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Emprego de Análise Multicritério como Auxílio na Tomada de Decisão no
Descomissionamento de Dutos Submarinos.
Bruno Oliveira Lima de Souza
Projeto de Graduação apresentado ao Curso de
Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte
dos requisitos necessários à obtenção do título de
Engenheiro.
Orientador(es): Marcelo Igor Lourenço de Souza
Co-orientador(es): Jean David Job Emmanuel Marie
Caprace
Rio de Janeiro
Janeiro de 2018
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Emprego de análise multicritério como auxílio na tomada de decisão no
descomissionamento de dutos submarinos.
Bruno Oliveira Lima de Souza
PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DA ESCOLA
POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO
PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A CONCLUSÃO DO CURSO DE
ENGENHARIA – HABILITAÇÃO NAVAL E OCEÂNICA.
Banca Examinadora:
_______________________________________________
Prof. Marcelo Igor Lourenço de Souza, D.Sc.
_______________________________________________
Prof. Jean David Caprace, Ph.D.
_______________________________________________
Prof. Segen Farid Estefen, D.Sc.
_______________________________________________
Prof. Ilson Paranhos Parqualino Ph.D.
RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL
JANEIRO 2018
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Agradecimentos
Primeiramente quero agradecer a todo o apoio dado pelo Professor Marcelo Igor
Lourenço, sem o qual esse trabalho não seria possível.
Agradeço também aos meus colegas e companheiros da faculdade que trilharam essa
jornada comigo durante anos e agregaram na minha formação como profissional e ser
humano.
Devo destacar dois colegas que foram pilares fundamentais na minha vida acadêmica,
são estes, Pedro Henrique Caldas Jorge e Rogério Hannemann Júnior.
Por último, porém não menos importante, gostaria de agradecer a minha família que
sempre me apoiou com entusiasmo na minha escolha de me tornar um engenheiro naval.
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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Naval.
Emprego de análise multicritério como auxílio na tomada de decisão no
descomissionamento de dutos submarinos.
Bruno Oliveira Lima de Souza
Janeiro 2018
Orientador: Marcelo Igor Lourenço Co-orientador: Jean David Caprace
Curso: Engenharia Naval e Oceânica
Uma unidade industrial, após certo período, atinge sua fase final de produção, que é
chamada de abandono ou descomissionamento. Tratando de plataformas de exploração
de óleo e gás isto ocorre quando a produção se apresenta desvantajosa, sendo efetuado o
encerramento das atividades, limpeza e remoção de estruturas e recuperação ambiental
do local. Trata-se de operações com alto custo e elevado potencial de geração de
impactos ambientais. Por se tratar de um aspecto multidisciplinar já que deverão ser
levados em consideração critérios ambientais, sociais, técnicos, econômicos e de
segurança, torna-se importante a abordagem de métodos que que realizem o tradeoff
desses critérios com o objetivo de encontrar o ponto ótimo.
Como auxílio nas tomadas de decisões necessárias para avaliar o tradeoff entre esses
critérios optou-se pela utilização de ferramentas de análises multicritérios.
Este relatório tem como objetivo a utilização de tais ferramentas para avaliar as
melhores formas de descomissionamento a serem tomadas no final da vida útil de uma
planta de produção.
O relatório explicita diferentes abordagens e faz uma comparação entre elas no intuito
de avaliar qual o melhor método que atende as necessidades do tomador de decisão.
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Sumário 1. Introdução ............................................................................................................................ 9
2. Revisão Bibliográfica .......................................................................................................... 9
2.1. O Descomissionamento ............................................................................................... 9
2.2. Descomissionamento de Dutos Submarinos ............................................................ 10
2.3. Métodos de Análise multicritérios ........................................................................... 16
3. Metodologia ....................................................................................................................... 22
3.1. Abordagem computacional através do programa Visual PROMETHEE ............ 22
3.2. Lógica de Fuzzy ......................................................................................................... 23
4. Estudo de caso ................................................................................................................... 26
4.1. Método BPEngO proposto para a linha escolhida (conclusão da shell) ............... 35
4.2. Análise Através do Método Promethee ................................................................... 47
4.3. Comparação dos resultados ...................................................................................... 51
5. Conclusões .......................................................................................................................... 56
6. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 57
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Índice de Figuras
Figura 1 Exemplo de pig dentro de um duto. Fonte:
http://www.boingengenharia.com.br/limpeza-com-pigs.html ..................................................... 11
Figura 2 Opção 2- Deixar presa à plataforma; Aterrar a extremidade. Fonte: Shell .................... 12
Figura 3 Opção 3 - Deixar presa à plataforma; Cobrir com rochas a extremidade. Fonte: Shell 13
Figura 4 Opção 4 - Desconectar da plataforma e da estrutura submarina e aterrar todo o
comprimento da linha. Fonte:Shell ............................................................................................. 13
Figura 5 Opção 5 -Desconectar da plataforma e da estrutura submarina e cobrir com rochas
todo o comprimento. Fonte: Shell .............................................................................................. 14
Figura 6 Opção 6 - Remover toda a linha por corte e elevação. Fonte: Shell ............................. 15
Figura 7 Opção 7 - Remover toda a linha por S-lay reverso ( instalação reversa) Fonte: Shell .. 15
Figura 8 Inputs do programa Visual PROMETHEE ................................................................... 23
Figura 9 Gráfico Pertinência x Altura .......................................................................................... 24
Figura 10 Funções de Preferência do Visual PROMETHEE .......................................................... 25
Figura 11 – Localização do Brent Field; Fonte: Shell U.K. Limited - BRENT FIELD
DECOMMISSIONING PROGRAMMES .......................................................................................... 27
Figura 12 - Arranjo Geral do Brent Field; Fonte: Shell U.K. Limited - BRENT FIELD
DECOMMISSIONING PROGRAMMES .......................................................................................... 28
Figura 13 - Resumo da produção do Brent Field; Fonte: Shell U.K. Limited - BRENT FIELD
DECOMMISSIONING PROGRAMMES .......................................................................................... 30
Figura 14 - Processo de Execução do Estudo de Descomissionamento a Longo Prazo (EDLP).
(adaptado de Hughes e Fish, 2000). ............................................................................................ 36
file:///E:/ufrj/Emprego%20de%20análise%20multicritério%20como%20auxílio%20na%20tomada%20de%20decisão%20no.docx%23_Toc509221136file:///E:/ufrj/Emprego%20de%20análise%20multicritério%20como%20auxílio%20na%20tomada%20de%20decisão%20no.docx%23_Toc509221136file:///E:/ufrj/Emprego%20de%20análise%20multicritério%20como%20auxílio%20na%20tomada%20de%20decisão%20no.docx%23_Toc509221137file:///E:/ufrj/Emprego%20de%20análise%20multicritério%20como%20auxílio%20na%20tomada%20de%20decisão%20no.docx%23_Toc509221137file:///E:/ufrj/Emprego%20de%20análise%20multicritério%20como%20auxílio%20na%20tomada%20de%20decisão%20no.docx%23_Toc509221138file:///E:/ufrj/Emprego%20de%20análise%20multicritério%20como%20auxílio%20na%20tomada%20de%20decisão%20no.docx%23_Toc509221138
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Índice de Tabelas
Tabela 1 Fonte: www.maxwell.vrac.puc-rio.br/14098/14098_4.PDF ....................................... 20
Tabela 2 Fonte: Adaptado de Berzins (2009) .............................................................................. 21
Tabela 3 Fonte: Adaptado de Alves (2007 )................................................................................ 22
Tabela 4 - História do desenvolvimento do Brent Field; Fonte: Shell U.K. Limited - BRENT FIELD
DECOMMISSIONING PROGRAMMES .......................................................................................... 26
Tabela 5 - Resumo das condições Físicas, Biologicas e Socioeconomicas do Brent Field; Fonte:
Shell U.K. Limited - BRENT FIELD DECOMMISSIONING PROGRAMMES ...................................... 29
Tabela 6 - Datas do Término de produção; Fonte: Shell U.K. Limited - BRENT FIELD
DECOMMISSIONING PROGRAMMES .......................................................................................... 31
Tabela 7 Estimativa do pesos do Campo Brent ........................................................................... 32
Tabela 8 - Resumo dos Dutos do Brent Field; Fonte: Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES
DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT ........................................................................... 34
Tabela 9 Opções factíveis de descomissionamento para linhas qualitativas; Fonte: Adaptado de
Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT ...... 35
Tabela 10 - Avaliação das opções de descomissionamento ...................................................... 37
Tabela 11 - Principais Critérios e Subcritérios Utilizados pela Shell; Fonte: Adaptado de Shell
U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL
DOCUMENT .............................................................................................................................. 38
Tabela 12 - Fonte e Tipo de Dado Para Cada Subcritério; Fonte: Adaptado de Shell U.K.
Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING - TECHNICAL DOCUMENT 39
Tabela 13 - Valores Obtidos Para Cada Subcritério; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -
BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT................ 39
Tabela 14 - Distribuição de Pesos dos Critérios e Subcritérios Fonte: Adaptado de Shell U.K.
Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT ...................... 40
Tabela 15 - Cenários de Peso Usados na Análise de Sensibilidade; Fonte: Adaptado de Shell
U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL
DOCUMENT .............................................................................................................................. 40
Tabela 16 - Cenário Principal; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES
DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT ........................................................................... 41
Tabela 17 Melhor opção no Cenário Principal pelo método BPEngO ......................................... 41
Tabela 18 Cenário com peso em Segurança; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT
FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT ................................................ 42
Tabela 19 Melhor opção com peso em Segurança pelo método BPEngO .................................. 42
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Tabela 20 Cenário com peso em Meio Ambiente; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT
FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT ................................................ 43
Tabela 21 Melhor opção com peso em Meio Ambiente pelo método BPEngO ......................... 43
Tabela 22 Cenário com peso em Técnico; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD
PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT .......................................................... 44
Tabela 23 Melhor opção com peso em Técnico pelo método BPEngO ...................................... 44
Tabela 24 Cenário com peso em Social; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD
PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT .......................................................... 45
Tabela 25 Melhor opção com peso em Social pelo método BPEngO ......................................... 45
Tabela 26 Cenário sem critério de segurança; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT
FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT ................................................ 46
Tabela 27 - Melhor opção sem critério Econômico pelo método BPEngO ................................. 46
Tabela 28 - Classificação Geral das Opções de Descomissionamento Segundo Método BPEngO
adotado pela Shell ....................................................................................................................... 47
Tabela 29 - Valores Estimados de Cada Subcritério No Cenário Principal ................................. 48
Tabela 30 Somatório de Phi no cenário principal pelo método Promethee Linear .................... 49
Tabela 31 Somatório de Phi com peso em segurança pelo método Promethee Linear ............. 49
Tabela 32 Somatório de Phi com peso em Segurança pelo método Promethee Linear ............ 50
Tabela 33 Somatório de Phi com peso em Técnico pelo método Promethee Linear ................. 50
Tabela 34 Somatório de Phi com peso em Social pelo método Promethee Linear .................... 50
Tabela 35 Somatório de Phi sem critério econômico pelo método Promethee Linear .............. 51
Tabela 36 - Classificação Geral das Opções de Descomissionamento Segundo Método
PROMETHEE ................................................................................................................................ 51
Tabela 37 - Comparação dos Métodos Promethee e BPEng por Critérios ................................. 52
Tabela 38 - Comparação Geral dos Métodos Promethee e BPEngO .......................................... 52
Tabela 39 Comparação entre métodos Promethee no cenário principal ................................... 53
Tabela 40 Comparação entre métodos Promethee com peso em segurança ............................ 53
Tabela 41 Comparação entre métodos Promethee com peso em meio ambiente .................... 53
Tabela 42 Comparação entre métodos Promethee com peso em técnico ................................ 54
Tabela 43 Comparação entre métodos Promethee com peso em social ................................... 54
Tabela 44 Comparação entre métodos Promethee sem critério econômico ............................. 54
Tabela 45 Comparação Geral entre os Métodos Promethee ..................................................... 55
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1. Introdução
A demanda pelo descomissionamento de sistemas e estruturas offshore vem ganhando
importância no cenário da indústria do petróleo e gás nos últimos anos, como forma de buscar
os melhores métodos de descomissionamento, e por se tratar de um tema recente, ainda não se
dispõe de metodologias consolidadas sobre o tema. Sendo assim as entidades responsáveis
variam bastante quanto as decisões a serem tomadas no processo.
Diversos trabalhos publicados fazem referência às técnicas e aos potenciais
problemas e riscos relacionados ao fim da vida produtiva desses sistemas. Mas
operações de descomissionamento são de natureza relativamente inovadora, a preocupação de
tratar um sistema industrial ao final de sua produtividade é um pensamento recente e portanto
ainda sem muitas referências.
Este trabalho busca apresentar uma alternativa ao processo de tomada de decisão no
descomissionamento do campo BRENT no mar do norte. Através de uma análise multicritério
será feita uma comparação entre o método proposto por este trabalho e o método utilizado no
campo.
2. Revisão Bibliográfica
2.1. O Descomissionamento
O descomissionamento é o processo que ocorre no final da vida útil das instalações de
exploração e produção de petróleo e gás. Refere-se ao desmantelamento, à remoção e a
reciclagem dos equipamentos.
Trata-se de um processo multidisciplinar uma vez abrange, diversas áreas da engenharia
assim como áreas socioambientais. Com a crescente preocupação com os impactos causados ao
meio ambiente devido às atividades industriais, o descomissionamento de sistemas offshore
começa a tornar-se obrigatório em diversos países ao redor do mundo.
Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), os gastos
globais por ano com descomissionamento offshore devem mais que quadruplicar, até 2040, e o
montante total dispendido pode atingir US$ 210 bilhões, nos próximos 25 anos.
Somente no Brasil segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis) 42% das instalações offshore de produção existentes no Brasil hoje estão em
operação há mais de 25 anos. A realidade brasileira e mundial demonstra um acúmulo de
sistemas que foram projetados inicialmente sem considerar o final da vida útil dos mesmos.
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Consequentemente, a falta de inclusão de um projeto de descomissionamento no projeto original
dificulta a realização dessa atividade.
No Brasil o descomissionamento torna-se algo ainda mais desafiador devido às grandes
profundidades no qual os recursos são explorados, e por isso, uma participação mais relevante
de estrutura mais complexas. Do total das plataformas no país, 57% são unidades fixas, 24% são
do tipo FPSO, 14% são semi-submersíveis,5% de outros tipos, 17% das plataformas encontram-
se em águas profundas acima de 400 metros e 25% em lâmina d’água maior que mil metros.
(Dados Obtidos da IBP)
2.2. Descomissionamento de Dutos Submarinos
A norma ISO 13623:2009 (E), que estabelece diretrizes sobre sistemas de transporte por
dutos, define duto (em inglês, pipeline) como os componentes de um sistema de dutos
conectados entre si para o transporte de fluidos entre estações e/ou plantas, incluindo tubos,
pigs, componentes, acessórios, válvulas de isolamento e separação.
Antes de abordar os métodos de descomissionamento de pipelines, os mesmos devem
ser limpos de forma que os contaminantes presente no interior dos dutos não entrem em contato
com o meio ambiente durante a operação.
A estratégia principal para um sistema de dutos interconectados é limpar as
tubulações de uma plataforma para outra, usando as conexões existentes para empurrar o
conteúdo do pipeline através do sistema. Dependendo da função do tubo e da natureza dos
contaminantes encontrados nos fluidos, os resíduos serão coletados na plataforma receptora em
tanques e transportados para terra para tratamento e descarte ou descarregados no mar sob
permissão.
Depois que o óleo ou gás é retirado do duto uma série de corridas de pigs (Figura 1) é
realizada para retirar os resíduos ainda presente. É difícil estimar o número de corridas
necessárias para que o duto seja considerado limpo, uma vez que o critério de limpeza é
definido pela entidade regulatória vigente, e as características do duto e do pig influenciam
nesse fator. No caso de reutilização, ao final da limpeza o duto é deixado com água do mar
inibida quimicamente para reduzir a corrosão até o desmantelamento. Se não houver pretensões
em reutilizar o duto, apenas colocam a água e deixam as extremidades abertas.
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Figura 1 Exemplo de pig dentro de um duto. Fonte: http://www.boingengenharia.com.br/limpeza-com-pigs.html
De acordo com o relatório da shell no descomissionamento do Campo Brent (Shell U.K.
Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT)
as linhas podem ser categorizadas em duas:
Linhas Qualitativas – São aquelas que possuem poucas opções factíveis de
descomissionamento. Essas opções podem ser resumidas em dois resultados: Uma é deixar a
linha no local e tratar as extremidades expostas das linhas. A outra opção trata-se de remover
completamente a linha com procedimento reverso de instalação e/ou algum outro método de
recuperação.
Linhas Quantitativas – São aquelas que por virtude de sua construção ou sua
configuração atual possuem um grande número de opções factíveis para o descomissionamento.
Foram consideradas sete opções factíveis sendo sete delas aplicáveis para a maioria das linhas.
Essas opções se encontram descritas abaixo.
- Opção 1. Deixar no Local sem nenhuma precaução adicional necessária.
A opção 1 aplica-se apenas as linhas que estão ligadas em ambos os lados à plataforma. Para
esta opção assume-se que a decisão da OSPAR 98/3* foi atendida.
* A Convenção para a Proteção do Meio Marinho do Nordeste do Atlântico (a "Convenção OSPAR") foi aberto para assinatura no encontro Ministerial
das antigas Comissões de Oslo e Paris em Paris em 22 de Setembro de 1992. A Convenção entrou em vigor em 25 de Março de 1998. Foi ratificado
pela Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Islândia, Irlanda, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Portugal, Suécia, Suíça e Reino Unido e
aprovado pela União Européia e Espanha.
http://www.boingengenharia.com.br/limpeza-com-pigs.html
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-Opção 2. Deixar presa à plataforma; Aterrar a extremidade.
A opção 2 aplica-se apenas às linhas que estão conectadas em uma extremidade à uma estrutura
submarina que deverá ser removida de acordo com a decisão da OSPAR 98/3. Nessa opção a
conexão com a estrutura submarina seria removida com o corte e elevação para reciclagem ou
armazenagem onshore, e a extremidade cortada seria enterrada.
Figura 2 Opção 2- Deixar presa à plataforma; Aterrar a extremidade. Fonte: Shell
-Opção 3. Deixar presa à plataforma; Cobrir com rochas a extremidade.
A opção 3 aplica-se apenas às linhas que estão ligadas em uma extremidade a uma estrutura
submarina que deve ser removida de acordo com a Decisão 98/3 da OSPAR. Tal como acontece
com a Opção 2, as peças que ligam a tubulação a uma estrutura submarina seriam removidas
para reciclagem ou eliminação no solo. Na extremidade da linha, 30 m de despejo de rochas
seriam usados ao invés de enterro.
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Figura 3 Opção 3 - Deixar presa à plataforma; Cobrir com rochas a extremidade. Fonte: Shell
- Opção 4. Desconectar da plataforma e da estrutura submarina e aterrar todo o
comprimento da linha.
As linhas seriam desconectadas da plataforma ou estruturas submarinas em cada extremidade e
removidos por corte e elevação para reciclagem ou armazenagem no solo. A linha que
permanecesse no leito marinho deveria ser enterrada em todo o seu comprimento.
Figura 4 Opção 4 - Desconectar da plataforma e da estrutura submarina e aterrar todo o comprimento da linha.
Fonte:Shell
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- Opção 5. Desconectar da plataforma e da estrutura submarina e cobrir com rochas todo
o comprimento.
As linhas seriam desconectadas da plataforma ou estruturas submarinas em cada extremidade e
removidos por corte e elevação para reciclagem ou armazenagem no solo. A linha que
permanecesse no leito marinho deveria ser coberta com rochas em todo o seu comprimento.
Figura 5 Opção 5 -Desconectar da plataforma e da estrutura submarina e cobrir com rochas todo o comprimento. Fonte: Shell
- Opção 6. Remover toda a linha por corte e elevação.
A linha seria cortada em seções curtas (aproximadamente 25 m de comprimento) e as seções
elevadas para uma embarcação para transporte para terra para reciclagem ou armazenagem.
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Figura 6 Opção 6 - Remover toda a linha por corte e elevação. Fonte: Shell
- Opção 7. Remover toda a linha por S-lay reverso (instalação reversa)
As conexões seriam recolhidas por corte e elevação. Toda a linha seria removida através de um
processo de instalação reversa usando um PLSV.
Figura 7 Opção 7 - Remover toda a linha por S-lay reverso ( instalação reversa) Fonte: Shell
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2.3. Métodos de Análise multicritérios
Analytic Hierarchy Process (AHP)
O AHP é uma das abordagens que pode ser escolhida quando o tomador de decisão
utiliza seu julgamento e conhecimento para fazer uma avaliação entre critérios restritivos ou não
para uma determinada situação. Segundo Gomes (2009), o AHP é baseado na comparação
paritária dos critérios, buscando responder duas perguntas principais: Quais são os critérios de
maior importância? Qual a proporção dessa importância?
Para responder esses questionamentos os decisores devem atribuir pesos numa escala de
1 a 9 para cada critério, comparando-os par a par (BERZINS, 2009). Gomes (2009) reforça
mencionando que este método somente pode ser utilizado quando os parâmetros forem passivos
ter sua importância mensurada numa escala de quociente ou razão. Ou seja, todos os parâmetros
devem ser comparáveis entre si. Como exemplo comparando os critérios a1, a2 e a3, onde a1>a2
>a3 , ou seja:
𝑎1 = 𝑝12 ∗ 𝑎2 = 𝑥 ∗ 𝑎2
𝑎2 = 𝑝23 ∗ 𝑎3 = 2𝑥 ∗ 𝑎3
Consequentemente,
𝑎1 = 𝑝13 ∗ 𝑎3 = 3𝑥 ∗ 𝑎3
Onde pij representa o grau de importância do critério i em relação ao critério j. De posse
dessas informações é montada a tabela de prioridade dos critérios.
Posteriormente a esta montagem, é feito o somatório das linhas obtendo o valor wn em
seguida os resultados obtidos devem ser normalizados (este resultado é denominado autovetor).
Berzins (2009), menciona que a etapa posterior é o teste de inconsistência, que é utilizado para
se verificar a existência de desvio entre as comparações, onde o resultado zero indica a
consistência perfeita, já os valores superiores a 0,1 pode aumentar substancialmente o erro na
decisão. O Resultado de Consistência (RC) é determinado pela equação:
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𝑅𝐶 =(
𝜇𝑚á𝑥 − 𝑛(𝑛 − 1)
)
𝑅𝐼
Onde:
𝜇𝑚á𝑥 – Maior autovalor da matriz
n - Número de critérios;
RI - Índice tabelado em Função de n, consultar Berzins (2009).
Ou seja, após ter realizado todos os passos anteriores o cálculo de RC será o fator
decisivo para a aceitação do resultado obtido, fazendo com que novas análise sejam feitas,
alterando pesos de variáveis ou desconsiderando momentaneamente algumas restrições com a
finalidade de se entender a lógica do resultado, caso os valores encontrado não sejam
satisfatórios.
Elimination and Choice Expressing Reality (ELECTRE)
ELECTRE significa Eliminação e Escolha como Expressão da Realidade (Elimination
et Choix Traduisant la réalité). Bernard Roy na década de 1960 com a finalidade de resolver um
problema de escolha de uma melhor ação (alternativas) de um conjunto de ações, levando em
consideração vários critérios que influenciavam na escolha, desenvolveu e aplicou pela primeira
vez o conceito do modelo ELECTRE (MENDOCA, 2011).
A principal característica do procedimento mencionado é a da incomparabilidade
(quando não há ênfase) e da fundamentação não compensatória, ou seja, o resultado de um
critério pode não se equilibrar em outro (ACOLET, 2008 apud GOMES, 2007). Existem várias
versões do método ELECTRE (I, II, III, IV, IS e TRI), porém todas partem do mesmo princípio
diferenciando-se apenas nos procedimentos matemáticos finais, fazendo com que cada versão
possua um resultado específico.
Para que seja explicada a fundamentação teórica do método ELECTRE é necessário
primeiramente entender que dentro desta linha do AMD existem os denominados
pseudocritérios, que são checagens adjuntas incorporadas com a finalidade de comparar melhor
os critérios.
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Preference Ranking Organization Method for Enrichment Evaluations (PROMETHEE)
Para Brans e Mareschal (2005), Jean-Pierre Brans em 1982 apresentou pela primeira
vez o PROMETHEE desenvolvido a partir do ELECTRE com o objetivo de originar um método
mais simples considerando que seu precursor requer muitos parâmetros que podem não ter
significado ao decisor.
A relação entre o método ELECTRE e o PROMETHEE é tão expressiva que Campos
(2011), destaque que na metodologia predecessora, faz-se necessário à atribuição de vários
parâmetros que podem ser dificilmente mensurado pelo decisor, sendo que ambas são
vulneráveis a subjetividade, porém o PROMETHEE se mostra mais robusto a variações nos
parâmetros, promovendo a sua aplicação principalmente em sistemas de preferências nebulosas.
Em analogia ao ELECTRE o método PROMETHEE também possui ramificações,
sendo que cada uma delas é função geradora de um tipo de resultado. As principais vertentes do
PROMETHEE são (I, II, III, IV, V e VI), contudo Campos (2011) também cita a existência do
PROMETHEE & GAIA (Geometric Analysis for Interactive Aid), que é um complemento
visual do método, auxiliando na análise dos pesos de cada critério sobre as alternativas.
Semelhante ao AHP, o PROMETHEE também compara as alternativas em relação par a par
indicando o desempenho de cada uma para um determinado critério (BRANS e MARESCHAL,
2005). Para a realização da metodologia PROMETHEE se faz necessário calcular:
∏(𝑎, 𝑏) = ∑ 𝑤𝑖 ∗ 𝑃𝑖(𝑎, 𝑏)
Onde:
∏(𝑎, 𝑏) – Grau de preferência da alternativa a em relação à b, para todos os critérios;
𝑤𝑖 – Peso do critério i (i=1, 2,..., n);
𝑃𝑖(𝑎, 𝑏) – Função de preferência.
A função de preferência assume valores entre 0 e 1 e estão associadas a cada
critério indicando a preferência entre alternativas, e são representadas em função da
diferença do critério perante as alternativas, sendo escolhidas conforme o problema em
conjunto com o decisor ( BASTOS e ALMEIDA, 2002). Resumindo, tem-se que para
calcular, é necessário que sejam atribuídos os pesos aos critérios e que, posteriormente,
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sejam mensurados os valores e, e assim compara-los aos valores que podem ser
encontrados em Brans e Mareschal (2005).
Uma vez calculado o grau de preferência deve-se medir o valor do fluxo de
superação positivo (Ø+), que indica o quanto a alternativa é melhor as demais, enquanto
o negativo (Ø-) indica o quanto a mesma opção é superada pelas demais, podendo ser
calculadas com as fórmulas, considerando A como o conjunto de alternativas possíveis
para a situação:
Ø+(𝑎) = 1
𝑛 − 1∗ ∑ ∗ ∏(𝑎, 𝑏)
𝑏 ϵ A
Ø−(𝑎) = 1
𝑛 − 1∗ ∑ ∗ ∏(𝑏, 𝑎)
𝑏 ϵ A
Segundo Campos (2011), o modelo PROMETHEE provê uma avançada técnica de
modelagem, porém a mesma possui como pré-requisito a necessidade de informações precisas
sobre os parâmetros, enquanto a associação de critérios a gráficos (cálculo de Pi(a,b) ) pode
auxiliar a determinação dos parâmetros, visto que na metodologia ELECTRE não ocorre esse
tipo de comparação.
A função de preferência ou critério generalizado representa o comportamento ou atitude
do decisor em frente às diferenças provenientes da comparação par a par entre alternativas para
um dado critério j. O decisor dispõe de graus de liberdade com relação ao tipo de critério a ser
usado e aos limites de indiferença e preferência estrita.
São considerados 6 tipos de critério ou funções de preferência
-
20
Tabela 1 Fonte: www.maxwell.vrac.puc-rio.br/14098/14098_4.PDF
-
21
Vantagens e desvantagens dos métodos
Lopes (2008), lista como vantagem do AHP o seu reconhecimento no meio
acadêmico e empresarial, representando a técnica mais utilizada atualmente, devido a sua
decomposição hierárquica do problema tornando sua compreensão e estruturação mais
fáceis, além de representar claramente as preferências dos decisores principalmente em
situações onde predominam restrições qualitativas e o grupo de decisão é composto por
pessoas com interesses e visões divergentes.
Analisando Berzins (2009), é possível criar a Tabela 2
Tabela 2 Fonte: Adaptado de Berzins (2009)
Já o PROMETHEE tem como desvantagem a necessidade de tratamento preliminar
de dados e a dificuldade de implementação em alguns tipos de problemas devido à
quantidade de informação necessária. Todavia, a mesma também além de possuir uma
ferramenta visual própria facilitando o entendimento dos pesos na solução encontrada.
Macharis e Springael (2003), mencionam também o caráter não compensatório do
PROMETHEE, permitindo por meio da análise de sensibilidade o estabelecimento de
desvios admissíveis antes da classificação das alternativas, além da necessidade menor de
inputs, que pode explicado pela orientação especifica para determinação dos pesos,
trabalhando diretamente com a lógica fuzzy.
Na Tabela 3 encontram-se mais comparações sobre os métodos propostos:
-
22
AHP ELECTRE PROMETHEE Entrada de dados (Inputs)
Quantidade de julgamentos em problemas com
muitos critérios e alternativas ALTA BAIXA ALTA
Necessidade de processar dados NÃO SIM SIM
Utilização de dados quantitativos e qualitativos SIM SIM SIM
Utilização de decisões em vários níveis hierárquicos SIM NÃO NÃO
Saída de dados (Outputs)
Problemas com avaliação de desempenho SIM NÃO NÃO
Proporciona a eliminação de alternati vas NÃO SIM NÃO
Permite avaliação da coerência dos julgamentos SIM NÃO NÃO
Interface do decisor versus método
Disponibilidade de software gratuito SIM NÃO SIM
Utilização de decisão em grupo SIM NÃO NÃO
Número de publicações cientificas ALTO MÉDIA BAIXA Tabela 3 Fonte: Adaptado de Alves (2007 )
3. Metodologia
3.1. Abordagem computacional através do programa Visual
PROMETHEE
A ferramenta utilizada para realizar a análise multicritério foi o programa Visual
PROMETHEE. Neste programa devemos ter como inputados os seguintes dados:
1. As opções de descomissionamento
2. Os critérios subdivididos em subcritérios
3. Os pesos dos critérios e consequentemente dos subcritérios
4. Os valores estimados de cada opção de descomissionamento para cada
subcritério.
5. A função de preferência utilizada com os seus intervalos definidos
6. Os diferentes cenários com seus respectivos pesos modificados para cada
critério/subcritério
7. Se os valores de preferência são mínimos ou máximos
-
23
Na Figura 8 encontram-se visualmente os itens abordados acima.
Figura 8 Inputs do programa Visual PROMETHEE
3.2. Lógica de Fuzzy
Diferente da Lógica Booleana que admite apenas valores booleanos, ou seja, verdadeiro ou
falso, a lógica difusa ou fuzzy, trata de valores que variam entre 0 e 1. Assim, uma pertinência
de 0,5 pode representar meio verdade, logo 0,9 e 0,1, representam quase verdade e quase falso,
respectivamente (SILVA, 2005).
Como exemplo considere 3 séries de altura, baixo, médio e alto. Cada série é então definida
por sua função de pertinência variando de 0 a 1, onde 1 é totalmente verdade e 0 totalmente
mentira. Construiu-se um gráfico Pertinencia x Altura (Figura 9):
-
24
Figura 9 Gráfico Pertinência x Altura
Logo, percebe-se que:
Pessoas de até 1,45 m apresentam grau de pertinência igual a 1 no conjunto Baixo;
o grau de pertinência nesse conjunto decresce à medida que altura aumenta;
Uma pessoa de 1,65 m é totalmente pertencente ao conjunto Médio;
Pessoas acima de 1,65 m apresentam grau de pertinência diferente de 0 no conjunto
Alto.
Pessoas acima de 185 m, são definitivamente estão altas.
Pessoas acima de 1,55 m, possuem pertinência 0,5 no conjunto Baixo e no conjunto
Médio, de modo que são consideradas meio baixas e meio médias.
Como demonstrado anteriormente na Tabela 1 o método PROMETHEE possui basicamente
6 funções de preferência que influenciam na tomada de decisão. Essas funções aplicadas a
tomada de decisão podem ser entendidas como um tradeoff entre a lógica booleana e a lógica
de fuzzy.O Programa Visual PROMETHEE disponibiliza essas funções com nomenclatura
própria (Figura 10) como auxílio do processo decisório, no qual cada função possui sua
característica:
Usual – Assemelha-se a lógica booleana na qual existem apenas dois valores
possíveis 0 e 1, correspondendo à verdade e mentira respectivamente. Neste caso
qualquer critério que encontra-se no ponto inferior (Pertinência = 0) é mentira, e
qualquer outro ponto torna-se verdade.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
1,35 1,45 1,55 1,65 1,75 1,85 1,95
Pertinência x Altura
Baixo Médio Alto
-
25
V-shape – Não possui um intervalo inferior, ou seja, não existe um intervalo no
qual mínimos estejam contidos. Portanto os valores inferiores muito próximos são
considerados diferentes e consequentemente podem alterar o processo de decisão.
Depois possui uma faixa transitória, pode ser entendido como a verdade tornando-
se mentira. E por fim um intervalo superior de pertinência igual 1.
U-shape – Assemelha-se a lógica booleana na qual existem apenas dois valores
possíveis 0 e 1, correspondendo à verdade e mentira respectivamente. Neste caso
existe um intervalo inferior (mentira) e outro superior (verdade).
Level – Possui 3 intervalos, inferior, médio e superior correspondendo a mentira,
meia verdade (ou meia mentira) e verdade respectivamente.
Linear – Semelhante ao V-shape, porém neste caso também possui um intervalo
inferior.
Gaussian – Semelhante à Linear, porém com o ponto final do intervalo inferior e o
ponto inicial do intervalo superior não definidos.
Figura 10 Funções de Preferência do Visual PROMETHEE
Para a análise da tomada de decisão, a função de preferência escolhida foi a Linear. Esta
função foi escolhida pois adere-se à lógica de fuzzy no qual existem valores transitórios de
pertinência e por possuir intervalos inferiores e superiores bem definidos.
Esses intervalos interferem no processo decisório uma vez que valores muito próximos
tanto inferiores como superiores são considerados no mesmo intervalo e portanto retornando um
grau de pertinência igual.
A faixa transitória de pertinência (pertinência entre 0 e 1) interferem no processo
decisório por considerar todos os valores intermediários e não apenas os maiores e menores.
-
26
4. Estudo de caso
O Campo Brent
O Campo Brent foi descoberto em 1971 e durante 40 anos de operações (Tabela 6)
produziu aproximadamente 2 bilhões de barris de petróleo e 6,0 trilhões de pés cúbicos de gás,
totalizando cerca de 3 bilhões de barris de petróleo equivalente. Em seu pico no final dos anos
80 até o início da década de 1990, apenas o Campo Brent forneceu aproximadamente 8% do
consumo total de gás do Reino Unido. Até à data, cerca de 99,5% das reservas economicamente
recuperáveis no Brent Field foram recuperadas, um valor historicamente alto para os campos do
Mar do Norte. O Campo Brent também criou e sustentou milhares de empregos, contribuiu com
mais de £ 20 bilhões em receita tributária e proporcionou ao Reino Unido uma quantidade
substancial de seu petróleo e gás.
Data Evento Data Evento
1971 Descobrimento do Campo Brent 1995 Brent Spar removido do campo
1975 Primeira Plataforma, Brent B, instalada. 1995 Brent sofre upgrade para aumentar
produção de gás
1976 Início da perfuração 1996 Brent South descommissionada
1976 Primeiro barril produzido da plataforma
Brent Bravo
1998 A injeção de água nos poços cessa
1976 Brent A e D instaladas 2004 O abandono começa na Brent south
1978 Brent C instalada 2009 Datas para encerramento da
produção é acordada com a DECC
1981 Primeira produção de gás 2011 Brent Delta cessa a produção
1988 Pipeline até o terminal Sullom Voe
instalado
2014 Brent Alpha e Brent Bravo cessam a
produção
Tabela 4 - História do desenvolvimento do Brent Field; Fonte: Shell U.K. Limited - BRENT FIELD DECOMMISSIONING PROGRAMMES
O Brent Field compreende 4 plataformas, 28 tubulações e 4 estruturas submarinas com
uma massa total de cerca de milhões de toneladas. De várias maneiras, todas as plataformas
estão ligadas entre si.
O Brent Field e seu sistema linhas estão localizados no bloco 211/29 do setor
britânico do Mar do Norte, aproximadamente a 136 km a leste das Ilhas Shetland (Figura 11). O
-
27
Campo faz parte da extensa infraestrutura de petróleo e gás que foi estabelecida nos últimos 40
anos na Bacia do Leste do Shetland. Neste campo existem:
11 plataformas,
3 instalações flutuantes,
4 clusters submarinos
Figura 11 – Localização do Brent Field; Fonte: Shell U.K. Limited - BRENT FIELD DECOMMISSIONING PROGRAMMES
-
28
Figura 12 - Arranjo Geral do Brent Field; Fonte: Shell U.K. Limited - BRENT FIELD DECOMMISSIONING PROGRAMMES
-
29
O cenário ambiental do campo Brent é resumido abaixo. A Tabela 5 resume os ambientes
físicos, biológicos e socioeconômicos no campo de Brent.
Aspect Summary Data
Coluna d’agua Calado 140.2-142.1 m Intervalo de
Marés
1.83 m
Onda de 100 anos Amplitude 26.2 m Periodo 15.5 segundos
Velocidade máxima de
corrente
Superfície 0.86 m.s-1 Leito
marinho
0.46 m.s-1
Temperatura da água Máximo 13°C Mínimo 6°C
Sedimentos do leito
marinho
Areia enlameada, com furos e montes criados pela fauna madura,
especialmente a lagosta Nefrops.
Benthos Caracterizada como 'Zona Costeira do Norte Britânico', dominada por
poliquetos, crustáceos, bivalves e equinodermos.
Peixe Espécies demersal e pelágica, predominantemente de bacalhau, arinca,
badejo e arenque. Plataforma localizada nas áreas de criação de
arenque, badejo, semente de limão, faneca norueguesa, galeas,
espadilha e necrófitas.
Mamíferos marinhos Baixas densidades de cetáceos; As espécies que mais ocorrem são a
marsopa e o golfinho branco. O golfinho de face branca, o golfinho de
Risso, golfinho de nádega, baleia e baleia minke também foram vistos.
Aves Marinhas Área importante para aves marinhas, particularmente no verão,
especialmente guillemot, fulmar, kittiwake e razorbill. Outras espécies
incluem papagaio-do-mar, gaivota de arenque, pequeno auk, tern ártico,
gannet, skua grande, skua ártica, shearwater de fuligem, cormorão e tern
comum.
Interesses de conservação Os mamíferos marinhos são espécies designadas. Existem
numerosas colônias de coral Lophelia pertusa em todas as quatro
plataformas. O SAC offshore mais próximo é Braemar Pockmark, a
225 km de distância.
Pesca comercial O valor relativo das pescarias comerciais no retângulo CIEM 51F1,
na área do campo de Brent, é "Moderado" para "Baixo".
Navegação Dentro de 50 km, há 14 vias de embarque reconhecidas, utilizadas
por 8.430 embarcações por ano. A densidade de navegação no
Campo Brent varia de 'baixo' a 'muito baixo'.
Atividades de petróleo e
gás mais próximas
Campo de Statfjord, 9,6 km ao nordeste.
Atividades Comerciais Com exceção da atividade de petróleo e gás e pesca comercial, não
há outra atividade comercial no local.
Naufrágio Os naufrágios marcados mais próximos são a 9 km de Brent Alpha e
Brent Bravo.
Tabela 5 - Resumo das condições Físicas, Biologicas e Socioeconomicas do Brent Field; Fonte: Shell U.K. Limited - BRENT FIELD DECOMMISSIONING PROGRAMMES
-
30
Os níveis de produção do platô foram alcançados no período de 1998 a 2002, e desde
então a produção de petróleo e gás diminuiu significativamente. A Figura 13 apresenta gráficos
que mostram a produção diária e cumulativa de óleo e água (linhas vermelha e azul
respectivamente no gráfico superior) e gás (gráfico inferior) desde 1976. Apesar de
investigações detalhadas desde 2006, nenhum programa ou medida viável ou economicamente
sustentável pode ser implementado para ampliar a produção.
Gráfico superior: A linha vermelha é a produção cumulativa de óleo: a linha azul é a produção
cumulativa de água
Gráfico inferior: A linha verde é a produção cumulativa de gás
Três das quatro plataformas Brent já cessaram a produção (Tabela 8) e a Brent Charlie cessará a
produção no futuro próximo.
Figura 13 - Resumo da produção do Brent Field; Fonte: Shell U.K. Limited - BRENT FIELD DECOMMISSIONING PROGRAMMES
-
31
Plataforma Data do término de produção
Alpha 1 Novembro 2014
Bravo 1 Novembro 2014
Delta 31 Dezembro 2011
Tabela 6 - Datas do Término de produção; Fonte: Shell U.K. Limited - BRENT FIELD DECOMMISSIONING PROGRAMMES
O Campo é constituído de quatro plataformas, cada uma compreendendo uma
subestrutura que suporta os topsides. No Brent Alpha, a subestrutura é uma casaca de aço,
fixada no lugar por pilhas de aço encaminhadas para o fundo do mar. Em Bravo, Charlie e
Delta, a subestrutura é uma estrutura de base de gravidade de concreto (Gravity Base Structure -
GBS) que compreende uma matriz de grandes células de armazenamento (chamados de caixão)
de concreto armado. Os GBSs são mantidos por seu próprio peso, lastro sólido adicional (em
Bravo e Delta) e saias e cavilhas verticais que penetram até 9 m no fundo do mar.
O Brent Delta GBS contém vários materiais sólidos e líquidos nas células de
armazenamento de óleo. Todos os GBS processaram fluidos do mesmo reservatório e operaram
de forma ampla da mesma maneira. As amostras retiradas dos sistemas de processo dos topsides
em todos os três GBSs possuem características físicas e composição química muito
semelhantes. Portanto, foi considerado que as células de armazenamento de petróleo em Brent
Bravo e Brent Charlie contêm o mesmo tipo de sólidos (chamado "sedimento") como Delta do
Brent. A partir dos registros históricos sobre a produção de areia, obteve-se estimativas dos
volumes de sedimentos no fundo das células de armazenamento de óleo em todos os três GBSs.
As pesquisas de sonar mostraram que o volume médio de sedimentos nas 3 células do Delta do
Brent (1.044 m3 por célula) é próximo do volume estimado (1.080 m3 por célula).
Sabe-se também que o Brent Delta GBS contém vários materiais sólidos e líquidos no
fundo das pernas de perfuração e o anel de minicélula*.
As estacas de perfuração que contêm quantidades de hidrocarbonetos estão presentes no
fundo do mar abaixo do Brent Alpha e no Brent South, e no topo da célula e em torno das bases
de Brent Bravo, Brent Charlie e Brent Delta. Em um levantamento de 2007, o volume total de
estacas de perfuração do fundo do mar e da célula no campo era aproximadamente 32,000 m3.
* O anel minicélula é o espaço entre a minicélula e a parede da perna da plataforma
-
32
As plataformas estão conectadas entre si e a outras plataformas em aproximadamente
103 km de tubulações submarinas, umbilicais e cabos de potência. Essas linhas variam em
diâmetro de 2,5 polegadas (controle umbilical) a 36 polegadas (gasoduto de exportação de gás).
Aproximadamente 54 km (53%) da rede de gasodutos são trincados no fundo do mar ou
cobertos por um vertedouro estável.
Quatro estruturas submarinas são considerados; a válvula de isolamento Sub-Sea
(SSIV), o PipeLine End Manifold (PLEM), o Spool-Piece de montagem da válvula (VASP) e o
splitter box.
Os poços submarinos no Brent South foram retirados de serviço em 1996. Os poços
foram tapados e abandonados entre outubro de 2004 e março de 2005, e durante esse período as
cabeças dos poços e as carcaças superiores foram removidas e levadas para a costa.
O poço no Brent 7 foi retirado de serviço em 1977 e posteriormente conectado e
abandonado.
Em geral, os materiais abrangidos pelo Brent Field incluem aproximadamente 295 mil
toneladas de aço, 568 mil toneladas de concreto, 238 000 toneladas de lastro de areia e 16 mil
toneladas de rocha. A Tabela 7 resume as melhores estimativas do campo.
Plataformas Brent
Brent Alpha topside e jaqueta de aço, 47,453 toneladas
Brent Bravo topside e GBS, 364,817 toneladas
Brent Charlie topside e GBS, 327,880 toneladas
Brent Delta GBS, 325,418 toneladas
Sedimentos em células de armazenamento de óleo das GBS, aproximadamente
73,300 toneladas no total
Água de lastro oleosa em células de armazenamento GBS, aproximadamente 638,500
toneladas no total
Outros resíduos sólidos em caixões e pernas de GBS, aproximadamente 8,100 toneladas
no total
Brocas de perfuração nas quatro instalações e no Brent South, aproximadamente 68,700
toneladas no total
Estacas de perfuração em tri-células de GBS, aproximadamente 53,500 toneladas no total
Resíduos do leito marinho, aproximadamente 600 toneladas
Sistema de linhas do campo Brent
28 linhas, aproximadamente 103 km; aproximadamente 25,129 toneladas de aço, 21,896
toneladas de concreto e 16,000 toneladas de rocha
4 estruturas submarinas, aproximadamente 467 toneladas
Colchão de concreto, aproximadamente 489 (1,762 toneladas
Tabela 7 Estimativa do pesos do Campo Brent
-
33
Dentro do sistema de tubulações Brent, foram instalados diferentes tipos de pipelines,
dependendo da finalidade do duto. Esses tipos são:
Pipelines rígidos: Os Pipelines rígidos são frequentemente utilizadas para o transporte
de hidrocarbonetos, isto é, petróleo ou o gás. Eles geralmente são construídos de aço
grosso, muitas vezes revestidos em uma camada de concreto para aumentar seu peso e
assim proporcionar estabilidade, mas também para fornecer proteção adicional. Pela
própria natureza desses materiais, as tubulações são rígidas. Este tipo de construção
tende a ser escolhido para Pipelines de diâmetro maior porque proporciona uma maior
integridade estrutural em longas distâncias e ao transportar hidrocarbonetos de alta
temperatura e / ou alta pressão. Como essas tubulações são difíceis de dobrar, elas
geralmente são instaladas em seções de um navio PLSV.
Pipelines flexíveis: Os Pipelines flexíveis são construídos em aço, plástico ou vários
materiais compósitos, muitas vezes em camadas para aumentar a força da estrutura. As
tubulações flexíveis são restritas pelo seu design a diâmetros pequenos ou médios e são
relativamente caras de produzir. Eles tendem a ser usados para curtos comprimentos de
dutos.
Umbilical: os umbilicais têm tipicamente duas funções principais, injeção e controle
químico. O primeiro distribui produtos químicos para várias partes do sistema
submarino. O último transmite sinais de controle elétricos e / ou hidráulicos das partes
superiores para o sistema submarino e também pode transmitir informações sobre o
estado do sistema submarino para o topo. Essas linhas tendem a ser de diâmetro
relativamente pequeno e possuem uma construção composta de aço e plásticos que cria
uma estrutura flexível, semelhante à das tubulações flexíveis.
Cabo: são cabos de alimentação que fornecem energia elétrica para operar as peças
mecânicas do sistema submarino. Os cabos de potência tendem a ser de pequeno
diâmetro e construídos com materiais flexíveis semelhantes aos umbilicais, mas os
cabos contêm grandes núcleos elétricos e sem linhas hidráulicas ou químicas.
A Tabela 8 resume os dutos presentes no Brent Field dividindo-os em qualitativos e
quantitativos.
-
34
Pipeline Number Pipeline
Type From To
Diameter
(“)
Length
(km) Q
ualit
ativ
e Pi
pe
lines
PL050/N0952 Flexible Brent Flare
system
Brent Flare
system
8 0.03
PL051/N0402a Rigid Brent Bravo Brent Flare
system
36 2.6
PL987A/N0738 Rigid Brent South Brent Alpha 10 5
PL987A/N0739 Rigid Brent South Statfjord DC 10 1.8
PL987A.1-3/N0841 Umbilical Brent Alpha Brent South 4.5 5.3
PL988A/N0913 Rigid Brent Alpha Brent South 8 5
PL1955/N0310 Flexible Brent Alpha
topsides
Brent Alpha
seabed
12 0.36
Brent Alpha Brent Bravo
SSIV
14 2.3
PL1955/N0311 Flexible Brent Bravo
SSIV
Brent Bravo 12 0.27
N0830 Umbilical Brent Alpha WLGP SSIV 4 0.5
N1844 Power
cable
Brent Bravo Brent Alpha 5 2.9
N2801 Umbilical Brent Bravo Brent Bravo
SSIV
2.5 0.4
N9900 Flexible Well 211/29-
7
Brent Bravo 4 2.1
N9901 Umbilical Brent Bravo Well 211/29-
7
4 2.2
N9902 Flexible Well 211/29-
7
Brent Bravo 4 2.3
Qua
ntit
ativ
e Pi
pe
lines
PL001/N0501 Rigid Brent Charlie Cormorant
Alpha
30 35.9
PL002/N0201 Rigid Brent Alpha VASP 36 1.3
PL017/N0601 Rigid WLGP SSIV Brent Alpha 16 0.4
PL044/N0405 Rigid Brent Delta Brent Charlie 24 4.2
PL045/N0303 Rigid Brent Bravo Brent Charlie 24 4.6
PL046/N0304 Rigid Brent Delta Brent Charlie 20 4
PL047/N0404 Rigid Brent Charlie Brent Bravo 30 4.4
PL048/N0302 Rigid Brent Bravo Brent Spar
PLEM
16 2.3
PL049/N0301 Rigid Brent Alpha Brent Spar
PLEM
16 2.8
PL050/N0401 Rigid Brent Alpha Brent Flare
system
28 3
PL051/N0402 Rigid Brent Bravo Brent Flare
system
36 2.6
PL052/N0403 Rigid Brent Bravo Brent Alpha 36 2.3
N9903A Rigid PL044/N0405
midline tie-in
PL1902/N051
3 pipeline
crossing
24 1.7
N9903B Rigid PL1902/N051
3 pipeline
crossing
PL045/N0303
midline tie-in
24 2.9
Tabela 8 - Resumo dos Dutos do Brent Field; Fonte: Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT
-
35
Para dar continuidade ao trabalho, foram selecionadas as linhas quantitativas pois
entende-se que estas linhas por terem mais opções factíveis de descomissionamento contribuam
mais na obtenção de resultados satisfatórios do que as linhas qualitativas. Estas linhas foram
separadas de acordo com as opções descritas no capítulo 2.2.
Pipeline
Option
1 2 3 4 5 6 7
PL001/N0501
PL002/N0201
PL017/N0601
PL044/N0405
PL045/N0303
PL046/N0304
PL047/N0404
PL048/N0302
PL049/N0301
PL050/N0401
PL051/N0402
PL052/N0403
N9903A
N9903B
Opção 1. Deixar no Local sem nenhuma precaução adicional necessária. Opção 5. Desconectar da plataforma e da estrutura submarina e cobrir com rochas todo o comprimento.
Opção 2. Deixar presa à plataforma; Aterrar a extremidade. Opção 6. Remover toda a linha por corte e elevação.
Opção 3. Deixar presa à plataforma; Cobrir com rochas a extremidade.
Opção 7. Remover toda a linha por S-lay reverso ( instalação reversa)
Opção 4. Desconectar da plataforma e da estrutura submarina e aterrar todo o comprimento da linha.
Tabela 9 Opções factíveis de descomissionamento para linhas qualitativas; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT
Como as linhas PL002/N0201, PL048/N0302 e PL049/N0301 possuem a maior
quantidade de opções factíveis de descomissionamento, julgou-se que estas são as melhores
alternativas para efetuar o estudo de análise de multicritério. Portanto a linha PL002/N0201
foi escolhida visto que a análise das outras linhas teriam valores similares/redundantes.
4.1. Método BPEngO proposto para a linha escolhida (conclusão da
shell)
Inicialmente foi determinado através da legislação europeia (OSPAR Commission 1998)
que as melhores práticas para o descomissionamento seriam àquelas que atendessem
-
36
principalmente os critérios ambientais estabelecidos. Estas técnicas tornaram-se conhecidas
como BPEO (Best practicable environmental option), ou seja, melhor opção ambiental factível.
Essa metodologia busca encontrar a opção de descomissionamento capaz de promover o
menor impacto ambiental possível.
No entanto, é evidente que a BPEO não contempla outros grupos de interesse
(stakeholders), tais como financeiro, político, segurança e bem-estar, pois a melhor opção para
os ambientalistas não é necessariamente a mesma para os demais envolvidos.
Há, portanto, fortes divergências entre os grupos de interesse. Uma maneira de fazê-los
convergir seria através da realização de uma revisão objetiva e independente das possíveis
opções de descomissionamento para uma instalação ou um determinado grupo de instalações,
em outras palavras, um ‘Estudo de Descomissionamento de Longo Prazo’ (EDLP) (HUGHES E
FISH, 2000). Este estudo é melhor caracterizado como um processo de negociação (Figura 14).
A solução integrada, que surgiria como resultado deste estudo, apresentaria o equilíbrio
adequado entre os diferentes interesses, poderia ser denominada de BPEngO (Best Practicable
Engineering Option) ‘Melhor Opção Factível de Engenharia’ (MOFE) (Meenan, 1.998).Uma
aplicação bem sucedida deste processo é ilustrada na criação de recifes artificiais como solução
para o descomissionamento de algumas instalações offshore na região do Golfo do México.
Figura 14 - Processo de Execução do Estudo de Descomissionamento a Longo Prazo (EDLP). (adaptado de Hughes e Fish, 2000).
Baseando-se nas experiências desenvolvidas internacionalmente (RUIVO, 2001) e no
procedimento geral de tomada de decisão desenvolveu-se uma metodologia para a escolha da
melhor opção de descomissionamento:
1. Definição do problema, elaboração de uma lista contendo todas as opções factíveis de
descomissionamento
2. Com o progresso das avaliações das opções, surgem novas informações capazes de
reduzir a lista inicial das alternativas;
-
37
3. Identificação dos critérios que serão utilizados na avaliação das alternativas:
Factibilidade, complexidade e riscos técnicos;
Impactos ambientais;
Impactos nos demais usuários do oceano (como por exemplo pescadores)
Segurança dos envolvidos na operação
Custos
4. Atribuição dos pesos aos critério, ordenando-os pela sua importância
5. Atribuição de nota às etapas/atividades inerentes de cada opção, segundo os critérios
previamente estabelecidos;
6. Cálculo da melhor alternativa, isto é, BPEngO.
Ao determinar os critérios relevantes no processo decisório, pondera-se o peso de cada
um associado as opções de descomissonamento. Ou seja, o ranking ponderado que retorna a
melhor opção é àquela que possui a maior somatório dos critérios multiplicados pelos seus
respectivos pesos (Tabela 10).
Critérios Opção A Opção B Opção C
1 PA1*A1 PB1*B1 PC1*C1
2 PA2*A2 PB2*B2 PC2*C2
3 PA3*A3 PB3*B3 PC3*C3
4 PA4*A4 PB4*B4 PC4*C4
TOTAL ∑ PA ∑ PB ∑ PC
Tabela 10 - Avaliação das opções de descomissionamento
A Shell em sua análise de descomissionamento dos pipelines escolheu seguir o DECC
(Departamento of Energy & Climate Change) guideline, que sugere 5 critérios principais:
Segurança
Meio ambiente
Técnico
Social
Economico
-
38
De acordo com o DECC guideline, a Shell montou os subcritérios de cada um dos
critérios como mostra a Tabela 11.
Principais Critérios
DECC
Subcritérios Descrição
Segurança Risco de segurança
para o pessoal do
projeto offshore
Uma estimativa do risco de segurança para o
pessoal offshore como resultado da conclusão do
programa de trabalho offshore proposto
Risco de segurança
para outros usuários
do mar
Uma estimativa do risco de segurança para outros
usuários do mar a partir do legado de longo prazo da
estrutura após a conclusão do programa de trabalho
proposto
Risco de segurança
para o pessoal do
projeto onshore
Uma estimativa do risco de segurança para o
pessoal em terra como resultado da conclusão do
programa de trabalho offshore proposto
Meio ambiente Impactos
ambientais
operacionais
Uma avaliação dos impactos ambientais que
poderiam surgir como resultado das operações
planejadas offshore e onshore
Legados dos impactos
ambientais
Uma avaliação dos impactos ambientais que poderiam
surgir como resultado dos efeitos de longo prazo do
programa de trabalho proposto
Energia utilizada Uma estimativa do uso total de energia líquida do
programa de trabalho proposto, incluindo uma
provisão para energia economizada por reciclagem
e energia utilizada na fabricação de novos materiais
para substituir material de outra forma reciclável
deixado no mar
Emissão de gases Uma estimativa das emissões líquidas totais de CO2
do programa de trabalho proposto, incluindo uma
provisão para emissões na fabricação de material
novo para substituir material de outra forma
reciclável deixado no mar
Técnico
Viabilidade técnica
Uma avaliação da viabilidade técnica de poder
completar o programa de trabalho proposto
conforme planejado
Social Efeitos na pesca
comercial
Uma estimativa do ganho ou perda financeira em
comparação com a situação atual que pode ser
experimentada pelos pescadores comerciais como
resultado da conclusão bem sucedida do programa
de trabalho planejado
Emprego Uma estimativa dos anos-homem de emprego
que podem ser apoiados ou criados pela opção
Impacto nas
comunidades
Uma avaliação dos efeitos das opções nas
comunidades e infra-estrutura terrestre
Econômico Custo Uma estimativa do custo total provável da
opção, incluindo uma provisão para
monitoramento e manutenção de longo prazo
Tabela 11 - Principais Critérios e Subcritérios Utilizados pela Shell; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -
BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT
Com os critérios definidos, a Shell estimou os valores de cada um conforme a Tabela
12e Tabela 13
-
39
Sub
critério
Fonte da informação Tipo do dado Unidade
Risco de segurança para o
pessoal do projeto offshore
Estudo interno da Shell Numérico PLL
Risco de segurança para outros
usuários do mar
Estudos da Anatec Numérico PLL
Risco de segurança para o
pessoal do projeto onshore
Estudo interno da Shell Numérico PLL
Impactos ambientais
operacionais
DNV GL Nota
Legados dos impactos
ambientais
DNV GL Nota
Energia utilizada Declaração ambiental Numérico Gigajoules
Emissão de gases Declaração ambiental Numérico Toneladas
Viabilidade técnica Shell Nota
Efeitos na pesca comercial Estudo de McKay Consultants Numérico GBP
Emprego Estudo de McKay Consultants Numérico Man-years
Impacto nas
comunidades
DNV GL Nota
Custo Estudo interno da Shell Numérico GBP Tabela 12 - Fonte e Tipo de Dado Para Cada Subcritério; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD
PIPELINES DECOMMISSIONING - TECHNICAL DOCUMENT
Sub critério Unidades Melhor
Valor
Pior
Valor
Risco de segurança para o pessoal do projeto
offshore
PLL 0.0000 0.2640
Risco de segurança para outros usuários do
mar
PLL 0.0000 0.2640
Risco de segurança para o pessoal do projeto
onshore
PLL 0.0000 0.2640
Impactos ambientais operacionais Nota 1.00 0.00
Legados dos impactos ambientais Nota 1.00 0.00
Energia utilizada GJ 0 1,738,959
Emissão de gases Toneladas 1 156,726
Viabilidade técnica Nota 1.00 0.00
Efeitos na pesca comercial GBP 2,318,040 0.00
Emprego Homem ano 2,128 0.00
Impacto nas comunidades Nota 1.00 0.00
Custo GBP
(million)
0..00 534.14
Tabela 13 - Valores Obtidos Para Cada Subcritério; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD
PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT
Para começar a avaliação e comparação de opções, a Shell optou por ponderar
igualmente cada um dos 5 principais critérios do DECC. Quando um critério foi representado
-
40
por mais de um sub-critério, decidiu-se que estes também deveriam ser ponderados igualmente.
A Tabela 14 mostra as ponderações para os critérios e subcritérios, em um cenário de
ponderação.
Sub-critério selecionado DECC Main Criteria
Descrição Peso Peso Descrição
Risco de segurança para o pessoal do projeto
offshore
6.7% 20%
Segurança Risco de segurança para outros usuários do
mar
6.7%
Risco de segurança para o pessoal do projeto
onshore
6.7%
Impactos ambientais operacionais 5.0%
20%
Meio ambiente Legados dos impactos ambientais 5.0%
Energia utilizada 5.0%
Emissão de gases 5.0%
Viabilidade técnica 20.0% 20% Técnico
Efeitos na pesca comercial 6.7% 20%
Social Emprego 6.7%
Impacto nas comunidades 6.7%
Custo 20.0% 20% Econômico
Tabela 14 - Distribuição de Pesos dos Critérios e Subcritérios Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT
As notas das escalas globais para cada subcritério foram multiplicados pelos pesos
padrão e depois somados para obter uma pontuação total ponderada para cada opção conforme o
método BPEngO. A opção com maior pontuação ponderada total foi identificada como a opção
recomendada.
Para avaliar a sensibilidade da opção escolhida a Shell criou diferentes cenários
variando o peso de cada critério e consequentemente dos seus respectivos subcritérios de forma
a atender aos diferentes grupos de interesse. O resumo dos cenários se encontra na Tabela 15
Cenário Descrição
1 Cenário Principal (peso distribuido igualmente)
2 Peso em Segurança 40%
3 Peso em Meio Ambiente 40%
4 Peso em Técnico 40%
5 Peso em Social 40%
6 Sem Critério Econômico
Tabela 15 - Cenários de Peso Usados na Análise de Sensibilidade; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT
FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT
-
41
Com o peso de cada cenário definido, montou-se uma avaliação para cada cenário. Em
cada cenário obteve-se uma pontuação (através do método BPEngO) para cada relação entre os
subcritérios e as opção factíveis de descomissionamento da linha escolhida.
Cenário Principal
Opção 2 3 4 5 6 7
20
,00
%
So
cial
6,70% Risco de segurança para o pessoal
do projeto offshore 6,66 6,66 6,64 6,65 6,63 6,59
6,70% Risco de segurança para outros
usuários do mar 4,67 4,32 6,66 6,66 6,67 6,67
6,70% Risco de segurança para o pessoal
do projeto onshore 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67
20,0
0%
Mei
o
Am
bie
nte
5,00% Impactos ambientais operacionais 4,95 4,90 4,55 4,25 4,55 4,75
5,00% Legados dos impactos ambientais 4,75 4,75 5,00 4,50 5,00 5,00
5,00% Energia utilizada 4,93 4,94 4,93 4,93 4,93 4,92
5,00% Emissão de gases 4,94 4,94 4,93 4,94 4,95 4,94
20,0
0%
Téc
nic
o
20,00% Viabilidade técnica 18,40 20,00 16,00 20,00 16,80 7,00
20,0
0%
So
cial
6,70% Efeitos na pesca comercial 0,00 0,00 0,66 0,53 0,66 0,66
6,70% Emprego 0,02 0,01 0,03 0,02 0,06 0,10
6,70% Impacto nas comunidades 6,67 6,67 6,67 6,67 6,34 6,34
20,0
0%
Eco
nôm
ico
20,00% Custo 19,95 19,96 19,92 19,93 19,81 19,71
Total 82,61 83,82 82,66 85,75 83,07 73,35
Tabela 16 - Cenário Principal; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT
Rank da Opção
1⁰ 5
2⁰ 3
3⁰ 6
4⁰ 4
5⁰ 2
6⁰ 7
Tabela 17 Melhor opção no Cenário Principal pelo método BPEngO
Opção 2. Deixar presa à plataforma;
Aterrar a extremidade.
Opção 5. Desconectar da plataforma e da
estrutura submarina e cobrir com rochas
todo o comprimento.
Opção 3. Deixar presa à plataforma;
Cobrir com rochas a extremidade.
Opção 6. Remover toda a linha por corte e
elevação.
Opção 4. Desconectar da plataforma e da
estrutura submarina e aterrar todo o
comprimento da linha.
Opção 7. Remover toda a linha por S-lay
reverso ( instalação reversa)
-
42
Peso em segurança
Opção 2 3 4 5 6 7
40
,00
%
So
cial
13,30% Risco de segurança para o pessoal
do projeto offshore 13,22 13,22 13,18 13,20 13,16 13,08
13,30% Risco de segurança para outros
usuários do mar 9,27 8,58 13,22 13,22 13,24 13,24
13,30% Risco de segurança para o pessoal
do projeto onshore 13,24 13,24 13,24 13,24 13,24 13,24
15
,00
%
Mei
o
Am
bie
nte
3,80% Impactos ambientais operacionais 3,76 3,72 3,46 3,23 3,46 3,61
3,80% Legados dos impactos ambientais 3,61 3,61 3,80 3,42 3,80 3,80
3,80% Energia utilizada 3,75 3,75 3,75 3,75 3,75 3,74
3,80% Emissão de gases 3,75 3,75 3,75 3,75 3,76 3,75
15,0
0%
Téc
nic
o
15,00% Viabilidade técnica 13,80 15,00 12,00 15,00 12,60 5,25
15,0
0%
So
cial
5,00% Efeitos na pesca comercial 0,00 0,00 0,49 0,40 0,49 0,49
5,00% Emprego 0,01 0,01 0,02 0,01 0,04 0,07
5,00% Impacto nas comunidades 4,98 4,98 4,98 4,98 4,73 4,73
15,0
0%
Eco
nôm
ico
15,00% Custo 14,96 14,97 14,94 14,95 14,86 14,78
Total 84,36 84,83 86,83 89,15 87,13 79,80
Tabela 18 Cenário com peso em Segurança; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT
Rank da Opção
1⁰ 5
2⁰ 6
3⁰ 4
4⁰ 3
5⁰ 2
6⁰ 7
Tabela 19 Melhor opção com peso em Segurança pelo método BPEngO
Opção 2. Deixar presa à plataforma;
Aterrar a extremidade.
Opção 5. Desconectar da plataforma e da
estrutura submarina e cobrir com rochas
todo o comprimento.
Opção 3. Deixar presa à plataforma;
Cobrir com rochas a extremidade.
Opção 6. Remover toda a linha por corte e
elevação.
Opção 4. Desconectar da plataforma e da
estrutura submarina e aterrar todo o
comprimento da linha.
Opção 7. Remover toda a linha por S-lay
reverso ( instalação reversa)
-
43
Peso em Meio Ambiente
Opção 2 3 4 5 6 7
15
,00
%
So
cial
5,00% Risco de segurança para o pessoal
do projeto offshore 4,97 4,97 4,96 4,96 4,95 4,92
5,00% Risco de segurança para outros
usuários do mar 3,49 3,22 4,97 4,97 4,98 4,98
5,00% Risco de segurança para o pessoal
do projeto onshore 4,98 4,98 4,98 4,98 4,98 4,98
40
,00
%
Mei
o
Am
bie
nte
10,00% Impactos ambientais operacionais 9,90 9,80 9,10 8,50 9,10 9,50
10,00% Legados dos impactos ambientais 9,50 9,50 10,00 9,00 10,00 10,00
10,00% Energia utilizada 9,86 9,88 9,86 9,86 9,86 9,84
10,00% Emissão de gases 9,88 9,88 9,86 9,88 9,90 9,88
15,0
0%
Téc
nic
o
15,00% Viabilidade técnica 13,80 15,00 12,00 15,00 12,60 5,25
15,0
0%
So
cial
5,00% Efeitos na pesca comercial 0,00 0,00 0,49 0,40 0,49 0,49
5,00% Emprego 0,01 0,01 0,02 0,01 0,04 0,07
5,00% Impacto nas comunidades 4,98 4,98 4,98 4,98 4,73 4,73
15,0
0%
Eco
nôm
ico
15,00% Custo 14,96 14,97 14,94 14,95 14,86 14,78
Total 86,33 87,19 86,16 87,49 86,49 79,42
Tabela 20 Cenário com peso em Meio Ambiente; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT
Rank da Opção
1⁰ 5
2⁰ 3
3⁰ 6
4⁰ 2
5⁰ 4
6⁰ 7
Tabela 21 Melhor opção com peso em Meio Ambiente pelo método BPEngO
Opção 2. Deixar presa à plataforma;
Aterrar a extremidade.
Opção 5. Desconectar da plataforma e da
estrutura submarina e cobrir com rochas
todo o comprimento.
Opção 3. Deixar presa à plataforma;
Cobrir com rochas a extremidade.
Opção 6. Remover toda a linha por corte e
elevação.
Opção 4. Desconectar da plataforma e da
estrutura submarina e aterrar todo o
comprimento da linha.
Opção 7. Remover toda a linha por S-lay
reverso ( instalação reversa)
-
44
Peso em Técnico
Opção 2 3 4 5 6 7
15
,00
%
So
cial
5,00% Risco de segurança para o pessoal
do projeto offshore 4,97 4,97 4,96 4,96 4,95 4,92
5,00% Risco de segurança para outros
usuários do mar 3,49 3,22 4,97 4,97 4,98 4,98
5,00% Risco de segurança para o pessoal
do projeto onshore 4,98 4,98 4,98 4,98 4,98 4,98
15
,00
%
Mei
o
Am
bie
nte
3,80% Impactos ambientais operacionais 3,76 3,72 3,46 3,23 3,46 3,61
3,80% Legados dos impactos ambientais 3,61 3,61 3,80 3,42 3,80 3,80
3,80% Energia utilizada 3,75 3,75 3,75 3,75 3,75 3,74
3,80% Emissão de gases 3,75 3,75 3,75 3,75 3,76 3,75
40,0
0%
Téc
nic
o
40,00% Viabilidade técnica 36,80 40,00 32,00 40,00 33,60 14,00
15,0
0%
So
cial
5,00% Efeitos na pesca comercial 0,00 0,00 0,49 0,40 0,49 0,49
5,00% Emprego 0,01 0,01 0,02 0,01 0,04 0,07
5,00% Impacto nas comunidades 4,98 4,98 4,98 4,98 4,73 4,73
15,0
0%
Eco
nôm
ico
15,00% Custo 14,96 14,97 14,94 14,95 14,86 14,78
Total 85,06 87,97 82,09 89,40 83,40 63,86
Tabela 22 Cenário com peso em Técnico; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT
Rank da Opção
1⁰ 5
2⁰ 3
3⁰ 2
4⁰ 6
5⁰ 4
6⁰ 7
Tabela 23 Melhor opção com peso em Técnico pelo método BPEngO
Opção 2. Deixar presa à plataforma;
Aterrar a extremidade.
Opção 5. Desconectar da plataforma e da
estrutura submarina e cobrir com rochas
todo o comprimento.
Opção 3. Deixar presa à plataforma;
Cobrir com rochas a extremidade.
Opção 6. Remover toda a linha por corte e
elevação.
Opção 4. Desconectar da plataforma e da
estrutura submarina e aterrar todo o
comprimento da linha.
Opção 7. Remover toda a linha por S-lay
reverso ( instalação reversa)
-
45
Peso em Social
Opção 2 3 4 5 6 7
15
,00
%
So
cial
5,00% Risco de segurança para o pessoal
do projeto offshore 4,97 4,97 4,96 4,96 4,95 4,92
5,00% Risco de segurança para outros
usuários do mar 3,49 3,22 4,97 4,97 4,98 4,98
5,00% Risco de segurança para o pessoal
do projeto onshore 4,98 4,98 4,98 4,98 4,98 4,98
15
,00
%
Mei
o
Am
bie
nte
3,80% Impactos ambientais operacionais 3,76 3,72 3,46 3,23 3,46 3,61
3,80% Legados dos impactos ambientais 3,61 3,61 3,80 3,42 3,80 3,80
3,80% Energia utilizada 3,75 3,75 3,75 3,75 3,75 3,74
3,80% Emissão de gases 3,75 3,75 3,75 3,75 3,76 3,75
15,0
0%
Téc
nic
o
15,00% Viabilidade técnica 13,80 15,00 12,00 15,00 12,60 5,25
40,0
0%
So
cial
13,30% Efeitos na pesca comercial 0,00 0,00 1,31 1,05 1,31 1,31
13,30% Emprego 0,04 0,02 0,06 0,04 0,12 0,20
13,30% Impacto nas comunidades 13,24 13,24 13,24 13,24 12,59 12,59
15,0
0%
Eco
nôm
ico
15,00% Custo 14,96 14,97 14,94 14,95 14,86 14,78
Total 70,35 71,24 71,20 73,34 71,14 63,90
Tabela 24 Cenário com peso em Social; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT
Rank da Opção
1⁰ 5
2⁰ 3
3⁰ 4
4⁰ 6
5⁰ 2
6⁰ 7
Tabela 25 Melhor opção com peso em Social pelo método BPEngO
Opção 2. Deixar presa à plataforma;
Aterrar a extremidade.
Opção 5. Desconectar da plataforma e da
estrutura submarina e cobrir com rochas
todo o comprimento.
Opção 3. Deixar presa à plataforma;
Cobrir com rochas a extremidade.
Opção 6. Remover toda a linha por corte e
elevação.
Opção 4. Desconectar da plataforma e da
estrutura submarina e aterrar todo o
comprimento da linha.
Opção 7. Remover toda a linha por S-lay
reverso ( instalação reversa)
-
46
Sem critério Econômico
Opção 2 3 4 5 6 7
20
,00
%
So
cial
6,70% Risco de segurança para o pessoal
do projeto offshore 6,66 6,66 6,64 6,65 6,63 6,59
6,70% Risco de segurança para outros
usuários do mar 4,67 4,32 6,66 6,66 6,67 6,67
6,70% Risco de segurança para o pessoal
do projeto onshore 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67 6,67
20
,00
%
Mei
o
Am
bie
nte
5,00% Impactos ambientais operacionais 4,95 4,90 4,55 4,25 4,55 4,75
5,00% Legados dos impactos ambientais 4,75 4,75 5,00 4,50 5,00 5,00
5,00% Energia utilizada 4,93 4,94 4,93 4,93 4,93 4,92
5,00% Emissão de gases 4,94 4,94 4,93 4,94 4,95 4,94
20,0
0%
Téc
nic
o
20,00% Viabilidade técnica 18,40 20,00 16,00 20,00 16,80 7,00
20,0
0%
So
cial
6,70% Efeitos na pesca comercial 0,00 0,00 0,66 0,53 0,66 0,66
6,70% Emprego 0,02 0,01 0,03 0,02 0,06 0,10
6,70% Impacto nas comunidades 6,67 6,67 6,67 6,67 6,34 6,34
0,0
0%
Eco
nôm
ico
0,00% Custo 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Total 62,66 63,86 62,74 65,82 63,26 53,64
Tabela 26 Cenário sem critério de segurança; Fonte: Adaptado de Shell U.K. Limited -BRENT FIELD PIPELINES DECOMMISSIONING -TECHNICAL DOCUMENT
Rank da Opção
1⁰ 5
2⁰ 3
3⁰ 6
4⁰ 4
5⁰ 2
6⁰ 7
Tabela 27 - Melhor opção sem critério Econômico pelo método BPEngO
Opção 2. Deixar presa à plataforma;
Aterrar a extremidade.
Opção 5. Desconectar da plataforma e da
estrutura submarina e cobrir com rochas
todo o comprimento.
Opção 3. Deixar presa à plataforma;
Cobrir com rochas a extremidade.
Opção 6. Remover toda a linha por corte e
elevação.
Opção 4. Desconectar da plataforma e da
estrutura submarina e aterrar todo o
comprimento da linha.
Opção 7. Remover toda a linha por S-lay
reverso ( instalação reversa)
-
47
Ao somar a pontuação de cada opção em cada cenário obteve-se a o rank geral de qual a
melhor opção de descomissionamento para a linha escolhida. Como visto na Tabela 28,a opção
que obteve maior pontuação e portanto considerada a melhor, foi a opção de número 5
(Desconectar da plataforma e da estrutura submarina e cobrir com rochas todo o comprimento).
Classificação Geral da Shell
Classificação Opção ∑Nota
1⁰ 5 490,95
2⁰ 3 478,91
3⁰ 6 474,49
4⁰ 4 471,68
5⁰ 2 471,37
6⁰ 7 413,97 Tabela 28 - Classificação Geral das Opções de Descomissionamento Segundo Método BPEngO adotado pela Shell
4.2. Análise Através do Método Promethee
Após a conclusão da análise da Shell através do método BPEngO, agora utilizou-se o
método Promethee para comparação de resultados.
Inicialmente foi usado como base os dados obtidos da Tabela 13 e associou-se ao
melhor valor o peso de cada subcritério, enquanto o pior valor foi associado a 0% de peso.
Usando os valores que relacionam os subcritérios às opções de descomissionamento do
Cenário Principal (Tabela 16), realizou-se uma interpolação linear para estimar os valores
calculados pela Shell e obteve-se a Tabela 29 com esses valores, suas respectivas unidades, e se
os valores utilizados são máximos ou mínimos. Ou seja, quando o subcritério possui o valor
designado como máximo, isso significa que quanto maior o valor, melhor. Quando possui o
valor designado como mínimo, quanto menor o valor, melhor.
-
48
VALOR ESTIMADO PARA AS OPÇÕES
2 3 4 5 6 7
máx
ou
mín
Unidade
20,00%
6,70% Risco de segurança para o
pessoal do projeto offshore 0,001576 0,001576 0,002364 0,00197 0,002758 0,004334 mín PLL
6,70% Risco de segurança para
outros usuários do mar 0,079988 0,093779 0,001576 0,001576 0,001182 0,001182 mín PLL
6,70% Risco de segurança para o
pessoal do projeto onshore 0,001182 0,001182 0,001182 0,001182 0,001182 0,001182 mín PLL
20,00%
5,00% Impactos ambientais
operacionais 0,99 0,98 0,91 0,85 0,91 0,95 máx Nota
5,00% Legados dos impactos
ambientais 0,95 0,95 1 0,9 1 1 máx Nota
5,00% Energia utilizada 24345,43 20867,51 24345,43 24345,43 24345,43 27823,34 mín GJ
5,00% Emissão de gases 1881,7 1881,7 2195,15 1881,7 1568,25 1881,7 mín Toneladas
20,00% 20,00% Viabilidade técnica 0,92 1 0,8 1 0,84 0,35 máx Nota
20,00%
6,70% Efeitos na pesca comercial 0 0 228344,2 183367,3 228344,2 228344,2 máx GBP
6,70% Emprego 6,352239 3,176119 9,528358 6,352239 19,05672 31,76119 máx Homem
ano
6,70% Impacto nas comunidades 0,995522 0,995522 0,995522 0,995522 0,946269 0,946269 máx Nota
20,00% 20,00%
Custo 1,33535 1,06828 2,13656 1,86949 5,07433 7,74503 mín GBP
(million)
Tabela 29 - Valores Estimados de Cada Subcritério No Cenário Principal
-
49
A Tabela 29 foi inserida no programa Visual PROMETHEE para dar prosseguimento a
análise. Através do programa criou-se ce