EM TEMPO - 24 de março de 2013

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MÁX.: 30 MÍN.: 25 TEMPO EM MANAUS FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS. ANO XXV – N.º 7.952 – DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00 O JORNAL QUE VOCÊ LÊ A promessa do prefeito Arthur Neto de que o Mercado Adolpho Lisboa será entregue no dia 24 de outubro, aniversário de Manaus, será cumprida. A construtora Biapó, de Goiânia, ampliou a jornada de trabalho em uma hora. O mercadão está fechado há 6 anos porque a obra foi interditada pelo Iphan. Dia a dia C4 e C5 NESTE DOMINGO Titular da Sefaz, Afonso Lobo posicio- na-se firmemente na defesa da manu- tenção dos benefícios da Zona Franca de Manaus. Com a palavra A7 ‘Somos um Estado com pouca dívida’ AFONSO LOBO Depois de golear o Quissamã, o campeão da Taça Guanabara tenta dar sequência ao bom momento, hoje, contra o Madureira. Pódio E4 Botafogo tenta manter a ótima fase Durante coletiva, realizada on- tem, a ex-senadora Marina Silva diz que espera reunir 20 mil as- sinaturas no Amazonas para o fortalecimento da Rede Susten- tabilidade. Última Hora A2 Marina traz a Rede para Manaus Uma xícara de café ou quatro de chá-verde podem evitar o risco de um AVC, aponta estudo de revista científica americana. Saúde 2 Café previne contra AVC, diz estudo SAÚDE Das cinco óperas a serem apresen- tadas no 17º Festival Amazonas de Ópera, três terão o balé do Corpo de Dança do Amazonas. Plateia D1 Festival de ópera com passos de balé DANÇA PEC DAS DOMÉSTICAS VAI PESAR NO BOLSO Se a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Domésticas for aprovada em definitivo pelo Congresso Nacional, os gastos do em- pregador terão acréscimo de 98% no orçamento da casa, prevê o Conselho Regional de Economia do Amazonas. Economia B2 e B3 FOTOS: IONE MORENO JOEL ROSA HUDSON FONSECA DIVULGAÇÃO/STCK DIVULGAÇÃO Resgate do patrimônio histórico e da autoestima MERCADÃO Marina Silva contou com o apoio do poeta Thiago de Mello, durante a coletiva na manhã de sábado As obras de restauração do Mercado Municipal Adolpho Lisboa avançam em ritmo acelerado. A fachada já está sendo pintada nas cores originais, para alegria de dona Judith, que há 50 anos vende ervas no local PARTIDO

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: EM TEMPO - 24 de março de 2013

MÁX.: 30 MÍN.: 25TEMPO EM MANAUSFALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700

ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS.

ANO XXV – N.º 7.952 – DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

A promessa do prefeito Arthur Neto de que o Mercado Adolpho Lisboa será entregue no dia 24 de outubro, aniversário de Manaus, será cumprida. A construtora Biapó, de Goiânia, ampliou a jornada de trabalho em uma hora. O mercadão está fechado há 6 anos porque a obra foi interditada pelo Iphan. Dia a dia C4 e C5

N E S T E D O M I N G O

Titular da Sefaz, Afonso Lobo posicio-na-se fi rmemente na defesa da manu-tenção dos benefícios da Zona Franca de Manaus. Com a palavra A7

‘Somos um Estado com pouca dívida’

AFONSO LOBO

Depois de golear o Quissamã, o campeão da Taça Guanabara tenta dar sequência ao bom momento, hoje, contra o Madureira. Pódio E4

Botafogo tenta manter a ótima fase

Durante coletiva, realizada on-tem, a ex-senadora Marina Silva diz que espera reunir 20 mil as-sinaturas no Amazonas para o fortalecimento da Rede Susten-tabilidade. Última Hora A2

Marina traz a Rede para Manaus

Uma xícara de café ou quatro de chá-verde podem evitar o risco de um AVC, aponta estudo de revista científi ca americana. Saúde 2

Café previne contra AVC, diz estudo

SAÚDE

Das cinco óperas a serem apresen-tadas no 17º Festival Amazonas de Ópera, três terão o balé do Corpo de Dança do Amazonas. Plateia D1

Festival de ópera com passos de balé

DANÇA

hoje, contra o Madureira. Pódio E4

PEC DAS DOMÉSTICAS VAI PESAR NO BOLSO Se a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Domésticas for aprovada em defi nitivo pelo Congresso Nacional, os gastos do em-

pregador terão acréscimo de 98% no orçamento da casa, prevê o Conselho Regional de Economia do Amazonas. Economia B2 e B3

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Resgate do patrimônio histórico e da autoestimaMERCADÃO

Marina Silva contou com o apoio do poeta Thiago de Mello, durante a coletiva na manhã de sábado

As obras de restauração do Mercado Municipal Adolpho Lisboa avançam em ritmo acelerado. A fachada já está sendo pintada nas cores originais, para alegria de dona Judith, que há 50 anos vende ervas no local

PARTIDO

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A2 Última Hora MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013

Marina realiza mobilização para colher assinaturasEx-ministra esteve ontem em Manaus promovendo uma ação de coleta de assinaturas para fundar o Rede Sustentabilidade

Contribuição voluntária e colaborativa foram as propostas apresen-tadas pela ex-ministra

Marina Silva para promover a sigla Rede Sustentabilidade, em coletiva de imprensa rea-lizada na manhã de ontem no Centro Cultural Reunidos, loca-lizado na praça do Congresso, no centro de Manaus.

Em discurso, a líder do par-tido em formação ressaltou as estratégias que estão sendo adotadas para o reconheci-mento das assinaturas para o surgimento da sigla como legenda política. “Ficamos 2 anos na forma de um movi-mento da sociedade civil e esse grupo tomou a decisão recente de que para ir além do movimento, seríamos um partido político a serviço das causas, e agora estamos nós aqui criando os comitês pró-Rede”, falou.

“Temos a participação das pessoas que estão ligadas à Rede, que estão nesse pro-cesso conosco desde 2010, e temos os simpatizantes e os amigos. Temos pessoas do PT, PSB, PPS e de todos

os partidos que têm um po-sicionamento democrático de que é legítimo ter mais essa ferramenta política”, declarou a idealizadora.

Segundo Marina, no Ama-zonas a expectativa é reunir 20 mil assinaturas e atesta que a proposta da Rede é de transparência e liberdade. “As pessoas têm sensibilida-de, elas sentem na própria pele que algo está aconte-cendo e que precisa ser feito, com uma tomada de atitude de mudanças”.

O poeta amazonense Thia-go de Mello esteve presente na coletiva e declarou apoio a Marina Silva e relembrou a caminhada junto à ex-mi-nistra. “Eu irei com a Marina onde ela for, eu tenho absoluta certeza que com ela na Presi-dência não terá ‘caixa 2’. Ela está criando para o Brasil um caminho novo”, falou.

Para que um partido seja fundado, serão necessárias cerca de 500 mil assinaturas. Desde o mês passado, a ex-ministra tem realizado vários encontros no país para colher assinatura de simpatizantes. Em Manaus, até o momento, mais de mil assinaturas já foram coletadas.

JOEL ROSA

Durante coletiva, a ex-ministra Marina evitou falar se será candidata à Presidência em 2014

Entre as proposta do futuro partido, Marina declarou que o Rede vai abrir uma agenda para discutir o Brasil. “As pessoas só con-seguem ver a eleição como uma forma de chegar ao poder e o intervalo das eleições é muito importante para discutir ideias, propos-tas e fazer o alinhamen-to programático para criar possíveis bases de apoio”, explicou.

No tempo oportuno vamos fazer a discus-são se seremos ou não seremos candi-datos, não queremos antecipar as eleições, essa antecipação não é boa para o Brasil, nós acabamos de fazer as eleições para prefeito”. disse Marina.

Agenda para discutir o Brasil

Seis homicídios na madrugadaVIOLÊNCIA

Seis homicídios ocorre-ram na madrugada de on-tem em Manaus, segundo dados da Delegacia Espe-cializada em Homicídios e Sequestros (DEHS). O caso mais grave foi de um ho-mem, ainda não identifica-do, encontrado morto por volta das 10h de sábado na torre de transmissão do kartódromo, na Zona Oeste da cidade.

Segundo informações da delegada Iris Coelho, do 10º Distrito Integrado de Polícia (DIP), o rapaz estava deitado no chão no primeiro andar da torre e apresen-tava sangramento na ore-lha esquerda. De acordo com a delegada, a vítima aparentava ter de 20 a 30 anos. Não foram encontra-dos documentos próximos ao corpo. “Fomos aciona-dos pelo Centro Integrado de Operações e Seguran-ça (Ciops) às 8h30. Não mexemos no cadáver para

preservar a cena do crime. Por isso não sabemos dizer se ele tinha perfurações nas costas. Mas, há caracterís-ticas de ter sido vítima de uma morte violenta”, disse. A delegada declarou ainda que o homem trajava ape-nas uma bermuda e havia um preservativo ao lado do corpo.

O funcionário do kartó-dromo, que pediu para não ser identificado, disse que foi alertado do crime por um casal que caminhava na área. “Um casal me avisou às 7h30 que tinha um corpo na torre. Eu fui constatar, e avisei a polícia. O homem estava com a bermuda abaixada. Aqui é perigoso, muitos usam o espaço para consumir droga”, disse.

O outro homicídio regis-trado nesta madrugada foi de uma mulher, também ainda não identificada pela polícia. Ela foi encontrada morta em frente à casa de

show Bora Bora, na aveni-da do Turismo, no Tarumã, Zona Oeste. A mulher esta-va despida em via pública e com um tiro na cabeça. A polícia ainda não tem pistas do autor.

Outro corpo, de um ho-mem identificado como “Coelho”, foi encontra-do no bairro Novo Israel, Zona Centro-Sul. Também na madrugada de sábado, o motorista Rodrigo Carva-lho de Araújo, 25, foi assas-sinado na avenida Ayrão, no Centro, Zona Sul, em frente ao lanche Energia. Ele levou um tiro na cabeça e outro no braço.

O último caso foi o do mototaxista Roger Lopes Souza, 24, que levou seis tiros nas costas e na cabe-ça. Segundo testemunhas, ele foi assassinado pelo homem que transportava na garupa. Em nenhum dos casos os autores dos crimes foram identificados.

AAM reúne com prefeitos do interiorNa manhã de ontem a As-

sociação Amazonense de Mu-nicípio (AAM) promoveu mais um encontro municipalista para discutir e orientar os pre-feitos do interior do estado sobre recursos emergenciais para a cheia, compensação e renegociação previdenciária, a questão dos royalties e o desemprego no interior. O evento foi realizado em parceria com Sebrae-AM e contou com a colaboração do Senac-AM, da Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplan-AM) e Junta Comer-cial do Estado do Amazonas (Jucea). O evento pode ser o último promovido por Jair Souto como presidente da entidade, pois na próxima terça-feira (26) haverá elei-ção para escolha de nova diretoria e conselho.

Também aconteceu a entre-ga simbólica de “kits da sala do empreendedor do Sebrae”, que estará disponível para os municípios na sede da asso-ciação. Em tom de despedida,

Jair destacou a importância que a capacidade de gestão dos municípios tem na gover-nabilidade das cidades.

De acordo com os prefei-tos, no interior do Amazonas grande parte dos postos de trabalho estão ligados ao poder público, daí a neces-sidade de elaboração de po-

líticas públicas para sanar o problemas e criar alternativas de emprego para a população dos municípios. “A prefeitura não tem como empregar toda a população, vamos trabalhar em parceria com Sebrae para

que possamos criar alternati-vas para a geração de renda e fomentar atividades do setor primário. A melhor maneira de fazer isso é desenvolver um trabalho direcionado à vocação econômica de cada município”, analisou Joselías Lopes (PT), prefeito de Nova Olinda do Norte.

Borba esteve representado pelo vice-prefeito Rosinaldo Fonseca (PTB). Para ele, o que mais importa no encontro são os esclarecimentos prestados pelo Sebrae para a geração de empregos.

Sansuray Xavier (PSD), prefeita de Anori, elogiou a iniciativa promovida pela as-sociação e destacou o papel da entidade em auxiliar os prefeitos, promovendo esses encontros para orientar os gestores sobre oportunidades de desenvolver atividades que beneficiem os municípios.

Além destes, estiveram pre-sentes gestores e vice-prefei-tos de Anamã, Itamarati, São Sebastião do Uatumã, Alva-rães, Envira e Novo Airão.

DEBATE

ELEIÇÃOÀs vésperas da eleição para presidência da associação, atual ges-tor da entidade, Jair Souto, promoveu um encontro com vários prefeitos do interior para discutir dúvidas sobre a gestão

LUCIANO LIMAEquipe EM TEMPO

Questionada sobre uma possível candidatura nas eleições presidenciais de 2014, Marina garantiu que no momento certo fará seu posicionamento. “Primeiro

estamos fazendo um esforço de criarmos o Rede Susten-tabilidade, depois vamos fa-zer um profundo debate am-pliando aquilo que foram as diretrizes programáticas de

2010, isso será feito em se-minário nacional, estadual e municipal com os diferentes setores, com os empresários, com os trabalhadores e com a juventude”, pontuou.

Ex-ministra evita falar de eleição

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013 A3Opinião

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que herdou do seu antecessor tendência para cometer erros nas provas do Enem, anunciou neste fi m de semana a suspensão de cem novos cursos de direito, cujos pedidos de autorização tramitam no ministério, e a criação de um “rígido sistema” de avaliação da qualidade do ensino jurídico, a ser construído em conjunto com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Mercadante garante que, desta vez, “a política do balcão fechou. Não haverá mais jeitinho e a tolerância será zero com quem não tiver qualidade”, já admitindo que era assim que as coisas funcionavam na liberação de cursos, no atacado e no varejo.

Mas a promessa não é a novidade. O que interessa no anúncio do ministro petista é que, pelo acordo, a OAB e o Ministério da Educação (MEC) defi nirão, por exemplo, os aspectos que integrarão a base da análise de pedidos de abertura de vagas, como campo de prática, necessidade social, qualidade da educação, entre outros. Nesse cardápio, é preciso ressaltar o item “necessidade social” para a abertura de novos cursos, em qualquer área.

É assim, de olho na necessidade social, que se pode suprir o défi cit atual é 800 mil engenheiros no país, nos cálculos do Instituto de Engenharia, entidade que representa a categoria no Brasil. Faltam médicos e juízes e promotores no interior do Brasil. A necessidade social, sem bem ana-lisada, também promoverá uma melhor distribuição de profi ssionais pelo país. Existem no Brasil 1.200 cursos de direito – com 800 mil alunos matriculados. Das 220 mil novas vagas oferecidas, apenas 162 mil estão ocupadas. Se a proposta não for apenas da “boca para fora”, como costuma acontecer, alguma coisa começa a mudar no Brasil. E não é só a estação do ano.

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para a equipe de operários que tem intensificado o trabalho no canteiro de obras do Mercado Municipal Adolpho Lisboa para cumprir o prazo de entrega, no aniversário da cidade.

Operários do mercado

APLAUSOS VAIAS

CansaçoO cansaço decorrente da di-

ferença de fuso horário após a longa viagem a Roma para visitar o papa Francisco fez a presidente adiar ontem as conversas mar-cadas para defi nir os próximos passos da reforma ministerial.

Dá um tempoAlfredo Nascimento garante

que está preparado para defi nir o retorno ofi cial da legenda ao governo federal.

Mas, ao término da audiência com o presidente do PR – ele estava acompanhado do líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM) –, Dilma des-culpou-se, afi rmando que ainda estava cansada da viagem, já que chegara ao Brasil às 2h30.

Quem comandaA pasta que Alfredo quer re-

tomar, o Ministério dos Trans-portes, atualmente está sob o comando do ministro Paulo Sér-gio Passos, que, apesar de ser do partido, é considerado cota pessoal da presidente.

EsvaziadaO evento da Associação Ama-

zonense de Municípios, realizada ontem, não teve a participação de muitos prefeitos.

A baixa adesão se deve, segun-do fontes, ao receio dos prefeitos do PSD em desagradar o gover-nador Omar Aziz.

ApoioOmar, provavelmente, deve

declarar apoio ao prefeito de Boca do Acre, Iran Lima (PSD), na eleição para presidente da entidade.

Tolerância zeroAo saber que a Manaus Am-

biental não havia cumprido o prazo dado para a normalização do abastecimento de água e a liberação do tráfego na avenida Coronel Teixeira, o prefeito de

Manaus, Arthur Neto (PSDB), deu um ultimato para a empresa.

— Não vou mais tolerar qual-quer tipo de brincadeira da Ma-naus Ambiental. Minha paciência com ela acabou. Outro rompi-mento, e se ela não cumprir o que promete, vai sair da cidade. Vou buscar outra empresa que tenha capital e capacidade técnica. A gestão é outra e eles têm que entender isso.

Na camaMesmo acamado por conta de

uma virose, o prefeito tem acom-panhado, junto ao vice-prefeito Hissa Abrahão, o andamento dos serviços no local onde rompeu uma adutora na tarde desta quinta-feira.

BombandoO empresário Cláudia Soeiro e

o marido Roberto repaginaram o bar do Armando.

Colocaram música ao vivo e conseguiram atrair uma geração que antes não ia ao bar, tido como reduto de intelectuais e foco de movimentos políticos. Agora, a garotada invadiu o ambiente, cur-tindo canções que vão de Renato Russo a Amy Winehouse.

Casa cheiaNa sexta-feira o bar do Ar-

mando estava lotado por um público jovem.

Fato inédito que nem o velho português Armando tinha con-seguido.

Fala, SemedAtualmente temos 30 escolas

com reforma em andamento.O Plano Emergencial de Obras

aconteceu inicialmente com 48 escolas, afetando 5.000 alunos da rede municipal. As unidades escolares afetadas passam por reformas como adequação e redi-mensionamento da rede elétrica, correção dos telhados, correção da rede hidráulica e pintura pa-drão dos ambientes e fachadas.

ConclusãoMuitas escolas encontram-

se em fase de conclusão das obras e já com o ano letivo em andamento, mas as chuvas do período afetaram principalmente as escolas em fase de pintura. A Semed espera entregar mais oito escolas na semana que vem, e as demais até meados de abril.

SaideiraNão é só Tiririca que se de-

sencantou com a política.O cantor Frank Aguiar tam-

bém. Apesar de ter-se revelado um político ambicioso, ele acaba de jogar a toalha, admitindo que a política lhe causou prejuízo fi nanceiro. Frank elegeu-se depu-tado federal em 2006 pelo PTB e foi cotado para ser ministro da Cultura.

Não quisFrank Aguiar diz que a carreira

política lhe causou prejuízo fi nan-ceiro, mas não se arrepende.

Ele também conta que pediu ao então presidente Luís Iná-cio Lula da Silva (PT) para, na época em que foi cotado para o ministério, permanecer como deputado federal.

ManauscultO coordenador da Unidade

Gestora Municipal (UGM) dos Projetos da Copa, Bernardo Monteiro, participou de reunião com empreendedores do turis-mo local na sede da Fundação Municipal de Cultura e Turismo (Manauscult).

Mundial 2014Na pauta, dois assuntos relacio-

nados ao Mundial de 2014: a infra-estrutura da cidade e a criação do Selo de Qualidade da Prefeitura, que está sendo estudado e deverá ser oferecido aos estabelecimen-tos comerciais para que o turista seja melhor atendido na capital amazonense.

Para os motoqueiros de Manaus, que continuam passando por cima de can-teiros, furando sinal e transitando no meio da pista, em total desrespeito ao Código de Trânsito.

Motoqueiros

O senador Alfredo Nascimento (PR-AM) não desiste.Quer reconquistar o lugar que perdeu no governo federal, custe o que custar. Um novo

encontro com a presidente Dilma está agendado para a próxima terça-feira de manhã para defi nir se a legenda reassume o Ministério dos Transportes.

Alfredo está esperançoso.— A nossa conversa para tratar sobre o partido será na terça, às 10h”, teria dito ela,

segundo relato do senador amazonense à reportagem.

Alfredo é brasileiro. Não desiste nunca

IONE MORENO ARTHUR CASTRO/AGORA

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Necessidade social

Há muito tempo que penso exis-tir um equívoco na instituição de uma política cultural estatal que se volte apenas para alimentar e manter o que um povo produz num plano primário e espontâ-neo. Equívoco, se não implicar em má-fé; falácia, se constituir artifício para mascarar e justi-fi car atitude política de Estado, deliberadamente demagógica e populista.

A premissa de que me sirvo consiste em acreditar que a um Estado compete, entre seus prin-cipais deveres, a obrigação de educar o povo que o sustenta e que o instituiu.

Um povo, como Nação, é por natureza produtor de cultura, en-quanto cultura popular e folclore. Preservar e mesmo estimular essa produção é algo que inte-ressa ao Estado e à sociedade, quando se leva em conta que o acervo dessa cultura diz muito da natureza de um povo e mesmo da sua história, já que é a sua bagagem primária.

Não é contudo legítimo e nem atenderá aos interesses de um Estado honesto e consciente dos seus deveres, esgotar a sua po-lítica cultural nesse nível. Se assim proceder, estará colabo-rando para uma sociedade que produzirá artesanato em lugar de arte, magia em lugar de ciência, superstição por religião e assim por diante.

Por essa via nenhum povo che-gará a galgar os níveis mais altos da cultura e jamais terá acesso aos mais ricos e elevados pro-dutos do espírito humano.

Os gregos foram o que foram na Antiguidade precisamente porque, enquanto outras socie-dades se fechavam nas suas pró-prias tradições, empenharam-se em abrir novos caminhos e em

subir a mais altos patamares culturais. Foi por aí que chegaram a criar a fi losofi a, a lógica, a dia-lética, a retórica, a fundamentar a matemática (como álgebra e como geometria), a trocar a as-trologia pela astronomia e tanto mais, sem falar nas artes da dança, do teatro, da poesia, da escultura, da pintura.

Por tudo isso aplaudo sempre as iniciativas únicas e isoladas que a Secretaria de Estado de Cultura, sob a regência de Ro-bério Braga, realiza como ando-rinha solitária que não consegue fundar um verão.

Se o nosso povo não tiver aces-so à beleza da dança artística, fatalmente pensará que o “dois pra lá, dois pra cá” do boi-bumbá é realmente verdadeira dança. É como aquele sujeito que come-çou por beber o vinho alemão da garrafa azul como um início, para depois evoluir para um bom vinho, frente àquele que fi cou mesmo nas garrafas azuis.

O Estado estimula, e às vezes patrocina, os espetáculos das deploráveis duplas sertanejas e dos grupos de pagode, que apenas produzem como resulta-do o enriquecimento financeiro desses “artistas” e dos gran-des veículos de comunicação de massa e, ao mesmo tempo, o empobrecimento cultural, até à indigência, de um povo que jamais terá consciência de tudo o que nunca viu nem ouviu e só perdeu.

Aquele que subiu consegue descer, seletivamente, nunca para um torneio de MMA, mas pelo menos para uma partida de futebol ou para uma boa música popular, enquanto aquele que não teve a oportunidade de ascender estará condenado à desesperan-ça, como no inferno de Dante.

João Bosco Araú[email protected]

João Bosco Araújo

João Bosco Araújo

Diretor executivo do Amazonas

EM TEMPO

Educar ou só preservar

[email protected]

Charge

Os gregos foram o que foram na Antiguidade precisamente porque, en-quanto outras sociedades se fechavam nas suas próprias tradições, em-penharam-se em abrir no-vos caminhos e em subir a mais altos patamares culturais. Foi por aí que chegaram a criar a fi loso-fi a, a lógica, a dialética, a retórica...”.

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A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013

Frase

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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PainelVERA MAGALHÃES

A direção nacional do PT convocou os presidentes de seus 27 diretórios para traçar estratégias de coligações e candidaturas aos governos estaduais e ao Senado amanhã, em São Paulo. A ideia é diminuir a tensão entre petistas e aliados em praças como o Rio, onde há embate com o PMDB, além de avançar no diagnóstico para a sucessão paulista. A partir do encontro, o partido planeja iniciar rodada de pesquisas de avaliação de seus governadores, seguindo orientação de Lula.

Por que... Em suas viagens internacionais, Lula recebe pe-didos de favores de políticos e chefes de Estado. Há casos em que o ex-presidente não se empenha em agir. Foi o que ocorreu com o rei Juan Carlos, da Espanha, desafeto de Hugo Chávez.

...não se cala? Em 2011, o rei pediu que o petista ligasse para Dilma Rousseff e a convencesse a participar da Cúpula Ibero-Americana. Segundo telegrama da embaixada do Brasil em Ma-dri, “o presidente Lula sugeriu que o rei ligasse diretamente para a presidente Dilma”.

À mineira 1 De forma mais discreta que Eduardo Campos (PSB), o tucano Aécio Neves tem cumprido roteiro semelhante de conversas com empresários e partidos da base de Dilma.

À mineira 2 Nas últimas semanas, esteve com Carlos Lupi e Paulinho da Força, do PDT, duas vezes com Roberto Jeff erson (PTB) e com os sena-dores Francisco Dornelles e Ciro Nogueira, para tratar da troca no comando do PP.

Esquenta Aécio passa o

fi m de semana em São Paulo, cumprindo ritual de “imersão” pilotado por Fernando Henri-que Cardoso antes do evento de amanhã em que falará aos tucanos paulistas.

De oposição? Eduardo Cam-pos tem 2% no Datafolha entre os que acham o governo Dilma ótimo ou bom, e vai a 12% junto aos que o avaliam como ruim ou péssimo.

Faxina A recém-criada Con-troladoria Geral do Município promove força-tarefa para apurar denúncias de desvio de conduta de servidores nas 31 subprefeituras paulistanas. Desde a semana passada, nove casos foram denunciados e três resultaram em prisões de suspeitos.

Espólio Embora Gilberto Kassab negue que a iniciativa tenha seu consentimento, o PSD prepara balanço crítico dos cem primeiros dias da gestão de Haddad. Aliados do ex-prefei-to querem demonstrar que o congelamento de recursos do Orçamento prejudicou obras.

Via rápida 1 O governo fe-deral festeja o primeiro balanço

dos contratos fi rmados por meio do polêmico Regime Diferencia-do de Contratações. Desde que adotou o modelo, a Infraero reduziu em 63 dias a duração dos procedimentos, sobretudo nas obras voltadas para a Copa do Mundo e a Olimpíada.

Via rápida 2 Entre 2010 e 2013 foram homologadas 23 concorrências com prazo médio de 144 dias. Nos casos em que o recurso do RDC foi usado, 17 processos tiveram homologa-ção em 81 dias.

DNA A lista encaminhada pela Justiça Federal a Dilma para vaga no STJ (Superior Tribunal de Justiça) tem na segunda co-locação o juiz Ítalo Mendes, do TRF da 1ª Região. Ele é primo do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

E aí? Membros do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) esperam que Joaquim Bar-bosa proponha investigação de conduta dos conselheiros Tourinho Neto e Jorge Hélio, após apontar “conluio” entre juízes e advogados. Dizem que o corregedor do órgão, Francisco Leitão, não tem prerrogativa para isso.

Mãos à obra

Contraponto

O mineiro Walfrido Mares Guia tem o hábito de escrever em pedaços de papel quando traça prognósticos políticos e econômicos, sempre de maneira assertiva. Depois, no entanto, guarda essas análises para si.

Em 2002, fez um gráfi co em que o tucano Eduardo Azeredo ultrapassaria Itamar Franco nas pesquisas em setembro e se reelegeria governador de Minas. Ia guardando o papel quando o então presidente da Federação das Indústrias de Minas, Robson Andrade, o interceptou:

– Walfrido, posso fi car com esse papel?Abertas as urnas, Itamar venceu Azeredo.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Margem de erro

Tiroteio

DE EDUARDO GRAEFF, ex-secretário-geral da Presidência nos governos de FHC, sobre as últimas medidas do governo federal para conter a alta da infl ação.

Daqui a pouco a presidente vai caçar bois no pasto, levando Sarney na garupa. Com tanta popularidade, fi scais da Dilma não vão faltar.

O mistério central do cristia-nismo é o da encarnação do Verbo, que supõe a experiência de um Deus Trindade. Jesus é a Palavra do Pai que se fez carne. Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, ele entrou na história humana. A Paixão e Morte de Jesus mostram que esse mis-tério foi vivido até as últimas consequências, isto é até a mor-te, destino de todo ser humano que nasce neste mundo.

Na Semana Santa os fiéis que partilham a fé católica celebram esse mistério na liturgia e nas devoções. Procissões, represen-tações dos últimos momentos da vida de Jesus, vias sacras, atraem multidões. Contempla-mos então um espetáculo que exprime o drama vivido pela humanidade como um todo e por cada um de nós em parti-cular. Nessa memória apare-cem traição, tortura, violência desmedida, condenação de um inocente, mentira, acusações falsas, indiferença, sadismo, uma amostragem daquilo de pior que a humanidade produz, mas também, solidariedade, perdão, momentos de profun-da comoção.

Mesmo para quem não acre-dita no valor salvífico e re-dentor da morte de Jesus, a solidariedade com este homem que assumiu as dores de todos renova sentimentos bons e pro-pósitos de mudança de vida. Ao mesmo tempo ver e contemplar o sofrimento de Jesus recorda que esse sofrimento continua na vida dos seres humanos, e se torna muitas vezes quase in-suportável, na doença, na fome, nas situações de violência, nos abusos, nas traições. Jesus po-dia ter fugido de tudo isso, e o Evangelho nos conta que o

demônio o tentou a fazer isso. Podia ter escolhido o caminho fácil do milagre, do espetáculo e do poder. Mas não quis, pois não seria humano. Seguiu o caminho da cruz, amou os seus até o fim, foi solidário, foi simplesmente um homem.

A partir de Jesus tudo o que é humano ganha um novo sentido, e se torna participante do divi-no. O caminho para um mundo melhor, o caminho para a paz, e mesmo para conquistas mate-riais e espirituais duradouras é o de Jesus. Ir até o fim na missão, assumir a condição humana sem reservas, ser solidário. Antes de iniciar o caminho do calvário Jesus fez dois gestos que se tornaram sinal e sacramento para os que nele creem. Primeiro lavou os pés dos que estavam com Ele. O serviço desinteres-sado e solidário será sempre sinal de humanidade vivida em seu sentido mais profundo. De-pois abençoou o pão e o vinho transformando-os em alimento que gera comunhão entre os que partilham a vida.

Num tempo em que as re-ligiões correm o risco de se tornarem supermercados da fé, ou pior ainda, formadoras de pessoas violentas na linguagem e até nas ações, a Cruz aponta para um Caminho que é Vida e Verdade. Olhemos para o cruci-ficado, não tenhamos medo do seu forte apelo. O caminho de Jesus é este: de condição divina, não se apegou ciosamente a sua igualdade com Deus, mas assumiu a condição humana até o fim, por isso seu Nome está acima de todo nome. Esta semana é santa, porque é ra-dicalmente humana. Tão huma-na que se torna manifestação do divino.

Dom Sérgio Eduardo [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Dom Sérgio Eduardo

CastrianiArcebispo Metropo-

litano de Manaus

Num tem-po em que as religiões correm o risco de se tornarem supermerca-dos da fé, ou pior ainda, formadoras de pessoas violentas na linguagem e até nas ações, a Cruz aponta para um Caminho que é Vida e Verdade. Não tenhamos medo do seu forte apelo”.

Amou até o fi m

Olho da [email protected]

Água mole tanto bate até que marca presença em qualquer paisagem. E nessa paisagem de água a infância busca o prazer de ser e estar que, para os adultos, signifi ca apenas necessidade (quando falta) e transtorno (quando excede). Mas a água nunca é a mesma que recebe a criança, nem a criança é a mesma que mergulha nesse sonho líquido.

JOEL ROSA

Foi uma arbitrariedade. Não precisava disso. Apenas um pequeno grupo permanecia no prédio. Eles me pediram dez

minutos para fazer uma dança de despedida, quando os PMs entraram. Vou analisar imagens e talvez entre com uma

representação pedindo a responsabilidade da polícia

Daniel Macedo, defensor público federal, critica a ação da Polícia do Rio de Janeiro contra os índios que

ocupavam área no entorno do Maracanã, onde um museu indígena será destruído para a construção de um estacio-

namento para a Copa do Mundo.

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Page 5: EM TEMPO - 24 de março de 2013

MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013 A5PolíticaFALA POVO“Acho uma boa ideia porque a coisa mais chata é votar, assim a gente já faz tudo só de uma vez, mesmo que sejam sete candidatos”.

Emile Souza, 37 artesã

“Deixa como está, vai de-morar mais se juntar aquele monte de gente na hora de vo-tar. Vai ser mais trabalho, Deus me livre”.

Valmir São Bento, 44, vendedor

“Acho que melhora, pois aí você procura estudar mais o candidato para não fazer tanta besteira na hora de votar”.

Sandra da Silva Mendes, 49, ven-dedora ambulante

“Para mim piora, dá margem para que as pessoas esqueçam o que candidatos de certa legenda fez de ruim”.

Mikellem Almeida, 23, estudante de jornalismo

“Vai virar uma bagunça total, muita gente não dá conta nem de votar em dois candidatos, imagine em um monte deles”.

Iane Uterres, 24, inspetora de qualidade

Qual sua opinião sobre a unificação das eleições municipal e estadual?FOTOS: DIEGO CAJÁ

Unificação de eleições ganha adesões no AM Projeto que propõe a realização de uma única eleição no país deve passar por votação no Congresso já no mês que vem

A União Nacional dos Le-gisladores e Legislati-vos Estaduais (Unale) está em mobilização

para que a proposta da uni-ficação das eleições municipal e estadual seja votada pelo Congresso Nacional. Trinta e duas propostas sobre o assunto estão em tramitação no Con-gresso, mas o que deve entrar em votação entre os dias 8 e 10 de abril é a proposta da Unale, de autoria do deputado federal Henrique Fontana (PT-RS). Se a unificação for aprovada, o eleitor irá votar para os car-gos de presidente da República, senador, governador, deputado federal, deputado estadual, pre-feito e vereador a cada cinco anos, mas existem divergências entre parlamentares sobre os benefícios da unificação.

No Amazonas, o deputa-do estadual,Francisco Souza (PSC) é o coordenador da Co-missão Especial da Unificação das Eleições, ligada à Unale. Na semana passada, o deputado Francisco Souza anunciou a criação de uma frente de mobi-lização pela realização de elei-ções simultâneas, majoritárias e proporcionais. Souza disse que no momento a proposta da União dos Legisladores é con-solidar a campanha nacional de unificação e, posteriormen-te será colocada em discussão os prazos para que as eleições sejam realizadas.

“Considerando que a propos-ta pode ser incluída na votação da reforma política no Congres-so estamos ainda trabalhando em ‘velocidade regular’, pois a Unale não vai entrar no mérito de prazos, não queremos con-flitar com as matérias do Con-gresso. A mobilização é para motivar o Congresso a votar, dentro da reforma política, a unificação”, explicou.

O deputado afirmou ainda que, dependendo do que vier a acontecer no Congresso Nacio-nal nos próximos dias, ele pre-tende realizar audiências públi-cas na capital e no interior do Estado para debater a proposta de unificação. “O Amazonas tem uma grande força constitucio-nal, aqui no Estado já estou sonhando com um milhão de assinaturas”, destacou.

Segundo a assessoria de co-municação da Unale, se a pro-posta não for votado em abril, a instituição fará uma grande mobilização nacional para que o Congresso Nacional coloque a proposta em votação. A propos-ta ainda não é um projeto de lei e somente o será quando as as-sembleias legislativas de todo Brasil recolherem assinaturas para a aprovação do projeto. A coleta de assinaturas para a aprovação do projeto da Unale só deve começar em abril.

O EM TEMPO falou com alguns parlamentares da bancada do Amazonas e a maioria se demonstrou fa-vorável à proposta da Una-le. Para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), o Brasil deve passar pela experi-ência da unificação, entre outros fatores, pela ques-tão econômica, tendo em vista que com a unificação os parlamentares tendem a ficar mais concentrados em suas demandas de tra-balho do que nas alianças partidárias e demais atri-buições que tiram o foco da atuação política.

“Eu concordo com a pro-posta. Claro que haverá um pouco de dificuldade para o eleitor, pois votará em sete candidatos, mas é uma ex-periência interessante para o Brasil. Se não der certo voltamos a fazer como é hoje”, argumentou.

O deputado federal Fran-

cisco Praciano (PT), con-sidera que os custos de uma eleição a cada cinco anos é muito menor, mas alerta que candidatos mais regionais podem ser es-quecidos. “Considero essa uma proposta inteligente. Só lamento porque entre o presidente da República e vereador há uma distância enorme e no voto o eleitor acabará priorizando o pri-meiro, desvalorizando quem está na base”, opinou.

Para o deputado fede-ral Henrique Oliveira (PR), o país perde produtividade durante o período eleitoral, por isso apóia a proposta. “Para se ter um exemplo, a presidente Dilma já come-çou a se organizar, a sentar e falar sobre eleições, então o período eleitoral toma mui-to tempo dos parlamenta-res. Com a unificação essas coisas têm chance de ser enterradas”, especulou.

Visão dos parlamentares

O petista José Ricar-do defende a unifica-ção com o intuito de que os mandatos sejam cumpridos na íntegra, no entanto, ressalta a importância de que o assunto seja submetido a uma ampla discussão. Para o deputado, além da unificação também é importante colocar na pauta de discussões o financiamento público de campanhas.

“Só assim os manda-tos seriam cumpridos, mas deve se discutir muito mais isso, pois não podemos continuar com um quadro onde candi-datos são eleitos pela população para exercer um cargo e depois dei-xam para assumir secre-tarias”, destacou.

Para o deputado es-tadual Fausto Souza, líder do PSD na Aleam, a unificação é também uma forma de ajudar na questão de logística no Amazonas. “Uma elei-ção a cada cinco anos ajudaria nas estratégias dos tribunais eleitorais do Brasil. Acho uma boa iniciativa”, concluiu.

Mandatos terão que ser cumpridos

Com a eleição unificada, a tendência é que os custos dos tribunais eleitorais de todo o país sejam diminuídos consideravelmente

RICARDO OLIVEIRA

SARA MATOSEquipe EM TEMPO

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Page 6: EM TEMPO - 24 de março de 2013

A6 Política MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013

Viagens de Mercadante com Dilma são mistério

Tem provocado falatório a presença do ministro Aloi-zio Mercadante (Educação) nas viagens internacionais da presidente Dilma, mesmo naquelas onde isso não faz sentido, como a entronização do papa. Político amante dos holofotes, ele aproveita para se transformar em “papa-gaio de pirata” ofi cial por-que disputará o Senado ou o governo de São Paulo, em 2014. E ainda sonha com a Presidência, em 2018.

Custo secreto“A presidente tem a prer-

rogativa de escolher quem a acompanha”, diz a assessoria de Dilma, sem citar o custo-Mercadante nos passeios.

Faturou bemSó nas viagens com Dilma

mundo afora durante o ano de 2012, Aloizio Mercadante faturou quase R$ 40 mil em diárias. E teve tudo pago.

Projeto de poderPara o senador tucano Ál-

varo Dias, o ministro Merca-dante “prioriza seu projeto de poder, e ignora as mazelas da educação no Brasil”.

Próxima eleiçãoO líder do PPS, deputado

Rubens Bueno (PR), acha que o governo só pensa em fazer propaganda e na próxima eleição: “É lamentável”.

Planalto manterá ‘pa-drão’ de luxo em viagens

É bom que o respeitável contribuinte se acostume: a Presidência da Repúbli-ca considera “normal” os quase R$ 400 mil gastos oficialmente com a viagem de Dilma e 52 assessores a Roma para ver o papa e manterá o “padrão” ante-rior, de divulgar convidados

oficiais e omitir nomes e funções de “equipes de apoio” que a coluna tentou em vão obter – seriam médi-cos, seguranças, cerimonial e tripulação etc.

PatriotasUm desconhecido proces-

so administrativo define os “apoios”, que o Itama-raty subscreve sem ques-tionar, claro, nem divulga. Só paga.

No controleA Presidência garante que

o relatório de gastos da via-gem são remetidos aos “ór-gãos de controle internos”, e mantidos em sigilo.

Padrão EnemA assessoria de Dilma es-

correga no português tam-bém: “os custos totais relati-vos à hospedagem (...) foi (sic) de 125 mil, 990 euros.”

Passou em brancoO PSDB anda tão ator-

doado que até agora, cinco meses depois da eleição, nem sequer promoveu um ato em Brasília, como fazia antes, para homenagear os gatos pingados que elegeu em al-gumas capitais.

Com lupaO papel do ministro Pau-

lo Bernardo (Comunicações) em uma área que não é a dele, propaganda ofi cial, tem sido monitorada pela oposição. Tem a ver com a escolha de agências, principalmente do Paraná, para operar contas que somam mais de R$ 1,5 bilhão em estatais.

Meta 2014O PP planeja apostar na

eleição de governadores em 2014. Os nomes mais co-tados são Rebecca Garcia (AM), Ciro Nogueira (PI), Ivo Cassol (RO), Benedito de

Lira (AL), Alberto Coelho (MG) e Ana Amélia (RS).

Pizzaria PlanaltoInvestigado no Itamaraty

por assédio moral no consu-lado-geral em Sidney (Aus-trália), o embaixador Amé-rico Fontenelle passa férias em Brasília até o início de abril. Não seriam saudades do Cerrado...

Conclave tucanoO deputado Paulo Abi

Ackel (MG) diz que a esco-lha do candidato do PSDB ao governo mineiro “é quase um conclave”. Mas deve ser o deputado tucano Marcus Pestana, o preferido do se-nador Aécio Neves.

Popó gostouO deputado Popó (PP-BA)

não seguirá o exemplo do colega Tiririca (PR-SP), quer continuar na política: “Aqui eu trabalho pelo social. Estou bem, estou gostando e vou tentar a reeleição”, disse.

Secura boaNa atual secura de dinhei-

ro, boa notícia para o Piauí foi a instalação de um grupo privado espanhol interessa-do na mineração no Estado. Obra do superintendente da Sudene, Paes Landim.

Mais uma multaO senador Cristovam Bu-

arque (PDT-DF) quer multar os pais que deixam de ir a reuniões nas escolas dos filhos. Aos que reclamam da falta de tempo, o senador dá de ombros: “Que convença o chefe”.

Bendito sejaO papa Francisco ope-

rou o primeiro milagre: a inesperada presença de Dil-ma na missa no Rio pelos mortos nas enchentes da região serrana.

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

“Ele está mais próximo que muitos que estão conosco”

EDUARDO CAMPOS (SPB) sobre José Serra (PSDB), seu mais recente amigo de infância

PODER SEM PUDOR

Microfone indiscretoFrancelino Pereira governava Minas e, ao inau-

gurar energia no interior, convidou dois de-putados da região, Israel Pinheiro Filho e Humberto Souto, que mais tarde virou ministro do TCU. Em Tocandira, Israel se empolgou, lembrando no discurso que era fi lho e neto de governadores e foi muito aplaudido. Ao chegar sua vez, Souto disse que não era fi lho nem neto de governadores, mas “fi lho da região”, sentindo-se em casa “no meio desse povo sofrido”. Foi ainda mais aplaudido. Enciumado, Israel comentou com Francelino:

- Ele é filho da p(*)!, né, governador?O microfone estava ligado, Souto quase teve um enfarte e a

multidão explodiu numa sonora gargalhada

Governador de Pernambuco, Eduardo Campos, então aliado da presidente Dilma, disse ter mais afi nidades com Serra

Campos em desalinho com a presidente Dilma Rousseff

Uma semana depois de ter se encontra-do com José Serra (PSDB) em São Paulo,

o governador de Pernambuco Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, afi rmou que tem mais afi nidades políticas do que divergências com o tucano. “Esse campo em que Serra sempre militou é muito mais próximo do nosso campo político do que muita gente que está conosco e que esteve co-nosco na base de sustentação do presidente Lula. Todo mun-do sabe disso”, afi rmou ele.

Em entrevista, Campos dis-se que o mais importante é a capacidade de dialogar. “Dialogar não signifi ca aderir à posição das pessoas, dia-logar signifi ca civilidade, hu-mildade para saber que suas posições podem melhorar na medida em que se aceita a ponderação dos outros e isso nós fi zemos”, argumentou.

A aproximação de Campos com Serra, em mais um lance para pavimentar a candidatu-ra do pernambucano à Presi-

dência em 2014 deixou tanto tucanos como petistas inquie-tos. Indagado se a conversa com Serra traria desconforto à boa relação que mantém com senador Aécio Neves (PSDB-MG), que também pretende disputar a Presidência no ano

que vem, Campos minimizou. “O próprio Aécio vai encon-trar Serra esses dias”, afi r-mou, voltando a explicar as afi nidades que o aproximam de Serra, de quem foi colega, como governador, quando o tucano governou São Paulo. “Ele (Serra) foi muito amigo

do meu avô (Miguel Arraes), eu sempre tive boa relação com Serra, o próprio presi-dente Lula sabe disso, que sempre tivemos uma porta de conversa”, amenizou.

Tarso contesta CamposO governador do Rio Grande

do Sul, Tarso Genro (PT), afi r-mou que Campos faz uma “re-visão da história” ao dizer que há mais afi nidade com José Ser-ra do que com integrantes da base aliada ao governo federal. Tarso participou em Brasília do lançamento da candidatura do deputado federal Paulo Teixeira (SP) à presidência do PT.

“Há uma distância enorme entre as propostas dele (Ser-ra) para o país e o sistema de alianças que dá suporte a essas propostas. Ele esteve junto com o Democratas, com a direita conservadora, com toda a centro-direita do país, por-tanto, uma constatação como essa é quase uma revisão da história recente do país que não pode ser aceita”, declarou o governador petista.

A visita da presidente a Pernambuco na próxima semana deve ser marcada por uma plateia tão dividida quanto o palanque. Essa vai ser a primeira viagem da presidente da República ao Estado desde que o nome do governador Eduardo Campos foi lançado como provável adversário dela nas eleições do ano que vem. Na manhã de segunda-feira, Dilma vai até Serra Talhada (a 415 km do Recife) para inaugurar 20% de adutora que deverá levar água do rio São Francisco a

400 mil moradores de Per-nambuco e da Paraíba.

Também assinará ordem de serviço de uma barra-gem de R$ 42 milhões e entregará retroescavadeiras e ônibus escolares a prefei-tos. A Prefeitura de Serra Talhada, administrada pelo PT, está divulgando a visita com carros de som e por meio de sindicatos rurais. Na segunda-feira, vai deixar dis-poníveis dez ônibus para levar a população ao evento. Do outro lado, o PSB local está espalhando pela cidade 20

faixas com agradecimentos ao governador socialista.

O partido também solici-tou aos prefeitos aliados de cinco municípios vizinhos que mobilizem a população para aplaudir o governador. Cam-pos negou que haja mal-estar em dividir o palco com Dilma em meio ao acirramento da pré-campanha. “Terei muito gosto de fazer uma caloro-sa recepção para ela”, disse. Pesquisa CNI/Ibope divulga-da nesta semana mostrou que a presidente tem 85% de aprovação no Nordeste.

Dilma vai dividir palanque

ATIVIDADESDilma Rousseff irá inau-gurar adutora que vai levar água do rio São Francisco a moradores de Pernambuco e da Paraíba. Ela também as-sinará ordem de serviço para construção de uma barragem

Até o momento Campos era tido como nome forte para compor a base da presidente Dilma

DIV

ULG

AÇÃO

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Page 7: EM TEMPO - 24 de março de 2013

MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013 A7Com a palavra

Uma arreca-dação con-sistente, um orçamento equilibrado e controle de gastos resultam em equilíbrio orçamen-tário. Tem sido esse o propósito do governo do Amazonas

Titular de um das pas-tas mais importantes do governo Omar, a Secretaria de Estado

da Fazenda (Sefaz/AM), Afonso Lobo, em entrevista exclusiva ao EM TEMPO, se posicio-na firmemente na defesa da manutenção dos benefícios da Zona Franca de Manaus (ZFM) e fala de maneira cla-ra sobre o assunto que tem preocupado os amazonenses nas últimas semanas. O eco-nomista também opina sobre reforma tributária e afirma que a guerra fiscal entre os Estados federados foi benéfica até aqui. Natural de Humaitá (a 777 km da capital), Afonso é funcionário de carreira da Sefaz e um exemplo de que a meritocracia existe no serviço público, tendo em vista que gal-gou vários postos até chegar à liderança da secretaria.

EM TEMPO - Volta e meia surgem discussões em torno do modelo Zona Franca de Manaus (ZFM) e posiciona-mentos contra e a favor do pólo. Existe a possibilidade de criação de uma medida definitiva que ponha fim a essa insegurança sobre a manutenção do modelo econômico?

Afonso Lobo - A ZFM tem seus incentivos baseados, prin-cipalmente, no Imposto de Im-portação (II) e no Imposto so-bre Produtos Industrializados (IPI), no âmbito federal, além do ICMS, no âmbito estadual. De acordo com a Constituição os impostos federais (II e IPI) são impostos regulatórios da economia (de natureza extra-fiscal), portanto, podem ser alterados por simples decreto do Poder Executivo. Da mesma forma, os benefícios fiscais do ICMS incidem principalmente nas operações interestaduais, cujas alíquotas podem ser alte-radas por simples resolução do Senado. Destas duas situações decorre a fragilidade do mo-delo. De qualquer forma, uma área de incentivos fiscais com dificuldades logísticas e longe dos mercados consumidores só é competitiva se houver vantagens tributárias sobre os demais Estados, portanto, é muito difícil estabelecer uma “medida definitiva” para evitar a indesejada insegurança.

AE - Como sentiríamos

na prática a unificação do ICMS? Quais são as suas implicações (benefícios e perdas) para o Brasil e o Amazonas?

AL - O mercado consumidor

das regiões Norte, Nordeste e

Centro-Oeste é pequeno, por-tanto, grande parte do que é produzido nestas regiões se destina às regiões Sul e Su-deste. Atualmente as vendas dessas regiões são tributadas pelo ICMS a 12% e os Esta-dos remetentes têm margem para dar benefícios fiscais para atrair empresas para seus ter-ritórios, renunciando grande parte desta tributação. Com a unificação das alíquotas interestaduais do ICMS para 4% (em substituição a 12%) a margem para concessão de benefícios fiscais é reduzida drasticamente, dificultando a atração de empresas por este mecanismo, de forma que Estados que se utilizam da guerra fiscal tenderiam a perder empresas incentivadas, empregos e competitividade. Outro aspecto que vai ser afetado é a arrecadação de ICMS. Mesmo se não houvesse migração de empresas, o pre-juízo seria para os Estados que possuem atualmente balança interestadual favorável (ven-dem mais do que compram), embora o governo federal ace-ne com a criação de fundos de compensação das perdas de receita durante a transição. No caso do Amazonas, em razão do seu reduzidíssimo mercado consumidor, a perda seria nos dois aspectos, tanto de competitividade como na perda de arrecadação.

ET - Qual seria o cená-

rio mais pessimista para o Amazonas se ocorrer à unificação do ICMS?

AL - O Amazonas ficar sub-metido à regra geral, que esta-belece alíquota de 4% em todas as operações interestaduais. Nesta situação, os setores in-dustriais que têm tributação federal baixa (informática e celulares) perderiam competi-tividade e, talvez tivessem que transferir suas plantas para os grandes centros consumido-res, com perdas de empregos e diminuição das atividades eco-nômicas que dependem destas empresas. Além disso, haveria uma redução significativa da receita tributária do Estado, especialmente daquela ar-recadada com as operações interestaduais de saída da ZFM. De acordo com estu-dos do Ministério da Fazenda e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a perda do Amazonas na ba-lança interestadual do ICMS passaria de 76%.

ET - Como o senhor vê a

guerra fiscal entre os Es-tados? Existe algum ponto positivo nessa questão?

AL - A guerra fiscal foi um instrumento eficaz de atração de empresas, especialmente no Nordeste e no Centro-Oes-

te, uma vez que as empresas pagavam ou pagariam mais impostos no Sul e Sudeste. Foi positiva para diminuir as desigualdades regionais, uma vez que levou atividade eco-nômica para as regiões mais pobres do Brasil. No entanto, à medida que o modelo foi se tornando amplo, com conces-são de benefícios fiscais até por Estados do Sul e Sudeste a atração de empresas para as regiões menos desenvolvidas ficou mais difícil, transforman-do a instalação de empresas no Brasil em um verdadeiro leilão de incentivos, com perda geral de arrecadação para o conjun-to dos Estados. No caso do Amazonas, que possui a ZFM, a guerra fiscal produz impactos consideráveis, especialmente quando os incentivos fiscais são concedidos por Estados do Sul e Sudeste que possuem e estão próximos dos grandes mercados consumidores.

ET - Como a questão dos

royalties vai impactar a eco-nomia do Amazonas?

AL - A nova distribuição dos royalties impactaria po-sitivamente na economia do Estado à medida que eleva-ria a arrecadação estadual, e por consequência o repasse aos municípios amazonen-ses, que se beneficiariam de compensações financeiras que antes eram exclusivas dos Estados produtores. No entanto, como houve a sus-pensão temporária da nova regra não haverá mudança na situação por enquanto.

ET - Há algum tempo, na contramão da maior parte do país, o governador Omar Aziz anunciou um pacote de obras até 2015. O que nos favorece? Por que quan-do o Brasil está passando por dificuldades, o PIB não cresce como o esperado, ainda assim o Amazonas consegue crescer?

AL - Em primeiro lugar, o Amazonas é um Estado pou-co endividado e isso é muito importante. Tem uma dívida pequena em relação ao seu potencial de endividamento e produto interno bruto (PIB). Imagine que o PIB do Amazo-nas é R$60 bilhões e a dívida do Estado é de R$ 3 bilhões. Outra coisa, temos um potencial de endividamento de duas vezes a receita corrente líquida, algo em torno de R$ 18 bilhões, mas só devemos R$ 3 bilhões. Por conta disso, estamos fazendo algumas operações de crédito que possibilitam a realização de investimentos como mo-notrilho, Arena da Amazônia e Prosamim. Além disso, temos investimentos realizados com repasses do governo federal, como por exemplo, o recapea-

mento do Distrito Industrial, anéis viários e a avenida das Flores. Também contamos com recursos do tesouro es-tadual. Somando tudo isso, estamos conseguindo levar a efeito uma série de obras de infraestrutura que facilitarão a vida da população e dos investidores das empresas de Manaus e do interior. Uma arrecadação consistente, um orçamento equilibrado e con-trole de gastos resultam em equilíbrio orçamentário.

ET - O que seria uma re-forma tributária justa? O senhor concorda com uma reforma fatiada e que o Senado arbitre as soluções em benefício dos Estados? O senhor não acha que essa reforma fatiada vai dividir os Estados em blocos (ga-nhadores e perdedores)?

AL - Uma reforma tribu-tária justa seria aquela que conseguisse um equilíbrio, de forma que as regiões menos favorecida pudessem, a médio e longo prazo, atingir um grau de desenvolvimento suficiente para dar qualidade de vida a seus habitantes, embora, por questões políticas e econômi-cas seja muito difícil chegar a um acordo tão amplo. Por esta razão e pelas fracassadas ten-tativas anteriores, o governo federal resolveu apenas pro-mover alterações pontuais no sistema tributário, a exemplo das alterações da tributação da folha de pagamento e da mitigação da guerra fiscal en-tre os Estados, com a redução das alíquotas interestaduais do ICMS, que é competência privativa do Senado Federal. Não é a solução ideal, mas acho que é o que é possível fazer neste momento.

ET - Na sua opinião, qual

seria a melhor forma de renegociar a dívida dos Es-tados? O senhor concorda com a alteração da Lei de Responsabilidade Fiscal?

AL - A Lei de Responsabili-dade Fiscal para conter o super endividamento dos Estados e municípios brasileiros, que ocorreu entre 1980 e 1990, estipulou a impossibilidade de refinanciamento das dívi-das contraídas com o governo federal. A alteração do artigo 35, assim como a mudança do índice de correção IGP-DI pelo IPCA, reduziria, - na atu-al conjuntura econômica -, a taxa de juros real, permitindo que os Estados e municípios que precisem de mais recursos obtenham os financiamentos com encargos menores. O Amazonas vem cumprindo o pagamento da dívida dentro dos prazos legais, mas uma al-teração nesse sentido também beneficiaria o Estado.

Afonso LOBO

Estado com PODER E EM CRESCIMENTO

O Amazonas é um Es-tado pouco endividado e isso é muito impor-tante. Tem uma dívida pequena em relação ao seu potencial de endivi-damento. O produto in-terno bruto do Amazo-nas é de R$ 60 bilhões e a dívida do Estado é de R$ 3 bilhões

IZABEL SANTOSEquipe EM TEMPO

FOTOS: DIEGO JANATÃ

A nova distribuição dos royalties impactaria positiva-mente na economia do Estado à medida que elevaria a arrecadação estadual e, por conse-quência, o repasse aos municípios

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A8 Política MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013

Câmara decidirá sobre permanência de FelicianoAté a próxima terça-feira, 26, a Câmara se posicionará em definitivo quanto a permanência do pastor Marco Feliciano

O presidente da Câ-mara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse

que o impasse em torno da eleição do deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias se tornou “insustentável” e que vai tomar uma decisão definitiva até a próxima ter-ça-feira (26).

Durante a semana, Alves fez um apelo ao pastor Fe-liciano para que renunciasse ao cargo. O presidente da Câmara também se reuniu com o líder do PSC, deputado André Moura (SE) e o primei-ro-vice-presidente do parti-do, pastor Everaldo Pereira, para tratar do assunto.

“Criou-se um clima de radi-calização que esta casa não pode aceitar. Esta casa tem que primar pelo equilíbrio, pela serenidade, objetividade e pelo trabalho parlamentar e, do jeito que está, se tornou insustentável. Eu asseguro que isso será resolvido até terça-feira da semana que vem”, disse Henrique Alves.

Segundo Alves, o assun-to, agora, passou a ser de responsabilidade não apenas da própria comissão como

também do presidente da Câmara. “A Comissão de Direitos Humanos, pela sua importância, não pode ficar nesse impasse. Espero que, até no máximo terça-feira, nós tenhamos uma decisão sim. Agora, passou a ser tam-bém a responsabilidade do presidente da Câmara dos Deputados”, enfatizou.

Na segunda reunião da co-

missão sob o comando de Feliciano, os manifestantes intensificaram os protestos e conseguiram impedir os tra-balhos. Feliciano é alvo de protestos de grupos defenso-res dos direitos dos homos-sexuais e dos negros por ter publicado nas redes sociais comentários ofensivos con-tra gays e negros.

INSUSTENTÁVELO presidente da Câ-mara fez um apelo ao pastor Marco Feliciano para que deixe a pre-sidência da Comissão de Direitos Humanos, alegando ser insusten-tável a permanência dele no cargo

Desde fevereiro, quando o PSC escolheu a CDH, Feliciano se tor-nou alvo de protestos nas redes sociais e na Câmara. Veio à tona a ação penal que enfren-ta no Supremo Tribunal Federal (STF) por este-lionato. Também surgi-ram vídeos com trechos de cultos na sua igreja. Em um deles, ele pede a senha do cartão de um fiel. Veio à tona também a contratação pelo seu gabinete de pastores da sua congregação.

A primeira sessão presidida por Felicia-no foi marcada por gritos, manifestações, palavras de ordem e troca de acusações. Entre as palavras de ordem ditas pelos ma-nifestantes estava “ô, a ditadura voltou”.

Protestosdurante as sessões

Deputado disse que não vai renunciar à presidência da Comissão, mesmo com todos os protestosD

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[email protected] MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013 (92) 3090-1045Economia B2 e B3

Custos com as domésticas vão dobrar no AM

ARQUIVO EM TEMPO/GEOVANNA CONSENTINI

Preço da farinha tem alta de 350% no EstadoSegundo pesquisa da AAM, a saca de 60 quilos do produto pode ser encontrada por até R$ 450 no Amazonas

Alimento tradicional na mesa do amazonense, a farinha de mandioca está sendo vendida a

preço de “ouro” no Estado. O valor do produto disparou 350% desde o ano passado, com a saca de 60 quilos sendo encontrada hoje por até R$ 450 no atacado.

No varejo, quem ainda qui-ser obter o produto não paga menos de R$ 7,50 por quilo e pode ter que desembolsar até R$ 10 pelo item. Os dados foram levantados este mês pela Associação Amazonen-se de Municípios (AAM) junto com o Instituto de Desenvol-vimento Agropecuário e Flo-restal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) em nove sub-regiões do Estado.

O estudo revela que o preço médio da saca de 60 quilos da farinha de mandioca é de R$ 211 no Estado. O menor preço é de R$ 180, encontrado pela pesquisa em Barreirinha, região do Baixo Amazonas. O maior valor foi verifi cado em Fonte Boa, no triângulo forma-do pelos rios Jutaí, Solimões e Juruá, onde a saca chegou a R$ 300, ou seja, 41,8% acima da média estadual.

A principal razão apontada pelo Idam para o preço médio estar acima do normal foi a diminuição da oferta do produto, resultado do período de cheia dos rios ocorrido ainda no ano passado, que atrapalhou o plantio para a safra deste ano. Em outras palavras, os produtores não se recuperaram da enchente de 2012.

Entre os motivos para a escalada do preço da farinha, o gerente de apoio à produção vegetal do Idam, Pedro Jorge Benício, acrescenta a condi-ção climática desfavorável do Estado nos últimos qua-tro meses. “Nesse intervalo registramos o maior período de seca e a maior cheia no nível dos rios. Somado a esse fator, temos o fato de o Nordeste, principal polo abastecedor do Amazonas, também passar por período longo de seca. Sem oferta, o produto só tende a encarecer”, detalha.

CapitalEm Manaus, o presidente

da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, calcula que a variação de preços em 1 ano foi de 266,6%. O preço médio verifi cado no atacado da ca-pital amazonense passou de R$ 90 para R$ 330.

Para o varejo, a alta foi de 275%, passando de R$ 2 para R$ 7,50, o quilo. Segundo Muni Lourenço, o que vai determi-nar se o preço da farinha re-gional vai continuar subindo, tanto na capital quanto no resto do Estado, será a cheia deste ano. “Quanto maior a cheia, mais impacto negativo isso representará na produção rural, principalmente em rela-ção às culturas produzidas nas áreas de várzea”, enfatiza.

JULIANA GERALDOEspecial EM TEMPO

PREÇOS PRATICADOS NOS MUNICÍPIOS DO AM

Região Município Preço da Farinha (R$)*Alto Solimões Atalaia do Norte 200Triângulo Jutaí/Solimões/Juruá Fonte Boa 300Purus Canutama 160Juruá Guajará 130Madeira Borba 235Alto Rio Negro Santa Isabel do Rio Negro 200Rio Negro/Solimões Careiro 250Médio Amazonas Nova Olinda do Norte 250Baixo Amazonas Barreirinha 180

*SACA DE 60 KG.FONTE: PESQUISA DA AAM.

Para evitar danos, a orien-tação é a que os produtores iniciem a colheita das cultu-ras de ciclo curto nas áreas de várzea, onde as águas estão próximas, para apro-veitar o máximo possível a produção, antes de a área vir a fi car submersa. “Esta-mos acompanhando, junto a outros órgãos, a questão da cheia deste ano. Se continu-ar acelerada, vamos pleitear eventuais prorrogações de

vencimento de parcelas de fi nanciamento rural de pro-dutores atingidos pela cheia e concessão de linhas de crédito especiais”, afi rma o presidente da Faea, Muni Lourenço.

Dados Conforme levantamento

do Idam, o consumo médio anual de farinha no Amazo-nas é de 58 quilos per capita. “Qualquer produto que te-

nha esse nível de consumo, causa impacto grande na renda familiar”, destaca o gerente de apoio a produção vegetal do Idam, Pedro Jorge Benício.

Segundo o instituo, a cultura da mandioca no Amazonas emprega 63 mil famílias no Estado. A área plantada compreen-de 83,6 mil hectares e a produção chegou a 208 toneladas em 2012.

Medidas para evitar prejuízosEm outros municípios

não abordados pela pes-quisa a situação parece ser ainda pior. O diretor do Sin-dicato Rural de Parintins, Werner Corrêa da Gama, informou que a saca na re-gião é comercializada por R$ 280, ou seja, bem acima da média encontrada no levantamento e 115,4% a mais frente ao preço da saca no mesmo período do ano passado (R$ 130).

Para a população, o fras-co (dois litros do produto) não sai por menos de R$ 10. Neste caso, o acréscimo foi de 150% em relação aos R$ 4 pagos pelo parintinense em março de 2012.

Werner conta que a man-dioca está sendo retirada com oito meses de an-tecedência, já que o mês normal para a colheita seria novembro e não fi -nal de março. “Como está em falta, os produtores se veem forçados a colher mandioca para abastecer

o mercado”, justifi ca.A presidente Cooperati-

va Mista Agropecuária de Manacapuru (Comapem), Eliana Medeiros, aponta que no município de Anori, dados passados por pro-dutores rurais ligados a cooperativa mostram que a saca chega a R$ 450. Segundo ela, o preço mais em conta encontrado pró-ximo a Manacapuru foi R$ 280, o que signifi ca uma variação e 60,7% nos preços. “A Farinha virou comida para gente rica”, critica.

A dirigente conta que na enchente de 2012 os produtores perderam até as sementes, salientando que o processo de recu-peração foi lento. “Nossa perspectiva é que o preço se mantenha alto no próximo ano. O período de chuvas já começou e com ele as cheias, e nós não estamos passando por um período de equilíbrio”, relata.

Situação é pior no interior

Vendido a preço de “ouro”, quilo da farinha não é encontrado por menos de R$ 7,50 no varejo, valor considerado abusivo por quem aprecia o produto regional

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B2 Economia

Custos com domésticas vão dobrarConforme projeção do Corecon-AM, gastos para manter empregadas nos lares de Manaus subirão quase 100% caso seja aprovada a Proposta de Emenda à Constituição que dá à categoria os mesmos direitos de funcionários em regime celetista

Quando aprovada em defi nitivo pelo Con-gresso Nacional, a Proposta de Emenda

à Constituição (PEC) vai pratica-mente dobrar os custos atuais com as domésticas em Manaus. Conforme cálculos do Conselho Regional de Economia do Ama-zonas (Corecon-AM), os gastos com todas as obrigatoriedades que o empregador passará a ter com a nova emenda terá um acréscimo de 98%.

O presidente do Corecon-AM, Marcus Evangelista, explica que, além dos encargos que antes não eram obrigatórios, como o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que somados agregam 46% a mais nas despesas, os patrões terão que pagar também férias e o dé-cimo terceiro salário. Segundo ele, na ponta do lápis, se tomar por base um salário mensal médio de R$ 700, o emprega-dor passará a desembolsar em torno de R$ 1.386 para manter alguém para cuidar da casa. “Os custos vão facilmente dobrar com as domésticas na capital amazonense”, afi rma.

A PEC das Domésticas ainda tramita no Congresso Nacional, porém ela ganhou impulso ao ser aprovada em primeiro turno no Senado, semana passada. Antes de começar a valer, a proposta precisa passar por nova votação na Câmara dos Deputados, onde a lei poderá ser aprovada sem a sanção presidencial.

Com a entrada em vigor da emenda, as domésticas vão passar a ter os mesmos direi-

tos de um funcionário de em-presa contratado com carteira assinada em regime celetista. Com a legalização, todos os empregadores de domésticas do país serão obrigados, entre outros deveres, a recolher o FGTS, cuja alíquota será fi xada em 8% do salário base, além de controlar a jornada de trabalho que passa a ser de no máximo oito horas diárias, totalizando 44 horas por semana.

ExpectativaA empregada Janete Arirama

começou a trabalhar aos 16

anos e dedicou quase metade da vida à profi ssão. Ela está atenta às novidades e aguarda a apro-vação da emenda para poder gozar dos benefícios que virão com a sanção da nova lei. “As patroas não nos respeitavam. Por diversas vezes trabalhei até mais tarde. Não parava para al-moçar, comia pouco e tinha que fi car limpando. Sem perguntar se eu podia, ela me fazia esperar além do horário. Esses abusos (no trabalho) aconteceram em várias ocasiões. Antes não sabia o que era hora extra, porém agora já sei o que é”, conta.

Esses abusos (no trabalho) aconte-ceram em várias ocasiões. Antes,

não sabia o que era hora extra, porém

agora já sei o que é

Janete Arirama, empregada doméstica

Apesar dos avanços, diversas dúvidas ainda precisam ser esclare-cidas na relação entre empregados e empre-gadores caso a nova lei seja aprovada. Entre os pontos obscuros estão o controle das horas trabalhadas, pagamen-to das horas extras e o adicional noturno, direi-tos que passam a ser obrigatórios para as do-mésticas que dormem na casa do patrão.

Com aumento ex-pressivo nas despesas, trabalhadores temem que possam ocorrer demissões em massa ou mesmo perdas dos vínculos que as do-mésticas tinham com as patroas. “A minha patroa disse que vai me contratar, mas terei que esperar três meses con-forme a lei. Enquanto a situação melhora para mim, algumas amigas foram avisadas que se-rão demitidas assim que essa lei passar a valer”, revela Kelly Ta-tiane Rodrigues, que há pouco tempo atua como doméstica nas residên-cias da capital.

Temor de demissões em massa

Para donas de casa, PEC das Domésticas vai onerar os gastos das famílias de classe média

Como toda lei tem sua polêmica, a PEC das Domés-ticas não passou imune às divergências. A presidente da Associação de Donas de Casa do Amazonas (Adcea), Elizabete Maciel, apesar de entender que a medida é necessária, ressalta que é preciso observar todos os pontos que implicam nes-sa nova proposta. “Agora

muitas famílias de classe média terão que dispensar os serviços das domésticas porque não poderão arcar com todos os gastos. Ter uma empregada doméstica em casa será para quem pode”, avalia.

Para o economista Rai-mundo Leão, a relação entre os patrões e empregados ganhará salto de qualidade

com a emenda, pois ela as-segura direitos a uma clas-se historicamente rejeitada pelos brasileiros. “A apro-vação dessa lei será um divisor de água em diversos lares do Brasil. Uma nova percepção cultural começa a surgir. A relação entre empregado e empregador não será mais a mesma”, frisa o especialista.

Proposta desagrada as patroas

ARQUIVO EM TEMPO/GIOVANNA CONSENTINI

BRUNO MARZZOEspecial EM TEMPO

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013 B3

Na semana passada, por inicia-tiva da professora Nádia Ferreira, da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SDS), e do econo-mista Pedro Falabella, da Afeam, a agência de fomento regional, o governo estadual retomou o proje-to de qualificação profissional e in-serção das populações carcerárias no processo produtivo, certamente o melhor e mais eficaz mecanismo de reintrodução deste segmento marginalizado no cotidiano proati-vo da sociedade. A convocação da Afeam é emblemática e estratégi-ca, pois se trata de uma instituição rigorosamente especializada em cadeias, em suas conotações pro-dutivas, bem entendido, aquelas que produzem, libertam e promo-vem a prosperidade social. E o trabalho desta agência tem sido alvo de reconhecidos acertos. Da-dos do próprio governo, do Idam, órgão de assistência técnica das atividades do setor primário, mos-tram que em 2010 o número de projetos financiados pela Afeam na área de crédito rural era 3,4 vezes maior do que o número de projetos financiados pelo Banco da Amazônia – essa instituição longín-qua da expectativa ribeirinha de crédito e mudanças - e mais de 27 vezes maior do que o número de empreendimentos financiados pelo Banco do Brasil. Como os produtores no Amazonas são, em sua absoluta maioria, de pequena estatura financeira, os projetos com os quais a Afeam trabalha são de valor médio pra baixo, mas de extrema capilaridade regional e eficácia social. Isso significa que 90% dos seus recursos dão suporte para micro e pequenos empreendedores/produtores, no-tadamente do chamado beiradão, as comunidades municipais que vivem às margens dos rios. A média de um crédito da Afeam em 2012 ficou em torno R$ 15.300, mas teve

operação de crédito a partir de R$ 200, para financiar, por exemplo, equipamento e combustível para comunidades de pescadores.

Nesta semana, a discussão da reforma fiscal trouxe mais um alvoroço à economia do modelo Zona Franca de Manaus e des-piu, como de praxe, a fragilidade da estrutura local de negócios e sua absoluta dependência do viés político e sucedâneos eleitorais. A dependência fiscal da caneta. O questionamento do modelo, para não variar, veio da Fazenda pau-lista, cujo titular desferiu o ataque fatal, costumeiramente irônico e cercado de intenções encobertas, sobre o tamanho da isenção fiscal de R$ 20 bilhões/ano, a segunda maior do país, e dos apenas 100 mil empregos gerados no Polo Industrial de Manaus. A argu-mentação é maldosa e falaciosa, posto que é desta economia que sobrevivem as populações ribei-rinhas, e muitas das atividades dos municípios que se inserem na Amazônia Ocidental, benefi-ciários dos incentivos da ZFM. Apesar disso, os privilégios fiscais não eximem o modelo de repen-sar suas contradições, sobretudo à luz da disparidade econômica injusta e anômala entre capital e interior, seus indicadores socioe-conômicos e de desenvolvimento humano. Esse repensar necessa-riamente se projeta e se remete ao leque generoso de oportuni-dades que o interior abriga e que se põe à espera de mecanismos para um racional aproveitamento. A possibilidade efetiva de uso sustentável de sua imensurável riqueza se torna razão de cons-trangimento na contemplação da paisagem de exclusão e pobreza ora reinante. Comparativamente ao volume de recursos envolvidos no faturamento do Polo Industrial, são discretos, apesar de vitais e

emergenciais na dinamização da economia, os valores necessá-rios ao estímulo das potenciais cadeias produtivas locais, do gua-raná, da fruticultura regional, do extrativismo sustentável (açaí, óleos vegetais, castanha, borra-cha, piaçava), do pescado (manejo de recursos pesqueiros). Há uma consciência ambiental saudável, pautada no acatamento ao defeso no sentido que extrapola ao ciclo de repovoação da fauna aquática. O defeso é atitude consciente da defesa atávica dos nativos que se estende ao bioma como um todo, como fator de sobrevivência da natureza e das pessoas que com ela interagem.

Foi observando o cotidiano dos ribeirinhos – nunca é de-mais lembrar - que o professor Samuel Benchimol, referência maior da socioeconomia regio-nal, apresentou há mais de duas décadas – no fórum da Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, o conceito amazônico de sustentabilidade: um paradig-ma de desenvolvimento que seja economicamente viável, ecolo-gicamente adequado, politica-mente equilibrado e socialmente justo. O acerto da economia da castanha, das fibras vegetais, a perspectiva de reativação do lá-tex e demais arranjos produtivos comprovadamente bem-sucedi-dos, propiciam um modelo de desenvolvimento, que descreve o conjunto das cadeias produti-vas recomendadas e financiadas pela Afeam: eis um caminho novo, seguro e comprovado de inserção das populações ribei-rinhas, num patamar digno e justo de prosperidade, e que só depende de ações arrojadas de aposta e cumplicidade geral, que não permitem mais titubeios nem protelações.

Alfredo MR Lopes [email protected]

Alfredo MR Lopes

Filósofo e ensaísta

A possi-bilidade efetiva de uso susten-tável de sua imensurável riqueza se torna razão de cons-trangimento na contem-plação da paisagem de exclusão e pobreza ora reinante”.

Cadeias produtivasCustos com domésticas vão dobrar

Uma vez aprovada a PEC das Domésticas, os novos direitos estão garantidos a todos os empregados que trabalham pelo menos três dias por semana em um mesmo lar. Quem trabalha sem carteira deve solicitar ao patrão que regularize a situação.

Assim que a lei começar a valer e a jornada de tra-balho for definida, o pa-gamento de horas extras já deverá ser computado. Outras alterações, como o pagamento de FGTS, adicional noturno, auxí-lio-creche, salário-famí-lia, seguro-desemprego e contra acidentes, ainda dependerão de regula-mentação posterior, que definirá valores e quem deverá pagar - se patrões ou o governo.

Com a nova lei fica estabelecida uma jornada de trabalho de 44 horas semanais, ou seja, oito ho-ras por dia. Caso o horário seja extrapolado, fica as-segurado o pagamento de horas extras. O valor rece-bido no final do mês só vai aumentar se o empregado trabalhar horas além da jornada.

Os trabalhadores que es-tiverem em seus postos de

trabalho a partir das 22h irão receber adicional no-turno. O valor da hora extra trabalhada corresponde ao valor da hora normal mais metade do valor dessa hora (50%).

Para quem recebe um salário mínimo, o valor da hora normal é de R$ 3,85, enquanto a hora extra cus-tará R$ 5,78. Para calcular

a hora normal, basta dividir o valor bruto do salário pela carga horária mensal.

Porém, a PEC das Do-mésticas precisa ser re-gulamentada para pôr em prática o que se prevê na lei. As novas regras não se aplicam às diaristas, que trabalham menos de três dias por semana em uma mesma casa.

Emenda garante direitos

NÚMEROS

44semanais é o período de trabalho das domésticas na nova lei. Acima desse horário, é hora extra

HORAS

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013

Mulheres dão o ‘tom’ na construção civil do AMConsiderado reduto dos homens, os canteiros de obras do Estado registraram aumento de 6% na mão de obra feminina

Há quatro anos, a construção civil no Amazonas experi-menta um cresci-

mento de 32,65% no número de contratações. Nesse con-texto, com 30% do total de profissionais contratados no setor, as mulheres vêm au-mentando significativamente sua participação.

Os dados, que fazem parte do Cadastro Geral de Em-pregados e Desempregados (Caged), Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM), dão conta de que as oportunidades de em-prego em aberto e a falta de mão obra masculina elevou o nível de emprego com carteira assinada para as mulheres em 5,93% em relação ao ano passado.

De acordo com a Superinten-dência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), a relação dos salários entre homens e mu-lheres passou para 85,97%, com um crescimento de 4,94% no salário delas contra 4,74% para os homens. Segundo o titular da SRTE, Dermilson

Chagas, o ramo da construção civil chama atenção do públi-co feminino devido aos altos salários pagos na atividade, razão pela qual a participa-ção das mulheres aumentou 65% na última década e vem se ampliando numa média de 20% ao ano.

Ele explica ainda que o au-mento da participação de mu-

lheres nos canteiros de obras aponta para uma atenuação em curto prazo da demanda por mão de obra qualificada e, mais do que isso, para um novo perfil da atividade his-toricamente dominada pelos homens. “As razões desse aumento passam pela neces-sidade crescente de mão de obra qualificada, maior oferta de capacitação para mulheres

na área, salários mais atra-tivos do que os domésticos e maiores possibilidades de carteira de trabalho assina-da”, comenta.

DetalhistasA sócia-diretora do Institu-

to da Construção, Mazé Ti-radentes, entende que esse crescente interesse do setor pelo público feminino é expli-cado porque normalmente as mulheres são mais criterio-sas e detalhistas nas funções que exercem. Segundo ela, a busca pela libertação social que gerou a invasão feminina nos canteiros de obras fez os empreiteiros e contratadores saírem ganhando com quali-dades inerentes às mulheres, como organização, determi-nação e persistência. “Além de tudo, as profissionais da construção civil chegam para agregar novas qualidades à rotina nos canteiros de obras, tornando os ambientes mais humanizados”, completa.

O instituto oferece, entre outros, cursos profissionali-zantes para eletricista, ges-so acartonado, instalador hi-dráulico, pedreiro assentador e revestidor, pedreiro azulejis-ta, pintor de obras e mestre de obras. A procura por cursos profissionalizantes tem crescido muito entre as mulheres amazonenses

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REMUNERAÇÃONa última década, a presença das mulheres teve um incremento de 65% na construção civil do Amazonas em função dos bons salá-rios que o setor vem pagando para as tra-balhadoras no Estado

HENRIQUE XAVIEREquipe EM TEMPO ON-LINE

O novo perfil da constru-ção civil deverá significar em forte mudança para o nível de concorrência de merca-do em relação às mulheres. Pelo menos este é o enten-dimento do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazo-nas (Sinduscon-AM), Eduar-do Lopes.

Segundo ele, as empresas do setor em Manaus já es-tão totalmente adaptadas com a presença feminina

nas obras. Lopes explica ainda que o jeito feminino de lidar com a argamassa e com a espátula é bem mais cuidadoso e preciso, princi-palmente no revestimento de paredes externas. “Os car-gos mais procurados pelas empresas do setor exercidos pelas mulheres são de azu-lejista, hidráulica, mestre de obras, ajudante-geral (rejun-te), auxiliar de engenharia e auxiliar de almoxarifado, entre outros. Essa mão de

obra é bem-vinda ao setor que há muito deixou de ser avesso à entrada das mu-lheres”, enfatiza.

CrescimentoDados estimados do Sin-

duscon-AM apontam tam-bém que, do universo de trabalhadores do setor na capital amazonense, algo entre 25% e 30% são mu-lheres. A construção civil emprega em torno de 80 mil pessoas no Estado.

Setor amplia presença feminina

A procura das mulheres pelos canteiros de obras não está relacionada ape-nas com salários mais al-tos e melhores condições de trabalho. Elas querem também mostrar maior independência em relação aos homens.

A universitária Adriane Vasconcelos, 18, é uma dessas mulheres. Estudan-te de engenharia civil, ela revela que o boom pelo qual passa o setor no Estado

foi o que mais atraiu para a escolha da atividade no canteiro de obras. “Não foi algo aleatório. Sempre fui atenta à profissão e quero me especializar nela. Real-mente me encontrei nessa profissão”, ressalta.

Dados Números oficiais do Mi-

nistério do Trabalho apon-tam que Manaus é um das capitais em que a presença das mulheres na constru-

ção civil mais avançou em todo o país. Em pouco me-nos de dez anos, a parti-cipação feminina no setor ultrapassa os 650%.

Ainda segundo o Ministé-rio, o número das operárias pulou de 200, no ano 2000, para 1,5 mil, em 2008. Atualmente, aproximada-mente 2 mil mulheres re-bocam paredes, carregam tijolos e misturam cimento nos canteiros de obras da capital amazonense.

Mulheres buscam independência

Entre os cargos mais procurados por “elas” está o de mestre de obras e de ajudante-geral

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B5Economia MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013

Cursos de direito terão ‘tolerância zero’ do MECRígido controle do Ministério da Educação (MEC) já provocou o fechamento de 100 cursos de direito em todo o país

O ministro da Educa-ção, Aloizio Merca-dante, anunciou a suspensão de 100

novos cursos de direito, cujos pedidos de autorização trami-tam na pasta e a criação de um rígido sistema de avaliação da qualidade do ensino jurídico, a ser construída em conjunto com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que vai resultar no fechamento de dezenas de faculdades e vestibulares da área no país. “Vamos fechar muitos cursos. A política do bal-cão acabou. Não haverá mais jeitinho e a tolerância será zero com quem não tiver qualidade”, avisou o ministro.

Existem no Brasil, hoje, 1,2 mil cursos de direito - com 800 mil alunos matriculados, seis vezes mais que os 200 existentes há vinte anos. Das 220 mil novas vagas oferecidas, apenas 162 mil estão ocupadas.

“Há uma ociosidade de 25% na oferta e não há porque abrir novos cursos”, explicou o ministro. Ele ressaltou que a má qualidade do ensino fica demonstrada no elevado índice de reprovação de candidatos ao exame da OAB, que atin-giu o recorde de 93% este ano. “O MEC não vai ficar

assistindo esse absurdo sem agir. Há necessidade urgente de mudar esse padrão, essa política de expansão sem limites”, enfatizou.

A nova política regulatória vai incluir a valorização do estágio profissional, hoje con-siderado um “faz de contas”, segundo Mercadante, com a

criação dos campos de prática. “O estágio agora será avaliado, rigoroso e pra valer”, disse. O sistema de avaliação para fins de fechamento de cursos terá duas vertentes. Uma deriva da metodologia usada pelo MEC para avaliação dos cursos em geral, como o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), que este ano será ado-tada na área de humanidades, incluindo o direito.

Pelas novas regras do Ministério da Educação não haverá “jeitinho” e a tolerância será zero com quem não tiver qualidade

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OCUPAÇÃOAtualmente existem no Brasil 1,2 mil cursos de direito, com 800 mil alu-nos matriculados, seis vezes mais que os 200 existentes há vinte anos. Das 220 mil novas va-gas oferecidas, apenas 162 mil estão ocupadas

Os cursos que tiraram no-tas abaixo de 3 no Enade, num ciclo de quatro anos, serão punidos com a suspensão e impedidos de aplicar novos vestibulares, conforme expli-cou o ministro da Educação.

Entre estes, os que tiverem uma trajetória de notas ne-gativas ficarão proibidos de reabrir em caráter definitivo. Já os que tiraram nota 1 e 2, mas evoluíram, poderão ser reabertos, “se apresentarem

um bom projeto que mostre que estão superando suas deficiências”, ponderou.

Outra forma de punição prevista no acordo inclui a análise dos aprovados no exa-me da OAB. Ou seja: os cursos

que, de forma contumaz, não aprovam seus alunos no exa-me da Ordem, também serão fechados. O ciclo de avalia-ção da área de humanidades, já implantado na de ciências exatas, começa este ano.

Cursos com notas abaixo de 3 serão punidos

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B7 MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013 País

Técnica é econômica, pois é feita com os resíduos da produção de suco e a um custo menor que da cachaça feita da cana

Bagaço da laranja é usado na produção de cachaça

Uma pesquisa desen-volvida na Universida-de Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara

resultou na produção de cachaça a partir do bagaço da laranja. A bebida fica bem mais barata que o aguardante de cana, pois utiliza os restos da produção de suco Também não perde em qualidade e, por isso, já foi requisitado o pedido de patente para que em breve possa ser comercializada.

Os testes foram feitos no Centro de Pesquisa da Cacha-ça instalado há cerca de dois anos na Unesp em Araraquara. Produtores desse setor foram convidados a experimentar o novo produto e aprovaram. A ideia surgiu a partir das próprias indústrias de suco que, assim como as cervejarias, buscam alternativas para as sobras de suas produções.

O estudo teve à frente o pro-fessor João Bosco Faria, que montou uma equipe e coordenou a pesquisa. A principal maté-ria-prima desse aguardente é o líquor da laranja, ou seja, o sumo proveniente do bagaço da fruta. Nas indústrias esse ma-terial geralmente é descartado, sendo parte dele algumas vezes usada como complemento em ração animal.

De acordo com o professor, o líquor é uma alternativa vantajo-sa em relação à cana-de-açúcar por diversos fatores. Ele cita como exemplo a sazonalidade da safra de cana, que faz com que a produção de cachaça seja possível somente durante um período máximo de seis meses. Já o bagaço da laranja pode ser armazenado garantindo um

produção contínua durante todo o ano. Quando for parar no mercado, o novo produto não poderá, no entanto, ser chamado de cachaça. Isso porque trata-se de um termo válido apenas para aguardente de cana produzida no Brasil, já que seus produtores contam com o selo de localiza-ção geográfica que impede o uso da marca. Os pesquisadores já entraram com pedido de patente da bebida feita da laranja, mas ainda não há previsão para a comercialização

RICARDO OLIVEIRA

ALTERNATIVASA ideia de transformar o bagaço da laranja em cachaça surgiu a partir das próprias indústrias de suco que, assim como as cerve-jarias, buscam alter-nativas para as sobras de suas produções

Produto será uma aguardenteUm levantamento reali-

zado durante a pesquisa aponta que caso todo o resíduo da indústria da la-ranja fosse utilizado para fazer a nova pinga, a pro-dução no país seria de um bilhão de litros por ano.

Os pesquisadores tam-bém querem patentear uma cachaça feita a partir das leveduras que sobram na produção da cerveja. Mas nesse caso a pesquisa ainda está em um estágio mais atrasado e o estu-do ainda busca aumentar a eficiência do processo. Essas leveduras, respon-sáveis por transformar o açúcar do líquor em álcool, costumam ser doadas a pequenos produtores ru-rais para servirem como adubo.

Surpresas Os testes da aguardente

foram feitos nos alambi-ques da universidade. Ela

é produzida a partir do líquor, o líquido extraído do bagaço da laranja. Após ser fermentado e destilado, o líquido se transforma em bebida alcoólica. As primei-

ras amostras não deram certo, mas os pesquisado-res descobriram que a be-bida envelhecida em tonéis de madeira, como o uísque, se torna um produto de qualidade.

“Quando o aluno me trou-xe o produto para eu ver se

tinha dado certo e ele não me falou nada eu não pen-sei que fosse aguardente, perguntei o que era e le me disse que era a nossa be-bida”, afirmou o professor e pesquisador João Bosco Farias.

Segundo o professor, a produção tem um custo menor que o da produção de cachaça envelhecida, à base de cana-de-açúcar. A principal economia da nova bebida está na matéria-pri-ma, já que o bagaço é sobra da fabricação de suco.

O produtor de cachaça artesanal Luiz Vanalli ex-perimentou e gostou do resultado. Ele, que já ex-porta a aguardente que produz para a Inglaterra, diz que basta investir em qualidade para conquistar o mercado. “Todo o pro-duto que tem qualidade e é diferenciado tem lugar no mercado brasileiro e no exterior também”, disse.

Testes do produto a partir do bagaço da laranja foram feitos no laboratório da universidade

ALAOR FILHO/AE

VANTAGENSPesquisadores estudam como tornar o negócio ainda mais vantajoso, reutilizando o produto que faz a fermenta-ção da cerveja, que também é descartado e pode servir para a fabricação da pinga

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013

Segundo relatório da ONU, só metade da população dos países em desenvolvimento tem um banheiro, latrina ou um poço séptico

40% da população mundial não tem acesso a banheiro

Passados dez anos des-de os compromissos que a ONU aprovou para melhorar a vida

dos mais pobres do plane-ta, 884 milhões de pessoas seguem sem acesso à água potável e 2,6 bilhões não dis-põem de saneamento básico nos locais em que vivem.

Um novo relatório da Or-ganização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Na-ções Unidas para a Infân-cia (Unicef) diz que, apesar desses números, os avanços no âmbito da água são cer-tamente encorajadores, com 87% da população mundial bebendo e utilizando água apta para o consumo. Por outro lado, a situação é de-cepcionante quando se trata do saneamento básico: 40% da população mundial não tem acesso a ele.

A diretora de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS, María Neira, explicou que a diferença no progresso al-cançado nas duas áreas se deve, entre outros fatores, a “razões culturais e à falta de investimento” e “de cola-boração entre os diferentes setores públicos envolvidos”. “É preciso uma mudança cul-

tural para que o saneamento seja considerado uma neces-sidade tão clara e tão óbvia como o é o acesso à água potável”, acrescentou.

Segundo o estudo, os avan-ços foram diferentes de acor-do com as regiões: um terço das pessoas que não têm acesso à água limpa vive na África Subsaariana, onde

40% da população sofre com essa situação. Já quase me-tade das pessoas que ganha-ram acesso à água desde o começo dos anos 90 está na Índia e na China.

Em relação ao saneamento, só metade da população dos países em desenvolvimento tem um banheiro, uma la-trina ou um poço séptico de

uso doméstico. Os maiores progressos nesse campo nos últimos anos foram registra-dos no norte da África e em regiões do leste e do sudeste da Ásia. “Vale a pena chamar a atenção sobre algo que é tão óbvio que quase dá vergo-nha dizer isso em 2010. Sem água potável e saneamento básico, não há nenhuma base de saúde pública que possa se desenvolver. Se não aca-barmos com essa situação, nunca vamos arrancar esses povoados da pobreza”, disse Neira.

Segundo os resultados do relatório, o mundo alcançará o objetivo do Desenvolvimen-to do Milênio de cortar pela metade o número de pessoas sem acesso à água potável em 2015, mas fracassará em fazer o mesmo em relação aos serviços de saneamento.

A “boa notícia” é que a prática de defecar ao ar livre, considerada a mais perigosa do ponto de vista higiênico, está em declínio no mundo inteiro em termos percentu-ais, embora tenha aumentado em números absolutos. Se em 1990 era uma prática de 25% da população mundial, hoje essa taxa se situa em 17%. ONU declarou ser decepcionante a situação de 40% da população mundial sem saneamento básico

DIVULGAÇÃO

RETROCESSOPelos cálculos da Or-ganização das Nações Unidas, 2,6 bilhões de pessoas não dispõem de saneamento bási-co nos locais em que vivem e 884 milhões não têm acesso a água potável

Israel retoma diálogo com TurquiaO primeiro-ministro de Is-

rael, Binjamin Netanyahu, informou nesta semana que o Estado judaico reto-mou as relações diplomá-ticas entre os dois países, que estavam em baixo perfil desde 2010. A relação foi prejudicada após a mor-te de nove turcos em um ataque a um dos barcos da chamada Flotilha da Liber-dade, que pretendia levar ajuda humanitária à faixa de Gaza.

Em comunicado, Ne-tanyahu disse que enviou pedido de desculpas ao pre-sidente turco, Abdullah Gül, pelos erros que levaram à morte dos ativistas e pro-meteu uma compensação financeira. Mais tarde, o premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que a Tur-quia aceitou o pedido de desculpas.

No telefonema, Erdogan disse a Netanyahu que va-loriza a “forte amizade de centenas de anos e a co-operação entre as nações turca e judaica”, segundo o governo turco.

A ligação entre Ne-tanyahu e Erdogan foi confirmada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em nota divulgada minutos após deixar Israel. No documento, o america-no disse que a retomada ajudará os dois países a enfrentar desafios e opor-tunidades.

“Os Estados Unidos va-lorizam profundamente nossas parcerias estreitas com a Turquia e Israel, e damos grande importância para a restauração de re-lações positivas entre eles, a fim de promover a paz e a segurança na região”, declarou Obama.

APÓS 3 ANOS

Mapa mostra o ataque israelense a turcos em águas internacionais

DIVULGAÇÃO

A operação militar que cau-sou o rompimento foi em 31 de maio de 2010. A Flotilha da Liberdade pretendia romper o embargo imposto desde 2006 à faixa de Gaza, que é controlada pelo grupo ra-dical palestino Hamas, para entregar mantimentos aos palestinos. Enquanto nave-gava pelas águas internacio-nais do mar Mediterrâneo, foi interceptada por militares de Israel. O Estado judaico sus-peitava que a embarcação levasse armas ao território

palestino e que os ativistas eram militantes do grupo ra-dical libanês Hizbollah, o que não foi confirmado.

A interceptação provo-cou uma série de movimen-tos do governo turco para diminuir as relações com Is-rael, que era um dos poucos países de maioria islâmica que mantinha relações com o Estado judaico no Oriente Médio. Ainda em 2010, os turcos diminuíram o corpo diplomático em Tel Aviv em represália.

‘Liberdade’ queria furar bloqueio

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[email protected] MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013 (92) 3090-1041

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Diferentes, mas adoráveisCrianças portadoras da Síndrome de Down mostram, ao lado de seus pais, que podem superar suas limitações e contribuir para um lar feliz, superando todos os medos gerados pelo desconhecimento de como lidar com a situação

O nascimento de um fi -lho é aguardado com toda ansiedade e ex-pectativa pelos pais,

que não esperam nada menos do que a “criança perfeita”. Porém, a vida prega algumas “pegadinhas” e sustos de vez em quando, e quando alguns desses bebezinhos abrem os olhos, nasce um ser humano especial, literalmente. Foi as-sim com Vânia Lopes, 30, mãe do pequeno Mateus Lopes, 2, que apesar de ter feito todos os exames solicitados durante o pré-natal, levou um susto quando foi informada que o fi lho era portador da Síndrome de Down.

“Soubemos somente depois que o Mateus nasceu. Nada apontou que ele tivesse algo, então foi um verdadeiro susto em todos, pois não sabíamos como lidar com aquele bebezi-nho”, disse. Passado o primeiro impacto, Vânia se recompôs e foi procurar se informar melhor sobre a síndrome com outras mães e médicos. “Além do im-pacto inicial, fui informada de que a síndrome não é uma doença, porém pode levar a pessoa a ter problemas cardí-acos e neurológicos. Meu maior medo era ele desenvolver essas doenças”, explica

Frequentando a escola “Vida”, há um ano, Mateus já obteve alguns avanços, se-gundo a mãe, que percebeu o desenvolvimento do menino ter progressos, em vários as-pectos, como o relacionamen-to com outras crianças. Vânia verifi ca que antes o menino brincava com outros peque-nos, mas também brigava. Agora está mais socializado, não briga e tem vários amigui-nhos. “Em casa, a gente pensa em fi car protegendo, tratando como bebezinho, mas depois que começou na escolinha está mais independente. Ele aprendeu a comer sozinho, por exemplo”, constata. Entre-tanto, Vânia lamenta que as escolas não tenham professo-res qualifi cados para atender crianças “diferentes”, apesar de já existir uma lei que obriga as instituições de ensino a receberem essas crianças.

Uma história que vai do luto à lutaPai da pequena Stephanie

Agostinho, 12, Omar Maia fundou há dois anos a Asso-ciação de Pais e Amigos do Down Amazonas (Apadam), para ajudar outros pais com a troca de informações sobre a síndrome. “O motivo da criação da associação foi a falta de conhecimento sobre o assunto e a necessidade de muitas pessoas terem informação. O

principal objetivo da Apadam é melhorar a qualidade de vida e proporcionar maiores opor-tunidades para pessoas com Síndrome de Down”, explicou.

De acordo com Omar, algu-mas pessoas falam que quem tem um fi lho com a síndro-me vai do “luto à luta”. Mas, ele adianta que a família não teve tempo para passar por essa situação, pois a preo-

cupação maior era que ela tivesse saúde. “Nossa maior fonte de informação era a internet”, disse.

Segundo ele, justamente a quase nulidade de informa-ções, foi o que levou Stephanie a não realizar muitos trata-mentos nos primeiros anos de vida. Omar recorda que a menina não realizou sessões com fonoaudiólogos, terapias

ocupacionais e outras ativi-dades, que agregadas possi-bilitam maior independência. “Há quatro anos tivemos que levá-la para um tratamento em São Paulo, por causa de um tumor no ouvido, o que pode acontecer com os portadores da síndrome. Porém, como não sabia nada a respeito, não percebemos o que estava acontecendo”, diz.

A criança frequenta a es-cola Sonho Infantil há quatro anos com crianças comuns e, apesar das difi culdades, con-segue acompanhar. “Ela tem um pouco de difi culdade, pois na primeira escola não faziam acompanhamento correto e, por isso, atrasou o desenvol-vimento”, explica.

CHRIS REISEquipe EM TEMPO

RUTH JUCÁ/DIVULGAÇÃO

DIV

ULG

AÇÃO

Carinho e acompanhamento são essenciais para as famílias que possuem fi lhos portadores da síndrome de Down, os quais têm habilidades extraordinárias

Crianças com Síndrome de Down podem agir como qualquer criança comum, com o auxílio e o amor de seus fami-liares

Página C8

Quem tem medo do caramujo?

(Continua na página C2)

ARQUIVO EM TEMPO/MICHEL MELLO

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013

Associação busca recursos para começar a funcionarSem poder receber verbas oficiais, a Apadam apenas utiliza trocas de experiências para melhor auxiliar quem tem a síndrome

Atualmente a Asso-ciação de Pais e Amigos do Down Amazonas (Apadam)

funciona na residência de Omar Maia e não pode re-ceber nenhum recurso do go-verno ou prefeitura, ou mes-mo participar de projetos, pois para receber apoio tem que ter, a princípio, uma sede própria. “Por causa disso, somente estamos realizan-do reuniões para trocarmos experiência entre os pais e deixamos de dar atendi-mento terapêutico, que é uma das nossas finalida-des”, lamenta.

Uma das lutas de Omar é mostrar que a síndrome não é uma doença e as crianças portadoras são absoluta-mente normais. “É impres-sionante como Stephanie, por exemplo, é carinhosa, amorosa e também extrema-mente inteligente. Ela tem uma enorme facilidade de memorizar coisas, o que me surpreende”, constata.

ExpectativaEle explica ainda que

existem no Brasil 300 mil

pessoas com Síndrome de Down e que, atualmente, a expectativa de vida é maior, chegando a ser acima dos 50 anos. “Por isso, a aten-ção deve ser bem maior com os portadores da sín-drome”, disse, completando que em muitas situações a maioria das pessoas, ainda

tem ideias estigmatizadas e preconceituosas.

De acordo com Felipe Augusto, procurador do Ministério Público Federal (MPF), atualmente a igual-dade tem que ser formal para equiparar direitos de igualdade. “A igualdade contempla o direito de ser diferente”, conclui.

CHRIS REISEquipe EM TEMPO

Uma sessão especial para lembrar o Dia Internacional das Pessoas com Síndrome de Down, que foi comemo-rado no dia 21 de março, foi realizada na manhã da última sexta-feira (22), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Diversas entidades, como a Apadam, a Associação Pestalozzi do Amazonas, Associação de Pais e Amigos dos Excepcio-nais (Apae), Conselho Munici-

pal das Pessoas com Deficiên-cia (Conede), Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Seas) e Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), estiveram presentes.

A data foi reconhecida em novembro de 2011 pela Orga-nização das Nações Unidas (ONU), após iniciativa do go-verno brasileiro. A Síndrome de Down é uma alteração genética produzida pela pre-sença de um cromossomo a

mais, o par 21.De acordo com pesquisas,

ocorre um caso a cada 650 ou mil recém-nascidos. Além disso, 85% dos casos ocorrem com mães com menos de 35 anos. No Brasil, estima-se que nasçam cerca de 8 mil bebês por ano, com a síndrome. Com o avanço da medici-na, o portador tem cada vez maior expectativa de vida e atualmente é comum pesso-as chegarem a 70 anos.

Sessão especial marca data

Com a utilização de recursos, a Associação de Pais e Amigos do Down Amazonas poderia encontrar reforço para seu trabalho

RUTH JUCÁ/DIVULGAÇÃO

Estamos realizando reuniões para tro-

carmos experiências entre os pais e dei-xamos de dar aten-dimento terapêutico, uma das finalidades

Omar Maia, fundador da Apadam

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C3Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013

Amazonas entra na elite da ciência e da tecnologiaProjetos de estudantes amazonenses mostram talentos locais para a criação de soluções para problemas do dia a dia

Que tal um equipa-mento capaz de revolucionar a en-genharia marítima,

protegendo principalmente aqueles que frequentam as praias brasileiras? Ou então um dispositivo que facilita a lei-tura e escrita para portadores de deficiência visual? Esses são dois projetos reais que, além de muito criativos, levam o selo de respeito à vida e com foco na sustentabilidade.

Essas duas criações foram desenvolvidas no período de um ano pelos notáveis Rafael Oliveira, 17, e Nadson Caval-cante, 17, ambos ex-alunos do ensino médio técnico do Instituto Federal do Amazo-nas/Campus Manaus Distrito Industrial (Ifam/CDMI), locali-zado na avenida Danilo Areosa, 1672, Distrito Industrial, Zona Leste de Manaus.

Com o apoio da instituição e do professor de automação de eletroeletrônicos do Ifam, Diego Câmara Sales, os dois garanti-ram reconhecimento nacional e internacional na área de en-genharia e ciência, colocando o Amazonas no ranking de cria-ções inovadoras no campo da tecnologia no ano de 2012.

De acordo com Diego, o pro-jeto é uma iniciativa que visa reunir as melhores ideias dentro da sala de aula. “A disciplina de controladores, é uma discipli-na técnica onde os alunos irão aprender uma tecnologia que hoje é atual, a tecnologia dos microprocessadores que são componentes aplicados hoje em dia em celulares e notebooks. E com isso eu implementei, em conjunto com os alunos e disci-plina, o projeto que dura todo o ano letivo, ou seja, de fevereiro a dezembro”, explicou.

“No início, nós dividimos a sala em grupos e pesquisamos um assunto que pudéssemos desenvolver e trabalhar com problemas em sala de aula, ten-tando resolver com uso da en-genharia”, descreveu Câmara.

VisãoMotivado a ajudar pessoas

com deficiência visual a terem

uma qualidade de vida melhor, Rafael trabalhou em uma cria-ção intitulada “Dispositivo de Auxílio Educacional para Defi-cientes Visuais”, capaz de faci-litar a leitura e a comunicação em geral voltado às pessoas com limitações parciais ou to-tais da visão.

“Boa parte do equipamen-to que eu desenvolvi foi com material reciclado que recolhi de uma empresa que já havia descartado, no caso aproveitei a caixa e os leds. Além disso, desenvolvi um aplicativo que roda em sistema Android, no celular, que possibilita a in-teração com o equipamento. Ao todo gastei R$ 450 com a criação, sendo que pesquisei dispositivos similares em ou-tros países, e o mais barato não sai por menos de 25 mil euros”, destacou.

“A pessoa com deficiência visual poderá escrever e ler em braile, pois cada botão desse dispositivo representa um rele-vo em braile. No caso do celular, ele pode digitar e o texto ser convertido para português, de-pendendo da adaptação pode ser vice e versa”, disse. “Durante a pesquisa, conversei com algumas pessoas que pos-suem algum tipo de deficiência e muitos deles me falaram que a busca pela independência é o que eles mais almejam”.

“Um dos motivos para eu criar esse dispositivo foi a de-ficiência visual da minha avó, que ficou com complicações por conta do diabetes, então é algo que carrego comigo desde os sete anos de idade. Quando o professor nos incentivou a fazer o projeto, foi a oportuni-dade que tive para desenvolver a ideia”, relatou Rafael.

Praias seguras e todo o seu perímetro monitorado. Esse foi o objetivo de Nadson quando criou e apresentou o projeto “Rede de Senso-riamento de Embarcações: Uma garantia de proteção aos banhistas”, uma criação genuinamente local.

Formado por um conjunto de equipamentos que inter-liga sensores posicionados no motor da embarcação, sensores na praia e uma base de monitoramento, o equi-pamento é capaz de parear e até fazer o desligamento automático de uma embar-cação que eventualmente invadisse a área destinada

a banhistas.“Eu comparo a situação

das praias com as ruas das cidades, onde barcos seriam os carros, o jet ski seria a moto e os pedestres seriam banhistas, e penso que a segurança deve ser a mesma”, pontuou.

“Tudo começou com o aci-dente que aconteceu no ano passado no litoral paulista, quando um jet ski atrope-lou uma criança na praia. Daí pensei o que poderia ter sido feito antes para ter salvado essa vida, pois tanto lá como aqui em Ma-naus acontecem acidentes similares”, relembrou.

Um monitoramento seguro

Os dois projetos partici-param de importantes mo-vimentos de Ciência Tecno-logia e Inovação (CT&I). No caso de Nadson, o mesmo foi contemplado com o 2º lugar na Feira Nordestina de Ciência e Tecnologia (Fe-necit) realizada no Recife (PE) com o projeto “Liberat Animas” (Salva Vidas) e o 3º lugar na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) com o Prêmio Ma-rinha do Brasil de Mentali-dade Marítima promovida no Estado de São Paulo em 2012, cujo movimento estimula a participação de jovem cientista, que todo ano realiza na Universidade de São Paulo uma grande mostra de projetos.

Com a projeção nacio-nal, o projeto de senso-riamento de embarcações

recebeu excelentes críticas da Marinha do Brasil, além de reconhecimento com o certificado da American Meteorological Society (Sociedade Meteorológica Americana) organização que promove o desenvol-vimento e a disseminação da informação e educação política sobre a atmosfera e as ciências oceânicas e hidrológicas, destinados a profissionais e alunos.

Com a gama de possibili-dades que foram apresenta-dos pela pesquisa de Rafael, ele garantiu o 2º Lugar na categoria Social, credencial para Feira Internacional 2014, além de menção hon-rosa por contribuição à pes-quisa e inovação certificada pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo.

Reconhecimento no Brasil

Rafael Oliveira desenvolveu produto com material reciclável

LUCIANO LIMAEspecial EM TEMPO

Para desenvolver a rede de sensoriamento, Nadson Cavalcante pensou na solução para acidentes entre embarcações e banhistas

INCENTIVOCom o apoio do Ins-tituto Federal do Amazonas, Nadson e Rafael garantiram reconhecimento nacio-nal e internacional na área de engenharia e ciência, colocando o Amazonas no ranking

Nadson Cavalcante (à esquerda) e Rafael (à direita) com o professor Diego Câmara Sales, incentivador dos dois estudantes

FOTOS: JOEL ROSA

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013 C5

Com a restauração do centenário “Adolpho Lisboa”, Manaus recupera o patrimônio histórico e a autoestima MERCADÃOMERCADÃO

É impossível não se emocionar ao entrar no mercado “Adol-pho Lisboa” e ouvir o

barulho de ferramentas e ver operários em movimento, num ritmo frenético de quem tem pressa. Lacrado em para reforma em 2006, na admi-nistração do então prefeito Serafim Corrêa (PSB) o velho mercadão está fechado há oito anos. Depois de Sera-fim, veio a administração de Amazonino Mendes (PDT) – talvez o mais experiente e ousado gestor que Manaus já teve, mas, mesmo assim o mercado continuou coberto de tapume.

São oito anos entregue à própria sorte. Povoado por sapos, ratos, baratas e, acredite, sem os famosos vitrais importado de Pa-ris que foram estihaçados quando trabalhadores mal-orientados tentaram retirá-los para recompor a susten-tação de ferro fundido. É impossível não se indignar ao receber a resposta para a pergunta “onde estão os vitrais coloridos?”

Os vitrais não estão mais lá. Mas as colunas de ferro fundido, importadas da Euro-pa e fabricadas pela empresa Francis Norton, Enginers Li-verpool estão fi rmes e fortes sustentando o estiloso telhado de metal.

O Adolpho Lisboa é um dos mais fantásticos cartões-

postais de Manaus. Muitos turistas estrangeiros quando pisam em Manaus vão direto para lá. E ainda não entendem nada, por que o majestoso monumento de arquitetura inglesa está cercado de ta-pumes e completamente de-teriorado? Why?

O “Adolpho Lisboa”, que recebeu esse nome em home-nagem ao prefeito da época, que construiu uma nova fa-chada de frente para a rua dos Barés e, modesto, resolveu colocar seu nome no edifício, começou a ser construído em agosto de 1882, e só viria a ser inaugurado em 15 de julho de 1883. Trata-se de uma cópia fi el, em miniatura, do extinto mercado Les Halles, de Paris. Sua arquitetura obedece ao estilo art nouveau da época e sua estrutura exibe arma-ções grades e arcos de ferro importado da Europa.

Diante da imponência de sua arquitetura e o que re-presenta para a história da cidade, o mercadão foi tom-bado em 1º de julho de 1987 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacio-nal (Iphan).

Num festival de burocra-cia e desmandos, as obras no Adolpho Lisboa foram embargadas diversas vezes pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) e Ministério Público Federal (MPF). Mas agora, Manaus, que um dia foi chamada de “cidade sorriso”, tem moti-vo para se alegrar. É que estamos ouvindo barulho de

ferramentas e vendo mais de 80 operários em movimento, trabalhando diariamente de 7h às 18h nos cinco pavilhões do mercado. Ainda se ouve também o eco do discur-so de um recém-empossado prefeito que anunciou o que a cidade queria ouvir:

― O mercado Adolpho Lisboa será entregue ao povo no dia 24 de outubro, dia do aniversário de Manaus.

A promessa é do prefeito é Arthur Neto (PSDB), no dis-curso de posse, em janeiro de 2013. A esperança é nossa.

Para felicidade geral da aldeia, as obras do mercado “Adolpho Lisboa” avançam em ritmo acelerado. Pelo menos uma vez por semana, Arthur Neto vai lá, fi scalizar, injetar otimismo nos operários e cobrar. “O que engorda o gado é o olho do dono. É isso que estou fazendo todos os dias, para que as obras da prefei-tura, espalhadas em vários cantos da cidade avancem” . Quem o conhece, sabe que o prefeito não costuma recuar no que prometeu.

Apesar da burocracia do engenheiro responsável pela obra, contratado da Biapó, de Goiânia (GO), uma equipe do EM TEMPO conseguiu pas-sar a manhã de quinta-feira dentro do canteiro de obras do mercado Adolpho Lisboa, assessorada pela arquiteta Fabrícia dos Santos Morais. Embora o arquiteto respon-sável pela restauração seja Roger Abrahim

Fabrícia explica que as obras

estão obedecendo a cronogra-ma de trabalho e devido ao prazo curto para a reinaugura-ção, a jornada de trabalho foi amliada para mais uma hora. Agora as equipes trabalham de 7h às 18h.

― O trabalho vem sen-do desenvolvido em tempo regular. Estamos fazendo o possível e o impossível para

entregar o mercado total-mente restaurado no dia 24 de outubro – conta Fabrícia enquanto acompanha os re-pórteres aos cinco pavilhões – Central, Carne, Peixe, Tar-taruga e Pará. É claro que o pavihão Tartaruga recebeu esse nome porque em 1883, quando o mercado foi inaugu-rado, carne de tartaruga era comercializada livremente.

A construtora Biapó garante que já executou mais de 60% da obra, que deverá custar aos cofres públicos R$ 15 milhões. Já estão prontos, por exem-plo, o telhado dos pavilhões, a pavimentação interna, que interliga os pavilhões, com a iluminação cênica. Outras

áreas, no entanto, foram re-formadas agora. É o caso dos pavilhões do Peixe, Carne, Tar-taruga, Amazonas e Pará. Já no chamado Pavilhão Frontal (cuja vista dá para a rua dos Barés), que abrigará boxes e restaurantes, se encontra em fase de pintura fi nal. Também já foi concluído o calçamento com as polêmicas pedras de “lioz”, que cerca a área externa do mercado.

Falta muito pouco para que outros setores sejam concluí-dos. As paredes da fachada já estão sendo pintadas na cor original (ocre e terracota) e iluminação panorâmica insta-lada. O Pavilhão Central, que está quase pronto, abrigará 64 boxes, que trabalharão com venda de ervas e artesanatos. No corredor de entrada do mercado serão mais 16 bo-xes. Ali também, logo ao lado, está sendo feito um jardim de inverno, com direito a uma pra-cinha, bancos e lanchonete. Na parte superior do mercado, funcionarão dois restauran-tes, um em cada torre, que fi carão abertos até à noite e oferecerão um cardápio tipicamente regional.

― Como vocês podem ob-servar, estamos tendo o cui-dado de deixar os pilares à mostra, porque também são uma obra de arte em ferro, que vieram da França – explica a arquiteta. Segundo ela, o tem-po, a umidade, as goteiras, as infi ltrações destruíram muitos detalhes do estilo art noveau, mas isso está sendo pré-mol-dado para que as linhas origi-

nais sejam mantidas.― Por exemplo, as pedras

lioz de Portugal, que causaram o embargo da obra pelo Iphan, estão sendo polidas e reco-locadas no lugar de origem – explica Fabrícia, observando que as pedras são as mesmas da calçada do entorno do te-atro Amazonas. As pedras a que se refere a arquiteta são de um tipo raro de calcário originário de Portugal.

Os boxes externos, que ficam de frente para a rua dos Barés também já estão prontos e com um detalhe, todas as escadas internas fo-ram construídas em madeira no estilo das famosas esca-das “Santos Dumont”, que apresentam a extremidade de um degrau mais estreita para facilitar a escalada e evitar tropeços.

O Pavilhão da Tartaruga, que abrigará a venda de estivas em geral, já está praticamen-te pronto, com os operários polindo o piso. O Pavilhão Amazonas, que ainda está em obras, abrigará os quiosques e uma tabacaria. Ao lado do Pavilhão do Peixe funcionará uma praça de alimentação. Foi nessa área leste do prédio, que os trabalhadores desen-cavaram uma velha escada de pedra, além de encontrar moedas e cédulas do século 19. É nesse setor também, que um letreiro moldado na parede, nos alerta para a im-portância histórica do velho Adolpho Lisboa – “Mercado Público 1882. Na administra-ção do Exm. Snr. Drº Alarico

MÁRIO ADOLFOEquipe EM TEMPO

Mas de quem é a culpa para que o Adolpho Lisboa fi casse tanto tempo lacrado? De quem é a culpa para que as obras fossem suspensas, provocando a revolta de seus mais de 600 permissionários e da própria população, que tinha no mercado um agra-dável passeio dominical e uma opção mais barata de adquirir gêneros alimentícios, ervas medicinais, artesanato, frutas regionais e cereais?

O EM TEMPO ouviu o ex-prefeito Serafi m Corrêa (PSB), que interditou o Adolpho Lis-boa em 2006. Ele conta pas-so-a-passo o que provocou o lacre do mercado por mais de seis anos. Em 2000, a Sufra-ma fez um convênio com a Prefeitura de Manaus e repas-sou o valor da obra. De 2000 a 2004, apesar dos esforços, a Prefeitura de Manaus não conseguiu aprovar o projeto de restauro no Instituto do Patrimônio Histórico Nacio-nal (Iphan).

― Em 2005, eu assumi a prefeitura e aproveitamos o que tinha sido feito ante-riormente, mudamos o grupo de trabalho que tratava do assunto, foram feitos novos estudos e projetos até que, em 2006, o Iphan os aprovou –, relata Sarafa.

Em 2006/2007 foram fei-tas as negociações para que os concessionários se mu-dassem para lugar seguro. Para isso, uma feira coberta foi erguida nos fundos do próprio mercadão. A partir daí foi feita a licitação e iniciada a obra.

― Mas aí a diretora do Iphan, nossa saudosa e queri-da Bernardete Andrade, que aprovou o projeto, foi suce-dida por outro diretor. Este

entendeu que a administra-ção tinha o direito de rever seus próprios atos e decidiu mudar os termos da licença exigindo que o piso fosse de pedra de lioz, como era originariamente, e não de cerâmica Gail como estava no projeto. A prefeitura dis-cordou – lembra Serafi m.

O imbróglio começou aí. A Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa) não admi-

te pedra de lioz por questões de saúde pública, já que ela é porosa e absorve sangue, ge-rando tudo o que não presta. Ponderamos que o piso era a última coisa e que esse debate deveria fi car para o fi nal da obra, mas o Iphan foi infl e-xível e representou ao MPF que entrou com ação judicial embargando a obra através de uma liminar.

A partir daí, a obra da pre-feitura de Serafi m passou por uma dolorosa negociação. O então prefeito foi a Brasília e propôs à direção nacional do Iphan que fosse feito um convênio para que eles as-sumissem a obra e fi zessem do jeito que entendiam que deveria ser.

― Mas aí não toparam. Levei o caso ao Comitê de Articulação Federativa, mas o governo federal sempre

insensível nesses casos, que nem Pilatos no credo, lavou as mãos e disse que cabia à prefeitura negociar um TAC com o Ministério Público, o que foi feito.

Mas a via crucis não acabou aí. Serafim lembra que o impasse foi ampliado para vários pontos. E foi graças à interferência do senador Jefferson Péres, finalmente, o TAC foi assi-nado e depois homologado pela Justiça Federal.

A expectativa era a reto-mada imediata da obra, mas a empresa contratada termi-nou quebrando, pois com a obra parada os seus traba-lhadores foram para a Justiça do Trabalho.

― O resultado foi um grande imbróglio – conclui Serafi m - Essa é a realidade fria dos fatos. Na sequência, a nova administração (Ama-zonino) rescindiu o contra-to, fez nova licitação, teve quatro anos para concluí-la, mas não o fez.

Em 2010, Amazonino jogou a toalha e disse que os recur-sos transferidos pela Suframa não davam mais para a prefei-tura acabar a obra, pois teria que colocar mais oito milhões de reais, dinheiro que a prefei-tura disse não possuir.

― O mercadão não com-porta mais discussões. To-dos querem a conclusão das obras e a sua entrega de volta à cidade. Nesse sentido, a imprensa noticia que os trabalhos que estavam para-lisados foram retomados e o prefeito Artur Neto anunciou sua reinauguração para o dia do aniversário da cidade, dia 24 de outubro. Assim espero e que assim seja – torce o ex-prefeito.

Uma pedra no meio do caminho

O NOMEEm 1902, o mercado so-freu uma ampliação. Ga-nhou uma nova fachada voltada para a rua dos Barés e não para o rio Negro. Foi inaugurada pelo prefeito Adolpho Lisboa, que colocou seu nome na nova fachada

PEDRASA verdadeira história de abuso de poder e desmandos que pro-vocou a interdição das obras do merca-do. Tudo por causa das pedras portugue-sas do piso

Aos poucos Adolpho Lisboa ressurge do mar de desmandos, incompetência e abuso de poder em que fi cou mergulhado por seis anos

A simpática dona Judith exibe em seu boxe mais de 500 plantas medicinais

A cena é engraçada. Dona Judith Braga Formoso, 77 anos, solta a maior gargalha-da quando o repórter anuncia que “viemos fazer uma matéria com a senhora”. Com o rosto cercado de plantas medicinais, e permissionária que ocupa um boxe improvisado, fora do mercado desde 2006, diz que o abandono em que fi cou o Adolpho Lisboa prejudicou a todos, “inclusive meus clientes, que já têm onde parar o carro, por isso não vêm mais aqui”.

D. Judith trabalha no mercado desde 1959. É uma das cente-nas de permissionários que há

oito anos aguardam o direito de retornar para seus antigos boxes, nos pavilhões interiores do “Adolpho Lisboa”.

Volta e meia, Judith interrom-pe a entrevista para atender um cliente. Os clientes chegam reclamando de algum problema de saúde, e a rainha das plantas medicinais tem na ponta da lín-gua a receita. Ao mesmo tempo em que vende a erva, explica para que ela serve.

―Para sinusite é cravo ama-relo, eucalipto e alfavaca. Faça o chá e deixe no sereno. Tem que ser serenado. No outro dia banhe a cabeça. Repita algumas

vezes e a sinusite vai embora – aconselha a vendedora.

Quem aparece na banca com problema de rim, d. Judith acon-selha chá de quebra-pedra; para tuberculose nada como mastruz com leite; unha-de-gato pode ser utilizada na cura do câncer; amor-crescido, para próstata; mucuracaá, para ameba; e pata-de-vaca, para diabetes.

Tem remédio para tudo, até para quem é brabo. “A pessoa que não consegue controlar a raiva, deve tomar chá de erva amansa que vai melhorar com certeza”, aconselha a vendedo-ra veterana.

Ervas para todos os males

A fachada está sendo pintada nas cores originais, ocre e terracota

Operários trabalham 11 horas por dia para acelerar as obras e cumprir o prazo de entrega

FOTOS: IONE MORENO

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013 C5

Com a restauração do centenário “Adolpho Lisboa”, Manaus recupera o patrimônio histórico e a autoestima MERCADÃOMERCADÃO

É impossível não se emocionar ao entrar no mercado “Adol-pho Lisboa” e ouvir o

barulho de ferramentas e ver operários em movimento, num ritmo frenético de quem tem pressa. Lacrado em para reforma em 2006, na admi-nistração do então prefeito Serafim Corrêa (PSB) o velho mercadão está fechado há oito anos. Depois de Sera-fim, veio a administração de Amazonino Mendes (PDT) – talvez o mais experiente e ousado gestor que Manaus já teve, mas, mesmo assim o mercado continuou coberto de tapume.

São oito anos entregue à própria sorte. Povoado por sapos, ratos, baratas e, acredite, sem os famosos vitrais importado de Pa-ris que foram estihaçados quando trabalhadores mal-orientados tentaram retirá-los para recompor a susten-tação de ferro fundido. É impossível não se indignar ao receber a resposta para a pergunta “onde estão os vitrais coloridos?”

Os vitrais não estão mais lá. Mas as colunas de ferro fundido, importadas da Euro-pa e fabricadas pela empresa Francis Norton, Enginers Li-verpool estão fi rmes e fortes sustentando o estiloso telhado de metal.

O Adolpho Lisboa é um dos mais fantásticos cartões-

postais de Manaus. Muitos turistas estrangeiros quando pisam em Manaus vão direto para lá. E ainda não entendem nada, por que o majestoso monumento de arquitetura inglesa está cercado de ta-pumes e completamente de-teriorado? Why?

O “Adolpho Lisboa”, que recebeu esse nome em home-nagem ao prefeito da época, que construiu uma nova fa-chada de frente para a rua dos Barés e, modesto, resolveu colocar seu nome no edifício, começou a ser construído em agosto de 1882, e só viria a ser inaugurado em 15 de julho de 1883. Trata-se de uma cópia fi el, em miniatura, do extinto mercado Les Halles, de Paris. Sua arquitetura obedece ao estilo art nouveau da época e sua estrutura exibe arma-ções grades e arcos de ferro importado da Europa.

Diante da imponência de sua arquitetura e o que re-presenta para a história da cidade, o mercadão foi tom-bado em 1º de julho de 1987 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacio-nal (Iphan).

Num festival de burocra-cia e desmandos, as obras no Adolpho Lisboa foram embargadas diversas vezes pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) e Ministério Público Federal (MPF). Mas agora, Manaus, que um dia foi chamada de “cidade sorriso”, tem moti-vo para se alegrar. É que estamos ouvindo barulho de

ferramentas e vendo mais de 80 operários em movimento, trabalhando diariamente de 7h às 18h nos cinco pavilhões do mercado. Ainda se ouve também o eco do discur-so de um recém-empossado prefeito que anunciou o que a cidade queria ouvir:

― O mercado Adolpho Lisboa será entregue ao povo no dia 24 de outubro, dia do aniversário de Manaus.

A promessa é do prefeito é Arthur Neto (PSDB), no dis-curso de posse, em janeiro de 2013. A esperança é nossa.

Para felicidade geral da aldeia, as obras do mercado “Adolpho Lisboa” avançam em ritmo acelerado. Pelo menos uma vez por semana, Arthur Neto vai lá, fi scalizar, injetar otimismo nos operários e cobrar. “O que engorda o gado é o olho do dono. É isso que estou fazendo todos os dias, para que as obras da prefei-tura, espalhadas em vários cantos da cidade avancem” . Quem o conhece, sabe que o prefeito não costuma recuar no que prometeu.

Apesar da burocracia do engenheiro responsável pela obra, contratado da Biapó, de Goiânia (GO), uma equipe do EM TEMPO conseguiu pas-sar a manhã de quinta-feira dentro do canteiro de obras do mercado Adolpho Lisboa, assessorada pela arquiteta Fabrícia dos Santos Morais. Embora o arquiteto respon-sável pela restauração seja Roger Abrahim

Fabrícia explica que as obras

estão obedecendo a cronogra-ma de trabalho e devido ao prazo curto para a reinaugura-ção, a jornada de trabalho foi amliada para mais uma hora. Agora as equipes trabalham de 7h às 18h.

― O trabalho vem sen-do desenvolvido em tempo regular. Estamos fazendo o possível e o impossível para

entregar o mercado total-mente restaurado no dia 24 de outubro – conta Fabrícia enquanto acompanha os re-pórteres aos cinco pavilhões – Central, Carne, Peixe, Tar-taruga e Pará. É claro que o pavihão Tartaruga recebeu esse nome porque em 1883, quando o mercado foi inaugu-rado, carne de tartaruga era comercializada livremente.

A construtora Biapó garante que já executou mais de 60% da obra, que deverá custar aos cofres públicos R$ 15 milhões. Já estão prontos, por exem-plo, o telhado dos pavilhões, a pavimentação interna, que interliga os pavilhões, com a iluminação cênica. Outras

áreas, no entanto, foram re-formadas agora. É o caso dos pavilhões do Peixe, Carne, Tar-taruga, Amazonas e Pará. Já no chamado Pavilhão Frontal (cuja vista dá para a rua dos Barés), que abrigará boxes e restaurantes, se encontra em fase de pintura fi nal. Também já foi concluído o calçamento com as polêmicas pedras de “lioz”, que cerca a área externa do mercado.

Falta muito pouco para que outros setores sejam concluí-dos. As paredes da fachada já estão sendo pintadas na cor original (ocre e terracota) e iluminação panorâmica insta-lada. O Pavilhão Central, que está quase pronto, abrigará 64 boxes, que trabalharão com venda de ervas e artesanatos. No corredor de entrada do mercado serão mais 16 bo-xes. Ali também, logo ao lado, está sendo feito um jardim de inverno, com direito a uma pra-cinha, bancos e lanchonete. Na parte superior do mercado, funcionarão dois restauran-tes, um em cada torre, que fi carão abertos até à noite e oferecerão um cardápio tipicamente regional.

― Como vocês podem ob-servar, estamos tendo o cui-dado de deixar os pilares à mostra, porque também são uma obra de arte em ferro, que vieram da França – explica a arquiteta. Segundo ela, o tem-po, a umidade, as goteiras, as infi ltrações destruíram muitos detalhes do estilo art noveau, mas isso está sendo pré-mol-dado para que as linhas origi-

nais sejam mantidas.― Por exemplo, as pedras

lioz de Portugal, que causaram o embargo da obra pelo Iphan, estão sendo polidas e reco-locadas no lugar de origem – explica Fabrícia, observando que as pedras são as mesmas da calçada do entorno do te-atro Amazonas. As pedras a que se refere a arquiteta são de um tipo raro de calcário originário de Portugal.

Os boxes externos, que ficam de frente para a rua dos Barés também já estão prontos e com um detalhe, todas as escadas internas fo-ram construídas em madeira no estilo das famosas esca-das “Santos Dumont”, que apresentam a extremidade de um degrau mais estreita para facilitar a escalada e evitar tropeços.

O Pavilhão da Tartaruga, que abrigará a venda de estivas em geral, já está praticamen-te pronto, com os operários polindo o piso. O Pavilhão Amazonas, que ainda está em obras, abrigará os quiosques e uma tabacaria. Ao lado do Pavilhão do Peixe funcionará uma praça de alimentação. Foi nessa área leste do prédio, que os trabalhadores desen-cavaram uma velha escada de pedra, além de encontrar moedas e cédulas do século 19. É nesse setor também, que um letreiro moldado na parede, nos alerta para a im-portância histórica do velho Adolpho Lisboa – “Mercado Público 1882. Na administra-ção do Exm. Snr. Drº Alarico

MÁRIO ADOLFOEquipe EM TEMPO

Mas de quem é a culpa para que o Adolpho Lisboa fi casse tanto tempo lacrado? De quem é a culpa para que as obras fossem suspensas, provocando a revolta de seus mais de 600 permissionários e da própria população, que tinha no mercado um agra-dável passeio dominical e uma opção mais barata de adquirir gêneros alimentícios, ervas medicinais, artesanato, frutas regionais e cereais?

O EM TEMPO ouviu o ex-prefeito Serafi m Corrêa (PSB), que interditou o Adolpho Lis-boa em 2006. Ele conta pas-so-a-passo o que provocou o lacre do mercado por mais de seis anos. Em 2000, a Sufra-ma fez um convênio com a Prefeitura de Manaus e repas-sou o valor da obra. De 2000 a 2004, apesar dos esforços, a Prefeitura de Manaus não conseguiu aprovar o projeto de restauro no Instituto do Patrimônio Histórico Nacio-nal (Iphan).

― Em 2005, eu assumi a prefeitura e aproveitamos o que tinha sido feito ante-riormente, mudamos o grupo de trabalho que tratava do assunto, foram feitos novos estudos e projetos até que, em 2006, o Iphan os aprovou –, relata Sarafa.

Em 2006/2007 foram fei-tas as negociações para que os concessionários se mu-dassem para lugar seguro. Para isso, uma feira coberta foi erguida nos fundos do próprio mercadão. A partir daí foi feita a licitação e iniciada a obra.

― Mas aí a diretora do Iphan, nossa saudosa e queri-da Bernardete Andrade, que aprovou o projeto, foi suce-dida por outro diretor. Este

entendeu que a administra-ção tinha o direito de rever seus próprios atos e decidiu mudar os termos da licença exigindo que o piso fosse de pedra de lioz, como era originariamente, e não de cerâmica Gail como estava no projeto. A prefeitura dis-cordou – lembra Serafi m.

O imbróglio começou aí. A Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa) não admi-

te pedra de lioz por questões de saúde pública, já que ela é porosa e absorve sangue, ge-rando tudo o que não presta. Ponderamos que o piso era a última coisa e que esse debate deveria fi car para o fi nal da obra, mas o Iphan foi infl e-xível e representou ao MPF que entrou com ação judicial embargando a obra através de uma liminar.

A partir daí, a obra da pre-feitura de Serafi m passou por uma dolorosa negociação. O então prefeito foi a Brasília e propôs à direção nacional do Iphan que fosse feito um convênio para que eles as-sumissem a obra e fi zessem do jeito que entendiam que deveria ser.

― Mas aí não toparam. Levei o caso ao Comitê de Articulação Federativa, mas o governo federal sempre

insensível nesses casos, que nem Pilatos no credo, lavou as mãos e disse que cabia à prefeitura negociar um TAC com o Ministério Público, o que foi feito.

Mas a via crucis não acabou aí. Serafim lembra que o impasse foi ampliado para vários pontos. E foi graças à interferência do senador Jefferson Péres, finalmente, o TAC foi assi-nado e depois homologado pela Justiça Federal.

A expectativa era a reto-mada imediata da obra, mas a empresa contratada termi-nou quebrando, pois com a obra parada os seus traba-lhadores foram para a Justiça do Trabalho.

― O resultado foi um grande imbróglio – conclui Serafi m - Essa é a realidade fria dos fatos. Na sequência, a nova administração (Ama-zonino) rescindiu o contra-to, fez nova licitação, teve quatro anos para concluí-la, mas não o fez.

Em 2010, Amazonino jogou a toalha e disse que os recur-sos transferidos pela Suframa não davam mais para a prefei-tura acabar a obra, pois teria que colocar mais oito milhões de reais, dinheiro que a prefei-tura disse não possuir.

― O mercadão não com-porta mais discussões. To-dos querem a conclusão das obras e a sua entrega de volta à cidade. Nesse sentido, a imprensa noticia que os trabalhos que estavam para-lisados foram retomados e o prefeito Artur Neto anunciou sua reinauguração para o dia do aniversário da cidade, dia 24 de outubro. Assim espero e que assim seja – torce o ex-prefeito.

Uma pedra no meio do caminho

O NOMEEm 1902, o mercado so-freu uma ampliação. Ga-nhou uma nova fachada voltada para a rua dos Barés e não para o rio Negro. Foi inaugurada pelo prefeito Adolpho Lisboa, que colocou seu nome na nova fachada

PEDRASA verdadeira história de abuso de poder e desmandos que pro-vocou a interdição das obras do merca-do. Tudo por causa das pedras portugue-sas do piso

Aos poucos Adolpho Lisboa ressurge do mar de desmandos, incompetência e abuso de poder em que fi cou mergulhado por seis anos

A simpática dona Judith exibe em seu boxe mais de 500 plantas medicinais

A cena é engraçada. Dona Judith Braga Formoso, 77 anos, solta a maior gargalha-da quando o repórter anuncia que “viemos fazer uma matéria com a senhora”. Com o rosto cercado de plantas medicinais, e permissionária que ocupa um boxe improvisado, fora do mercado desde 2006, diz que o abandono em que fi cou o Adolpho Lisboa prejudicou a todos, “inclusive meus clientes, que já têm onde parar o carro, por isso não vêm mais aqui”.

D. Judith trabalha no mercado desde 1959. É uma das cente-nas de permissionários que há

oito anos aguardam o direito de retornar para seus antigos boxes, nos pavilhões interiores do “Adolpho Lisboa”.

Volta e meia, Judith interrom-pe a entrevista para atender um cliente. Os clientes chegam reclamando de algum problema de saúde, e a rainha das plantas medicinais tem na ponta da lín-gua a receita. Ao mesmo tempo em que vende a erva, explica para que ela serve.

―Para sinusite é cravo ama-relo, eucalipto e alfavaca. Faça o chá e deixe no sereno. Tem que ser serenado. No outro dia banhe a cabeça. Repita algumas

vezes e a sinusite vai embora – aconselha a vendedora.

Quem aparece na banca com problema de rim, d. Judith acon-selha chá de quebra-pedra; para tuberculose nada como mastruz com leite; unha-de-gato pode ser utilizada na cura do câncer; amor-crescido, para próstata; mucuracaá, para ameba; e pata-de-vaca, para diabetes.

Tem remédio para tudo, até para quem é brabo. “A pessoa que não consegue controlar a raiva, deve tomar chá de erva amansa que vai melhorar com certeza”, aconselha a vendedo-ra veterana.

Ervas para todos os males

A fachada está sendo pintada nas cores originais, ocre e terracota

Operários trabalham 11 horas por dia para acelerar as obras e cumprir o prazo de entrega

FOTOS: IONE MORENO

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013

Detentos buscam chances para concluir os estudosCom o Exame Nacional de Certificação de Competências, detentos ganham chance de retomar a formação educacional

Setenta por cento dos detentos do Amazonas – de um universo de cerca de 8 mil – não

possuem o ensino fundamental completo. Para mudar esse ce-nário e oportunizar a conclusão do curso, até o dia 14 de abril es-tão abertas as inscrições para o Exame Nacional de Certificação de Competências (Encceja).

A diretora da Escola de Admi-nistração Penitenciária (Esap), Sheryde Karoline Lima, expli-cou que é interesse das secre-tarias estaduais de Educação (Seduc) e de Justiça (Sejus) possibilitar aos detentos a oportunidade de ressocializa-ção após o cumprimento das penas, por meio do ingresso ao ensino. “Os exames possibi-litam a melhoria da escolarida-de da população carcerária e, consequentemente, oferecer o acesso a cursos de capacitação que vialibilizem a integração social. Hoje, alguns cursos bá-sicos, de pedreiro por exemplo, exigem no mínimo ensino fun-damental completo. Há cursos de eletricista ou hidráulico que pedem pelo menos ensino mé-dio completo. Por isso, é im-portante investir na educação

dos detentos para que quando saiam tenham uma oferta de trabalho a mais e possibilidade de reintegração”, disse.

Ainda não foram contabili-zadas quantas pré-inscrições foram feitas até agora. Contu-do, a diretora estima que deve superar a do Enem do ano de 2012, quando 233 detentos participaram das avaliações. “Acreditamos que a busca será

maior, por se tratar de exame voltado ao público-alvo do sis-tema em nosso Estado, com a maioria das pessoas com ensino fundamental incom-pleto”, explicou.

O exame foi implantado pelo Instituto Nacional de Ensino e Pesquisas Educa-cionais Anísio Teixeira (Inep/MEC) no ano de 2005.

ADESÃOAinda não foram con-tabilizadas quantas pré-inscrições foram feitas até agora, mas segundo a diretor da Escola de Administração Peniten-ciária, Sheryde Lima, o número deve superar o de 2012

No ano passado, 233 de-tentos do Amazonas parti-ciparam do Exame Nacional do Ensino Médio para Pes-soas Privadas de Liberdade (Enem/PPL). Além de possi-bilitar a disputa a uma vaga no ensino superior, o exame

também oportuniza a certifi-cação do ensino médio.

A diretora da Esap revelou que está nos planos da Seduc e Sejus oferecer aos deten-tos a oportunidade de cursar o ensino superior a distân-cia ainda este ano. Para

isso, no início de 2013 foi apresentado ao Ministério da Educação (MEC) o Plano Estadual de Educação nas Prisões, com a possibilidade de oferecer condições para que os presos deem prosse-guimento aos estudos.

Ensino superior para todos

Do total de 233 detentos inscritos no Enem em 2012, 208 foram homens e 25, mulheres. Para a dire-tora da Esap, Sheryde Karoline Lima, essa quantidade é conside-rada significativa.

As provas foram re-alizadas nas oito uni-dades prisionais da capital e em cinco do interior, no início de dezembro. Somente na capital, 195 presos par-ticiparam do exame.

O maior número de participantes veio do regime fechado do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), com 58 inscritos, se-guido de Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), com 57, e do Centro de Detenção Provisória (CDP), com 25.

Participantes do Estado do Amazonas

Detentos do Amazonas devem participar em grande número do exame para voltar aos estudos

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

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AÇÃO

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C7Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013

Quem não ouviu a música de dona Dorô?Instalada em uma parada de ônibus da avenida Epaminondas, Maria Doroteia ganha a vida tocando acordeão para todos

Quem não tem como escapar da viagem dos coletivos que ligam Manaus de

norte a sul, conhece a fundo a sina diária a ser enfren-tada. Mas o feito tem lá suas vantagens. Pelo menos para os que desembarcam em uma das paradas mais antigas do Centro, a avenida Epaminondas. É que lá, em meio aos ruídos típicos de uma das avenidas mais mo-vimentadas da cidade, um acordeão descompassado puxa um forró animado e surpreende os viajantes.

Entre as banquinhas de guloseimas, recostada na coluna do abrigo que rece-be os trabalhadores todas as manhãs, dona Maria Dorô mostra o que mais gosta de fazer e que aprendeu sozinha, com orgulho. “Isso aqui, eu que ia tirando a lição devar-garzinho e aprendi sozinha, mesmo. Um tio meu, irmão da mãe, que tocava. Achava bonito ver ele tocando, mas nunca me ensinou. Com sete anos deu vontade de tocar, mas não deu certo, meu pai não quis dar o instrumento. Ficou o sonho e um dia eu comprei”, lembra.

A paixão antiga virou hobby

e agora é a principal fonte de renda da gaiteira. “Sem-pre gostei de ouvir música e achava bonito ver tocar o acordeão. Trabalho não te-nho, e há muitos anos aprendi a tocar. Tô aqui para ver se arranjo ao menos dinheiro pra comer”, revela.

Olhos arregalados, descon-fi ada, ela fala pouco, e sempre no mesmo tom. Como uma boa nordestina, dona Maria de Jesus Bezerra Barbosa, “Maria Dorô” para os íntimos, tem gosto em fazer a vonta-de da plateia, principalmente quando a preferência é pelo forró. “Eles pedem mais ‘for-rozada’, Asa Branca... Gosto de tocar pé de serra. Às vezes, quando eles gostam, botam um ‘trocadinho’ na caixinha”, explica. Com as apresenta-ções ela arrecada uma média de R$ 15 por dia.

Da vida que levava no in-terior do Maranhão, dona Maria Dorô, lembra pouco. “Casei, mas mataram meus dois maridos. Já me disseram que tive 14 fi lhos, mas não sei bem. Lembro que minha mãe me ajudava a criar eles”, recorda. Contida, ela relata apenas alguns fl ashes de uma rotina pesada, comum à maioria dos sertanejos. Até que um dia, a mãe dela veio tentar a vida em Manaus e Dorô resolveu vir junto.

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

Maria Dorô mora so-zinha e tem orgulho de mostrar independência – e alguns fãs - con-quistados pelo amor ao acordeão. “Acho bonita a dedicação dela de vir mostrar o talento aqui na parada de ônibus. Tem muita gente novinha que não tem essa coragem, que não vai à luta como ela”, comentou o autôno-mo Marcos Bezerra, 34.

Mas, os anos têm pe-sado sobre o “velho com-panheiro de guerra”. A melodia inicia, anima os viajantes e balança, balança, torna ao início e subitamente encontra o fi m. Séria, dona Dorô não perde o rebolado e, na iminência do erro, engata uma segunda canção - desta vez mais famosa - que arranca sorrisos e “dancinhas” da multidão, quebrando a entediante espera pela chegada do ônibus.

Velho e cansado companheiro

Maria de Jesus Bezerra Barbosa, a dona Maria Dorô, e seu acordeão: renda diária de R$ 15

C7Dia a diaa diaa

música de dona Dorô?Instalada em uma parada de ônibus da avenida Epaminondas, Maria Doroteia ganha a vida tocando acordeão para todos

DIEGO CAJA

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013

Perigoso até certo pontoEm meio ao combate ao caramujo africano, há quem considere as campanhas de extermínio um exagero desnecessário, inclusive divulgando a possibilidade de a conhecida praga urbana se tornar uma fonte de alimentação para o ser humano

Chegaram as chuvas e começaram os cui-dados com o caracol africano, ou caramu-

jo africano. Considerado ge-ralmente como um molusco que deve ser combatido em razão das doenças das quais seria transmissor, seu papel de vilão está quase caindo por terra por conta de estudos que apontam controvérsias nessa imagem de perigo.

Nativo da África – o que lhe valeu o nome -, o caracol é um dos hospedeiros de germes como Angiostrongylus anto-nensis, causador da meningite, e Angiostrongylus costaricen-sis, que causa a angiostrongilo-se abdominal, o que incentiva o combate a esses animais.

No entanto, uma recente pesquisa apresenta o outro lado da questão, mostrando que o extermínio dos cara-mujos africanos seria uma medida extrema. O médico veterinário e mestrando do curso de ciências da saúde da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Mauricio Aqui-no, que estuda há dois anos o assunto, contesta as infor-mações dadas pela maioria da imprensa brasileira e afir-ma que a preocupação que é gerada em torno do tema é desnecessária, uma vez que o molusco não é prejudicial à saúde da forma como é divulgado. “Eu sinceramente não entendo alguns alardes que pesquisadores e a im-prensa fazem. Houve seis casos meningite no Brasil, porém nenhum foi registrado como se fosse por causa de contaminação pelo caracol

africano”, argumentou.Algumas cidades do Brasil,

como Manaus, trabalham com campanhas de combate ao ca-ramujo africano, com objetivo de evitar doenças graves.

Para o pesquisador, exis-tem animais que causam mais mortes do que se conhece, e ele questiona o porquê de não haver campanhas para com-bater esses problemas. “Cerca de 120 pessoas morrem por ano devido a infecções pro-vocadas pela carne de porco. Desde 1945, quando foi diag-nosticada a primeira menin-gite eosinofílica (pior doença atribuída ao caracol africano),

já houve 2,88 mil registros de morte causada pela doença, número igual ao que a esquis-tossomose (mais conhecida como barriga d’água) conse-guiu alcançar em apenas cinco anos”, comparou.

Integrante do Brasil Escola.com, um dos maiores portais privados de educação, a bió-loga Mariana Araguaia explica cuidados de manuseio e doen-ças que podem ser transmiti-das pelo molusco, porém não deixa de citar que, felizmente, não foram registrados casos em nosso país de doenças transmitidas pelo caramujo.

CONTESTAÇÃOO médico veterinário e mestrando do curso de ciências da saúde da Universidade Federal de Alagoas, Maurício Aqui-no, estuda o molusco há dois anos e contesta informações divulgadas pela imprensa

A pesquisa do médico Mau-rício Aquino explica que foram notificados no país, até o ano passado, seis casos de menin-gite eosionofílica. Os quatro primeiros casos foram regis-trados até 2007 no Espírito Santo, e os dois últimos, nos municípios de Escada e Olinda, em Pernambuco, em 2008. . “Infelizmente, é importante se frisar que na transmissão des-sas doenças parasíticas que temos até hoje, são apenas moluscos brasileiros envolvi-dos. Felizmente, em nenhum

dos trabalhos houve relatos de óbitos”, afirmou.

Os estudos vão além da de-fesa do animal. Aquino possui um blog chamado “O Projeto Caramujo Africano”, que apre-senta o molusco como uma iguaria rica em proteínas na culinária. “Se fôssemos com-parar, as proteínas contidas no caracol seriam equivalentes às proteínas dos bifes e das galinhas, além de possuir teor muito alto de minerais, espe-cialmente o ferro”, disse.

No blog é possível encon-

trar publicações em diversas cidades e países que mostram o caramujo como alimento proteico, opção de cosméti-co, além de receitas de como preparar os pratos exóticos que, segundo o pesquisador, seriam a alternativa para con-trolar sua proliferação sem gastos em campanhas de combate. “Imagino a quanti-dade de recursos distribuídos de norte ao sul do Brasil para esta tentativa frustrada de erradicá-lo. Só o que podemos fazer é controlar a quantidade

de animais. O único país que vem conseguindo isso é a Chi-na, por meio da coleta para o consumo humano”, garantiu.

Em contrapartida, o gerente de Mobilização e Educação Ambiental da Secretaria Mu-nicipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), Murilo Cirino, reafirma que o caracol precisa ser combatido. “O caramujo é uma praga in-ternacional. A melhor coisa é prevenir, por isso há necessi-dade de fazer campanhas de mobilização”, explicou.

Uma praga comestível? Para pesquisador, sim

GUILHERME ALVESEquipe EM TEMPO

Visto como uma praga urbana perigosa, o caramujo africano pode não ter toda essa nocividade, segundo pesquisador da Ufal

ARQUIVO EM TEMPO /MICHEL MELLO

Segundo Marcos Aquino, molusco poderia ser fonte de alimento

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Tirulipa fala de seus dois shows realizados hoje

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Balé no Festival Amazonas de Ópera

Há menos de um mês para a aber-tura da 17ª edição do Festival Ama-

zonas de Ópera (FAO), o Corpo de Dança do Ama-zonas (CDA) dá início as suas atividades. Ensaios e construções coreográfi -cas compõem a rotina dos bailarinos, que aguardam a chegada dos diretores cênicos do evento lírico participantes deste ano. Das cinco óperas a serem apresentadas no evento, três terão o balé desenvol-vido pelo elenco local.

A abertura do festival, deste ano acontece no dia 14 de abril, mas o CDA só vai apresentar sua primeira co-reografi a no mês de maio, com a ópera “Aventuras da Raposa Astuta”, letra escri-ta pelo compositor tcheco Leoš Janáček. O musical, que é dividido em três atos, será coreografado pela di-retora do CDA, Monique Andrade, e terá a direção de William Pereira. Andra-de informa que o artista já teve a oportunidade de contribuir com o elenco em montagens anteriores, in-clusive, em programações natalinas e que agora, re-torna à capital amazonense para dar o direcionamento estrutural do trabalho. “Te-mos uma interação muito boa, consequente das expe-riências obtidas em outros festivais”, comenta.

De acordo com a direto-ra, a ópera pode ser consi-derada como um trabalho que apresenta uma temá-tica infantil, que exige um estudo das personagens, principalmente do compor-tamento da raposa, en-quanto animal. “Aproveito da melhor forma a maturi-dade técnica dos bailarinos para que consiga obter, por meio de movimentos, uma lapidação na leitura feita sobre o comportamento desse bicho. É um desafi o para todos”, expressa.

A outra ópera que vai receber coreografi as mon-tadas pelo CDA é “Parsifal”, uma peça festiva de consa-gração, escrita pelo com-positor e maestro alemão Richard Wagner. O musical, que será apresentado no dia 22 de maio, tem a coreografi a assinada por Ruby Pagle. “É mais um intercâmbio que recebe-mos. Todas as experiências são valiosas, tanto para o elenco, como para nós, enquanto artistas”, afi rma a diretora. A montagem será desenvolvida junto ao Coral do Amazonas e à Amazonas Filarmônica.

O CDA também encerra a programação do festival ao compor o elenco de “O Morcego”, uma ópera que poderá ser vista em um palco montado no largo São Sebastião, no dia 26 de maio. A música foi es-crita por Johann Strauss Filho e também acontece em três atos. A coreogra-fi a é de André Duarte, um dos professores do CDA. “Esse texto faz uma leitu-ra do século passado, mas tem cunho contemporâneo. Tem cenas específi cas que acontecem em um castelo, onde ocorre maior parte das cenas, em um baile”, desta-ca a diretora. “O coreógrafo também está no aguardo das informações da direção cênica”, completa.

Segundo Monique, até que tudo esteja pronto, os experimentos feitos duran-te os ensaios serão so-mados às leituras cênicas elaboradas pelos diretores. A junção será vista na cons-trução de cenografi a, fi guri-nos e composição de palco. “Tivemos uma reunião com os maestros Fernando Ma-lheiro e Marcelo de Jesus, responsáveis pelo evento, e tivemos acesso a essa pro-gramação. O trabalho fi nal só será concebido após a atuação dos diretores con-vidados”, cita.

ProjetosMonique Andrade

adianta que após o fes-tival o CDA retoma as atividades programadas anteriormente. Ela anun-ciou que o elenco deve dar início aos preparati-vos para o Festival Ama-zonas de Dança (FAD) e ainda estrear novas mon-tagens, uma delas é uma coreografia feita pelo mi-neiro Mário Nascimento, que tem estreia prevista para setembro. O musi-cal, que ainda não tem nome definido, apresenta um olhar crítico do dire-tor sobre a cultura e a arquitetura amazonense, dando ênfase à relação entre o homem urbano e o ribeirinho em meio a uma selva de pedras. “Essa produção também tem a direção musical do maestro Marcelo de Jesus, junto ao DJ Marcos Tubarão”, adianta.

Ainda no segundo se-mestre, o CDA também apresenta um musical que inclui diversos es-petáculos. Todos serão desenvolvidos no pal-co do Teatro da Insta-lação, onde o corpo de baile ensaia.

Três das cinco óperas deste ano no festival terão a dança em sua concepção cênica, apresentadas pelo Corpo de Dança do Amazonas

Das cinco óperas a serem apresentadas no evento, três terão o balé desenvol-vido pelo elenco local.

A abertura do festival, deste ano acontece no dia 14 de abril, mas o CDA só vai apresentar sua primeira co-reografi a no mês de maio, com a ópera “Aventuras da Raposa Astuta”, letra escri-ta pelo compositor tcheco Leoš Janáček. O musical, Leoš Janáček. O musical, que é dividido em três atos, será coreografado pela di-retora do CDA, Monique Andrade, e terá a direção de William Pereira. Andra-de informa que o artista já teve a oportunidade de contribuir com o elenco em montagens anteriores, in-clusive, em programações natalinas e que agora, re-torna à capital amazonense para dar o direcionamento

ra do século passado, mas tem cunho contemporâneo. Tem cenas específi cas que acontecem em um castelo, onde ocorre maior parte das cenas, em um baile”, desta-ca a diretora. “O coreógrafo também está no aguardo das informações da direção cênica”, completa.

Segundo Monique, até que tudo esteja pronto, os experimentos feitos duran-experimentos feitos duran-te os ensaios serão so-mados às leituras cênicas elaboradas pelos diretores. A junção será vista na cons-trução de cenografi a, fi guri-nos e composição de palco. “Tivemos uma reunião com os maestros Fernando Ma-lheiro e Marcelo de Jesus, responsáveis pelo evento, e tivemos acesso a essa pro-gramação. O trabalho fi nal só será concebido após a

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Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

>> . A chique empresária Cris Topdjian orquestra evento de lan-çamento da nova coleção da Zeal 1+1, na terça-feira, com desfi le e all ast ernoon drinks.

. O almoço de lançamento do cardápio 2013 do restaurante Waku Sese, será na segunda-feira, no Manauara Shopping. Chiquito Daou vai estar de anfi trião no evento.

. No almoço de sexta-feira no Biastrô Zefi nha, em mesas separa-das, Lizandro e Ana Beatriz Breval, Marcello Coelho, Andréa e o secre-tário Pauderney Avelino, Carol Fro-ta, Denise Benjamin, Kalina Cohen, Euler Filho, Deborah Camely, Márcia Martins, entre muitos outros.

. Gilberto Grimmer está apresen-tando o programa ‘Saúde & Cia’ com muito sucesso no Canal 21 Net.

. A ótima Maria Tereza Guerreiro estreia idade nova neste domingo. Cumprimentos da coluna.

>> Vitrine

. A primeira-dama e presidente do Fundo de Promoção Social, Nejmi Aziz recebeu o título de ‘Cidadã de Iranduba’, sexta-feira pela manhã no município, em reconhecimento aos relevantes serviços em prol da cidade, por meio de propositura do vereador Francisco Elaime.

. Emocionada, Nejmi Aziz se disse recompensada pelo reconhecimento que tem recebido, o que, segundo ela, lhe dá ainda mais força para continuar trabalhando pelas causas sociais e incentivar as instituições que realizam trabalhos assistenciais no interior. “Receber o título de ci-dadã de um município é gratifi cante, porque signifi ca o reconhecimento pelo nosso trabalho. Eu não quero ser vista somente como a primeira-dama, mas como uma pessoa que faz o bem e que, ao lado do gover-nador, tem ajudado muitas famílias, com os projetos e ações em prol da sociedade”, destacou Nejmi.

. O governador Omar Aziz, com sua oratória sensacional, fez um discurso aplaudidíssimo na ocasião.

>> Homenagem

Nairi Milon e Milena Desterro e Silva, mãe e fi lha, desfi lando elegância em evento cinco estrelas na cidade

Demósthenes e Lourdes Buzaglo em noite de festa no high society

. A coleção 2013/2014 de bolsas da griff e francesa Louis Vuitton minimalista e extremamente chic.

. Numa espécie de tabuleiro de dama, as novas (e disputa-díssimas bolsas) surgem em formato bicolor e em tonalidades como branco e amarelo, branco e preto, branco e nude e por aí. Nem precisamos acrescentar que vai virar hit absoluto!

>> Objeto de desejo

Os ótimos Mario e Claudia Bernar-dino cir-culando na cena social da grande Manaus

. A Prefeitura de Manaus está preparando a inau-guração do Centro Municipal de Atenção Integrada ao Autista para o primeiro semestre do ano.

. O início das atividades do centro está previsto para o mês de abril e é resultado da integração das ações desenvolvidas pelas secretarias municipais de Saúde (Semsa) e de Assistência Social e Direitos Humanos (Semasdh), que pretendem oferecer aten-ção multiprofi ssional às pessoas com autismo.

. O Centro de Atenção Integrada atenderá com

profi ssionais como psicopedagogo, fonoaudiólogo, psiquiatra, enfermeiro, fi sioterapeuta, nutricionis-ta, neurologista, psicólogo, professor de música, pediatra, odontólogo e assistente social.

>> Inauguração

O presidente da Assembleia Legislativa do Amazo-nas, deputado Josué Neto, assinou na última quin-ta-feira, o 43º Termo de Cooperação Técnica entre o Centro de Cooperação Técnica do Interior (CCoti) e a Câmara Municipal de Novo Airão (CMNA). Na foto, o deputado Josué Neto, a vice-presidente da Câmara, vereadora Eva Vilma Brandão e o presi-dente da Câmara, vereador Rossiclei Santos

. Quem não lembra o sucesso da exposição ‘Barbie pelo mundo’ que agitou os redutos do Amazonas Shopping em 2010? Pois é, a boneca mais famosa do planeta estará de volta à cidade a partir do dia 28, desta vez para contar a história da moda em 65 fi gu-rinos que revelam as tendências de cada época desse universo fashion de maneira lúdica e divertida.

>> Barbie de volta a Manaus

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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D3Plateia MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013

Pagodão Cuka Loka abre hoje

Estreia da primeira eta-pa de um projeto de in-centivo ao pagode e apre-sentação de um CD. É em meio a esse cenário que nasce o “Pagodão Cuka Loka”, fruto da união entre as bandas Loka Tentação e Cuka Fresca. A partir de hoje a festa acontece sempre às 18h de domingo, no Rancho Sertanejo.

O vocalista da Loka Tenta-ção, Gilson Fernandes, expli-ca que os artistas resolveram trabalhar em conjunto com a ideia de promover o retorno do samba aos palcos ma-nauenses. De acordo com o cantor, a partir do momento em que o forró tomou conta das festas locais, o pagode saiu de cena. Ele afi rma que atualmente, existem poucos

espaços que invistam nesse gênero. “Há algum tempo temos trabalhado em um projeto que visa a abertura de novos pontos destinados ao samba. Essa é a primei-ra parte. A segunda casa será aberta no bairro Cidade Nova”, conta.

Para o cantor, a adesão conjunta dos músicos é im-portante porque serve como reforço para o resgate do estilo. “Gostaríamos que outros grupos também es-tivessem favoráveis a essa ideia. Seria uma ajuda a mais”, considera.

A festa de estreia tem início às 18h com o show inicial da banda Free Lance. Logo após, o palco recebe o comando dos anfi triões Loka Tentação e Cuka Fresca. O evento conta com uma estrutura composta por TVs de LCD e iluminação de LED.

Durante o show, a rapazia-da da Loka Tentação apre-senta algumas canções que compõem o CD “Loka Ten-tação na Balada”. Canções como “Nasci pra te amar”, composta pelo cantor Belo, e “Não vou mais me culpar”, letra que é o carro-chefe do CD, escrita por Rafa Brito (compositor do Belo), serão conhecidas pelo público pela primeira vez no domingo.

O volume, que já está pron-to e será lançado em uma festa especial ainda este ano, contém 21 faixas, quatro de-las inéditas e autorais.

Segundo Fernandes, o CD traz uma mistura entre os estilos sertanejo universitá-rio e pagode. Os músicos tiveram a ideia de dar novas roupagens a alguns sucessos conhecidos pelo público. “O povo aderiu facilmente ao sertanejo. Então pensamos:

BALADA

por quê não adaptar al-gumas composições a um gingado diferente?”, justi-fi ca. “Nossa expectativa é que aproximadamente três mil pessoas compareçam à inauguração”, revela.

SERVIÇOINAUGURAÇÃO DO “PAGODÃO CUKA LOKA”

Quando:

Onde:

Quanto:

Hoje, a partir das 18h

Rancho Serta-nejo

R$ 10 (mulher), R$ 15 (homem) e R$ 30 (área VIP)

PRISCILA CALDASEquipe EM TEMPO

A banda Cuka Freska é uma das responsáveis pelo evento

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‘É difícil se manter no humor’ Filho do deputado Tiririca, o humorista Tirulipa fala da nova fase da carreira e das duas apresentações que faz hoje em Manaus

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se manter no humor’

Um novo show e o fechamento de um contrato com Rede Globo de televisão.

Esse é o balanço inicial dos trabalhos programados para este ano pelo humorista Ever-son Silva, popularmente co-nhecido como Tirulipa. Após estreia na Região Nordeste, o comediante traz a Manaus o espetáculo “Tá gostando, tá. Tá querendo, tá”. Em entrevis-ta, por telefone ao EM TEMPO, o artista adianta detalhes do espetáculo, fala da carreira e dos projetos para 2013.

No show, o fi lho do deputa-do federal Francisco Everardo, mias conhecido como Tiriri-ca (PR), imita cantores como Luan Santana, MC Naldo e Beyoncé. O sertanejo vira “João Santana”, enquanto a música “Amor de Chocolate” passa a ser “Amor de Suvaco” e o su-cesso “Single Ladies” pode ser ouvido como “Docinho de Lei-te”. Além das paródias, o artista desenvolve piadas e stand-ups, com e sem caracterização. O espetáculo tem uma hora de duração. “Estou ansioso para voltar a Manaus. O público é muito participativo e atencio-so. Com certeza vou levar o melhor de mim”, declara.

A estreia do espetáculo aconteceu este mês, no teatro do Shopping Via Sul, em Forta-leza, ocasião em que o artista também gravou um DVD. “Já passamos pela Paraíba e pelo Rio Grande do Norte. Agora, chegou a vez do Norte”, anun-cia. De acordo com o cearense, após 16 anos de carreira, po-

der chegar a integrar o elenco humorístico da TV Globo é motivo de comemoração “É complicado chegar em uma grande emissora, porém, o sustento do humor, durante as aparições, é que é o mais difícil”, detalha.

Tirulipa conta que após participar do quadro “Saco de Risadas”, no programa do Domingão Faustão, recebeu o convite para fazer parte do televisivo, junto com o come-diante “Papudinho”, dramati-zado por Bené Barbosa. Tiru-

lipa assinou um contrato com a Globo com duração de seis meses. Que pode ser renovado pelo mesmo período.

O comediante relembra que ao fi nal da gravação o pró-prio Fausto Silva fez o convite para a emissora. “Ele disse que estavam à procura de uma pessoa completa, que dominasse o canto, a dança e a interpretação, tudo com humor e que essa pessoa era eu. Fiquei surpreso e muito feliz”, conta.

O humorista afi rma que to-dos os seus objetivos, para

este ano, estão voltados à con-solidação do seu trabalho na emis-sora, sem deixar de lado a circulação nacional do seu espetáculo. “Quero mostrar um trabalho legal e a capacidade do Tirulipa”, cita.

Trajetória profi ssionalEverson Silva começou a fa-

zer imitações aos 10 anos de idade, quando apareceu em um programa de calouros. “Após uma semana um programa te-levisivo de rede nacional me chamou para fazer parte de um quadro, momento em que nasceu o Tiririquinha”, conta.

Após alguns anos, o come-diante percebeu que apesar de ter alcançado o sucesso havia se tornado a cópia do pai e que para dar con-tinuidade à carreira preci-sava ser conhecido pelas próprias características, e não por meio das de Tiriri-ca. “Ao completar 13 anos vi que éramos dois Tiriri-cas. Senti a necessidade de conquistar a minha identida-de e estilo”, confessa.

Na falta de opção, Silva deu uma pausa nos trabalhos e re-solveu mudar de estilo, agora, o jovem enfrenta o desafi o de ser cantor em bandas de forró. Passou por dois grupos com os nomes Mó Mentira e Levada Sacana, onde chegou até a conseguir algumas aparições em programas de televisão nacional. “Foram experiências boas, mas não conseguimos decolar, infelizmente não acon-teceu”, lamenta.

PRISCILA CALDASEquipe EM TEMPO

Ao completar 13 anos vi que éramos dois Tiriricas. Senti a necessidade de

conquistar a minha identidade

e estilo

Tirulipa, humorista

SERVIÇOSHOW “TÁ GOS-TANDO, TÁ. TÁ QUERENDO, TÁ”

Quando:

Onde:

Quanto:

Informações:

Hoje, com sessões às 19h e 21h

Teatro La Salle

R$ 35 (meia-entrada) e R$ 70 (inteira)

(92) 8216-3787 e 9171-4649

O tempo passou e o ta-lento veio à tona e começou a aparecer, mas em versão de repórter. O humoris-ta aceitou o convite para participar de um quadro de entrevistas em uma televi-são local, no Ceará.

“Passei 6 anos como re-pórter e conseguimos ter destaque, a partir daí novos convites surgiram”, come-mora. Em um dos programas nasceu a extravagante Mu-lher Rapadura, uma cantora de funk do subúrbio cearen-se, a qual o comediante inti-tula como um dos seus maio-res sucessos por ser criação própria. Uma das músicas cantadas pela personagem

que foi sucesso no Carnaval de 2009 foi a “Dança do prende e solta”, uma música envolvente com coreografi a sensual. O ritmo conquistou o gosto de vários famosos, entre eles: Ivete Sangalo, Bel do Chiclete com Banana, Márcio Vi-tor do Psirico, Dur-val Lelis d o g r u p o Asa de Águ ia , S h e i l a C a r v a -lho e seu m a r i d o T o n y Sales do Ragha-

toni. Hoje, a letra está re-gravada na voz de Andressa Soares, a Mulher Melancia.

Ao encerrar a entrevista, o comediante pediu para dei-xar a seguinte mensagem:

“Faço humor com amor. Esse é o meu segredo”,

frisou.

Personalidade forte no palco

entre eles: Ivete Sangalo, Bel do Chiclete com Banana, Márcio Vi-tor do Psirico, Dur-val Lelis d o

S h e i l a

“Faço humor com amor. Esse é o meu segredo”,

frisou.

Tirulipa declara estar feliz com a nova fase da car-reira, que inclui um contrato com a TV Globo e turnê com seu show

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D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013

Os 40 anos do lado escuro da Lua

RESENHA

PERFIL

Gustav Cervinka é jornalista, repórter do Plateia e músico

Gravado nos estúdios Abbey Road, o disco “The dark side of the moon”, traz dez composições, incluindo “Breathe”, “Time”, “The great gig in the sky” e “Money”

GUSTAV CERVINKA*

Hoje, completam-se exatos 40 anos que foi lançado no mundo o álbum an-

tológico “The dark side of the Moon”(“O lado escuro da Lua”, traduzido para o português), da banda inglesa Pink Floyd. O disco é carre-gado de grandes sucessos inseridos no gênero do rock progressivo e é considerado como a melhor radiografia do grupo de Roger Waters, David Gilmour, Richard Wri-ght e Nick Mason.

Gravado nos estúdios Abbey Road, o disco “The dark side of the moon”, traz dez composições, incluindo “Breathe”, “Time”, “The great gig in the sky” e “Money”. Para o músico Anfremon D’Amazonas, que realizou nada menos do que 15 shows especiais em homenagem ao álbum, em Manaus, com sua (extinta) banda Sweet-Case, mesmo reconhecendo a grandiosidade por trás da concepção do disco, é difícil definir o que o torna tão importante para o mundo

da música, sobretudo para a história do rock. “Creio que seja uma junção de fatores, quase um daqueles eventos astronômicos que só aconte-cem de tempos em tempos: o bom momento da banda, o aspecto conceitual das mú-sicas com temas universais (loucura, dinheiro, filosofia, morte, etc.), o nível técnico da gravação para a época, com a “benção” de Alan Parsons e dos estúdios Abbey Road”, diz.

Segundo D’Amazonas, toda a história da banda Pink Floyd é sedimentada em composições de sucesso, contudo a represen-tatividade desse disco está na mistura balanceada de estilos de seus integrantes. “Antes do “Dark Side” percebe-se muito o lado psicodélico de Syd Barret nos discos do Pink Floyd. Após isso, enxerga-se quase sempre uma personalidade dominante em cada disco da banda. Por exemplo, “The Final Cut”, “Animals” e “The Wall” são discos com a cara do Roger Waters. Os discos criados depois da saída do Waters da banda, como o “Momentary Lapse of Reason” e o “The Di-vision Bell”, são, obviamente, mais a cara do David Gilmour.

Creio que o “Dark Side” tenha atin-gido o mix perfeito e n t r e e s s e s d o i s m ú -sicos ex-cepcionais e com-pletamente diferentes um do outro. Talvez, por isso o disco seja tão bom. É meló-dico e psicodélico sem ser enjoativo e também ácido e crítico sem chegar a ser cínico. Gilmour e Waters na dose certa”, conclui.

O disco é ainda alvo de uma espécie de conspiração mítica. Depois de alguns anos do seu lançamento, passou-se a popularizar a informação de que o álbum apresenta relação com o filme “O má-gico de Oz”, com sincronia de melodias e letras às cenas do longa-metragem. O fato nunca foi confirmado pela banda que, aliás, chegou a manifestar não houve esse planejamento em momento algum, durante a produção do disco.

“The dark side of the Moon”

é assi-nado pelos selos Harvest Records e Ca-pitol Records e é o oitavo da carreira de Pink Floyd. O disco vendeu mais de 15 milhões de cópias só nos EUA, e ficou no Top 200 da Billboard esta-dunidense por 741 semanas. Todos os anos, desde 2000, a Biblioteca do Congresso dos EUA toma a decisão de adicio-nar mais 25 novas gravações para o seu Registro Nacional de Gravação, um arquivo finan-ciado pelo governo federal que busca preservar as músicas e sons que são “cultural, histórica ou esteticamente importante”. Este ano, “The dark side of the Moon” recebeu o maior nú-mero de nomeações públicas para o álbum selar o seu lugar na história.

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D5Plateia MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013

Canal [email protected]

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

TV TudoBarraco de plantãoOu como “Casos de Fa-

mília” ou “Quem convence ganha mais”, o título nada importa, o miolo do progra-ma de todas as tardes no SBT nunca é diferente.

Mesmo com denúncias de armação da produção, paga-mentos de cachê, é sempre o mesmo barraco, a mesma baixaria. É uma pena ver a Christina Rocha metida no meio disso.

Um pelo outro O “Casos de Família”, com

a mesma Christina, voltará a ser exibido pelo SBT em 1º de abril. Não poderia ha-ver mais acerto na escolha do dia.

Vai tomar o lugar do “Quem convence ganha mais”, o que também não irá representar coisa nenhuma no resultado fi nal da coisa.

A moda pegou Toda craque de futebol que

se preza, num desembarque em aeroporto ou chegada em estádio, sempre dá o “agá” do celular.

Falando ou não com al-guém, o aparelho no ouvido serve para evitar a aproxi-mação de repórteres e ou-tros que tais.

A moda pegou 2Artistas de maneira geral,

e aí se incluem atores, can-tores e músicos em geral, resolveram adotar o mesmo truque.

Em qualquer andança nos principais aeroportos, por exemplo, são sempre fl agrados com o celular no ouvido, levando os mais curiosos a manter uma distância regulamentar.

PrevisãoA direção do SBT trabalha

com a expectativa de fechar 2013 com aumento no fa-turamento na casa dos 10% acima, se comparado com o mesmo período em 2012.

O mercado deve fechar

em algo em torno de 6%. Música assustaCurioso como muda o

comportamento de quem assiste televisão. Nos tem-pos de agora, por exemplo, a música passou a ser evi-tada em alguns dos prin-cipais programas, mesmo em se tratando dos artis-tas mais populares. Evitada porque simplesmente não dá audiência.

Porém...Não se trata de um sim-

ples modismo. Já de algum tempo, o telespectador da TV aberta, de maneira geral, deixou de colocar a música no meio daquilo que ele mais gosta de assistir.

E aí alguém pode dizer, mas o “The Voice” é um exemplo em contrário. De fato é, mas devemos consi-derar que no meio dele existe o lance da competição.

Posto de observação Setores da própria Band

revelam certo estranhamen-to no que diz respeito à participação do Marco Lu-que, na bancada do “CQC”, na volta do programa, segunda-feira passada.

Foram poucas as vezes que ele entrou no barulho dos companheiros Marcelo Tas e Oscar Filho.

Pequena pausaGlória Perez deu um tempo

na personagem da Paloma Bernardi, que deixou de ter a mesma exposição de ca-pítulos passados.

Mas trata-se de algo temporário. Rosângela ob-servará um crescimento bem importante no desfecho da novela.

Bate-rebate• Nanda Costa não está

para tantos convites de eventos. O ritmo puxado de gravações de “Salve Jorge” não permite.

• Neste domingo, dia 24, a partir das 13 horas, a Band exibe a primeira pro-va da temporada 2013 da Fórmula Indy, o GP de St. Petersburg, na Flórida, com Téo José, Felipe Giaffone e Antonio Pétrin.

• Lembrando que a etapa brasileira da Indy está mar-cada para o dia 5 de maio - a SP Indy 300.

• A Rede TV! exibe neste domingo, às 14h, o especial “X Games Tignes”, com os melhores momentos da edi-ção francesa do evento. Fer-nando Navarro apresenta.

• Já a edição do “X Ga-mes” em Foz do Iguaçu (PR), acontecerá entre os dias 18 e 21 abril.

Desrespeito à vida A imprensa em geral, espe-

cialmente a TV, tem abordado com frequência a questão do trabalho extra dos policiais mi-litares, o popular “bico”.

Programas como “Brasil Ur-gente”, do Datena, e “Cidade Alerta”, do Marcelo Rezende têm batido nesta tecla. Difí-cil calcular quantos recorrem a tal expediente, em pequenos ou grandes centros do país. Cabe aos órgãos competentes julgar se correto ou não.

O “Manhattan Connec-tion”, completando 20 anos, vai comemorar a data com uma edição especial, neste domingo, na Globo News. Lucas Mendes, Caio Blinder e Pedro Andrade participam da festa direto de Nova York, com Diogo Mainardi, de Ve-neza, e Ricardo Amorim, em um estúdio em São Paulo, recebendo o antropólogo Roberto DaMatta.

C’est fi ni

DIVULGAÇÃO

Em 2013 os bois Garantido e Ca-prichoso comemoram o seu cen-tenário. Há muito que um e outro digladiam-se para saber quem surgiu primeiro, assunto que tem ganhado contornos polêmicos ao longo dos anos, gerador de inúmeras versões sobre a genealogia de ambos.

No lado azul, Odinéa Andrade e Simão Assayag divergem sobre a origem do Boi Caprichoso. No verme-lho, as opiniões do próprio Lindolfo Monteverde, criador do Garantido, entram em conflito com o depoimen-to de seus filhos, como os relatados por Maria Monteverde e Reki Monte-verde. O antropólogo Sérgio Ivan Gil Braga em sua tese de doutoramento intitulado ”Os Bois-Bumbás de Pa-rintins”, é o autor da melhor análise sobre a festa e de onde extraímos boa parte de nossas insinuações.

Uma das curiosidades presentes no livro diz respeito a própria notícia envolvendo os bois nos inúmeros jornais que circulavam pela ilha, por volta de 1913. Em nenhum deles (des-de “O Tacape: literário, scientífico e noticioso” até “Tribuna de Parintins”) não se observou “qualquer referência sobre os bumbás”, e as notas sobre eles só são encontradas em jornais a partir do ano de 1980. Logo, a única possibilidade de informação sobre a gênese dos bumbás tem sido através da história oral, e ela, como falamos, é cheia de controvérsias.

Na versão de José Monteiro de Oliveira, o Boi Caprichoso veio da Praça 14 trazido por seu “dono” que era originário do Maranhão, tornando-se conhecido em Parintins como “maranhense”. Depois do “ma-ranhense”, Feliz Cid assumiu o boi, e em seguida, Luiz Gonzaga assumira o posto. Já Odinéa Andrade afirma que o Boi Caprichoso surgiu de uma promessa a são João feita pelos “irmãos Cid”, Roque da Silva Cid e Tomas Cid. Vindos do Crato, Ceará, os irmãos Cid fizeram a promessa com

o intuito de obter êxito em Parintins. No alcance do pedido, o santo seria homenageado com a criação de um bumbá. Andrade afirma ainda que o primeiro dono do Caprichoso foi Emí-dio Rodrigues Vieira, vindo da Praça 14, em Manaus, em 1913, época em que conheceu os irmãos Cid.

Simão Assayag nos dá outra ver-são. Diz que o primeiro rival do Ga-rantido foi o Boi Galante, criado em 1913. De uma dissidência do Galante é que surgiu o Caprichoso.

Sobre o relatado acima, todas as versões colocam a Praça 14 como um espaço pertencente à história do Boi Caprichoso, seja como lo-cal de criação ou como origem de seu primeiro dono. Em relação a promessa a são João, Maria Mi-chol Pinho de Carvalho afirma que a maioria dos “bois tradicionais” do Maranhão foram resultado de promessa ou homenagem a este santo, logo, é verossímil a versão contada por Odinéa.

No Garantido, Tonzinho Saunier, em 1979, fez uma entrevista com Lindolfo Monteverde, pouco tempo antes de morrer, em que afirma a data de criação do bumbá: 1920. Para os Monteverde, o Garantido fora criado em 1915 quando Lindolfo tinha 13 anos. Ao ficar enfermo, fez uma promessa pra são João que caso ficasse bom “seguiria adiante” com a brincadeira passando o Ga-rantido a se tornar, então, um Boi de Promessa.

Outros “bois de fama” faziam par-te das brincadeiras da ilha como o Fita Verde, Misterioso, Mina de Ouro e Campineiro. Cabe ressaltar que apesar da duplicidade de versões sobrea origem de um e outro boi é certo afirmar que de modo algum isto contribui para uma história desen-contrada sobre a festa, ao contrário, a amplitude de versões só comprova a importância e riqueza dos bumbás em seus contextos de origem.

Márcio BrazE-mail: [email protected]

Marcio Braz ator, diretor e

membro Núcleo de Antropologia Visual

da Ufam (Navi)

Em 2013 os bois Garantido e Caprichoso comemoram o seu cen-tenário. Há muito que um e outro digladiam-se para saber quem surgiu primeiro”

A gênese dos bumbás

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D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013

Programação de TV

6:00 Arnold6:30 Pesca Alternativa

SBT

GLOBO

REDE TV

4:45 Santa Missa em Seu Lar5:50 Sagrado6:00 Amazônia Rural6:30 Pequenas Empresas, Grandes Negócios7:05 Globo Rural8:00 Auto Esporte8:30 Esporte Espetacular11:30 Esquenta!12:50 Temperatura Máxima15:00 Futebol 201317:00 Domingão do Faustão19:45 Fantástico22:05 Big Brother Brasil22:50 Big Brother Brasil23:35 Domingo Maior1:25 Flash – Big Brother Brasil1:30 Sessão de Gala3:15 Corujão4:35 Festival de Desenhos

4:45 Bíblia em Foco5:00 Nosso Tempo5:30 Desenhos Bíblicos8:45 Record Kids9:00 Amazonas da Sorte10:00 Record Kids12:00 Tudo a Ver14:00 Programa do Gugu18:00 Domingo Espetacular22:00 Tela Máxima

RECORD

6:30 Igreja Internacional da Graça7:30 Igreja Internacional da Graça8:30 TV Kids9:00 TV Shopping Manaus10:00 Super Oferta10:30 TV Kids11:00 Igreja Internacional da Graça12:00 Fique Ligado13:00 Esporte Performance

BAND

5:00 Igreja Mundial5:50 Popcorn TV6:30 Santa Missa no Seu Lar7:30 Fé na Verdade8:30 Desenho9:00 Expressão Esportes9:30 Mackenzie em Movimento9:45 Infomercial10:45 Verdade e Vida11:30 Gol, O Grande Momento do Futebol12:00 Fórmula Truck13:30 Terceiro Tempo14:30 Futebol 201316:50 Terceiro Tempo18:20 Polícia 24h20:10 Os Simpsons21:00 Pânico na Band0:00 Canal Livre1:35 Show Business3:00 Igreja Mundial

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 As esperanças devem mobilizar gestos obje-tivos. Procure o caminho mais simples para você resolver seus problemas. É preciso agir de maneira efi ciente mas sem complicar.

TOURO - 20/4 a 20/5 Os amigos se mostram mais compreensivos e lhe favorecem de diversas maneiras. Podem ajudá-lo em pequenas encrencas ou trazer alegria para seus sentimentos.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 Um dia voltado para as realizações sociais e profi ssionais. Você está mais dedicado às grandes causas, mas deveria fazer isso de maneira muito simples e sem afetações.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 Bom estímulo às aspirações fi losófi cas e aos altos estudos, em especial se orientados à vida profi ssional. O momento pede que você coloque em prática seu conhecimento.

LEÃO - 23/7 a 22/8 Você se devota a estudar e refl etir sobre o desconhecido. Momento para pensar sobre questões fundamentais da existência, voltadas para o sentido da vida e seus signifi cados.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 Você se volta a relações que envolvam resul-tados conjuntos. É tempo de se acertar com as pessoas de uma maneira bastante simples, sem recorrer a justifi cativas complicadas.

LIBRA - 23/9 a 22/10 Um dia em que você está mais cooperativo e desejoso na dedicação ao trabalho. A har-monia com os colegas é fundamental. Siga o caminho mais simples que houver.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 É tempo de você viver situações inspiradas na relação amorosa. O cotidiano deve receber bem os gestos criativos e afetivos entre vocês. Viva o melhor de maneira descomplicada.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 Um bom ambiente é fundamental para que os desejos afetivos e de diversão se realizem. Comece construindo uma situação tranquila e de confiança entre vocês dois.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 Boa relação com colegas e pessoas próximas, o que tende a levar à formação de ambientes e situações agradáveis. Procure criar um bom clima com as pessoas ao redor.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 O bom aspecto torna este um dia fa-vorável para seus negócios, alcançando resultados especiais em alguns casos. Procure comunicar de maneira simples os seus intentos.

PEIXES - 19/2 a 20/3 As boas inspirações devem ser colocadas em ação nos negócios e na vida material, semeando algo positivo. Usufrua dos bens que estão à sua disposição neste momento.

CruzadinhasCinemaPRE-ESTREIAGI Joe – A Retaliação: EUA. 14 anos. Um acordo entre as grandes potências defi ne a redução das ogivas nucleares no mundo todo, mas os Estados Unidos, comandados pela organização Cobra, des-consideram o acerto e dão ínicio a um plano de proporções alarmantes. Enquanto isso, seguindo as ordens do presidente americano, o esquadrão de elite G.I. Joe é acusado de traição e, após ser atacado brutalmente, tem vários de seus inte-grantes mortos em combate. Cinemark 4 – 21h40 (3D/dub/somente quarta e quinta); Cinemais Millennium 3 – 19h50 e 22h10 (3D/leg/somente quarta e quinta).

REPRODUÇÃO

Linha de Ação – 14 anos: Cine-mark 1 – 22h30 (dub/diariamente); Playarte 2 – 14h, 16h10 (leg/diaria-mente) e 22h55 (leg/somente sexta e sábado); Cinemais Millennium 4 – 21h (leg/diariamente).

A Busca – 12 anos: Cinema-rk 2 – 15h e 19h40 (diariamente); Cinemais Plaza 6 – 15h20, 17h30, 19h40 e 22h (diariamente); Cinemais

Millennium 7 – 15h, 17h, 19h15 e 21h20 (diariamente).

A Fuga – 16 anos: Cinemark 2 – 12h30, 17h20 e 22h10 (dub/diaria-mente); Playarte 2 – 18h35 e 20h45 (leg/diariamente); Cinemais Plaza 4 – 21h10 (dub/diariamente).

Oz, O Mágico e Poderoso – Livre: Cinemark 4 – 12h45, 15h40, 18h40

(3D/dub/diariamente) e 21h40 (3D/dub/não será exibido quarta e quin-ta); Cinemark 5 – 13h30, 16h20 e 22h (dub/diariamente); Cinemais Plaza 2 – 21h40 (3D/dub/diariamente); Cine-mais Plaza 5 – 13h40 e 19h (dub/diariamente); Cinemais Millennium 3 – 13h30, 16h10, 18h50 e 21h30 (3D/dub/somente até terça-feira); Cinemais Millennium 6 – 14h, 16h40, 19h20 e 22h (leg/diariamente).

Dezesseis Luas – 12 anos: Cine-mark 5 – 19h10 (dub/diariamente); Cinemais Plaza 5 – 16h20 e 21h50 (dub/diariamente); Cinemais Mil-lennium 5 – 14h10, 16h35, 19h10 e 21h35 (leg/diariamente).

Inatividade Paranormal – 16 anos: Playarte 9 – 14h15, 16h15, 18h15 (dub/diariamente), 20h15 (leg/diariamente) e 22h15 (leg/somente sexta e sábado).

CONTINUAÇÕES

O Som ao Redor: BRA. 16 anos. A presença de uma milícia em uma rua de classe média na zona sul do Recife muda a vida dos moradores do local. Ao mesmo tempo em que alguns comemoram a tranquilidade trazida pela segurança privada, outros passam por momentos de extrema tensão. Ao mesmo tempo, casada e mãe de duas crianças, Bia tenta encontrar um modo de lidar com o barulhento cachorro de seu vizinho. Playarte 8 – 13h20, 16h, 18h40, 21h20 (diariamente) e 23h59 (somente sexta e sábado).

A noite de domingo do SBT é comandada por Silvio Santos

DIVULGAÇÃO

Parker: EUA. 14 anos. O fi lme é uma adaptação dos livros do personagem Parker, criado pelo autor Donald E. Westlake sob o pseudônimo Richard Stark. Apesar de outras versões para o cinema - como “O Troco” (1999), com Mel Gibson - essa é a primeira vez que o protagonista tem o mesmo nome do personagem dos livros. Jason Statham interpreta o ladrão frio e metódico que, traído, busca vingança. Cinemark 3 – 13h, 15h50, 18h30 e 21h20 (dub/diaria-mente); Cinemais Plaza 8 – 14h30, 16h50, 19h10 e 21h30 (dub/diariamente); Cinemais Millennium 2 – 14h50, 17h10, 19h30 e 21h50 (leg/diariamente).

Os Croods: EUA. LIVRE. Do mesmo diretor de “Como Treinar seu Dragão” (2010), o fi lme mostra uma família pré-histórica que enfrenta criaturas monstruosas enquanto procura um novo lar. Cinemark 1 – 12h40, 15h10, 17h30 e 20h (dub/diariamente); Cinemark 6 – 11h30 (3D/dub/somente sábado e domingo), 14h, 16h30, 19h e 21h30 (3D/dub/diariamente); Cinemark 7 – 13h10, 15h30, 18h10, 20h40 (3D/dub/diariamente) e 23h10 (3D/dub/somente sexta e sábado); Playarte 1 – 12h20, 14h30, 16h40, 18h50, 21h (3D/dub/diariamente) e 23h10 (3D/dub/somente sexta e sábado); Playarte 5 – 13h30, 15h40, 17h50, 20h (dub/diariamente) e 22h10 (dub/somente sexta e sábado); Playarte 6 – 13h31, 15h41, 17h51, 20h01 (dub/diariamente) e 22h11 (dub/diariamente); Cinemais Plaza 2 – 15h10, 17h20 e 19h30 (3D/dub/diariamente); Cinemais Plaza 4 – 14h20, 16h30 e 18h40 (dub/diariamente); Cinemais Millennium 1 – 14h40, 16h50, 19h e 21h (3D/dub/diariamente); Cinemais Millennium 4 – 13h50, 16h e 18h10 (dub/diariamente).

Vai Que Dá Certo: BRA. 12 anos. Diretor de “A Grande Família - O Filme” (2010), Maurício Farias fi lma a história de um grupo de amigos que aceita participar do roubo de um carro-forte para quitar dívidas e realizar sonhos nunca realizados. Cinemark 8 – 12h50, 14h50, 17h10, 19h30, 21h50 (diariamente) e 0h00 (somente sexta e sábado); Playarte 3 – 14h30, 16h30, 18h30, 20h30 (diariamente) e 22h30 (somente sexta e sábado); Playarte 4 – 14h30, 16h31, 18h31, 20h31 (diariamente) e 22h31 (somente sexta e sábado); Playarte 7 – 13h30, 15h30, 17h30, 19h30, 21h30 (diariamente) e 23h30 (somente sexta e sábado); Playarte 10 – 13h55, 15h55, 17h55, 19h55, 21h55 (diariamente) e 23h55 (somente sexta e sábado); Cinemais Plaza 3 – 14h10, 16h10, 18h20 e 20h20 (diariamente); Cinemais 7 – 15h, 17h10, 19h20 e 21h20 (diariamente); Cinemais Millennium 8 – 15h20, 17h30, 19h40 e 21h40 (diariamente).

14:00 Encircuito15:30 TV Kids17:00 Ritmo Brasil17:30 Star Trek18:30 O Último Passageiro19:45 Operação de Risco20:30 Tá Gravado21:00 TV Shopping Manaus22:00 WWE Smackdown23:00 Dr. Hollywood0:00 É Notícia1:00 Bola na Rede1:30 Igreja Internacional da Graça

0:15 Programação IURD7:30 Brasil Caminhoneiro8:00 Aventura Selvagem8:30 Vrum9:00 Amazonas da Sorte10:00 Domingo Legal14:00 Eliana18:00 Vamos Brincar de Forca18:45 Programa Sílvio Santos19:00 Programa Sílvio Santos23:00 De Frente com Gabi0:00 Série1:00 Série2:00 Série3:00 Igreja Universal

ESTREIA

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Page 31: EM TEMPO - 24 de março de 2013

D7Plateia MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

Nazaré Limongi Cabral e Mauro Beckman estão trocando de idade hoje. Os cumprimentos da coluna.

Zeca Nascimento comanda hoje, no casarão do Centro, sessão parabéns das mais animadas para sua querida prima Maria Tereza Guerreiro.

A OAB-AM divulgou a classifi cação das universidades no 8º Exame da Ordem Unifi cado. A UEA, Ufam e UniNorte ocupam os três primeiros lugares, respectivamente. A UEA ob-teve índice de 38,82% de aprovação; a Ufam, 34,55%; e a UniNorte fi cou com 15,18%, sendo a primeira no ranking de instituições particulares.

Após atuação em Minas Gerais, em um dos centros de referência da cirurgia plás-tica no Brasil, a médica Márcia Leão está de volta a Manaus. Márcia está fazendo parte da equipe do Hospital Santa Júlia e atendendo no seu consultório fi ncado no Empire Center.

A 3ª edição do Jantar Dançante do Caesar Business está agendada para acontecer no próximo 5, a partir das 19h. Taty Corazón Latino retorna este ano pela segunda vez, trazendo os ritmos calientes da salsa, merengue, zouk e muita música romântica.

A Casa do Bacalhau vai deixar a Paraí-ba, em breve, para engrossar a lista de restaurantes do Vieiralves.

Rômulo Sena, o festejado apresen-tador-escritor, comanda mais uma sessão autógrafo de sua nova cria: o livro “Personalidades da Amazô-nia”, no próximo dia 9, na Aleam – às 16h.

O Waku Sese, do Manauara Shopping, pilota amanhã almoço de lançamento do seu novo cardápio – às 13h.

::::: Sala de Espera

Plateia

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

Em reunião de Páscoa: o Grupo da Associação Amigos da Catedral pilotado pelo querido casal Carmen e Ricardo Silva com Marilda Jacob, Yara Lanza, Célia Marques, Graziela Nogueira, Marinildes Lima, Maria Luiza Dantas, Sônia Bezerra e Liana Mendonça

Acompanhado da primeira-dama Nejmi Jomaa Aziz, o governa-dor Omar Aziz inaugurou o 2º Juizado Especial da Violência Doméstica e Familiar Contra

a Mulher ‘Maria da Penha’, na última semana. Por

meio dessa parceria en-tre o governo do Ama-

zonas e o Tribunal de Justiça, o Amazonas deu um importante

avanço na luta contra a violência doméstica

Com presença de dezenas de autoridades do Estado, entre elas o governador Omar Aziz e o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, além dos secretários estaduais e muni-cipais e prefeitos do interior do Amazonas, a Escola de Contas Públicas do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas abriu, anteontem, ofi cialmente o calendário letivo de 2013. A aula inaugural foi conduzida pelos professores Antônio José Barbosa e Rodrigo Moraes, com o tema “História Política do Brasil: O Legislativo e o Papel dos Tribunais de Contas”.

::::: Pontapé

Danielle e Ricardo Cas-tro naquele momento de carinho indispensável. Ele é o aniversariante da temporada e ganhou fes-tim animado no Classic

Alexandre Barreira, Hiroya Takano e Zeca Nasci-mento formando trio dos mais alegres celebran-do como de costume a vida, a felicidade e os amigos, nos redutos do delicioso Shin Suzuran

A palavra de ordem é pratici-dade. Os ingressos do 17º. Fes-tival Amazonas de Ópera podem ser entregues em casa, depende de você optar pelo delivery, por meio do www.bestseat.com.br. Com 33 apresentações progra-madas, a temporada 2013 do FAO, no período de 14 de abril a 26 de maio, já estão com ingressos à venda também na bilheteria do Teatro Amazonas. Os valores dos ingressos, com a política do governo de tornar o espetáculo o mais acessível ao público, variam de R$ 5 até R$ 80, sendo os mais procurados os de plateia e frisa. A reali-zação do evento tem a assi-natura da SEC, com patrocínio máster do Bradesco.

::::: DeliveryA Comissão de Turismo e Empreendedorismo da Aleam,

presidida pelo deputado Francisco Souza (PSC), iniciará uma série de visitas técnicas nos municípios da Região Metropolitana de Manaus. Novo Airão será o primeiro a ser visitado seguido de Itacoatiara, Manacapuru, Iranduba, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva e Careiro da Várzea. De acordo com Souza, o objetivo das visitas técnicas é conversar com os novos ges-tores municipais sobre as potencialidades turísticas de cada município e ainda sobre a criação de uma Secretaria Municipal de Turismo, pasta específi ca para tratar os assuntos da área.

::::: Caravana

HERICK PEREIRA/AGECOM

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

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Page 32: EM TEMPO - 24 de março de 2013

D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013

Balé folclórico prevê nova audição para o mês de maio

Criado em 2001 o Balé Folclórico do Amazonas, um dos corpos artísticos está-veis da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), prevê a rea-lização de audição externa para novos integrantes do corpo de baile em maio. A informação é da diretora do Balé Folclórico do Amazonas, Conceição Souza.

Segundo ela, hoje são ape-nas 27 integrantes, divididos entre 11 homens e 16 mu-lheres, compõem o grupo. “Nós não fazemos audição há um bom tempo e, prova-velmente, isso deve aconte-cer após o Festival Amazonas de Ópera”, completou. Em sua fundação, 50 pessoas compunham o corpo de bai-larinos do Balé Folclórico do Amazonas. De acordo com Sousa, ainda não há uma data defi nida para as audi-ções para novos integrantes. As aulas e ensaios do Balé Folclórico acontecem de se-gunda a sexta-feira, das 9h às 12h no teatro Américo Alvarez, na rua Ramos Fer-reira, 1.572, no Centro.

Frutos O balé folclórico tem

como objetivo de apoiar, resgatar e divulgar as ações destinadas a valo-rização e dinamização das danças folclóricas regio-nais. O grupo transformou de alguns bailarinos como é o caso de no Josinaldo Sampaio, de 31 anos, que está no corpo de baile desde sua fundação. “O balé me deu várias oportunidades desde que o projeto come-çou. Aqui eu pude me tornar um profissional realmente, algo que antes era impen-sado por mim”, declarou.

De acordo com Josinaldo, além da experiência pro-porcionada nos palcos, a equipe também participa de cursos, apresentações, e workshops. “Temos ótimas palestras com profi ssio-nais de fora do Estado e até do país. Se hoje eu sou um bailarino profi ssio-nal é graças ao balé folclórico”, completou.

A agenda de apresentações do balé não foi divulgada.

SELEÇÃO

Para o maître de balé, responsável pelo treina-mento do grupo, Flávio Soares, o desempenho de cada integrante tem sido fundamental para suas carreiras e reputação da equipe. “Quem passa por nós tem de mostrar em-penho e vontade e, ge-ralmente, é isso o que acontece. O projeto lança

muitas pessoas e se des-taca por isso”, salientou.

A diretora Conceição Souza também ressal-tou orgulhosa o talento de seus integrantes e o destaque e a visibilidade que eles recebem no meio artístico. “Alguns dos nos-sos dançarinos já ganha-ram destaque nacional”, disse.

Bailarinos ganham destaque

Atuamente o balé folclórico é composto por 27 bailarinos

Guitarrista do Ofi cina G3ministra workshop, amanhãJuninho Afram apresenta uma programação dividida entre ensinamentos e show do novo CD “Histórias e Bicicletas”

O integrante da ban-da de rock gospel Ofi cina G3, Juninho Afram, vai estar em

Manaus amanhã para minis-trar um workshop com o tema “Work Show”. Entre técnicas e músicas, o guitarrista vai explicar como acontece o processo de composição e gravação de um CD. O curso acontece na Igreja Ministério Internacional Geração Apos-tólica (Miga), na estrada da Cidade Nova.

De acordo com o coordena-dor do encontro, Júnior Baia, a proposta do curso é oferecer recursos que possibilitem boa qualidade musical aos artistas locais. “Em algumas horas os participantes terão acesso a uma espécie de aula de reforço que vai fundamen-tar o conhecimento adquirido anteriormente. É uma soma”, explica.

Baia informa que além de ensinamentos, os instrumen-tistas também vão assistir a um pequeno show, momento em que Afram vai apresentar alguns sucessos da banda e também do novo CD “Histórias e Bicicletas”. O encontro terá quatro horas de duração. “O guitarrista vai mostrar os so-los deste trabalho”, adianta.

Entre as questões a serem apresentadas, Afram vai falar sobre os “guitarristas frita-dores”, um termo utilizado entre o segmento artístico para denominar o músico que, ao tocar, mostra agilidade, porém, não utiliza técnicas. “Ele vai ensinar como ser ágil, de forma cor-reta. Também vai mostrar como acontece o processo

de composição de um disco até chegar ao estúdio para a gravação”, informa.

Segundo o Júnior Baia, a ideia é fazer vários workshops com outros integrantes da banda. No ano passado, o pa-lestrante foi o baterista, Ale-xandre Aposan. “É a segunda etapa da série de workshops da família G3. Ainda teremos outras novidades”, ressalta.

A programação conta com o apoio da Ordem dos Músi-cos do Brasil no Amazonas (OMB-AM), o que dá di-reito ao desconto de 20% no valor da ins-crição, para os artis-tas fi liados. Outra novidade é que os músicos vão parti-cipar de sorteios de 50 palhetas, camisas e ainda vão concorrer a um jantar com o palestrante.

Ao fi nal do curso será exibido um ví-

deo, gravado com um fã da Ofi -cina G3, Ney Carvalho. Ele tem um acervo de cinco guitarras e um violão criado por Afram sob a marca Tagima Dream Team, grupo que reúne os melhores guitarristas do Brasil, do qual Afram faz parte.

PRISCILA CALDASEquipe EM TEMPO

José Afram Júnior nasceu no Rio de Ja-neiro no dia 9 de ou-tubro de 1970. Além de instrumentista, tam-bém é cantor e atua como vocal de apoio da Ofi cina G3. Afram é um dos fundadores do grupo gospel e che-gou a ser considerado diversas vezes, por crí-ticos especializados em música, como um dos melhores guitarristas do Brasil.

Teve os primeiros contatos com o ins-trumento durante a adolescência, quando estudou em um con-servatório de violoncelo que fi cava próximo à sua casa. Após alguns anos deu preferência à guitarra elétrica por infl uência de bandas como Pink Floyd, além do rock dos anos 70 e 80.

Trajetória

SERVIÇOWORKSHOP “WORK SHOW”

Quando:Onde:

Quanto:Informações:

Amanhã, às 20hMinistério Internacional Ge-ração Apostólica (Miga)- av. Max Teixeira, 3.511, Cidade Nova 1R$ 25(92) 9330-9835

FOTOS: DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

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