Empresária Mineira Passou a Produzir Pão de Queijo Após Demissão

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NãEmpresária mineira passou a produzir pão de queijo após demissão. Barraquinha de cachorro-quente garante o sustento de família em Brasília. Flavia Alvarenga e Fernando Moreira Brasília e Belo Horizonte Nesses dias em que todo mundo só fala em crise, em falta de dinheiro, o Jornal Hoje encontrou gente que está pensando pra frente. Superando as dificuldades e se adaptando a uma realidade diferente daquela que a gente viveu alguns anos atrás, de muito otimismo. São exemplos em Belo Horizonte e no Distrito Federal. A barraquinha de cachorro-quente está há apenas quinze dias num ponto nobre de Brasília. É o novo negócio do Cláudio, que perdeu o emprego e resolveu trazer pra rua o talento dele de vendedor. Pra ajudar trouxe a mulher e a filha. “Está muito difícil de arrumar emprego e a gente resolveu pegar o dinheirinho que a gente tinha aí e abrir esse negócio”, conta Cláudio Oliveira, vendedor de cachorro-quente. Ele investiu cinco mil reais. Pelo visto, a freguesia está aprovando a novidade. “Está dando certo!”, comemora. Dados do IBGE mostram que entre março e maio deste ano, 934 mil pessoas passaram a trabalhar por conta própria. Um aumento de 4,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Hoje, 22 milhões de pessoas são autônomas. Oito milhões e duzentas mil pessoas estão sem trabalho formal, sem carteira assinada. E voltar ao mercado de trabalho não está fácil. O jeito é buscar alternativas. Essa é uma tendência quando a situação econômica aperta. Cayê Gusmão é músico e não consegue emprego de carteira assinada. Recorreu à venda de churrasquinho para pagar as contas. “A gente tem que caçar os meios, então foi a ocasião que eu vi a meu favor e que me dava um retorno, pra construir a minha meta”, afirma. O economista José Luiz Pagnussat diz que esse cenário, que pode acabar mudando a vida de muita gente. “Em situação de bonança, de emprego, o trabalhador fica no conforto e não arrisca e, portanto não se torna empreendedor. Grandes empresários surgiram com pequenos empreendimentos em momentos de crise”, avalia. Em Belo Horizonte, a micro empresára Aline Oliveira Bonnereau que trabalhou por quase dez anos em empresas multinacionais, decidiu depois de perder o emprego, investir numa receita que é

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Empresária Mineira Passou a Produzir Pão de Queijo Após Demissão e hoje é uma das maiores empresas fornecedora de pão de queijo no estado de Minas gerais.

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NãEmpresária mineira passou a produzir pão de queijo após demissão.Barraquinha de cachorro-quente garante o sustento de família em Brasília.Flavia Alvarenga e Fernando Moreira Brasília e Belo Horizonte

Nesses dias em que todo mundo só fala em crise, em falta de dinheiro, o Jornal Hoje encontrou gente que está pensando pra frente. Superando as dificuldades e se adaptando a uma realidade diferente daquela que a gente viveu alguns anos atrás, de muito otimismo. São exemplos em Belo Horizonte e no Distrito Federal.A barraquinha de cachorro-quente está há apenas quinze dias num ponto nobre de Brasília. É o novo negócio do Cláudio, que perdeu o emprego e resolveu trazer pra rua o talento dele de vendedor. Pra ajudar trouxe a mulher e a filha.“Está muito difícil de arrumar emprego e a gente resolveu pegar o dinheirinho que a gente tinha aí e abrir esse negócio”, conta Cláudio Oliveira, vendedor de cachorro-quente.Ele investiu cinco mil reais. Pelo visto, a freguesia está aprovando a novidade.  “Está dando certo!”, comemora.Dados do IBGE mostram que entre março e maio deste ano, 934 mil pessoas passaram a trabalhar por conta própria. Um aumento de 4,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Hoje, 22 milhões de pessoas são autônomas.Oito milhões e duzentas mil pessoas estão sem trabalho formal, sem carteira assinada. E voltar ao mercado de trabalho não está fácil.O jeito é buscar alternativas.Essa é uma tendência quando a situação econômica aperta. Cayê Gusmão é músico e não consegue emprego de carteira assinada. Recorreu à venda de churrasquinho para pagar as contas. “A gente tem que caçar os meios, então foi a ocasião que eu vi a meu favor e que me dava um retorno, pra construir a minha meta”, afirma.O economista José Luiz Pagnussat diz que esse cenário, que pode acabar mudando a vida de muita gente. “Em situação de bonança, de emprego, o trabalhador fica no conforto e não arrisca e, portanto não se torna empreendedor. Grandes empresários surgiram com pequenos empreendimentos em momentos de crise”, avalia.Em Belo Horizonte, a micro empresára Aline Oliveira Bonnereau que trabalhou por quase dez anos em empresas multinacionais, decidiu depois de perder o emprego, investir numa receita que é tradicional em Minas: o pão de queijo que ela fazia para agradar os amigos virou negócio.“Eu pensei: vou fazer uma coisa que eu já sei, que já é sucesso entre os amigos e aí eu resolvi abrir uma fábrica de pão de queijo”, contaAline montou uma pequena fábrica em casa. Começou produzindo meio quilo por dia. Dois meses depois, a produção diária é de 50 quilos. Ela vai até contratar uma funcionária pra dar conta dos pedidos."Neste primeiro momento é recomendável a quem está empreendendo reservar parcela da sua indenização pra formar um colchão de liquidez, até que o empreendimento comece a ter o retorno esperado", orientaFlávio Correia, professor da FGV e economista.A oportunidade de trabalho pode estar também em setores que nos últimos três meses empregaram mais que demitiram, segundo a pesquisa do IBGE. Entre eles alimentação (+5%) e comércio (+0,4%).

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Uma rede de supermercado, que está se expandindo, tem 107 vagas abertas. Segundo a gerente geral, cada vez mais pessoas com nível superior procuram vagas operacionais. O que fez com que o perfil exigido dos candidatos mudasse.“Agora para as vagas de gerente e subgerente estamos exigindo profissionais com graduação e até mesmo pós-graduação”, afirma Viviane Veríssimo, gerente geral do supermercado. Renata Ferreira é uma das candidatas que preencheu todos esses requisitos. Ela estuda pedagogia e foi contratada como auxiliar administrativo. “Você tem que ver a oportunidade de crescimento, de ver o campo de trabalho maior na área financeira, administrativa”, diz.