Enceramento Progressivo

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ENCERAMENTO PROGRESSIVO Licenciatura Prótese Dentária Isave Ano Lectivo 2010/2011 - 10 Ano 20 Semestre Exame prático final (20%) 21 Junho 2011 às 10 H ~ Avaliação: - Componente prática (50%): Trabalhos práticos realizados durante as aulas práticas da unidade curricular (30%) '.i 'I 1I L,I'! c - Componente teórica (50%): Exame teórico" ,,\ .,..; j Enceramento Progressivo

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ENCERAMENTO

PROGRESSIVO

Licenciatura Prótese DentáriaIsave

Ano Lectivo 2010/2011 - 10 Ano 20 Semestre

Exame prático final (20%) 21 Junho 2011 às 10 H

~Avaliação:- Componente prática (50%):

Trabalhos práticos realizados durante as aulaspráticas da unidade curricular (30%)

'.i 'I

1I L,I'!c

- Componente teórica (50%):

Exame teórico" ,,\.,..; j

Enceramento Progressivo

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Detalhes anatómicos da coroadentária

Legenda

pc: ponta de cúspidecm: crista marginalai: aresta longitudinalat: aresta transversalvim: vertente lisa mesialvld: vertente lisa distalvtm: vertente triturante mesialvtd: vertente triturante distalsp: sulco principal

Detalhes anatómicos da coroadentária

1Cíngulo - saliência arredondada presente no terçocervical da face palatina e lingual de incisivos e caninos.

2Cúspide - saliência em forma de pirâmide quadrangular.presente em molares e premolares. De suas vertentes,duas estão na face livre as quais são denominadasvertentes lisas e duas na face oclusal, as vertentestriturantes. As vertentes lisas estão separadas da vertentetriturante pela aresta longitudinal. As vertentes lisas etriturantes mesiais separadas das homônimas distais namesma cúspide pelas arestas transversais. As vertentes earestas encontram-se no vértice da cúpide.

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Detalhes anatómicos da coroadentária

3 Ponte de esmalte - eminência linear que unecúspides, interrompendo o sulco principal.Exemplos: primeiro premolar inferior e primeiromolar superior.

4 Crista marginal - eminência linear localizada

nas bordas mesial e distal da face lingual deincisivos e caninos e nas faces mesial e distal daface oclusal de molares e premolares. Impedeque partículas de alimentos que devem sertriturados saiam da zona mastigatória, além deproteger a área de contato evitando a impacçãoalimentar.

Detalhes anatómicos da coroadentária

Tubérculo - saliência menor que uma cúspide, sem formadefinida.

Bossa - elevação arredondada situada no ter~o cervical daface vestibular, entre os terços cervical e medi o da facelingual e platina de premolares e molares ou na face decontato de alguns dentes.

5Sulco principal - depressão linear aguda, estreita, quesepara as cúspides umas das outras.

Sulco secundário - pequeno e pouco profundo, distribui­se irregularmente e em número variável nas faces oclusais,principalmente sobre cúspides e na delimitação das cristasmarginais.

Detalhes anatÓmicos da coroadentária6Fosseta - depressão encontrada na

terminação do sulco principal ou nocruzamento de dois deles e ou Fossa ­escavação ampla e pouco profunda da facelingual de dentesanteriores.

ENCERAMENTO PROGRESSIVO

~ Os critérios para o sucesso de umareabilitação oral incluem, além dashabilidades técnicas clínicas elaboratoriais, o conhecimento daharmonia entre os componentesfisiológicos do aparelho estomatognático- AE: ATMs, oclusão dentária(morfologia oclusal), sistemaneuromuscular e periodonto.

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ENCERAMENTO PROGRESSIVO

~A morfologia oclusal em harmoniacom os demais componentes do aparelhoestomatognático, promove um estímulofisiológico ao periodonto imprescindívelna manutenção da estabilidade oclusa!.

ENCERAMENTO PROGRESSIVO

~ Para isto, a superfície oclusal deve:

~ 1. Apreender e triturar alimentos;~ 2. Estar em harmonia com os tecidos

~ adjacentes;~ 3. Direccionar as forças no longo eixo do~ dente;~ 4. Promover conforto e,~ 5. Ausência de interferência oclusa!.

ENCERAMENTO PROGRESSIVO

~ 1. Apreensão e corte dos alimentos.

As estruturas que compõem a superfícieoclusal dos dentes posteriores são:cúspides (ponta, vertentes triturantes elisas, arestas longitudinais mesial edista!), sulcos, fossas e cristas marginaismesial e dista!.

ENCERAMENTO PROGRESSIVO

~ As cúspides vestibulares superiorese linguais inferiores (cúspides não

funcionais ou de não contenção cêntrica),exercem a função de apreensão e corte

dos alimentos.~ As cúspides palatinas superiores e

vestibulares inferiores (cúspidesfuncionais ou de contenção cêntrica),ocluem nas fossas dos antagonistas

triturando o alimento que escapa pelotrajecto dos sulcos principais e

secundários, (fig. 01).

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ENCERAMENTO PROGRESSIVO

~ 2. Harmonia com os tecidos

adjacentes.

O movimento articular implica emmovimento mandibular. Este movimento

apresenta vários padrões de diferençasindividuais, entre eles, a configuração deambas as fossas condi lares, o relacionamentovertical dos dentes anteriores e orelacionamento da mandíbula com ocrânio através do sistema neuromuscular.

ENCERAMENTO PROGRESSIVO

~ O relacionamento ideal dos elementos

da oclusão deve ser tal que os dentes

posteriores nunca se contactem durante o

movimento mandibular, e este inicie e

termine na posição fisiológica inicial dos

movimentos mandibulares, relação cêntrica- RC.

ENCERAMENTO PROGRESSIVO

~ O contacto dos dentes posteriores durante osmovimentos mandibulares

poderá resultar ao sistema neuromuscular

uma situação de stresse, uma desordem

no periodonto de sustentação, um desgastedentário e ou desordem nas ATMs.

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Enceramento progressivo Fcmandcs Neto, AJ & Silva, MR- VOlVo Fed. Uberlândia- 2006 27

HI

Fig. 04 - Direcionamento dasforças oclusais no longo eixodos dentes posteriores.(desenho modificado deTHOMAS, P.K.)

N

5. Ausência de interferênciaoelusa!.

Assim que se inicia o movimentomandibular os dentes posteriores sãoseparados devido à função harmoniosaentre os dentes anteriores (guia anterior)e a fossa condilar. Os dentes posterioresantagónicos não podem contatar duranteos movimentos mandibulares, essa

Fig. 05 - Representaçào esquemática da estabili­dade condilar e oclusal, proporcionando confortoao sistema neuromuscular. (desenho modificadode TROMAS, P.K.)

4. Promover conforto.

Uma restauração fisiológica éaquela cujo paciente não tem consciênciada mesma, seja em função ou não, nãocausando nenhum desconforto ao

paciente. Dessa maneira, a superfícieoclusal de uma restauração deve estar emharmonia com os movimentos mandibu­

lares, não induzindo nenhum estresse aosistema neuromuscular, (fig. 05).

Fig .. 03 - Côn­tatos de tripoidis­mo na oclusàodentária. desenhomodificado de

THOMAS, P.K.)

3. Direcionamento das forçasoclusais no longo eixo dos dentes.

A força lateral que incide sobre osdentes é sempre destrutiva ao periodonto.Quando os dentes naturais oeluem emuma relação cúspide-fossa, os contatosdevem ser do tipo tripoidismo, (fig. 03).

Fig. 02 - Harmonia dos elementos da oclusão. eentre estes e o sistema neuromuscular. (desenhomodificado de TROMAS, P.K.)

poderá resultar ao sistema neuromuscularuma situação de estresse, uma desordemno periodonto de sustentação, um desgas­te dentário e ou desordem nas ATMs.

Dessa maneira, quando os dentesposteriores oeluem numa relação cúspide­fossa, a força é direcionada no longo eixodo dente (fig. 04). Assim, a força não serádeflectiva, seja no sentido vestíbulo­lingual ou mesio-dista!.

2. Harmonia com os tecidos

adjacentes.O movimento articular implica em

movimento mandibular. Este movimento

apresenta vários padrões de diferençasindividuais, entre eles, a configuração deambas as fossas condilares, o relaciona­mento vertical dos dentes anteriores e orelacionamento da mandibula com o

crânio através do sistema neuromuscular,(fig. 02).

O relacionamento ideal dos elemen­

tos da oclusão deve ser tal que os dentesposteriores nunca se contatem durante omovimento mandibular, e este inicie etermine na posição fisiológica inicial dosmovimentos mandibulares, relação cêntri­ca - RC. O contato dos dentes posterioresdurante os movimentos mandibulares

Fig. 01 - Apresentação esquemática da trituraçàoe escape do alimento. pelo dentes posteriores.(desenho modificado de TROMAS, P.K.)

funcionais ou de contenção cêntrica),oeluem nas fossas dos antagonistastriturando o alimento que escapa pelotrajeto dos sulcos principais esecundários, (fig. O I).

superiores e(cúspides

Alfredo Julio FemandC!l Neto & Marlete Ribeiro da Silva - Univ. Fed. Uberlândia - 2006

ENCERAMENTO PROGRESSIVO

Os critérios para o sucesso de umareabilitação oral incluem, além dashabili-dades técnicas clinicas e

laboratoriais, o conhecimento daharmonia entre os componentesfisiológicos do aparelho estomatognático

AE: ATMs, oclusão dentária(morfologia oclusal), sistemaneuromuscular e periodonto.

A morfologia oclusal em harmoniacom os demais componentes do aparelhoestomatognático, promove um estímulofisiológico ao periodonto imprescindívelna manutenção da estabilidade oclusa!.Para isto, a superfície oclusal deve:I. Apreender e triturar alimentos;2. Estar em harmonia com os tecidos

adjacentes;3. Direcionar as forças no longo eixo do

dente;4. Promover conforto e,5. Ausência de interferência oclusa!.

I. Apreensão e corte dos alimentos.As estruturas que compõem a superfícieoclusal dos dentes posteriores são:cúspides (ponta, vertentes triturantes elisas, arestas longitudinais mesial edistal), sulcos, fossas e cristas marginaisme:;ial e dista!.

As cúspides vestibulares superiorese linguais inferiores (cúspides nãofundonais ou de não contenção cêntrica),exercem a função de apreensão e cortedos alimentos.

As cúspides palatinasvestibulares inferiores

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Enceramento progressivu Fcrnandes Nelo. AJ & Silva, MR - Univ. Fed. Ubcrlãndia - 2006 28 Enceramenlo progressivo FcmandcsNeto,N & Silva, MR - Univ. Fed. Uber1ãndia~ 2006 29

Fig. 10 - Força oc!Úsalvertical na oclusão dentâria.

(desenho modificado' deTHOMAS, P.K.)

Ouadro com arativo dos tiDOS de ocJusào

Cúspide-Cúspide-crista

fossamarginal

Localização

Somente nasCristas

dos contatosfossasmarginais e

oclusais nos

oclusaisfossas oc1usais

antagonistas Relação entre

UmdenteUmdenteos dentes

contra umcontra dois

antagonistasdentedentes

Vantagens

ForçasEncontra-seoclusais no

em 95% dos

eixo médio

adultoslongitudinal do denteDesvantagens

Raramente éImpacçõesencontrada

alimentares eem dentes

deslocamentonaturais

dedentesAplicações

EmNa maioriareabilitações

dasorais

restaurações

completasna prática

diária

No quadro 01 observa-se acomparação dos relacionamentosocIusais, cúspide versus fossa e cúspidevesus crista marginal:

Quadro 01- Comparação dos relacionamentosoclusais.

4- Força oclusal vertical na oclusãodentária, é o contatar uniforme dos dentesposteriores quando ocluem numa relaçãocúspide fossa (Fig 10).

Este relacionamento objetiva dire­cionar a força oclusal no longo eixomédio do dente, evitando sobrecarga late­ral e produzindo uma relação fisiológica.

A

Fig. 08 - Direcionamento

das forças para o longoeixo do dente em urna

relação cúspide x fossa.

(desenho modificado deTHOMAS, P.K.)

B

3.2- Cúspide x crista marginal:Este tipo de ocIusão é freqüente­

mente encontrado nos dentes naturais

(fig.09A).Ao contrário da ocIusão cúspide x

fossa, que é estável com o tripoidismo, naoclusão cúspide x crista marginal tanto acúspide de contenção, como as cristasmarginais tendem a se desgastar e aimpactar alimentos no espaço interpro­xima! (fig. 09B), sendo potencialmentedestrutiva ao periodonto.

dos dentes superiores(palatinas)nas fossas dosinferiores; C- relação cúspide x fossa em DeR

A oclusão cúspide-fossa direcionaas forças para o longo eixo dos dentes e éfisiológica (Fig. 08).

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( "'n/" )

Fig. 09 - A: Relacionamento oclusal cúspide x

crista marginal; B: relação de um dente contradois dentes, resultando em impacçào alimentar e

injúrias ao periodonto. (desenho modificado de

THOMAS, P.K.)

4. Força oclusal vertical.5. Tripoidismo.6. Guia anterior - GA.

7. Limitação da mesa oclusal.I. Oclusão em relação cêntrica é a

coincidência da relação cêntrica com aintercuspidação bilateral simultânea euniforme, na ocIusão dentária.

2- Estabilidade ocIusal é obtidaatravés dos contatos dentários bilaterais

simultâneos, em RC e com a mesmaintensidade quando da ocIusão dentária.Pequenos movimentos mandibularesdesocIuem os dentes posteriores.

3- Relacionamento oclusal:

3.1- cúspide x fossa: é a relação deum dente contra um dente, através daoclusão das cúspides funcionais dosdentes inferiores (vestibulares) ocIuindonas fossas dos dentes superiores (fig. 07Ae 07C) e as cúspides funcionais dosdentes superiores (palatinas) nas fossasdos inferiores, (fig. 07B).

ig.07 - Relacionamento oc1usal cúspide x 1'Ossa: A ~

oclusào das cúspides funcionais dos dentes

inferiores (vestibulares)nas fossas dos dentessuperiores; B - oclusão das cúspides funcionais

cBAH~~

OcIusão orgânica

relação é chamada de desoclusão, (fig.06B).

Já o contato das cúspides dosdentes posteriores durante os movimentosmandibulares são referidos como

interferência ocIusal, (fig. 06C).

Fig. 06 - Relacionamentooclusal,A: ORe, B:desoc1usão durantes os movimentos mandibu­

lares, C: interferência oclusal durante os

movimentosmandibulares.(desenhomodificadode THOMAS, P.K.)

o homem adquire no decorrer davida vários tipos de oclusão. No entanto,estas relações ocIusais nem sempre sãoideais para os dentes naturais, periodonto,ATMs e demais componentes doaparelho estomatognático.

Na busca de uma oclusão

harmónica com a biologia dos tecidos e afisiologia do aparelho estomatognático,Stallard, Stuart e Thomas baseados nostrabalhos de McCollum, que a princípioacreditava na ocIusão balanceada,estabeleceram os requisitos da oclusãoorgânica para dentes naturais.

Sendo aplicada pelos gnatologistasna prática da reabilitação oral e notratamento da ocIusão patológica, aoclusão orgânica é também largamentereconhecida pelos periodontistas.

A ocIusão orgânica é o arranjofisiológico da dentição.

Requisitos de uma oclusãoorgânica:I. Oclusão em relação cêntrica - ORC.2. Estabilidade ocIusal - EO.3. Relacionamento oclusal.

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Enceramcnto progress.ivo Femandes Neto, AI & Silva, MR - Univ. Fed. Ubcrlândia - 2006 30 Enceramento progressivo Femandes Neto, AJ & Silva, MR - Univ. Fed. Uberlândia - 2006 31

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Modelo de trabalho

vez, o SNC envia uma mensagem aomúsculo, e este desvia a mandíbula desua trajetória fisiológica. Esta tendência éparticularmente aparente, no movimentoque antecede o retomo da mandíbula paraa posição fisiológica de fechamento.

7-Limitação da mesa oclusal, emuma restauração, a mesa oclusal não deveser maior que a dimensão original dodente natural, diretamente relacionada aodente antagonista, pois seu aumentoresulta em uma maior dificuldade em

direcionar a força oclusal no longo eixodo dente, (Fig. 17).

Fig. t 7 - Limitação da mesa oclusal para melhordirecionamento da') forças oclusais no longo eixodo dente. (desenbo modificado de THaMAS,PK)

Na superfície oclusal, cúspide,fossa e sulcos definidos proporcionamuma mastigação e desoclusão maisefetivas.

Para o melhor entendimento detodos estes fundamentos se faz necessário

o exercício de escultura pela técnica deenceramento progressivo, para o quedeve-se primeiramente obter um modelode trabalho a partir da moldagem comalginato de um modelo padrão e montá-loem um articulador semi-ajustável.

Fig. 16 - lnterferênciaoclusal durante movimento

mandibular. (desenhomodificado de THaMAS,P.K)

Fig. t 5 Representação esquemática dadesoclusào dos dentes posteriores pela ação daguia anterior. (desenho modificado de THaMAS,P.K.)

mandibulares pelos anteriores (queincisam por meio das faces incisais) e queos anteriores são separados quando osdentes posteriores ocluem. Por tanto emcondições anatomo fisiológicas oindivíduo não oclui e incisa ao mesmo

tempo. O fato dos posteriores nãocontatarem nos movimentos mandibu­

lares, mantém a superficie oclusal dosposteriores sem facetas, conservando aoclusão estável, (fig. 15).

Qualquer contato nos dentes poste­riores feito durante o movimento mandi­

bular, é chamado interferência oclusaI.Quando esta interferência existe, a forçaoclusal é aplicada lateralmente ao dentesendo destrutiva ao periodonto, Fig. 16.

Quando ocorre uma interferênciaoc1usal durante o ciclo mastigatório, estaé reconhecida pelos sensores proprio­ceptivos do periodonto (aferentes), e amensagem é transmitida ao SNC. Por sua

A BFig. 14 - Conatos na oclusào cúspide fossa, A:pontos de contatos A, B e C; B: ausência docontato B. (desenho modificado de THaMAS,P.K)

Numa vista vestíbulo lingual, nafigura 14.A, os contatos na oclusãocúspide-fossa são denominados A, B, C.Sem o contato A ou C, a força oclusalpode ser direcionada próxima ao longoeixo do dente com grau de tolerância. Noentanto sem o contato B, a força oclusal éaplicada lateralmente, criando umaoclusão patológica, logo o contato B éextremamente importante (fig. 14.B).

Onde ocorrer pontos de contatoversus superfície de contato, haverá umaumento na eficiência de corte das

restaurações e proporcionará umadesoclusão imediata, fazendo com que asrestaurações se tomem mais duradouras.Já o contato entre duas superficiesdesgastadas tem o perigo potencial deincluir força oclusal lateral, e são sempredeteriorantes.

6- Guia anterior, ocorre durante osmovimentos mandibulares, quando todosos dentes posteriores se afastam, nãocontatando, até que entrem em oclusão nofinal do ciclo mastigatório.

Na oclusão orgânica os dentesanteriores protegem os posteriores e osposteriores, os anteriores. É a chamadaoclusão mutuamente protegida.

O termo desoclusão, significandoseparação, é utilizado em contraste com otermo oclusão. Especificamente, desoclu­são significa que os dentes posteriores(que ocluem por meio das faces oc1usais)são separados durante os movimentos

Fig 11 - Dese­nho esquema­tico do tripé nafossa. (desenhomodificado de

TRaMAS,P.K).

(6' ../--,'\1~-

,.-.)

A fossa é uma depressão criada portrês elevações e a cúspide toma a formade uma esfera. O contato entre estas é

similar ao de uma bola suportada por trêsdedos, criando um tripé. Naturalmente, acúspide nunca toca o fundo da fossa, figo12.

Esse relacionamento produz omaXlmo de estabilidade no sentido

vestíbulo-lingual e mesio-distal, com omínimo contato o que evita a abrasão deponta de cúspide funcional, (fig. 13).

Fig. t 2 - Representação esquemática do relacio­namento cúspide fossa (desenho modi1icado deTHaMAS, P.K).

5- Tripoidismo é o contato tipotripé entre as cúspides funcionais e asfossas antagonistas dos dentes em umarelação cúspide-fossa, (Fig. 11).

Fig. 13: Representação esquemática dotripoidismo, (desenho modificado de THaMAS,P.K).

Page 9: Enceramento Progressivo

Enccramcnto progressivo

Para a obtenção de restauraçõesadequadas é fundamental um modelo detrabalho de boa qualidade.

Requisitos de um modelo detrabalho:

1. Abranger toda a arcada dentária.2. Ausência de bolhas, principalmente

no término cervical dos preparos.3. Inexistência de distorções.4. Permitir a obtenção de troqueis

removíveis e recortados, que facilite oacesso á área cervical dos preparosdentários, durante os procedimentoslaboratoriais de enceramento eselamento de borbo.

Troquei é a reprodução positiva daforma do dente preparado em materialadequado, (figs. 18 e 19). Este material éo gesso, pois possui: resistência,compatibilidade com todos os materiaisde moldagem, fácil vazamento, excelentetempo de trabalho (pode ser trabalhadoem questão de horas), cor contrastantecom a cera e o metal, fácil recorte eprecisão dimensional (expansãoaproximada de 0,1%).

Fcmandcs Nclu, AJ & Silva, MR - Univ. Fed, Ubcrlândia-2006 32

Moldagem do modelo padrão

Material e instrumental necessários,(fig. 20):- Modelos padrão da arcada dentária- Alginato (hidrocolóide irreversível)- Proporcionadores para o alginato- Jogo de moldeiras com retenção- Cubeta de borracha

- Espátula para alginato

Fig. 20 - Material e instrumental necessários paramoldagem do modelo padrào.

As molde iras utilizadas necessitam

de retenções para o material demoldagem (fig. 21).

o material de moldagem utilizado éo alginato na proporção água/pó

Enceramentu pftlgresslvu

recomendada pelo fabricante, manipuladomanualmente por 45 a 60 sego

A estabilidade dimensional domodelo de trabalho está diretamente

relacionada ao tempo de contato dasuperfície do gesso com o molde, e à

expansão de presa do gesso, cujo controleestá no uso da correta proporção água/pórecomendada pelo fabricante.

Fig. 22 - Colocação da água proporcionada nacubeta de borracha, antes da colocação do pó dealginato

Fig. 23 - Manipulação do alginato por 45 seg., atéadquirir consistência cremosa.

Fig. 24 - Colocação do alginato sobre os dentespilares com o dedo indicador.

Femandes Neto, AJ & Silva, MR - Univ. Fed. Ubcrlândia- 2006 33

Fig. 25 - Carregamento da moldeira previamenteselecionada com alginato.

Fig. 26 - posicionamento do modelo padrão sobrea moldeira carregada com alginato, para aobtençào do molde.

Vazamento do modelo de trabalho

Material e instrumental necessários:

- Gesso pedra especial, tipo IV- Gesso pedra, Tipo III- Pinos metálicos para troqueI (um médiopara pré-molar e um grande para molar)- Alfinetes de cabeça (quatro)- Vaselina- Pincel nO02

- Lâmpada a álcool com pavio- Cera pegajosa (um bastão)- Cubeta de borracha

- Espátula e faca para gesso- Gotejador de cera.

1- Lavagem e secagem do molde.2- Posicionamento e estabilização

dos pinos para troquei no molde:central izar o pino no molde do preparocom o chanfrado voltado para a proximal,tendo a extremidade inferior do pino emnível do término cervical. Em caso de

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Enceramento progressivo

preparos múltiplos, os pinos devem serparalelos entre si, para facilitar a remoçãodos troqueis. As opções de fixação dospinos são: aparelho posicionador de pinospara troqueI, cera pegajosa, colasuperbond e alfinetes (figs. 27 e 28).

Fig. 27 - Posicionamento e estabilização dos

pinos para troqueI sobre o molde dos dentes

preparados por meio de alfinetes.

Fig. 28 - Centralização e posicionamento - altura

do pino no molde em relaçào à margem cervical.

Fig. 29 - Fixação dos pinos aos alfmetes suportescom cera pegajosa.

3- Vazamento da primeira camadade gesso pedra do tipo IV.

Proporção água/pó: pesar 30 g. degesso pedra tipo IV e manipular na

Fernande.s Nelo,AJ & Silva, MR - Univ. Fed. Uberlândia- 2006 34

proporção recomendada pelo fahricante(qualquer alteração pode intluenciar notempo de presa, poros idade, expansão depresa e dureza final), (fig. 30).

Fig. 30 - Material e instrumental necessário para ovazamento do modelo.

A manipulação do gesso é manualpor 45 sego

O vazamento do gesso sobre omolde inicia-se no lado próximo aosdentes preparados, fazendo com que ogesso escoe de distal para mesial semprenum único sentido. Utilizando-se de um

pincel, com a moldeira inclinada sohreum vibrador, para auxiliar o escoamentodo gesso e evitar a inclusão de bolhas dear, que deverá apresentar ao final,aproximadamente 2,0 em de altura. Ogesso especial não deve ser estendido emdireção ao palato ou região lingual, (figs.31 e 32).

Fig. 31 - Início do vazamento do gesso sobre o

molde pelo lado próximo aos dentes preparados.

Enceramento progressivo

Fig. 32 - Conclusão do vazamento da primeiracamada de gesso.

Retenções com o próprio gesso oucom alças metálicas devem serconfeccionadas com a finalidade de fixar

a segunda camada de gesso a ser vazada.Estas devem ser posicionadas antes dapresa final do gesso, na mesial e na distaldos pinos metálicos, assim como entreeles.

4- Isolamento dos pinos e gessoadjacente: após a presa inicial da primeiracamada de gesso (30 min.), com vaselinasólida e auxilio de um pincel isola-se ospinos e o gesso na área correspondenteaos dentes preparados. Nesta etaparemovem-se os alfinetes, (fig. 33).

Fig. 33 - Isolamento dos pinos e gesso adjacente,

observar ac; retenções com gesso.

5- Cera utilidade na extremidade

dos pinos: coloca-se uma porção de cerautilidade nas extremidades dos pinos parapossibilitar a posterior localização eacesso aos mesmos, (fig. 34).

!,crnandes Nclo, AJ & Silva, MR- Univ. Fed_ Ubcrlândía- 2006 35

Fig. 34 - Cera utilidade na extremidade dos pinos

6- Vazamento da segunda camadade gesso tipo III.

Proporção água/pó: pesar 100 g. degesso pedra tipo III e manipular naproporção recomendada pelo fabricante,por 45 sego

Fig. 35 - Conclusão do vazamento da segunda

camada de gesso.

Faz-se o vazamento do gesso sobrea primeira camada, não cobrindo a cerautilidade nas extremidades dos pinosmetálicos para facilitar a remoção dostroquéis do modelo, (fig. 35).

7- Separação do modelo/molde erecorte: após uma hora remove-se omodelo do molde, na direção do longoeixo dos dentes, evitando movimentoslaterais, o que levaria a possíveis fraturasdos mesmos, (fig. 36).

Page 11: Enceramento Progressivo

Enccralncntu progressivo

Fig. 36 - Após a separação do molde e modelo, omodelo padrào e o modelo trabalho em gesso.

As características desejáveis de ummodelo de trabalho em relação aostroquéis são:

1- a superficie do gesso deve estarlisa e resistente;

2- inexistência de bolhas,distorções ou partes ausentes;

3- nítida separação entre o términocervical do preparo e os tecidosadjacentes, permitindo visualização damargem cervical do prepara a serrecortada.

Montagem dos modelos de trabalho emarticulador:

Material e instrumental necessários:

- Articulador sem i-ajustável- Modelos de gesso- Cubeta de borracha

- Espátula e faca para gesso- Espátula n" 7 ou 31- Pincel n" 02

- Quatro palitos de madeira ou hastesmetálicas

- Lâmpada a álcool com pavio- Gesso pedra- Vaselina sólida

- Cera pegajosa ou cola superbond- Cera utilidade.

Ajuste do articulador:~ Controle posterior (guias

condiJares) -parede mediana: 15", (fig.37) e parede superior: 3D", (fig. 38).

Femandcs Nela, AJ & Silva, MR - Univ. Fed, Ubcrlândia- 2006 36

v' Fig. 37 - Ajuste das guias condilares -paredemediana: 15°

;/ Fig. 38 - Ajuste das guias condilares - parede

superior: 30°,

~ Controle anterior (guia incisal) - opino guia deve ser posicionado emrelação ao ramo superior do articuladorno ponto zero, e em relação ao ramoinferior do articulador centralizado na

mesa incisal, obtendo-se assim oparalelismo entre os ramos do ASA (fig.39).

Fig. 39 - Ajuste do pino guia.

Enceramcnto progressIvo

As placas de montagem devem serfixas nos ramos superior e inferior doarticulador, vaselinando as retenções dasmesmas com o uso de pincel e vaselinasólida, (fig. 40).

Fig. 40 Fixação das placa .• de montagem dosmodelos.

Na montagem dos modelos detrabalho de um caso clínico, faz-seinicialmente a montagem do modelosuperior na posição determinada pelatransferência com o arco facial, e emseguida o modelo inferior, por meio doregistro maxilo-mandibular.

Em se tratando da montagem de ummodelo simulando uma condição clínicapara o desenvolvimento do exercicio deenceramento progressivo, monta-seinicialmente o modelo inferior e, emseguida, o superior.

Preparo dos modelos de trabalhopara a montagem:

1- Remover a porção de cerautilidade posicionada na extremidade dospinos para troquéis no modelo inferior;

2- Recortar o gesso, criando umacesso lateral às extremidades dos pinoscobrindo-os com uma camada de cera

utilidade para preservá-los após acompleta montagem dos modelos, (fig.41);

Fcmandes Neto, AJ & Silva, MR - Univ. Fed. Uberlândia - 2006 37

Fig. 41 - remoção da porção de cera e recorte domodelo, criando acesso lateral.

3- Fazer retenções nas bases dosmodelos superior e inferior (utilizandofaca para gesso ou disco cortante), e emseguida, hidratá-Ios somente na região dabase, o que permitirá uma fixação efetivacom o gesso da montagem, (fig. 42).

Fig. 42 - Colocação de camada de cera sobre o

acesso lateral e confecção de retenções na base domodelo.

Montagem do modelo inferior

1- Pesar 100 g. de gesso pedra naproporção água/pó recomendada pelofabricante, manipular por 45 seg., ecolocar sobre a placa de montageminferior e na base do modelo (figs 43 e44).

Page 12: Enceramento Progressivo

Enceramcnto pmgrcssivo

Fig. 43 - Proporcionamentodo gesso e água.

Fig.44 - Manipulação do gesso e água em cubetade borracha.

2- Quando o escoamento do gessodiminuir o suficiente para suportar o pesodo modelo, este deve ser centralizado,isto é, sua linha média coincide com aposição do pino guia incisal. Deve sercolocado exatamente sobre a placa demontagem, não tomando posição anteriorou posterior, o que poderá dificultar amontagem do modelo superior, (figs. 45 e46.

Fig. 45 - Colocação do gesso sobre a ba.•e domodelo.

Fcrnandcs Nclo, AI & Silva, MR - Voivo Fedo Ubcrlândia- 2006 38

Fig. 46 - Colocação do gesso sobre a placa demontagem do modelo no articulador.

3- Com o auxílio de duas placasmetálicas, posicionar o modelo no sentidoantero-posterior, fazendo com que aspontas das cúspides do terceiro molar edo canino, toquem bilateralmente nasuperfície da placa, que deve estar comsua base devidamente apoiada na mesa detrabalho, (fig. 47).

Fig. 47 - Posicionamento das placas para auxíliona montagem do modelo inferior.

4- Regularização (acabamento) docontorno do gesso, deixando visívellateralmente a cera utilidade que cobre aextremidade dos pinos para troquéis.

Montagem do modelo superior

1- Após a montagem do modeloinferior, deve-se ocluir o modelo superiorda melhor forma possível,particularmente do lado a ser encerado.Observar a relação do canino do lado emquestão, para que seja possível umadesoclusão imediata.

Enccratncnlo progressIvo

2- Verificar a existência do espaçopara a colocação do gesso de fixaçãoentre o modelo e a placa de montagem doarticulador, (fig. 48).

Fig. 48 - Veriflcação da relação dos caninos e doespaço entre o modelo superior e a placa demontagem, paracolocaçào do gesso de fixação.

3- Fixar os modelos entre si com

palitos de madeira e cera pegajosa ebidratar a base do modelo, (fig. 49 e 50).

Fig. 49 - Fixação dos modelos.

Fig. 50 - Colocação de algodão molhado paraumedecer a base do modelo superior.

FernandtlsNclo, AI & Silva, MR - Vniv. Fed. Ubetlãndia- 2006 39

4- Proporcionar o gesso pedra naquantidade suficiente, na proporçãoágua/pó recomendada pelo fabricante emanipular por 45 seg., colocar sobre abase do modelo e fechar, em seguida oramo superior do articulador. Nestemomento, é importante estabilizar oscôndilos nas paredes superior, posterior emediana das guias condilares, (figs. 51 e52).

Fig. 51 . Colocaçào do gesso sobre o modelo e aplaca de montagem.

Fig. 52 - posicionarnento e contenção do ramosuperior do articulador sobre o gesso de lixação,observando o cont.ato do pino guia na mesaincisal.

5- Fazer a regularização docontorno do gesso de fixação.

6- Após a presa do gesso, removeros palitos de madeira que fixavam osmodelos. Certifique-se de que amontagem esteja correta. Isto implica naestabilidade da ocIusão dos modelos, comcontatos bilaterais simultâneos e sem

Page 13: Enceramento Progressivo

Enccramenlo progressivo

existência de discrepâncias laterais, ecom os côndilos estáveis na cavidade

condilar do articulador. Desta maneira, osmodelos estarão prontos para o início doexercício de enceramento progressivo,(figs. 53, 54 e 55).

Fig. 53 - remoção dos palitos de tixação.

Fig. 54 - Vista oclusal dos modelos montados emASA.

Fig. 55 - Verificação do espaço entre os dentes

antagonistas, no modelo de trabalho montado em

oclusão em relação cêntrica.

Padrão de cera

o padrão de cera é o precursor darestauração fundida que será instalada nopreparo dentário. Essa restauração, obtidano processo de inclusão e fundição, é a

FemandesNcto, AJ & Silva, MR- Univ. Fed. Uberlândia - 2006 40

duplicação exata do padrão de cera .Portanto, qualquer erro cometido nessepadrão, será transferido à restauraçãofundida.

Há duas formas de se confeccionar

um padrão de cera:Técnica Direta onde o padrão é

obtido diretamente no preparo dentário,na boca do paciente.

Técnica Indireta onde o padrão éobtido em laboratório sobre um troqueI.A vantagem desta técnica é ter fácilacesso a todos os bordos marginais dopreparo, facilitando a obtenção de umenceramento de boa qualidade.

Cera para fundições odontológicas

Composição: parafina, gomadammar, cera carnaúba, excipientes,corantes.

Classificação quanto ao grau dedureza (especificação N° 4 daANSVADA):.,/ Tipo I ou média - empregada na

técnica indireta.

.,/ Tipo II ou macia - utilizada emtécnicas indiretas para a confecção derestaurações fundidas.

Características desejáveis:Estabilidade dimensional, reprodu­

ção fiel de detalhes, ausência de resíduosapós sua eliminação no processo defundição e cor contrastante com otroqueI.

Durante a confecção do padrão decera aparecem tensões internas na ceradevido ao aquecimento e à manipulação.Quando essas tensões são liberadas, oresultado é a distorção que se traduz emajuste deficiente da restauração. Paramanter o mínimo de distorção deve-se:.,/ plastificar a cera na menor

temperatura possível;.,/ acrescentá-Ia em finas camadas

circundando o troquei;

Enccrarncnlo progressivo

.,/ obtido o padrão, incluir tão rápidoquanto possível.

Fases de transição da cera do estadolíquido para o estado sólído:1'- Líquida de 57°C a 45° C.2'- Líquida /plástica.3'- Plástica: de 45' a 25' C (contração).4'- Plástica /sólida.

5'- Sólida (temperatura ambiente): 20°C a23° C.

Confecção do casquete

o primeiro passo na obtenção deum padrão de cera é a confecção de umfino casquete de resina sobre o troqueI.

O casquete de resina acrílicafornece uma base para a escultura dopadrão de cera, evitando a distorção,facilitando o manuseio pelo aumento daresistência e simplificando a escavação.

Material e instrumental necessários:

- 02 Pincéis (n° O e n° 1)- 02 Potes dappen- Lapiseira- Micromotor e peça reta- Mandrillongo- Discos de lixa- Vaselina

- Resina acrílica ativada quimicamente(duralay ou similar).

Técnica:

1. Isolar com vaselina os troquéis eestruturas adjacentes dos dentes aserem encerados, (fig. 56).

Fig. 56 - Isolando o troquei com vaselina.

Femandes Nelo, AJ & Silva,:MR - Univ. Fed, Ubcrlândia- 2006 41

2. Utilizando a técnica de Nylon(pincel), adiciona-se resina acrílicanas paredes oclusal ou incisal e axiaisdos dentes a serem encerados com

uma espessura uniforme de 0,5mm(não estendendo sobre o términocervical do preparo), (figs. 57 e 58).

Fig.57 - Potes dappen com resina para confecçãodos casquetes.

Fig. 58 - Confecção dos casquetes em resina.

3. O casquete deve ser removido dostroqueis antes da polimerizaçãocompleta da resina, evitando assimuma retenção indesejada.

4. Acabamento do casquete com discosde lixa, (fig. 59).

Fig. 59 - Casquetes em resina concluídos, :;om

limite aquém do término cervical do preparo.

Page 14: Enceramento Progressivo

Enceramento progressivo

5. Verificar a existência de espaço entreO casquete e o antagonista para o<;:nceramentoda superficie oclusal.

Contornos axiais

Serão estabelecidos os contornos

vestibular, lingual e proximais do padrãode cera.

Material e instrumental necessários:- Instrumental P.K.T.

- Lâmpada a álcool com pavio- Espátula Lecron- Cera pegajosa- Cera para escultura (4 cores)- Lapiseira- Pincel- Talco- Vilselina- Meia de seda- Esmalte incolor.

Técnica:

Ioicialmente, remover o casquete deresina e isolar o troqueI e as áreasadjacentes com vaselina. Reposicioná-Ioe iniciar a adição de cera sobre o mesmo,estabelecendo os contornos axiais.

A cera deve estar entre a lâmpada aálcool e o modelo a ser encerado. Destamaneira o instrumento virá da fonte de

calor para a cera e dai maisefic.íentemente para o modelo.

N os dentes posteriores, o pontomais proeminente da face vestibular estásituado no terço cervical; e na facelingual essa proeminência está localizadano terço cervical nos superiores e noterço médio nos inferiores.

Os contatos proximais dos dentesposteriores se localizam no terço oclusalda coroa, ligeiramente desviados para avestibular, com exceção do contato entreo primeiro e o segundo molar superiorque está no terço médio e centralizado. Ocantata não deve ser de um ponto e nemtão extenso para a cervical, pois desta

Fernamlc.~Nclo, AI & Silva, MR - Univ. Fed. Uberlândia - 2006-12.

maneira ocupará o espaço da papilagengival. A superficie axial da coroa, dacervical ao ponto de contato, deve serplana ou ligeiramente côncava, com oobjetivo de não diminuir o espaço dapapila.

Os contatos proximais entre osdcntes atuam como estabilizadorcs, scndoresponsáveis pela continuidade do arcodental e pela prevenção de movimentaçãodentária individual. Quando os dentesocluem durante a função há sempre umleve movimento, porém, o contatocontinuo mantém os dentes em suas

posições próprias, auxiliando assim amanutenção da oclusão fisiológicacorretamente estabelecida.

Outra função da relação de contatoé a proteção da papila interdental contra otrauma mastigatório, função que émantida pela continuidade do arco dental.Quando não existe essa relaçãoharmônica de continuidade, os alimentosalém de serem desviados para as facesvestibular e lingual, são forçados emgrande parte entre os dentes ocasionandoum trans-torno denominado impacçãoalimentar.

Em 1979, THOMAS, P.K. numaanálise clínica, detectou uma maiorprofundidade na sondagem dos dentesrestaurados com coroas completas,comparando aos dentes naturais. Isto foiatribuido a uma tendência de se dar

contorno excessivo às restaurações, alémde má higiene e malocIusão.

Para a adição de cera referente aocontorno dental, deve-se ter em menteque os instrumentos PKT se aquecem e seresfriam rapidamente. Desta forma deve­se aquecer o instrumento (PKT 1 ou 2)através da chama, concentrando o calor aaproximadamente 1 em da extremidade,(Fig.60).

Enceramento progressivo

Fig.60­Posicionamento

do instrumentona chama

Em seguida, encosta-se a parteconvexa e aquecida do instrumento nacera de cor azul, a qual formará uma gotaque será depositada no devido local pelaaplicação correta da ponta não aquecidado instrumento (se esta for aquecidadiretamente, a cera tende a escoar para ahaste e não para a extremidade). Pode sernecessário passar o instrumento atravésda chama antes de aplicar nova porção decera no modelo, (fig. 61).

Fig. 61 - Acréscimo de cera sobre o casquete de

resina, até atingir o término cervícal do preparo.

Uma forma confiável para julgar oadequado contorno axial, vestibular elingual do padrão de cera, é a observaçãodas superficies correspondentes dosdentes adjacentes e do lado oposto. Ouainda, quando o operador observar odente encerado no modelo por uma vistaoclusal não se deve visualizar a gengivamarginal livre que o contorna, quandohouver excesso, este deve ser retiradocom o instrumento PKT 4.

FcrnandesNclo, AI & Silva, MR - Univ, Fed. Uberlândia- 2006 43

Técnica de confecção do pôntico:Após a conclusão do enceramento

do terço médio-cervica1 dos dentespilares, isolar com vaselina a área dorebordo alveolar do modelo correspon­dente ao dente ausente.

Plastificar uma das extremidades do

bastão de cera, evitando o contato diretodo mesmo com a chama da lâmpada aálcool, o que causaria alteração doscomponentes da cera.

Pressionar a cera plastificada sobreo rebordo alveolar do modelo previa­mente isolado, (fig. 62).

Fig. 62 - Pressionando a cera plastificada sobrerebordo alveolar do modelo.

Remover o excesso do bastão de

cera ao nível do plano oclusal dospadrões de cera dos dentes adjacentes.

Conformar os contornos vestibular

e lingual à semelhança dos padrões decera dos dentes adjacentes, (fig. 63).

Fig. 63 - Vista oclusal do contorno do pôntico edentes pilares (terço médio-cervical).

O longo eixo axial do pôntico, tantono sentido mesio-distal quanto no

Page 15: Enceramento Progressivo

Encerarnenlo progressivo Femandes Neto, AJ & Silva, MR - Univ. Fed. Ubcrlândia ~ 2006 44 Enccrarncnlo progressivo Fl;mandcs Nela, AJ & Silva, MR- Univ. Fed. Ubcrlãndia - 2006 45

Fig. 68 - Direcionamento do cone para o flUlda dafossa antagonista.

Fig. 66 - Ilustraçào: A: levantamento ,e B:acabamento do cone vestibular do 2ll pré-motarinferior.

Fig. 67 - Levantamento do cone.

do cone é feito utilizando-se o

instrumento PKT 1 ou 2 (gotejador),sempre procurando um apoio efetivo damão sobre os dentes próximos, (fig. 66 Ae B e 67). O cone deve ser dirigido para ofundo da fossa antagonista. Nesta fase, aponta do cone deve tocar a cera azul queidentifica a fossa superior e é terminadocom o instrumento PKT 4, estabelecendosua forma final, (fig. 66B).

Nas relações laterais de trabalho, aponta do cone deve descrever umatrajetória mesial à ponta da cúspide do

-..- "-- ---•••••••••. IR

-

Levantamento dos cones

Após O entendimento correto dasrelações cúspide-fossa, localizar nomodelo superior antagonista aoenceramento, as fossas que receberão ascúspides funcionais inferiores e demarcá­las com uma gota de cera azul. Emseguida, com lápis de ponta fina e combase na figura 65 delimitar os contatos decada fossa, assim como de cada cúspidefuncional superior.

Depois de certificar-se doposicionamento correto dos pontos,pincel a-se uma fina camada de esmalteincolor sobre a superfície destes e dosdemais dentes íntegros dos modelos,evitando assim o desgaste dos mesmospelo contato, durante os váriosmovimentos funcionais a seremrealizados com o articulador.

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Fig. 65 ilustração do tripoidismo obtido norelacionamento cúspide-Jossa dos dentesantagonistas.

Antes de se iniciar o levantamento

dos cones propriamente dito, éconveniente aplicar uma fina camada decera pegajosa, sobre as superfícies ondeeles serão colocados, para evitar que sesoltem posteriormente, utiliza-se paraisso a espátula Lecron.

Cones vestibulares inferiores:O levantamento dos cones é

iniciado pela cúspide vestibular dosegundo pré-molar inferior, utilizandocera marfim ou amarela. O levantamento

Durante todo o exercício manter o

pino guia incisal em contato com a mesaguia anterior.

Acrescenta-se uma quantidademíni-ma de cera para cada passo, esempre conferindo as excursõesproporcionadas pelo articulador. Ao seacrescentar cera para formar as cúspidesprocurar sempre formar superficiesconvexas.

Objetivando um melhoraprendizado dos componentes dasuperfície oclusal dos dentes, a esculturaé feita com ceras de cores diferentes.

Enceramento da superficie oclusaldos dentes inferiores:

Antes de se iniciar o enceramento

ociusal propriamente dito, deve-seobservar o espaço existente entre asuperficie da cera onde se localizará afossa do inferior, e a cúspide funcional(contenção cêntrica) palatina superior,quando os modelos estão ocluídos. Esteespaço deve ser de 2 mm, o ideal parapermitir o levantamento correto doscones e uma escultura adequada, a fim deque não haja possibilidade de perfuraçõesdos elementos fundidos durante os ajustesociusais.

No enceramento de casos clínicos

aceita-se como mínimo indispensável, adistância de 1,5 mm entre dentespreparados e antagonistas, para que sejapossível a obtenção das relações oclusaiscorretas.

Observa-se na figura 65, que oscontatos oclusais das cúspides funcionais(vestibulares inferiores e palatinassuperiores) são correspondentes àsdemarcações anotadas nas respectivasfossas oc1usais antagonistas.

Evitar o fechamento do espaçointer-proximal, deixando que ocorra aunião da cera apenas na região doscontatos proximais dos dentes. Esseespaço livre abaixo do contato dentário éimprescindível em qualquer trabalhorestaurador, para acomodar a papilagengival sem compressão e também parapermitir a higienização pelo paciente,evitando o acúmulo de placa em regiãode difícil limpeza (área de "col"), o quepode trazer como conseqüência ainstalação da doença periodontal.

Fig_ 64 - Observação do espaço interoclusal.

Normas gerais

vestíbulo- lingual, deve ser paralelo aoeixo axial dos dentes adjacentes.

Deve ser observado entre o encera­

mento até aqui realizado e a superfícieoclusal antagonista, um espaçointeroclusal de aproximadamente 2 mm, oque permitirá a conformação da morfolo­gia oclusal do enceramento, (fig. 64).

A disposição das estruturas oclusaisé de fundamental importância namanutenção da função.

A cúspide é a porção mais alta dodente e a fossa é a mais baixa. A crista

marginal encontra-se entre estas duasestruturas. Os sulcos de desenvolvimento

vestibulares e linguais terminam em umnível abaixo das cristas marginais.

Page 16: Enceramento Progressivo

Enceramcnlo progressivo Femandes Neto, AI & Silva, MR - Univ. Fed. Ubcrlândia ~ 2006 46 Enceramenlo progressIVO Femandes Neto, AJ & Silva, MIl. - Univ. Fed. Ubcrlândia- 2~---.A2

Fig. 73 - Desenho esquemático dos cones

vestibulares acompanhando a curva de Spee

Cones linguais inferiores:

Fig. 72 - Verificação da desoclusão dos conesvestibulares durante os movimentos excursivos.

movimentos de lateralidade direita e

esquerda, protrusão e latero-protrusão,(fig. 72).

Durante o movimento de laterali­

dade, deve-se observar o trajeto emrelação aos sulcos dos dentesantagonistas. Neste movimento ocorre adesoclusão pelos caninos, sendo estes osúnicos dentes a tocarem, e as pontas doscones deverão estar a uma distância de

0,5 mm a 1,0 mm dos antagonistas, edevem sempre passar à mesial das pontasdas cúspides superiores.

No movimento protrusivo adesoclusão é efetuada pelos dentesanteriores, de tal forma que somente elesse tocam, devendo os posteriores estarseparados cerca de 0,5 mm a 1,0 mm,onde é verificada a curva de Spee, (fig.73).

Sempre que possível, deve-se fazercom que as cúspides funcionais(vestibulares inferiores e palatinassuperiores) oduam nas fossas dos dentesantagonistas. Desta maneira, seestabelece os contatos do tripoidismocom os vértices das vertentes triturantes

repousando sobre os sulcos, sem tocá-loso que evita a abrasão. As relaçõescúspide-fossa permitem o direcionamentodas forças odusais no sentido do longoeixo dos dentes, evitando sobrecarga nosentido lateral e permitindo ainda umtravamento vestíbulo-lingual e mésio­distal que dará estabilidade à odusãonessas direções.

No enceramento de um caso clínico

ocorre fTeqüentemente a dificuldade de seobter a relação ideal, cúspide oduindo nafossa. Nestas ocasiões, procura-se obteruma relação cúspide embrasura,estabelecendo-se dois pontos de contato,um em cada crista marginal (mesial edistal), sempre que o elementoantagonista for uma prótese ftxa ondeesta união é soldada. Quando osantagonistas forem dentes naturais oumesmo peças protéticas unitárias, o conedeve ser desviado o suftciente para ocluirem fossa, mesmo que isto seja obtido àscustas de uma modiftcação na anatomiadentária, pois na mastigação de alimentosfibrosos a cúspide pode agir como cunha,causando sua impacção no espaçointerproximal.

Outra situação que ocorre comrelativa freqüência, consiste nadiftculdade de colocação do conecorrespondente à cúspide disto-vestibulardos molares, nos enceramentos de casosclínicos. Isto ocorre geralmente pela faltade espaço mesio-distal, sendoaconselhável a colocação de apenas duascúspides vestibulares.

Após o levantamento de todos oscones vestibulares, são feitos os

CUSPIDE FOSSA

Vestibular do 2° pré-

Mesial do 2° pré-molarmal ar inferior

superior

Mesio-vestibular do

Mesial do 1° molar

to molar inferiorsuperior

Vestibulo-mediana

Central do 1° molardo 1° molar inferior

superiorDisto-vestibular do 1°

Distal do 1° molar

molar inferior

suoerior

Mesio-vestibular do

Mesial do 2° molar

2° molar inferior

suoerior

Vestibulo-mediana

Central do 2° molardo 2° molar inferior

suoerior

Disto-vestibular do 2°

Distal do 2° molar

molar inferior

suoerior

Quadro 2 - Relacionamento cúspide-fossa doscones vestibulares.

Fig. 71 - Cones vestibulares inferiores ocluídos.

Observa-se que todos os conesestão colocados ligeiramente para distal,para permitir a relação dente a dente e ocontato cúspide-fossa.

Ao final do levantamento dos cones

correspondentes às cúspides funcionaisdos dentes inferiores, estes deverão estardirecionados para as suas respectivasfossas antagonistas, de acordo com oquadro 2:

Fig. 70 - Desenho esquemático dos conesvestibulares inferiores oduídos.

a posição dosas cúspides

esquemático dos cones

segundo pré-molar superior seminterferência. Também não deve haver

contato no movimento protrusivo.Os cones vestibulares do primeiro

molar inferior são erguidos em seguida,ocluindo nas suas respectivas fossas.Durante a protrusão e latero-protrusão,deverá haver espaço adequado em relaçãoaos antagonistas. Na lateralidade, a pontada cúspide mesio-vestibular do primeiromolar superior deve passar eqüidistantedos cones mesio-vestibular e vestíbulo­

mediano do primeiro molar inferior. Damesma forma, a ponta da cúspide disto­vestibular do primeiro molar superiordeve passar entre os cones vestíbulo­mediano e disto-vestibular do primeiromolar inferior.

Os cones vestibulares do segundomolar inferior seguem as mesmasdiretrizes observadas para o primeiromolar.

Os cones correspondentes àscúspides disto-vestibulares dos molaresinferiores geralmente têm uma inclinaçãopara distal mais acentuada que as demais,a tlm de que se consiga estabelecersatisfatoriamente a relação cúspide-fossadesejada.

A figura 69 mostracones que fonnarãofuncionais inferiores.

Estes mesmos cones são mostrados

nas figuras 70 e 71, em relação aosantagonistas.

Page 17: Enceramento Progressivo

Enccramento progressivo Femandcs Neto, AJ & Silva, MR - Univ_ Fed. Uberlândia - 2006 48 Enceramcnto progressivo Fcmandes Neto, AJ & Silva, MR - Univ. Fed. Uberlãndia - 2006 49

Fig. 78 - super­posição do esque­ma correspon­dente ao dentesuperior e denteinferior, (desenhomodificado de

THOMAS, P.K.)

molar inferior deverá estabelecer um

ponto de contato (I) com a cristamarginal mesial do 2° pré-molar superior.Este e os demais pontos devem sermantidos em destaque em baixo relevo,para uma melhor visualização edesenvolvimento do enceramento.

Em seguida, partindo do cone cor­respondente à cúspide lingual, faz-se aaresta longitudinal distal e a cristamarginal distal que deverá corresponderposteriormente, à área de contatoproximal com o dente vizinho. Nestafase, deve-se dar atenção quanto àexistência ou não de duas cúspideslinguais. Em caso afirmativo, esculpirdistintamente as arestas longitudinais decada uma. A crista marginal distal do 2°pré-molar inferior estabelece um ponto decontato oclusal (2) com a arestalongitudinal distal da cúspide palatina do2° pré-molar superior. Ainda a arestalongitudinal distal da cúspide vestibulardo 2° pré-molar inferior oclui (3) com avertente triturante mesial da cúspidevestibular do 2° pré-molar superior.

A figura 78 mostra a superposiçãoesquemática do dente superior e denteinferior, e as respectivascorrespondências dos contatos obtidos.

Deve ser dada atenção especial aesta fase para que não ocorrainadvertidamente o aumento, peladeposição de cera, ou a diminuição, peloaquecimento excessivo do instrumel1to,da altura dos cones. A ponta do cone em

Fig. 77 - Desenhoesquemático doposicionamento dogotejador para oinício do encera­mento do perímetrooclusa!.

A colocação das arestaslongitudinais que determinarão operímetro oclusal, ou seja, a superficiemastigatória de cada dente, é iniciadapela ponta do cone correspondente àcúspide vestibular do 2° pré-molarinferior esquerdo, em direção mesial(sentido horário), reconstituindo a cristamarginal e o contato proximal com o 1°

pré-molar, seguindo até atingir o conecorrespondente à cúspide lingual domesmo dente. Isto é feito utilizando o

instrumento PKT 2 (gotejador), com ceraazul, (fig. 77).

Fig. 76 - Desenho esquemático da curva deWilson (desenho modificado de THOMAS, P.K.).

O estudo das posições dos cones, econseqüentemente das cúspides, éimportante na confecção de núcleosintrarradiculares seja na clinica ou nolaboratório, pelo conhecimento quepropicia ao profissional no que dizrespeito ao direcionamento dos núcleos,em função das fossas dos dentesantagonistas. Planeja-se assim, a oclusãoainda na fase de preparo dos retentores,objetivando uma função efetiva.

Perímetro oclusal------------

Nesta fase, a aresta longitudinalmesial da cúspidc vestibular do 2° pré-

Fig. 75 - Desenho esquemático do relaciona­mento dos cones durante os movimentosexcursivos, A: lateralidade e B: protrusào.

cúspides linguais inferiores, dividindo adistância entre elas. A ponta da cúspidedisto-palatina do I° molar superior devepassar distalmente à ponta do conecorrespondente à cúspide disto-lingual doI°molar inferior.

Os cones do 2° molar inferior são

colocados na mesma posição e nasmesmas relações que os do I° molarinferior, (fig. 74).

Observa-se que os cones linguaisinferiores sempre estão localizados àmesial das cúspides palatinas superiores.Este posicionamento garante a liberdadede movimentos laterais em trabalho e

balanceio, sem que haja interferênciasoclusais.

Após o levantamento de todos oscones, e mantidas as relações citadas,executa-se novamente os movimentos de

lateral idade e protrusão observando apassagem dos cones que devem estarcerca de I mm de distância dos

antagonistas, (fig. 75).

Quando todos os cones estiveremdevidamente colocados, pode-se notarque os cones linguais dos molaresinferiores são ligeiramente mais curtos doque os vestibulares, caracterizando acurva lateral de Wilson, (fig. 76).

Na verificação das relaçõesprotrusiva e lateroprotrusiva deve haverum bom espaçamento sob a ponta dacúspide palatina do 2° pré-molar superior.Durante a lateralidade, a ponta da cúspidepalatina do segundo pré-molar superiordeve passar sobre ou por distal das pontasdas cúspides linguais do 2° pré-molarinferior.

Os cones para as cúspides linguaisdo 1° molar inferior são agora colocados,de tal forma que haja espaço entre eles eas pontas de cúspides palatinassuperiores, durante os movimentosprotrusivo e lateroprotrusivo. Nomovimento lateral de trabalho, a ponta dacúspide mesio-palatina do I° molarsuperior deve passar entre os cones das

Fig. 74 - Desenho esquemático dos cones linguaise seu posicionamento em relação aos vestibulares.

o passo seguinte consiste nolevantamento dos cones correspondentesàs cúspides linguais inferiores,utilizando-se os mesmos instrumentos.

Inicia-se o levantamento dos cones

pelo 2° pré-molar que dependendo de suaforma, pode ter uma ou duas cúspideslinguais. Justifica-se a presença de duascúspides linguais quando elas foremnecessárias para a obtenção de umacontenção efetiva. As cúspides do 2° pré­molar são mais altas do que as do 1° pré­molar e menores do que as dos molares.O que se percebe é que as cúspidesvestibulares inferiores são mais altas queas linguais nos pré-molares e que estadiferença vai diminuindo gradativamenteà medida que se dirige para os molares,devido à menor inclinação para lingualque estes dentes apresentam no arcodentário, (fig. 74).

Page 18: Enceramento Progressivo

Enccramento progressivo Femandcs Neto, AI & Silva, MR - Univ. Fedo Uberlândia - 2006 50 Enceramento progressivo Fernandes Neto, AJ & Silva, MR ~ Univ. Fed. Uberlândia - 2006 51

do 10

arestadisto-

Vertentes lisas das cúspides

Fig, - 81 Dese­nho esquema­tico do acaba­mento da ver­tente lisa, (dese­nho modificadode mOMAS,P.K.),

Fig. - 80 - Dese­nho esquema­tico da formaçãoda vertente lisapela deposiçãode cera.

O passo seguinte consiste emformar as vertentes lisas, vestibulares elinguais das cúspides, Começando pelavertente lisa vestibular do 20 pré-molar,deposita-se cera vermelha sobre asuperficie vestibular do cone. Utiliza-se oinstrumento PKT 2 de tal forma que acera preencha aproximadamente 1/3 dadimensão mésio-distal do dente (Fig, 80),

das superficies oclusais, são importantespor serem as principais lâminas de cortedos dentes,

Utilizando O instrumento PKT 4,todo cuidado deve ser tomado, para nãoderreter o cone original à medida que acera é esculpida uniformemente com asuperfície da cera, (Fig. 81).

Segue-se esculpindo a vertente lisalingual do 20 pré-molar, e a mesmaseqUência deve ser obedecida para osmolares,

8- A aresta longitudinal distal dacúspide vestíbulo-mediana do 10 molarinferior oclui com a vertente triturante

mesial da cúspide disto-vestibular do 1°molar superior.

9- A aresta longitudinal mesial dacúspide vestíbulo-mediana do 10 molarinferior oeIui com a vertente triturantc

distal da cúspide mésio-vestibular do 10molar superior.

10- A aresta longitudinal distal dacúspide mésio-vestibular do 10 molarinfe-rior oclui com a vertente triturante

mesial da cúspide mésio-vestibular do 10molar superior.

11- 12- 13- 14- 15- 16- 17­

correspondem respectivamente a 4- 5- 6­7- 8- 9- e 10 só que obtidos no 20 molarinferior.

Deve-se confirmar a obtenção detodos estes pontos com o uso de estearatode zinco ou talco, Pincela-se

cuidadosamente o pó sobre as superficiesoeIusais fecha-se em seguida oarticulador suavemente até atingir adimensão vertical de oclusão pré­estabelecida para este enceramento, pelocontato entre o pino guia do articuladorcom a mesa guia anterior do mesmo,Deve-se encontrar todos os pontosdesejados, visíveis pela remoção do póutilizado na região do contato. Onde istonão ocorrer, acrescentar uma pequenaporção de cera até que se consiga ocontato, O contato em excesso

apresentará amassamento da área,devendo a mesma ser retocada, até acentralização do ponto pela remoção dacera excedente,

Nesta fase, em todos osmovimentos excêntricos da mandíbula, ovértice de cada cúspide deverá passarsem contatar as arestas longitudinaisantagonistas,

As cristas marginais e arestaslongitudinais que delimitam o perímetro

Fig 89 - Desenho esquemático das arestaslongitudinais e cristas marginais delimitando operímetrooclusal.

1- A aresta longitudinal mesial dacúspide vestibular do 20 pré-molarinferior oeIui com a crista marginalmesial do 20 pré-molar superior,

2- A crista marginal distal do 2°pré-molar inferior oclui com a arestalongitudinal distal da cúspide palatina do2° pré-molar superior.

3- A aresta longitudinal distal dacúspide vestibular do 20 pré-molarinferior oeIui com a vertente triturante

mesial da cúspide vestibular do 20 pré­molar superior.

4- A aresta longitudinal mesial dacúspide mésio-vestibular do 1° molarinferior oeIui com a crista marginalmesial do 10molar superior.

5- A crista marginal distalmolar inferior oeIui com a

longitudinal distal da cúspidepalatina do 10molar superior.

6- A aresta longitudinal distal dacúspide disto-vestibular do 10 molarinferior oeIui com a crista marginal distaldo 10molar superior.

7- A aresta longitudinal mesial dacúspide disto-vestibular do 10 molarinferior oeIui com a vertente triturante

distal da cúspide disto-vestibular do 10molar superior.

No final desta fase, os dentesdeverão estar individualizados e

apresentar 17 pontos de contatos oeIusaisjá estabelecidos, delimitando assim, asuperfície triturante dos dentesesculpidos, (fig,79),

cera marfim ou amarela deverá estar

sempre visível entre as arestaslongitudinais em cera azul.

É importante observar que ospontos de contatos oeIusais das arestaslongitudinais, ocorrem geralmente apouca distância do vértice da cúspidevestibular inferior (cúspide funcional),enquanto o contato da crista marginalocorre geralmente na direção do sulcoprincipal mesio-distal.

Estas observações estabelecem deinício os pontos de contatos oclusaisnecessários para se conseguir otripoidismo ao final do trabalho deenceramento, Com isto, se consegue deforma precisa, o perímetro oclusal dosdentes, sem a necessidade de alterarposteriormente a morfologia oeIusal, embusca dos contatos, É prática freqUentedos iniciantes em enceramento

progressivo a tendência de diminuir operímetro oclusal, por não terem aindauma visão completa do trabalhoconcluído,

Iniciando pela aresta longitudinalmesial da cúspide mesio-vestibular do ro

molar inferior, repete-se o mesmoprocedimento executado para o 20 pré­molar, obtendo-se para cada cúspidefuncional inferior (vestibular) dois pontosde . contato, um em cada arestalongitudinal, e um em cada cristamarginal distal. Deve-se numerá-losseguindo o mesmo critério anterior, apartir da cúspide mesio-vestibular,

Repetir o mesmo procedimentopara o 20 molar.

Os pontos de contatos oeIusais dasarestas longitudinais distais das cúspidesdisto-vestibulares dos 10 e 20 mo lares

inferiores, são dificeis de serem obtidosnesta fase, devendo ser conseguidos nofinal, quando as cúspides estiveremcompostas de todas as suas estruturas,

Page 19: Enceramento Progressivo

Enccramento progreSSIvo

É interessante observar que asvertentes lisas linguais são sempremenores que as vestibulares, (fig. 82).

Fig .82 - Desenho esquemático das vertentes lisasconcluídas.

Nesta fase, não há nenhum contatoa ser obtido, mas muito cuidado deve sertomado para que os contatos já existentessejam mantidos. Nas posiçõesexcêntricas, não deve haver nenhumcontato.

O contorno externo de cada dente

deverá ser completado com cera verde,iniciando-se pela face vestibular do 2"pré-molar, seguida da face lingual domesmo dente e assim por diante,utilizando para isso o instrumento PKT 2.Neste momento é preciso dedicar especialatenção ao espaço interproximal, onde asameias linguais devem ser mais amplasdo que as vestibulares.

O contorno externo deve ser devi­

damente regularizado com o instrumentoPKT 4, seguindo as inclinações própriasde cada dente. Utiliza-se sempre comotermo de comparação, os dentessemelhantes do lado oposto do arco.Notar que sempre existe um sulco dedireção vestibular ou lingual entre duascúspides, que deve ser devidamenteesculpido.

Quando esta fase estiver terminadasem nenhum toque nos movimentosexcêntricos e com todos os pontosanteriormente obtidos, têm-se adenominada "boca de peixe", ou seja,todo o contorno externo de cada dente.

Femandes Nelo, AJ & Silva, MR - Univ. Fed. Ubcrlândia - 2006 52

Convém lembrar que no encera­mento progressivo as característicasanatômicas do I" molar inferior são emtudo semelhantes às do 2" molar inferior,sempre valendo como referência osdentes homônimos do lado oposto.

Cristas transversais oblíquas e vertentestriturantes

São elevações que se estendem daspontas das cúspides aos sulcos principaismésio-distais. Possuem forma triangularcom o vértice na ponta da cúspide e abase no sulco projetado, tendo a formaarredondada ou convexa em todos ossentidos.

São também conhecidas por cristastriangulares e compõem-se de duasvertentes uma mesial e outra dista!.

Utiliza-se o instrumento PKT 2 e

cera vermelha para a sua formação.Inicia-se a escultura pela crista

transversal correspondente à cúspidevestibular do 2" pré-molar inferior, sendoque suas bordas mesial e distaldelimitarão, num passo posterior, ossulcos secundários. Esta vertentetriturante vestibular deverá estabelecer

um ponto de contato com a cristasecundária mesial da cúspide palatina do2" pré-molar superior.

Segue-se, esculpindo a crista trans­versal da cúspide mesio-Iingual, que nãoapresenta nenhum contato, e a cúspidedisto-lingual que irá estabelecer um pontode contato com a aresta longitudinalmesial da cúspide palatina do 2" pré­molar superior. Quando a cúspide disto­lingual não existe, a situação é transferidapara a cúspide lingual presente, tal comoocorre no I" pré-molar.

Devido ao pequeno tamanho dacúspide disto-lingual do 2" pré-molar, oseu ponto de contato não tem umaposição definida, podendo ser obtido às

Enccramcnlo progressivo

custas da vertente triturante mesial ou

distal dessa cúspide.As bases destas vertentes triturantes

se encontram, deixando nitidamentedelimitado o sulco principal mésio-distalna região.

A sistemática a ser desenvolvida

para os molares é bastante semelhanteàquela desenvolvida para os pré-molares.Como orientação para o direcionamentodessas cristas, deve-se analisar asestruturas nos dentes do lado oposto,podendo inclusive delimitá-las com lápisde ponta fina para melhor visualização.Nos molares inicia-se a escultura pelacrista obliqua da cúspide mesio­vestibular seguida da mesio-lingual, davestíbulo-mediana, da disto-lingual e dadisto-vestibular.

As vertentes triturantes das

cúspides mesio-vestibular, mesio-linguale disto-vestibular terão cada uma apenasum ponto de contato. A crista da cúspidevestíbulo-mediana deverá ter dois pontosde contato: um correspondendo aoterceiro ponto de contenção destacúspide, e o outro pertencente à cúspidemesio-palatino superior. Estes doispontos são obtidos através daindividualização de uma superficie decontato. Em determinados casos os

pontos coincidem, tomando-se um pontocomum para as duas cúspides, a superiore a inferior.

A vertente triturante da cúspide DVpossui também dois pontos de contato:um para a cúspide MP e outro para a DPdo I" molar superior.

a ponto existente na vertentetriturante da cúspide DV é consideradocomum tanto para esta quanto para a DPsuperior, em virtude do seu pequenotamanho quc dificulta a obtenção de doispontos independentes, (fig. 83).

Fcmandcs Nelo, AJ & Silva, MR - Vnlv. Fed_ Uberlândia - 2006 53

Fig 83 - Desenho esquemático da<; cristastransversais oblíquas e vertentes triturantesconcluídas

Procede-se da mesma maneira paracom o 2" molar.

Todos os contatos assinalados na

figura 83 devem ser obtidos, embora nãonecessariamente na mesma posição. aque interessa realmente é que se obtenhasempre o maior número possivel decontatos, que fornecerão no final dotrabalho uma estabilidade definida da

R.C. com contatos trípodes e uma maioreficiência mastigatória. Numera-se todosos contatos na seqUência em que foremsendo obtidos.

No final desta fase o número de

contatos obtidos total de 35, deverá serdevidamente verificado com a aplkaçãode estearato de zinco (talco). Serápossível observar que as cúspidesvestibulares inferiores possuem trêscontatos cada uma, o tripoidismo. Nota­se também, que as cúspides vestíbulo­medianas dos molares possuem doispontos de contatos nas suas c;istastransversais, o quais são dificeis de seremestabelecidos e podem, para a facilidadedo profissional ou do técnico, seremmodificados para outras posições,contanto que mantenham a estabilidadeque se procura enfatizar durante todo odesenvolvimento do trabalho.

Devem ser testados os movimentos

excêntricos, que devem ocorrer semcontatos, havendo uma desoclusãoimediata pela guia canino. Como estestestes são realizados constantemente, é

comum o desgaste da superficie palatinados caninos propiciando uma condição de

Page 20: Enceramento Progressivo

Enceramento progr~ssivo

maior aproximação e contato das estru­turas que estão sendo enceradas. Caso issoocorra, deve-se restituir nos caninos suaforma original, utilizando a mesma cerada escultura. Idealmente, este desgaste éevitado pela confecção de uma guiaanterior personalizada, (fig, 84).

tllillllMlt

Fig.'84 - Relaçào das vertentes tnturantes postero

infet10res com as guias articular e canina.

Para melhor entendimento e

visuali-zação dos contatos jáestabelecidos, estudar o quadro que sesegue, identi-ficando cada contato com arespectiva correspondência no modelosuperior:

18- a vertente triturante distal (oucrista oblíqua) da cúspide disto-lingual do20 pré-molar inferior, oclui com arestalongitudinal mesial da cúspide palatinado 20 pré-molar superior.

19- a vertente triturante distal da

cúspide mésio-vestibu1ar do 10 molarinferior, oclui com a crista secundáriamesial da cúspide mésio-palatina do 10molar superior.

20- a vertente triturante mesial da

cúspide vestíbulo-mediana do 10 molarinferior, oclui com a crista transversal dacúspide mésio-palatina do 10 molarsuperior.

21- a vertente triturante distal da

cúspide mésio-lingual do 1o molarinferior, oclui com a aresta longitudinalmdial da cúspide mésio-palatina do 10molar superior.

Fcrnandcs Neto, AI & Silva, MR- Univ. Fcd Uherlândia~ 2006 54

22- a crista transversal da cúspidevestíbulo-mediana do 10 molar inferior,oclui com a crista transversal da cúspidemésio-palatina do 10molar superior.

23- a crista transversal da cúspidedisto-vestibular do 10 molar inferior,oclui com a crista transversal da cúspidedisto-pa1atina do 10molar superior.

24- a vertente triturante mesial da

cúspide disto-lingual do 10molar inferior,oclui com a aresta longitudinal distal dacúspide mésio-palatina do 10 molarsuperior.

25- a vertente triturante distal da

cúspide disto-lingual do lOmolar inferioroclui com a aresta longitudinal mesial dacúspide disto-palatina do 10 molarsuperior.

26- a vertente triturante mesial da

cúspide disto-vestibular do 10 molarinferior oclui com a vertente triturante

distal da cúspide disto-palatina do 10molar superior.

27- 28- 29- 30- 31- 32- e 33 são

iguais respectivamente aos contatos 20­21- 22- 23- 24- 25- e 26, a diferença éque são no 20 molar.

Preenchimento dos espaços oclusais

Após o enceramento das cristastransversais oblíquas inicia-se a fase dopreenchimento dos espaços oclusais pelaadição de cera e o acabamento das fossas.

Olhando as superfícies oclusaisnesta etapa, notam-se espaços vaziosentre as cristas que devem ser cuidadosa­mente preenchidos, utilizando para issocera verde e o instrumento PKT 2 parafazer a sua colocação, e a cada acréscimode cera, o articulador deve ser fechadopara verificação dos contatos. Se houveralgum excesso, deverá ser removido comum instrumento de escultura (PKT 4),sendo ao mesmo tempo esculpidas ascristas secundárias e os sulcos, em cujo

Enccramento progressivo

fundo as pontas de cúspides não devemtocar.

O preenchimento oclusal é iniciadoa partir da fossa mesial do 2 o pré-molar,dando-lhe as caracteristicas próprias etendo como parâmetro o dente do ladooposto. A seguir são esculpidas asestruturas oclusais distais desse dente,cuja fossa recebe a cúspide funcionalsuperior. Esta cúspide já possui doispontos de contato anteriormenteestabelecidos, devendo receber agora o 30que lhe conferirá estabilidade, e estálocalizado na crista secundária distal da

cúspide vestibular.Nesta fase o dente já deve ter sua

forma odusal definida e regularizada,com os sulcos nitidamente delimitados. A

figura 85 mostra a delimitação dos sulcosprincipais, tanto no sentido mésio-distalquanto vestíbulo-lingual, e apresentatambém a direção dos sulcos secundários.A colocação e a direção dos sulcospodem ser modificadas quandonecessário, para se obter os pontos decontato.

Os sulcos secundários na maioriadas vezes limitam as cristas transversas

oblíquas e secundárias, dando nitidez àanatomia odusal, que é traduzida emeficiência mastigatória.

Fig. 85 - Desenho esquemático da delimitação dos

sulcos A: principais e B: secundários.

O contato n° 34 em relação às estruturasantagonistas, crista secundária distal da

Fcmandes Neto, AI & Silva, MR - Univ. Fed. Ubcrlândia - 2006 55

cúspide vestibular do 20 pré-molarinferior, oclui com a vertente triturantemesial da cúspide palatina do 20 pré­molar superior.

Nos molares o procedimento é omesmo. Para se obter o tripoidismo para acúspide disto-palatina do molar superior,que é de menor tamanho, pode haverpontos de contato comuns, isto é, pontosque são válidos para a estabilidade dacúspide funcional superior e inferior oupontos diferentes, obtidos às custas decristas secundárias. Por exemplo: o ponto26 e o 33 (vertentes triturantes dascúspides DV molares) são pontos comunsàs cúspides disto-vestibulares inferiores edisto-palatinas superiores, que sãocúspides de pequeno porte. Da mesmaforma os pontos 22-23 e 29-30 podemtambém ser pontos comuns. Quando istonão ocorre, pode-se ter o 30 pontolocalizado numa crista secundária.

Porém, vale salientar novamente que oimportante é a obtenção da estabilidadecêntrica através do tripoidismo.

Deve-se verificar novamente todos

os contatos utilizando estearato de zinco,e reconstituir aqueles que por qualquermotivo se perderam.

Ao término desta primeira etapa doexercício consegue-se uma superficieoclusal com cúspides e fossasharmoniosamente relacionadas de acordo

com a dinâmica do sistema mastigatório,figura 86 e 87, de tal forma que se obtémdesoclusão dos dentes posteriores duranteo movimento lateral, e movimentoprotrusivo. Esta desoclusão mantém aescultura protegida dos desgastes pelosmovimentos mandibulares, pois os dentesposteriores não sofrem contato duranteesses movimentos.

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Enceramenloprogressivo FemandesNeto, AJ & Silva, MR - Univ. Fed, Ubcrlãndja- 2006 56

Bibliografia Consultada

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Interamericana, 1984.05- THOMAS. P. K.,TATENO, G.Gnatbological Occlusion. Tokyo: Shorin,1979. 235p.

Características finais do enceramento

progressivo

4. As cúspides linguais sãomenores do que as vestibulares.

5. Os contatos cêntricos devemestar em ambos os lados do arco dentário.

O enceramento não deve estar em supra­oclusão, pois impedirá a oclusão do ladooposto.

Fig. 86 - Enceramento concluído -esquemático. 6. Todas as estruturas posterioresdevem desocl uir nos movimentosexcursivos da mandíbula.

Agora as figuras devem serconvenientemente estudadas e todos os

pontos de contato identificados comaqueles obtidos pelo aluno no exercício.

Fig. 87 - Enceramento concluído

I. As pontas de cúspides são ospontos mais altos, a partir de onde todasas vertentes se inclinam para baixo.

2. As pontas de cúspides funcionaissão projetadas precisamente na fossa doantagonista.

3. As pontas de cúspide funcionaisnão contactam no fundo da fossa (e simno perímetro adjacente).