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Profª. Lívia Bahia
ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA
Parte 22
Atenção Básica e Saúde da Família
Paciente com queixa de corrimento vaginal e cervicite
Atenção Básica e Saúde da Família
Candidíase
• É uma infecção da vulva e vagina, causada por um fungo comensal
que habita a mucosa vaginal e a mucosa digestiva, que cresce
quando o meio torna-se favorável para o seu desenvolvimento;
• A relação sexual não é a principal forma de transmissão visto que
esses organismos podem fazer parte da flora endógena em até 50%
das mulheres assintomáticas. Cerca de 80 a 90% dos casos são
devidos à Candida albicans e de 10 a 20% a outras espécies
chamadas não- albicans (C. tropicalis, C. glabrata, C. krusei, C.
parapsilosis);
Atenção Básica e Saúde da Família
Os fatores predisponentes da candidíase vulvovaginal são:
• gravidez; diabetes mellitus (descompensado);
• obesidade; uso de contraceptivos orais de altas dosagens;
• uso de antibióticos, corticóides ou imunossupressores;
• hábitos de higiene e vestuário inadequados (diminuem a ventilação e
aumentam a umidade e o calor local);
• contato com substâncias alérgenas e/ou irritantes (por exemplo:
talco,perfume, desodorantes);
• alterações na resposta imunológica (imunodeficiência), inclusive a
infecção pelo HIV;
Atenção Básica e Saúde da Família
• Sinais e sintomas dependerão do grau de infecção e da localização do
tecido inflamado; podem se apresentar isolados ou associados, e
incluem:
o prurido vulvovaginal (principal sintoma, e de intensidade variável);
o ardor ou dor à micção; dispareunia; fissuras e maceração da pele;
o corrimento branco, grumoso, inodoro e com aspecto caseoso (“leite
coalhado”);
o hiperemia, edema vulvar, fissuras e maceração da vulva;
o vagina e colo recobertos por placas brancas ou branco acinzentadas,
aderidas à mucosa;
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Atenção Básica e Saúde da Família
• Tratamento Candidíase
Os parceiros sexuais de portadores de candidíase não precisamser tratados, exceto os sintomáticos;
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Tricomoníase
• É uma infecção causada pelo Trichomonas vaginalis (protozoário
flagelado), tendo como reservatório a cérvice uterina, a vagina e a
uretra;
• Sua principal forma de transmissão é a sexual. Na mulher, pode
acometer a vulva, a vagina e a cérvice uterina, causando
cervicovaginite;
• O achado de Trichomonas vaginalis em uma citologia oncológica de
rotina impõe o tratamento da mulher e também do seu parceiro
sexual, já que se trata de uma DST;
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• Suas características clínicas são:
o corrimento abundante, amarelado ou amarelo esverdeado,
bolhoso;
o prurido e/ou irritação vulvar;
o dor pélvica (ocasionalmente);
o sintomas urinários (disúria, polaciúria);
o hiperemia da mucosa, com placas avermelhadas (colpite difusa
e/ou focal, com aspecto de framboesa);
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• Tratamento tricomoníase
Parceiros também devem ser tratados;
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• Paciente com queixa de dor pélvica
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• A dor pélvica é classicamente dividida em aguda e crônica;
• A aguda tem início súbito e geralmente é intensa o suficiente para
que a paciente procure cuidados imediatos; A dor pélvica é dita
crônica quando tem pelo menos seis meses de duração;
• Causas ginecológicas: aborto, gravidez ectópica, rotura ou
torção de cisto de ovário, sangramento de corpo lúteo, dor do
meio do ciclo menstrual (irritação peritoneal causada por discreto
sangramento na cavidade quando ocorre a ovulação),
degeneração de miomas; e doença inflamatória pélvica (DIP);
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Doença Inflamatória Pélvica (DIP)
• É uma síndrome clínica atribuída à ascensão de microorganismos do
trato genital inferior, espontânea ou devido à manipulação (inserção
de DIU, biópsia de endométrio, curetagem etc.), comprometendo
endométrio (endometrite), trompas, anexos uterinos e/ou estruturas
contíguas;
• A DIP é um processo agudo, sendo os agentes mais comuns a
Neisseria gonorrhoeae e a Chlamydia trachomatis;
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• Fatores correlacionados com DIP:
o DST prévias ou atuais: infecção por clamídia, micoplasmas e/ou gonococos.
Estima-se um caso de DIP para cada 8 a 10 casos de pacientes com cervicite
por algum desses patógenos;
o Ter múltiplos parceiros sexuais ou parceiro recente;
o Usar método anticoncepcional: o dispositivo intra-uterino (DIU) pode
representar um risco 3 a 5 vezes maior para o desenvolvimento de DIP se a
paciente for portadora de cervicite;
o Já ter tido DIP: pacientes com salpingite prévia têm uma chance aumentada
em 23% de desenvolver um novo episódio infeccioso;
o Ter parceiro sexual portador de uretrite.
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• Para o diagnóstico clínico, é necessária a presença de:
o três critérios maiores mais um critério menor; ou
o um critério elaborado;
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Tratamento Doença Inflamatória Pélvica (DIP)
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Hepatites Virais
• As hepatites virais são doenças provocadas por diferentes agentes
etiológicos, com tropismo primário pelo tecido hepático, que
apresentam características epidemiológicas, clínicas e
laboratoriais semelhantes e importantes particularidades;
• As hepatites virais têm grande importância pelo número de
indivíduos atingidos e pela possibilidade decomplicações das
formas agudas e crônicas;
Atenção Básica e Saúde da Família
• Hepatite A: A principal via de contágio do vírus da hepatite A é a
fecal-oral; por contato inter-humano ou através de água e
alimentos contaminados. Contribui para a transmissão a
estabilidade do vírus da hepatite A (HAV) no meio ambiente e a
grande quantidade de vírus presente nas fezes dos indivíduos
infectados; A transmissão parenteral é rara, mas pode ocorrer se
o doador estiver na fase de viremia do período de incubação.
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• Hepatite B: A transmissão do vírus da hepatite B (HBV) se faz
por via parenteral, e, sobretudo, pela via sexual, sendo
considerada doença sexualmente transmissível. A transmissão
vertical (materno-infantil) também é causa freqüente de
disseminação do vírus. De maneira semelhante às outras
hepatites, as infecções causadas pelo HBV são habitualmente
anictéricas;
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• Hepatite C: O vírus da hepatite C é o principal agente etiológico da
hepatite crônica anteriormente denominada não-A não-B. Sua
transmissão ocorre principalmente por via parenteral. Possuem risco
acrescido para a infecção por via parenteral: indivíduos que receberam
transfusão de sangue e/ou hemoderivados antes de 1993, usuários de
drogas intravenosas ou usuários de drogas inaladas e aspiradas que
compartilham os equipamentos de uso, pessoas que fizeram tatuagens,
ou outras formas de exposição percutânea (p. ex: clientes de
consultórios odontológicos, podólogos, manicures, etc.) sem cuidados
com as normas de biossegurança. A transmissão sexual é pouco
freqüente;
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• Hepatite D: é causada pelo vírus da hepatite delta (HDV) e é
semelhante a outras hepatites virais pode apresentar-se como infecção
assintomática, sintomática ou até com formas graves. O HDV é um vírus
defectivo, satélite do HBV, que precisa do HBsAg para realizar sua
replicação. A infecção delta crônica é a principal causa de cirrose
hepática em crianças e adultos jovens em áreas endêmicas da Itália,
Inglaterra e Brasil (região amazônica). Pode ser transmitido através de
relações sexuais desprotegidas, via parenteral (compartilhamento de
agulhas e seringas, tatuagens, piercings, procedimentos odontológicos).
A transmissão vertical pode ocorrer e depende da replicação do HBV.
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• Hepatite E: O vírus da hepatite E (HEV) é de transmissão fecal-
oral. Essa via de transmissão favorece a disseminação da infecção
nos países em desenvolvimento onde a contaminação dos
reservatórios de água perpetua a doença. A transmissão
interpessoal não é comum. Em alguns casos os fatores de risco
não são identificados. A doença é autolimitada e pode apresentar
formas clínicas graves, principalmente em gestantes;
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• Características da hepatites virais
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• Competências nos níveis de atendimento das hepatites virais no
SUS
(Brasil, 2006)
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• Aconselhamento e testagem
o O aconselhamento consiste em um processo educativo e pode se
desenvolver através de um diálogo interativo, baseado em uma
relação de confiança;
o Visa proporcionar à pessoa condições para que avalie seus
próprios riscos e tome decisões realistas quanto à sua prevenção
e aos problemas que possam estar relacionados às DST/HIV/Aids
e às hepatites virais, levando o indivíduo a reconhecer-se como
sujeito na prevenção e manutenção da sua saúde;
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• Componentes do processo de Aconselhamento:
o Educativo (orientação/informação): informações e esclarecimentos de forma
interativa;
o Apoio emocional - auxiliar o usuário para que ele se sinta acolhido.
Estabelecer relação de confiança; Explicitar as práticas de vulnerabilidade à
transmissão/infecção, avaliar as possibilidades de resultados, aceitar a
revelação do diagnóstico, comunicar aos parceiros sexuais, incentivar a
realizar o teste. O sigilo das informações precisa aqui ser garantido;
o Avaliação de riscos - Conversar sobre situações de risco para as infecções por
hepatites B e C, relacionadas às práticas sexuais e ao uso de drogas, ajudar o
usuário a perceber seus comportamentos e sua vulnerabilidade à infecção;