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Pós -Graduação ENFERMAGEM do Trabalho Palavra Digital Ergonomia

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Pós -Graduação

ENFERMAGEM doTrabalho

Palavra DigitalErgonomia

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Palavra DigitalEnfermagem do Trabalho

DisciplinaErgonomia

Coordenação do CursoAlessandro Formenton

AutoriaFernanda Fujimura

FICHA TÉCNICA

Equipe de Gestão Editorial Flávia Mello Magrini

Análise de ProcessosRenata Galdino Flávia Lopes

Revisão Textual Alexia Galvão Alves Giovana Valente Ferreira Ingrid Favoretto Julio Camillo Luana Mercúrio

DiagramaçãoCélula de Inovação e Produção de Conteúdos

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Como citar esse documento:FUJIMURA, Fernanda K. Ergonomia. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. Disponível em: <www.anhanguera.com>.

Chanceler Ana Maria Costa de Sousa

Reitora Leocádia Aglaé Petry Leme

Pró-Reitor Administrativo Antonio Fonseca de Carvalho

Pró-Reitor de Graduação Eduardo de Oliveira Elias

Pró-Reitor de Extensão Ivo Arcangêlo Vedrúsculo Busato

Pró-Reitora de Pesquisa e PósGraduação Luciana Paes de Andrade

Realização:

Diretoria de Extensão e Pós-Graduação Pedro Regazzo Vanessa Pancioni Claudia Benedetti Mario Nunes AlvesFlavia Magrini

Gerência de Design EducacionalRodolfo PinelliGabriel Araújo

© 2014 Anhanguera Educacional

Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma.

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Índice ÍNDICE

Aula 01: Introdução à Ergonomia, Histórico da Ergonomia e Aparecimento no Brasil, Definições, Objetivos e Competências da Ergonomia

08

Aula 02: Bases da Ergonomia para a Análise Ergonômica do Trabalho (AET) 24

Aula 03: Repetitividade, Força, Vibração, Temperatura e Compressão 42

Aula 04: Estudo do Posto de Trabalho: Enfoque Tradicional e Enfoque Ergonômico 60

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINANesta disciplina, você, aluno, será apresentado à ampla visão da ergonomia, com

seus principais conceitos, definições e aplicações, que servirão como fundamentos para

a orientação técnica das ações na saúde do trabalhador. A perspectiva da ergonomia no

trabalho servirá para garantir a avaliação da saúde do trabalhador com um olhar real sobre

as condições do posto de trabalho, com base na legislação vigente, conforme a norma

regulamentadora 17, inserida na portaria nº 3.751/90.

Dentro desta perspectiva, na primeira aula desta disciplina serão apresentadas as principais

definições, objetivos e competências em ergonomia, abordando o contexto histórico da

evolução da ergonomia, seu aparecimento no Brasil e o contexto atual em que a ergonomia

está inserida.

Em um segundo momento, será introduzida a base para a aplicação da visão ergonômica

na avaliação do trabalho, na qual serão apresentados ferramentas e instrumentos para

sua análise, tornando o trabalho o objeto de estudo da ergonomia e introduzindo os

conhecimentos básicos para a aplicação da análise ergonômica do trabalho.

Na terceira aula, você conhecerá as variáveis repetitividade, força, vibração, temperatura

e compressão e suas implicações no trabalho, com base na legislação vigente e nos

parâmetros aceitáveis destas variações das condições do trabalho.

Na última aula, serão apresentadas as considerações realizadas em um estudo do posto de

trabalho, trazendo os enfoques tradicional e ergonômico, de maneira a analisar a unidade

de trabalho, com suas implicações, sobre a saúde do trabalhador, diagnosticando os

problemas e propondo intervenções viáveis.

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TEMA 01Introdução à Ergonomia, Histórico da Ergonomia e Aparecimento no Brasil, Definições, Objetivos e Competências da Ergonomia

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seçõesLEGENDA DE ÍCONES

9

Início

Pontuando

Referências

Vamos pensar

Gabarito

Verificaçãode leitura

Glossário

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Aula

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01

Introdução à Ergonomia, Histórico da Ergonomia e Aparecimento no Brasil, Definições, Objetivos e Competências da Ergonomia

Objetivos

Você, aluno, já deve ter ouvido falar em ergonomia durante a descrição de um produto que

possui um “design ergonômico”, ou ao ouvir que uma cadeira não é “ergonomicamente” correta.

Para tentar entender o que realmente representam esses termos, esta aula apresentará a

evolução histórica da ergonomia, seus principais conceitos, definições e competências, para

que seja desenvolvido um olhar mais específico na enfermagem do trabalho, garantindo a

real perspectiva na avaliação da saúde do trabalhador.

1. Introdução à Ergonomia

“Uma pessoa continua a trabalhar porque o trabalho é uma forma de diversão. Mas temos de ter cuidado para não deixarmos a diversão tornar-se demasiado penosa.” (Friedrich Nietzsche)

Há muitos séculos que o trabalho tem sido considerado essencial ao ser humano, principalmente

por ser necessário para sua sobrevivência em uma sociedade de consumo, a qual se baseia

prioritariamente na capacidade de aquisição de cada um. E esta tendência faz com que o ser

humano se sacrifique na manutenção de seu trabalho, exigindo-se física e mentalmente, no

intuito de satisfazer a necessidade de trabalhar.

Se você parar para pensar em quantas vezes já ouviu frases como “ele(a) foi trabalhar mesmo

doente” ou “trabalhou até morrer” e ainda “o dia em que parar de trabalhar, ele(a) morre”,

você verá que estas frases são muito comuns, não é mesmo? Estas frases são exemplos de

como o trabalho é visto como primordial na vida das pessoas, que enaltecem o ato de colocar

o trabalho à frente da saúde e cuidados.

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Aula 01 | Introdução à Ergonomia, Histórico da Ergonomia e Aparecimento no Brasil, Definições, Objetivos e Competências da Ergonomia

Sabendo-se que a maior parte da vida das pessoas é dedicada ao trabalho e que cada vez

mais a expectativa de vida aumenta – e consequentemente os anos de trabalho –, é válido

pensar que é preciso ter prazer em trabalhar, ou no mínimo ter boas condições para se

trabalhar por muitos anos. Ao refletir sobre a saúde do trabalhador, é preciso pensar em

muitos âmbitos além do trabalhador e seu posto de trabalho; isso também acontece quando

se fala de ergonomia, que pode ser aplicada nos mais diversos meios e produtos, além

do trabalho. Você pode imaginar que a ergonomia refere-se apenas à cadeira regulável e

confortável ou o design inovador de determinado produto, mas, na verdade, a ergonomia vai

muito além do visual.

A ergonomia aplicada ao trabalho, no conceito da adaptação do trabalho ao homem, ainda é

vista como cara e dispendiosa por muitas empresas e trabalhadores, quando, na verdade, o

benefício da ergonomia a longo prazo é muito maior do que os gastos para sua implantação.

Segundo Couto (1995), a interação adequada e confortável entre o ser humano, as

ferramentas de trabalho e o meio onde trabalha pode ser garantida através da aplicação dos

princípios da ergonomia, podendo ainda melhorar a produtividade, reduzir custos e motivar

os trabalhadores.

A busca pela obtenção de uma receita de ergonomia, uma aplicação generalizada para a

resolução de todos os casos, é um erro comum. Cada caso é um caso na ergonomia, e

somente a experiência nos estudos e análises do trabalho é que garante a aplicação mais

correta da ergonomia.

2. Histórico da Ergonomia e Aparecimento no Brasil

Desde o início da existência humana, a ergonomia faz-se presente mesmo que de forma

inconsciente. O homem sempre buscou formas de adequação de ferramentas e utensílios que

facilitassem seu uso, de forma a garantir conforto e eficiência no manejo destes objetos, como,

por exemplo, os instrumentos arco e flecha, que combinam eficiência, força e destreza. Muito

se desenvolveu na história da ergonomia graças ao empirismo do trabalho, experiências que

fazem com que o homem busque constantemente a melhoria dos objetos que utiliza.

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Até o século XVII, a sociedade era essencialmente agropecuária, sendo o trabalho baseado

na força humana e animal, quando as cidades geralmente dependiam economicamente do

comércio. Com o desenvolvimento da industrialização, no século XVIII, o meio mecânico de

produção passou a ser utilizado após o invento das máquinas a vapor, modificando o modo

de vida dos trabalhadores que migraram em massa para as cidades.

As condições de trabalho durante a industrialização pioraram significativamente devido ao

excessivo número de horas trabalhadas e às condições precárias de trabalho, refletindo numa

tensão social evidente na Europa nesta época, que resultou em aplicações de melhorias das

condições de trabalho e reformas sociais importantes na segunda metade do século XIX.

Durante a segunda Revolução Industrial, no início do século XX, destacaram-se os nomes

de Ford, Fayol e Taylor, que estabeleceram novas formas de produção, efetivando a alta

produtividade nas empresas (CHIAVENATO, 1993).

Durante o desenvolvimento industrial, a lógica para a produção era a adaptação do homem

à máquina, deixando com que os fatores mecânicos da produção ditassem as condições

humanas para seu funcionamento.

As principais características de Frederick Taylor na Administração Científica eram o

pagamento diferenciado pela produção, adaptação do homem ao trabalho, cronometragem

do processo, análise racional do trabalho e técnicas e ferramentas corretas de trabalho, que

visavam a alta produtividade, preconizando o menor tempo possível na produção. Naquela

época, o trabalho detalhado de Taylor na análise de movimentos e tempo ganhou muita

importância para melhoria e aumento do processo produtivo, estabelecendo os conceitos

dos elementos fundamentais do trabalho.

O modelo produtivo de Henry Ford instituiu as linhas de montagens, ritmos de trabalho

determinados pela velocidade da esteira e alienação do trabalhador, determinando os

movimentos específicos à atividade do posto de trabalho a uma só pessoa, fato que provocava

uma alienação física e psicológica nos operários. O método de Fayol consistia na busca pela

eficiência máxima por meio da divisão do trabalho, autoridade, hierarquização e comando.

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Em meados da década de 1970, surge o toyotismo, o modelo japonês da indústria com novas técnicas de gerenciamento, consolidando o Just-in-time, a reorganização do trabalho autônomo, com a aplicação de mão de obra qualificada e multifuncional, a aplicação de base tecnológica embasada na robótica, terceirização do trabalho e controle total da qualidade.

A ergonomia como disciplina surgiu em meados de 1950, primeiramente nos países desenvolvidos industrialmente, e sugeria a consideração do homem que desenvolve as atividades na projeção do posto de trabalho e/ou ferramentas a ser utilizadas, propondo, assim, uma resolução dos problemas desencadeados pela alta produtividade, desenvolvidos por conta da má aplicação dos fundamentos administrativos industriais da época. No entanto, até os dias de hoje, muitos fabricantes que ainda desconhecem os princípios da ergonomia, persistem na manutenção de equipamentos inadequados ao trabalho humano.

Assim como nos demais países, o desenvolvimento da ergonomia no Brasil normalmente advém de pressões, sejam econômicas, políticas ou sociais, com a participação sindical. No entanto, outro fator desenvolvedor da ergonomia são as evidentes lesões osteomusculares relacionadas ao trabalho, causando prejuízos à produção e à saúde do trabalhador, e que comumente levam à sua incapacidade, gerando processos de indenização pelo dano causado pelo trabalho.

Portanto, a aplicação de soluções ergonômicas costuma ser mais barata do que os custos relacionados às conseqüências dos danos causados pela não ergonomia no trabalho.

3. Definições, Objetivos e Competências da Ergonomia

3.1. Definições e Objetivos da Ergonomia

O termo Ergonomia deriva das palavras gregas ergos (trabalho) e nomos (regras, normas,

leis). A definição da Ergonomia pode ser resumida em poucas palavras: o estudo para a

adaptação do trabalho ao homem, e não o contrário.

Em agosto de 2000, a Associação Internacional de Ergonomia (IEA) determinou o conceito

de ergonomia como “a disciplina científica que estuda as interações entre os seres humanos

e outros elementos do sistema, e é uma profissão que aplica teorias, princípios, dados e

métodos a projetos que visem otimizar o bem-estar humano e o desempenho global de

sistemas” (ABERGO, 2005).

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Segundo Couto (2002), a ergonomia é o trabalho ajustado ao ser humano de forma confortável e produtiva, utilizando o conhecimento interdisciplinar de tecnologia e ciência, basicamente procurando adaptar o trabalho às pessoas.

Baseando-se nestes conceitos, o objetivo geral da ergonomia no trabalho é atuar no desenvolvimento do processo de trabalho e suas ferramentas, adaptando-os ao ser humano de forma confortável, segura e eficiente, reduzindo o desenvolvimento de doenças relacionadas às condições do trabalho, cansaço, absenteísmo e acidentes no trabalho, e levando em consideração a singularidade das pessoas. Pode-se dizer que o objetivo específico da ergonomia é a adaptação do trabalho ao homem.

Muitas pessoas acham normal sentir uma dor em algum local do corpo após um dia de trabalho, ou até reconhecem dizendo: “estou com esta dor devido ao peso que peguei de mau jeito”, e muitas vezes atribuem à idade a dor persistente após a jornada de trabalho.

Segundo essa lógica, é realmente difícil introduzir a importância da mudança de posturas e condutas visando à melhora da saúde e prevenção de doenças relacionadas ao trabalho.

Para uma melhor compreensão dos objetivos da ergonomia, observe suas classificações a seguir:

• Ergonomia de concepção: utilizada para o desenvolvimento do projeto de postos de trabalho, ferramentas e instrumentos, máquinas e sistemas de produção, interferindo na concepção das organizações do trabalho e formação de pessoal.

• Ergonomia de correção: atua de maneira a modificar elementos parciais do posto de trabalho, tais como iluminação, ruído, temperaturas, dimensões, dentre outros.

• Ergonomia de conscientização: atua na conscientização do colaborador quanto à importância da adesão às práticas ergonômicas e/ou quanto ao uso adequado de ferramentas do posto de trabalho, para que se beneficie dos resultados obtidos a partir de uma boa postura, pausas, ginástica laboral e do correto uso de mobiliários e equipamentos.

• Ergonomia de participação: através de um comitê interno de ergonomia, representantes da empresa e dos colaboradores elaboram e implementam ferramentas para a conscientização quanto à ergonomia de forma realista e acessível, englobando todos os envolvidos no processo de trabalho.

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3.2. Competências e Aplicações da Ergonomia

De acordo com a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO, 2005), sendo a

ergonomia uma disciplina multifatorial, é preciso que se tenha uma abordagem sistêmica

para a compreensão do trabalho, intervindo em todos os aspectos que podem ser definidos

como domínios da ergonomia, sendo eles:

• Ergonomia física: levam-se em consideração as características físicas e biomecânicas

do ser humano, como antropometria, anatomia e fisiologia. Neste domínio, os tópicos

relevantes do estudo incluem a postura no trabalho, manuseio de carga, distúrbios

osteomusculares relacionados ao trabalho, movimentos repetitivos, projeto do posto de

trabalho e saúde e segurança no trabalho.

• Ergonomia cognitiva: refere-se aos processos mentais que influem nas interações

entre os seres humanos e o sistema, como a memória, raciocínio, percepção e resposta

motora. Nesta perspectiva, incluem-se os estudos da carga mental do trabalho, estresse,

tomada de decisões, resolução de conflitos, desempenho especializado, treinamentos e

interação homem-máquina.

• Ergonomia organizacional: remete às estruturas organizacionais, processos e

políticas dos sistemas sociotécnicos, estudando os tópicos da comunicação, organização

do tempo do trabalho, trabalho cooperativo, projeto participativo, gestão da qualidade,

cultura organizacional, entre outros aspectos.

A ergonomia não é uma ciência de aplicação isolada e deve contar com a participação e

compartilhamento de conhecimentos dos diversos profissionais inseridos na empresa,

inclusive (e principalmente) do colaborador que realiza a atividade o trabalho. Dentre os

profissionais envolvidos no desenvolvimento do trabalho ergonômico estão: engenheiro

de segurança do trabalho e de produção, enfermeiro do trabalho, fisioterapeuta, médico

do trabalho, programador do controle de produção, desenhista industrial, assistente social,

educadores físicos, técnicos de segurança do trabalho, entre outros profissionais que possam

contribuir para a aplicação da ergonomia no trabalho de forma realista e prevencionista.

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Você já deve ter ouvido as pessoas reclamarem de dores após um dia inteiro de trabalho, ou após

realizarem alguma atividade que requer um grande esforço, seja físico ou mental, não é mesmo?

Muitas profissões exigem tarefas de alto esforço físico e/ou mental, que muitas vezes são

consideradas inerentes ao trabalho, sem possibilidade de redução deste esforço e/ou eliminação

deste risco, sujeitando o trabalhador a permanecer em uma situação que prejudica sua saúde.

Na área da enfermagem, especialmente, esta queixa de trabalhadores é frequente e está

relacionada ao esforço desempenhado no carregamento de peso ou alturas inadequadas de

mobiliários para assistência, causando principalmente algias vertebrais (ALEXANDRE, 1998).

No Brasil, a ergonomia é prevista na norma

regulamentadora NR-17, determinada pela

portaria nº 3.214 de 08/06/1978 do Ministério do

Trabalho e modificada pela portaria nº 3.751 de

23/08/1990 e seus anexos I e II.

Esta norma estabelece parâmetros mínimos

que permitam a adaptação das condições de

trabalho às características psicofisiológicas

dos trabalhadores, de forma a garantir o

conforto, segurança e desempenho eficiente.

As condições de trabalho abordadas nesta NR

incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao

mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria

organização do trabalho.

Inicialmente, a aplicação da ergonomia restringia-se à indústria e aos setores militar e

aeroespacial, no entanto, conforme você pôde observar, sua aplicação foi expandida para os

mais diversos setores da economia, tais como serviços, agricultura, indústrias, construção civil

e na vida diária e doméstica, visando aprimorar técnicas, produtos e processos no cotidiano

dos trabalhadores.

Saiba MaisO trabalho dos operadores de checkouts e de teleatendimento é previsto nos anexos I e II, respectivamente, da NR-17, em que se especificam as condições de trabalho para estas profissões, abordando os aspectos de condições ambientais, organização do trabalho, mobiliário do posto de trabalho, instrumentos e ferramentas de trabalho, a capacitação do trabalhador para estas funções, condições sanitárias e planejamento da manutenção da saúde destes trabalhadores.

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Vamos pensar

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Enumere os prós e contras encontrados na aplicação dos conceitos de ergonomia na

realidade do seu trabalho.

• A ergonomia é definida como a adaptação do trabalho ao homem.

• O trabalho é considerado inevitável para a sobrevivência do ser humano, visto que é

através dele que os bens e serviços são adquiridos.

• As pessoas passam a maior parte de suas vidas trabalhando, portanto, faz-se

necessário um ambiente de trabalho que proporcione boas condições e previna riscos de

desenvolvimento de doenças relacionadas ao trabalho.

• O desenvolvimento de ações de ergonomia nas empresas ainda é visto como um

investimento caro e de longo prazo, o que muitas vezes desestimula as implantações

destas medidas.

• Historicamente, a ergonomia surgiu em meio à industrialização, com a aplicação de

conceitos que visavam a alta produtividade, estudando o trabalhador para a maximização

de seu trabalho.

• O taylorismo caracteriza-se pela análise racional do trabalho, cronometrando as

atividades do trabalhador e desenvolvendo meios corretos de produção.

• O fordismo tem como principal característica a linha de produção, na qual a esteira

determina o ritmo de produção do trabalhador, que tem seu trabalho limitado à atividade

específica.

• O modelo japonês, o toyotismo, estabelece a multifuncionalidade do trabalhador que

produz apenas o necessário em alta qualidade, com o auxílio da aplicação da robótica.

Pontuando

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• As linhas de estudos que direcionam o desenvolvimento das aplicações ergonômicas

no ambiente de trabalho são classificadas como francesas e americanas.

• O objetivo da ergonomia é desenvolver meios para adaptar os processos de trabalho

ao ser humano, sendo classificada em ergonomia de concepção, de correção, de

conscientização e de participação.

• Existem diversos profissionais ligados à questão ergonômica, relacionados à saúde, ao

projeto de máquinas e equipamentos ou à organização do trabalho.

• A ergonomia pode ser envolvida nos domínios físico, cognitivo e organizacional.

• A legislação aplicada à ergonomia é a norma regulamentadora 17 e seus anexos I e II.

Pontuando

Empirismo: teoria do conhecimento que afirma que o conhecimento vem apenas, ou principalmente, a partir da experiência sensorial.

Just-in-time: expressão que traduz o conceito de produção apenas daquilo considerado necessário, reduzindo estoques.

Prevencionista: movimento ou planejamento de ações preventivas, desenvolvimento de programas e treinamento de prevenção e promoção da saúde e segurança.

Glossário

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Verificaçãode leitura

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuestão 1

Selecione a alternativa que contém a

definição correta da ergonomia.

a) Avaliação das atividades rotineiras fora do ambiente do trabalho.

b) Estudo para a adaptação do homem ao trabalho.

c) Estudo das medidas do ser humano.

d) Estudo para a adaptação do trabalho ao homem.

e) Medida das distâncias entre os postos.

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuestão 2

O pagamento diferenciado pela produção,

adaptação do homem ao trabalho,

cronometragem do processo, análise

racional do trabalho e técnicas e ferramentas

corretas de trabalho, que visam atingir uma

alta produtividade, preconizando o menor

tempo possível na produção, caracterizam

qual teoria de administração?

a) Comunismo.

b) Toyotismo.

c) Fordismo.

d) Teoria de Fayol.

e) Taylorismo.

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuestão 3

A classificação da ergonomia quanto ao

objetivo de utilização para o desenvolvimento

de projetos refere-se à:

a) Ergonomia de correção.

b) Ergonomia de participação.

c) Ergonomia de conscientização.

d) Ergonomia de concepção.

e) Ergonomia de ligação.

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuestão 4

A abordagem sistêmica da compreensão

do trabalho leva em consideração alguns

domínios da ergonomia, sendo considerada

a ergonomia física:

a) A consideração por aspectos físicos e biomecânicos do ser humano.

b) Os processos mentais que influem nas interações entre o ser humano e o sistema.

c) Utilização da memória, raciocínio, percepção e resposta motora.

d) A consideração das estruturas organizacionais, processos e políticas dos sistemas sociotécnicos.

e) O estudo da comunicação, organização do tempo do trabalho, cultura organizacional, projeto participativo, entre outros aspectos.

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INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuestão 5

A norma regulamentadora 17, determinada

pela portaria nº 3.214/78, estabelece:

a) Parâmetros mínimos que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores.

b) As diretrizes básicas para a implantação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde.

c) Parâmetros mínimos que selecionam o trabalhador adaptado para a realização do trabalho.

d) Medidas antropométricas necessárias para a adaptação do homem à máquina.

e) A obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.

Verificação de Leitura

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ERGONOMIA (ABERGO). O que é ergonomia? 2005. Dis-ponível em: <http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia>. Acesso em: 2 maio 2014.

ALEXANDRE, N. M. C. Aspectos ergonômicos relacionados com o ambiente e equipamen-tos hospitalares. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 6, n. 4, p. 103-109, outubro 1998.

ALEXANDRE, N. M. C. Movimentação e transferência de pacientes: aspectos posturais e ergonômicos. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 34, n. 2, p. 165-73, jun. 2000.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978. Norma regulamentadora 17 – Ergonomia. Legislação do Ministério do Trabalho e Emprego. Brasília, DF. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BE-FBAD7064803/nr_17.pdf>. Acesso em: 2 maio 2014.

CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. 4. ed. São Paulo: Makron, 1993.

COUTO, H. A. Ergonomia aplicada ao trabalho em 18 lições. Belo Horizonte: Ergo, 2002.

Referências

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Referências

Questão 1

Resposta: Alternativa D.

Resolução: O objetivo geral da ergonomia no trabalho é atuar no desenvolvimento do

processo de trabalho e suas ferramentas, adaptando-os ao ser humano de forma confortável,

segura e eficiente, reduzindo o desenvolvimento de doenças relacionadas às condições do

trabalho, cansaço, absenteísmo e acidentes no trabalho, considerando-se a singularidade

das pessoas. Pode-se dizer, então, que o objetivo específico da ergonomia é a adaptação do

trabalho ao homem.

Gabarito

_____. Ergonomia aplicada ao trabalho: manual técnico da máquina humana. v. 1. Belo Ho-rizonte: Ergo, 1995. 353 p.

FALZON, P. Ergonomia. São Paulo: Blücher, 2007.

GUERIN, F. et al. Compreender o Trabalho para Transformá-lo. A Prática da Ergonomia. São Paulo: Blücher, 2001.

GRANDJEAN, E.; KROEMER K. H. E. Manual de Ergonomia: Adaptando o Trabalho ao Homem. São Paulo: Bookman, 2005.

IIDA, I. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo: Blücher, 2005.

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Questão 2

Resposta: Alternativa E.

Resolução: Na época em que foi publicado, o trabalho detalhado de Taylor na análise de

movimentos e tempo foi muito importante para a melhoria e aumento do processo produtivo,

estabelecendo os conceitos dos elementos fundamentais do trabalho, caracterizando-se por

pagamentos diferenciados pela produção, adaptação do homem ao trabalho, cronometragem

do processo, análise racional do trabalho e técnicas e ferramentas corretas de trabalho que

visavam atingir uma alta produtividade no menor tempo.

Questão 3

Resposta: Alternativa D.

Resolução: A ergonomia de concepção é utilizada para o desenvolvimento do projeto de

postos de trabalho, ferramentas e instrumentos, máquinas e sistemas de produção, bem

como interfere na concepção das organizações do trabalho e formação de pessoal.

Questão 4

Resposta: Alternativa A.

Resolução: Ergonomia física: levam-se em consideração as características físicas e

biomecânicas do ser humano, como antropometria, anatomia e fisiologia. Neste domínio, os

tópicos relevantes do estudo incluem a postura no trabalho, manuseio de carga, distúrbios

osteomusculares relacionados ao trabalho, movimentos repetitivos, projeto do posto de

trabalho e saúde e segurança no trabalho.

Gabarito

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23

Gabarito

Questão 5

Resposta: Alternativa A.

Resolução: Esta norma estabelece parâmetros mínimos que permitam a adaptação das

condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de forma a

garantir o conforto, segurança e desempenho eficiente, incluindo aspectos relacionados

ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos, às

condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho.

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24

TEMA 02Bases da Ergonomia para a Análise Ergonômica do Trabalho (AET)

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LEGENDA DE ÍCONES

25

seções

25

Início

Pontuando

Referências

Vamos pensar

Gabarito

Verificaçãode leitura

Glossário

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Aula

26

02

Bases da Ergonomia para a Análise Ergonômica do Trabalho (AET)

Objetivos

O objetivo desta aula é apresentar os conhecimentos básicos aplicáveis à Análise

Ergonômica do Trabalho (AET), suas metodologias de avaliação e ferramentas para a

obtenção de informações específicas do trabalho, apresentando os conhecimentos básicos

para a aplicação da análise ergonômica do trabalho.

Introdução

A abordagem do trabalho na análise ergonômica é centrada na atividade do trabalhador,

na qual são confrontados o trabalho projetado e as condições para sua execução. Conforme

Guerin et al. (2001), é uma abordagem do trabalho voltada à concepção e transformação de

meios técnicos e organizacionais, que suscita questões sobre o funcionamento do homem no

trabalho.

Esta análise do trabalho baseia-se na norma regulamentadora nº 17 e se aplica à ergonomia

de forma abrangente, sendo que sua aplicação comumente está ligada à ergonomia corretiva,

em que o trabalho é analisado conforme a tarefa que já é executada no posto de trabalho,

estudando os postos de trabalho no intuito de detectar os riscos ocupacionais e oferecer

soluções viáveis para a minimização e possível eliminação destes.

As lesões físicas e transtornos psicofisiológicos normalmente são alvos das demandas por

análises ergonômicas, no intuito de identificar os riscos que levam a estes agravos na saúde,

os quais resultam em prejuízos ao trabalhador e à empresa.

Segundo esta norma regulamentadora, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica

do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho, com o objetivo

de avaliá-las de acordo com as características psicofisiológicas dos trabalhadores, mantendo

a imparcialidade quanto à realidade do trabalho, e reportando as condições concretas do

objeto analisado.

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A análise ergonômica do trabalho possibilita a observação das exigências e condições reais da tarefa realizada pelo colaborador e, principalmente, contribui para a modificação significativa dos fatores prejudiciais à saúde deste trabalhador relacionados ao trabalho prescrito e ao trabalho real. Para que se possam analisar todos os fatores envolvidos no desenvolvimento do trabalho, é preciso caracterizá-lo de forma realista, equiparando-o à realidade das características dos trabalhadores, sendo também necessário considerar os sistemas técnico-organizacionais em que estão envolvidos.

Observe, a seguir, as abordagens realizadas pela análise ergonômica do trabalho: com enfoque na Microergonomia e Macroergonomia.

Segundo Couto (1995), a análise ergonômica do trabalho deve abordar, de forma abrangente, as características do ambiente, do método do trabalho e do sistema de trabalho, além de uma análise cognitiva do trabalho. Portanto, a abordagem mais eficaz na avaliação do trabalho é a macroergonomia, que não se limita ao posto de trabalho e à atividade do trabalhador.

O desenvolvimento da análise ergonômica requer avaliações que garantam uma proximidade à realidade do trabalho e às condições do ambiente. Para tal, são utilizados recursos inerentes à observação do analista, que complementam seu estudo com dados objetivos e/ou subjetivos.

1. Conceito Básico de Antropometria

Uma ferramenta utilizada na análise ergonômica e estudos dos postos de trabalho é a antropometria, que estuda as dimensões humanas, relacionando-a com a ergonomia, de forma a conceber a perspectiva real da adaptação do trabalho ao homem.

Muitas variáveis inerentes ao ser humano são estudadas na antropometria, fazendo com que a projeção dos postos de trabalho considere efetivamente as medidas humanas para sua concepção e manutenção. Existem as variações de medidas entre os sexos, variações intraindividuais, variações étnicas, dentre outras diferenças mensuráveis quando se pensa na diversidade do corpo humano.

Aula 02 | Bases da Ergonomia para a Análise Ergonômica do Trabalho (AET)

Saiba MaisLeia o artigo de RODRIGUEZ-AÑEZ, Ciro Romelio. A Antropometria e sua Aplicação na Ergonomia. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano, Florianópolis, v. 3, n. 1, p. 102-108, 2001.

Disponível em: <http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/rbcdh/article/view/3966/16871>. Acesso em: 29 maio 2014.

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Esta ferramenta ajuda na aplicação da ergonomia, levando em consideração os percentis atendidos na população-alvo, projetando postos de trabalhos e análises ergonômicas coerentes com a realidade.

2. Conceito Básico de Biomecânica

O sistema osteomuscular do corpo humano é capaz de realizar movimentos de grande

velocidade e amplitudes; no entanto, não pode ser comparado a uma máquina. Os músculos

têm as características de força, flexibilidade, agilidade, potência, agilidade, velocidade,

resistência, equilíbrio e coordenação, segundo afirma Couto (1995).

Os esforços estáticos e dinâmicos requerem dos músculos demandas energéticas supridas

pela circulação sanguínea saturada de oxigênio e açúcar, possibilitando o movimento ou

a manutenção de um posicionamento. Na ausência desta nutrição, os músculos entram

rapidamente em fadiga devido ao acúmulo de ácido lático e outros metabólitos, substâncias

tóxicas ao tecido, dificultando seu funcionamento.

A biomecânica do corpo humano pode ser considerada como um sistema de alavancas,

em que ossos, tendões, músculos e articulações interagem para o desempenho efetivo dos

movimentos.

As situações que sobrecarregam este sistema de alavancas, exigindo grande esforço do

sistema osteomuscular, podem desencadear problemas agudos ou crônicos no trabalhador,

comprometendo, assim, o melhor desempenho deste sistema na realização das atividades

do trabalho.

3. Metodologias de Avaliação e Ferramentas para a Análise Ergonômica do Trabalho

Para a realização de uma avaliação do trabalho a partir de uma perspectiva ergonômica,

existem metodologias aplicáveis, as quais apresentam ferramentas que fornecem dados

complementares à observação, favorecendo a credibilidade da avaliação.

Aula 02 | Bases da Ergonomia para a Análise Ergonômica do Trabalho (AET)

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É preciso ressaltar que não há uma metodologia específica ou um modelo de avaliação

pronto para aplicação, sendo que a escolha da aplicação das ferramentas necessárias para

uma melhor projeção pode ficar a critério do avaliador e do trabalho avaliado. No entanto,

é preciso manter a imparcialidade durante a análise ergonômica, aplicando as ferramentas

necessárias de modo a não distorcer a realidade analisada.

Frequentemente, são utilizadas metodologias para facilitar a análise do trabalho, como a

fotografia e a filmagem do processo de trabalho, garantindo, assim, a análise contínua, por

meio dos registros dos movimentos e posturas adotadas no trabalho.

3.1. Avaliação Qualitativa

Este tipo de avaliação leva em consideração a observação do analisador e as referências do trabalho feitas pelo próprio trabalhador e sua coletividade, por meio da aplicação de listas de verificação (checklists), questionários e entrevistas.

Checklists

Normalmente, são instrumentos de fácil utilização e de ampla abrangência quanto aos fatores analisados. Conforme Couto (1995), os checklists exigem que o observador pesquise todos os itens previamente propostos sem se esquecer de nenhum deles. No entanto, limita-se à especificação do fator analisado, padronizando sua análise, permitindo ver apenas o que já é conhecido. Lima (2000) afirma: “O que se ganha em facilidade e amplitude, perde-se em acuidade e profundidade”.

Checklist de Couto

É uma avaliação simplificada do fator biomecânico para o desenvolvimento de lesões musculoesqueléticas de membros superiores. É formado por um questionário de 25 questões, divididas em seis grupos, que envolvem: sobrecarga física, força com as mãos, postura no trabalho, posto de trabalho e esforço estático, repetitividade e organização do trabalho e

LinkAcesse o formulário de Checklist de Couto no link a seguir: ERGO. Assessoria e Consultoria em Saúde Ocupacional. Checklist de Couto. Disponível em: <http://www.ergoltda.com.br/downloads/checklist_couto.pdf>. Acesso em: 29 maio 2014.

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ferramenta de trabalho. A somatória de pontos para as respostas dadas (um ponto para “sim” e zero para “não”) pode classificar a atividade como: risco biomecânico ausente, improvável, risco presente ou alto risco. Além disso, é possível descrever os fatores ergonômicos externos e os fatores que descrevem as dificuldades, desconforto e fadiga observados.

Diagrama de Corlett

Em 1976, Corlett e Bishop criaram uma avaliação de desconforto postural, que consiste em

um mapa de regiões corporais, questionamentos a respeito do desconforto em cada região

e possíveis respostas, como “nenhum”, “algum”, “moderado”, “bastante” e “extremo”. O

colaborador ou analista deve assinalar a região e o número, de 1 a 5, que indique a intensidade

de desconforto/dor sentida pelo colaborador para a realização do trabalho. O mesmo deve

indicar em quais regiões sente desconforto/dor, durante ou após a jornada de trabalho, e em

qual lado (direito ou esquerdo).

Figura 1: Diagrama de Corlett. (Fonte: Adaptado de Falcão, 2007).

Aula 02 | Bases da Ergonomia para a Análise Ergonômica do Trabalho (AET)

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Escala Psicofísica de Borg (1998)

Representa uma escala subjetiva da sensação/percepção do esforço despendido durante a

realização de determinada atividade. A escala é graduada de zero (ausência de esforço) a

dez (esforço extremamente intenso).

Questionários

O uso de questionários abertos atende às dúvidas imediatas do analisador que busca

caracterizar a população trabalhadora e realizar um levantamento socioeconômico e

epidemiológico indireto. Assim, é possível levantar questionamentos sobre a realidade do

trabalho, envolvendo sua organização e apresentando a visão do trabalhador.

Entrevistas

Para a realização da avaliação qualitativa, também podem ser utilizadas entrevistas

relacionadas ao trabalho realizado, nas quais o entrevistado tem a liberdade de elaborar

sua própria explicação sobre a atividade que desempenha e suas observações. Com esta

ferramenta, é possível comparar a atividade prescrita à atividade realizada. No entanto, vale

ressaltar que o diagnóstico isolado das entrevistas recupera apenas as queixas relatadas

pelos trabalhadores no momento da entrevista, podendo limitar a análise da atividade. Sendo

assim, recomenda-se a utilização conjugada da observação direta e da entrevista.

Técnicas para entrevistas ergonômicas também podem ser desenvolvidas para que se

mantenha a fidedignidade das mesmas, colaborando na coleta de dados importantes para a

análise do trabalho.

3.2. Avaliações Semiquantitativas

Neste tipo de avaliação, os dados adquiridos em questionários e checklists são convertidos

em escalas numéricas ou gráficos.

Existem vários instrumentos utilizados neste tipo de análise, sendo os principais o OWAS

(Ovaco Working Posture Analysing System) e o SI (Strain Index).

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OWAS

Este método surgiu com o intuito de definir os movimentos corporais quanto à sua localização,

inclinação, rotação e elevação, analisando a atividade e postura, integrando, no total, 84

posturas de trabalho, no nível do tronco, membros superiores e inferiores (KARHU, 1977).

Geralmente, na utilização da ferramenta OWAS, utiliza-se do recurso de fotografia e filmagem

para a análise da postura, sendo que as intensidades foram classificadas em quatro classes

de acordo com a necessidade de intervenção:

• Classe 1: postura normal que dispensa cuidados, a não ser em casos excepcionais.

• Classe 2: postura que deve ser verificada durante a próxima revisão rotineira dos

métodos de trabalho.

• Classe 3: postura que merece atenção a curto prazo.

• Classe 4: postura que merece atenção imediata.

SI

Este tipo de análise semiquantitativa avalia o índice de esforço na tarefa, classificando

funções, ambientes de trabalho e os riscos associados ao desenvolvimento de distúrbios

osteomusculares relacionados ao trabalho, quantificando a intensidade do esforço, sua

duração por ciclo, frequência por minuto, postura mão/punho, velocidade de trabalho e

duração diária da tarefa (MOORE, 1995). O risco de DORT (Distúrbios Osteomusculares

Relacionados ao Trabalho) é analisado de forma quantitativa por meio desta ferramenta,

podendo ser utilizada conjuntamente à escala de Borg.

O SI é um instrumento para analisar o posto de trabalho quanto ao seu risco de lesões,

resultando em um dado numérico. Esta análise se propõe a avaliar todos os segmentos

dos membros superiores, no entanto, observa, principalmente, critérios para a avaliação das

posturas das mãos.

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3.3. Avaliações Quantitativas

Para a realização da avaliação quantitativa a partir da análise do trabalho, utilizam-se as seguintes ferramentas:

RULA (Rapid Upper Limb Assessment)

O instrumento RULA permite priorizar intervenções, com base epidemiológica da incidência, a partir das observações do trabalho, avaliando as posturas assumidas no local de trabalho, as forças exercidas e as cargas que impactam o organismo humano, por meio da utilização de diagramas posturais e três tabelas de pontuação.

Para a análise da prevalência das lesões osteomusculares, a investigação inclui variáveis antropométricas e fatores pessoais, organização do trabalho, condições ambientais e características da tarefa e equipamentos, além de identificar as principais queixas através de formulário com escore.

OCRA (Occupational Repetitive Actions)

A ferramenta de análise OCRA calcula o limite de ações técnicas recomendadas e o índice de exposição de membros superiores. (COLOMBINI et al., 1996).

Segundo o autor, esta ferramenta avalia e quantifica os fatores de risco na atividade de trabalho e calcula um índice de exposição a partir da realidade do trabalho e dos fatores preconizados pelo instrumento como recomendáveis no ambiente de trabalho.

Dentre os fatores analisados nesta abordagem, destacam-se: o tempo de duração do trabalho, a frequência de ações técnicas executadas, a força empregada pelo operador, as posturas inadequadas dos membros superiores, a repetitividade e a carência de períodos de recuperação fisiológica.

REBA (Rapid Entire Body Assessment)

O REBA é um método quantitativo que estima a intensidade da força, da carga e da “pega”, para aplicação de todo o corpo, analisando o trabalho dos membros superiores e atividades repetitivas, verificando o trabalho estático e dinâmico ou regiões nas quais existam grandes alterações posturais na realização da atividade (HIGNETT; MCATAMNEY, 2000).

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NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health)

Equação desenvolvida pelo National Institute for Occupational Safety and Health para

avaliar a manipulação de cargas no trabalho, no intuito de identificar os riscos de lombalgia

devido à manipulação de cargas. Esta equação foi desenvolvida considerando os critérios

biomecânicos, fisiológicos e psicofisiológicos.

A avaliação biomecânica considera que, durante o levantamento de cargas, existe uma

compressão discal lombal e sacral e que o valor desta compressão não deve passar de 3,4

kN, que equivale a 23 kg de carga manipulada.

Também integram a análise quantitativa as ferramentas de análise específica para a

medição da intensidade da força exercida pelo trabalhador, podendo ser utilizadas a

eletromiografia de superfície e/ou dinamometria, que permite a quantificação e

comparação com os limites de tolerância conhecidos.

Como a análise ergonômica do trabalho pode contribuir para a prevenção dos distúrbios

osteomusculares relacionados ao trabalho? Analise as ferramentas utilizadas para a

verificação destas lesões.

Vamos pensar

Aula 02 | Bases da Ergonomia para a Análise Ergonômica do Trabalho (AET)

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Pontuando

• A análise ergonômica é centrada na atividade do trabalhador e confronta o trabalho projetado

às condições para sua realização.

• Comumente, a análise do trabalho está ligada à ergonomia de correção.

• Todos os fatores envolvidos no processo de trabalho deverão ser estudados na análise

ergonômica.

• A análise ergonômica pode ser abordada por meio da microergonomia ou da macroergonomia.

• A antropometria corresponde ao estudo de medidas do ser humano para a aplicação eficaz

da ergonomia.

• A biomecânica corporal deve ser considerada na análise das atividades desenvolvidas, por

meio do estudo das características do sistema de alavancas.

• As metodologias de avaliação ergonômica do trabalho são: avaliação qualitativa, avaliação

semiquantitativa e avaliação quantitativa.

• As principais ferramentas utilizadas na avaliação qualitativa são: checklists, questionários e

entrevistas.

• Para a realização das avaliações semiquantitativas, podem ser utilizados os instrumentos

de OWAS e SI.

• Os instrumentos utilizados na avaliação quantitativa são: OCRA, REBA, NIOSH e RULA,

além da utilização da eletromiografia e a dinamometria.

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Glossário

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuestão 1

Segundo a NR-17, quanto à análise ergonômica

do trabalho:

a) Cabe ao empregador realizá-la, devendo abordar, no mínimo, as condições de trabalho, avaliando-as de acordo com as características psicofisiológicas dos trabalhadores e mantendo a imparcialidade frente à realidade do trabalho.

b) Cabe ao trabalhador somente analisar suas dificuldades de realização das tarefas devido às doenças relacionadas ao trabalho.

c) Cabe ao empregador realizar somente a análise ergonômica mediante solicitação jurídica.

d) Cabe ao empregado se expor aos riscos expostos no trabalho para análise ergonômica.

e) Cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, a qual deve abordar as condições de trabalho segundo a visão da empresa.

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuestão 2

Qual abordagem realizada pela análise

ergonômica do trabalho é baseada no estudo

dos postos de trabalho?

a) Microergonomia.

b) Macroergonomia.

c) Fisiologia do trabalho.

d) Checklist funcional.

e) Análise antropométrica.

Eletromiografia de superfície: é um exame não invasivo que visa avaliar a atividade

muscular através do registro da atividade elétrica das contrações, estimando a força

produzida pelo músculo e o tempo para sua ativação de contração.

Microergonomia: baseia-se na análise dos postos de trabalho.

Macroergonomia: compreende os aspectos organizacionais do trabalho, levando em

consideração os fatores ambientais, organizacionais e humanos no trabalho.

Verificaçãode leitura

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INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuestão 3

O instrumento de checklist de Couto:

a) Define os movimentos corporais quanto à sua localização, inclinação, rotação e elevação, analisando a atividade e postura.

b) Avaliação de desconforto postural por meio do mapa de regiões corporais.

c) Representa uma escala subjetiva da sensação/percepção do esforço em determinada atividade.

d) É uma avaliação simplificada do fator biomecânico para o desenvolvimento de lesões musculoesqueléticas de membros superiores.

e) Avalia a manipulação de cargas no trabalho.

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuestão 4

A antropometria pode ser definida como:

a) O estudo das avaliações quantitativas.

b) O estudo dos aspectos organizacionais do trabalho.

c) O conceito da microergonomia aplicada.

d) O estudo das dimensões humanas relacionadas à ergonomia.

e) Uma ferramenta que estuda as dimensões humanas, relacionando-as à ergonomia.

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuestão 5

Faz parte das ferramentas para avaliação

quantitativa, exceto:

a) RULA (Rapid Upper Limb Assessment).

b) OCRA (Occupational Repetitive Actions).

c) OWAS (Ovaco Working Posture Analysing

System).

d) NIOSH (National Institute for Occupational

Safety and Health).

e) Eletromiografia de superfície.

Verificação de Leitura

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Referências

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BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978. Norma regulamentadora 17 – Ergonomia. Legislação do Ministério do Trabalho e Empre-go. Brasília, DF. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E-6012BEFBAD7064803/nr_17.pdf>. Acesso em: 21 maio 2014.

BORG, G. Borg’s perceived exertion and pain scales. Champaign: Human Kinetics, 1998.

COUTO, H. A. Ergonomia aplicada ao trabalho: manual técnico da máquina humana. v. 1. Belo Horizonte: Ergo, 1995. 353p.

COLOMBINI, D. OCCHIPINTI, E. Proposal of a concise index for the evaluation of the exposure to repetitive movements of the upper extremity (OCRA index). La Medicina del Lavoro, n. 87, p. 526-548, 1996.

CORLETT, E. N.; BISHOP, R. P. A technique for assessing postural discomfort. Ergono-mics, n. 29, p. 281-283, 1976.

FALCÃO, F. S. Métodos de avaliação biomecânica aplicados a postos de trabalho no polo industrial de Manaus (AM): uma contribuição para o design ergonômico. Dissertação (Mestrado em Desenho Industrial). – UNESP, Bauru, 2007.

GUERIN, F. et al. Compreender o Trabalho para Transformá-lo. A Prática da Ergonomia. São Paulo: Blücher, 2001.

HIGNETT, S.; MCATAMNEY. Rapid entire body assessment (REBA). Applied Ergonomics, n. 31, p. 201-205, 2000.

KARHU, O.; KANSI, P.; KUORINKA, I. Correcting working postures in industry: a practical method for analysis. Applied Ergonomics, n. 8, p. 199-201, 1977.

LIMA, F. P. A. A Ergonomia como instrumento de segurança e melhoria das condições de trabalho. In: X SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRA-BALHO FLORESTAL E AGRÍCOLA, 2000, Belo Horizonte. Ergoflor. Anais… Viçosa: Uni-versidade Federal de Viçosa, 2000, p. 1-11.

MOORE, J.; GARG, A. The strain index: a proposed method to analyse jobs for risk of distal upper extremity disorders. American Industrial Hygiene Association Journal, n. 56. p. 443-458, 1995.

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Gabarito

Questão 1

Resposta: Alternativa A.

Resolução: Segundo esta norma regulamentadora, cabe ao empregador realizar a

análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de

trabalho, com o objetivo de avaliá-las de acordo com as características psicofisiológicas dos

trabalhadores, mantendo a imparcialidade quanto à realidade do trabalho e reportando as

condições concretas do objeto analisado.

Questão 2

Resposta: Alternativa A.

Resolução: A abordagem da microergonomia realizada pela análise ergonômica do trabalho

baseia-se na análise dos postos de trabalho.

Questão 3

Resposta: Alternativa D.

Resolução: Composto por um questionário de 25 questões, divididas em seis grupos, que

envolvem sobrecarga física, força com as mãos, postura no trabalho, posto de trabalho

e esforço estático, repetitividade e organização do trabalho e ferramenta de trabalho, o

instrumento de checklist de Couto é uma avaliação simplificada do fator biomecânico para o

desenvolvimento de lesões musculoesqueléticas de membros superiores.

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Questão 4

Resposta: Alternativa E.

Resolução: A antropometria, que tem o objetivo de conceber a perspectiva real da adaptação

do trabalho ao homem, é uma ferramenta que estuda as dimensões humanas, relacionando-

as à ergonomia, sendo utilizada na análise ergonômica e nos estudos dos postos de trabalho.

Questão 5

Resposta: Alternativa C.

Resolução: Fazem parte das análises quantitativas os instrumentos OCRA, REBA, NIOSH e

RULA, além da utilização da eletromiografia e a dinamometria.

Gabarito

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42

TEMA 03Repetitividade, Força, Vibração, Temperatura e Compressão

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LEGENDA DE ÍCONES

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seções

43

Início

Pontuando

Referências

Vamos pensar

Gabarito

Verificaçãode leitura

Glossário

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Aula

44

03

Repetitividade, Força, Vibração, Temperatura e Compressão

Objetivos

Este terceiro momento da disciplina tem por objetivo apresentar os riscos ergonômicos de

repetitividade, força, vibração, temperatura e compressão, com base na legislação vigente

e nos parâmetros aceitáveis destas variações das condições do trabalho de modo a não

prejudicar a saúde do trabalhador exposto.

Introdução

O estudo do trabalho e seu ambiente, bem como do processo produtivo, proporcionam as

bases para a promoção da saúde do trabalhador e prevenção das doenças relacionadas ao

seu trabalho.

Alguns fatores biomecânicos são conhecidamente prejudiciais quando expostos

continuamente ao trabalhador, tais como altas ou baixas temperaturas, repetitividade,

vibração e excesso de força.

Uma grande fonte de tensão no trabalho são as condições ambientais desfavo-ráveis, como excesso de calor, ruídos e vibrações. Esses fatores causam des-conforto, aumentam o risco de acidentes e podem provocar danos consideráveis à saúde (IIDA, 2001).

Segundo Granjean (2005), ao estudar o local de trabalho, é possível verificar que a necessidade

de movimentos é inerente ao ser humano, no entanto, a exacerbação destes pode torná-los

fontes de doenças ocupacionais, já que se pode utilizar de muitas combinações de grupos

musculares que apresentam determinação de movimento baseado na velocidade, precisão

e esforços.

Segundo Iida (2001), “o operador experiente se fatiga menos porque aprende a usar aquela

combinação mais eficiente em cada caso, economizando as suas energias”.

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Cabe à ergonomia aplicada ao trabalho conhecer os limites da movimentação humana

no trabalho e os impactos durante a realização da tarefa, proporcionando soluções para

intervenções que minimizem seus riscos.

1. Repetitividade

A repetitividade de movimentos é caracterizada pelo esforço repetitivo de grupos musculares

específicos durante a realização de certas atividades, e pode acometer tendões, músculos,

nervos e ligamentos, especialmente dos dedos das mãos, punhos, antebraços, cotovelos,

braços, ombros e pescoço.

Verifica-se que as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os chamados Distúrbios

Osteomusculares Relacionados ao Trabalho possuem características como: dor, fadiga,

parestesia, sensação de peso e aparecimento insidioso, podendo acometer os membros

inferiores, mas afetam principalmente os superiores. São resultados da insuficiência de tempo

de recuperação das estruturas anatomofuncionais decorrentes da atividade do trabalho.

Muitas vezes, esse tempo de recuperação é ignorado pelos realizadores e idealizadores

das tarefas, sujeitando o corpo a um sobre-esforço prejudicial à saúde e ao desempenho da

produção. Esses tipos de lesões são comumente identificados em trabalhadores no auge de

sua produtividade, entre 30 e 40 anos, sendo, em sua maioria, do sexo feminino.

Em determinados ramos de atividades e profissões, verificam-se as maiores prevalências de

lesões derivadas de repetitividade de movimento, como na indústria têxtil, operadores de caixas-

registradoras, digitadores, funcionários administrativos, operadores de telemarketing, dentre outros.

Como consequência das lesões por esforços repetitivos, observa-se a perda da capacidade de

realização de determinados movimentos, limitando o trabalhador pessoal e profissionalmente,

podendo incapacitá-lo de realizar suas atividades habituais temporária ou permanentemente.

A exposição à repetitividade de movimento prejudica a circulação periférica e a recuperação

tissular pós-esforço, ocasionando o processo inflamatório de estruturas como tendões,

articulações, músculos e nervos. As doenças mais comuns derivadas da repetição de

movimento são:

Aula 03 | Repetitividade, Força, Vibração, Temperatura e Compressão

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• Síndrome do túnel do carpo.

• Tendinites dos extensores dos dedos.

• Tenossinovite dos flexores dos dedos.

• Tenossinovite estenosante (dedo em gatilho).

• Epicondilite lateral.

• Doença de Quervain.

Em geral, essas afecções se desenvolvem lentamente, após meses ou anos de movimentos repetitivos. Estes acometimentos normalmente iniciam-se com uma ligeira dor ou formigamento no membro no momento de executar determinada atividade, podendo evoluir até o desenvolvimento de dores insuportáveis, e que, muitas vezes, podem limitar a função do membro, caso esta exposição seja mantida.

No intuito de minimizar os impactos derivados dos movimentos repetitivos, algumas estratégias de organização e planejamento podem ser implantadas:

a) Diminuição dos movimentos repetitivos: A manutenção prolongada da posição estática (inatividade em apenas uma posição) deve ser evitada, assim como a elevada frequência de determinado movimento. O espaçamento entre os ciclos com intervalos mais amplos e a demanda por diferentes grupos musculares também diminui a frequência da repetitividade.

b) Automatização e mecanização: conforme Couto (2002), as atividades de altíssima repetitividade que exijam mais de 6 mil repetições por turno deverão ser automatizadas.

c) Reestruturação da tarefa: o enriquecimento da atividade do trabalhador, aumentando o número e a variedade de tarefas, faz com que se reduza a concentração na atividade repetitiva e aumenta o envolvimento do indivíduo com o seu trabalho.

d) Rotatividade de tarefas: permite que o trabalhador realize diversas tarefas no decorrer do período do trabalho, alternando-se entre as funções e, assim, diminuindo a sobrecarga de apenas um grupo muscular, além de aumentar suas competências produtivas. Esta estratégia, embora seja considerada trabalhosa do ponto de vista gerencial, é uma das mais eficazes na prevenção das lesões por esforços repetitivos.

Aula 03 | Repetitividade, Força, Vibração, Temperatura e Compressão

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e) Instituição de pausas para recuperação tissular: possibilitam a flexibilidade postural. A

pausa adequada que possui o melhor resultado, segundo Couto (2002), é aquela realizada

por cinco a dez minutos no final de um período de trabalho, a cada uma ou duas horas.

Neste momento de pausa, deve-se enfatizar a importância da execução de ginástica

laboral, orientando o trabalhador a não ficar sentado ou ler, pois estas atividades mantém

o esforço estático e ciliar/oculares. É importante permitir que o trabalhador estabeleça

suas pausas.

f) Os incentivos por produtividade devem ser evitados: este tipo de incentivo faz com que

não se cumpram as pausas e repousos, acelerando a produtividade e, consequentemente,

ocasionando o aumento da tensão e a probabilidade de lesões.

2. Força

Durante a realização de uma atividade corporal, um esforço é demandado e os movimentos

devem ser organizados para que seja exercido um esforço mínimo com o máximo desempenho

da musculatura ativada. As forças dos movimentos provêm da quantidade de fibras contraídas

(protagonistas) e do relaxamento de outras (antagônicas).

No desenvolvimento de um movimento, muitas combinações de contrações musculares

são utilizadas de modo que cada combinação tenha uma velocidade, precisão e movimento

específico, assim como um gasto energético.

A força máxima de um músculo ou grupo de músculo depende da idade, sexo, constituição

física, grau de condicionamento físico e motivação no momento.

Para a determinação da força exigida no trabalho e o gasto energético neste processo, é

possível separá-los em transmissão de movimento e forças aplicadas, conforme Iida (2005).

2.1. Força para Empurrar e Puxar

Esta força depende de diversos fatores, tais como postura, coeficiente de atrito do chão

e sapato, dimensões antropométricas, entre outros. Estudos demonstram que os melhores

resultados foram alcançados com o ponto de aplicação abaixo de 90cm de altura.

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2.2. Alcance Vertical

Caso a posição de elevação do braço acima da linha dos ombros seja mantida, esta

faz com que os músculos dos ombros e do bíceps se fatiguem mais rapidamente, podendo

causar desconforto e futuras lesões nestes locais, sendo importante a observação da carga

suportada pelo indivíduo nesta posição por determinado período de tempo.

2.3. Alcance Horizontal

O posicionamento do membro com peso distante do corpo ocasiona uma demanda alta de

energia para a compensação do contrapeso exercido pelo ombro, podendo levar a lesões em

punhos, cotovelos, ombros e região cervical.

Orienta-se, portanto, a manutenção da proximidade da carga no desenvolvimento da tarefa

com angulação de 90º de flexão de cotovelo em relação ao corpo e, se possível, providenciar

suporte ou apoios para manter a peça a ser trabalhada.

2.4. Força nas Pernas

A força desempenhada pelas pernas varia conforme o nível entre o pedal e o assento,

diminuindo à medida que esse desnível aumenta, podendo chegar a 200 kg quando com a

perna na horizontal e 90kg quando o ângulo coxa/perna é igual a 90º.

2.5. Levantamento de Cargas

O manuseio de cargas é responsável pela maioria das lesões osteomusculares

relacionadas ao trabalho. Este esforço pode ser classificado como levantamento esporádico

ou repetitivo.

A coluna vertebral é a responsável pela absorção do esforço realizado, no entanto, a força

que atua perpendicularmente ao seu eixo impacta negativamente as vértebras e discos

intervertebrais, podendo causar danos permanentes nos casos mais graves.

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Orienta-se manter o eixo vertical da coluna vertebral no levantamento de carga, evitando a

inclinação da mesma e utilizando a força das pernas para amenizar o impacto.

A carga máxima varia de pessoa para pessoa, assim como o gasto energético depende do

grupo muscular utilizado. Quanto à força máxima para o levantamento de peso, recomenda-

se a distância de 30 cm entre a carga e o chão e 30 cm entre a carga e o corpo.

Segundo o órgão norte-americano National Institute for Occupacional Safety and Health, a

equação de NIOSH estabelece o peso limite para o levantamento repetitivo de carga, definindo

a carga máxima de 23 kg, aceitável para 99% dos homens e 75% das mulheres.

2.6. Transporte de Cargas

Durante o transporte de cargas, a coluna também deverá manter-se na vertical, devendo

evitar o carregamento de pesos distantes do corpo ou cargas assimétricas, que exigem

esforço adicional à musculatura dorsal.

Deve-se evitar ao máximo o transporte de cargas sobre um dos ombros, uma vez que esta

postura descompensa a estrutura da vertical, requerendo excesso de força de apenas um dos

lados do corpo. O uso de carrinhos e transportadores mecânicos tende a facilitar o transporte

de cargas.

De acordo com a legislação brasileira, especificamente no Código de Leis Trabalhistas, consta

o peso máximo de 60 kg que um trabalhador pode transportar individualmente e 40 kg para

levantamento, limites estes discrepantes às recomendações ergonômicas, possibilitando o

esforço excessivo e traumas por impactos.

3. Vibração

A vibração é um movimento que o corpo ou parte dele realiza em torno de um eixo.

Diariamente, o ser humano vivencia a vibração nos meios de transporte, sons e vibrações

naturais do meio, no entanto, na maioria das vezes esta vibração não é prejudicial, pois

apresenta frequência entre 4 e 8 Hz.

Aula 03 | Repetitividade, Força, Vibração, Temperatura e Compressão

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A vibração pode ser definida por três variáveis: intensidade, frequência (medida em Hertz) e

direção do movimento.

Os impactos sofridos pela incidência da vibração no corpo humano variam entre pequenas

lesões tissulares até a contribuição para o desenvolvimento de doenças neurovasculares.

Dentre as principais queixas devido a vibrações, incluem-se as náuseas, interferências na

respiração, dores no peito, dores nas costas, cefaleias, perturbação da visão, entre outras.

Com relação aos danos à saúde relacionados à vibração, a manipulação de ferramentas que

vibram prejudica a microcirculação e nervos periféricos, causando necrose em extremidades

devido à deficiência circulatória. As partes mais acometidas pelos impactos da vibração são

as mãos, dedos e braços, sendo casos deste tipo verificados principalmente em motoristas.

A NR-15, em seu anexo n° 8, prevê que as atividades e operações que exponham os

trabalhadores sem proteção adequada às vibrações localizadas ou de corpo inteiro serão

caracterizadas como insalubres, com base nos limites de exposição definidos pela ISO 2631

e ISO 5349 da Organização Internacional de Normalização.

Para o controle das vibrações no trabalho, algumas providências podem ser tomadas, com

o objetivo de reduzir as consequências à saúde do trabalhador, tais como:

a) Eliminação da fonte de vibração: prioriza-se a

intervenção junto à fonte causadora da vibração,

no intuito de eliminar, através de manutenção

periódica, lubrificação de peças e calços

emborrachados, entre outras medidas.

b) Isolamento da fonte: caso não seja possível

a eliminação da fonte, deve-se solicitar o

isolamento desta, a fim de evitar o contato direto

do trabalhador.

LinkPara maiores informações sobre vibração, acesse o link do artigo de SEBASTIÃO, Barbara Aparecida e MARZIALE, Maria Helena Palucci. A Vibração como um Fator de Risco para a Saúde Ocupacional. Revista Ciência, Cuidado e Saúde, Maringá, n. 7, v. 3, p. 385-391, jul./set. 2008. Disponível em: <http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/6517/3866>. Acesso em: 29 maio 2014.

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c) Proteção do trabalhador: certos equipamentos de proteção individual amenizam o

impacto da vibração no trabalhador, como luvas e botas, que ajudam a absorver a vibração.

d) Instituição de pausas: a vibração contínua caracteriza um risco para a saúde do

trabalhador. Sendo assim, a instituição de pausas evita este tipo de exposição, permitindo

que o organismo se recupere ao menos parcialmente.

4. Temperatura

Os seres humanos têm a capacidade de termorregulação, na qual a temperatura central

mantém-se constante, em torno de 37ºC, o que é imprescindível para o funcionamento normal

do organismo.

Os meios que regulam a temperatura dependem basicamente do sistema circulatório,

contando com o controle cerebral e a sensibilidade nervosa periférica da pele.

As variações da temperatura corporal central, para seu funcionamento normal, devem

ser mantidas na faixa de 35 a 39ºC, sendo consideradas prejudiciais e até mesmo fatais

temperaturas abaixo de 25ºC e acima de 49ºC.

De acordo com Grandjean (2005), o corpo converte energia química em energia mecânica e

calor através de mecanismos bioquímicos do metabolismo do ser humano. Existe, portanto,

uma troca constante de calor entre o corpo e o meio ambiente, que acontece por: condução, convecção, radiação e evaporação.

O conforto térmico é uma condição dependente de diversos fatores e não somente da

temperatura ambiental, sendo considerados fatores determinantes a temperatura do ar, a

temperatura radiante, a umidade e deslocamento do ar, vestimenta e esforço físico realizado.

A Norma ISO 9241 recomenda que, no inverno, mantenha-se a temperatura entre 20 e 24ºC

e, no verão, entre 23 e 26ºC, com umidade relativa do ar entre 40 e 80%.

Estes fatores climáticos no ambiente de trabalho influem diretamente no desempenho do ser

humano em suas atividades. A Norma Regulamentadora 15, em seu anexo 3, estabelece

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limites de exposição ao calor considerando as variáveis de Índice de Bulbo Úmido Termômetro

de Globo (IBUTG) e taxa metabólica.

O trabalho em altas temperaturas exige uma demanda de aporte sanguíneo tanto para a

musculatura em atividade quanto para a superfície da pele na manutenção da temperatura

corporal, causando grande esforço do coração para cumprir esta demanda.

A exposição ao superaquecimento do organismo pode levar à morte, caso o indivíduo não

seja imediatamente removido do local. Os sintomas de alarme ao colapso térmico geralmente

são: mal-estar geral, pele avermelhada, redução do desempenho, aumento da frequência

cardíaca com pulso fraco e pressão arterial baixa, seguidos de forte dor de cabeça, tonturas,

vômitos e falta de ar, podendo resultar em parada cardíaca.

Assim, também é prejudicial o trabalho em temperaturas extremamente baixas, já que o

frio exige maior esforço muscular, causando a redução de força e controle neuromuscular,

principalmente em mãos e pés.

As recomendações para as condições de exposição ao calor e frio são:

• Climatização do ambiente de trabalho.

• Pausas frequentes e mais longas quanto maior for o esforço físico em altas temperaturas.

• Ingestão de água em intervalos frequentes e regulares durante o período de trabalho,

com reposição de eletrólitos, evitando bebidas frias e geladas para melhor absorção.

• Utilização de vestimentas adequadas à exposição de calor ou frio.

Aula 03 | Repetitividade, Força, Vibração, Temperatura e Compressão

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5. Compressão

Conforme mencionado anteriormente, durante as atividades laborais, o organismo está

exposto a diversos fatores que podem prejudicar o trabalhador a curto, médio e longo prazo.

O risco de compressão é um fator de longo prazo contribuinte para o desenvolvimento de

patologias, principalmente aquelas relacionadas ao esforço estático.

A manutenção da postura estática com grande esforço faz com que os vasos sanguíneos,

tendões e discos intervertebrais sejam pressionados pelos tecidos musculares, prejudicando

o aporte sanguíneo destes e diminuindo sua nutrição com oxigênio e açúcar. Por esta razão,

não é possível manter o esforço estático por um longo período.

Devido à compressão dos vasos sanguíneos evidentes no esforço estático, verifica-se a fadiga

muscular localizada, que pode evoluir para dores insuportáveis. Assim como na repetitividade,

a manutenção da compressão de estruturas no esforço estático aumenta o risco de:

• Desgaste e inflamação de articulações.

• Inflamação de tendões ou em suas extremidades.

• Desgaste e compressão dos discos intervertebrais.

• Cãibra.

• Processos degenerativos crônicos.

Aula 03 | Repetitividade, Força, Vibração, Temperatura e Compressão

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Observe a tabela a seguir, que representa os problemas de saúde causados pela realização

de certas modalidades de esforço estático, de acordo com Grandjean (2005):

Tabela 1: Posturas de Trabalho e Possíveis Consequências (Fonte: Grandjean, 2005).

Postura de Trabalho Possíveis Consequências

De pé no lugar.Pés e pernas; possibilidade de veias

varicosas.

Sentado ereto, sem suporte para as

costas.Músculos extensores das costas.

Assento muito alto. Joelhos; pernas; pés.

Assento muito baixo. Ombros e pescoço.

Tronco inclinado para frente, na postura

sentada ou de pé.

Ombros e braços; possibilidade de

periatrite dos ombros.

Braço estendido para os lados, para

frente ou para cima.

Ombros e braços; possibilidade de

periatrite dos ombros.

Cabeça excessivamente curvada para

trás ou para frente.

Pescoço; deterioração dos discos

vertebrais.

Posturas forçadas de mãos em comando

ou ferramentas.

Antebraço; possibilidade de inflamação

de tendões.

Examine um posto de trabalho que você conheça, identificando os elementos de força,

vibração, temperatura, compressão e repetitividade nele evidentes.

Vamos pensar

Aula 03 | Repetitividade, Força, Vibração, Temperatura e Compressão

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Pontuando

• Fatores como altas ou baixas temperaturas, repetitividade, vibração e excesso de força são prejudiciais ao trabalhador exposto continuamente a eles.

• A repetitividade é conhecidamente prejudicial ao trabalhador, que pode desenvolver patologias graves, as quais podem levar à incapacidade, acometendo principalmente membros superiores e região cérvico-dorsal.

• Sintomas como dor, fadiga, parestesia e sensação de peso caracterizam as lesões por esforços repetitivos.

• Mulheres entre 30 e 40 anos são as mais afetadas pelas doenças desencadeadas por repetitividade no trabalho.

• A repetitividade excessiva causa processo inflamatório em estruturas importantes utilizadas no movimento, podendo levar a graves sequelas.

• Estratégias para minimizar ou eliminar os movimentos repetitivos devem ser implantadas, tais como a automatização e mecanização de atividades, reestruturação da tarefa, rotatividade, pausas e eliminação de incentivos por produtividade.

• A utilização de força no desempenho de atividades laborais deve obedecer a limites tolerados pelo corpo humano.

• A força máxima a ser desempenhada depende do sexo, características físicas, motivação do momento, dentre outros fatores.

• A utilização da força no trabalho requer o conhecimento do melhor desempenho nas situações de empurrar e puxar, alcance vertical, alcance horizontal, levantamento de carga e transporte de cargas.

• A vibração é um movimento generalizado ou parcial sobre o organismo, que pode prejudicar o ser humano nos casos de exposição contínua e de frequências altas.

• Os impactos da vibração no corpo humano podem variar de pequenas lesões periféricas aos mais graves casos de doenças neuro e cardiovasculares.

• Para a diminuição dos impactos da vibração, recomenda-se a eliminação da fonte vibratória, isolamento da fonte, proteção individual do trabalhador e/ou instituição de pausas de recuperação.

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• A exposição a temperaturas extremas podem desencadear processos patológicos fatais.

• As trocas de calor do corpo com o meio são feitas através de condução, convecção, radiação e evaporação.

• O conforto térmico é determinado por parâmetros que garantem o bem-estar do ser humano nas variações climáticas.

• Alternativas como a climatização do meio, pausas frequentes para a recuperação em locais com extremos de temperatura, ingestão de líquidos para a reposição de eletrólitos e utilização de roupas específicas são recomendadas em atividades que expõem o trabalhador a variações de temperaturas.

• A compressão é um fator de risco para as atividades com esforço estático, uma vez que influem sobre os vasos sanguíneos, diminuindo a circulação local.

• Assim como a repetitividade, a exposição contínua à compressão pode causar inflamações nas estruturas envolvidas na atividade.

Pontuando

Glossário

Condução de calor acontece quando o organismo entra em contato com objetos ou superfícies mais quentes ou mais frias.

Convecção de calor ocorre quando ar ou gases participam da troca de calor próximo à camada da pele.

Radiação de calor são ondas eletromagnéticas convertidas em calor quando absorvidas ou irradiadas pelo organismo.

Evaporação é a perda de calor do corpo através da respiração e sudorese, sendo um mecanismo importante na termorregulação, que depende da umidade relativa e movimento do ar.

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Verificaçãode leitura

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuestão 1

Dentre as medidas para a diminuição das

lesões por esforços repetitivos, incluem-se

as seguintes alternativas, exceto:

a) Rotatividade de tarefas.

b) Pausas durante a jornada de trabalho.

c) Elevação do campo de trabalho.

d) Automatização e mecanização das tarefas.

e) Os incentivos por produtividade devem ser evitados.

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuestão 2

Condução, convecção, radiação e evaporação

são processos característicos da(o):

a) Troca de calor do homem com o meio ambiente.

b) Altas frequências de vibração no local de trabalho.

c) Excesso de ruído no local de trabalho.

d) Determinação das estratégias de trabalho.

e) Compressão dos vasos sanguíneos.

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuestão 3

Casos que vão de pequenas lesões

periféricas até as mais graves doenças

neuro e cardiovasculares são causados

principalmente por:

a) Exposição com frequência a altas temperaturas.

b) Excesso de força exigida no trabalho.

c) Vibração excessiva no local de trabalho.

d) Manuseio incorreto de cargas.

e) Excesso de esforço durante o alcance vertical.

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuestão 4

Estudos afirmam que a postura correta para a pega e transporte de cargas é:

a) Posicionamento da carga distante do corpo com braços em ângulo de 180º.

b) Lateralmente ao corpo, utilizando principalmente um dos ombros para o carregamento do peso.

c) Posicionamento vertical da coluna com a carga próxima ao corpo, com flexão de cotovelo a 90º e sem a elevação de ombros.

d) Posicionamento em frente ao corpo com a altura máxima do chão de 70 cm.

e) Independe do sexo ou idade do trabalhador.

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuestão 5

A compressão transforma-se num fator de risco quando executada como atividade sob qual das condições abaixo?

a) Esforço dinâmico.

b) Esforço estático.

c) Levantamento de cargas.

d) Durante as trocas de calor.

e) Durante a minimização dos esforços repetitivos.

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Referências

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COUTO, H. A. Ergonomia aplicada ao trabalho em 18 lições. Belo Horizonte: Ergo, 2002.

DULL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia Prática. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2004.

GRANDJEAN, E.; KROEMER K. H. E. Manual de Ergonomia: Adaptando o Trabalho ao Homem. São Paulo: Bookman, 2005.

IIDA, I. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo: Blücher, 2005.

VERDUSSEN, R. Ergonomia: a racionalização humanizada do trabalho. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1978.

Questão 1

Resposta: Alternativa C.

Resolução: No intuito de minimizar os impactos derivados dos movimentos repetitivos, algumas

estratégias de organização e planejamento podem ser implantadas, tais como diminuição dos

movimentos repetitivos, automatização e mecanização das tarefas, reestruturação da tarefa,

rotatividade de tarefas, instituição de pausas e evitar incentivos por produtividade.

Questão 2Resposta: Alternativa A.

Resolução: O corpo converte energia química em energia mecânica e calor através de mecanismos bioquímicos do metabolismo do ser humano. Existe, portanto, uma troca constante de calor entre o corpo e o meio ambiente, que acontece por: condução, convecção, radiação e evaporação.

Gabarito

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Gabarito

Questão 3 Resposta: Alternativa C.

Resolução: Os impactos sofridos pela incidência da vibração no corpo humano variam desde pequenas lesões tissulares até a contribuição para o desenvolvimento de doenças neurovasculares.

Questão 4 Resposta: Alternativa C.

Resolução: O melhor posicionamento para diminuir o risco de lesões no transporte e levantamento de peso é a postura que mantém a coluna vertical, descarregando o esforço para as pernas, com os braços com flexão de 90º do cotovelo e sem a elevação acima da linha dos ombros.

Questão 5Resposta: Alternativa B.

Resolução: O risco de compressão é um fator de longo prazo contribuinte para o desenvolvimento de patologias principalmente ligadas ao esforço estático. A manutenção da postura estática com grande esforço faz com que os vasos sanguíneos, tendões e discos intervertebrais sejam pressionados pelos tecidos musculares, prejudicando o aporte sanguíneo destes e diminuindo sua nutrição com oxigênio e açúcar. Por esta razão, não é possível manter o esforço estático por um longo período.

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TEMA 04Estudo do Posto de Trabalho: Enfoque Tradicional e Enfoque Ergonômico

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LEGENDA DE ÍCONES

61

seções

61

Início

Pontuando

Referências

Vamos pensar

Gabarito

Verificaçãode leitura

Glossário

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Aula

62

04

Estudo do Posto de Trabalho: Enfoque Tradicional e Enfoque Ergonômico

Objetivos

Nesta aula, você conhecerá as considerações a serem feitas em um estudo do posto de

trabalho, trazendo os enfoques tradicional e ergonômico, de maneira a analisar a unidade de

trabalho, de acordo com a sua tarefa e atividades, com suas implicações sobre a saúde do

trabalhador, abordando as fases de análise ergonômica para a abordagem das recomendações

aplicada à ergonomia.

Introdução

Conforme o conteúdo que você já estudou na segunda aula desta disciplina, a Análise

Ergonômica do Trabalho (AET) requer competências e observância quanto à aplicação da

visão analítica em relação ao processo de trabalho e ao trabalho como um todo envolvendo

o trabalhador.

Para a compreensão do trabalho e seu impacto sobre a saúde do trabalhador, há ferramentas

importantes que fundamentam a abordagem no estudo do posto de trabalho, requerendo

aplicações dos princípios de biomecânica e de antropometria, conforme visto anteriormente.

Existem duas linhas de estudos na ergonomia: a tradicional ou taylorista e a ergonômica.

Ambas as abordagens são importantes devido à utilização na prática, na medida em que

ainda se utiliza a visão do homem econômico, segundo a definição de Taylor.

1. Enfoque Tradicional

O estudo do posto de trabalho com enfoque tradicional é baseado na economia dos

movimentos corporais, utilizados na execução das atividades laborais e na medida do tempo

gasto para tais.

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Este enfoque aplica os conhecimentos empíricos das ciências biológicas desenvolvidos em

laboratório para assegurar a adaptação entre o homem e o trabalho, preocupando-se, por

exemplo, com a anatomia e a fisiologia no desenvolvimento de ferramentas, sendo que o

melhor método é escolhido pelo critério do menor tempo gasto.

Conforme Iida (2001), este enfoque, embora muito criticado por utilizar pouco conhecimento

científico, ainda constitui uma importante abordagem para o estudo do posto de trabalho,

devido à sua larga utilização na prática. Sua principal crítica é sobre o fato de esta metodologia

produzir atividades cada vez mais simples e repetitivas, podendo concentrar as cargas em

certos grupos musculares, sobrecarregando-os.

2. Enfoque Ergonômico

Esta metodologia tem como foco o estudo do trabalho executado, no estudo de campo, interessando-se pela realidade do trabalho, ou seja, preocupa-se em como o trabalhador realiza seu trabalho, no intuito de diminuir as exigências biomecânicas e cognitivas.

Trata-se de um enfoque que preconiza o desenvolvimento de postos de trabalho que “envolvam” o trabalhador, proporcionando conforto, segurança e eficiência, reduzindo os esforços biomecânicos, a repetitividade de movimentos, a contratura estática da musculatura e a diminuição do estresse.

No entanto, encontra-se nesta abordagem a dificuldade das variações antropométricas, que interferem diretamente no desenvolvimento dos postos de trabalho, levando muitas vezes ao dimensionamento inadequado do posto.

3. Fases da Análise Ergonômica do Posto de Trabalho

A análise ergonômica do trabalho para Fialho & Santos (1997) é compreendida em três

fases, a análise da demanda, tarefa e atividade.

Ao final de cada fase, é possível formular hipóteses de trabalho, que definirão quais as

realidades do trabalho, resultando em um diagnóstico e na elaboração das recomendações

ergonômicas (GUERIN et al., 2001).

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3.1. Análise da Demanda

Esta etapa é a definição do problema a ser estudado, levando em consideração o ponto

de vista de todos os envolvidos no processo de trabalho, permitindo definir o interesse e

planejamento quanto à intervenção a ser realizada, estabelecendo contratos com prazos,

custos e acessibilidade a informações e pessoas dentro da empresa.

Normalmente, esta demanda é originada a partir da parte interessada: diretoria da empresa,

trabalhador, organizações sindicais ou órgãos de fiscalização trabalhistas, sendo definidas

as prioridades de implantações e desenvolvimentos de postos e/ou intervenções e soluções

ergonômicas para postos de trabalhos já estabelecidos.

A seguir, para a proposição da análise, é preciso apresentar as metodologias a serem

desenvolvidas, bem como os objetivos e resultados ambicionados.

O problema levantado pela demanda frequentemente é relativo a um incômodo apresentado

rotineiramente durante a realização das atividades profissionais na empresa, causando

dificuldades na produção e/ou na atividade do trabalhador.

3.2. Análise da Tarefa

A tarefa é o conjunto de objetivos específicos designados aos trabalhadores, a qual se

refere a um planejamento formal dos cargos e funções descritos contratualmente, mas que,

muitas vezes, refletem as expectativas gerenciais.

A análise ergonômica da tarefa verifica quais as reais diferenças entre o trabalho prescrito e

o trabalho executado, considerando as dificuldades e condições para sua execução.

Nesta fase de análise, é importante considerar não apenas a prescrição do trabalho de

acordo com o olhar gerencial, mas entender a realidade para sua execução na observação

das condições para execução efetiva, que muitas vezes podem estar ligadas a máquinas

desajustadas, falta de materiais, dentre outros itens.

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3.3. Análise da Atividade

A análise da atividade está relacionada ao estudo do comportamento do trabalhador du-rante a realização de uma tarefa, ou seja, na maneira como o trabalhador se dispõe para alcançar o objetivo prescrito da tarefa. Este comportamento depende de vários fatores ine-rentes ao trabalhador e à tarefa, que resulta de um processo de adaptação e regulação.

Dentre os fatores que influenciam a atividade estão os ligados ao trabalhador, chamados de fatores internos, os quais têm como características o sexo, formação, experiência e idade, bem como as condições pessoais momentâneas, como o sono, vigília, motivação, estresse, entre outros.

Já os fatores externos que influenciam diretamente a maneira de alcançar o objetivo da tarefa do trabalhador referem-se às condições em que a atividade é realizada, sendo classificadas em:

a) Conteúdo do trabalho: normas, objetivos e regras da tarefa.

b) Meios técnicos: ferramentas, máquinas, layout e condições ambientais.

c) Organização do trabalho: turnos de trabalho, escalas, equipes e chefias.

4. Diagnóstico Ergonômico

Nesta fase de diagnóstico, o objetivo é evidenciar as causas do problema descrito na

demanda, evocando os diversos fatores relacionados ao trabalho e à empresa e sinalizando

os fatores determinantes de tal incômodo.

A atenção dada a um determinado fator requer do analisador um critério de escolha para

este diagnóstico, que deve ser baseado em hipóteses pré-estabelecidas, ou seja, a partir

do levantamento da problemática e seu estudo, tem-se as hipóteses para a intervenção

direcionada.

O diagnóstico formulado deverá ser apresentado ao requerente a fim de elucidar a

problemática com seus fatores determinantes, no entanto, não se limita a descrever as

situações existentes, completando a análise do trabalho no sentido de propor transformações

e acompanhamentos destas.

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Figura 1: Análise do Trabalho (Fonte: Guérin et al., 2001).

5. Recomendações em Ergonomia

As recomendações referem-se aos direcionamentos para a resolução do problema

diagnosticado, contendo uma clara descrição das etapas necessárias, seus responsáveis

pela execução e prazos, podendo ser utilizadas figuras para uma ilustração detalhada das

mudanças a serem realizadas em máquinas e/ou postos de trabalho.

Dentre as dificuldades encontradas durante a implementação das adequações provenientes

da análise ergonômica do trabalho, destacam-se:

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• Criação e implantação da cultura de ergonomia na empresa.

• Comprovação do custo vs. benefício à empresa e ao trabalhador.

• Implantação das recomendações ergonômicas devido ao custo.

• Apoio da alta gerência.

• Conscientização e aderência ao programa ergonômico pelo trabalhador.

Durante a aplicação das recomendações e enfrentamento destas dificuldades, algumas

ferramentas de gestão são muito úteis, como o caso do Comitê de Ergonomia (COERGO),

implantado nas empresas.

No entanto, Couto (2002) afirma: “A constituição correta da força-tarefa deve garantir o

princípio da administração participativa, mas deve-se evitar número excessivo de pessoas,

pois torna o encaminhamento mais complicado”.

5.1. Ginástica Laboral

Outro recurso importante utilizado na cultura ergonômica é a ginástica laboral, que

compreende exercícios específicos realizados em diferentes setores ou departamentos de

uma empresa a fim de prevenir e diminuir casos de distúrbios osteomusculares relacionados

ao trabalho.

Por meio de exercícios de alongamento, relaxamento, fortalecimento muscular, reeducação

postural e coordenação motora, a ginástica laboral visa a compensação dos grupos musculares

utilizados na demanda das atividades ocupacionais diárias, sejam elas dinâmicas ou estáticas,

sendo realizada no próprio local de trabalho (OLIVEIRA, 2006).

É importante lembrar que a ginástica laboral é uma prática voluntária do trabalhador, devendo

ser aderida de forma consciente para sua realização, e não deve ser imposta ao trabalhador

para não constrangê-lo.

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A ginástica laboral pode ser classificada em quatro categorias:

• Ginástica laboral preparatória ou pré-aplicada: é um conjunto de exercícios realizados antes de iniciar as atividades de trabalho, aquecendo os grupos musculares que serão utilizados nas tarefas, no intuito de preparar fisicamente o indivíduo para a demanda do trabalho, evitando, assim, distensões musculares que podem ocasionar acidentes e doenças ocupacionais.

• Ginástica laboral compensatória: é a ginástica que tem por objetivo trabalhar os grupos musculares correspondentes e relaxar os que estão em contração na maior parte do tempo de trabalho, ou seja, fortalecer os músculos menos requisitados no trabalho e alongar os mais requisitados, equilibrando assim as tensões musculares, conforme Kolling (1980). Esta modalidade é normalmente aplicada em intervalos de três a quatro horas de trabalho.

• Ginástica laboral de relaxamento: são os exercícios direcionados aos grupos musculares mais requisitados no trabalho, relaxando-os com alongamentos no final do expediente, promovendo o bem-estar físico e mental do trabalhador.

• Ginástica laboral de correção: são aplicações de exercícios direcionados a grupos específicos dentro da empresa, com o objetivo de combater e atenuar lesões decorrentes de situações ergonomicamente prejudiciais, devendo ser trabalhada conjuntamente à medicina do trabalho, recuperando casos de limitação e restrições causados por lesões e promovendo sua reabilitação.

A ginástica laboral, do ponto de vista ergonômico, é um investimento sem custo elevado na prevenção de distúrbios da saúde relacionados ao trabalho.

Os principais resultados positivos da ginástica laboral são: aumento da produtividade, atenuação do estresse, redução do sedentarismo, diminuição dos afastamentos do trabalho e fortalecimento do relacionamento interpessoal e trabalho em equipe.

Estudos comprovam que a ginástica laboral é eficaz na diminuição de dores e complicações osteomusculares, melhorando suas intensidades e diminuindo suas frequências.

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Saiba MaisAcesse este link e leia sobre os benefícios da ginástica laboral. CANDOTTI, C. T.; STROSCHEIN R.; NOLL, M. Efeitos da Ginástica Laboral na Dor nas Costas e nos Hábitos Posturais Adotados no Ambiente de Trabalho. Rev. Bras. Ciênc. Esporte, Florianópolis, v. 33, n. 3, p. 699-714, jul./set. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbce/v33n3/a12v33n3.pdf>. Acesso em: 30 maio 2014.

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Vamos pensar

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Como podem ser estabelecidas as prioridades de ação ergonômica em uma empresa,

levando em consideração o estudo do posto de trabalho?

Pontuando

• Existem duas linhas de estudos dos postos de trabalho: a tradicional e a ergonômica.

• O enfoque tradicional é baseado na economia de movimentos, focando no desempenho com o máximo de aproveitamento.

• Os conhecimentos mais aplicados no enfoque tradicional são empíricos, baseados em pesquisas de laboratório.

• O enfoque ergonômico foca no trabalho realizado, preocupando-se com a sua realidade.

• Os trabalhadores com singularidades no desenvolvimento de suas funções são levados em consideração na concepção dos postos de trabalho com enfoque ergonômico.

• As fases da análise ergonômica dos postos de trabalho consistem em: análise de demanda, análise da tarefa e análise da atividade.

• O diagnóstico ergonômico tem por objetivo evidenciar as características do problema descrito, relatando os fatores envolvidos.

• A partir do diagnóstico ergonômico, realizam-se as recomendações aplicadas aos fatores estudados, a fim de melhorar as condições dos postos de trabalhos e máquinas.

• Diversas dificuldades são encontradas na aplicação das adequações ergonômicas; para trabalhá-las, é possível contar com recursos como a implantação do comitê ergonômico.

• A ginástica laboral é um dos recursos utilizados no trabalho, que auxilia na prevenção e diminuição dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, dentre outros benefícios à empresa e ao trabalhador.

• A ginástica laboral pode ser classificada em quatro categorias: preparatória, compensatória, de relaxamento e corretiva.

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Glossário

Comitê de ergonomia: é uma ferramenta de gestão que possibilita a participação de diversas áreas envolvidas no processo de implantação de medidas ergonômicas, tais como setor de produção, de compras e da administração, atuando de forma ativa e participativa no desenvolvimento de estratégias coerentes, com o objetivo de melhoria na gestão de segurança e saúde no trabalho. Este grupo de pessoas deverá estar envolvido com a formação da cultura ergonômica na empresa, organizando ideias e discutindo ações de forma realista.

Posto de trabalho: local no qual um trabalhador desenvolve suas atividades laborais.

Variações antropométricas: Variações observadas nas medidas de massa, altura, diâmetro, perímetros e dobras cutâneas.

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuestão 1

Qual fase da análise ergonômica do posto

de trabalho é responsável pela definição do

problema a ser estudado?

a) Análise da demanda.

b) Análise da organização do trabalho.

c) Diagnóstico ergonômico.

d) Análise da tarefa.

e) Análise da atividade.

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuestão 2

Qual é o principal objetivo da análise

ergonômica da tarefa?

a) Criar novas tarefas no posto de trabalho.

b) Determinar novas tarefas após analisar o resultado alcançado.

c) Verificar as diferenças entre o trabalho executado e o resultado alcançado.

d) Verificar as diferenças entre o trabalho prescrito e o trabalho executado.

e) Propor recomendações para o desenvolvimento de novas tarefas.

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuestão 3

O diagnóstico ergonômico tem como

finalidade:

a) A definição do problema a ser estudado no posto de trabalho.

Verificaçãode leitura

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b) Evidenciar as causas do problema descrito na análise da demanda e apresentar solução.

c) Determinar os fatores que influenciam na atividade e estão ligados ao trabalhador, os chamados fatores internos.

d) Identificar os trabalhadores com singularidades no desenvolvimento de suas funções.

e) Estudar o comportamento do trabalhador na realização de uma tarefa.

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuestão 4

Qual é a ginástica laboral que visa fortalecer

os músculos menos requisitados no trabalho

e alongar os mais requisitados?

a) Aquecimento.

b) Relaxamento.

c) Corretiva.

d) Compensatória.

e) Preparatória.

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAQuestão 5

Diversas dificuldades são encontradas na

aplicação das adequações ergonômicas.

Para isto, pode-se contar com o apoio da

seguinte ferramenta de gestão:

a) Grupo de análise antropométrica.

b) Ginástica laboral.

c) Análise da atividade.

d) Comitê ergonômico.

e) Grupo de representantes sindicais.

Verificação de Leitura

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Referências

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CANDOTTI, C. T.; STROSCHEIN R.; NOLL, M. Efeitos da Ginástica Laboral na Dor nas Costas e nos Hábitos Posturais Adotados no Ambiente de Trabalho. Rev. Bras. Ciênc. Es-porte, Florianópolis, v. 33, n. 3, p. 699-714, jul./set. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbce/v33n3/a12v33n3.pdf>. Acesso em: 21 maio 2014.

FIALHO, F.; SANTOS, N. Manual de análise ergonômica no trabalho. 2. ed. Curitiba: Gêne-sis, 1997. 316 p.

IIDA, I. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo: Blücher, 2005.

UERIN, F. et al. Compreender o Trabalho para Transformá-lo. A Prática da Ergonomia. São Paulo: Blücher, 2001.

OLIVEIRA JÚNIOR, G. O. A prática da ginástica laboral. 3. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2006.

KOLLING, A. Ginástica laboral compensatória. Revista Brasileira de Educação Física e Desporto, v. 44, p. 20-3, 1980.

Questão 1

Resposta: Alternativa A.

Resolução: A análise de demanda é a definição do problema a ser estudado, levando em consideração o ponto de vista de todos os envolvidos no processo de trabalho, permitindo definir o interesse e planejamento quanto à intervenção a ser realizada, estabelecendo contratos com prazos, custos e acessibilidade a informações e pessoas dentro da empresa.

Gabarito

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Questão 2

Resposta: Alternativa C.

Resolução: A análise ergonômica da tarefa verifica realmente quais as diferenças entre o trabalho prescrito e o trabalho executado, considerando as dificuldades e condições para sua execução.

Questão 3

Resposta: Alternativa B.

Resolução: O objetivo do diagnóstico ergonômico é evidenciar as causas do problema descrito na demanda, evocando os diversos fatores relacionados ao trabalho e à empresa, sinalizando os fatores determinantes de tal incômodo.

Questão 4

Resposta: Alternativa D.

Resolução: Ginástica laboral compensatória: é a ginástica que tem por objetivo trabalhar os grupos musculares correspondentes e relaxar os que estão em contração na maior parte do tempo de trabalho, ou seja, fortalecer os músculos menos requisitados no trabalho e alongar os mais requisitados, equilibrando assim as tensões musculares.

Questão 5

Resposta: Alternativa D.

Resolução: O comitê de ergonomia é uma ferramenta de gestão que possibilita a participação de diversas áreas envolvidas no processo de implantação de medidas ergonômicas. Este grupo de pessoas deverá estar envolvido com a formação da cultura ergonômica na empresa, organizando ideias e discutindo ações de forma realista.

Gabarito

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