Emprego de Análise Multicritério como Auxílio na Tomada de ...monografias.poli.ufrj.br ›...

58
Emprego de Análise Multicritério como Auxílio na Tomada de Decisão no Descomissionamento de Dutos Submarinos. Bruno Oliveira Lima de Souza Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador(es): Marcelo Igor Lourenço de Souza Co-orientador(es): Jean David Job Emmanuel Marie Caprace Rio de Janeiro Janeiro de 2018

Transcript of Emprego de Análise Multicritério como Auxílio na Tomada de ...monografias.poli.ufrj.br ›...

  • Emprego de Análise Multicritério como Auxílio na Tomada de Decisão no

    Descomissionamento de Dutos Submarinos.

    Bruno Oliveira Lima de Souza

    Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

    Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica,

    Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte

    dos requisitos necessários à obtenção do título de

    Engenheiro.

    Orientador(es): Marcelo Igor Lourenço de Souza

    Co-orientador(es): Jean David Job Emmanuel Marie

    Caprace

    Rio de Janeiro

    Janeiro de 2018

  • 2

    Emprego de análise multicritério como auxílio na tomada de decisão no

    descomissionamento de dutos submarinos.

    Bruno Oliveira Lima de Souza

    PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DA ESCOLA

    POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO

    PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A CONCLUSÃO DO CURSO DE

    ENGENHARIA – HABILITAÇÃO NAVAL E OCEÂNICA.

    Banca Examinadora:

    _______________________________________________

    Prof. Marcelo Igor Lourenço de Souza, D.Sc.

    _______________________________________________

    Prof. Jean David Caprace, Ph.D.

    _______________________________________________

    Prof. Segen Farid Estefen, D.Sc.

    _______________________________________________

    Prof. Ilson Paranhos Parqualino Ph.D.

    RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

    JANEIRO 2018

  • 3

    Agradecimentos

    Primeiramente quero agradecer a todo o apoio dado pelo Professor Marcelo Igor

    Lourenço, sem o qual esse trabalho não seria possível.

    Agradeço também aos meus colegas e companheiros da faculdade que trilharam essa

    jornada comigo durante anos e agregaram na minha formação como profissional e ser

    humano.

    Devo destacar dois colegas que foram pilares fundamentais na minha vida acadêmica,

    são estes, Pedro Henrique Caldas Jorge e Rogério Hannemann Júnior.

    Por último, porém não menos importante, gostaria de agradecer a minha família que

    sempre me apoiou com entusiasmo na minha escolha de me tornar um engenheiro naval.

  • 4

    Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte

    dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Naval.

    Emprego de análise multicritério como auxílio na tomada de decisão no

    descomissionamento de dutos submarinos.

    Bruno Oliveira Lima de Souza

    Janeiro 2018

    Orientador: Marcelo Igor Lourenço Co-orientador: Jean David Caprace

    Curso: Engenharia Naval e Oceânica

    Uma unidade industrial, após certo período, atinge sua fase final de produção, que é

    chamada de abandono ou descomissionamento. Tratando de plataformas de exploração

    de óleo e gás isto ocorre quando a produção se apresenta desvantajosa, sendo efetuado o

    encerramento das atividades, limpeza e remoção de estruturas e recuperação ambiental

    do local. Trata-se de operações com alto custo e elevado potencial de geração de

    impactos ambientais. Por se tratar de um aspecto multidisciplinar já que deverão ser

    levados em consideração critérios ambientais, sociais, técnicos, econômicos e de

    segurança, torna-se importante a abordagem de métodos que que realizem o tradeoff

    desses critérios com o objetivo de encontrar o ponto ótimo.

    Como auxílio nas tomadas de decisões necessárias para avaliar o tradeoff entre esses

    critérios optou-se pela utilização de ferramentas de análises multicritérios.

    Este relatório tem como objetivo a utilização de tais ferramentas para avaliar as

    melhores formas de descomissionamento a serem tomadas no final da vida útil de uma

    planta de produção.

    O relatório explicita diferentes abordagens e faz uma comparação entre elas no intuito

    de avaliar qual o melhor método que atende as necessidades do tomador de decisão.

  • 5

    Sumário 1. Introdução ............................................................................................................................ 9

    2. Revisão Bibliográfica .......................................................................................................... 9

    2.1. O Descomissionamento ............................................................................................... 9

    2.2. Descomissionamento de Dutos Submarinos ............................................................ 10

    2.3. Métodos de Análise multicritérios ........................................................................... 16

    3. Metodologia ....................................................................................................................... 22

    3.1. Abordagem computacional através do programa Visual PROMETHEE ............ 22

    3.2. Lógica de Fuzzy ......................................................................................................... 23

    4. Estudo de caso ................................................................................................................... 26

    4.1. Método BPEngO proposto para a linha escolhida (conclusão da shell) ............... 35

    4.2. Análise Através do Método Promethee ................................................................... 47

    4.3. Comparação dos resultados ...................................................................................... 51

    5. Conclusões .......................................................................................................................... 56

    6. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 57

  • 6

    Índice de Figuras

    Figura 1 Exemplo de pig dentro de um duto. Fonte:

    http://www.boingengenharia.com.br/limpeza-com-pigs.html ..................................................... 11

    Figura 2 Opção 2- Deixar presa à plataforma; Aterrar a extremidade. Fonte: Shell .................... 12

    Figura 3 Opção 3 - Deixar presa à plataforma; Cobrir com rochas a extremidade. Fonte: Shell 13

    Figura 4 Opção 4 - Desconectar da plataforma e da estrutura submarina e aterrar todo o

    comprimento da linha. Fonte:Shell ............................................................................................. 13

    Figura 5 Opção 5 -Desconectar da plataforma e da estrutura submarina e cobrir com rochas

    todo o comprimento. Fonte: Shell .............................................................................................. 14

    Figura 6 Opção 6 - Remover toda a linha por corte e elevação. Fonte: Shell ............................. 15

    Figura 7 Opção 7 - Remover toda a linha por S-lay reverso ( instalação reversa) Fonte: Shell .. 15

    Figura 8 Inputs do programa Visual PROMETHEE ................................................................... 23

    Figura 9 Gráfico Pertinência x Altura .......................................................................................... 24

    Figura 10 Funções de Preferência do Visual PROMETHEE .......................................................... 25

    Figura 11 – Localização do Brent Field; Fonte: Shell U.K. Limited - BRENT FIELD

    DECOMMISSIONING PROGRAMMES .......................................................................................... 27

    Figura 12 - Arranjo Geral do Brent Field; Fonte: Shell U.K. Limited - BRENT FIELD

    DECOMMISSIONING PROGRAMMES .......................................................................................... 28

    Figura 13 - Resumo da produção do Brent Field; Fonte: Shell U.K. Limited - BRENT FIELD

    DECOMMISSIONING PROGRAMMES .......................................................................................... 30

    Figura 14 - Processo de Execução do Estudo de Descomissionamento a Longo Prazo (EDLP).

    (adaptado de Hughes e Fish, 2000). ............................................................................................ 36

    file:///E:/ufrj/Emprego%20de%20análise%20multicritério%20como%20auxílio%20na%20tomada%20de%20decisão%20no.docx%23_Toc509221136file:///E:/ufrj/Emprego%20de%20análise%20multicritério%20como%20auxílio%20na%20tomada%20de%20decisão%20no.docx%23_Toc509221136file:///E:/ufrj/Emprego%20de%20análise%20multicritério%20como%20auxílio%20na%20tomada%20de%20decisão%20no.docx%23_Toc509221137file:///E:/ufrj/Emprego%20de%20análise%20multicritério%20como%20auxílio%20na%20tomada%20de%20decisão%20no.docx%23_Toc509221137file:///E:/ufrj/Emprego%20de%20análise%20multicritério%20como%20auxílio%20na%20tomada%20de%20decisão%20no.docx%23_Toc509221138file:///E:/ufrj/Emprego%20de%20análise%20multicritério%20como%20auxílio%20na%20tomada%20de%20decisão%20no.docx%23_Toc509221138

  • 7

    Índice de Tabelas

    Tabela 1 Fonte: www.maxwell.vrac.puc-rio.br/14098/14098_4.PDF ....................................... 20

    Tabela 2 Fonte: Adaptado de Berzins (2009) .............................................................................. 21

    Tabela 3 Fonte: Adaptado de Alves (2007 )................................................................................ 22

    Tabela 4 - História do desenvolvimento do Brent Field; Fonte: Shell U.K. Limited - BRENT FIELD

    DECOMMISSIONING PROGRAMMES .......................................................................................... 26

    Tabela 5 - Resumo das condições Físicas, Biologicas e Socioeconomicas do Brent Field; Fonte:

    Shell U.K. Limited - BRENT FIELD DECOMMISSIONING PROGRAMMES ...................................... 29

    Tabela 6 - Datas do Término de produção; Fonte: Shell U.K. Limited - BRENT FIELD

    DECOMMISSIONING PROGRAMMES .......................................................................................... 31

    Tabela 7 Estimativa do pesos do Campo Brent ........................................................................... 32

    Tabela 8 - Resumo dos Dutos do Brent Field; Fonte: Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES

    DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT ........................................................................... 34

    Tabela 9 Opções factíveis de descomissionamento para linhas qualitativas; Fonte: Adaptado de

    Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT ...... 35

    Tabela 10 - Avaliação das opções de descomissionamento ...................................................... 37

    Tabela 11 - Principais Critérios e Subcritérios Utilizados pela Shell; Fonte: Adaptado de Shell

    U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL

    DOCUMENT .............................................................................................................................. 38

    Tabela 12 - Fonte e Tipo de Dado Para Cada Subcritério; Fonte: Adaptado de Shell U.K.

    Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING - TECHNICAL DOCUMENT 39

    Tabela 13 - Valores Obtidos Para Cada Subcritério; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -

    BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT................ 39

    Tabela 14 - Distribuição de Pesos dos Critérios e Subcritérios Fonte: Adaptado de Shell U.K.

    Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT ...................... 40

    Tabela 15 - Cenários de Peso Usados na Análise de Sensibilidade; Fonte: Adaptado de Shell

    U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL

    DOCUMENT .............................................................................................................................. 40

    Tabela 16 - Cenário Principal; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES

    DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT ........................................................................... 41

    Tabela 17 Melhor opção no Cenário Principal pelo método BPEngO ......................................... 41

    Tabela 18 Cenário com peso em Segurança; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT

    FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT ................................................ 42

    Tabela 19 Melhor opção com peso em Segurança pelo método BPEngO .................................. 42

  • 8

    Tabela 20 Cenário com peso em Meio Ambiente; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT

    FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT ................................................ 43

    Tabela 21 Melhor opção com peso em Meio Ambiente pelo método BPEngO ......................... 43

    Tabela 22 Cenário com peso em Técnico; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD

    PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT .......................................................... 44

    Tabela 23 Melhor opção com peso em Técnico pelo método BPEngO ...................................... 44

    Tabela 24 Cenário com peso em Social; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD

    PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT .......................................................... 45

    Tabela 25 Melhor opção com peso em Social pelo método BPEngO ......................................... 45

    Tabela 26 Cenário sem critério de segurança; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT

    FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT ................................................ 46

    Tabela 27 - Melhor opção sem critério Econômico pelo método BPEngO ................................. 46

    Tabela 28 - Classificação Geral das Opções de Descomissionamento Segundo Método BPEngO

    adotado pela Shell ....................................................................................................................... 47

    Tabela 29 - Valores Estimados de Cada Subcritério No Cenário Principal ................................. 48

    Tabela 30 Somatório de Phi no cenário principal pelo método Promethee Linear .................... 49

    Tabela 31 Somatório de Phi com peso em segurança pelo método Promethee Linear ............. 49

    Tabela 32 Somatório de Phi com peso em Segurança pelo método Promethee Linear ............ 50

    Tabela 33 Somatório de Phi com peso em Técnico pelo método Promethee Linear ................. 50

    Tabela 34 Somatório de Phi com peso em Social pelo método Promethee Linear .................... 50

    Tabela 35 Somatório de Phi sem critério econômico pelo método Promethee Linear .............. 51

    Tabela 36 - Classificação Geral das Opções de Descomissionamento Segundo Método

    PROMETHEE ................................................................................................................................ 51

    Tabela 37 - Comparação dos Métodos Promethee e BPEng por Critérios ................................. 52

    Tabela 38 - Comparação Geral dos Métodos Promethee e BPEngO .......................................... 52

    Tabela 39 Comparação entre métodos Promethee no cenário principal ................................... 53

    Tabela 40 Comparação entre métodos Promethee com peso em segurança ............................ 53

    Tabela 41 Comparação entre métodos Promethee com peso em meio ambiente .................... 53

    Tabela 42 Comparação entre métodos Promethee com peso em técnico ................................ 54

    Tabela 43 Comparação entre métodos Promethee com peso em social ................................... 54

    Tabela 44 Comparação entre métodos Promethee sem critério econômico ............................. 54

    Tabela 45 Comparação Geral entre os Métodos Promethee ..................................................... 55

  • 9

    1. Introdução

    A demanda pelo descomissionamento de sistemas e estruturas offshore vem ganhando

    importância no cenário da indústria do petróleo e gás nos últimos anos, como forma de buscar

    os melhores métodos de descomissionamento, e por se tratar de um tema recente, ainda não se

    dispõe de metodologias consolidadas sobre o tema. Sendo assim as entidades responsáveis

    variam bastante quanto as decisões a serem tomadas no processo.

    Diversos trabalhos publicados fazem referência às técnicas e aos potenciais

    problemas e riscos relacionados ao fim da vida produtiva desses sistemas. Mas

    operações de descomissionamento são de natureza relativamente inovadora, a preocupação de

    tratar um sistema industrial ao final de sua produtividade é um pensamento recente e portanto

    ainda sem muitas referências.

    Este trabalho busca apresentar uma alternativa ao processo de tomada de decisão no

    descomissionamento do campo BRENT no mar do norte. Através de uma análise multicritério

    será feita uma comparação entre o método proposto por este trabalho e o método utilizado no

    campo.

    2. Revisão Bibliográfica

    2.1. O Descomissionamento

    O descomissionamento é o processo que ocorre no final da vida útil das instalações de

    exploração e produção de petróleo e gás. Refere-se ao desmantelamento, à remoção e a

    reciclagem dos equipamentos.

    Trata-se de um processo multidisciplinar uma vez abrange, diversas áreas da engenharia

    assim como áreas socioambientais. Com a crescente preocupação com os impactos causados ao

    meio ambiente devido às atividades industriais, o descomissionamento de sistemas offshore

    começa a tornar-se obrigatório em diversos países ao redor do mundo.

    Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), os gastos

    globais por ano com descomissionamento offshore devem mais que quadruplicar, até 2040, e o

    montante total dispendido pode atingir US$ 210 bilhões, nos próximos 25 anos.

    Somente no Brasil segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e

    Biocombustíveis) 42% das instalações offshore de produção existentes no Brasil hoje estão em

    operação há mais de 25 anos. A realidade brasileira e mundial demonstra um acúmulo de

    sistemas que foram projetados inicialmente sem considerar o final da vida útil dos mesmos.

  • 10

    Consequentemente, a falta de inclusão de um projeto de descomissionamento no projeto original

    dificulta a realização dessa atividade.

    No Brasil o descomissionamento torna-se algo ainda mais desafiador devido às grandes

    profundidades no qual os recursos são explorados, e por isso, uma participação mais relevante

    de estrutura mais complexas. Do total das plataformas no país, 57% são unidades fixas, 24% são

    do tipo FPSO, 14% são semi-submersíveis,5% de outros tipos, 17% das plataformas encontram-

    se em águas profundas acima de 400 metros e 25% em lâmina d’água maior que mil metros.

    (Dados Obtidos da IBP)

    2.2. Descomissionamento de Dutos Submarinos

    A norma ISO 13623:2009 (E), que estabelece diretrizes sobre sistemas de transporte por

    dutos, define duto (em inglês, pipeline) como os componentes de um sistema de dutos

    conectados entre si para o transporte de fluidos entre estações e/ou plantas, incluindo tubos,

    pigs, componentes, acessórios, válvulas de isolamento e separação.

    Antes de abordar os métodos de descomissionamento de pipelines, os mesmos devem

    ser limpos de forma que os contaminantes presente no interior dos dutos não entrem em contato

    com o meio ambiente durante a operação.

    A estratégia principal para um sistema de dutos interconectados é limpar as

    tubulações de uma plataforma para outra, usando as conexões existentes para empurrar o

    conteúdo do pipeline através do sistema. Dependendo da função do tubo e da natureza dos

    contaminantes encontrados nos fluidos, os resíduos serão coletados na plataforma receptora em

    tanques e transportados para terra para tratamento e descarte ou descarregados no mar sob

    permissão.

    Depois que o óleo ou gás é retirado do duto uma série de corridas de pigs (Figura 1) é

    realizada para retirar os resíduos ainda presente. É difícil estimar o número de corridas

    necessárias para que o duto seja considerado limpo, uma vez que o critério de limpeza é

    definido pela entidade regulatória vigente, e as características do duto e do pig influenciam

    nesse fator. No caso de reutilização, ao final da limpeza o duto é deixado com água do mar

    inibida quimicamente para reduzir a corrosão até o desmantelamento. Se não houver pretensões

    em reutilizar o duto, apenas colocam a água e deixam as extremidades abertas.

  • 11

    Figura 1 Exemplo de pig dentro de um duto. Fonte: http://www.boingengenharia.com.br/limpeza-com-pigs.html

    De acordo com o relatório da shell no descomissionamento do Campo Brent (Shell U.K.

    Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT)

    as linhas podem ser categorizadas em duas:

    Linhas Qualitativas – São aquelas que possuem poucas opções factíveis de

    descomissionamento. Essas opções podem ser resumidas em dois resultados: Uma é deixar a

    linha no local e tratar as extremidades expostas das linhas. A outra opção trata-se de remover

    completamente a linha com procedimento reverso de instalação e/ou algum outro método de

    recuperação.

    Linhas Quantitativas – São aquelas que por virtude de sua construção ou sua

    configuração atual possuem um grande número de opções factíveis para o descomissionamento.

    Foram consideradas sete opções factíveis sendo sete delas aplicáveis para a maioria das linhas.

    Essas opções se encontram descritas abaixo.

    - Opção 1. Deixar no Local sem nenhuma precaução adicional necessária.

    A opção 1 aplica-se apenas as linhas que estão ligadas em ambos os lados à plataforma. Para

    esta opção assume-se que a decisão da OSPAR 98/3* foi atendida.

    * A Convenção para a Proteção do Meio Marinho do Nordeste do Atlântico (a "Convenção OSPAR") foi aberto para assinatura no encontro Ministerial

    das antigas Comissões de Oslo e Paris em Paris em 22 de Setembro de 1992. A Convenção entrou em vigor em 25 de Março de 1998. Foi ratificado

    pela Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Islândia, Irlanda, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Portugal, Suécia, Suíça e Reino Unido e

    aprovado pela União Européia e Espanha.

    http://www.boingengenharia.com.br/limpeza-com-pigs.html

  • 12

    -Opção 2. Deixar presa à plataforma; Aterrar a extremidade.

    A opção 2 aplica-se apenas às linhas que estão conectadas em uma extremidade à uma estrutura

    submarina que deverá ser removida de acordo com a decisão da OSPAR 98/3. Nessa opção a

    conexão com a estrutura submarina seria removida com o corte e elevação para reciclagem ou

    armazenagem onshore, e a extremidade cortada seria enterrada.

    Figura 2 Opção 2- Deixar presa à plataforma; Aterrar a extremidade. Fonte: Shell

    -Opção 3. Deixar presa à plataforma; Cobrir com rochas a extremidade.

    A opção 3 aplica-se apenas às linhas que estão ligadas em uma extremidade a uma estrutura

    submarina que deve ser removida de acordo com a Decisão 98/3 da OSPAR. Tal como acontece

    com a Opção 2, as peças que ligam a tubulação a uma estrutura submarina seriam removidas

    para reciclagem ou eliminação no solo. Na extremidade da linha, 30 m de despejo de rochas

    seriam usados ao invés de enterro.

  • 13

    Figura 3 Opção 3 - Deixar presa à plataforma; Cobrir com rochas a extremidade. Fonte: Shell

    - Opção 4. Desconectar da plataforma e da estrutura submarina e aterrar todo o

    comprimento da linha.

    As linhas seriam desconectadas da plataforma ou estruturas submarinas em cada extremidade e

    removidos por corte e elevação para reciclagem ou armazenagem no solo. A linha que

    permanecesse no leito marinho deveria ser enterrada em todo o seu comprimento.

    Figura 4 Opção 4 - Desconectar da plataforma e da estrutura submarina e aterrar todo o comprimento da linha.

    Fonte:Shell

  • 14

    - Opção 5. Desconectar da plataforma e da estrutura submarina e cobrir com rochas todo

    o comprimento.

    As linhas seriam desconectadas da plataforma ou estruturas submarinas em cada extremidade e

    removidos por corte e elevação para reciclagem ou armazenagem no solo. A linha que

    permanecesse no leito marinho deveria ser coberta com rochas em todo o seu comprimento.

    Figura 5 Opção 5 -Desconectar da plataforma e da estrutura submarina e cobrir com rochas todo o comprimento. Fonte: Shell

    - Opção 6. Remover toda a linha por corte e elevação.

    A linha seria cortada em seções curtas (aproximadamente 25 m de comprimento) e as seções

    elevadas para uma embarcação para transporte para terra para reciclagem ou armazenagem.

  • 15

    Figura 6 Opção 6 - Remover toda a linha por corte e elevação. Fonte: Shell

    - Opção 7. Remover toda a linha por S-lay reverso (instalação reversa)

    As conexões seriam recolhidas por corte e elevação. Toda a linha seria removida através de um

    processo de instalação reversa usando um PLSV.

    Figura 7 Opção 7 - Remover toda a linha por S-lay reverso ( instalação reversa) Fonte: Shell

  • 16

    2.3. Métodos de Análise multicritérios

    Analytic Hierarchy Process (AHP)

    O AHP é uma das abordagens que pode ser escolhida quando o tomador de decisão

    utiliza seu julgamento e conhecimento para fazer uma avaliação entre critérios restritivos ou não

    para uma determinada situação. Segundo Gomes (2009), o AHP é baseado na comparação

    paritária dos critérios, buscando responder duas perguntas principais: Quais são os critérios de

    maior importância? Qual a proporção dessa importância?

    Para responder esses questionamentos os decisores devem atribuir pesos numa escala de

    1 a 9 para cada critério, comparando-os par a par (BERZINS, 2009). Gomes (2009) reforça

    mencionando que este método somente pode ser utilizado quando os parâmetros forem passivos

    ter sua importância mensurada numa escala de quociente ou razão. Ou seja, todos os parâmetros

    devem ser comparáveis entre si. Como exemplo comparando os critérios a1, a2 e a3, onde a1>a2

    >a3 , ou seja:

    𝑎1 = 𝑝12 ∗ 𝑎2 = 𝑥 ∗ 𝑎2

    𝑎2 = 𝑝23 ∗ 𝑎3 = 2𝑥 ∗ 𝑎3

    Consequentemente,

    𝑎1 = 𝑝13 ∗ 𝑎3 = 3𝑥 ∗ 𝑎3

    Onde pij representa o grau de importância do critério i em relação ao critério j. De posse

    dessas informações é montada a tabela de prioridade dos critérios.

    Posteriormente a esta montagem, é feito o somatório das linhas obtendo o valor wn em

    seguida os resultados obtidos devem ser normalizados (este resultado é denominado autovetor).

    Berzins (2009), menciona que a etapa posterior é o teste de inconsistência, que é utilizado para

    se verificar a existência de desvio entre as comparações, onde o resultado zero indica a

    consistência perfeita, já os valores superiores a 0,1 pode aumentar substancialmente o erro na

    decisão. O Resultado de Consistência (RC) é determinado pela equação:

  • 17

    𝑅𝐶 =(

    𝜇𝑚á𝑥 − 𝑛(𝑛 − 1)

    )

    𝑅𝐼

    Onde:

    𝜇𝑚á𝑥 – Maior autovalor da matriz

    n - Número de critérios;

    RI - Índice tabelado em Função de n, consultar Berzins (2009).

    Ou seja, após ter realizado todos os passos anteriores o cálculo de RC será o fator

    decisivo para a aceitação do resultado obtido, fazendo com que novas análise sejam feitas,

    alterando pesos de variáveis ou desconsiderando momentaneamente algumas restrições com a

    finalidade de se entender a lógica do resultado, caso os valores encontrado não sejam

    satisfatórios.

    Elimination and Choice Expressing Reality (ELECTRE)

    ELECTRE significa Eliminação e Escolha como Expressão da Realidade (Elimination

    et Choix Traduisant la réalité). Bernard Roy na década de 1960 com a finalidade de resolver um

    problema de escolha de uma melhor ação (alternativas) de um conjunto de ações, levando em

    consideração vários critérios que influenciavam na escolha, desenvolveu e aplicou pela primeira

    vez o conceito do modelo ELECTRE (MENDOCA, 2011).

    A principal característica do procedimento mencionado é a da incomparabilidade

    (quando não há ênfase) e da fundamentação não compensatória, ou seja, o resultado de um

    critério pode não se equilibrar em outro (ACOLET, 2008 apud GOMES, 2007). Existem várias

    versões do método ELECTRE (I, II, III, IV, IS e TRI), porém todas partem do mesmo princípio

    diferenciando-se apenas nos procedimentos matemáticos finais, fazendo com que cada versão

    possua um resultado específico.

    Para que seja explicada a fundamentação teórica do método ELECTRE é necessário

    primeiramente entender que dentro desta linha do AMD existem os denominados

    pseudocritérios, que são checagens adjuntas incorporadas com a finalidade de comparar melhor

    os critérios.

  • 18

    Preference Ranking Organization Method for Enrichment Evaluations (PROMETHEE)

    Para Brans e Mareschal (2005), Jean-Pierre Brans em 1982 apresentou pela primeira

    vez o PROMETHEE desenvolvido a partir do ELECTRE com o objetivo de originar um método

    mais simples considerando que seu precursor requer muitos parâmetros que podem não ter

    significado ao decisor.

    A relação entre o método ELECTRE e o PROMETHEE é tão expressiva que Campos

    (2011), destaque que na metodologia predecessora, faz-se necessário à atribuição de vários

    parâmetros que podem ser dificilmente mensurado pelo decisor, sendo que ambas são

    vulneráveis a subjetividade, porém o PROMETHEE se mostra mais robusto a variações nos

    parâmetros, promovendo a sua aplicação principalmente em sistemas de preferências nebulosas.

    Em analogia ao ELECTRE o método PROMETHEE também possui ramificações,

    sendo que cada uma delas é função geradora de um tipo de resultado. As principais vertentes do

    PROMETHEE são (I, II, III, IV, V e VI), contudo Campos (2011) também cita a existência do

    PROMETHEE & GAIA (Geometric Analysis for Interactive Aid), que é um complemento

    visual do método, auxiliando na análise dos pesos de cada critério sobre as alternativas.

    Semelhante ao AHP, o PROMETHEE também compara as alternativas em relação par a par

    indicando o desempenho de cada uma para um determinado critério (BRANS e MARESCHAL,

    2005). Para a realização da metodologia PROMETHEE se faz necessário calcular:

    ∏(𝑎, 𝑏) = ∑ 𝑤𝑖 ∗ 𝑃𝑖(𝑎, 𝑏)

    Onde:

    ∏(𝑎, 𝑏) – Grau de preferência da alternativa a em relação à b, para todos os critérios;

    𝑤𝑖 – Peso do critério i (i=1, 2,..., n);

    𝑃𝑖(𝑎, 𝑏) – Função de preferência.

    A função de preferência assume valores entre 0 e 1 e estão associadas a cada

    critério indicando a preferência entre alternativas, e são representadas em função da

    diferença do critério perante as alternativas, sendo escolhidas conforme o problema em

    conjunto com o decisor ( BASTOS e ALMEIDA, 2002). Resumindo, tem-se que para

    calcular, é necessário que sejam atribuídos os pesos aos critérios e que, posteriormente,

  • 19

    sejam mensurados os valores e, e assim compara-los aos valores que podem ser

    encontrados em Brans e Mareschal (2005).

    Uma vez calculado o grau de preferência deve-se medir o valor do fluxo de

    superação positivo (Ø+), que indica o quanto a alternativa é melhor as demais, enquanto

    o negativo (Ø-) indica o quanto a mesma opção é superada pelas demais, podendo ser

    calculadas com as fórmulas, considerando A como o conjunto de alternativas possíveis

    para a situação:

    Ø+(𝑎) = 1

    𝑛 − 1∗ ∑ ∗ ∏(𝑎, 𝑏)

    𝑏 ϵ A

    Ø−(𝑎) = 1

    𝑛 − 1∗ ∑ ∗ ∏(𝑏, 𝑎)

    𝑏 ϵ A

    Segundo Campos (2011), o modelo PROMETHEE provê uma avançada técnica de

    modelagem, porém a mesma possui como pré-requisito a necessidade de informações precisas

    sobre os parâmetros, enquanto a associação de critérios a gráficos (cálculo de Pi(a,b) ) pode

    auxiliar a determinação dos parâmetros, visto que na metodologia ELECTRE não ocorre esse

    tipo de comparação.

    A função de preferência ou critério generalizado representa o comportamento ou atitude

    do decisor em frente às diferenças provenientes da comparação par a par entre alternativas para

    um dado critério j. O decisor dispõe de graus de liberdade com relação ao tipo de critério a ser

    usado e aos limites de indiferença e preferência estrita.

    São considerados 6 tipos de critério ou funções de preferência

  • 20

    Tabela 1 Fonte: www.maxwell.vrac.puc-rio.br/14098/14098_4.PDF

  • 21

    Vantagens e desvantagens dos métodos

    Lopes (2008), lista como vantagem do AHP o seu reconhecimento no meio

    acadêmico e empresarial, representando a técnica mais utilizada atualmente, devido a sua

    decomposição hierárquica do problema tornando sua compreensão e estruturação mais

    fáceis, além de representar claramente as preferências dos decisores principalmente em

    situações onde predominam restrições qualitativas e o grupo de decisão é composto por

    pessoas com interesses e visões divergentes.

    Analisando Berzins (2009), é possível criar a Tabela 2

    Tabela 2 Fonte: Adaptado de Berzins (2009)

    Já o PROMETHEE tem como desvantagem a necessidade de tratamento preliminar

    de dados e a dificuldade de implementação em alguns tipos de problemas devido à

    quantidade de informação necessária. Todavia, a mesma também além de possuir uma

    ferramenta visual própria facilitando o entendimento dos pesos na solução encontrada.

    Macharis e Springael (2003), mencionam também o caráter não compensatório do

    PROMETHEE, permitindo por meio da análise de sensibilidade o estabelecimento de

    desvios admissíveis antes da classificação das alternativas, além da necessidade menor de

    inputs, que pode explicado pela orientação especifica para determinação dos pesos,

    trabalhando diretamente com a lógica fuzzy.

    Na Tabela 3 encontram-se mais comparações sobre os métodos propostos:

  • 22

    AHP ELECTRE PROMETHEE Entrada de dados (Inputs)

    Quantidade de julgamentos em problemas com

    muitos critérios e alternativas ALTA BAIXA ALTA

    Necessidade de processar dados NÃO SIM SIM

    Utilização de dados quantitativos e qualitativos SIM SIM SIM

    Utilização de decisões em vários níveis hierárquicos SIM NÃO NÃO

    Saída de dados (Outputs)

    Problemas com avaliação de desempenho SIM NÃO NÃO

    Proporciona a eliminação de alternati vas NÃO SIM NÃO

    Permite avaliação da coerência dos julgamentos SIM NÃO NÃO

    Interface do decisor versus método

    Disponibilidade de software gratuito SIM NÃO SIM

    Utilização de decisão em grupo SIM NÃO NÃO

    Número de publicações cientificas ALTO MÉDIA BAIXA Tabela 3 Fonte: Adaptado de Alves (2007 )

    3. Metodologia

    3.1. Abordagem computacional através do programa Visual

    PROMETHEE

    A ferramenta utilizada para realizar a análise multicritério foi o programa Visual

    PROMETHEE. Neste programa devemos ter como inputados os seguintes dados:

    1. As opções de descomissionamento

    2. Os critérios subdivididos em subcritérios

    3. Os pesos dos critérios e consequentemente dos subcritérios

    4. Os valores estimados de cada opção de descomissionamento para cada

    subcritério.

    5. A função de preferência utilizada com os seus intervalos definidos

    6. Os diferentes cenários com seus respectivos pesos modificados para cada

    critério/subcritério

    7. Se os valores de preferência são mínimos ou máximos

  • 23

    Na Figura 8 encontram-se visualmente os itens abordados acima.

    Figura 8 Inputs do programa Visual PROMETHEE

    3.2. Lógica de Fuzzy

    Diferente da Lógica Booleana que admite apenas valores booleanos, ou seja, verdadeiro ou

    falso, a lógica difusa ou fuzzy, trata de valores que variam entre 0 e 1. Assim, uma pertinência

    de 0,5 pode representar meio verdade, logo 0,9 e 0,1, representam quase verdade e quase falso,

    respectivamente (SILVA, 2005).

    Como exemplo considere 3 séries de altura, baixo, médio e alto. Cada série é então definida

    por sua função de pertinência variando de 0 a 1, onde 1 é totalmente verdade e 0 totalmente

    mentira. Construiu-se um gráfico Pertinencia x Altura (Figura 9):

  • 24

    Figura 9 Gráfico Pertinência x Altura

    Logo, percebe-se que:

    Pessoas de até 1,45 m apresentam grau de pertinência igual a 1 no conjunto Baixo;

    o grau de pertinência nesse conjunto decresce à medida que altura aumenta;

    Uma pessoa de 1,65 m é totalmente pertencente ao conjunto Médio;

    Pessoas acima de 1,65 m apresentam grau de pertinência diferente de 0 no conjunto

    Alto.

    Pessoas acima de 185 m, são definitivamente estão altas.

    Pessoas acima de 1,55 m, possuem pertinência 0,5 no conjunto Baixo e no conjunto

    Médio, de modo que são consideradas meio baixas e meio médias.

    Como demonstrado anteriormente na Tabela 1 o método PROMETHEE possui basicamente

    6 funções de preferência que influenciam na tomada de decisão. Essas funções aplicadas a

    tomada de decisão podem ser entendidas como um tradeoff entre a lógica booleana e a lógica

    de fuzzy.O Programa Visual PROMETHEE disponibiliza essas funções com nomenclatura

    própria (Figura 10) como auxílio do processo decisório, no qual cada função possui sua

    característica:

    Usual – Assemelha-se a lógica booleana na qual existem apenas dois valores

    possíveis 0 e 1, correspondendo à verdade e mentira respectivamente. Neste caso

    qualquer critério que encontra-se no ponto inferior (Pertinência = 0) é mentira, e

    qualquer outro ponto torna-se verdade.

    0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

    0,6

    0,7

    0,8

    0,9

    1

    1,35 1,45 1,55 1,65 1,75 1,85 1,95

    Pertinência x Altura

    Baixo Médio Alto

  • 25

    V-shape – Não possui um intervalo inferior, ou seja, não existe um intervalo no

    qual mínimos estejam contidos. Portanto os valores inferiores muito próximos são

    considerados diferentes e consequentemente podem alterar o processo de decisão.

    Depois possui uma faixa transitória, pode ser entendido como a verdade tornando-

    se mentira. E por fim um intervalo superior de pertinência igual 1.

    U-shape – Assemelha-se a lógica booleana na qual existem apenas dois valores

    possíveis 0 e 1, correspondendo à verdade e mentira respectivamente. Neste caso

    existe um intervalo inferior (mentira) e outro superior (verdade).

    Level – Possui 3 intervalos, inferior, médio e superior correspondendo a mentira,

    meia verdade (ou meia mentira) e verdade respectivamente.

    Linear – Semelhante ao V-shape, porém neste caso também possui um intervalo

    inferior.

    Gaussian – Semelhante à Linear, porém com o ponto final do intervalo inferior e o

    ponto inicial do intervalo superior não definidos.

    Figura 10 Funções de Preferência do Visual PROMETHEE

    Para a análise da tomada de decisão, a função de preferência escolhida foi a Linear. Esta

    função foi escolhida pois adere-se à lógica de fuzzy no qual existem valores transitórios de

    pertinência e por possuir intervalos inferiores e superiores bem definidos.

    Esses intervalos interferem no processo decisório uma vez que valores muito próximos

    tanto inferiores como superiores são considerados no mesmo intervalo e portanto retornando um

    grau de pertinência igual.

    A faixa transitória de pertinência (pertinência entre 0 e 1) interferem no processo

    decisório por considerar todos os valores intermediários e não apenas os maiores e menores.

  • 26

    4. Estudo de caso

    O Campo Brent

    O Campo Brent foi descoberto em 1971 e durante 40 anos de operações (Tabela 6)

    produziu aproximadamente 2 bilhões de barris de petróleo e 6,0 trilhões de pés cúbicos de gás,

    totalizando cerca de 3 bilhões de barris de petróleo equivalente. Em seu pico no final dos anos

    80 até o início da década de 1990, apenas o Campo Brent forneceu aproximadamente 8% do

    consumo total de gás do Reino Unido. Até à data, cerca de 99,5% das reservas economicamente

    recuperáveis no Brent Field foram recuperadas, um valor historicamente alto para os campos do

    Mar do Norte. O Campo Brent também criou e sustentou milhares de empregos, contribuiu com

    mais de £ 20 bilhões em receita tributária e proporcionou ao Reino Unido uma quantidade

    substancial de seu petróleo e gás.

    Data Evento Data Evento

    1971 Descobrimento do Campo Brent 1995 Brent Spar removido do campo

    1975 Primeira Plataforma, Brent B, instalada. 1995 Brent sofre upgrade para aumentar

    produção de gás

    1976 Início da perfuração 1996 Brent South descommissionada

    1976 Primeiro barril produzido da plataforma

    Brent Bravo

    1998 A injeção de água nos poços cessa

    1976 Brent A e D instaladas 2004 O abandono começa na Brent south

    1978 Brent C instalada 2009 Datas para encerramento da

    produção é acordada com a DECC

    1981 Primeira produção de gás 2011 Brent Delta cessa a produção

    1988 Pipeline até o terminal Sullom Voe

    instalado

    2014 Brent Alpha e Brent Bravo cessam a

    produção

    Tabela 4 - História do desenvolvimento do Brent Field; Fonte: Shell U.K. Limited - BRENT FIELD DECOMMISSIONING PROGRAMMES

    O Brent Field compreende 4 plataformas, 28 tubulações e 4 estruturas submarinas com

    uma massa total de cerca de milhões de toneladas. De várias maneiras, todas as plataformas

    estão ligadas entre si.

    O Brent Field e seu sistema linhas estão localizados no bloco 211/29 do setor

    britânico do Mar do Norte, aproximadamente a 136 km a leste das Ilhas Shetland (Figura 11). O

  • 27

    Campo faz parte da extensa infraestrutura de petróleo e gás que foi estabelecida nos últimos 40

    anos na Bacia do Leste do Shetland. Neste campo existem:

    11 plataformas,

    3 instalações flutuantes,

    4 clusters submarinos

    Figura 11 – Localização do Brent Field; Fonte: Shell U.K. Limited - BRENT FIELD DECOMMISSIONING PROGRAMMES

  • 28

    Figura 12 - Arranjo Geral do Brent Field; Fonte: Shell U.K. Limited - BRENT FIELD DECOMMISSIONING PROGRAMMES

  • 29

    O cenário ambiental do campo Brent é resumido abaixo. A Tabela 5 resume os ambientes

    físicos, biológicos e socioeconômicos no campo de Brent.

    Aspect Summary Data

    Coluna d’agua Calado 140.2-142.1 m Intervalo de

    Marés

    1.83 m

    Onda de 100 anos Amplitude 26.2 m Periodo 15.5 segundos

    Velocidade máxima de

    corrente

    Superfície 0.86 m.s-1 Leito

    marinho

    0.46 m.s-1

    Temperatura da água Máximo 13°C Mínimo 6°C

    Sedimentos do leito

    marinho

    Areia enlameada, com furos e montes criados pela fauna madura,

    especialmente a lagosta Nefrops.

    Benthos Caracterizada como 'Zona Costeira do Norte Britânico', dominada por

    poliquetos, crustáceos, bivalves e equinodermos.

    Peixe Espécies demersal e pelágica, predominantemente de bacalhau, arinca,

    badejo e arenque. Plataforma localizada nas áreas de criação de

    arenque, badejo, semente de limão, faneca norueguesa, galeas,

    espadilha e necrófitas.

    Mamíferos marinhos Baixas densidades de cetáceos; As espécies que mais ocorrem são a

    marsopa e o golfinho branco. O golfinho de face branca, o golfinho de

    Risso, golfinho de nádega, baleia e baleia minke também foram vistos.

    Aves Marinhas Área importante para aves marinhas, particularmente no verão,

    especialmente guillemot, fulmar, kittiwake e razorbill. Outras espécies

    incluem papagaio-do-mar, gaivota de arenque, pequeno auk, tern ártico,

    gannet, skua grande, skua ártica, shearwater de fuligem, cormorão e tern

    comum.

    Interesses de conservação Os mamíferos marinhos são espécies designadas. Existem

    numerosas colônias de coral Lophelia pertusa em todas as quatro

    plataformas. O SAC offshore mais próximo é Braemar Pockmark, a

    225 km de distância.

    Pesca comercial O valor relativo das pescarias comerciais no retângulo CIEM 51F1,

    na área do campo de Brent, é "Moderado" para "Baixo".

    Navegação Dentro de 50 km, há 14 vias de embarque reconhecidas, utilizadas

    por 8.430 embarcações por ano. A densidade de navegação no

    Campo Brent varia de 'baixo' a 'muito baixo'.

    Atividades de petróleo e

    gás mais próximas

    Campo de Statfjord, 9,6 km ao nordeste.

    Atividades Comerciais Com exceção da atividade de petróleo e gás e pesca comercial, não

    há outra atividade comercial no local.

    Naufrágio Os naufrágios marcados mais próximos são a 9 km de Brent Alpha e

    Brent Bravo.

    Tabela 5 - Resumo das condições Físicas, Biologicas e Socioeconomicas do Brent Field; Fonte: Shell U.K. Limited - BRENT FIELD DECOMMISSIONING PROGRAMMES

  • 30

    Os níveis de produção do platô foram alcançados no período de 1998 a 2002, e desde

    então a produção de petróleo e gás diminuiu significativamente. A Figura 13 apresenta gráficos

    que mostram a produção diária e cumulativa de óleo e água (linhas vermelha e azul

    respectivamente no gráfico superior) e gás (gráfico inferior) desde 1976. Apesar de

    investigações detalhadas desde 2006, nenhum programa ou medida viável ou economicamente

    sustentável pode ser implementado para ampliar a produção.

    Gráfico superior: A linha vermelha é a produção cumulativa de óleo: a linha azul é a produção

    cumulativa de água

    Gráfico inferior: A linha verde é a produção cumulativa de gás

    Três das quatro plataformas Brent já cessaram a produção (Tabela 8) e a Brent Charlie cessará a

    produção no futuro próximo.

    Figura 13 - Resumo da produção do Brent Field; Fonte: Shell U.K. Limited - BRENT FIELD DECOMMISSIONING PROGRAMMES

  • 31

    Plataforma Data do término de produção

    Alpha 1 Novembro 2014

    Bravo 1 Novembro 2014

    Delta 31 Dezembro 2011

    Tabela 6 - Datas do Término de produção; Fonte: Shell U.K. Limited - BRENT FIELD DECOMMISSIONING PROGRAMMES

    O Campo é constituído de quatro plataformas, cada uma compreendendo uma

    subestrutura que suporta os topsides. No Brent Alpha, a subestrutura é uma casaca de aço,

    fixada no lugar por pilhas de aço encaminhadas para o fundo do mar. Em Bravo, Charlie e

    Delta, a subestrutura é uma estrutura de base de gravidade de concreto (Gravity Base Structure -

    GBS) que compreende uma matriz de grandes células de armazenamento (chamados de caixão)

    de concreto armado. Os GBSs são mantidos por seu próprio peso, lastro sólido adicional (em

    Bravo e Delta) e saias e cavilhas verticais que penetram até 9 m no fundo do mar.

    O Brent Delta GBS contém vários materiais sólidos e líquidos nas células de

    armazenamento de óleo. Todos os GBS processaram fluidos do mesmo reservatório e operaram

    de forma ampla da mesma maneira. As amostras retiradas dos sistemas de processo dos topsides

    em todos os três GBSs possuem características físicas e composição química muito

    semelhantes. Portanto, foi considerado que as células de armazenamento de petróleo em Brent

    Bravo e Brent Charlie contêm o mesmo tipo de sólidos (chamado "sedimento") como Delta do

    Brent. A partir dos registros históricos sobre a produção de areia, obteve-se estimativas dos

    volumes de sedimentos no fundo das células de armazenamento de óleo em todos os três GBSs.

    As pesquisas de sonar mostraram que o volume médio de sedimentos nas 3 células do Delta do

    Brent (1.044 m3 por célula) é próximo do volume estimado (1.080 m3 por célula).

    Sabe-se também que o Brent Delta GBS contém vários materiais sólidos e líquidos no

    fundo das pernas de perfuração e o anel de minicélula*.

    As estacas de perfuração que contêm quantidades de hidrocarbonetos estão presentes no

    fundo do mar abaixo do Brent Alpha e no Brent South, e no topo da célula e em torno das bases

    de Brent Bravo, Brent Charlie e Brent Delta. Em um levantamento de 2007, o volume total de

    estacas de perfuração do fundo do mar e da célula no campo era aproximadamente 32,000 m3.

    * O anel minicélula é o espaço entre a minicélula e a parede da perna da plataforma

  • 32

    As plataformas estão conectadas entre si e a outras plataformas em aproximadamente

    103 km de tubulações submarinas, umbilicais e cabos de potência. Essas linhas variam em

    diâmetro de 2,5 polegadas (controle umbilical) a 36 polegadas (gasoduto de exportação de gás).

    Aproximadamente 54 km (53%) da rede de gasodutos são trincados no fundo do mar ou

    cobertos por um vertedouro estável.

    Quatro estruturas submarinas são considerados; a válvula de isolamento Sub-Sea

    (SSIV), o PipeLine End Manifold (PLEM), o Spool-Piece de montagem da válvula (VASP) e o

    splitter box.

    Os poços submarinos no Brent South foram retirados de serviço em 1996. Os poços

    foram tapados e abandonados entre outubro de 2004 e março de 2005, e durante esse período as

    cabeças dos poços e as carcaças superiores foram removidas e levadas para a costa.

    O poço no Brent 7 foi retirado de serviço em 1977 e posteriormente conectado e

    abandonado.

    Em geral, os materiais abrangidos pelo Brent Field incluem aproximadamente 295 mil

    toneladas de aço, 568 mil toneladas de concreto, 238 000 toneladas de lastro de areia e 16 mil

    toneladas de rocha. A Tabela 7 resume as melhores estimativas do campo.

    Plataformas Brent

    Brent Alpha topside e jaqueta de aço, 47,453 toneladas

    Brent Bravo topside e GBS, 364,817 toneladas

    Brent Charlie topside e GBS, 327,880 toneladas

    Brent Delta GBS, 325,418 toneladas

    Sedimentos em células de armazenamento de óleo das GBS, aproximadamente

    73,300 toneladas no total

    Água de lastro oleosa em células de armazenamento GBS, aproximadamente 638,500

    toneladas no total

    Outros resíduos sólidos em caixões e pernas de GBS, aproximadamente 8,100 toneladas

    no total

    Brocas de perfuração nas quatro instalações e no Brent South, aproximadamente 68,700

    toneladas no total

    Estacas de perfuração em tri-células de GBS, aproximadamente 53,500 toneladas no total

    Resíduos do leito marinho, aproximadamente 600 toneladas

    Sistema de linhas do campo Brent

    28 linhas, aproximadamente 103 km; aproximadamente 25,129 toneladas de aço, 21,896

    toneladas de concreto e 16,000 toneladas de rocha

    4 estruturas submarinas, aproximadamente 467 toneladas

    Colchão de concreto, aproximadamente 489 (1,762 toneladas

    Tabela 7 Estimativa do pesos do Campo Brent

  • 33

    Dentro do sistema de tubulações Brent, foram instalados diferentes tipos de pipelines,

    dependendo da finalidade do duto. Esses tipos são:

    Pipelines rígidos: Os Pipelines rígidos são frequentemente utilizadas para o transporte

    de hidrocarbonetos, isto é, petróleo ou o gás. Eles geralmente são construídos de aço

    grosso, muitas vezes revestidos em uma camada de concreto para aumentar seu peso e

    assim proporcionar estabilidade, mas também para fornecer proteção adicional. Pela

    própria natureza desses materiais, as tubulações são rígidas. Este tipo de construção

    tende a ser escolhido para Pipelines de diâmetro maior porque proporciona uma maior

    integridade estrutural em longas distâncias e ao transportar hidrocarbonetos de alta

    temperatura e / ou alta pressão. Como essas tubulações são difíceis de dobrar, elas

    geralmente são instaladas em seções de um navio PLSV.

    Pipelines flexíveis: Os Pipelines flexíveis são construídos em aço, plástico ou vários

    materiais compósitos, muitas vezes em camadas para aumentar a força da estrutura. As

    tubulações flexíveis são restritas pelo seu design a diâmetros pequenos ou médios e são

    relativamente caras de produzir. Eles tendem a ser usados para curtos comprimentos de

    dutos.

    Umbilical: os umbilicais têm tipicamente duas funções principais, injeção e controle

    químico. O primeiro distribui produtos químicos para várias partes do sistema

    submarino. O último transmite sinais de controle elétricos e / ou hidráulicos das partes

    superiores para o sistema submarino e também pode transmitir informações sobre o

    estado do sistema submarino para o topo. Essas linhas tendem a ser de diâmetro

    relativamente pequeno e possuem uma construção composta de aço e plásticos que cria

    uma estrutura flexível, semelhante à das tubulações flexíveis.

    Cabo: são cabos de alimentação que fornecem energia elétrica para operar as peças

    mecânicas do sistema submarino. Os cabos de potência tendem a ser de pequeno

    diâmetro e construídos com materiais flexíveis semelhantes aos umbilicais, mas os

    cabos contêm grandes núcleos elétricos e sem linhas hidráulicas ou químicas.

    A Tabela 8 resume os dutos presentes no Brent Field dividindo-os em qualitativos e

    quantitativos.

  • 34

    Pipeline Number Pipeline

    Type From To

    Diameter

    (“)

    Length

    (km) Q

    ualit

    ativ

    e Pi

    pe

    lines

    PL050/N0952 Flexible Brent Flare

    system

    Brent Flare

    system

    8 0.03

    PL051/N0402a Rigid Brent Bravo Brent Flare

    system

    36 2.6

    PL987A/N0738 Rigid Brent South Brent Alpha 10 5

    PL987A/N0739 Rigid Brent South Statfjord DC 10 1.8

    PL987A.1-3/N0841 Umbilical Brent Alpha Brent South 4.5 5.3

    PL988A/N0913 Rigid Brent Alpha Brent South 8 5

    PL1955/N0310 Flexible Brent Alpha

    topsides

    Brent Alpha

    seabed

    12 0.36

    Brent Alpha Brent Bravo

    SSIV

    14 2.3

    PL1955/N0311 Flexible Brent Bravo

    SSIV

    Brent Bravo 12 0.27

    N0830 Umbilical Brent Alpha WLGP SSIV 4 0.5

    N1844 Power

    cable

    Brent Bravo Brent Alpha 5 2.9

    N2801 Umbilical Brent Bravo Brent Bravo

    SSIV

    2.5 0.4

    N9900 Flexible Well 211/29-

    7

    Brent Bravo 4 2.1

    N9901 Umbilical Brent Bravo Well 211/29-

    7

    4 2.2

    N9902 Flexible Well 211/29-

    7

    Brent Bravo 4 2.3

    Qua

    ntit

    ativ

    e Pi

    pe

    lines

    PL001/N0501 Rigid Brent Charlie Cormorant

    Alpha

    30 35.9

    PL002/N0201 Rigid Brent Alpha VASP 36 1.3

    PL017/N0601 Rigid WLGP SSIV Brent Alpha 16 0.4

    PL044/N0405 Rigid Brent Delta Brent Charlie 24 4.2

    PL045/N0303 Rigid Brent Bravo Brent Charlie 24 4.6

    PL046/N0304 Rigid Brent Delta Brent Charlie 20 4

    PL047/N0404 Rigid Brent Charlie Brent Bravo 30 4.4

    PL048/N0302 Rigid Brent Bravo Brent Spar

    PLEM

    16 2.3

    PL049/N0301 Rigid Brent Alpha Brent Spar

    PLEM

    16 2.8

    PL050/N0401 Rigid Brent Alpha Brent Flare

    system

    28 3

    PL051/N0402 Rigid Brent Bravo Brent Flare

    system

    36 2.6

    PL052/N0403 Rigid Brent Bravo Brent Alpha 36 2.3

    N9903A Rigid PL044/N0405

    midline tie-in

    PL1902/N051

    3 pipeline

    crossing

    24 1.7

    N9903B Rigid PL1902/N051

    3 pipeline

    crossing

    PL045/N0303

    midline tie-in

    24 2.9

    Tabela 8 - Resumo dos Dutos do Brent Field; Fonte: Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT

  • 35

    Para dar continuidade ao trabalho, foram selecionadas as linhas quantitativas pois

    entende-se que estas linhas por terem mais opções factíveis de descomissionamento contribuam

    mais na obtenção de resultados satisfatórios do que as linhas qualitativas. Estas linhas foram

    separadas de acordo com as opções descritas no capítulo 2.2.

    Pipeline

    Option

    1 2 3 4 5 6 7

    PL001/N0501

    PL002/N0201

    PL017/N0601

    PL044/N0405

    PL045/N0303

    PL046/N0304

    PL047/N0404

    PL048/N0302

    PL049/N0301

    PL050/N0401

    PL051/N0402

    PL052/N0403

    N9903A

    N9903B

    Opção 1. Deixar no Local sem nenhuma precaução adicional necessária. Opção 5. Desconectar da plataforma e da estrutura submarina e cobrir com rochas todo o comprimento.

    Opção 2. Deixar presa à plataforma; Aterrar a extremidade. Opção 6. Remover toda a linha por corte e elevação.

    Opção 3. Deixar presa à plataforma; Cobrir com rochas a extremidade.

    Opção 7. Remover toda a linha por S-lay reverso ( instalação reversa)

    Opção 4. Desconectar da plataforma e da estrutura submarina e aterrar todo o comprimento da linha.

    Tabela 9 Opções factíveis de descomissionamento para linhas qualitativas; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT

    Como as linhas PL002/N0201, PL048/N0302 e PL049/N0301 possuem a maior

    quantidade de opções factíveis de descomissionamento, julgou-se que estas são as melhores

    alternativas para efetuar o estudo de análise de multicritério. Portanto a linha PL002/N0201

    foi escolhida visto que a análise das outras linhas teriam valores similares/redundantes.

    4.1. Método BPEngO proposto para a linha escolhida (conclusão da

    shell)

    Inicialmente foi determinado através da legislação europeia (OSPAR Commission 1998)

    que as melhores práticas para o descomissionamento seriam àquelas que atendessem

  • 36

    principalmente os critérios ambientais estabelecidos. Estas técnicas tornaram-se conhecidas

    como BPEO (Best practicable environmental option), ou seja, melhor opção ambiental factível.

    Essa metodologia busca encontrar a opção de descomissionamento capaz de promover o

    menor impacto ambiental possível.

    No entanto, é evidente que a BPEO não contempla outros grupos de interesse

    (stakeholders), tais como financeiro, político, segurança e bem-estar, pois a melhor opção para

    os ambientalistas não é necessariamente a mesma para os demais envolvidos.

    Há, portanto, fortes divergências entre os grupos de interesse. Uma maneira de fazê-los

    convergir seria através da realização de uma revisão objetiva e independente das possíveis

    opções de descomissionamento para uma instalação ou um determinado grupo de instalações,

    em outras palavras, um ‘Estudo de Descomissionamento de Longo Prazo’ (EDLP) (HUGHES E

    FISH, 2000). Este estudo é melhor caracterizado como um processo de negociação (Figura 14).

    A solução integrada, que surgiria como resultado deste estudo, apresentaria o equilíbrio

    adequado entre os diferentes interesses, poderia ser denominada de BPEngO (Best Practicable

    Engineering Option) ‘Melhor Opção Factível de Engenharia’ (MOFE) (Meenan, 1.998).Uma

    aplicação bem sucedida deste processo é ilustrada na criação de recifes artificiais como solução

    para o descomissionamento de algumas instalações offshore na região do Golfo do México.

    Figura 14 - Processo de Execução do Estudo de Descomissionamento a Longo Prazo (EDLP). (adaptado de Hughes e Fish, 2000).

    Baseando-se nas experiências desenvolvidas internacionalmente (RUIVO, 2001) e no

    procedimento geral de tomada de decisão desenvolveu-se uma metodologia para a escolha da

    melhor opção de descomissionamento:

    1. Definição do problema, elaboração de uma lista contendo todas as opções factíveis de

    descomissionamento

    2. Com o progresso das avaliações das opções, surgem novas informações capazes de

    reduzir a lista inicial das alternativas;

  • 37

    3. Identificação dos critérios que serão utilizados na avaliação das alternativas:

    Factibilidade, complexidade e riscos técnicos;

    Impactos ambientais;

    Impactos nos demais usuários do oceano (como por exemplo pescadores)

    Segurança dos envolvidos na operação

    Custos

    4. Atribuição dos pesos aos critério, ordenando-os pela sua importância

    5. Atribuição de nota às etapas/atividades inerentes de cada opção, segundo os critérios

    previamente estabelecidos;

    6. Cálculo da melhor alternativa, isto é, BPEngO.

    Ao determinar os critérios relevantes no processo decisório, pondera-se o peso de cada

    um associado as opções de descomissonamento. Ou seja, o ranking ponderado que retorna a

    melhor opção é àquela que possui a maior somatório dos critérios multiplicados pelos seus

    respectivos pesos (Tabela 10).

    Critérios Opção A Opção B Opção C

    1 PA1*A1 PB1*B1 PC1*C1

    2 PA2*A2 PB2*B2 PC2*C2

    3 PA3*A3 PB3*B3 PC3*C3

    4 PA4*A4 PB4*B4 PC4*C4

    TOTAL ∑ PA ∑ PB ∑ PC

    Tabela 10 - Avaliação das opções de descomissionamento

    A Shell em sua análise de descomissionamento dos pipelines escolheu seguir o DECC

    (Departamento of Energy & Climate Change) guideline, que sugere 5 critérios principais:

    Segurança

    Meio ambiente

    Técnico

    Social

    Economico

  • 38

    De acordo com o DECC guideline, a Shell montou os subcritérios de cada um dos

    critérios como mostra a Tabela 11.

    Principais Critérios

    DECC

    Subcritérios Descrição

    Segurança Risco de segurança

    para o pessoal do

    projeto offshore

    Uma estimativa do risco de segurança para o

    pessoal offshore como resultado da conclusão do

    programa de trabalho offshore proposto

    Risco de segurança

    para outros usuários

    do mar

    Uma estimativa do risco de segurança para outros

    usuários do mar a partir do legado de longo prazo da

    estrutura após a conclusão do programa de trabalho

    proposto

    Risco de segurança

    para o pessoal do

    projeto onshore

    Uma estimativa do risco de segurança para o

    pessoal em terra como resultado da conclusão do

    programa de trabalho offshore proposto

    Meio ambiente Impactos

    ambientais

    operacionais

    Uma avaliação dos impactos ambientais que

    poderiam surgir como resultado das operações

    planejadas offshore e onshore

    Legados dos impactos

    ambientais

    Uma avaliação dos impactos ambientais que poderiam

    surgir como resultado dos efeitos de longo prazo do

    programa de trabalho proposto

    Energia utilizada Uma estimativa do uso total de energia líquida do

    programa de trabalho proposto, incluindo uma

    provisão para energia economizada por reciclagem

    e energia utilizada na fabricação de novos materiais

    para substituir material de outra forma reciclável

    deixado no mar

    Emissão de gases Uma estimativa das emissões líquidas totais de CO2

    do programa de trabalho proposto, incluindo uma

    provisão para emissões na fabricação de material

    novo para substituir material de outra forma

    reciclável deixado no mar

    Técnico

    Viabilidade técnica

    Uma avaliação da viabilidade técnica de poder

    completar o programa de trabalho proposto

    conforme planejado

    Social Efeitos na pesca

    comercial

    Uma estimativa do ganho ou perda financeira em

    comparação com a situação atual que pode ser

    experimentada pelos pescadores comerciais como

    resultado da conclusão bem sucedida do programa

    de trabalho planejado

    Emprego Uma estimativa dos anos-homem de emprego

    que podem ser apoiados ou criados pela opção

    Impacto nas

    comunidades

    Uma avaliação dos efeitos das opções nas

    comunidades e infra-estrutura terrestre

    Econômico Custo Uma estimativa do custo total provável da

    opção, incluindo uma provisão para

    monitoramento e manutenção de longo prazo

    Tabela 11 - Principais Critérios e Subcritérios Utilizados pela Shell; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -

    BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT

    Com os critérios definidos, a Shell estimou os valores de cada um conforme a Tabela

    12e Tabela 13

  • 39

    Sub

    critério

    Fonte da informação Tipo do dado Unidade

    Risco de segurança para o

    pessoal do projeto offshore

    Estudo interno da Shell Numérico PLL

    Risco de segurança para outros

    usuários do mar

    Estudos da Anatec Numérico PLL

    Risco de segurança para o

    pessoal do projeto onshore

    Estudo interno da Shell Numérico PLL

    Impactos ambientais

    operacionais

    DNV GL Nota

    Legados dos impactos

    ambientais

    DNV GL Nota

    Energia utilizada Declaração ambiental Numérico Gigajoules

    Emissão de gases Declaração ambiental Numérico Toneladas

    Viabilidade técnica Shell Nota

    Efeitos na pesca comercial Estudo de McKay Consultants Numérico GBP

    Emprego Estudo de McKay Consultants Numérico Man-years

    Impacto nas

    comunidades

    DNV GL Nota

    Custo Estudo interno da Shell Numérico GBP Tabela 12 - Fonte e Tipo de Dado Para Cada Subcritério; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD

    PIPELINES DECOMMISSIONING - TECHNICAL DOCUMENT

    Sub critério Unidades Melhor

    Valor

    Pior

    Valor

    Risco de segurança para o pessoal do projeto

    offshore

    PLL 0.0000 0.2640

    Risco de segurança para outros usuários do

    mar

    PLL 0.0000 0.2640

    Risco de segurança para o pessoal do projeto

    onshore

    PLL 0.0000 0.2640

    Impactos ambientais operacionais Nota 1.00 0.00

    Legados dos impactos ambientais Nota 1.00 0.00

    Energia utilizada GJ 0 1,738,959

    Emissão de gases Toneladas 1 156,726

    Viabilidade técnica Nota 1.00 0.00

    Efeitos na pesca comercial GBP 2,318,040 0.00

    Emprego Homem ano 2,128 0.00

    Impacto nas comunidades Nota 1.00 0.00

    Custo GBP

    (million)

    0..00 534.14

    Tabela 13 - Valores Obtidos Para Cada Subcritério; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD

    PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT

    Para começar a avaliação e comparação de opções, a Shell optou por ponderar

    igualmente cada um dos 5 principais critérios do DECC. Quando um critério foi representado

  • 40

    por mais de um sub-critério, decidiu-se que estes também deveriam ser ponderados igualmente.

    A Tabela 14 mostra as ponderações para os critérios e subcritérios, em um cenário de

    ponderação.

    Sub-critério selecionado DECC Main Criteria

    Descrição Peso Peso Descrição

    Risco de segurança para o pessoal do projeto

    offshore

    6.7% 20%

    Segurança Risco de segurança para outros usuários do

    mar

    6.7%

    Risco de segurança para o pessoal do projeto

    onshore

    6.7%

    Impactos ambientais operacionais 5.0%

    20%

    Meio ambiente Legados dos impactos ambientais 5.0%

    Energia utilizada 5.0%

    Emissão de gases 5.0%

    Viabilidade técnica 20.0% 20% Técnico

    Efeitos na pesca comercial 6.7% 20%

    Social Emprego 6.7%

    Impacto nas comunidades 6.7%

    Custo 20.0% 20% Econômico

    Tabela 14 - Distribuição de Pesos dos Critérios e Subcritérios Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT

    As notas das escalas globais para cada subcritério foram multiplicados pelos pesos

    padrão e depois somados para obter uma pontuação total ponderada para cada opção conforme o

    método BPEngO. A opção com maior pontuação ponderada total foi identificada como a opção

    recomendada.

    Para avaliar a sensibilidade da opção escolhida a Shell criou diferentes cenários

    variando o peso de cada critério e consequentemente dos seus respectivos subcritérios de forma

    a atender aos diferentes grupos de interesse. O resumo dos cenários se encontra na Tabela 15

    Cenário Descrição

    1 Cenário Principal (peso distribuido igualmente)

    2 Peso em Segurança 40%

    3 Peso em Meio Ambiente 40%

    4 Peso em Técnico 40%

    5 Peso em Social 40%

    6 Sem Critério Econômico

    Tabela 15 - Cenários de Peso Usados na Análise de Sensibilidade; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT

    FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT

  • 41

    Com o peso de cada cenário definido, montou-se uma avaliação para cada cenário. Em

    cada cenário obteve-se uma pontuação (através do método BPEngO) para cada relação entre os

    subcritérios e as opção factíveis de descomissionamento da linha escolhida.

    Cenário Principal

    Opção 2 3 4 5 6 7

    20

    ,00

    %

    So

    cial

    6,70% Risco de segurança para o pessoal

    do projeto offshore 6,66 6,66 6,64 6,65 6,63 6,59

    6,70% Risco de segurança para outros

    usuários do mar 4,67 4,32 6,66 6,66 6,67 6,67

    6,70% Risco de segurança para o pessoal

    do projeto onshore 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67

    20,0

    0%

    Mei

    o

    Am

    bie

    nte

    5,00% Impactos ambientais operacionais 4,95 4,90 4,55 4,25 4,55 4,75

    5,00% Legados dos impactos ambientais 4,75 4,75 5,00 4,50 5,00 5,00

    5,00% Energia utilizada 4,93 4,94 4,93 4,93 4,93 4,92

    5,00% Emissão de gases 4,94 4,94 4,93 4,94 4,95 4,94

    20,0

    0%

    Téc

    nic

    o

    20,00% Viabilidade técnica 18,40 20,00 16,00 20,00 16,80 7,00

    20,0

    0%

    So

    cial

    6,70% Efeitos na pesca comercial 0,00 0,00 0,66 0,53 0,66 0,66

    6,70% Emprego 0,02 0,01 0,03 0,02 0,06 0,10

    6,70% Impacto nas comunidades 6,67 6,67 6,67 6,67 6,34 6,34

    20,0

    0%

    Eco

    nôm

    ico

    20,00% Custo 19,95 19,96 19,92 19,93 19,81 19,71

    Total 82,61 83,82 82,66 85,75 83,07 73,35

    Tabela 16 - Cenário Principal; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT

    Rank da Opção

    1⁰ 5

    2⁰ 3

    3⁰ 6

    4⁰ 4

    5⁰ 2

    6⁰ 7

    Tabela 17 Melhor opção no Cenário Principal pelo método BPEngO

    Opção 2. Deixar presa à plataforma;

    Aterrar a extremidade.

    Opção 5. Desconectar da plataforma e da

    estrutura submarina e cobrir com rochas

    todo o comprimento.

    Opção 3. Deixar presa à plataforma;

    Cobrir com rochas a extremidade.

    Opção 6. Remover toda a linha por corte e

    elevação.

    Opção 4. Desconectar da plataforma e da

    estrutura submarina e aterrar todo o

    comprimento da linha.

    Opção 7. Remover toda a linha por S-lay

    reverso ( instalação reversa)

  • 42

    Peso em segurança

    Opção 2 3 4 5 6 7

    40

    ,00

    %

    So

    cial

    13,30% Risco de segurança para o pessoal

    do projeto offshore 13,22 13,22 13,18 13,20 13,16 13,08

    13,30% Risco de segurança para outros

    usuários do mar 9,27 8,58 13,22 13,22 13,24 13,24

    13,30% Risco de segurança para o pessoal

    do projeto onshore 13,24 13,24 13,24 13,24 13,24 13,24

    15

    ,00

    %

    Mei

    o

    Am

    bie

    nte

    3,80% Impactos ambientais operacionais 3,76 3,72 3,46 3,23 3,46 3,61

    3,80% Legados dos impactos ambientais 3,61 3,61 3,80 3,42 3,80 3,80

    3,80% Energia utilizada 3,75 3,75 3,75 3,75 3,75 3,74

    3,80% Emissão de gases 3,75 3,75 3,75 3,75 3,76 3,75

    15,0

    0%

    Téc

    nic

    o

    15,00% Viabilidade técnica 13,80 15,00 12,00 15,00 12,60 5,25

    15,0

    0%

    So

    cial

    5,00% Efeitos na pesca comercial 0,00 0,00 0,49 0,40 0,49 0,49

    5,00% Emprego 0,01 0,01 0,02 0,01 0,04 0,07

    5,00% Impacto nas comunidades 4,98 4,98 4,98 4,98 4,73 4,73

    15,0

    0%

    Eco

    nôm

    ico

    15,00% Custo 14,96 14,97 14,94 14,95 14,86 14,78

    Total 84,36 84,83 86,83 89,15 87,13 79,80

    Tabela 18 Cenário com peso em Segurança; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT

    Rank da Opção

    1⁰ 5

    2⁰ 6

    3⁰ 4

    4⁰ 3

    5⁰ 2

    6⁰ 7

    Tabela 19 Melhor opção com peso em Segurança pelo método BPEngO

    Opção 2. Deixar presa à plataforma;

    Aterrar a extremidade.

    Opção 5. Desconectar da plataforma e da

    estrutura submarina e cobrir com rochas

    todo o comprimento.

    Opção 3. Deixar presa à plataforma;

    Cobrir com rochas a extremidade.

    Opção 6. Remover toda a linha por corte e

    elevação.

    Opção 4. Desconectar da plataforma e da

    estrutura submarina e aterrar todo o

    comprimento da linha.

    Opção 7. Remover toda a linha por S-lay

    reverso ( instalação reversa)

  • 43

    Peso em Meio Ambiente

    Opção 2 3 4 5 6 7

    15

    ,00

    %

    So

    cial

    5,00% Risco de segurança para o pessoal

    do projeto offshore 4,97 4,97 4,96 4,96 4,95 4,92

    5,00% Risco de segurança para outros

    usuários do mar 3,49 3,22 4,97 4,97 4,98 4,98

    5,00% Risco de segurança para o pessoal

    do projeto onshore 4,98 4,98 4,98 4,98 4,98 4,98

    40

    ,00

    %

    Mei

    o

    Am

    bie

    nte

    10,00% Impactos ambientais operacionais 9,90 9,80 9,10 8,50 9,10 9,50

    10,00% Legados dos impactos ambientais 9,50 9,50 10,00 9,00 10,00 10,00

    10,00% Energia utilizada 9,86 9,88 9,86 9,86 9,86 9,84

    10,00% Emissão de gases 9,88 9,88 9,86 9,88 9,90 9,88

    15,0

    0%

    Téc

    nic

    o

    15,00% Viabilidade técnica 13,80 15,00 12,00 15,00 12,60 5,25

    15,0

    0%

    So

    cial

    5,00% Efeitos na pesca comercial 0,00 0,00 0,49 0,40 0,49 0,49

    5,00% Emprego 0,01 0,01 0,02 0,01 0,04 0,07

    5,00% Impacto nas comunidades 4,98 4,98 4,98 4,98 4,73 4,73

    15,0

    0%

    Eco

    nôm

    ico

    15,00% Custo 14,96 14,97 14,94 14,95 14,86 14,78

    Total 86,33 87,19 86,16 87,49 86,49 79,42

    Tabela 20 Cenário com peso em Meio Ambiente; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT

    Rank da Opção

    1⁰ 5

    2⁰ 3

    3⁰ 6

    4⁰ 2

    5⁰ 4

    6⁰ 7

    Tabela 21 Melhor opção com peso em Meio Ambiente pelo método BPEngO

    Opção 2. Deixar presa à plataforma;

    Aterrar a extremidade.

    Opção 5. Desconectar da plataforma e da

    estrutura submarina e cobrir com rochas

    todo o comprimento.

    Opção 3. Deixar presa à plataforma;

    Cobrir com rochas a extremidade.

    Opção 6. Remover toda a linha por corte e

    elevação.

    Opção 4. Desconectar da plataforma e da

    estrutura submarina e aterrar todo o

    comprimento da linha.

    Opção 7. Remover toda a linha por S-lay

    reverso ( instalação reversa)

  • 44

    Peso em Técnico

    Opção 2 3 4 5 6 7

    15

    ,00

    %

    So

    cial

    5,00% Risco de segurança para o pessoal

    do projeto offshore 4,97 4,97 4,96 4,96 4,95 4,92

    5,00% Risco de segurança para outros

    usuários do mar 3,49 3,22 4,97 4,97 4,98 4,98

    5,00% Risco de segurança para o pessoal

    do projeto onshore 4,98 4,98 4,98 4,98 4,98 4,98

    15

    ,00

    %

    Mei

    o

    Am

    bie

    nte

    3,80% Impactos ambientais operacionais 3,76 3,72 3,46 3,23 3,46 3,61

    3,80% Legados dos impactos ambientais 3,61 3,61 3,80 3,42 3,80 3,80

    3,80% Energia utilizada 3,75 3,75 3,75 3,75 3,75 3,74

    3,80% Emissão de gases 3,75 3,75 3,75 3,75 3,76 3,75

    40,0

    0%

    Téc

    nic

    o

    40,00% Viabilidade técnica 36,80 40,00 32,00 40,00 33,60 14,00

    15,0

    0%

    So

    cial

    5,00% Efeitos na pesca comercial 0,00 0,00 0,49 0,40 0,49 0,49

    5,00% Emprego 0,01 0,01 0,02 0,01 0,04 0,07

    5,00% Impacto nas comunidades 4,98 4,98 4,98 4,98 4,73 4,73

    15,0

    0%

    Eco

    nôm

    ico

    15,00% Custo 14,96 14,97 14,94 14,95 14,86 14,78

    Total 85,06 87,97 82,09 89,40 83,40 63,86

    Tabela 22 Cenário com peso em Técnico; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT

    Rank da Opção

    1⁰ 5

    2⁰ 3

    3⁰ 2

    4⁰ 6

    5⁰ 4

    6⁰ 7

    Tabela 23 Melhor opção com peso em Técnico pelo método BPEngO

    Opção 2. Deixar presa à plataforma;

    Aterrar a extremidade.

    Opção 5. Desconectar da plataforma e da

    estrutura submarina e cobrir com rochas

    todo o comprimento.

    Opção 3. Deixar presa à plataforma;

    Cobrir com rochas a extremidade.

    Opção 6. Remover toda a linha por corte e

    elevação.

    Opção 4. Desconectar da plataforma e da

    estrutura submarina e aterrar todo o

    comprimento da linha.

    Opção 7. Remover toda a linha por S-lay

    reverso ( instalação reversa)

  • 45

    Peso em Social

    Opção 2 3 4 5 6 7

    15

    ,00

    %

    So

    cial

    5,00% Risco de segurança para o pessoal

    do projeto offshore 4,97 4,97 4,96 4,96 4,95 4,92

    5,00% Risco de segurança para outros

    usuários do mar 3,49 3,22 4,97 4,97 4,98 4,98

    5,00% Risco de segurança para o pessoal

    do projeto onshore 4,98 4,98 4,98 4,98 4,98 4,98

    15

    ,00

    %

    Mei

    o

    Am

    bie

    nte

    3,80% Impactos ambientais operacionais 3,76 3,72 3,46 3,23 3,46 3,61

    3,80% Legados dos impactos ambientais 3,61 3,61 3,80 3,42 3,80 3,80

    3,80% Energia utilizada 3,75 3,75 3,75 3,75 3,75 3,74

    3,80% Emissão de gases 3,75 3,75 3,75 3,75 3,76 3,75

    15,0

    0%

    Téc

    nic

    o

    15,00% Viabilidade técnica 13,80 15,00 12,00 15,00 12,60 5,25

    40,0

    0%

    So

    cial

    13,30% Efeitos na pesca comercial 0,00 0,00 1,31 1,05 1,31 1,31

    13,30% Emprego 0,04 0,02 0,06 0,04 0,12 0,20

    13,30% Impacto nas comunidades 13,24 13,24 13,24 13,24 12,59 12,59

    15,0

    0%

    Eco

    nôm

    ico

    15,00% Custo 14,96 14,97 14,94 14,95 14,86 14,78

    Total 70,35 71,24 71,20 73,34 71,14 63,90

    Tabela 24 Cenário com peso em Social; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT

    Rank da Opção

    1⁰ 5

    2⁰ 3

    3⁰ 4

    4⁰ 6

    5⁰ 2

    6⁰ 7

    Tabela 25 Melhor opção com peso em Social pelo método BPEngO

    Opção 2. Deixar presa à plataforma;

    Aterrar a extremidade.

    Opção 5. Desconectar da plataforma e da

    estrutura submarina e cobrir com rochas

    todo o comprimento.

    Opção 3. Deixar presa à plataforma;

    Cobrir com rochas a extremidade.

    Opção 6. Remover toda a linha por corte e

    elevação.

    Opção 4. Desconectar da plataforma e da

    estrutura submarina e aterrar todo o

    comprimento da linha.

    Opção 7. Remover toda a linha por S-lay

    reverso ( instalação reversa)

  • 46

    Sem critério Econômico

    Opção 2 3 4 5 6 7

    20

    ,00

    %

    So

    cial

    6,70% Risco de segurança para o pessoal

    do projeto offshore 6,66 6,66 6,64 6,65 6,63 6,59

    6,70% Risco de segurança para outros

    usuários do mar 4,67 4,32 6,66 6,66 6,67 6,67

    6,70% Risco de segurança para o pessoal

    do projeto onshore 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67

    20

    ,00

    %

    Mei

    o

    Am

    bie

    nte

    5,00% Impactos ambientais operacionais 4,95 4,90 4,55 4,25 4,55 4,75

    5,00% Legados dos impactos ambientais 4,75 4,75 5,00 4,50 5,00 5,00

    5,00% Energia utilizada 4,93 4,94 4,93 4,93 4,93 4,92

    5,00% Emissão de gases 4,94 4,94 4,93 4,94 4,95 4,94

    20,0

    0%

    Téc

    nic

    o

    20,00% Viabilidade técnica 18,40 20,00 16,00 20,00 16,80 7,00

    20,0

    0%

    So

    cial

    6,70% Efeitos na pesca comercial 0,00 0,00 0,66 0,53 0,66 0,66

    6,70% Emprego 0,02 0,01 0,03 0,02 0,06 0,10

    6,70% Impacto nas comunidades 6,67 6,67 6,67 6,67 6,34 6,34

    0,0

    0%

    Eco

    nôm

    ico

    0,00% Custo 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

    Total 62,66 63,86 62,74 65,82 63,26 53,64

    Tabela 26 Cenário sem critério de segurança; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT

    Rank da Opção

    1⁰ 5

    2⁰ 3

    3⁰ 6

    4⁰ 4

    5⁰ 2

    6⁰ 7

    Tabela 27 - Melhor opção sem critério Econômico pelo método BPEngO

    Opção 2. Deixar presa à plataforma;

    Aterrar a extremidade.

    Opção 5. Desconectar da plataforma e da

    estrutura submarina e cobrir com rochas

    todo o comprimento.

    Opção 3. Deixar presa à plataforma;

    Cobrir com rochas a extremidade.

    Opção 6. Remover toda a linha por corte e

    elevação.

    Opção 4. Desconectar da plataforma e da

    estrutura submarina e aterrar todo o

    comprimento da linha.

    Opção 7. Remover toda a linha por S-lay

    reverso ( instalação reversa)

  • 47

    Ao somar a pontuação de cada opção em cada cenário obteve-se a o rank geral de qual a

    melhor opção de descomissionamento para a linha escolhida. Como visto na Tabela 28,a opção

    que obteve maior pontuação e portanto considerada a melhor, foi a opção de número 5

    (Desconectar da plataforma e da estrutura submarina e cobrir com rochas todo o comprimento).

    Classificação Geral da Shell

    Classificação Opção ∑Nota

    1⁰ 5 490,95

    2⁰ 3 478,91

    3⁰ 6 474,49

    4⁰ 4 471,68

    5⁰ 2 471,37

    6⁰ 7 413,97 Tabela 28 - Classificação Geral das Opções de Descomissionamento Segundo Método BPEngO adotado pela Shell

    4.2. Análise Através do Método Promethee

    Após a conclusão da análise da Shell através do método BPEngO, agora utilizou-se o

    método Promethee para comparação de resultados.

    Inicialmente foi usado como base os dados obtidos da Tabela 13 e associou-se ao

    melhor valor o peso de cada subcritério, enquanto o pior valor foi associado a 0% de peso.

    Usando os valores que relacionam os subcritérios às opções de descomissionamento do

    Cenário Principal (Tabela 16), realizou-se uma interpolação linear para estimar os valores

    calculados pela Shell e obteve-se a Tabela 29 com esses valores, suas respectivas unidades, e se

    os valores utilizados são máximos ou mínimos. Ou seja, quando o subcritério possui o valor

    designado como máximo, isso significa que quanto maior o valor, melhor. Quando possui o

    valor designado como mínimo, quanto menor o valor, melhor.

  • 48

    VALOR ESTIMADO PARA AS OPÇÕES

    2 3 4 5 6 7

    máx

    ou

    mín

    Unidade

    20,00%

    6,70% Risco de segurança para o

    pessoal do projeto offshore 0,001576 0,001576 0,002364 0,00197 0,002758 0,004334 mín PLL

    6,70% Risco de segurança para

    outros usuários do mar 0,079988 0,093779 0,001576 0,001576 0,001182 0,001182 mín PLL

    6,70% Risco de segurança para o

    pessoal do projeto onshore 0,001182 0,001182 0,001182 0,001182 0,001182 0,001182 mín PLL

    20,00%

    5,00% Impactos ambientais

    operacionais 0,99 0,98 0,91 0,85 0,91 0,95 máx Nota

    5,00% Legados dos impactos

    ambientais 0,95 0,95 1 0,9 1 1 máx Nota

    5,00% Energia utilizada 24345,43 20867,51 24345,43 24345,43 24345,43 27823,34 mín GJ

    5,00% Emissão de gases 1881,7 1881,7 2195,15 1881,7 1568,25 1881,7 mín Toneladas

    20,00% 20,00% Viabilidade técnica 0,92 1 0,8 1 0,84 0,35 máx Nota

    20,00%

    6,70% Efeitos na pesca comercial 0 0 228344,2 183367,3 228344,2 228344,2 máx GBP

    6,70% Emprego 6,352239 3,176119 9,528358 6,352239 19,05672 31,76119 máx Homem

    ano

    6,70% Impacto nas comunidades 0,995522 0,995522 0,995522 0,995522 0,946269 0,946269 máx Nota

    20,00% 20,00%

    Custo 1,33535 1,06828 2,13656 1,86949 5,07433 7,74503 mín GBP

    (million)

    Tabela 29 - Valores Estimados de Cada Subcritério No Cenário Principal

  • 49

    A Tabela 29 foi inserida no programa Visual PROMETHEE para dar prosseguimento a

    análise. Através do programa criou-se ce