a José.

São muitos os que ali vêm todos os meses para agradecer a graça alcançada. São vidas que muda-ram, homens e mulheres que se reencontraram, numa misteriosa inter-relação entre espiritual e material que só pode ser vivida na fé, que fortifica a esperança. Quem acredita sabe que a dor e sofrimento nunca terão a última palavra e que o mal já foi ven-cido. A esperança leva a lutar para vencer os desafios e não ser aniquilado por eles. Fé e es-perança mantém acesa a chama da caridade e do amor e impedem que as dificuldades destruam sen-timentos, carinho e respeito que nos preservam da brutalidade e da barbárie.

As novenas são celebrações mui-to simples, mas que emocionam. Gosto de participar e de presidi-las sobretudo em março, no dia dedi-cado a São José. Neste momento difícil da nossa pátria, é bom saber que ele intercede por nós.

São José [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Natuza Nery

CONTRAPONTOQuantas vezes se chega à violência física e sexual, fazendo das crianças e das mulheres as grandes vítimas. Tudo se complica quando fal-ta trabalho. Pais que não conseguem mais dar um sustento digno aos fi lhos, jovens que não encon-tram seu lugar na sociedade e começam a se desesperar. Tudo isto é levado a José”

Corre do Moro

Frase

RICARDO OLIVEIRA

Dilma Rousseff , presidente do Brasil, esqueceu, sexta-feira 18, no interior da Bahia, que o grampo realizado pela Polícia Federal, a que ela se refere,

foi ao telefone do ex-presidente Lula, não ao dela.

OLHO DA [email protected]

Em muitos lugares do mundo, quem grampear um presidente vai preso. Se não tiver au-torização judicial da Suprema Corte. Vou

dar um exemplo para vocês: grampeia o presidente da República nos Estados

Unidos e veja o que acontece com quem grampear. É por isso que eu vou tomar

todas as providencias cabíveis nesse caso

Para quebrar a monotonia do verde, capricha-se em uma profusão de cores vivas. A casa brilha na paisagem do dia como um vagalume na noite escura. No telhado, uma antena conecta esse mundo primitivo a todas as civilizações passadas, presentes e futuras. A glo-balização é o prato do dia: quem vai acreditar que existem tantos mundos fora do nosso?

DO GRUPO FOLHA DE SÃO PAULO

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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Dilma Rousseff ,sexta-feira 18, no interior da Bahia, que o grampo realizado pela Polícia Federal, a que ela se refere,

foi ao telefone do ex-presidente Lula, não ao dela.

Em muitos lugares do mundo, quem grampear Em muitos lugares do mundo, quem grampear Em muitos lugares do mundo, quem grampear

todas as providencias cabíveis nesse caso

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Page 5: EM TEMPO - 20 de março de 2016

Polí[email protected]

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016

TROCA DE SIGLA

Oposição se fortalece em Parintins

Política A8

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País à beira de assistir a um novo impeachmentParlamentares do AM avaliam que impacto na economia será devastador e criticam atitude da presidente em relação a Lula

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Os últimos sete dias têm sido de protestos contra e a favor da presidente Dilma e do ex-presidente Lula, em que grupos adversários defendem o impeachment e a prisão do petista e outros afi rmam que isto é “golpe”

A crise política, o enfra-quecimento do gover-no Dilma e o iminente impeachment da che-

fe da nação pode ter impacto mais prolongado na economia, mas não nas eleições mu-nicipais deste ano, segundo avaliam autoridades entrevis-tadas pelo EM TEMPO.

Líder da bancada do Ama-zonas no Congresso Nacional, o senador Omar Aziz (PSD) afi rma que os últimos aconteci-mentos que acentuaram a crise política no Brasil vão tornar a população mais preparada e consciente dos problemas que assolam o país.

Para o deputado federal Silas Câmara, o agravamento da crise, com a nomeação do ex–presidente Lula para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, vai causar mais instabilidade democrática e na economia brasileira. “Na economia tra-rá impactos devastadores e eu acho que na democracia, não vou dizer que não abale, mas acredito que temos idade sufi ciente para enfrentar esta situação e a prova disso é o povo na rua”, comentou.

Silas caracterizou a nomea-ção de Lula para o ministério da Casa Civil como um golpe para a democracia e deixa claro que a presidente Dilma está abrindo mão de governar o país.

Ao contrário de Omar, Si-las acredita que todo este impasse político vai trazer um resultado devastador nas eleições municipais. Uma vez que a população já está indo para as ruas e também lu-tando por um direito que é líquido e certo do povo.

Para o deputado federal Pauderney Avelino (DEM-AM), a nomeação do ex-presidente

Lula para a Casa Civil é um desrespeito aos brasileiros, que não aceitam mais esta crise econômica, política, mo-ral e ética que o governo do PT trouxe ao país.

Nas eleições municipais, Pauderney Avelino explica que o povo vai cobrar um posicio-namento de seus candidatos, que cada cidadão deste país que não está satisfeito com a “maracutaia”, a roubalheira, o escárnio e com o deboche que o PT vem fazendo com o povo brasileiro vai cobrar um posicionamento dos po-líticos que disputarão as eleições municipais.

“Dilma tentou nomear o ex–presidente Luiz Inácio Lula da Silva e não conseguiu, caindo pela liminar emitida pelo juiz federal Itagiba Catta Preta. É

um governo cheio de trapalha-das, atolado em denúncias de corrupção”, criticou Pauderney.

Na noite da última sexta-feira, uma decisão do ministro do Supremo, Gilmar Mendes, suspendeu o ato de posse do ex-presidente Lula na Casa Civil. Mendes fi cou por res-ponsável por analisar cerca de sete ações de mais de dez que chegou em apenas um dia ao STF.

O cientista político Ade-mir Ramos criticou a ati-tude da presidente Dilma Rousseff ao convidar Lula a assumir um ministério em seu governo. Ademir disse que Dilma agiu de forma “apaixonada” e sem racionalidade, contrarian-do os interesses do Estado e do povo brasileiro. Na avaliação dele, as atitu-des da Presidência estão provocando a população e incentivando o caos.

“A atitude da Dilma foi apaixonada. Na política nós temos duas categorias: a racionalidade e a paixão. Ela tomou uma medida apaixonada em defesa do líder, contrariando o Esta-do. Essa foi uma medida vergonhosa que afrontou a nação. Ela preferiu pro-teger o Lula a cuidar do reordenamento jurídico, político e econômico do povo brasileiro. Com isso, ela provoca o povo e o caos”, enfatizou Ramos.

Para ele, o ato de Dil-ma em nomear Lula para

um cargo em seu governo caracteriza-se como um “golpe amigo”. “O Lula deu um golpe no seu próprio partido. O perigo é que se ele voltar ao governo com o aval da Dilma, poderá meter a mão na reserva econômi-ca do Brasil e fazer o que fez o ex-presidente Itamar Franco com o Fernando Henrique Cardoso na eco-nomia do país. O Lula está sem credibilidade, mas com ‘bala na agulha’, em relação a recursos econômicos do país. Ele vai implantar uma onda de milagres lulistas em forma de um plano eco-nômico, usar de populismo, em que ele será o próprio Estado e a Dilma, o cabo eleitoral”, afi rmou.

Ademir afi rmou que caso semelhante já aconteceu no Amazonas, quando o ex-governador Plínio Coelho fez do Gilberto Mestrinho governador e fi cou como chefe de gabinete e ele mandava no Estado. “Existe uma crise, mas o Brasil é maior do que o PT”.

‘Presidente Dilma agiu por paixão’O presidente da Federação

da Industria do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, criticou o governo fe-deral e mostrou insatisfação com o atual momento. Ele afi rmou que algo precisa ser feito para frear as maze-las político-econômicas do Brasil, que estão afetando diretamente a indústria local. “O efeito da crise é cruel com a nossa economia e os governantes não estão interessados em melhorar o sistema político. Todos estão focados em se defender das operações da Polícia Fede-ral e o país está à deriva”, disse Silva, ao destacar que se o governo lançar mão da reserva fi scal, a situação fi cará mais crítica. “Isso já se tornou uma crise ética polí-tica e econômica. O Distrito Industrial está seriamente afetado”, ponderou.

Para o presidente da Fede-ração do Comércio do Estado do Amazonas (Fecomercio), Roberto Tadros, os efeitos da crise são absolutamente danosos para a economia do

Amazonas. De acordo com ele, a economia anda junto com a política e os erros dos governantes, como uma nomeação indevida ou uma atitude partidária, atingem diretamente nas transações econômicas, desestimulan-do os investimentos tanto internos quanto externos.

“A indefi nição em saber se o impeachment vai aconte-cer ou não é mortal para a economia, pois a confi ança está baixa, além do poder de compra do cidadão estar menor por conta do desem-prego gerado a partir da má gestão dos governantes”.

Conforme o empresário, 100 mil lojas foram fechadas em todo o Brasil, e só no Amazonas 25 mil pessoas do setor de comércio e serviços amargaram o desemprego no último ano. “Isso é pre-ocupante, pois 73% do PIB do Brasil vêm do setor de comércio e serviços. O que está segurando a economia do país é a agricultura”, afi r-mou. A previsão é de que o PIB tenha uma retração de 4%.

Impacto negativo na economia

Procurado pelo EM TEMPO para comentar a crise política brasileira, o prefeito de Ma-naus, Arthur Neto (PSDB) – um dos principais adversários de Lula – afi rmou que não terá nenhum problema de con-

versar com o ex-presidente, caso ele seja mantido na Casa Civil. “Tenho pendências na Casa Civil e preciso resol-ver os problemas da cidade. Não sou líder de oposição, eu não sou parlamentar e

não tenho que está batendo boca com ninguém. Já disse à presidente (Dilma) que não existe nenhum ressentimento em meu coração”, afi rmou.

O prefeito ressaltou, no en-tanto, que ninguém está acima

da lei no Brasil, se referindo à denúncias de corrupção que envolvem o presidente nacio-nal de seu partido, o senador Aécio Neves, citado na delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS).

Prefeito prefere não opinar sobre crise

HISTÓRICO

A última semana foi recheada de aconteci-mentos que poderão modifi car o cenário político brasileiro: delação de aliado, posse de Lula, limina-res sustando o ato e a iminência de um ex–presidente ser preso

Veja outras imagensdeste evento aqui

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GALERIA

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Page 6: EM TEMPO - 20 de março de 2016

MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016A6 Com a palavraCom a palavra

EM TEMPO - Em uma época de crise e com gran-de apelo de consumo por ovos de chocolate, como estimular o sentido cristão da Páscoa nos católicos?

Padre ‘Zezinho’ - É lembrar o motivo principal da Páscoa. A Páscoa existe para nos re-cordar de que Jesus veio a este mundo anunciando a vontade de Deus, os seus ensinamen-tos. Cristo nos ensinou o cami-nho da felicidade, deixando a tarefa de continuar com seus projetos de tornar este mundo a casa de todos. Jesus morreu, mas ressuscitou! A Páscoa é isso, o povo presente, o ovo de chocolate e todo o sim-bolismo, mas não devemos deixar que a festa nos afaste da verdadeira razão da data. O ovo carrega um simbolismo bonito. Assim como Jesus foi sepultado e a ressurreição fez quebrar as barreiras da morte, pela força do amor, assim também o ovo nos faz lembrar esse mistério da vida. Claro que os ovos hoje são de chocolate, uma forma de lembrar a data. Mas no início da cultura que trouxe esse simbolismo, a fi gura repre-sentava a passagem da vida.

EM TEMPO - A Páscoa

Eleito pelo papa Francisco como o novo bispo-auxiliar de Manaus, o padre José Albuquerque, mais conhecido como padre “Zezinho”, destaca o papel da Igreja nas ações políticas voltadas para a comunidade. Neste Domingo de Ramos, que antecede a Semana Santa, o religioso alerta os fi éis sobre o verdadeiro sentido da Páscoa e o dever de cada cidadão na construção de um mundo mais consciente. Mestre em teologia dogmática com especialização em liturgia, “Zezinho” foi ordenado diaconal em 1995 e presbiteral em 1996, por dom Luís Soares. No próximo dia 19 de junho, recebe a ordenação do seu novo cargo, na Catedral Metropolitana de Manaus, Nossa Senhora da Conceição.

‘A política éUM SERVIÇO AOpovo de Deus’

Padre ZEZINHO

signifi ca passagem. No sentido religioso, de um tempo de trevas para um de luz. Qual a orientação da Igreja, hoje, para um rito de passagem aos cristãos em tempos de instabilidade política e crise econômica?

PZ - Acreditar que nós esta-mos anunciando Jesus Cristo crucifi cado e ressuscitado. Assim como Jesus venceu o pecado, o mal e a morte, nós temos que ter a certeza de que o bem sempre vence o mal. Então, celebrar a Páscoa nos nossos dias signifi ca isso. Mesmo vivendo tempos difí-ceis e percebendo que os sinais de trevas e morte estão ao nosso redor, nós não podemos nos esquecer de que estamos sendo convidados a seguir o ressuscitado. Nele está nossa esperança e a certeza de dias melhores. O reino de Deus já está entre nós e somos convocados a colaborar com esse reino. Nossa esperança é a luz e a alegria da Páscoa. Que esses sentimentos pos-sam nos contagiar para que o desanimo não nos abale.

EM TEMPO - A Páscoa também pode ser inter-pretada como libertação e afi rmação da identidade. Atualmente, como cons-cientizar os cristãos a bus-car a liberdade social e se fi rmar como cidadão?

PZ - É sempre ler o Evan-gelho na perspectiva de que a nossa fé exige que nós tenhamos um engajamento na nossa realidade. De algu-ma forma, a nossa fé deve nos alienar, deve nos orien-tar dessa responsabilidade. Quanto mais acreditarmos em Deus, quanto mais perce-bemos a sua presença entre nós, tornaremos sinais do amor dele em qualquer lugar. Existem muitas realidades obscuras e sombrias, tudo porque faltam cristãos que levem seus testemunhos. A fé em Jesus Cristo e no seu projeto de evangelização, que é trazer o reino de Deus para perto de nós e por nós, construindo um mundo me-lhor, deve ser um fermento na massa, semente de espe-rança. Precisamos fazer com que todos possam viver os valores humanos, morais e cristãos e suas realidades, em cada família, comunida-de, trabalho. Enfi m, que tudo seja iluminado na certeza que somos convocados a continu-ar a obra de Cristo.

GERSON FREITAS

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EM TEMPO - Como con-ciliar, hoje, celebração re-ligiosa e consumo?

PZ - Isso é quase que in-compatível. Porque é preciso, de fato, pedir para que Deus nos ajude a não nos deixar guiarmos pela tentação do consumismo do materialismo, de uma vida marcada por tan-tas coisas descartáveis, su-pérfl uas, que infelizmente são tentações do mundo moderno. Que possamos sempre querer o essencial, a ser desapegados e que tenhamos o desejo de compartilhar um pouco mais com os necessitados. A falta de solidariedade faz com que presenciemos tanta miséria no mundo. O Evangelho nos convida a sermos de algum modo transformadores desta realidade. É claro que o con-sumista, o materialista está muito distante desta mensa-gem que Cristo nos deixou.

EM TEMPO - A Campanha da Fraternidade deste ano é sobre saneamento básico. Este é um problema de in-fraestrutura ou de falta de comprometimento político com o bem-estar social?

PZ - O saneamento básico, assim como outros direitos básicos, deve ser respeitado. Faz parte das políticas públi-cas, afi nal de contas, o nosso povo não vai poder ter uma vida digna, ter saúde, ter uma moradia melhor, se não ti-ver essas condições que são, de fato, estruturais. Então, é preciso planejamento, que haja prioridade para que todos possam ser benefi ciados. Não somente aqueles que moram na região central das cidades, mas que a melhoria da rede de esgoto, da distribuição de água, do asfalto, do planeja-mento urbano possa alcançar também as periferias. A Igreja está chamando a atenção para que tudo isso não seja uma simples ação do governo, mas que todos possam fazer a sua parte, que todo mundo possa cuidar do lugar onde vive, da cidade e de todo o planeta. Precisamos desenvolver uma mentalidade ecológica e pos-samos nos sentir responsáveis por preservar melhor os nossos mananciais, a fl oresta, o nosso rio. Não devemos esperar que essas ações caiam do céu ou que seja apenas uma ação

do governo. Essa tarefa é um compromisso de todos.

EM TEMPO - Por que a Igreja decidiu trabalhar a questão do saneamento básico?

PZ - A Igreja está sempre sintonizada com as questões atuais. Isso é uma ressonância da Carta do Papa, que chamou atenção de que o Planeta está agonizando, que está passan-do por grandes mudanças, não só climáticas, mas cultu-rais. Mudanças que estão, de fato, trazendo prejuízos para as populações mais carentes. A natureza já deu sinais de que precisa ser preservada. Respondendo a esse apelo do papa, da nossa realidade, a Igreja Católica assumiu este compromisso, junto com ou-tras igrejas. É bom lembrar que essa Campanha da Fraternida-de é ecumênica, uma parceria com outras instituições cristãs que estão convocando todos a olharem com carinho e com muita consciência ecológica para a nossa realidade. É uma convocação para que possa-mos cuidar não só da natureza, mas das pessoas que precisam ser aparadas. O planeta está precisando deste olhar.

EM TEMPO - Com presen-ça efetiva nas comunidades, a Igreja pode infl uenciar comportamentos sociais. Isso facilita o debate sobre os impactos da falta de sa-neamento na vida dos fi éis?

PZ - Sim, porque a Igreja tem esse papel de ajudar todas as pessoas a terem a consciência crítica e assumir as questões relacionadas à cidadania. Não nos intrometemos naquele as-sunto que compete aos go-vernos, mas a Igreja quer ser uma ajuda, um instrumento de diálogo, quer fazer com que todos possam compreender a nossa responsabilidade políti-ca e o nosso compromisso de acompanhar nossos governan-tes nas realizações das ações que eles prometem em tempo de eleições. A nossa fé não pode ser vivida de uma forma intimista, isolada. Nossa fé nos coloca diante da relação com o outro, e com as pessoas nas quais convivemos. A fé tem uma infl uência diretamente no comportamento, na mentali-dade, e quanto mais a fé nos

ajudar a sermos homens e mulheres atuantes, mais essa fé de fato será verdadeira e autêntica. Cristo nos pediu que sejamos fermento na massa, luz do mundo. Tudo mundo é chamado a cumprir seu papel.

EM TEMPO - A Campa-nha da Fraternidade é, na prática, uma atividade po-lítica. Como conciliar esse trabalho político da Igreja com a evangelização?

PZ - A Campanha da Fra-ternidade acontece no tem-po da Quaresma, que é um tempo privilegiado para os cristãos buscarem a conver-são, ou seja, a mudança de mentalidade, de atitudes, a fi m que nós possamos sin-tonizar cada vez mais com o projeto de Cristo, que é um projeto sempre de inclusão, um projeto de fraternidade, que nos incentiva a solidarie-dade. Nós entendemos que a política é um serviço ao povo de Deus. A campanha é uma forma de ver a caridade, de praticar a solidariedade. A política, antes de tudo, é uma forma de fazer com que o bem comum se realize. Essa é a verdadeira política, a que não está disponível somente para interesses particulares, mas, sim, do coletivo, pois essa é a vontade de Deus.

EM TEMPO - Qual sua mensagem para a cele-bração da Páscoa?

PZ - Eu desejo que esta Páscoa seja um tempo de renovação, tempo de alegria, esperança, para que possa-mos ser motivados pela res-sureição de Jesus. Devemos acreditar que todos nós so-mos chamados para sermos um sinal de luz, de esperança, de paz onde que quer este-jamos. Que a nossa fé em Cristo nos ajude a olhar para o outro com mais misericórdia, com mais compaixão e que a gente possa de fato acreditar em dias melhores, acreditar que o futuro a Deus pertence, mas sabendo que todos nós somos amados por Deus e que Ele nunca nos abandona. Que Jesus de fato possa res-suscitar em cada coração, em cada família. Que essa Páscoa seja uma oportunidade gran-de para sentimos o quanto somos queridos por Deus.

A Igreja está sempre sinto-nizada com as questões atu-ais. Isso é uma ressonância da Carta do Papa, que chamou atenção de que o planeta está agonizando, que está passan-do por grandes mudanças, não só climáticas, mas culturais. Mudanças que estão de fato trazendo pre-juízos para as populações mais carentes”

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Page 7: EM TEMPO - 20 de março de 2016

MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016A7PolíticaPolítica

CláudioHumberto

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Cláudio Humberto

PODER SEM PUDOR

Com Ana paula Leitão e Teresa Barros

É assim que funciona”PROCURADOR�GERAL DA REPÚBLICA, RODRIGO JANOT,

sobre a legalidade do grampo em Lula Tancredo e FafáNa campanha das diretas,

em 1984, o governador mineiro Tancredo Neves comparecia aos comícios sempre acom-panhado do chefe do gabinete militar, o coronel PM Paulo Du-arte. Certa vez, em Fortaleza, à saída do palanque, o cuida-doso coronel meteu Tancredo dentro do carro e, ao perceber que, perto, a cantora Fafá de Belém tentava se livrar do assédio dos fãs, empurrou-a também para o interior do automóvel e mandou o mo-torista partir em disparada. Encontraria o carro adiante, estacionado. Tancredo e Fafá conversavam, às gargalhadas. Tancredo abriu o vidro:

– Coronel, se o senhor não fosse da PM, eu lhe promovia a general!

Dilma sabia de todos os esquemas, diz Delcídio

ProdigiosoMembros da força-tarefa elogiam

a “memória prodigiosa” de Delcídio, que lembrava de quase tudo. E tinha anotado ou documentado.

Sem contradiçõesInvestigadores testaram os rela-

tos de Delcídio, reinquirindo sobre os mesmo temos de formas diferen-tes, mas não caiu em contradições.

Passou no detectorTécnicos treinados no FBI exa-

minaram a voz, a expressão labial, rosto etc. Detectaram momentos de insegurança, mas não mentiras.

ImpressionaAinda não se tem dimensão da de-

lação de Delcídio, o mais assustador relato da corrupção nos governos do PT, diz fonte ligada à Lava Jato.

Grupo de advogados estuda

saídas para LulaUma força-tarefa de vinte advogados

de oito escritórios de Brasília e São Pau-lo trabalham na capital paulista, em lo-cal mantido sob sigilo, incomunicáveis, buscando saídas para o ex-presidente Lula. Está difícil. Os advogados, que es-tão sendo “muito bem pagos”, segundo um deles, são orientados, inclusive, a manter celulares desligados. A ideia é “não perder o foco”, estudando todos as acusações contra Lula.

Quem paga?Os advogados são “muito bem pa-

gos”, mas não está claro quem paga a conta. Ofi cialmente, o lulismo nem sequer admite o trabalho.

Vai dar trabalhoA maior preocupação da força-tarefa

de defesa de Lula é tentar reverter a indignação do Poder Judiciário com os ataques do ex-presidente.

Delcídio do Amaral revelou à força-tarefa da Lava Jato que Dilma sabia desde 2004, segundo ano do governo Lula e primeiro ano do Petrolão, de todos os esquemas de corrupção na Petrobras. A delação premiada de Del-cídio, segundo investigadores ligados à operação, impressiona pela riqueza de detalhes: foi a mais longa e completa da Lava Jato até agora: durou oito dias, com depoimentos de quatro horas de manhã e qua à tarde.

Insulto à JustiçaNas conversas gravadas sob au-

torização judicial, Lula acusa o Supremo Tribunal Federal, que o vai julgar, de “acovardamento”.

Nova tentativaA defesa de José Dirceu vai tentar

a redução da pena alegando o crité-rio de idade, como prevê a legislação brasileira. Esta semana o ex-ministro de Lula completou 70 anos.

Querem anteciparCresce dentro do PMDB a pressão

para o partido desembarcar do governo Dilma antes mesmo do dia 29, data marcada para o divórcio. A ala é encabeçada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Nove meses de prisãoApós condenação de mais de 19

anos de cadeia, investigadores da Lava Jato creem que o próximo a fechar acordo de delação premiada é Marcelo Odebrecht, que comple-tou neste sábado 9 meses de cana.

Linha do tempoO Conselho Federal da Ordem

dos Advogados do Brasil decidiu apoiar o pedido de impeachment da presidente Dilma. No caso do ex-presidente Collor, entre o apoio da OAB e sua queda foram 7 meses.

Abraço de afogadosO vice-presidente Michel Temer

não deseja que o PMDB permaneça na condição de coadjuvante, tampou-co pretende protagonizar o abraço de afogados com o PT. Prefere investir em projeto próprio do partido

Portas do infernoJornalista conversava em Brasília

com um juiz federal, sobre combate à corrupção, quando ouviu dele a in-sinuação de ruidosas operações da Polícia Federal nos próximos dias. “O ‘mundo’ vai acabar?”, brincou o jornalista. E o juiz: “Não vai acabar, mas vai ficar bem danificado...”.

Fora, PezãoAproveitando o maior protesto

da História brasileira, foi criado no Change.org, site de abaixo-assi-nados, um pedido de impeachment do governador do Rio, Luiz Pezão (PMDB). Já tem 2.740 adesões.

Avalanche de dadosO serviço de processamento de da-

dos da CPI não conseguiu abrir os arquivos de 2 terabytes, o equivalente a 8 milhões de fotos, que estão nos discos com os dados das contas se-cretas de brasileiros no HSBC.

Pensando bem......as manifestações a favor de Dil-

ma e Lula, na sexta (18), mostram que o problema não é a divisão do país e sim a matemática.

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Page 8: EM TEMPO - 20 de março de 2016

MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016A8 PolíticaPolítica‘Dança das cadeiras’ no Legislativo de ParintinsTrês vereadores trocaram de partido político e alteraram a bancada de oposição à prefeitura, às vésperas da eleição municipal

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Aproveitando-se da janela eleitoral, três vereadores de Parintins trocaram de partido na semana passada e passaram a integrar a bancada de oposição no Legislativo municipal. O prazo para desfi liação terminou na última sexta

TADEU SOUZA

Parintins (AM) – Cria-da a partir da emen-da constitucional 91/2016, a chamada

janela partidária provocou mudança nas cadeiras dos partidos na Câmara Muni-cipal de Parintins (369 qui-lômetros de Manaus).

O PSD e o PSDB foram os mais atingidos. O pri-meiro vereador a trocar de partido foi Mateus Assayag, pré-candidato a prefeito de Parintins, que deixou o PSDB, controlado no muni-cípio pelo deputado estadual Frank Bi Garcia, e ingres-sou no Partido Republicado (PR), do deputado federal Alfredo Nascimento.

A saída de Mateus do PSDB já era esperada depois que o parlamentar não seguiu a orientação do partido polí-tico, em 2014, de apoiar o governador José Melo (Pros).

Na época, Mateus Assayag apoiou a então candidatura do ministro de Minas e Ener-gia, Eduardo Braga (PMDB).

“O PR a nosso ver preenche todos os requisitos para que possamos submeter o nosso nome à aprovação do partido na disputa pela prefeitura de Parintins”, disse Assayag.

Depois de Mateus, foi a vez de Rildo Maia deixar o PSD, que no município tem o comando do prefeito Ale-xandre da Carbrás, e assinar a ficha de filiação no PMDB do ministro Eduardo Braga.

Rildo foi outro político de Parintins que contrariou o seu partido na eleição para o governo apoiando o adver-sário do governador eleito.

“Minha decisão de ir para o PMDB já estava toma-da muito antes da eleição, agradeço o apoio que recebi no PSD do senador Omar Aziz”, afirmou.

Rildo Maia se elegeu vere-

ador, em 2012, com apoio do atual prefeito de Parintins, Alexandre da Carbrás.

Na eleição em 2014, Maia manifestou o desejo de dispu-tar uma das vagas na Assem-bleia Legislativo do Estado

do Amazonas (Aleam), mas teria sido preterido no grupo de Carbrás. O fato originou o distanciamento de ambos e, consequentemente, a saída do parlamentar do PSD.

A última a migrar de par-

tido foi a vereadora Karine Brito, que também se ele-geu em 2012 pelo PSD. Ele trocou o partido pelo PHS. Ex-secretária municipal da Mulher, Karine Brito deixou o PSD, depois de uma conversa com o senador Omar Aziz, em Manaus.

Ele não escondeu o des-contentamento com antigo aliado, Alexandre da Carbrás, que não teria lhe dado con-dições para permanecer à frente da secretaria. Karine se filiou a um partido que hoje integra o arco de aliança PSDB no município.

Com as alterações partidá-rias dos vereadores Mateus Assayag, Rildo Maia e Karine Brito, a oposição cresceu na Câmara Municipal de Parin-tins. Atualmente, a oposição é composta pelo PMDB, PSDB e PR e a base aliada ao pre-feito Alexandre da Carbrás é formada pelos parlamenta-res do Pros e PSD.

DESAVENÇA

Os três vereadores informaram que tive-ram desentendimen-tos com os partidos políticos aos quais estavam fi liados des-de as últimas elei-ções e aguardavam a janela partidária para migrar de sigla

Antes da janela partidária Após janela partidária

COMPOSIÇÃO DA CÂMARA MUNICIPAL

PMDB Ray Cardoso Ray Cardoso – Rildo Maia

PROS Vanessa Gonçalves Vanessa Gonçalves Everaldo Batista Everaldo BatistaCabo Ernesto Cabo Ernesto

PSD Rildo Maia Gelson MoraisGelson Morais –

PSDBMaídson Fonseca Maídson FonsecaMateus Assayag –

PR – Mateus Assayag

Três parlamentares mudaram de partido político nesta semana e alteraram bancadas no Legislativo:

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016

INCENTIVO

A paixão pela pesca esportiva

Economia B2

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UÇÃ

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FOTOS: ANWAR ASSI

Isla Margarita - Parafrase-ando um bordão eternizado na música “Aquele Abraço”, do cantor Gilberto Gil, a

exemplo do Rio de Janeiro, a mais famosa ilha da Venezuela e destino favorito de vários amazonenses - Isla Margarita- continua linda.

Banhada pelo mar do Ca-ribe, a ilha oferece destinos paradisíacos pouco conhecidos do turista da região, que está acostumado com locais como a praia do Parguito ou Playa El Agua, quando visita essa parte do território venezuelano. O EM TEMPO esteve em Isla Margari-ta e visitou alguns destinos que prometem se tornar os novos points para os amazonenses.

PacoteConsiderada a mais interna-

cional das praias de Margarita, El Yaque oferece várias opções de lazer, serviços e de práticas esportivas, como windsurfe e kitesurf. Ela é frequentada por turistas vindos de todas as partes do mundo, inclusive de países tão distantes, como a Austrália. “Aqui é ótimo para fazer windsurfe”, diz o austra-liano Ronald Howard, 41.

El Yaque fi ca apenas a 15 minutos do aeroporto inter-nacional de Margarita e a dez minutos de carro do hotel Mu-sipan, administrado pelo grupo Last Wind, que lançou, no mês passado, um pacote inédito com voo direto, de duas horas e 30 minutos, entre Manaus e Margarita. O voo inaugural será no próximo dia 26 de abril.

O novo serviço lançado para o mercado local custará em torno

de US$ 820 (quase R$ 3,2 mil por pessoa). O pagamento nas agências de viagens poderá ser parcelado em até dez vezes sem juros.

Com oito dias e sete noites, o pacote tem no seu valor inclusos os gastos com pas-sagens, hospedagem no Mu-sipan (resort com 72 chalés) e acesso ao parque aquático anexo ao hotel, alimentação (café-da-manhã, almoço e jan-tar), citytour para visitar pontos turísticos de Margarita, shows de entretenimento e passeios. Al Yaque. Segundo o diretor comercial da Last Wind, Emiro Perez, 30% das vagas do voo inaugural já estão negociadas.

EstratégiaO lançamento de estratégias

para atrair os amazonenses por parte do trading turísti-co venezuelano ocorre em um momento em que Margarita registra um declínio no número de turistas estrangeiros, em especial, os europeus.

Segundo o presidente do Conselho Superior de Turis-mo (Conseturismo), José Yapur, em 2007, a ilha recebia 200 mil turistas estrangeiros por ano, enquanto que, hoje, esse número anual é de apenas 60 mil, dos quais 15 mil são do Amazonas. A queda no número de visitantes de outros países foi de 70%. “Há uma decisão de cortar pela metade os voos vindos da Europa para Marga-rita. Por este motivo, o gover-no investirá em infraestrutura, segurança e comodidade para atrair o turista amazonense”, revela o presidente do Conse-turismo. *O jornalista viajou a convite da Last Wind

ANWAR ASSI*

EM TEMPO esteve na ilha venezuelana e visitou destinos pouco conhecidos do turista amazonense, como praia El Yaque e o arquipélago de Los Frailes

continua lindaVeja outras imagens

deste evento aqui

Patrocínio

GALERIA

A praia El Yaque, situada a dez minutos do hotel Musipan, é considerada a mais internacional de Mar-garita. Além de desfrutar do sol, o turista pode praticar windsurfe e kitesurf nas águas calmas do local

PRAIA EL YAQUE

Em Margarita, há várias opções para fazer mergulho supervisionado por profi ssionais e desfrutar da vida marinha exótica das águas do Caribe venezuelano, tudo com segurança e por um preço convidativo

MERGULHO

Um dos atrativos de Margarita é a culinária refi nada, formada, em especial, por peixes e frutos do mar, além dos pratos da gastronomia internacional. Iguarias, como arepa e empanadas, também fazem sucesso.

GASTRONOMIA

Formado por sete ilhas, o arquipélago de Los Frailes é ainda pouco conhecido pelos amazonenses. Distante 45 minutos de Margarita, saindo da praia “El Tirano”, o local é ideal para quem busca tranquilidade e paz.

LOS FRAILESDIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016B2 Economia

Márcio Vieira

Graduado em Co-municação Social

Especialista em Marketing

Palestrante em técnicas de ven-

das e atendimentoConsultor em

marketing e posi-cionamento

Quando qualquer indivíduo sente necessidade ou um desejo específi co por algum produto ou serviço, ocorrerá uma ação quase que involuntária que é a mentalização das marcas exis-tentes, ou nos locais onde ele pode encontrar o que deseja, entre outras considerações para sua escolha. Faça o teste. Pen-se agora mesmo em algo que você gostaria de comer, beber, vestir ou calçar, e o processo de seleção mental se inicia.

Por isso, qualquer negó-cio, iniciante, ou já existente, deve ter como tarefa prin-cipal entrar na mente das pessoas. Ser lembrado.

Talvez por essa tarefa ini-cial comum a toda empresa, o marketing seja frequente-mente confundido com co-municação. Tenha certeza: a comunicação é só uma parte do marketing, embora seja extremamente importante.

No entanto, hoje estamos

na era da concorrência glo-bal. E principalmente, esta-mos em um momento de crise econômica, política e moral. Portanto, não basta apenas ser lembrado; é ne-cessário ser escolhido e, sepossível, priorizado.

Agora, olhe para sua em-presa, observe o que tem feito nos últimos meses e se franco consigo. Você está fazendo o que precisa ser feito para estar na mente das pessoas?

Se você tem feito, continue, porém, procure novas ma-neiras sempre. Se não tiver, comece a fazer e se tiver dúvida de como fazer, peça ajuda. Contrate um profis-sional ou até mesmo alguém que você saiba que possa lhe dar boas dicas e sugestões.

Agora, seja franco nova-mente e se pergunte: o que você tem feito para conquis-tar o coração dos clientes? Sim, o coração dos clientes

são um dos mais poderosos fatores de decisão de com-pra. Como dissemos acima, a batalha começa na mente. Porém, muitas vezes, a vitória é alcançada no coração, um órgão bastante sensível, mas uma vez conquistado se torna muito fiel.

Pense nisso. No próximo domingo vamos explicar me-lhor como estar na mente e no coração dos clientes.

Até a próxima.

[email protected]

Conhecimento e técnica combatem trise XXIII

Marketing: a batalha começa na mente

Pesca esportiva no Estado a um passo do crescimentoAtividade que chama o turista nacional e internacional para as águas amazonenses ganha reforço para fomentar a economia

Sempre que um novo go-verno assume, o discur-so de encontrar novos caminhos para forta-

lecer a economia do Estado sempre é posto em questão. Deixando a falácia de lado e partindo para a prática, um grupo de 60 pessoas decidi-ram fundar a Associação de Pescadores Esportivos de Ma-naus (Apem), com o objetivo de fortalecer a atividade no Estado e fomentar a economia nos municípios amazonenses.

Apesar de ainda não ter sido ofi cialmente instituída, a asso-ciação terá como presidente o empresário Roberto Bessa. Ele diz que enxerga a nova entidade com a possibilidade real de ge-rar recursos para os ribeirinhos das regiões amazonenses onde a prática é possivel, além de preservar a espécie de um dos peixes mais procuradores por quem ama a pesca esportiva na região, o tucunaré.

“Como isso é uma paixão nossa, de todos os nossos 60 associados, o que a gente está querendo é isso, esse espaço para propagar os benefícios da pesca, mostrar que o peixe vale muito mais vivo do que morto e que toda a população tem a ganhar com isso. É uma ativi-dade que está aí, ociosa, nin-guém pegou ela com carinho. A Apem vem justamente para tentar preencher esta lacuna”, explica Bessa.

De acordo com o empresário, as conversas sobre a funda-ção da entidade já vinham de pelo menos três anos. Além do ganho econômico para as regi-ões abundantes em tucunaré, a preservação da espécie é uma das bandeiras levantadas pela Apem. A entidade aposta nas competições para atrair ainda mais pescadores desportivos brasileiros e estrangeiros.

“Nós estamos em processo de profi ssionalização da pesca. A associação veio justamente com esse objetivo. Inclusive, nós

estamos com um projeto bem legal agora, que é o lançamento do sistema de recorde. Estamos no oásis da pesca, o mundo in-teiro quer estar aqui. Nós sem-pre achamos que poderíamos fazer algo para que fi cássemos em evidência”, avalia Bessa.

Segundo ele, os indicado-res acerca da pesca esportiva são animadores. Somente em Barcelos (a 399 quilômetros de Manaus), que é uma das regiões onde mais se “fi sga” peixes no Amazonas, R$ 62 milhões foram movimenta-dos em torno da pescaria. O empresário acredita que os números podem triplicar a partir no momento em que a atividade for regulamentada.

“Estamos fazendo de tudo para que a pesca seja real-mente vista como um dia-mante para o Estado, em ter-mos em retorno fi nanceiro. Estudos científi cos mostram que o tamanho do peixe está diminuindo. Estou nessa ca-minhada com alguns amigos

porque é o nosso lazer. Se a gente não tiver mais essa op-ção, nós vamos perder nossa maior brincadeira”, aponta o empresário.

PotencialConsiderado o “Pelé” da pesca

esportiva, Gilberto Fernandes aprova a criação da associa-ção. Para ele, a Apem pode contribuir tanto na questão de crescimento econômico quanto no aspecto de preservação do peixe. Ele avalia esse passo é muito importante porque o Estado possui vocação turística e é dono do maior conjunto de fl ora e fauna do mundo.

“A pesca esportiva atrai muita gente. Nesse sentido, a ati-vidade atrai recursos para o Estado e se bem trabalhado, gera dinheiro para o ribeirinho. O turismo é um dinheiro que entra fácil, bem-vindo. E nós temos a sorte de ter aqui um dos melhores peixes esportivos do mundo, que é o tucunaré”, salienta Fernandes.

ANDRÉ TOBIAS

Turismo da pesca esportiva movimentou R$ 62 milhões no Amazonas

Associação, que nasce a partir de um grupo de amigos apaixonados pelas atividades nos rios do Amazonas, planeja gerar renda para ribeirinhos e preservar a principal espécie da prática esportiva, que é o tucunaré

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016B3Economia

Mármore segue com preços muito elevados em ManausMetro quadrado da pedra de luxo chega a custar quase o valor médio do metro quadrado de um imóvel na capital do AM

FOTOS: IONE MORENO

Conforme a design de inte-riores Bárbara Prado, már-mores e granitos são pedras atemporais, que caem bem em decoração. Para ela, a opção do morador pelo gra-nito ou mármore consiste na resistência, durabilidade eterna e na beleza que eles oferecem em um projeto.

Bárbara Prado avalia que, mais do que promover um equilíbrio na decoração en-

tre o moderno e o antigo, o rústico e o sofi sticado, o brilhante e o fosco, o texturizado e o liso, as pe-dras naturais são versáteis a ponto de conviverem bem tanto com móveis e peças contemporâneas com os de época, criando cenários bem diferentes.

Geralmente os mármores mais usados, de acor-

do com a designer de interio-res são os mais claros, pois são considerados ‘requinta-dos’. Geralmente eles são es-colhidos para enfeitar salas de estar ou de jantar. Para Bárbara Prado, além das pe-ças de mármores, os granitos pretos também são bastan-

te recomendados, porque, além de

belos, são resis-tentes.

A designer aponta ainda que as peças são muito pro-curadas para aplicação de bancada de cozinha, mesas, aparador, painéis de salas e é até mesmo em túmulos. Contudo, ela não recomenda para algumas dessas de-mandas. “O mármore não é muito indicado para ban-cadas de cozinhas, porque ele é poroso e suja com facilidade”, diz a designer.

Marmorarias apontam queda de 60% nas vendas por conta da crise econômica que afeta a construção civil, o seu principal mercado consumidor

Classes média e alta buscam no mármore a

aplicação na decoração de luxo como em banca-

das de cozinha, mesas, entre outras

Uma decoração de beleza eterna

Item muito desejado pelas classes média e alta, para aplicações de luxo nas suas residências, as peças de

mármore em Manaus conti-nuam muito caras, o que en-fraquece o mercado. Cotado pela moeda norte-americana nas marmorarias da cidade a média de preço do metro quadrado varia de R$ 2 mil a R$ 4 mil, quase o valor médio do metro quadrado de um imó-vel na cidade, que custa hoje, aproximadamente, R$ 4,8 mil.

Conforme dados de marmo-rarias de Manaus, o conjunto de alto custo das peças e a crise econômica, impulsionam a queda nas venda na cidade. Nos últimos seis meses, se-gundo empresários do ramo, o prejuízo já passou de 60%, o que é reforçado pela crise da construção civil, bem como pelo menor volume de refor-mas residenciais que o con-sumidor comum costumava realizar em períodos como o fi nal e o começo de ano.

A empresária Fabiana dos Santos lamenta a queda na procura pelas peças de már-more pelo principal mercado consumidor do produto, que eram as construtoras, o que a fez demitir funcionários para manter abertas as portas do seu empreendimento. “De no-vembro do ano passado até agora, a queda nas vendas já alcançou mais de 60%. Demitimos 6 funcionários e se não melhorar vamos ter que

demitir ainda mais”, afi rma.Fabiana diz que os produtos

que mais saem em Manaus são os mármores importados, que vêm de países como a Itália, a Alemanha e a Espa-nha, e os nacionais que vêm principalmente dos Estados de São Paulo e Espírito Santo. “Os produtos mais valoriza-dos são os importados, que saem em média por R$ 2 mil o metro quadrado, e temos de até R$ 4 mil, mas não é todo mundo que compra”,avalia a empresária.

A empresária Paula Ema-nuelle, proprietária, da Grammarmore, também la-menta a brusca queda nas vendas dos produtos. Ela que herdou a profi ssão do pai, afi rma que não repassou a alta do dólar para os clientes. Paula explica que o mármo-re hoje está equiparado em valores com o granito, mas a diferença entre eles é que o primeiro é mais poroso e tem uma facilidade maior em absorver e manchar.

“Os granitos escuros tam-bém são porosos. A diferença é que não se percebe quando ele macha, como o passar dos anos. O mármore branco é lin-do, tem um rajado cinza, mas tem facilidade de absorver e manchar, caso se deixe uma lata de óleo em cima a ferru-gem vai introduzir e entrar e não sai mais”, explica.

Segundo a especialista, a variedade do mármore é imen-sa porque é extraído de rochas e cada uma tem singularidade. “Ele é repleto de veios, e nunca

é igual ao outro. Se um cliente faz uma obra e caso compre um material

que venha a faltar, ele nunca terá um outro

produto semelhan-te ao da primeira remessa”, diz.

STÊNIO URBANO

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016B4 EconomiaÓleo do puxuri pronto para a indústria de biofármacosPesquisa realizada em Borba, com apoio da Afeam, busca sustentabilidade com o aproveitamento da semente amazônica

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ULG

ÃO

Matéria-prima que é encontrada em grande volume em Borba, pode gerar renda para o homem do interior

A extração do óleo do pu-xuri pode se tornar uma nova alternativa para a indústria de bioprodu-

tos na Amazônia. Estudo reali-zado pelo pesquisador Eduardo de Souza Mafra, com apoio do governo do Estado via Funda-ção de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fape-am), aponta que o processo de extração do óleo essencial de sementes e de partes do puxuri, realizado no município de Borba, pode servir como matéria-prima para produção e comercialização de biofárma-cos, cosméticos e, até mesmo, como praguicida natural.

O pesquisador diz que as sementes de puxuri foram co-lhidas no município de Borba, uma vez que apesar das difi -culdades logísticas e da sazo-nalidade da matéria-prima, é no município que ocorre uma produção mais signifi cativa da espécie. Segundo ele, em Borba, o óleo de puxuri já tem servido de renda para os coletores de sementes.

“Indiretamente o óleo es-sencial de puxuri tem servido como fonte de renda para algumas pessoas, a partir da atividade de coleta das se-mentes. O óleo em si não tem uma aplicação popular,

apesar de ser usado na medi-cina doméstica como remédio para problemas intestinais”, explica Mafra.

Os resultados encontrados no estudo, segundo o pes-quisador, podem despertar o interesse dos produtores rurais para o plantio comer-cial da espécie. A proposta é garantir quantidade sufi ciente

de matéria-prima para o de-senvolvimento de um parque industrial, por exemplo.

Mafra avalia que é funda-mental que se façam estudos ecológicos e silviculturais so-bre a planta, como o sobre o seu habitat, época de fl o-ração, frutifi cação, coleta e armazenamento de sementes, produção de mudas, época de plantio, nutrição, entre ou-

tros, para que se conheçam as características do puxuri e se possa defi nir a forma mais adequada de manejo. “O município de Borba poderia ser o polo de desenvolvimen-to dessa cultura, em virtude de ser uma cidade que tem o puxuri como uma fonte de renda”, observa.

Fixador naturalDe acordo com o pesquisa-

dor, o puxuri possui a presença da substância safrol, líquido aromático que pode gerar um fi xador de fragrâncias. Ele in-forma que, por meio dos ex-perimentos foi possível iden-tifi car o teor de umidade da espécie, o tempo de extração e granulometria das amostras de sementes de puxuri.

Com essas informações o grupo de pesquisa obteve re-sultados relacionados ao ren-dimento do óleo essencial e ao teor do safrol. “Foram feitos outros estudos, não menos im-portantes, como o estudo ana-tômico das sementes, ramos jovens e folhas; da cinética da secagem de sementes, ramos fi nos e folhas de puxuri; análise química, além da toxicidade do óleo e o potencial para a confecção, até mesmo, de sabões”, explica Mafra.

MERCADO

O estudo sobre a es-pécie amazônica que pode ganhar merca-do na indústria de biofármacos e cosmé-ticos, também contou com apoio da Coorde-nação de Aperfeiçoa-mento de Pessoal de Nível Superior (Capes)

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Paí[email protected]

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016

CRESCIMENTO

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ULG

AÇÃO

O que um presidente pode levar ao deixar o palácio O tema veio à tona com a questão dos “presentes” recebidos pelo ex-presidente Lula, que agora são investigados

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ULG

AÇÃO

A investigação da opera-ção Lava Jato sobre a mudança e o armaze-namento do acervo do

ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levanta algumas questões. O que um presidente pode levar dos palácios de Brasília quando seu manda-to termina? Quem paga as despesas da mudança? O que é feito com o acervo de um ex-presidente?

Uma lei assinada em 1991 pelo então presidente Fernan-do Collor (atual senador pelo PTB-AL) e um decreto de 2002, no governo Fernando Henri-que Cardoso (PSDB), tratam da preservação, organização e proteção dos acervos dos presidentes. Um ex-presidente pode levar seus objetos e do-cumentos, inclusive presentes recebidos ao longo do manda-to, mas há exceções. Ele não pode transportar documentos produzidos durante a gestão, como originais de leis, nem objetos recebidos em cerimô-nias de troca de presentes com

chefes de Estado e de governo. Documentos produzidos nes-ses encontros também não podem ser levados.

Ou seja, presentes dados por cidadãos, empresas e entida-des fi cam com o ex-presidente. Presentes dados por represen-

tantes de outros países em cerimônias ofi ciais fi cam com a União. Estes podem permane-cer no Palácio do Planalto, em Brasília, ou serem direcionados para o Arquivo Nacional e o Museu da República, no Rio de Janeiro.Os documentos e

objetos devem ser catalogados pela Secretaria de Documen-tação Histórica da Presidência da República. Ao fi m da gestão, cabe à Presidência providen-ciar e pagar a mudança do ex-presidente.

No caso de Lula, o paga-mento pelo armazenamento foi feito pela empreiteira OAS, o que levantou a suspeita do Ministério Público Federal. Os objetos fi caram armazenados com a empresa Granero de janeiro de 2011 a janeiro de 2016. Ao longo de cinco anos, a OAS pagou aproximadamente R$ 1,3 milhão pelo serviço, o que dá R$ 21.600 por mês. Em janeiro, os dez contêineres com objetos do ex-presidente Lula foram transferidos para um depósito do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista, em São Bernardo do Campo.

Lula afi rmou em discurso fei-to na sede do PT, no centro de São Paulo, que foi o presidente que mais ganhou presentes na história e lembrou ter recebido até um trono africano. Em discurso no início deste mês, Lula disse que foi o presidente que mais ganhou presentes durante mandato

LEI APROVADA

Uma lei assinada em 1991 pelo então presidente Fernando Collor e decretada em 2002 no governo de Fernando Henrique trata essa questão do acerto de um ex-pre-sidente

Imigrantes invadem a Grécia

Mundo B8

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016B7PaísPaís

Juiz Sergio Moro: herói ou apenas um incendiário?Alvo de propestos e apoiadores, juiz da operação Lava Jato vem ganhando grande notoriedade de ações em todo o país

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AÇÃO

Moro está na cena política com a operação Lava Jato e vem ganhando forte apoio da população do país

As milhares de pessoas que têm saído às ruas para protestar contra a corrupção e o go-

verno se unem na grande ad-miração pelo juiz de Maringá (PR), Sergio Moro, responsável pelas decisões da operação Lava Jato na primeira ins-tância. “Somos todos Moro”, dizem cartazes nas manifes-tações por todo o país.

Para uma grande parte da população, Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, é um herói nacional. Já simpatizantes do governo o acusam de “agir politicamente” e de infl ar os ânimos da população de forma “irresponsável”, favorecendo um “golpe” ao revelar o po-lêmico áudio de uma ligação entre o ex-presidente Luiz Iná-cio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff , exatamente no dia marcado para a posse do ex-presidente como ministro-chefe da Casa Civil.

Segundo investigadores da Lava Jato, a ligação sugere que Lula foi nomeado ministro na última quinta-feira (17) para ter foro privilegiado e fugir do alcance de Moro. Dilma nega e acusa o juiz de “afrontar direi-tos e garantias da Presidência”. “Todas as medidas judiciais e administrativas cabíveis serão

adotadas para a reparação da fl agrante violação da lei e da Constituição cometida pelo juiz autor do vazamento”, diz nota emitida pelo Palácio do Planalto.

Para Moro, “havia justa cau-sa e autorização legal para a interceptação” e o caso seria comparável ao do presidente

americano Richard Nixon, que renunciou em 1974 acusado de obstrução da Justiça.

Muito antes da disputa aber-ta com Dilma, Moro foi arras-tado ao centro da crise política brasileira por fazer na Lava Jato algo sem precedentes: inves-tigar, prender e condenar um grande número de empresários e políticos poderosos.

Até o ano passado, por exemplo, se alguém dissesse

que o presidente da maior empreiteira do Brasil, Marcelo Odebrecht, iria para a cadeia por corrupção, poucos acredi-tariam (há algumas semanas, ele foi condenado por Moro a mais de 19 anos de prisão).

“Moro é parte de uma ge-ração de juízes e promotores que se formou depois da di-tadura e que tem uma visão democrática e republicana bastante consolidada”, opina José Álvaro Moisés, diretor do Núcleo de Pesquisa de Políti-cas Públicas da USP.

Há quem tenha uma visão mais crítica – mesmo entre opositores do governo. Alguns juristas, por exemplo, conde-nam algumas práticas do juiz na Lava Jato – como os que veem uso abusivo do meca-nismo de prisões preventivas.

Mesmo a seção do Rio de Janeiro da Ordem dos Advo-gados do Brasil soltou nota de repúdio às escutas de Lula, na qual diz que o procedimento é “típico de estados policiais”.

“É fundamental que o Poder Judiciário, sobretudo no atual cenário de forte acirramento de ânimos, aja estritamente de acordo com a Constituição e não se deixe contaminar por paixões ideológicas”, afi rma o comunicado.

MAIORIA

Para uma parcela da população, Sergio Moro é um herói na-cional, mas há quem tenha uma visão mais crítica e condene as atitudes do jurista, como a divulgação das escutas

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016

SUSPEITA

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AÇÃO

Um dos filhos do magnata e político americano Donald Trump recebeu um envelope com uma substância suspeita, mas os primeiros relatórios indicam que não é perigosa, informou a polícia de Nova York. A substância branca a princípio não parece perigosa, mas foi levada para análise.

Grécia recebeu mais quase 1 milhão de migrantes Maior parte é de refugiados vindos principalmente da Síria, do Iraque e do Afeganistão com objetivo de chegar à Europa

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AÇÃO

Segundo levantamento da ONU, em 2015, 30% dos que cruzavam pelo mar eram mulheres e crianças

O número de migran-tes que alcançaram a Grécia desde o início de 2015 ultrapassou

1 milhão de pessoas, afi rmou a agência da ONU para re-fugiados.

A maior parte é de refu-giados vindos principalmente da Síria, do Iraque e do Afe-ganistão, com o objetivo de atravessar para outros países da Europa.

Entre 1º de janeiro e 14 de março deste ano, 143,6 mil pessoas atravessaram da Turquia para a Grécia, segun-do a agência da ONU. Em 2015 inteiro, o país recebeu pouco mais de 844 mil imi-grantes, se transformando na principal porta de entrada de refugiados na Europa, muito à frente da Itália e de Mal-ta. Para a agência da ONU, o marco é um lembrete “da necessidade de uma aborda-gem mais coordenada para gerenciar o fl uxo e proteger as pessoas que fogem de guerra e perseguição”.

Na última quarta-feira (16), a atriz Angelina Jolie, enviada especial da agência da ONU para refugiados, visitou um acampamento para cerca de 4 mil pessoas próximo a Atenas para tratar da questão. “Estou aqui para aprender e conver-

sar com vocês, as agências e o governo para aprender o que está acontecendo, ok?”, disse a atriz a um garoto. “Tente fi car fi rme.”

O dados apresentados nes-ta mostram que, nos últimos meses, mudou o perfi l de

quem chega à Grécia. Em junho de 2015, menos de 30% dos que cruzavam pelo mar eram mulheres e crianças; agora esse percentual subiu para quase 60%.

A União Europeia cobrou que os países do bloco cumpram o compromisso de receber os refugiados. “Precisamos ver um aumento substancial nos reassentamentos nos próxi-mos dias e nas próximas se-manas”, disse Dimitris Avra-mopoulos, comissário para imigração da UE.

“Com a situação humani-tária na Grécia se tornando mais aguda a cada dia, os Estados membros precisam urgentemente cumprir seus compromissos e prevenir uma deterioração futura da situação.” No momento, com o fechamento das fronteiras dos países dos Bálcãs, quase 44 mil pessoas estão retidas na Grécia, vindas da Turquia com o desejo de atravessar para países mais prósperos do continente.

ESTATÍSTICA

Entre 1º de janei-ro e 14 de março deste ano, 143,6 mil pessoas atravessa-ram a Turquia para a Grécia, segundo estatística da ONU. Em 2015, país rece-beu pouco mais de 844 mil imigrantes

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Dia a [email protected]

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016

TÚNEIS

Escavações podem ter especialista

Dia a dia C4 e C5

ARTH

UR

CAST

RO

Entre os meses de abril a outubro, 83 escolas da rede municipal de ensino deverão ser

atendidas pelo projeto Cír-culo de Leitura e Escrita, organizado pela Secretaria Municipal de Educação (Se-med), alcançando mais de 11 mil alunos do 2º segmento do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) da rede municipal de ensino, este ano. O proje-to irá trabalhar de forma interdisciplinar, envolvendo três disciplinas: língua por-tuguesa, história e geografi a.

Com a extensão, o proje-to irá envolver um total de 19.317 mil alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental e do 2º segmento (do 6º ao 9º ano) do EJA, por meio de en-contros de leituras, debates, produções textuais de dife-rentes gêneros e desenhos, aproveitando os diferentes ambientes de aprendizagem da unidade.

Estas atividades serão de-nominadas de “Rodadas de Produção”, que serão divi-didas em cinco encontros, sendo dois para o 1º segmento e três para o 2º segmento. Ao fi nal, cada escola produzirá dois cadernos do Círculo de Leitura e Escrita, sendo um do 1º segmento e o outro do 2º segmento.

Os cadernos serão compos-tos pelas melhores produções, obedecendo um quantitativo de, no mínimo, dez e, no má-ximo, 30 produções, que serão

apresentados durante a 3ª Mobilização Ninguém Fora da Escola (Monifes), realizado nas escolas que disponibilizam turmas do Programa Munici-pal de Escolarização do Adulto e da Pessoa Idosa (Promeapi) e do ProJovem Urbano.

ProjetoO projeto Círculo de Lei-

tura e Escrita é coordenado desde 2011 pela Gerência de Educação de Jovens e Adul-tos (Geja), da Semed, e visa a estimular a aprendizagem, leitora, escrita e interpreta-tiva dos estudantes do 1º e 2º segmento do EJA, da rede pública municipal de ensino.

De acordo com o chefe

da Geja, Weyder Bindá, com amadurecimento da leitura e escrita, outros pontos se-rão estimulados nos alunos como o interesse pela pes-quisa. Ainda segundo ele, os estudantes do turno noturno aprenderão por competência e habilidades, ou seja, po-derão atrelar o seu conhe-cimento empírico com os adquiridos com o projeto.

“Os estudantes poderão aprender de forma ativa, escolhendo temas a partir do seu cotidiano e realidade de vida. Além disso, terão a oportunidade de interagir com seus colegas, professo-res a aliar seus conhecimen-tos prévios e saberes da vida

com as atividades realizadas durante a execução do pro-jeto e serão estimulados à pesquisa”, explica.

Bindá destaca que a exten-são do projeto é uma resposta positiva ao êxito do processo realizado com os estudantes do 1º segmento em 2015. “E vem ao encontro da proposta pedagógica da Semed em 2016, cuja meta é acabar com o analfabetismo funcional em toda rede municipal de ensi-no”, enfatiza.

Mudança de vidaUm dos 4.316 estudantes

atendidos com o Círculo de Leitura e Escrita na edição de 2015 foi a aluna da 3ª fase da

Educação de Jovens e Adultos (EJA), da escola municipal São Benedito, Rosineide Soares de Souza, 34. Ela integra o projeto desde 2014 e no ano passado, além de todas as atividades realizadas durante o ano, participou da constru-ção do livro intitulado “EJA: Desafi o, Superação e êxito na consolidação de sonhos”. A obra foi apresentada na 2ª edição da Mobilização Nin-guém Fora da Escola (Moni-fes) e conquistou o 1º lugar da Divisão Distrital Zonal (DDZ) Centro-Sul.

Para a Rosineide, a conclu-são do curso foi uma reali-zação pessoal e mudança de vida. “Com o projeto, aprendi

a ler e a escrever corretamen-te. Rompi alguns limites por conta da minha idade e por ter passado tanto tempo sem estudar. Aprendi a interpretar textos que antes tinha uma certa difi culdade. Inclusive, questões gramaticais, como fazer o uso correto de pontu-ação e acentuação gráfi ca”, relembra, emocionada.

Para a chefe da Geja, Weyder Bindá, a aluna Ro-sineide é uma prova que as ações e o trabalho pe-dagógico realizado durante o projeto contribuem para o aperfeiçoamento acadê-mico e para a qualidade de ensino noturno da redemunicipal de educação.

Projeto de leitura e escrita atenderá 11 mil alunosVoltado aos estudantes do EJA, o Círculo de Leitura e Escrita se estenderá a 83 escolas da rede municipal de ensino

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Projeto é desenvolvido desde 2011, na rede municipal de ensino, com alunos do turno noturno

Alunos do EJA que participam do projeto apresentam melhorias na leitura e escrita

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016C2 Dia a diaMinistro vem a Manaus tratar de área invadidaBatizado de “Morro dos Macacos”, terreno da antiga Siderama foi ocupado há pouco mais de um mês, por 200 famílias

MÁRCIO MELO

Lotes na invasão “Morro dos Macacos” estão identificados com os nomes de seus “proprietários”

A Secretaria dos Portos da União promete re-solver o impasse en-volvendo o terreno da

antiga Companhia Siderúrgi-ca do Amazonas (Siderama), localizado no quilômetro 5, da rodovia BR-319 (Manaus – Boa Vista), e atualmente in-vadido por aproximadamente 200 famílias e que deveria sediar um porto voltado para a produção da Zona Franca de Manaus. O ministro-chefe da Secretaria de Portos da União (SEP), Helder Barba-lho, estará em Manaus nesta segunda-feira (21), para se reunir com o responsável pela autoridade portuária do Ama-zonas, Silvio Romano, para tratar da invasão.

Sobre o andamento do pro-jeto do novo porto, novidades devem surgir em breve. A área, que até então estava revertida à União mudou de adminis-trador. Conforme informações da assessoria de imprensa da SEP, em Brasília, a adminis-tração do terreno da antiga Companhia Siderúrgica da Amazônia (Siderama) acaba de ser assumida pelo Porto de Manaus, administrado pela Companhia Docas do Mara-

nhão (Codomar). A Codomar é uma sociedade de economia mista vinculada ao Ministério dos Transportes. Situada no Maranhão, a entidade passou a chefi ar em 2001 a Admi-nistração das Hidrovias da Amazônia Ocidental (Ahimoc), situada em Manaus.

A construção do porto é vista

como estratégica para o Polo Industrial de Manaus (PIM), ainda que a responsabilidade do projeto não esteja nas mãos da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). “A construção deste porto é fundamental como alternati-va para o Distrito Industrial; contudo, anterior a minha che-gada essa área foi destinada a SPU que está em tratativas com a SEP para o andamento

do projeto. A Suframa já não tem mais nada com a área há algum tempo”, explica a superintendente da Suframa, Rebecca Garcia.

OcupaçãoAproximadamente 200 fa-

mílias invadiram a área onde deveria funcionar o novo Porto de Manaus. No espaço já fo-ram erguidos inúmeros bar-racos de madeiras, que os invasores extraíram da pró-pria área, batizada por eles de “Morro do Macaco”. Boa parte dos ocupantes são moradores de áreas próximas ao porto de abastecimento de Manaus. O local está localizado entre uma área da Marinha do Brasil e o Porto Chibatão, cercado por vários morros, de onde os moradores retiram a ma-deira para a construção dos barracos, e onde em alguns espaços é possível notar a demarcação dos terrenos, com os nomes dos supostos donos do pedaço de terra.

Conforme os relatos de pes-soas próximas a área invadida, a ocupação irregular do terre-no da União começou a pouco mais de um mês, e toda a área já foi tomada pelas famílias que seguem construindo ca-sebres de madeiras.

MONITORADO

De acordo com os invasores, o terreno da extinta Siderama vinha sendo mo-nitorado há algum tempo. Como o mesmo não passava por benfeitorias, eles decidiram ocupar a área irregularmente

FRED SANTANA

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016C3Dia a dia

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C4 Dia a dia C5MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016

Túneis do Compaj podem ter orientação técnica

Engenheiros ou especia-listas em obras podem estar por trás dos cinco túneis encontrados no

Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), localizado no quilômetro 8, da BR-174 (Ma-naus – Boa Vista), nos últimos três meses. Para confi rmar as suspeitas, uma equipe da Se-cretaria de Estado de Admi-nistração Penitenciária (Seap), em conjunto com a Coorde-nação do Sistema Penitenciá-rio (Cosipe), investiga o caso. Isso porque os túneis foram escavados respeitando, mili-metricamente, as exigências de construção civil para não comprometer a estrutura física da passagem subterrânea.

Os cinco túneis encontrados, a partir do mês de janeiro, possuíam estruturas compatí-veis às construções feitas por especialistas. “Eles usam todos os elementos necessários para não danifi car o projeto. Mas como impedimos a fi nalização, sempre realizamos a concreta-gem de toda a extensão dos túneis, primeiro para evitar o uso novamente do espaço e segundo, para manter a segu-rança da edifi cação”, explica o secretário de Administração Penitenciária, Pedro Florêncio.

Indagado sobre como os in-ternos tiveram acesso à planta

baixa do Compaj, Florêncio chama atenção para o fato de que cópias do documento estão disponíveis na sede da Seap, da Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra) e na empresa que construiu o complexo penitenciário. “Es-tamos em investigação e va-mos descobrir quem repassa essas informações aos presos. Eles podem saber em que direção fugir, uma vez que

passam alguma parte do dia na área externa da unidade, no entanto, as construções dos túneis chamam atenção pelo fato de seguirem as exigên-cias da construção civil, sem sinistros”, observa.

Conforme o secretário, a ideia do crime organizado é de-sestabilizar o Estado com uma fuga generalizada. “Resistimos ao crime organizado e estamos fazendo a nossa parte. Eles

pretendem fazer com que o Estado modifi que o secretaria-do. A ordem das lideranças é uma fuga em massa. Estamos atentos à construção de novos túneis e nos mantemos sempre em diligências para impedir a ação deles com o trabalho do Dipen (Departamento de Inteligência Penitenciária) e Cosipe”, destaca.

FiscalizaçãoO presidente do Conse-

lho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Amazonas (Crea-AM), Cláudio Guenka, vai solicitar junto à Seap uma autorização para fi scalizar as instalações de infraestrutura do Compaj. A medida, segundo Guenka, se dá diante da série de desco-bertas de túneis dentro da unidade prisional. “Construir um túnel não é tarefa para amador e nem é fácil de criá-lo. É preciso todo um estudo de impacto. Então, vamos mar-car uma visita no local, pois é possível que a estrutura predial possa ter sido abalada com as constantes obras no presídio”, informa.

Para o presidente do Crea, é possível que as construções de fuga estejam sendo acompa-nhadas por pessoas técnicas, uma vez que construir um túnel pode comprometer toda a in-fraestrutura predial.

Escavações podem ter contado com orientação de especialistas. Presídio será vistoriado pelo Crea-AM

CRIME

Ao menos 85 presos foram indiciados por dano ao patrimônio público, após a des-coberta dos cinco tú-neis. “Como eles não entregam os respon-sáveis, todos foram indiciados”, informa o titular da Seap

THAÍS GAMA No dia 28 de janeiro, dois túneis foram desati-vados, em menos de 24h, no Compaj. A primeira escavação – na cela 8, da ala 1 do pavilhão 3 – tinha 2 metros de altura por 8 metros de exten-são. O caminho escavado contava com sistema de iluminação e já estava pronto, segundo a Seap, desde 2015.

Em 4 de fevereiro, o terceiro túnel foi encon-trado no pavilhão C do semiaberto da unidade prisional e desativado pelos servidores da Seap. A escavação tinha 15 me-tros de extensão por 1 metro de altura e também contava com sistema de

iluminação.A quarta passagem sub-

terrânea, encontrada no dia 8 de março, tinha 3 metros de extensão por 1,5 de altura. O buraco estava a 100 metros de distância da muralha de segurança da unidade e possuía 2,5 metros de ex-tensão por 1,5 de largura.

O último túnel foi desco-berto durante a tranca dos pavilhões da unidade, no dia 13 de março. O canal de fuga foi encontrado na cela 4 do pavilhão 1 do Compaj. Segundo a Seap, a última estrutu-ra estava sendo iniciada, onde o local estava ve-dado com sabão e o piso recém pintado.

Cinco escavações encontradas

Fuga em massa é a intenção do crime organizado, ressalta Florêncio

Escavações obedecem a critérios técnicos, o que levanta a hipótese de auxílio de especialistas

Túneis descobertos no entorno de dependências do Compaj foram de ime-diato tapados pela Seap

FOTOS: ARTHUR CASTRO

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C4 Dia a dia C5MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016

Túneis do Compaj podem ter orientação técnica

Engenheiros ou especia-listas em obras podem estar por trás dos cinco túneis encontrados no

Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), localizado no quilômetro 8, da BR-174 (Ma-naus – Boa Vista), nos últimos três meses. Para confi rmar as suspeitas, uma equipe da Se-cretaria de Estado de Admi-nistração Penitenciária (Seap), em conjunto com a Coorde-nação do Sistema Penitenciá-rio (Cosipe), investiga o caso. Isso porque os túneis foram escavados respeitando, mili-metricamente, as exigências de construção civil para não comprometer a estrutura física da passagem subterrânea.

Os cinco túneis encontrados, a partir do mês de janeiro, possuíam estruturas compatí-veis às construções feitas por especialistas. “Eles usam todos os elementos necessários para não danifi car o projeto. Mas como impedimos a fi nalização, sempre realizamos a concreta-gem de toda a extensão dos túneis, primeiro para evitar o uso novamente do espaço e segundo, para manter a segu-rança da edifi cação”, explica o secretário de Administração Penitenciária, Pedro Florêncio.

Indagado sobre como os in-ternos tiveram acesso à planta

baixa do Compaj, Florêncio chama atenção para o fato de que cópias do documento estão disponíveis na sede da Seap, da Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra) e na empresa que construiu o complexo penitenciário. “Es-tamos em investigação e va-mos descobrir quem repassa essas informações aos presos. Eles podem saber em que direção fugir, uma vez que

passam alguma parte do dia na área externa da unidade, no entanto, as construções dos túneis chamam atenção pelo fato de seguirem as exigên-cias da construção civil, sem sinistros”, observa.

Conforme o secretário, a ideia do crime organizado é de-sestabilizar o Estado com uma fuga generalizada. “Resistimos ao crime organizado e estamos fazendo a nossa parte. Eles

pretendem fazer com que o Estado modifi que o secretaria-do. A ordem das lideranças é uma fuga em massa. Estamos atentos à construção de novos túneis e nos mantemos sempre em diligências para impedir a ação deles com o trabalho do Dipen (Departamento de Inteligência Penitenciária) e Cosipe”, destaca.

FiscalizaçãoO presidente do Conse-

lho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Amazonas (Crea-AM), Cláudio Guenka, vai solicitar junto à Seap uma autorização para fi scalizar as instalações de infraestrutura do Compaj. A medida, segundo Guenka, se dá diante da série de desco-bertas de túneis dentro da unidade prisional. “Construir um túnel não é tarefa para amador e nem é fácil de criá-lo. É preciso todo um estudo de impacto. Então, vamos mar-car uma visita no local, pois é possível que a estrutura predial possa ter sido abalada com as constantes obras no presídio”, informa.

Para o presidente do Crea, é possível que as construções de fuga estejam sendo acompa-nhadas por pessoas técnicas, uma vez que construir um túnel pode comprometer toda a in-fraestrutura predial.

Escavações podem ter contado com orientação de especialistas. Presídio será vistoriado pelo Crea-AM

CRIME

Ao menos 85 presos foram indiciados por dano ao patrimônio público, após a des-coberta dos cinco tú-neis. “Como eles não entregam os respon-sáveis, todos foram indiciados”, informa o titular da Seap

THAÍS GAMA No dia 28 de janeiro, dois túneis foram desati-vados, em menos de 24h, no Compaj. A primeira escavação – na cela 8, da ala 1 do pavilhão 3 – tinha 2 metros de altura por 8 metros de exten-são. O caminho escavado contava com sistema de iluminação e já estava pronto, segundo a Seap, desde 2015.

Em 4 de fevereiro, o terceiro túnel foi encon-trado no pavilhão C do semiaberto da unidade prisional e desativado pelos servidores da Seap. A escavação tinha 15 me-tros de extensão por 1 metro de altura e também contava com sistema de

iluminação.A quarta passagem sub-

terrânea, encontrada no dia 8 de março, tinha 3 metros de extensão por 1,5 de altura. O buraco estava a 100 metros de distância da muralha de segurança da unidade e possuía 2,5 metros de ex-tensão por 1,5 de largura.

O último túnel foi desco-berto durante a tranca dos pavilhões da unidade, no dia 13 de março. O canal de fuga foi encontrado na cela 4 do pavilhão 1 do Compaj. Segundo a Seap, a última estrutu-ra estava sendo iniciada, onde o local estava ve-dado com sabão e o piso recém pintado.

Cinco escavações encontradas

Fuga em massa é a intenção do crime organizado, ressalta Florêncio

Escavações obedecem a critérios técnicos, o que levanta a hipótese de auxílio de especialistas

Túneis descobertos no entorno de dependências do Compaj foram de ime-diato tapados pela Seap

FOTOS: ARTHUR CASTRO

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016C6 Dia a dia

Estudante amazonense ganha premiação nacionalProjeto vencedor foi desenvolvido para educar o descarte adequado de óleo lubrifi cante na cadeia produtiva da piaçava

A 2ª edição do Prêmio Empreendedorismo Sustentável premiou os três melhores pro-

jetos dos estudantes de gra-duação e pós-graduação de nove universidades federais da Região Norte, durante cerimô-nia ocorrida na última semana, em Belém. Dos 163 projetos inscritos nesta edição, 17 fi na-listas chamaram a atenção da banca examinadora, liderada pela UniSol. Os vencedores irão receber R$ 50 mil, R$ 30 mil e R$ 20 mil, conforme a colocação. O primeiro lugar na premiação foi do estudante Diego Ken Osoegawa, da Universidade

Federal do Amazonas (Ufam).O projeto de Diego consiste

no estudo das cadeias produti-vas do extrativismo como foco no protagonismo indígena e no seu empoderamento, a partir da redução da infl uência e de-pendência dos intermediários. O objetivo é criar uma maneira efetiva de geração de renda a partir de um empreendimento indígena sustentável. Diego criou processos educativos e rede de descarte adequado de óleo lubrifi cante a partir da estruturação da logística reversa dos insumos da cadeia produtiva da piaçava.

Além disso, o projeto intitula-

do “Nuya’Rlitua: a fi bra do cora-ção”, orientado pelo professor Ivani Ferreira de Faria, reconhe-ce também o valor imaterial agregado a esses produtos. Um valor que também é cul-tural, pois conserva a biodiver-sidade, valoriza a fl oresta em pé e a manutenção de seus serviços ecossistêmicos.

Iniciativa O diretor do Santander Uni-

versidades, Ronaldo Rondinelli ressalta que a educação é uma das prioridades do banco. “Dentro da nossa estratégia de fomentar o desenvolvimento sustentável do país, a educação

é um dos mais importantes pi-lares do Santander. Ao apoiar o ensino superior estamos con-tribuindo para a formação dos jovens, o incentivo a qualifi -cação do professor e do pes-quisador e, consequentemen-te, para uma sociedade mais próspera. Tenho a convicção de que iniciativas como esta estimulam o desenvolvimento e o protagonismo desses empre-endedores, que contam com o nosso apoio para realizar seus sonhos”, afi rma Rondinelli.

Lançado em 2010, o Pro-grama Amazônia 2020 é uma iniciativa única de apoio à comunidade acadêmica,

com mais de 100 mil profes-sores e alunos benefi ciados no Norte do país.

Seleção fi nalistasA Comissão de Premiação se-

lecionou dentre os 18 projetos fi nalistas apenas três projetos como vencedores, de acordo com os critérios de Qualidade da Proposta de Ideia Empreen-dedora, Clareza metodológica e Descrição dos indicadores dos resultados ex-post facto esperadosa.

No critério de Qualidade da Proposta foram avaliados ter-mos de coerência entre diag-nóstico, atividades previstas e

resultados esperados; aplica-ção dos conceitos e referenciais teóricos da promoção; metodo-logia de execução, estratégias de articulação de parcerias e resultados esperados.

No critério de Clareza me-todológica foram descritos os procedimentos, técnicas, tecnologias aplicadas para a consecução dos objetivos e re-sultados. Já na Descrição dos indicadores dos resultados a avaliação técnica consiste nos resultados quantitativos e qualitativos que se pretende alcançar, além dos indicado-res de desempenho que se pretende utilizar.

RICARDO OLIEIRA

1º lugar: Diego Osoe-gawaProjeto: Nuya’Rlitua: a fi bra do coraçãoUniversidade Federal do Amazonas (Ufam)

2º lugar: Anna Eliza Ma-ciel de Faria Mota Projeto: Produçaõ de nanoemulsões inseti-cidas a base de óleos de sucupira-branca no Estado do AmapáUniversidade Federal do Amapá (Unifap)

3º lugar: Allison Daniel Fernandes Coelho SouzaProjeto: Uso do car-vão ativado granular a partir do coco babaçu na remoção de fárma-cos em estações de tratamento de esgotoUniversidade Federal do Tocantins (UFT)

Vencedores

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016C7Dia a dia

So� ware analisa alunos em ambientes virtuaisFerramenta busca auxiliar no melhor acompanhamento e participação dos estudantes que fazem cursos on-line

DIV

ULG

AÇÃO

So� ware apresentou resultados positivos nos testes preliminares, mas precisa de outras avaliações

As difi culdades para acompanhar o desem-penho acadêmico de alunos em cursos ofe-

recidos em Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) e os al-tos índices de reprovação, eva-são e desistência fi zeram com que o pesquisador Jath Silva desenvolvesse uma ferramen-ta de apoio capaz de realizar a análise de comportamento de estudantes em ambientes virtuais de aprendizagem.

A pesquisa está sendo reali-zada na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e conta com o apoio da Fundação de Amparo de à Pesquisa do Esta-do do Amazonas (Fapeam) por meio do Programa de Apoio à Formação de Recursos Hu-manos Pós-Graduandos para o Interior do Estado Amazonas (RH- Interiorização).

De acordo com o pesquisador, para oferecer uma ferramenta de monitoramento desempe-nho foi criado o WebMonitor, que consiste em um plugin de-senvolvido para o AVA Moodle (Modular Object-Oriented Dy-namic Learning Environment). A ferramenta, segundo Silva, busca auxiliar o responsável acadêmico no acompanhamen-to da participação de alunos em atividades como postagem

de arquivos e interação em fóruns de discussão.

“Os dados serão exibidos con-forme solicitação do usuário a partir do acesso ao aplicati-vo. A análise desta informação mostra um perfi l detalhado do desempenho da turma no am-biente virtual e dá a professores e mediadores condições de iden-

tifi car possíveis desistências, re-provações ou evasão de alunos”, explica o pesquisador.

O trabalho, que conta com a orientação da doutora em informática na educação, Elaine Harada Oliveira, já foi desenvol-vido e apresentou resultados positivos nos testes prelimina-res. Mas, ainda será necessário passar por testes e validação para garantir que não irá causar problemas ao usuário.

A ideia de criar a ferramenta, segundo Silva, surgiu por meio de conversas com professores e coordenadores de cursos do Centro de Educação a Distân-cia (CED) e com a equipe da Coordenação de Tecnologia da Ufam. Na ocasião, observa o pesquisador, foi realizado um levantamento sobre os dados de aprovação, reprova-ção e desistência nos cursos de graduação oferecidos e gerenciados pelo CED/Ufam.

FuncionamentoConforme Jath, a ferramenta

funciona com um plugin insta-lado no Ava Moodle passando a ser uma extensão desse sis-tema. A funcionalidade, observa ele, consiste em recuperar as informações sobre o acesso e interações dos alunos do curso e apresentar as informações ao professor ou tutor.

“A ferramenta utiliza recurso de visualização de informação, com a fi nalidade de potencializar a apropriação de informação pelo usuário, por meio de re-cursos gráfi cos. Diferente dos métodos tradicionais de apre-sentação de relatórios presente nas maiorias dos sistemas de gerenciamento de curso, em for-ma de planilha ou tabelas, ela usa gráfi cos interativos”, explica.

TESTES

A pesquisa foi re-alizada com dados de turmas da dis-ciplina informática no ensino da física, do curso de físi-ca da Ufam, cuja carga horária é 50% apoiada no sistema AVA

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016C8 Dia a dia

SAÚDE DA MULHER

Laboratório analisará exames de colo uterino

Recém-inaugurado pela Prefeitura de Manaus, o Laboratório Municipal de Especialidades Professor Sebastião Ferreira Mari-nho, localizado na rua Rio Purus, no bairro Nossa Se-nhora das Graças, Zona Centro-Sul, de acordo com o prefeito Arthur Virgílio Neto, abrigará um Labo-ratório de Citopatologia e de Microbiologia, além da Unidade de Monitora-mento Externo da Quali-dade (Umeq) e um Polo de Educação Continuada, em defesa da saúde da mulher.

“Nós temos que lutar e enfrentar o câncer de colo de útero, que, infelizmente, é bastante farto por aqui. É um trabalho que pode demorar 10, 15 anos, para realmente eliminarmos esse perigo, mas se nós não implantássemos ago-ra, isso fi caria para mais

de 20 anos. É fundamental termos a noção de que estamos fazendo o melhor que se pode, não só visando ao presente, mas o futuro da nossa cidade”, afi rma o prefeito.

O Laboratório de Ci-topatologia centralizará a realização dos exames preventivos de colo de útero, colhidos em todas as unidades da rede mu-nicipal de Saúde, incluin-do as Unidades Móveis da Mulher. O Laboratório de Microbiologia irá atender, principalmente, mulheres gestantes, realizando o exame de urocultura du-rante o pré-natal.

A Umeq irá fazer o con-trole dos preventivos reali-zados por outras unidades de saúde do Amazonas, incluindo a rede particular, que prestam serviço por meio do SUS.

Crianças portadoras de síndrome de Down são mais vulneráveis a determinadas doenças e quanto mais cedo a identifi cação, menos riscos elas correm

Diagnóstico precoce assegura cuidados

Instituído pela Organiza-ção das Nações Unidas (ONU) em 2006, o Dia Internacional da Síndro-

me de Down será celebrado amanhã (21), em referência à triplicação do cromossomo 21, alteração genética que determina algumas caracte-rísticas físicas e cognitivas peculiares dos portadores.

Conforme o último censo do Instituto Brasileiro de Geogra-fi a e Estatística (IBGE), em 2010, aproximadamente, 45 milhões de pessoas possuem alguma defi ciência física ou mental no Brasil. Destas, a estimativa é de que 300 mil tenham síndrome de Down, uma prevalência de 1 para cada 600 nascimentos.

De acordo com o gestor regional do Laboratório Sabin, em Manaus, Régis Torres, não se trata de uma doença, mas uma condição da pessoa asso-ciada a algumas questões para as quais os pais devem estar atentos desde o nascimento.

Embora não seja possível evitar o desenvolvimento da alteração genética, o prog-nóstico precoce é fundamen-tal para dar prosseguimento aos cuidados necessários e, consequentemente, reduzir os impactos nas crianças portadoras da síndrome, mais vulneráveis a algumas

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Estimativa do Censo 2010 é de que 300 mil pessoas sejam portadoras da síndrome de Down no país

Laboratório centralizará realização de exames preventivos

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ULG

AÇÃO

doenças, como anormalida-des no coração.

Para realizar esse diagnósti-co, o Laboratório Sabin dispo-nibiliza o NIPT, Teste Pré-Na-tal Não Invasivo, que garante precisão superior a 99% para identifi car a condição genéti-ca. Ao contrário dos exames anteriores, que consistiam em uma punção abdominal, o NIPT não apresenta risco, nem para mãe nem para o feto.

“O teste é muito simples e feito a partir de uma amostra de sangue materno. Pode ser realizado em qualquer período

da gravidez a partir da décima semana de gestação”, explica Regis Torres. O resultado é liberado em até 20 dias úteis.

Respaldada pelas mais rele-vantes publicações científi cas sobre o DNA fetal livre, a metodologia segue elevados padrões de qualidade. Além disso, identifi ca as síndromes de Patau (trissomia do 13), de Edwards (trissomia do 18) e alterações dos cromossomos sexuais, como síndrome de Turner e Klinefelter.

Nesta segunda-feira, Dia Internacional da Síndrome de

Down, acontece, às 9h, uma audiência pública na Assem-bleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) e, às 15h, a sessão solene na Câ-mara Municipal de Manaus (CMM). Entre 17h e 19h, tam-bém está programado um grande bandeiraço e panfle-tagem entre os cruzamentos das avenidas Djalma Batista e Pará, Zona Centro-Sul. A mesma ação está previsto para a terça, 22, na rotatória do Conjunto Eldorado, de 8h às 10h, e na rotatória da Feira do Produtor, às 17h.

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[email protected], DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016

Plateia D1PAGODE

Banda lança DVD em Manaus

Plateia D2

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ULG

AÇÃO

Criada para incentivar o apoio da iniciativa pri-vada ao setor cultural, a Lei Federal de Incentivo

à Cultura, mais conhecida como Rouanet, ainda é pouco explo-rada tanto por produtores cul-turais quanto por empresas do Amazonas. Para o produtor da Mega Eventos, Peterson Motta, o desconhecimento ainda é o principal responsável pela pou-ca utilização da legislação, que foi instituída em 1991.

“Em Manaus há uma gran-de falta de conhecimento das empresas por não saberem como funciona o mecanismo de desconto da Rouanet. Essa é uma das grandes difi culdades em fazer a captação de recurso aprovado junto ao Ministério da Cultura (Minc). Existem gran-des produtoras nacionais e a maioria das empresas prefere investir nelas. Os recursos es-tão concentrados nas mãos de grandes produtores e empre-sas”, critica Motta.

De acordo com o conteúdo da Lei Federal de Incentivo à Cultura, livros, turnês, gravação de DVD, peças teatrais, concer-tos musicais são algumas das atividades culturais que podem ser fi nanciadas com dinheiro público. O governo abre mão de parte dos impostos para que esses valores sejam in-vestidos em projetos culturais. Para empresas, a dedução pode chegar a 4%, enquanto para as pessoas físicas o limite é até 6% do imposto devido ao Fisco.

“A aprovação por parte do Minc não tem grandes difi cul-dades técnicas. Em seguida, você precisa buscar no mer-cado a captação do recurso liberado para pôr o projeto em prática. Apesar de ter sido feita para colaborar com os pequenos produtores, você percebe que quem consegue os incentivos são os grandes artistas, por questão política.

Os pequenos até conseguem a aprovação, mas não conse-guem captar”, conta Motta.

Enquanto os produtores lo-cais conseguem captar um montante modesto através da Lei Rouanet, os grandes artistas usufruem da legisla-ção com mais facilidade. No mês passado, o Ministério da Cultura permitiu que a cantora Claudia Leitte captasse até R$ 356 mil para publicar um livro sobre sua carreira. O pedido inicial da produtora – Ciel Em-preendimentos Ltda. – era de R$ 540 mil, que serviria para produzir 2 mil exemplares da publicação. Após a repercus-são negativa nas redes sociais, tanto cantora como produtora

desistiram de produzir o livro e o projeto foi arquivado.

Conforme a Lei Rouanet, somente podem patrocinar projetos e descontar tal valor do Imposto de Renda (IR) em-presas que têm lucro real, o que restringe as possibilidades de captação. Nem as diversas empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) fa-cilitam essa busca por recursos, já que suas matrizes estão con-centradas em outras cidades do Brasil e elas já recebem isenção fi scal por estarem aqui.

“Pessoas físicas também po-dem contribuir com a dedução do IR, mas é muito raro. Não temos um grande leque de opções. Falta por parte de al-gumas empresas, até por des-

conhecimento da lei, a vontade de contribuir. Mas há de se reverenciar aquelas que acre-ditam e nos apoiam”, afi rma o diretor do Teatro Manauara, Adriano Gobeth, que com a colaboração de empresas lo-cais realizou alguns eventos culturais por Manaus.

Faltam leis locaisCom difi culdades logísticas

para realizar grandes eventos em Manaus, Adriano Gobeth reclama da ausência de legis-lação local. “Como toda cidade desenvolvida, falta a criação de Leis Municipais e Estaduais de incentivos à cultura. Tantos bons exemplos em todo o Brasil e Manaus ainda atrasada nesta questão”, pontua Gobeth.

Sem conseguir apoio por meio da Rouanet, a solução encontrada para aqueles que realizam eventos culturais em Manaus foi buscar patrocínios. “Só conseguimos nessa moda-lidade em troca da projeção da marca. Temos difi culdade de chegar às empresas e fazer esse tipo de oferta. Ela não vai ter retorno, somente a imagem nos materiais de divulgação do evento. Difícil é achar empresas que aceitem essa troca”, revela Peterson Motta.

Para o diretor da Master Cultural, Ricardo Kussuda, as instituições públicas ligadas à cultura, em âmbito municipal e estadual, poderiam contri-buir mais na acessibilidade à Rouanet. “Falta esclarecimento geral. Muitos outros produtores sentem falta disso também. Essa lei precisa ser melhor explicada. O próprio município e o Estado colocam edital e não avisam nada. A partir do momento que isso é divulgado, melhora muito”, avalia.

Os produtores são unânimes em afi rmar que editais não são solução porque dependem da vontade do governante do momento. Havendo leis para tal, é uma garantia melhor.

Produtores culturais locais falam sobre Lei RouanetFalta de leis no Estado e no município são igualmente empecilhos apontados para ampliar barreiras à captação de recursos

ANDRÉ TOBIAS

CAPTAÇÃO

Enquanto os produ-tores locais con-seguem captar um montante modesto por meio da Lei Rouanet, os gran-des artistas usu-fruem da legislação com mais facilidade

De acordo com a Funda-ção Municipal de Cultura Turismo e Eventos (Ma-nauscult), o atendimento pontual, com informações e orientações sobre a Lei Rouanet, é feito constante-mente ao público na sede da instituição, quando demandada.

Em relação às empresas, há uma estratégia pensada

para captação de apoios que aguarda o trâmite da Lei Municipal de Cultura, projeto que se encontra em fase de estudo de impac-to fi nanceiro na Secreta-ria Municipal de Finanças, Tecnologia da Informação e Controle Interno (Semef) e que visa a isentar empresas de tributos municipais, no caso o ISS, que incentiva-

rem projetos culturais. Es-tão previstos tanto a sensi-bilização do empresariado quanto a capacitação de artistas para a apresenta-ção de projetos.

A Secretaria de Estado de Cultura (SEC) informou que realizou um fórum de incen-tivo à cultura em 2014 em que apresentou esclareci-mentos sobre a Lei Rouanet.

Estudos para lei municipal

Peterson Motta, diretor da Mega Eventos, é um dos que ponderam viabili-dade da legislação

Aprovação de projeto de Claudia Leitte para captar era de R$ 356 mil

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016D2 Plateia

ABRIL

Abril será o mês do sam-ba e pagode em Manaus. Com a data marcada para o dia 20 de abril (véspera de feriado), a Turma do Pa-gode virá à capital amazo-nense para o lançamento do novo DVD, batizado de “TDP XV Anos”.

O show será no Copaca-bana Chopperia e as ven-das de ingressos já inicia-ram. Ingressos de pista, área VIP com open bar e camarote com open bar para 15 pessoas estão à venda no site www.fabri-caingressos.com.

O álbum A Turma do Pagode está

completando 15 anos de estrada e, para comemo-rar, gravou um DVD que contou com participações especiais como de Arlindo Cruz, Thiaguinho e do gru-po Aviões do Forró. O “TDP XV Anos” é composto de 60% de músicas inéditas e o restante de sucessos que marcaram os 15 anos de carreira da banda.

Entre as novidades es-tão as músicas “Deixa em off”, que já está tocando em todas as rádios, “Beija

aqui”, com a participação de Thiaguinho, e “Puxa, agarra e beija”, gravada com Solange Almeida e Xand Avião – do Aviões do Forró.

“Estamos no melhor mo-mento de nossas vidas e esse show cheio de efeitos, luzes e surpresas chegou para celebrar tudo isso. O álbum possui canções que têm a cara da banda, falam de amor e jogam o astral lá no alto, temos certeza que todos vão gostar”, res-saltou Thiagão, percussio-nista da banda.

Turma do Pagode lança novo DVD

Apresentação do grupo em Manaus é marcada para 20 de abril

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ULG

AÇÃO

SERVIÇO

Quando: dia 20 de abril (véspera de feriado) Onde: Copacabana Cho-pperia Quanto: 1º Lote Pista - R$ 40; 1º Lote Área vip open bar - R$ 150; Camarote open bar com 15 lugares - R$ 2.000 em até 3x no cartão. (Preços de meia-en-trada).VENDAS ONLINE: www.fabricaingressos.com

LANÇAMENTO DO DVD TDP XV ANOS

. A Secretaria de Cultura se prepara para fazer o anúncio sobre o Festival de Ópera 2016.

. A SEC anuncia na próxima terça-feira, a 19ª Edição do Festival que volta a acontecer neste ano, após muitas solicitações do público e atendendo ao Plano de Ação Cultural do governo do Amazonas.

. O famoso Festival Amazonas de Ópera (FAO), que já ultrapassou os limites geográfi cos do País e alcançou projeção internacional por reunir óperas conhecidas pelo público e por resgatar outras, acontece no período de 1º a 31 de maio deste ano, com programação prevista para acontecer no Teatro Amazonas, Teatro da Instalação e Centro Cultural Palácio da Justiça, além de algumas modifi cações estruturais e muitas parcerias, que darão ao evento o mesmo brilho que sempre teve em edições anteriores.

. Na temporada de mochilas super em alta, a Dior lança seu modelo masculino da peça mega desejada no momento.

. A Dior homme produziu exemplar em couro azul com detalhes em laranja e camufl ado. Very chic!

. Na próxima segunda-feira, às 19h, acontece evento importante no segmento empresarial.

. Será a entrega da “Medalha Grandes Amazônidas”, na Fe-deração do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas (Fecomércio-AM), em sua sede em Adrianópolis.

. A honraria é concedida pela Associação PanAmazônia.

. Será no próximo sábado, o Chá de Páscoa que esta coluna estará promovendo em parceria com Alexandre Prata.

. Onde será o evento? No salão de festas do Hotel Intercity, na Rua Belém em Adrianópolis.

. A cantora Thaina Pimentel fará um show acústico durante o evento marcado para acontecer a partir das 17h30 e que faz parte de um projeto que irá acontecer durante o ano com o objetivo de promover a volta do glamour social na cidade. Info-line: 98118-9717 ou 99985-1422. Nos encontramos por lá.

Palco

Objetode desejo

Manifestação

Homenagem

[email protected] - www.conteudochic.com.br

Fernando Coelho Jr.

. Grandes entidades em-presariais entraram no mo-mento de manifestação.

. A Confederação Na-cional da Indústria (CNI) divulgou uma nota, as-sinada pelo presidente da entidade, o mineiro Robson Andrade, com a seguinte citação: “Neste momento turbulento da vida nacional, a indústria brasileira exige grande-za, serenidade e espírito público dos homens e das mulheres que ocupam os Três Poderes da República, para que o Brasil possa superar o cenário adverso, voltar a crescer e ter confi ança no futuro”.

. Na temporada de mochilas super em alta, a Dior lança seu modelo masculino da peça mega desejada

. A Dior homme produziu exemplar em couro azul com

de desejo

mulheres que ocupam os Três Poderes da República, para que o Brasil possa superar o cenário adverso, voltar a crescer e ter confi ança no

1. Lilian Guedes, a nova presidente da Abrasel-Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, no Amazonas

2. A ótima Gisele Lins Maranhão em noite de festa très chic

3. Marcia Nico-lau enchendo de charme evento de luluzinhas

4. Valéria Saad dando uma circula-da na cena social da cidade

4.

3.

2.

1. . Grandes entidades em-presariais entraram no mo-mento de manifestação.

. A Confederação Na-cional da Indústria (CNI) divulgou uma nota, as-sinada pelo presidente da entidade, o mineiro Robson Andrade, com a seguinte citação: “Neste momento turbulento da vida nacional, a indústria

za, serenidade e espírito público dos homens e das mulheres que ocupam os Três mulheres que ocupam os Três Poderes da República, para que o Brasil possa superar o cenário adverso, voltar a

2.2.

MAURO SMITH

FOTOS: CÉSAR CATINGUEIRA

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A mulher sem cor

Manazinhas estamos vivendo um tempo de privações! Nossa von-tade política não está sendo res-peitada! Milhões de brasileiros

saíram nas ruas e parece que somos espec-tros do nada! Invisíveis ! sinceramente não sei que poder essa gente tem ou que nível de podridão está em baixo do tapete que ninguém consegue remover. O mau humor parece nos contaminar com essa economia parada a espera de uma boa notícia! Aí você sai de casa e se depara com uma mulher SEM COR! Tomei um susto outro dia com esse encontro. Sabe aquela mulher que você olha por inteiro e ela está do mesmo ton.? Me deu até um arrepio na hora, pálida, sem cor, sem viço, sem brilho? Tem coisas que te impactam pela forma de destruição de qualquer tipo de vaidade de auto estima. Sinceramente acho que esse tipo de gente que quer parecer nada (tendo condições fi nanceiras) de ser tudo está de alguma for-ma agredindo a sociedade, Principalmente se tem um negócio que lida com o público em geral. Fiquei por ali analisando aquela imagem e pensando: Que tipo de infelicida-

de atinge uma pessoa como essa que parece não se olhar no espelho nunca? Que tipo de amor lhe roubou a alma? Hoje, as mulheres não tem mais idade, em todas as idades a mulher é cada vez mais especial, como assim não ter nenhum movimento de sedução de encantamento de energia? Parece que está ali por estar, tanto faz como tanto fez, não vibra, não tre-me não grita, não nada!!. Não temos o direito de jogar fora a vida, mesmo que ela não seja o resultado de nossas expectati-vas! Viver é um privilégio! Poder acordar e ter a certeza que tudo pode mudar em segundos para o bem ou não, é uma experiência ex-traordinária! Como ser pálida? Será que tem amigas? Que sai com elas? Que brinca? Que se da uma chance de falar bobagens, rir sem propósito?

Eu acompanho um grupo de mulheres no face book que sempre se encontram e fazem uma espécie de “Sun set” e elas posam, se fotografam, fazem festas temáticas com roupas extravagantes, poses de Divas etc.... ADORO ver, são todas adultas, mas exercem o mágico poder da convivência e cada uma é mais produzida que a outra. Tão bom se sentir VIVA! Um pouco louca, um pouco sonha-dora, um pouco fatal ! quem não gosta de se sentir linda, especial, única? Quando vejo uma mulher sem cor a vontade que dá é mostrar o lado que ela não está vendo, dá um sacolejo nela, leva-la pra dançar, essas coisas que movimentam. É um crime desperdiçar a vida! Essa coisa de dizer “TEM QUE APROVEITAR A VIDA” também acho sem propósito, o que é apro-veitar a vida??? Fazer milhões de coisas incessantemente? Não concordo! Viver a vida é estar INTEIRA, porque quando você está inteira até o vento que bate no seu rosto é um grande acontecimento! Tem gente que desperdiça, joga fora, (como se fosse possível)!! Somos ser viventes de um tempo de transformações, só não vê quem não quer, os sinais estão todos aí na nossa cara. Precisamos estar em harmonia com o todo e harmonia requer equilíbrio. Amar a vida e a si própria é dever de casa constante. Gente qual-quer coisa não se encaixa no mundo de hoje nem terreno nem espiritual. Energia move o mundo e as pessoas, portanto ponha cor na sua vida!

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016D5Plateia

TV TudoLinha dura - 1O diretor Luiz Fernando

Carvalho impôs um esque-ma rígido de trabalho, linha dura mesmo, ao elenco de “Velho Chico” (Globo) para não comprometer o ritmo de suas gravações.

Pedidos para fazer shows, peças de teatro ou qualquer outro tipo de evento, durante o período da novela, não poderão ser aceitos.

Linha dura - 2Atores que fecharam

compromisso por obra para atuar em “Velho Chico” foram informados sobre esta determinação antes mesmo da assina-tura de contrato

A ordem é priorizar a novela.

E isso vale para todo mundo, sem exceções: Fa-gundes, Pitanga, Montag-ner... e companhia bela.

Ilustração“Pintando as Olimpía-

das” é o novo quadro do “Esporte Espetacular”, da Globo, para estrear só no outro domingo.

A artista Bianca Mól, autora do livro “Garota Desdobrável”, usando de um tom lúdico e educativo, irá se servir de ilustrações para explicar as regras de

alguns esportes olímpicos. Serão 11 episódios, valen-do-se do judô para a aber-tura da série.

Sem desesperoA Bandeirantes não se

apavorou diante da média de 4 pontos (Grande SP) do “MasterChef” registrada na estreia da terceira tempora-da, terça-feira.

Entendeu como nor-mal, por se tratar de um dia atípico, em função da reta final do “BBB” e do enorme interesse no noticiário político.

MMAA Globo transmite, no dia

14 de maio, o UFC 198, com destaque para a disputa de cinturão de Fabrício Werdum contra Miocic.

Esta será a primeira vez que o UFC fará um evento em estádio de futebol nas Américas e a expectativa é de 45 mil pessoas na Are-na da Baixada, estádio do Atlético-PR.

EmpurrãozinhoPara Silvio de Abreu,

número 1 da Teledrama-turgia da Globo, a pre-sença de Rodrigo Santo-ro em “Velho Chico” pode colaborar no processo de venda da novela.

“Da experiência que te-nho, votando no prêmio e indo às entregas do Emmy, o que mais impulsiona uma venda é a história e a pro-dução, mas certamente um nome mais conhecido internacionalmente deve ajudar”, avalia.

Bate – Rebate· Jornalista e atriz, Valéria

Monteiro integra o elenco da comédia “Manual para celebri-dade”, que estreia dia 3 de maio no Teatro Juarez Machado, em Joinville/SC...

· ...a produção também con-ta com a participação do comediante Will Rodrigues e a direção do britânico Martin Callaghan. Paraná, São Paulo e Rio serão as próximas pa-radas do espetáculo.

· Estreia do Zé Luiz, ex-Rede TV!, na TV Cultura está prevista para maio.

· SBT garante que Maisinha e Jean Paulo Campos terão papéis importantes em “Ca-rinha de Anjo”...

· ...a propósito, o elenco co-meça a colocar voz nas músicas da novela já nos próximos dias.

· A última gravação de Saulo Laranjeira, o “deputado”, para “A Praça é Nossa” (SBT), não chegou a ser exibida...

· ...uma vez que ele já esta-va fechado com a Globo para “Velho Chico”, entendeu-se que não havia sentido em exibi-la. Trabalho perdido.

Hoje, às 22h, estreia no ca-nal Arte 1, do Grupo Band, “O Tempo e a Música”, uma série documental em oito episódios de 30 minutos cada, produzi-da pela Cine Group. A atração conta com Zuza Homem de Mello e João Marcello Bôscoli décadas de 1960 e 1970 e depoimentos inéditos.

‘Malhação’ concorre a prêmio internacional

C’est fi ni

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

[email protected]

Canal 1

Os autores Rosane Svartman e Paulo Halm, no começo de abril, darão uma pausa nos trabalhos para acompanhar a solenidade de entrega do prêmio Emmy Kids Awards, diretamente de Cannes, na França.

Isso porque “Malhação Sonhos” (2014-2015), escrita por eles e protagonizada por Rafael Vitti, Bruna Hamu, Arthur Aguiar e Isabella Santoni vai disputar uma es-tatueta no evento, na categoria “Séries”.

Dois tempos “Eu e Ela”, de Roberto Car-

los, em dueto com Duda Na-gle, é a terceira música que Juliana Baroni (foto) grava para a trilha sonora de “Cúm-plices de um Resgate”(SBT), que logo terá também uma versão em clipe.

As outras foram “Sem-pre Contigo” (com Larissa Manoela) e “Nossa Canção (também de Roberto Carlos).

“Como atriz, poder atuar e cantar em um trabalho é um privilégio”, diz Juliana, que também esteve em “Dance Dance Dance”(Band).

DIVULGAÇÃO

Márcio Braz*

*ator, diretor e cientista social

Em “O Fingidor” o dramatur-go Samir Yazbek desenvolve uma trama interessante e singela para contar os últimos dias do poeta Fernando Pessoa. Pessoa, como é comumente chamado na peça, a uma semana de sua morte, re-solve disfarçar-se de datilógrafo, empregado de um crítico literário que está escrevendo justamente uma conferência sobre sua obra. Enquanto acontecem alguns qui-procós, seus heterônimos ganham vida e acabam por ser os maiores confi dentes de Pessoa. Ganhadora do prêmio Shell de 1999 de melhor texto teatral, a peça surpreende ao arrolar sobre a vida do poeta português numa dimensão original, poética e decisiva fugindo do “redu-cionismo do recital poético”, como nos revela o crítico teatral Mackzen Luís, ampliando-o ao texto teatral como forma de potencialização de sua poética e de sua vida.

Em montagens que tomam como referência poetas e seus poemas (e poesias) é comum - terrivel-mente comum, cale ressaltar! - encontrarmos a fórmula do recital como modo dramático aprazível. Algumas dessas fórmulas surtem efeitos positivos como no caso da peça “Anjo Malaquias” dirigida por Afonso Drummond em 2007 no Rio de Janeiro. O diretor encontrou uma estratégia onde os poemas e a biografi a do poeta gaúcho se entrelaçaram numa simbiose salu-tar e criativa tendo como cenário uma carruagem onde dois atores saltimbancos apresentavam ao pú-blico a vida e obra do poeta fazen-do clara referência aos rapsodos antigos e aos ditirambos.

Mas em sua maioria, os espe-táculos que buscam homenagear poetas sucumbem a conversa entre poemas. A estrutura rígida a que muitos submetem sua mis-en-scé-

ne acaba tornando os espetáculos pesados e monocórdicos. Vamos além: a estrutura dos poemas uma vez recitados, ipsis literis e sem nenhuma convenção dramática, acaba tornando-se uma armadilha para o diretor e, principalmente, suas intérpretes.

Certo. Uma vez escolhida a forma de representação (o recital) falta às montagens a decisão de algo que as costurassem e abrissem brechas de entendimento. Os próprios po-emas geralmente são conduzidos pelos atores num fôlego só e, ao que pudemos notar ao longo destes anos em espetáculos do gênero, muitas das sutilezas e leituras ima-géticas e rítmicas dos poemas são ignorados impondo difi culdades ao espectador quanto a compreensão das imagens e metáforas.

Talvez faltasse combinar ecos das biografi as com o universo dos respectivos poemas (óbvio, sem dúvida, mais funcional), ou mes-mo, utilizar-se de uma conversa sincera e aberta entre os poetas e suas musas sem a interferência de insinuações poéticas (métrica), ou, ainda, alguma outra técnica que nivelasse os planos de recital e dramático para além do usual. Isto certamente daria uma outra cara e viés aos espetáculos como também volveria o confl ito para situações e temas. Talvez tenha soado estranho o tema deste artigo, mas a preocu-pação é pertinente quando surge, sobretudo, as experimentações do teatro experimental e amador.

Os desastres da poesia em [email protected]

Márcio Braz

Em mon-tagens que tomam como referência poetas e seus poemas (e poesias) é comum - ter-rivelmente comum, cabe ressaltar! - encontrarmos a fórmula do recital como modo dramá-tico aprazível”

MÁRIO ADOLFO

ELVIS

GILMAL

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AÇÃO

Dirigido por Madonna, “O romance do século” está em cartaz esta noite

4h45 JORNAL DA SEMANA SBT

6h BRASIL CAMINHONEIRO

6h30 TURISMO & AVENTURA

7h15 ACELERADOS

8h CHAVES

10h MUNDO DISNEY

12h DOMINGO LEGAL

14h ELIANA

18h RODA A RODA JEQUITI

18h45 SORTEIO DA TELESENA

19h PROGRAMA SILVIO SANTOS

23h CONEXÃO REPÓRTER

0h SÉRIE: ARQUEIRO

1h SÉRIE: MENTALISTA

2h CRIMES GRAVES

3h BIG BANG

3h30 IGREJA UNIVERSAL

5h SANTO CULTO EM SEU LAR5h30 BÍBLIA EM FOCO5h55 ESCOLA DO AMOR RES-PONDE6h55 RECORD KIDS8h RECORD KIDS9h BINGO – AMAZONAS DA SORTE10h DOMINGO SHOW14h30 HORA DO FARO18h30 DOMINGO ESPETACULAR22h15 REPÓRTER EM AÇÃO23h15 ROBERTO JUSTUS +0h15 PROGRAMAÇÃO IURD

6h30 SANTA MISSA NO SEU LAR7h30 BIG TIME RUSH8h30 POWER RANGERS9h30 QUAL É O DESAFIO?10h45 VERDADE E VIDA11h PÉ NA ESTRADA11h30 PAGUE MENOS SEMPRE BEM12h PORSCHE CUP13h BAND ESPORTE CLUBE14h GOL: O GRANDE MOMENTO DO FUTEBOL14h30 FUTEBOL 2016 – ao vivo – Campeonato Carioca – Flamengo x Fluminense16h50 3º TEMPO18h50 SÓ RISOS19h50 SÓ RISOS – extra21h20 PÂNICO NA BAND0h15 CANAL LIVRE1h30 WENDEL E VINNIE1h45 EI ARNOLD!

5h31 Santa Missa6h32 Amazônia Rural7h Pequenas Empresas, Grandes Negó-cios7h33 Globo Rural8h27 Auto Esporte9h Esporte Espetacular (Desafi o das Estrelas NBB)12h The Voice Kids13h26 Temperatura Máxima. Filme: Eu Sou o Número Quatro15h Futebol 2016: Campeonato Carioca – Flamengo x Fluminense17h Domingão do Faustão20h Fantástico22h16 Big Brother Brasil23h04 Planeta Extremo23h33 Lollapalooza: Melhores Momentos0h55 Flash Big Brother1h Sessão de Gala. Filme: W.E.: O Ro-mance do Século3h Segredos do Paraíso

Programação de TV

CruzadinhasCinemaPR�ESTREIA

ESTREIAS

CONTINUAÇÃO

Batman Vs. Superman – A Origem da Justiça: EUA. 10 anos. Temendo as descontroladas ações de um super-herói quase Deus, o forte e formidável vigilante de Gotham City assume o papel do reveren-ciado salvador de Metrópolis, enquanto luta para decidir qual tipo de herói que realmente precisa. E enquanto Batman e Superman estão em guerra, uma nova ameaça surge rapidamente, colocando a humanidade em um perigo nunca antes conhecido. Kinoplex 3 – 20h (3D/dub/somente quarta-feira), 23h (3D/leg/somente quarta-feira), Kinoplex 5 – 20h30, 23h30 (3D/dub/diariamente).

Zootopia: EUA. Livre. TA moderna metrópole de mamíferos chamada Zootopia é uma cidade di-ferente de todas as outras. Composta de bairros-habitat como a elegante Sahara Square e a gelada Tundratown, é uma grande mistura onde animais de todos os ambientes vivem juntos — um lugar onde não importa o que você é, do maior elefante ao menor musaranho, você pode ser qualquer coisa. Mas quando a otimista policial Judy Hopps chega, ela descobre que ser a primeira coelha numa força policial de animais grandes e fortes não é nada fácil. Determinada a provar seu valor, ela agarra a oportunidade de solucionar um caso, mesmo que isso signifi que formar uma parceria com o raposo falante e vigarista Nick Wilde, para desvendar o mistério. Kinoplex 3 – 16h10, 18h35, 20h55 (3D/dub/diariamente); Playarte 1 – 14h, 16h20, 18h45, 21h10 (dub/diariamente), Playarte 5 – 13h, 15h20, 17h40, 20h (dub/diariamente); Playarte 7 – 13h30, 18h35 (dub/diariamente).

Ressurreição: EUA. 12 anos. Épica história bíblica da ressurreição contada pelos olhos de um incrédulo. Clavius (Joseph Fiennes), um poderoso tribuno militar romano, e seu assistente, Lucius (Tom Felton), têm a tarefa de resolver o mistério do que aconteceu com Jesus nas semanas seguintes a cru-cifi cação, a fi m de refutar os rumores de um Messias ressuscitado e evitar uma revolta em Jerusalém. Kinoplex 4 – 13h50, 16h15, 21h05 (dub/diariamente); Playarte 8 – 21h20 (dub/diariamente), 14h10, 16h40, 19h (leg/diariamente).

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AÇÃO

Série Divergente – Convergente Parte 1: EUA. 12 anos. KKinoplex 1 – 13h40, 16h05, 18h35 (dub/diariamente), 21h05 (leg/diariamente); Playarte 3 – 12h50, 15h40, 18h15, 20h50 (dub/diariamente), Playarte 10 – 15h55, 20h40 (dub/diariamente).

Kung Fu Panda 3: EUA. Livre. Kinoplex 5 – 13h55, 18h20 (dub/diariamente); Playarte 2 – 13h05, 15h10, 17h15 (dub/diariamente), Playarte 10 – 13h50, 18h30 (dub/diariamente).

50 Tons de Preto: EUA. 14 anos. Kinoplex 2 – 15h30, 17h30, 19h30, 21h30 (dub/diariamente);

Playarte 4 – 13h, 17h20, 21h40 (dub/diariamente).

Deuses do Egito: EUA. 12 anos. Playarte 7 – 15h45, 20h55 (dub/diariamente).

Deadpool: EUA. 12 anos. Playarte 4 – 15h05, 19h25 (dub/diariamente).

Os Dez Mandamentos – O Filme: BRA. 12 anos. Kinoplex 2 - 13h (diariamente), Kinoplex 4 – 18h40 (diariamente), Kinoplex 5 – 16h, 20h30 (diariamente); Playarte 6 – 12h30, 14h45, 17h, 19h15 (diariamente).

SBT GLOBO BAND

RECORD

2h05 IGREJA UNIVERSAL

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016D7Plateia

[email protected]

Guto Oliveira

Zeca Nascimento e Sihame Simões exerceram a cidadania na avenida Paulista, em São Paulo.

Pátria Amada

A Secretaria de Justiça, pDireitos Humanos e Cida-dania (Sejusc) vai realizar na próxima segunda-feira, 21 de março, uma programação voltada ao Dia Internacional contra a Discriminação Racial, data instituída pela Organiza-ção das Nações Unidas (ONU). Será uma tarde refl exiva das 14h às 18h no Centro Estadu-al de Referência em Direitos Humanos “Adamor Guedes”.

Em comemoração à época mais doce do ano, o Manaus Plaza Shopping, em parceria com a Wizard, preparou uma programação especial para a criançada. No período de 21 a 27 de março, das 14h às 20h, o espaço Divertilândia recebe a “Páscoa Divertida”. Durante sete dias, serão oferecidas para os pequenos, gratuita-mente, diversas atividades lú-dicas, brincadeiras e até uma incrível ofi cina de CupCake no dia 27. Podem participar crianças com idade de 2 até 10 anos, acompanhadas de seus pais ou de um respon-sável. Para brincar na “Páscoa Divertida” basta preencher a fi cha de inscrição no dia do evento.

A Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidada-nia (Sejusc) vai entregar na segunda-feira, 21 de março, às 14h, na sede do órgão, 2 mil cartilhas sobre prevenção às drogas e ao bullying, à Po-lícia Militar do Amazonas para serem utilizadas no Programa Educacional de Resistência às Drogas e a Violência (Proerd) 2016. A entrega será durante a reunião extraordinária do Conselho Estadual de Políticas Antidroga (Conen) com intuito de fortalecer às ações de com-

bate às drogas promovidas pelo Governo do Estado e executadas pela Sejusc, Polí-cia Militar e órgãos parceiros.

A parceria de Riccardo Tisci - estilista da Givenchy com a Nike rende. Já rolaram 3 mo-delos do tênis Nike Air Force 1 assinados por ele. Agora o trabalho vai para outro pa-tamar: Tisci lança uma linha de roupas esportivas com a marca. A coleção se chama “NikeLab x RT: Training Re-defi ned” e tem duas levas, em estilos diferentes: uma em P&B e outra supercolorida, com estampas que represen-tam fl ores da cidade de origem da Nike, da terra natal de Riccardo (Taranto, Itália) e da sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o Rio.

Quem já foi, sabe que é muito bom, e quem ainda não con-feriu o projeto “Belle Brunch”, pode aproveitar para conhecer a baladinha do domingo, hoje, a partir de 15h, no restau-rante e bistrô Belle Époque (shopping Ponta Negra). O DJ TooHoot mistura elementos de techno house e batidas profundas, com muito groovy e timbres graves, fazendo um verdadeiro mergulho pela so-noridade da Amazônia. E para os fãs da música sertaneja, a dupla João Victor e Rodrigo vai agitar a noite com a balada regada a arrocha, funk, reggae e até pop rock, dependendo da vibe do público. Imperdível!

Com composições que fi -zeram a história da Música Popular Brasileira, o Governo do Amazonas, por meio da Se-cretaria de Estado de Cultura, apresenta amanhã o concerto “Made In Brazil”, com a Ama-

zonas Jazz Band, no Teatro Amazonas, às 20 horas. Em formato de big band, for-mação muito popular usada pelas bandas de jazz entre as décadas de 1920 e 1950, a Amazonas Jazz Band traz o melhor da música brasileira com um repertório repleto de sucessos consagrados que vão de composições de Tom Jobim, Gilberto Gil a Jor-ge Ben Jor e Adail de Paula, em 1h10 de apresentação, com muita desenvoltura e swing característicos deste estilo musical.

Amanhã, a Associação PanAmazônia realiza a 7ª Edição da Medalha Gran-des Amazônidas, às 19h30, no auditório da Fecomércio AM. O evento visa home-nagear profi ssionais, per-

sonalidades e empresas que realizam projetos de incentivo à cultura, esporte e desenvolvimento social na Amazônia. Nesta edição os agracia-dos são as empresas Fogás e Equador Petróleo, a Fun-dação equatoriana Fidal, o empresário Irani Bertolini, o Secretário de Turismo do Pará, Adenauer Góes, a diretora da Fundação Natura da Colômbia, Elsa Matilde Escobar, o Prêmio Nobel da Paz de 1985, Ernesto Kahan e o ativis-ta socioambiental peruano Luis Román. Serão home-nageados in memoriam o médico Amin Abdon Said, o empresário e armador Waldemiro Lustoza e o advogado Carlos Fausto Ventura Gonçalves.

***Reunindo uma pla-

téia animada, o des-fi le da loja Emporio-let, realizado na noite da última quinta-feira,

no Sumaúma Park Shopping, contou com a

presença VIP de Bruno Camargo – o bombeiro do

programa da Elia-na, que também é

modelo das marcas.***

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE MARÇO DE 2016D8 Plateia

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