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AVALIACAO DAS TENSOES NAS ARMADURAS DAS VIGAS E LADE DO BLOCO 71 DO VERTEDOURO DA USINA HIDRELETRICA DE TAQUARUqU PELO METODO DE TREPANACAO Eng4 No Assad Ibri (1) Eng2 Rui do Azevodo (1) Eng° Antonio Reno C. A. do Paula Leite (2) Eng° Julio CAsar Astolphi (2) ( 1) Hidroservice Engenharia Ltda. (2) CESP - Companhia Energdtica de Sao Paulo RESUMO Apresentam-se, neste trabalho, os estudos te6ricos Para detecgao das causas da fissuragao ocorrida em vigas a labs do concreto armado da sala de comando do bloco 71 do Vertedouro da Usina Hidrel6trica do Taquarugu. Expoe-se, posteriormente, m6todo experimental do alivio do tens6es portrepanagao nas armaduras, utilizado para subsidiara hip6tese te6rica selecionada e concluir sobre a seguranga da estrutura para futuros carregamentos a qua estar6 submetida. 1. GENERALIDADES SOBRE A USINA HIDRELETRICA DE TAQUARUgU A Usina Hidrel6trica de Taquarugu esta situada no rio Paranapanema, na divisa dos Estados de Sao Paulo e Parana, a jusante da Usina de Capivara e a montante de Rosana. A using consiste basicamente de barragens de solo compactado em ambas as margens, associadas a estruturas de concreto destinadas a alojar os equi- pamentos de geragao a os dispositivos de extravasao, situadas sobre o leito original do rio. 0 comprimento total da obra 6 de cerca de 2.000 m (sendo 528,80 m em concreto) e a altura maxima 6 de 61,00 m. Na Ilustragao 1, em anexo, 6 apresentado um desenho de conjunto das estruturas de concreto. A usina, qua esta na fase de montagem dos equipamen- tos principals, dispora de 5 unidades de turbina Kaplan com potencia unitaria de 100.800 kN a seu vertedouro 6 de superficie com soleira Creager, composto por 9 vaos dotados de comporta-setor com descarga maxima de projeto de 18.100 m3/s. O empreendimento 6 de propriedade da CESP, tendo sido seu projeto elaborado pela HIDROSERVICE a as obras executadas pela construtora MENDES JR. 2. DESCRIcAO DO FENOMENO OCORRIDO E OBJETIVOS O conjunto de vertedouros compreende 10 blocos numerados de 71 a 80 , sendo que os dois extremos (bloco 71 do lado da margem direita e o bloco 80 do lado da margem esquerda) sao blocos especiais, com a fungao de fazer a transigao do vertedouro para as estruturas adjacentes; os demais sao blocos tipicos. Cada bloco tipico apresenta urn pilar central qua serve de apoio a duas comportas adjacentes. 0 bloco 71 faz a transigao do vertedouro para o muro central a para a casa do maquinas, registrando-se que metade do bloco apresenta a segao transversal de vertedouro e a outra metade corresponde a um macigo de concreto, qua recebe as reagoes da comporta. Nas Ilustragoes 2 e 3, em anexo, sao apresentados uma plants a um corte do bloco 71 a na Ilustragao 4 6 apresentada uma planta detalhada da laje objeto deste trabaiho. Imediatamente abaixo da crista do bloco 71 existern alguns compartimentos destinados a abrigar pain6is el6tricos. Na laje de cobertura destes compartimentos, que corresponde a crista da barragem, foi detectada em maio de 1990, a existdncia de algumas fissuras. As equipes de projeto da CESP e da HIDROSERVICE procederam imediatamente a uma inspegao no local, observando tratar-se de fissuras passantes com aber- turas m6dias de 0,3 mm nas lajes a 0,6 mm nas vigas. Foram analisadas diversas hip6teses sobre as causas dessa fissuragao, tendo-se elaborado simulagoes te6ricas a partir das hip6teses julgadas mais plausiveis. Os resultados desses estudos te6ricos foram entao confrontados com os resultados de ensaios de alivio de tens6es pelo m6todo de trepanagao nas armaduras das vigas a lajes. Assim sendo, pode-se verificar o n ivel de tensoes atuan- tes a conhecer a reserva resistente da estrutura para XX Seminario Nacional de Grandes Barragena 133

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AVALIACAO DAS TENSOES NAS ARMADURAS DAS VIGAS E LADE DO

BLOCO 71 DO VERTEDOURO DA USINA HIDRELETRICA DE TAQUARUqU

PELO METODO DE TREPANACAO

Eng4 No Assad Ibri (1)

Eng2 Rui do Azevodo (1)

Eng° Antonio Reno C. A. do Paula Leite (2)Eng° Julio CAsar Astolphi (2)

( 1) Hidroservice Engenharia Ltda.(2) CESP - Companhia Energdtica de Sao Paulo

RESUMO

Apresentam-se, neste trabalho, os estudos te6ricos Para detecgao das causas da fissuragaoocorrida em vigas a labs do concreto armado da sala de comando do bloco 71 do Vertedouroda Usina Hidrel6trica do Taquarugu. Expoe-se, posteriormente, m6todo experimental do aliviodo tens6es portrepanagao nas armaduras, utilizado para subsidiara hip6tese te6rica selecionadae concluir sobre a seguranga da estrutura para futuros carregamentos a qua estar6 submetida.

1. GENERALIDADES SOBRE A USINAHIDRELETRICA DE TAQUARUgU

A Usina Hidrel6trica de Taquarugu esta situada no rioParanapanema, na divisa dos Estados de Sao Paulo eParana, a jusante da Usina de Capivara e a montantede Rosana.

A using consiste basicamente de barragens de solocompactado em ambas as margens, associadas aestruturas de concreto destinadas a alojar os equi-pamentos de geragao a os dispositivos de extravasao,situadas sobre o leito original do rio. 0 comprimentototal da obra 6 de cerca de 2.000 m (sendo 528,80 mem concreto) e a altura maxima 6 de 61,00 m. NaIlustragao 1, em anexo, 6 apresentado um desenho deconjunto das estruturas de concreto.

A usina, qua esta na fase de montagem dos equipamen-tos principals, dispora de 5 unidades de turbina Kaplancom potencia unitaria de 100.800 kN a seu vertedouro6 de superficie com soleira Creager, composto por9 vaos dotados de comporta-setor com descargamaxima de projeto de 18.100 m3/s.

O empreendimento 6 de propriedade da CESP, tendosido seu projeto elaborado pela HIDROSERVICE a asobras executadas pela construtora MENDES JR.

2. DESCRIcAO DO FENOMENO OCORRIDO EOBJETIVOS

O conjunto de vertedouros compreende 10 blocosnumerados de 71 a 80 , sendo que os dois extremos(bloco 71 do lado da margem direita e o bloco 80 do lado

da margem esquerda) sao blocos especiais, com afungao de fazer a transigao do vertedouro para asestruturas adjacentes; os demais sao blocos tipicos.

Cada bloco tipico apresenta urn pilar central qua servede apoio a duas comportas adjacentes. 0 bloco 71 faza transigao do vertedouro para o muro central a para acasa do maquinas, registrando-se que metade do blocoapresenta a segao transversal de vertedouro e a outrametade corresponde a um macigo de concreto, quarecebe as reagoes da comporta. Nas Ilustragoes 2 e 3,em anexo, sao apresentados uma plants a um corte dobloco 71 a na Ilustragao 4 6 apresentada uma plantadetalhada da laje objeto deste trabaiho.

Imediatamente abaixo da crista do bloco 71 existernalguns compartimentos destinados a abrigar pain6isel6tricos. Na laje de cobertura destes compartimentos,que corresponde a crista da barragem, foi detectada emmaio de 1990, a existdncia de algumas fissuras.

As equipes de projeto da CESP e da HIDROSERVICEprocederam imediatamente a uma inspegao no local,observando tratar-se de fissuras passantes com aber-turas m6dias de 0,3 mm nas lajes a 0,6 mm nas vigas.

Foram analisadas diversas hip6teses sobre as causasdessa fissuragao, tendo-se elaborado simulagoeste6ricas a partir das hip6teses julgadas mais plausiveis.Os resultados desses estudos te6ricos foram entaoconfrontados com os resultados de ensaios de alivio detens6es pelo m6todo de trepanagao nas armaduras dasvigas a lajes.Assim sendo, pode-se verificar o n ivel de tensoes atuan-tes a conhecer a reserva resistente da estrutura para

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suportar os esforgos adicionais advindos do fechamen-to das comportas e enchimento final do reservat6rio.

0 presents trabalho expoe as analises te6ricas efetua-das, bern como a metodologia dos ensaios e asconclusoes obtidas.

3. ANALISE DAS CAUSAS DA FISSURAtAO

3.1 Hipdteses Descartadas

Das hip6teses possiveis sobre as causas do quadrofissurat6rio da estrutura , foram descartadas as seguin-tes:

a) Reca/ques Diferenciais de Fundacao

A instrumentacao disponivel de blocos adjacentesnao indicou a ocorrencia de recalques diferenciais,confirmando a uniformidade e boa qualidade darocha de fundacao. De outro lado, nao so constata-ram fissuras de usalhamento, tipicas de recalquesdiferenciais , nas parades do suporte das vigas elajes do bloco 71.

b) Cargas Acidentais Excepcionais

0 quadro fissurat6rio existente no local nao 6 tipicode flexao , uma vez que as fissuras sao passantes,incluindo regioes das secoes transversais que es-tariam comprimidas por esforgos fletores.

Embora a fiscalizacao da obra houvesse informadoa ocorrencia de patolamento sobre a laje com autilizagao de guindaste PH-40, os esforgos oriundosdesta operacao ja haviam sido verificados polo

projeto , sem possibilidades de danos 6 estrutura.c) Protensao do Pilar do Bloco 71

A data de protensao, anterior a concretagem dasvigas e lajes do bloco 71, invalidou a associaga-odeste evento com o quadro fissurat6rio existente.

3.2 Hipdteses Plausiveis

Como hip6teses plausiveis sobre as causas da fissura-gao das lajes e vigas do bloco 71, consideram-se:

• esforgos de tragao no piano de laje oriundos deretragao termohidraulica do concreto as primeirasidades;

• perdas de protensao do pilar do bloco 71.

3.3 Calculos Estruturais

Estas duas hip6teses originaram tras calculos de ava-Iiagao do campo de tensoes, conforms se segue:

Calculo A: considerou-se uma perda de protensaoavaliada como 50% da perda nao imediata.

C:lculo B: considerou-se uma variagao uniforme detemperatura igual a -10° nas lajes e vigas.

Calculo C: combinagao da ocorrencia simultanea doscarregamentos descritos nos calculos A eB.

Estes calculos foram elaborados utilizando o programa

SAP90 (Elementos Finitos), sendo apresentados em

anexo os graficos correspondente ao calculo A.

Para estes calculos , adotaram -se os seguintes parame-tros para o concreto armado , considerando - se que ofenomeno de fissuracao tenha ocorrido as primeirasidades ap6s a concretagem:

• m6dulo de deformacao : 100.000 kgf/cm2;

• resistdncia caracteristica a tragao : 15 kgf/cm2;

• ago CA-50A.

3.4 Andlise dos Resultados dosCAlculos A, B e C

A combinacao das awes traduzidas pelo calculo A(perda parcial de protensao no pilar, e pelo calculo B(abaixamento uniforme da temperatura na laje) for-neceram resultados que permitern explicar o mecanis-mo responsavel pelas fissuras na estrutura.

Assim 6 que do calculo A resultaram tensoes na direcao

perpendicular as fissuras , por6m com intensidadesrelativamente baixas (tensao de tragao maxima igual a1,8 kgf/cm2).

Em contrapartida, no calculo B o fenomeno inverteu-se,isto 6, as tensoes de tragao alcangaram valores signifi-cativos (tensao de tragao maxima igual a 7,9 kgf/cm2),por6m com diregoes pouco sugestivas.

No calculo C, associacao dos dois anteriores, os niveisde tensao alcangaram valores ligeiramente mais eleva-dos (tensao maxima de tracao igual a 8,2 kgf/cm2) com

direrao perpendicular as fissuras.Com base nestes ultimos resultados , pods -se depreen-der que, do ponto de vista qualitativo, foi valido supor

que estavamos diante da combinacao das agues previs-

tas no caso C, levando-se em conta uma das seguintescondi96es: ou o processo se deu nos primeiros dias doidade do concreto, quando a resistencia caracteristicaapresentava ainda valores inferiores aqueles conside-rados nos dados basicos, ou a redugao de temperaturana ocasiao foi mais acentuada , por exemplo , 15°C ou20°C.

Nas ilustragoes 5, 6 e 7, em anexo , sao apresentadasa discretizagao da laje a os campos de tensoes nasduas diregoes, obtidos para o calculo A (a titulo deexemplo).

3.5 Outras Simulagoes Estruturais

AI6m dos calculos destinados a averiguar o mecanismode formagao de fissuras, foram elaboradas mais duasseries de estudos te6ricos:

a) A primeira, com o objetivo de avaliar o estado atualde tensoes, sobrepondo- se aos resultados da-queles calculos, os efeitos do peso pr6prio, desobrecargas, de variagoes t6rmicas e da perda deprotensao nao imediata.

b) A segunda, para a verificadoo das condigoes da

estrulura para o carregamento superveniente,decorrente do enchimento do reservat6rio.

4. VERIFICAcAO EXPERIMENTAL - METODO-

LOGIA DOS ENSAIOS DE TREPANACAO

Selecionada a hip6tese mais plausivel sobre as causas

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da fissuracao conforme jA descrito , efetuaram-sa on-saios para confirmacao do nivel real de tensoes atuantenas armaduras.

Todos os ensaios de laboratbrio e campo foram exe-cutados pela equipe do Laboratbrio de Engenharia Civilda CESP de Ilha Solteira, com supervisao das equipesde projeto da CESP e da HIDROSERVICE.

4.1 Metodologia dos Ensaios

Os ensaios foram realizados atraves datecnicade aliviodo tensoes por trepanag&o. Esta tecnica consiste naexecucao de furo na armadura, nas bordas do qual, nadirecao da barra, sao colados extensometros micror-resistivos ( strain-gages). Ap6s a furagao, parcela datensao atuante no ponto a detectada pelos extensome-tros adjacentes na forma de deformacoes especificas.0 processo foi calibrado previamente em Iaborat6rio,obtendo-se uma constants multiplicadora das deforma-goes especificas aliviadas para avaliagao da tensao noponto onde se executou a trepanagao, conforme aseguir descrito.

4.2 Calibracao do Processo de Trepanacao

A calibragao do processo foi efetuada em laboratbrioatraves do ensaio de barras de ago do diametros 16 mme 20 mm, do acordo com as etapas a seguir:

a) Para cada diametro de interesse , foram seleciona-dos 2 segmentos de barras de ago de mesmasclasse e categoria das indicadas nos certificados decontrole da qualidade do lote empregado naexecugao das lajes e vigas do bloco 71.

b) Preparou -se a superfIcie para colagem de exten-sometro , atraves de esmerilhamento , visandoeliminagao de mossas , com comprimento e larguraminimos de 25 mm e 10 mm , respectivamente.

c) Colaram -se dois extensometros de base 5 mmseparados conforme o esquema a seguir:

70 M

d) As barras foram posicionadas na maquina, efetuan-do-se ligagao de 1/4 de ponte para leitura inde-pendente dos dois extensometros.

e) Aplicaram -se esforgos de tragao de 250 MPa comleitura dos extensometros nos est6gios de 50 MPa,150 MPa e 250 MPa, calculando-se a media dasdeformagoes medidas.

f) Com a barra tracionada , procedeu - se a furagao nocentro da distancia entre os dois extensometros,utilizando - se furadeira manual de 2.900 rpm,acoplada a brocas de 2,0; 2,5; 3,5 e 4,0 mm dediametro ; para cada uma delas , efetuou-se afuragao ate o dobro do diametro da broca utilizada,

ate o diametro de 4,0 mm por 8,0 mm de profun-didade. Ao fim de cada uma destas furacoes,

executou -se a leitura dos extensometros.

g) Efetuou-se o descarregamento da barra ate50 MPa, e obtiveram-se graficos tensao X defor-macao na forma que se segue:

Calculou-se, posteriormente, o coeficiente de aliviosegundo a expressao:

K^ (Ea - Eo) x 100

Ee

onde:

Ea = deformagao especifica aliviada com a barrasob tensao.

Co = deformagao especifica na barra ap6s alivioe descarregamento.

Ee = deformagao elastica ao fim do tensionamentoda barra.

Obteve-se, neste ensaio , o valor medio K4 = 25% sig-nificando que, em media , os extensometros registram25% da deformagao especifica associada a tensaoatuante no local de furagao, indicando clue os valoresde campo deveriam ser multiplicados polo fator 4 paraavaliagao da grandeza da tensao no ponto de alivio.

4.3 Tensao Residual e Avaliacao da TensaoAtuante na Armadura

Durante a trepanagao da armadura , aliviam-se as ten-soes mecanicas oriundas dos esforgos externosaplicados e a tensao residual devida aos processos de

usinagem do ago.

Cumpriu, assim , separar as duas parcelas pela ava-liagao da tensao residual, utilizando-se o mesmoprocedimento de alivio de tensoes descrito anterior-mente , sem, contudo , submeter a barra a quaisqueresforgos mecanicos.

Para cada diametro (16 a 20 mm) foram efetuados8 ensaios , em barras colhidas do mesmo lote for-necedor das barras ensaiadas para calibragao doprocesso de trepanagao. dispondo-se , portanto de16 ensaios com a determinagao da deformagao residualdo ago. Por ser um parametro de alta dispersao, optou-se por um numero relativamente alto de ensaios de

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modo a permitir sua avaliacao experimental maisacurada.

Obtiveram -se os valores ER = 20,7 x 10-6 eSR = 9,7 x 10, 6 - respectivamente a media e o desvioPadrao da deforma9Ao residual do ago.

Tais resultados permitiram avaliar um valor caracteris-tico superior para as tensoes obtidas no ensaio decampo.

4.4 Tensoes Aliviadas na Armadura da Estrutura

Para avaliacao das tensoes aliviadas na armadura daestrutura , utilizou -se a seguinte expressao:

CA - ERt3s=• xEs

K4

onde:

CA deformag&o especifica total aliviada portrepanacao.

ER deformacao especifica residual devida Ausinagem do ago.

K$ constante de calibracao do processo detrepanacao.

Es modulo de deformacao do ago.

0 sinal negativo da expressao a corretor da inversao desinal entre tensoes efetivamente atuantes e aliviadas,inerente ao processo de trepanacao.

As fotos numeradas do 1 a 6 ilustram as oporacoos doensaio no campo.

5. ANALISE DOS RESULTADOS DOS ENSAIOSDE CAMPO

A Tabela 1, a seguir , que apresenta a sintese dosresultados , traz dois valores das tensoes nas ar-maduras das seg6es fissuradas.

O primeiro e o valor medio, as calculado com a

deformacao residual mediaER= 20,7 x 10-6; o segundo,

asK e o valor caracteristico superior calculado com adeformacao residual caracteristica superior , definido

pelo quantil de 95% , assumindo - se que a probabilidadede ocorrbncia de valores superiores aquela tensao

caracteristica a de 5%. Na iiltima coluna da Tabela 1

pode -se visualizar , tambem, os valores teoricos es-

timados nos mesmos pontos , conforme o modelo

tebrico adotado.

Pode -se observar na Tabela 1 quo todos os valoresobtidos para as tensbes sao de trag&o , com resultadosprbximos das previsoes teoricas nos pontos 131, situadona laje e B7 na viga V2 , registrando -se que o modelo

tebrico assume que as barras correspondentes aospontos B2 e B6 sAo paralelas a direcao de fissuracAo e

nao apresentou , por esta razao, valores teoricos das

tensbes nestes pontos . Em realidade , a diregao das

fissuras evidenciou -se obliqua as barras e os ensaios

destas barras revelaram , tambem , tensbes de tracaobastante distintas entre si , podendo - se atribuir estadiferenciacao a distintas condig6es de vinculo e dedirecionamento da fissura que as interceptava.

Do fato , a lajo L2 oncontra -se engastada na parade dodirecao montante -jusante em uma borda e, na outra,apoiada na viga V1 , as quais , sem duvida , apresentamsubstancial diferenr a de rigidez. De sua vez, a laje L3esta apoiada em duas vigas , V1 e V2, de idbnticarigidez.

Tais condicoes de vinculo da estrutura e direcionamen-to da fissuracao afetam , tambem , as barras correspon-dentes aos pontos B1 e B5 que sao paralelas entre si eortogonais as anteriormente consideradas , indicandoque, de fato , aquelas condigoes do contorno distintasprovocam diferentes distribuig6es de esforgos nas duasdirecoes das lajes L2 e L3.

No que respeita aos ensaios nas barras da vigas V1 eV2, tambem se verificaram diferengas significativasentre as tensoes nos pontos B3 , B7 e B8. De fato, asvigas V1 e V2 recebom contribuicoes distintas do car-regamentos das lajes nelas apoiadas , devendo-se con-siderar a abertura de dimensoes consideraveis(3,0 x 4,0 m), separadora das lajes L4 e L5 (videIlustrarao 4), que minors o carregamento da viga V2.

De quaiquer modo, o nivel obtido das tensoes ostamuito aquem da resistencia de calculo a tracoofyd = 4.350 kgf/cm2 para o ago, evidenciando-segrande reserva resistente para a armadura na regiaodas fissuras . Esta reserva deverA ser mobilizada quan-do do enchimento final do reservatbrio que, a9indosobre as comportas do Vertedouro, acarretarA esforgosna laje e vigas semelhantes aqueles que foram conside-rados na porda do protensao dos pilares.O cAlculo dentes esforgos , leva a tensoes de tracAo naarmadura da ordem de 932 kgf /cm2, que , somados aosesforcos revetados pelos ensaios de trepanacao, elevaas tensoes na armadura para urn patamar de tracaomAximo de 2.100 kgf/cm2, aproximadamente.

6. CONCLUSOES

Os ensaios de trepanacao na armadura das vigas e lajedo bloco 71 na cota 286,98 m do Vertedouro da UsinaHidreletrica de Taquaruqu comprovaram ser bastanteplausivel a hipbtese de que as causas da fissurarao Iaocorrida estao associadas A retrag&o termohidrAulicacombinada com perdas de protensao do pilar daquelebloco.

De outro lado, os ensaios evidenciaram tensbesmAximas de tracao na armadura da segAo fissurada daordem do 1.200 kgf/cm2, valor que, adicionado aoesforgo previsto devido ao empuxo nas comportasquando do enchimento final do reservatorio, chega aopatamar maximo de 2.100 kgf/cm2, consideravelmenteinferior a resistbncia A tracao de projeto Para o ago, iguala 4.350 kgf/cm2.

Assim, permitiu-se afirmar que a fissuragao ocorridanAo comprometeu a seguranga daquela estrutura, umavez que ola mantem reserva portante suficiente para aabsorcao de futuras solicitacbes.

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Cumpriu , pois, adotar providencias de protecao daestrutura a do equipamento nela instalado contrainfiltracoes de Aguas pelas fissuras da laje que, supe-riormente , se presta a transito na crista do vertedouro.

Para tanto , adotou -se resina de baixa viscosidade paravedacao das fissuras da laje e selamento subsuperficialdas descontinuidades nas vigas.

De resto , cabe registrar que a t6cnica de allvio detensoes em armaduras pelo m6todo de trepanacaomostrou•se recurso experimental valioso , destinado a

aferir hip6teses te6ricas associadas , principalmente, aproblemas de seguranga estrutural.

7. AGRADECIMENTQ$

Os autores agradecem a CESP - Companhia Ener-g6tica de Sao Paulo , a HIDROSERVICE EngenhariaLtda., respectivamente proprietaria e projetista da obra,pela autorizacao para publicacao deste trabalho e aoapoio a incentivo na sua alaboracao.

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144 XX Seminario Nacional de Grandes Barragens

XX Seminfrio Nacionai de Grandee Barragens 145

FOTO 1 - ASPECTO DA REMOcAO DO RECOBRIMENTO DA LAJE E PREPARA QAODA ARMADURA PAPA INSTALAQAO DOS "STRAIN -GAGES"

FOTO 2 - ARMADURA EXPOSTA PELA REMOcAO DO RECOBRIMENTO NA VIGA V2.E VISIVEL A FISSURA TRANSVERSALMENTE A FISSURA.

146 XX Seminario Nacional de Grandes Barragens

FOTO 3 - VISTA DA ARMADURA DE TRAcAO A INSTRUMENTADA DA VIGA V1.

FOTO 4 - IN[CIO DA TREPANAcAO DA AR-MADURA DA LAJE L3. OBSERVA- SE DIS-

POSITIVO GUIA DA PERFURATRIZ.

XX Saminirlo NaclonN do Gran dos Barrogens 147

FOTO 5 = 'OUTRA VISTA DO DISPOSITIVOGUIA COM 0 RELOGIO COMPARADOR

UTILIZADO PARA CONTROLE DAPROFUNDIDADE DE PERFURACAO

FOTO 6 • ASPECTO DO EOUIPAMENTODE LEITURA DOS "STRAIN-GAGES"(INDICADOR E CAIXA DE LIGA(;AO).

148 XX SeminJrio Nacional de Grandes Barragens