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ENFERMAGEM Profª. Lívia Bahia SAÚDE DA MULHER Assistência de Enfermagem ao Pré-Natal Parte 6

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ENFERMAGEM

Profª. Lívia Bahia

SAÚDE DA MULHER

Assistência de Enfermagem ao Pré-Natal

Parte 6

Assistência de Enfermagem ao Pré-Natal

Conduta nas queixas mais frequentes

As alterações fisiológicas da gravidez produzem manifestações

sobre o organismo da mulher que muitas vezes são percebidas

como “doenças”;

A maioria dos sintomas e sinais diminui e/ou desaparece com

orientações alimentares, posturais e, na maioria das vezes, sem o

uso de medicações;

Assistência de Enfermagem ao Pré-Natal

• Náuseas, vômitos e tonturas:

o Explicar que esses são sintomas comuns no início da gestação;

o Orientar a mulher para: alimentação fracionada (seis refeições leves ao

dia), evitar frituras, gorduras e alimentos com cheiros fortes ou

desagradáveis, evitar líquidos durante as refeições, dando preferência à

ingestão nos intervalos;

o Se vômitos frequentes – agendar consulta médica para avaliar a

necessidade de usar medicamentos ou referir ao pré-natal de alto risco;

o Nos casos em que estas medidas não forem efetivas, investigar

hiperêmese;

Assistência de Enfermagem ao Pré-Natal

Pirose (azia):

o Orientar para alimentação fracionada, evitando frituras;

o Evitar café, chá preto, mates, doces, alimentos gordurosos, picantes e

irritantes da mucosa gástrica, álcool e fumo;

Sialorréia (salivação excessiva):

o Sintoma comum no início da gestação;

o Orientar alimentação semelhante à indicada para náuseas e vômitos;

o Tomar líquidos em abundância (especialmente em épocas de calor);

Assistência de Enfermagem ao Pré-Natal

Fraquezas e desmaios:

o Orientar a gestante para que não faça mudanças bruscas de posição e

evite a inatividade;

o Indicar alimentação fracionada, evitando jejum prolongado e grandes

intervalos entre as refeições;

o Explicar à gestante que sentar com a cabeça abaixada ou deitar em

decúbito lateral, respirando profunda e pausadamente, melhora a

sensação de fraqueza e desmaio;

Assistência de Enfermagem ao Pré-Natal

Dor abdominal, cólicas, flatulência e obstipação intestinal:

o Certificar-se de que não sejam contrações uterinas;

o Flatulências (gases) e/ou obstipação intestinal: orientar alimentação

rica em fibras: consumo de frutas laxativas e com bagaço, verduras

de preferência cruas e cereais integrais; aumento da ingestão de água

e evitar alimentos de alta fermentação; recomendar caminhadas,

movimentação e regularização do hábito intestinal;solicitar exame

parasitológico de fezes, se necessário.

Assistência de Enfermagem ao Pré-Natal

Hemorróidas:

o Recomendar à gestante alimentação rica em fibras, a fim de evitar a

obstipação intestinal;

o Se necessário, prescrever supositórios de glicerina;

o Não usar papel higiênico colorido ou áspero (molhá-lo) e fazer higiene

perianal com água e sabão neutro, após evacuação;

o Fazer banhos de vapor ou compressas mornas;

o Agendar consulta médica, caso haja dor ou sangramento anal

persistente.

Assistência de Enfermagem ao Pré-Natal

Corrimento vaginal:

o A presença de fluxo vaginal pode estar relacionada a complicações como rotura

prematura de membranas, parto prematuro ou endometrite pós-parto;

o Diagnóstico clínico:

- prurido vulvar e presença de conteúdo vaginal com placas esbranquiçadas e

aderidas à parede vaginal – candidíase. Tratamento: antifúngico tópico por sete dias

(derivados imidazólicos: miconazol, terconazol, clotrimazol). Não usar tratamento

sistêmico;

- secreção vaginal abundante, cinza-esverdeada, com odor fétido – vaginose

bacteriana e/ou tricomoníase. Tratamento: metronidazol tópico (uma aplicação vaginal

por sete noites) ou sistêmico (metronidazol 250mg, VO, de 8/8 horas por sete dias ou

secnidazol 2g, VO, em dose única) após o primeiro trimestre;

Assistência de Enfermagem ao Pré-Natal

Queixas urinárias:

o O aumento da frequência de micções é comum no início e no fim da gestação

(aumento do útero e compressão da bexiga);

o Solicitar exame de urina tipo I e orientar de acordo com o resultado;

Falta de ar e dificuldade para respirar:

o Sintomas frequentes na gestação devido ao aumento do útero ou ansiedade da

gestante;

o Recomendar repouso em decúbito lateral esquerdo;

o Ouvir a gestante e conversar sobre suas angústias, se for o caso;

o Atentar para achados no exame cardiopulmonar;

o Agendar a consulta médica, caso haja dúvida ou suspeita de problema clínico;

Assistência de Enfermagem ao Pré-Natal

Dor nas mamas:

o Recomendar o uso constante de sutiã, com boa sustentação, após descartar

qualquer alteração no exame das mamas;

o Oportunizar o momento para orientar para o preparo das mamas para a

amamentação;

Dor lombar (dores nas costas):

o Recomendar à gestante correção de postura ao sentar-se e ao andar;

o Uso de sapatos com saltos baixos e confortáveis;

o Aplicação de calor local;

o Usar analgésico se não for contra-indicado, por tempo limitado;

Assistência de Enfermagem ao Pré-Natal

Cefaléia (dor de cabeça):

o Afastar hipertensão arterial e pré-eclâmpsia se idade gestacional > 24

semanas;

o Conversar com a gestante sobre suas tensões, conflitos e temores;

o Prescrever analgésico por tempo limitado;

o Referir à consulta médica, se persistir o sintoma;

Sangramento nas gengivas:

o Recomendar o uso de escova de dente macia e orientar para a prática de

massagem na gengiva;

o Agendar atendimento odontológico, sempre que possível;

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Varizes:

o Recomendar à gestante não permanecer muito tempo em pé ou sentada;

o Repousar com as pernas elevadas várias vezes ao dia por 20 min;

o Não usar roupas muito justas;

Câimbras:

o Recomendar à gestante massagear o músculo contraído e dolorido e

aplicar calor local;

o Aumentar o consumo de alimentos ricos em potássio, cálcio e vitamina

B1;

o Evitar excesso de exercícios;

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Cloasma gravídico (manchas escuras no rosto):

o Explicar que é comum na gravidez e que costuma diminuir ou desaparecer

após o parto;

o Recomendar a não exposição do rosto diretamente ao sol;

o Recomendar o uso de filtro solar tópico;

Estrias:

o São resultado da distensão dos tecidos e que não existe método eficaz de

prevenção;

o Podem ser utilizadas massagens locais, com substâncias oleosas, na

tentativa de preveni-las;

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Intercorrências Clínicas mais frequentes

Hiperêmese

• Caracteriza-se por vômitos contínuos e intensos que impedem a alimentação da

gestante, ocasionando desde a desidratação e oligúria à perda de peso e transtornos

metabólicos;

• Prescrição de drogas antieméticas, além de hidratação;

• Antieméticos orais: Metoclopramida - 10mg; Dimenidrato - 50 mg de 6/6h;

• Antieméticos injetáveis: Metoclopramida - 10mg (1amp. = 10ml); Dimenidrato - 50 mg

(1amp. =1ml);

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Síndromes hemorrágicas

• As mais importantes situações hemorrágicas na gravidez são:

o Primeira metade:

Abortamento;É a morte ou expulsão ovular ocorrida antes de 22 semanas ou quando o concepto pesamenos de 500g. O abortamento é dito precoce quando ocorre até a 13ª semana e tardioquando ocorre entre a 13ª e 22ª semanas;

Descolamento cório-amniótico;Caracteriza-se por sangramento genital de pequena intensidade. É diagnosticado por exameultra-sonográfico. A evolução em geral é boa, não representando quadro de risco maternoe/ou ovular;

Gravidez ectópica;Corresponde à nidação do ovo fora da cavidade uterina. A mulher, frequentemente apresentaperda sanguínea uterina e dores no baixo ventre;

Mola hidatiforme;

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o Segunda metade:

Placenta prévia (PP);Corresponde a um processo patológico em que a implantação da placenta, inteira ouparcialmente, ocorre no segmento inferior do útero. As mulheres multíparas e comantecedentes de cesáreas são consideradas de maior risco. O diagnóstico de certeza é

dado pelo exame ultra-sonográfico;

Descolamento prematuro da placenta (DPP);É a separação abrupta da placenta antes do nascimento do feto. Ocorre em cerca de0,5 a 1% de todas as gestações, sendo responsável por altos índices de mortalidadeperinatal e materna. O diagnóstico é, preferencialmente, clínico: de dor abdominalsúbita, com intensidade variável, perda sanguínea de cor vermelho-escura;Em algunscasos, o sangramento pode ser oculto. Ao exame obstétrico, o útero encontra-sehipertônico, doloroso, sensível às manobras palpatórias; os batimentos cardíacosfetais podem estar alterados ou ausentes;

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ANEMIA

• Conceitua-se anemia na gravidez quando os valores de hemoglobina são iguais ou

menores que 11,0g/dl;

• A anemia ferropriva, evidenciada por alterações dos níveis de hemoglobina, deve

ser tratada.

• Prescrição: Sulfato ferroso em dose de tratamento de anemia ferropriva -120 a

240mg de ferro elementar/dia), 2 a 4 drágeas via oral/dia, uma hora antes das

principais refeições. ( 1 cp = 200 mg = 40 mg de ferro elementar);

• Repetir o exame em 60 dias. Se os níveis estiverem subindo, manter o

tratamento até a hemoglobina atingir 11g/dl, quando deverá ser mantida a dose

de suplementação (1 drágea ao dia), e repetir o exame em torno da 30ª semana;

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Hipovitaminose A

• Verifica-se a alta prevalência de hipovitaminose A, principalmente, na região

Nordeste e em áreas específicas, como norte de Minas Gerais;

• A vitamina A é nutriente que atua no sistema imunológico, auxiliando no combate

às infecções, tais como diarréia e sarampo;

• Auxilia também no crescimento e desenvolvimento, além de ser muito importante

para o bom funcionamento da visão;

• A falta de vitamina A pode resultar em cegueira;

• Para combater esta carência nutricional, preconiza-se, em especial para estas

regiões, a suplementação de megadose de vitamina A, ainda nas maternidades,

para as mães, garantindo, assim, o aporte necessário dessa vitamina para a mãe

e o recém-nascido por meio do leite materno.

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Hepatite b

• Os sintomas mais frequentes são: mal-estar, cefaléia, febre baixa, icterícia,

anorexia, astenia, fadiga, artralgia, náuseas, vômitos, desconforto no hipocôndrio

direito e aversão por alguns alimentos;

• A medida mais eficaz para prevenção dessa infecção é a vacinação;

• Caso a gestante seja HBsAg positivo, ela deve ser encaminhada, após o parto, para

avaliação em serviço de referência e, nas primeiras 12 horas de vida do recém nascido,

deve-se administrar a imunoglobulina humana anti-hepatite B (HBIg) e a imunização ativa

(vacina), com doses subsequentes com um e seis meses. É necessário que se confirme a

imunidade pós-vacinal pela realização do anti-HBs, na criança, até um ano de idade;

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Toxoplasmose

• A infecção no primeiro trimestre é mais grave, acarretando desde abortamento espontâneo

até a Síndrome da Toxoplasmose Congênita, caracterizada por: alterações do SNC

(microcefalia, calcificações cerebrais, retardo mental, espasticidade, convulsões, entre outras),

alterações oculares (coriorretinite, microftalmia), alterações auditivas (surdez) e outras;

• Se a infecção ocorre no último trimestre: recém nascido pode ser assintomático ou

apresentar ausência de ganho de peso, hepatite com icterícia, anemia, plaquetopenia,

coriorretinite, miocardite ou pneumonia;

• Interpretação dos exames e conduta: anticorpos IgM positivos -> utilização imediata da

espiramicina (1.500.000 UI), na dose de 1g de oito em oito horas, via oral;

• Obs.: Quando disponível, realizar testes confirmatórios da infecção aguda (teste de avidez de IgG). Caso se

confirme a infecção aguda (baixa avidez de IgG), a medicação deverá ser mantida até o parto. Se o teste

demonstrar alta avidez de IgG, deve-se considerar como diagnóstico de infecção antiga, interromper o uso da

espiramicina e continuar o seguimento pré-natal normal;

Assistência de Enfermagem ao Pré-Natal

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Infecção do trato urinário (itu)

• Infecção comum em mulheres jovens e representa a complicação clínica mais frequente na

gestação. Dois a 10% das gestantes apresentam bacteriúria assintomática, com 25 a 35%

desenvolvendo pielonefrite aguda;

• Modificações na gestação que favorecem a ITU: estase urinária pela redução do

peristaltismo ureteral, aumento da produção de urina, glicosúria e aminoacidúria

favorecendo o crescimento bacteriano e infecções;

• A bacteriúria assintomática é a mais frequente, sendo que as infecções sintomáticas

poderão acometer o trato urinário inferior (cistites) ou ainda, o trato superior (pielonefrite).