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Concurso inédito premia luthiers Engels e Villa-Lobos Revista Cultural do Conservatório de Tatuí Maio/2008- Ano IV - nº 38 Distribuição Gratuita Villani-Côrtes Concurso Nacional "Enzo Bertelli" levará luthier à Europa Concurso Nacional "Enzo Bertelli" levará luthier à Europa Maestro alemão Gottfried Engels rege Orquestra Sinfônica Paulista Maestro alemão Gottfried Engels rege Orquestra Sinfônica Paulista Compositor consagrado fala do início da carreira no Conservatório de Tatuí Compositor consagrado fala do início da carreira no Conservatório de Tatuí

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Concurso inéditopremia luthiers

Engels e Villa-Lobos

Revista Cultural do Conservatório de TatuíMaio/2008- Ano IV - nº 38

Distribuição Gratuita

Villani-CôrtesConcurso Nacional "Enzo Bertelli"levará luthier à EuropaConcurso Nacional "Enzo Bertelli"levará luthier à Europa

Maestro alemão Gottfried Engels regeOrquestra Sinfônica PaulistaMaestro alemão Gottfried Engels regeOrquestra Sinfônica Paulista

Compositor consagrado fala do início dacarreira no Conservatório de TatuíCompositor consagrado fala do início dacarreira no Conservatório de Tatuí

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EXPEDIENTEO Ensaio Magazine é uma publicação do Conservatório Dramático

e Musical “Dr. Carlos de Campos” de Tatuí, gerido pela Associação deAmigos do Conservatório de Tatuí, qualificada como Organização Socialda Área de Cultura no Governo do Estado de São Paulo por ato doSenhor Governador, de 12/12/2005, publicado no DOE de 13/12/2005– Seção I. Este informativo foi produzido para distribuição gratuita,financiado exclusivamente por meio de apoio cultural.

Tiragem: 3.000 exemplares

Apoio Cultural

2 ENSAIO Magazine

Rua São Bento, 415 – Tatuí, SP – CEP 18270-820 - Informações: (15) 3251-4573 - www.conservatoriodetatui.org.br - Fotos: Conservatório de Tatuí/Divulgação

Governo do Estado de São Paulo .................................... José SerraSecretaria de Estado da Cultura ...................................... João SayadUnidade de Formação Cultural ......................................... Luiz NogueiraDiretor Executivo da AACT ................................................ Henrique Autran DouradoDiretor Artístico-Pedagógico da AACT .......................... Antonio Carlos Neves CamposDiretora Administrativo-Financeira da AACT ............. Maria da Graça Xavier NevesJornalista Responsável ........................................................ Deise Juliana de Oliveira - Mtb 30803 ([email protected])Programador Visual ............................................................... Paulo Rogério Ribeiro ([email protected])Produtor Cultural ................................................................... Giovani de Arruda Campos ([email protected])

ÍndiceConcurso de Luteria 9Edição nacional dará bolsa de estudos na Europa;inscrições podem ser feitas até julho

Apaixonado pelo presente 5Edmundo Villani-Côrtes fala sobre o início dacarreira de compositor no Conservatório de Tatuí

Gottfried Engels 7O simpático maestro alemão rege a OrquestraSinfônica Paulista dia 14

Opção cultural 10Espaço Cooperativa abre as portas para as artes

Canciones Catalanas 8Artigo de Dagma Eid disseca obras de Llobet

Foto da CapaO Conservatório de Tatuí e o ChoroArtigo

O Conservatório Dramático e Musical "Dr. Carlosde Campos" de Tatuí é a primeira escola de músicabrasileira mantida por um Governo Estadual aincluir em seu currículo o gênero “Choro” comomatéria pedagógica. Desde 1999 esse cursoencontra-se à disposição de seus alunos. Nenhumaoutra escola do Brasil, estadual ou particular -com exceção da escola de Choro de Brasília mantidapelo Governo Federal e fundada um ano antes (1998)-, teve a iniciativa de abrir espaço a esse tãoimportante gênero da música brasileira. Adivulgação deste gênero pelo Conservatório deTatuí é ainda mais remota, iniciou-se em 1993. Jáa partir deste ano esta escola mantém o Chorocomo uma das opções de grupo musical oferecidapor esta instituição a serviço da boa música.

O Choro é uma “maneira” de tocar, antes deconstituir um gênero musical em si. Como o Maxixe,é a resultante final do abrasileiramento das dançasde salões da época vindas da Europa (da valsa,schottisch, mazurca, quadrilha e a polca) sendo oChoro a maneira brasileira de tocar essas danças-músicas e o Maxixe o modo de dançá-las. Nasceuno Brasil no final do século 19 e a partir daí vemtransitando entre o erudito e o popular mostrandoser uma forma de música popular que se mostraao mesmo tempo sofisticada, comunicativa eextremamente resistente. O aprendizado do Choronos dá acesso a todos os fundamentos musicais(escalas, arpejos, inflexões melódicas, ritmosvariados, modulações, dinâmicas...) tornandopossível ao seu estudante alcançar bases técnicas eteóricas não só para a execução e compreensãodeste gênero específico, mas também de outrosgêneros da música brasileira. O grande número deseus ritmos formadores e também ritmos nãoformadores que com o tempo foram agregados aseu extenso repertório pelos muitos compositoreschorões como o Baião, o Frevo, o Samba, o Arrasta-Pé e outros ritmos urbanos e também rurais, tornamo seu estudo ainda mais atraente e apaixonante.

Os músicos eruditos que o experimentam ficam

Alexandre Bauab*deslumbrados pela sua informalidade, pela suaflexibilidade. Os jazzistas admiram suaimprovisação de caráter mais rítmico e maispróximo do material temático. O Choro é um gêneroque influenciou e continua influenciando geraçõesde compositores eruditos e populares e é, hoje, amúsica brasileira instrumental mais tocada noexterior. Pelo mundo ganha novas vestimentas.Temos o Choro Club no Japão que faz uma fusãoda linguagem chorística com as tendênciascontemplativas da musica oriental, resultando umaespécie de Choro zen. Dos Estados Unidos, vem otrabalho do bandolinista Mike Marshall quedesenvolve uma maneira de tocar Choro comsotaque americano que apelidou de “brazilianbebop”. Outro americano, o pianista David Chesky,lançou um disco em duo com o violonista brasileiroRomero Lubambo de nome “Chorinhos de NovaYork”, no qual cada faixa é associada a um pontoturístico de Manhattan. Na Venezuela o grupo“Ensemble Gurufiu” inclui em seu repertório peçasde Pixinguinha e Jacob do Bandolim, enquanto seubandolinista, Cristóbal Sotto, tem percorrido omundo executando a suíte “Retratos” (de RadamésGnattali, para orquestra de cordas e regional dechoro) e o repertório de Jacob. Na Alemanha temoso violonista egípcio Ahmed El-Salamouny que temcomo ponto principal de seu trabalho os choros deJoão Pernambuco e Dilermando Reis. Muitostrabalhos têm levado o Choro ao âmbito dasuniversidades. São teses de mestrado abordandotemas relacionados à cultura chorística. Muitostrabalhos já concluídos e outros muitos emandamento e, pelo tanto que há para ser estudado,o Choro ainda deverá ser objeto de muitos trabalhosacadêmicos.

* Violonista, professor do Conservatório de Tatuíe coordenador do grupo de choro QuebrandoGalho. O texto foi escrito em comemoração ao“Dia do Choro”, 23 de abril, data de nascimento dePixinguinha.

Luthier de PrimeiraA capa desta edição é

uma homenagem a EnzoBertelli, fantástico luthierque foi o responsávelpela criação do curso deluteria no Conservatóriode Tatuí. A pintura a óleoé assinada por OrlandoLisboa e decora a oficinade luteria em Tatuí. Nas-cido em Verona, Itália, em1918, Enzo mudou-se

para o Brasil no pós guerra. Bertelli é um dos me-lhores luthiers que já trabalharam no Brasil. Em suahomenagem, o Conservatório de Tatuí promove oConcurso Nacional de Luteria, evento inédito quevai dar uma bolsa de estudos na Europa ao vence-dor, além de outros R$ 10 mil em prêmios.

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O trompista Jeremias Pereira, aluno do professor Joaquim das Dores,acaba de ingressar na OSRP (Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto).Jeremias foi selecionado em audições que resultou no recém criadonaipe de metais, realizadas entre os dias 27 e 28 de fevereiro. Jeremais,que já fez apresentação na estréia da temporada da orquestra, emmarço, ganhou elogios do maestro Cláudio Cruz, publicados na revista“Momento Vivace”. “O Jeremias é um rapaz de 19 anos e um dos maiorestalentos que já vi”, disse Cláudio Cruz, citando o instrumentista como agrande promessa da orquestra e destacando o referencial do rapaz: anaturalidade com que explora notas graves e agudas. “Este meninotransita por esses dois registros com a maior facilidade: consegue teruma virtuosidade; consegue ter uma virtuosidade e uma técnicamaravilhosas, trata-se de um talento formidável na trompa”, acrescentouCruz.

O professor Joaquim das Dores orgulha-se do aluno e destaca que elecontinuará até concluir o curso no Conservatório de Tatuí. “Ele é um dosmelhores alunos que já tive no Conservatório de Tatuí”, disse o professor.

Dedicar-se a um instrumento por boaparte da vida e ter a oportunidade deapresentar-se como solista frente auma orquestra seria emocionante paraqualquer instrumentista. Para LucianaSerrano Torres, 24, essa estréia foi aindamais especial. Moradora de CesárioLange e estudante do Conservatório deTatuí, Luciana perdeu a visão quandoainda era bebê e fez sua estréia frenteà orquestra no Theatro Municipal doRio de Janeiro, dia 10 de abril. Aparticipação da pianista ocorreu nolançamento do Festival Sesi Música edo programa “Valores da Música”, quevai ao ar pela TV Futura e que teve trêsdos 12 episódios gravados em Tatuí. Oevento foi apresentado por Gabriel OPensador e teve participação de artistascomo Dado Villa Lobos, Armandinho,Miguel Proença e Francis Hime.

A oportunidade brilhou para Luciana Torresquase que casualmente. No último mês de março,o maestro Silvio Barbato gravou no Conservatóriode Tatuí boa parte da série “Valores da Música”. Aoentrevistar os alunos do curso de musicografia brailee ouvir a pianista executando a Sonata K 330 deMozart, ele não teve dúvida. “Eu já estava

Aluno de trompa na Sinfônica de Ribeirão Preto

Aluna especial, Luciana Serrano Torresestréia como concertista

Aluna do Conservatório de Tatuí, deficiente visual apresentou-se frente à orquestra no Teatro Municipal do Rio de Janeiro

trabalhando com a orquestra e pensando nessaobra para o repertório. O convite foi imediato”,afirmou ele.

A orquestra regida por Barbato no Rio de Janeirofoi formada exclusivamente para apresentar-se noevento. São 40 jovens músicos de até 25 anos deidade, vindos de diferentes pontos do país.

Foram sete anos de piano eruditoe, agora, piano comercial. Ela aindafaz curso de musicografia braile noConservatório de Tatuí. Para ela, aestréia como concertista teve umsabor especial. “Esta foi a primeiravez na minha vida que me apresenteicomo concertista. É algo que eu semprequis, com que sonhei muito. Leveimuitos ‘nãos’ na minha vida porminha falta de visão e muitos nãoacreditaram nesse convite”, disse ela.

InclusãoO Conservatório de Tatuí vem

abrindo espaço a portadores dedeficiências visuais há décadas. Aprimeira aluna foi Madalena Cubasque, na década de 70, enxergava menosde 10%, quando ingressou noConservatório para estudar flautacom João Dias Carrasqueira. A

trajetória de Madalena inspirou outros alunos efez do Conservatório local onde sonhos se realizampara muitos estudantes, entre eles a jovemLuciana.

Atualmente, a escola oferece o curso demusicografia braile, com aulas ministradas porKarla Gambarotto.

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O bandolinista Daniel Nunes Pereira Junior veiode São Paulo; a percussionista Flora Milito, deFranca; o violonista Maurício Tagliadelo, de SãoCarlos; e Alexandre Gonçalves Peres, que tocacavaquinho, de Ribeirão Preto. Os quatro músicosconheceram-se no Conservatório de Tatuí e deramorigem ao grupo “Formigueiro”, especializado nochoro e no samba.

Desde a criação do grupo no final do anopassado, eles já se apresentaram em Sorocaba,São Carlos e Maringá, no Paraná, prova de que ochoro é, até hoje, paixão nacional – lá, ganharammatéria exclusiva assinada por Fabio Massalli,no Diário do Norte do Paraná. “Queríamosampliar o repertório, levar o gênero a outroslocais e, como isso, temos tido uma ótimarecepção. Estamos nos apresentando em locaisdiferentes”, contou Daniel Nunes Pereira Junior.

No repertório do grupo, obras de Jacob doBandolim, Pixinguinha, Ernesto Nazareth, entreoutros chorões. “Está acontecendo um fenômenointeressante: o choro está sendo mais divulgadodo que nunca”, diz o vocalista e bandolinistaPereira Junior. “Ele andou cambaleando um tempoatrás, mas nunca esquecido. Hoje em dia, peladivulgação, existem muitas escolas de choroespalhadas pelo Brasil e isso tem contribuídobastante para a divulgação. A garotada estávoltando (trazendo o choro) com uma novaroupagem, agregando influências de outros estiloscomo o jazz e está sendo legal para a divulgação”,conta ele.

A força do choro junto a representantes deoutros estilos não é nenhuma novidade. Grandescompositores eruditos brasileiros como RadamésGnatalli e Villa-Lobos eram freqüentadoresassíduos de rodas de choro. “O Radamés trouxe acoisa camerística do erudito para o choro, provadisso é a gravação da ‘Suíte Retratos’, um marcona história”, comenta o grupo.

Além do choro, o grupo está se dedicando a umnovo projeto: um concerto didático que marcaráo centenário de nascimento do mestre Cartola,que será celebrado em 11 de outubro.

Para quem ficou curioso e quiser ouvir mais do“Formigueiro”, os contatos são (16) 9207-9355 e(15) 9785-9911. Por que esse nome? Ah, sim, éDaniel quem explica: “numa escola de música, omais difícil, por incrível que pareça, é formar umgrupo. Depois, quando forma, é um formigueirode gente querendo participar...”, brincou.

Alunos de canto coral do professor Ronaldoda Silva, do Conservatório de Tatuí, participaramde uma aventura vocal no dia 27 de março. Aviagem à São Paulo, chamada de “Vocalis-ação”,foi uma maratona vocal na qual os alunospassaram o dia realizando diferentes atividadesrelacionadas com a prática, direta e indireta, docanto coral. Ao todo, foram sete horas de intensasatividades em diferentes pontos da cidade.

O dia começou no Centro Universitário SãoCamilo com uma palestra sobre fisiologia davoz aplicada à prática de canto coral. Os alunosforam recebidospela coordenadorado curso degraduação dafaculdade defonoaud io log iaCristiane Yonezaki,mais as professorasMaria LuísaLentini, Ana Leia S.Berenstein, PriscillaHey T. Salcedo etrês alunas queministraram apalestra. A palestraesclareceu pontosimportantes sobreo aparelho fonadore desmistificou certas crendices acerca doscuidados da voz. Ao final, o professor Ronaldoformou um grande coro com os alunos de Tatuíe os professores e alunos do curso defonoaudiologia da faculdade. Todas asprofessoras e alunas palestrantes receberam umCD do coral Da Boca Pra Fora e CD comemorativodos 50 anos do Conservatório de Tatuí. No inícioda tarde, os alunos se dirigiram ao Instituto deArtes da Unesp, onde foram recebidos peloprofessor Marcos Pupo Nogueira. Foi o próprioprofessor quem ciceronou o grupo pela visita àfaculdade de música, passando por salas de aula

Instituto de Artes da UNESP - Alunos e professores doConservatório junto com o prof. Dr. Marcos PupoNogueira (segundo da direita para a esquerda)

Teatro Humboldt - Apresentação do Coro Feminino da Universidade de Viena

‘Formigueiro’: músicosdescolados, gêneros autênticos

Nova Safra ‘Vocalis-ação’: uma aventura nouniverso vocal de São Paulo

Alunos de canto coral do Conservatório visitam Capital e assistem concertodo feminino da Universidade de Viena

e acervo da biblioteca, além de visitarem oestúdio de música eletroacústica.

No início da noite, o grupo fez visitamonitorada ao Teatro Municipal e, finalizando amaratona, os alunos foram até o Teatro Humboldtassistir ao concerto do Coro Feminino daUniversidade de Viena, regido pelo maestro VijayUpadhyaya, acompanhados ao piano por VeronikaSchmid e com solos do tenor Daniel Schostok. Ocoro apresentou um repertório de cançõespopulares austríacas e três músicas brasileiras:“Tira o Chapéu” e “Sinhá Marreca”, de Ernst Mahle;

e “Aquarela doBrasil”, de AriBarroso. Ao final doconcerto, osp r o f e s s o r e sRonaldo e MarcosNascimento e osalunos tiveramoportunidade deconversar com omaestro Vijay e comos componentes docoro. O maestro foipresenteado com oCD do Coro Da BocaPra Fora e com o CDcomemorativo dos50 anos do

Conservatório de Tatuí.Segundo o professor Ronaldo, organizador do

projeto, “foi uma viagem inesquecível, na qualos alunos do Conservatório mostraram-se acimade tudo, maduros nas perguntas realizadas e nogrande interesse conferido a todas as atividades”.“Vale ressaltar que foi muito importante acompanhia e a ajuda do professor MarcosNascimento nesse evento. Agradeço, também, aoprofessor Cadmo Fausto por apoiar a realizaçãodo passeio pedagógico-cultura e ao professorHenrique Autran Dourado, por aprovar eviabilizar este projeto”, disse Ronaldo.

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Premiado pela qualidade,respeitado pela flexibil idade,adorado pela simpatia. Ocompositor Edmundo Villani-Côrtesé, atualmente, um dos principaiscompositores brasileiros. Dono deum acervo composicional de maisde 300 obras escritas parainstrumentos solistas, canto solo,coro, conjuntos de câmara, bandasinfônica e orquestra sinfônica,Villani-Côrtes assina uma ópera,duas sinfonias e um “Te Deum”.

Mestre em música pela Escola deMúsica da Universidade Federal doRio de Janeiro e doutor em músicapelo Instituto de Artes da Unesp,Edmundo Villani-Côrtes colecionaprêmios, entre eles quatro vitóriasna APCA (Associação Paulista de Crítico de Artes).Em 1990, recebeu o prêmio de melhor peça eruditavocal (“Ciclo Cecília Meireles”); em 1995, prêmiode melhor peça coral sinfônica (“PostaisPaulistanos”); em 1998, melhor peça experimental(“Concerto para Vibrafone e Orquestra”); e, em 2007,melhor pela coral sinfônica (“Te Deum”).

Suas centenas de peças têm sido apresentadas egravadas por uma grande variedade de intérpretesnão só no Brasil mas também em vários outros países.Entre tantas obras, ele também consolida-se comoum dos compositores mais importantes daatualidade na música para sopros. Entre os gruposque apresentam suas obras estão a Banda Sinfônicado Estado e a Orquestra de Sopros Brasileira.

Como iniciou na composição?Nasci em 8 de novembro de 1930 e comecei no

violão, depois passei para o piano. A composiçãosurgiu logo quando comecei a lidar com música,ainda no violão. Pode-se dizer que a partir dos 19,20 anos já compunha.

Mas minha intenção quando comecei a estudarera tentar ser um pianista razoável - se conseguisseisso já estaria muito bom. Nunca pretendi estudarcomposição para ser compositor.

Qual é sua relação com bandas sinfônicas?Ela iniciou-se praticamente em Tatuí e é um

caso muito especial. Em 1991, quando fui dar aulasno Festival de Inverno de Campos do Jordão –Núcleo Tatuí, o pessoal que estudava regência comDario Sotelo teve a idéia de sugerir que euescrevesse uma peça para os estudantes do festival.Foi a primeira peça para banda sinfônica que euescrevi – uma peça para piano e banda estreada

pelos alunos e estudantes de música de Tatuí. Apartir dessa peça, fiz, naquela época, trabalhos emcinco festivais e toda vez que eu ia, escrevia umapeça para o pessoal . Depois apareceramencomendas... A primeira gravação que tive dasminhas peças de maior porte também foi feita porTatuí, pela Orquestra de Sopros Brasileira, domaestro Dario Sotelo (foi a obra “Djopoi –Abertura”, de 1994). No mesmo disco também umarapsódia brasi leira. Assim, não só meurelacionamento com bandas, mas meurelacionamento com Tatuí é importantíssimo paraminha carreira de compositor. E, assim, tambémqueria ressaltar o trabalho do Dario Sotelo, que éum batalhador maestro muito competente,resistente. Ele é o motivo de eu poder ter feitomuita coisa para banda, sempre tenhoencomendas, festivais, esse negócio todo... – ficoaté motivado para escrever. Para mim, tem queolhar sempre para frente. O segredo é o seguinte:temos que guardar do passado só boas lembranças,o presente a gente tem que lutar por ele, fazer omáximo possível, pensando num futuro quesempre é incerto, duvidoso... precisamos nosconcentrar no presente.

Como é escrever obras para formaçõesdistintas?

Passei muito tempo escrevendo arranjos etrabalhei na Orquestra da TV Tupi e lá na televisãoaparecia tudo quanto era coisa na época, era ummovimento muito grande de orquestras... euescrevia diariamente e tinha de desenvolver osarranjos mais estranhos e, sempre, de última hora.Me acostumei com desafios, de ter que escreverpeça para orquestra que não conhecia de um dia

para o outro.Para mim, o segredo da vida é

pegar as coisas difíceis queaparecem e considerá-las naturais.Se na primeira dificuldade vocêdesiste, não dá certo. Depois, é sóapreciar os músicos tocando.

Qual sua obra preferida?Escrevi duas grandes sinfonias,

a Sinfonia nº 1 e a Sinfonia nº 2. Anúmero 1 foi escrita em 1997 sobencomenda de Tatuí e a número 2também, mas ainda não estreou (iráser estreada neste ano). Não hácomo dizer qual é a preferida. Cadacomposição é mais ou menos comose fosse um filho seu, não dá parasaber o que é melhor. Acho que

quando a gente está fazendo uma peça eescrevendo para essa formação, aquela formaçãotem que ser a preferida. Tem que gostar daquiloque se está fazendo, se apegar àquilo e consideraraquilo como sendo o último trabalho que vai fazerna vida. Minha fórmula é essa. Sempre tem quefazer o máximo possível em tudo.

O que pensa sobre banda como meio deexpressão?

Antes de existir o movimento da bandasinfônica, não havia muitos veículos. É ummovimento muito bonito que acaba com aquelaidéia de que banda é só para tocar dobrados noscoretos. Hoje, há um repertório especial, comcompositores maravilhosos, inclusive no exterior.

O coral Da Boca pra Fora apresentou uma missasua na fase final do Mapa Cultural Paulista...

Benedictus é uma parte uma das partes da missaque eu fiz (geralmente as missas têm cinco partes).Eu ainda não ouvi, mas suponho que tenhampreparado muito bem. O Cadmo Fausto é muitocaprichoso. Eu já tive outras peças no MapaCultural Paulista em 2000. A peça de confronto,chamada “Frevo Paulista”, era minha. Foi quandoo Da Boca Pra Fora venceu pela primeira vez. Tenhocarinho especial por eles e estamos torcendo pelavitória.

Que trabalho está desenvolvendo atualmente?Neste exato momento estou escrevendo uma

peça sob encomenda para o Trio Imagens, que jáfoi premiado. Fiz uma peça para elas e vou fazeruma versão para banda sinfônica também. A obrachama-se “Coração Latino”.

Villani-Côrtes: apaixonado pelo presenteEm entrevista, compositor fala sobre o início da carreira em festivais de Tatuí

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ENSAIO Magazine6 ENSAIO Magazine

NotasCanciones catalanas para violão

A violonista Dagma Eid,professora do Conservatório deTatuí, ministra no dia 3 demaio, às 17h, a palestra“Miguel Llobet: CancionesCatalanas para Violão (1899-1927”. A palestra é uma dasatrações do VII SeminárioInternacional Vital Medeiros e

acontece no Teatro Municipal “Dr. Armando deRé”, na cidade de Suzano. O seminário é realizadode 1º a 4 de maio sob organização de Juraci BarrosMedeiros.

Ritmos da TerraO Grupo Percussionista

de Câmara foi um dosdestaques da Mostra dePercussão “Ritmos daTerra”, que reuniuapresentações musicais e

oficinas de 21 a 24 de abril na Unicamp e noCentro de Convivência Cultural de Campinas. OGPC, regido por Luis Marcos Caldana, apresentou-se no dia de encerramento do evento. Aprogramação ofereceu ao público a oportunidadede conhecer um panorama de diferentestendências da percussão atual. Da música solísticaàquela realizada por grupos numerosos, as depercussão múltipla, as de teclados (marimba,vibrafone, xilofone) as de percussão cênica, worldmusic, eruditas e populares.

Paulo Braga na ViradaO pianista Paulo Braga

fez duas participações na4ª edição da ViradaCultural, eventoorganizado pela Secretariade Estado da Cultura na

cidade de São Paulo entre os dias 26 e 27. Nosábado, 26, Paulo Braga se apresentou com ogrupo de rock Patife Band no Sesc Vila Mariana.Já no domingo, 27, ele tocou no projeto “Pianona Praça”, na Praça Dom José Gaspar.

Quarteto Vivace no PeruVivace, andamento

musical, descreve a rotinae o estilo do quartetoformado pelo violonistaEdson Lopes, peloflautista MarioMedeiros, pelo

percussionista Rodrigo Marinonio (todos doConservatório de Tatuí) mais o violonista RobertoColchiesqui. Os quatro, que deram início aosensaios em julho do ano passado, tocam “músicapopular com sabor de erudito”, na definição dopróprio Edson Lopes.

Com o primeiro CD na prensa, Vivace escolheucom cuidados obras representativas do repertóriobrasileiro. Lá, estão “Tico Tico no Fubá”, “SantaMorena”, “Suíte Retratos”, “17 Léguas e Meia”,“Vida Breve”, além de outros clássicos como “RagTime Dance” e “A História do Tango”. Trata-se domelhor de Jacob do Bandolim, Gnatalli, HumbertoTeixeira, Manoel de Falla, Scott Joplin e AstorPiazzola. E é justamente este repertório que seráouvido pelos peruanos entre os dias 26 e 30 demaio, em evento promovido pela Embaixada doBrasil em Lima. As apresentações acontecem naprópria embaixada e, outra, na cidade de Cuzco –cidade cujas catedrais integram o patrimônioarquitetônico mundial.

Coreto Paulista - Festival de BandasA Orquestra de Sopros

Brasileira, regida por DarioSotelo, participa no dia 21 demaio, às 20h, no auditóriomunicipal de Serra Negra do“Coreto Paulista”, o primeiroFestival de Bandas de SerraNegra. Além da Orquestra de

Sopros Brasileira, do Conservatório de Tatuí,participam outras 15 bandas, orquestras ecorporações musicais do Estado de São Paulo,entre elas a Orquestra de Sopros Maestro Neves,regida por Agenor Ribeiro (do pólo doConservatório de Tatuí em São José do Rio Pardo)e a Orquestra de Metais Lyra Tatuí, regida porAdalto Soares. O evento acontece de 21 a 24 demaio.

Já no Palácio Primavera, acontece o Encontrode Lideranças e Bandas. Dele, participa comoconvidado o diretor executivo do Conservatóriode Tatuí Henrique Autran Dourado. Já o maestroDario Sotelo faz palestras sobre “Projeto PróBandas” e “O Repertório para Bandas”. Tambémde Tatuí, Adalto Soares dá depoimento pessoalsobre sua experiência com a Orquestra de Metais.

Cidadão EméritoO maestro Adriano

Machado recebeu no dia 10de abril, em sessão solene,título de cidadão eméritode Tatuí. A sessão foipresidida pelo vereador

Fábio Menezes, na sede Câmara Municipal. Otítulo, cedido a poucos cidadãos, é umagradecimento de toda a cidade pela altaqualidade do trabalho artístico do maestro e,principalmente, pela ótima representatividade queele faz da cidade em todo o Brasil e em outrospaíses, onde trabalha e faz apresentações.

Moção de aplausosA Orquestra de Sopros

Brasileira e todos os seusintegrantes receberam emabril moção de aplausos econgratulações pelolançamento do primeiro

DVD. O evento de lançamento aconteceu dia 26de abril no “Teatro Procópio Ferreira”. A moçãode aplausos e congratulações foi aprovada porunanimidade por todos os vereadores de Tatuí.

Mapa Cultural divulga resultados dia 11O Mapa Cultural

Paulista divulga no dia11 de maio os vencedoresde sua fase final nasdiferentes categorias. DoConservatório de Tatuí o

coral “Da Boca Pra Fora” concorre pela categoriacanto coral. O grupo regido por Cadmo Faustoestá confiante e espera estar entre os cinco corosvencedores que farão turnê pelo Estado de SãoPaulo. Os cantores do “Da Boca Pra Fora”apresentaram-se dia 6 de abril no Teatro “PauloEiró”.

O Mapa Cultural Paulista, criado em 1995,pretende promover o intercâmbio regional e omapeamento dos produtores culturais e de suasatividades no Estado.

Mais universitáriosO coordenador da área de música comercial

Sérgio Gonçalves de Oliveira traz mais notíciasde alunos aprovados em vestibulares. Julio CésarSaui, aluno de Cláudio Casarini, está fazendo cursode composição no Conservatório de Milão.

Já Maria Cecília Massari está cursando cantoerudito na FAAM-SP e Gustavo Budambergingressou no curso de educação musical daUSFCar, em São Carlos. Ambos são alunos daprofessora Meire Varella. Também na USFCar, emmúsica, ingressou o professor e integrante do coral“Da Boca Pra Fora” Marcos Nascimento. JosasVolavicius, aluno de Fabio Xavier, ingressou nocurso de música da Unesp.

Ex-aluno faz estágio em CremonaFormado no curso de

luteria pelo Conservatóriode Tatuí em 2006, ocapixaba Gedson Bravimchegou ao "ápice" dacarreira: está fazendoestágio na Escola de

Cremona, a "meca" dos luthiers, com o professorMassimo Negroni. O convite para o estágio dedois meses (iniciado em abril e que termina aofinal deste mês) partiu do próprio Negroni, quedesenvolveu oficina no Espírito Santo e,impressionado com a qualidade do trabalho deBravim, o convidou para o estágio.

Gedson Bravim cursou luteria em Tatuí entre osanos de 2002 e 2006. Após concluir o curso,montou sua própria oficina de luteria emCachoeira do Itapemirim, no Espírito Santo, ondereside. Bravim foi aluno de Luigi Bertelli.

Estrangeira nas artes cênicasNos cursos de música do Conservatório de Tatuí

os estrangeiros são presenças constantes. Agora,o curso de artes cênicas também começa a receberos latinos. A primeira aluna regular estrangeirado curso é Maria Pia Bernabé, argentina que estáfreqüentando (com sucesso) as aulas. Pia estádando continuidade em Tatuí às aulas já iniciadasna Argentina.

De casa novaInstrumentista da Orquestra de Sopros Brasileira

está em casa nova. A musicista Erica Rodriguesdos Santos (flautim) partiu para a OrquestraSinfônica de Aracaju (Sergipe).

Dia Mundial do TeatroA estréia da oficina de

teatro de rua levou paraa Praça da Matriz de Tatuí,em 27 de março (DiaMundial do Teatro), umasérie de apresentações que

quebrou a rotina da cidade. O grupo tem aulascom a professora Adriana Afonso, sobcoordenação de Carlos Ribeiro.

Novos professoresConservatório contratará novos professores.

Serão, ao todo, 17 novos profissionais que atuarãonas seguintes áreas: violino (2), viola, violoncelo,contrabaixo, flauta, oboé, clarinete, fagote,trompete, trombone, trompa, tuba, percussão,harpa e teoria.

A contratação se dará por análise curricular(que devem ser enviados ao [email protected]) eentrevista. No entanto, para concorrer é precisoter formação ou experiência internacionalcomprovada e ter sido (ou ser) primeira estantede orquestra de grande porte nacional ouinternacional.

A partir de maio, os detalhes estarão no siteoficial do Conservatório de Tatuí, owww.conservatoriodetatui.org.br.

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7ENSAIO Magazine

Em sua primeira passagem por Tatuí – e em umadas duas únicas apresentações da turnê no Brasil -, a pianista carioca radicada nos Estados UnidosDiana Kacso deu dicas valiosas a estudantes depiano e apresentou-se num recital único. Uma dasconcertistas mais premiadas do Brasil, Diana Kacsomostrou intimidade com as teclas e repassouconselhos a oito pianistas selecionados para seuworkshop.

Da aula técnica, participaram os pianistasNatasha de Camargo Ferrari (de Tatuí, com a obra“Fantasia Improviso op. 66”, de Chopin), StyveenAzzola (de Sorocaba, com a obra “Seherzo op. 20 nº1”, de Chopin), Felipe Melo (de Socorro, com a obra“Revê D’Amour”, de Liszt), Vinicius Augusto Costa (deItu, com a obra “Prelúdio op. 28 nº 15”, de Chopin),Felipe de Souza (de Sorocaba, com a obra “Valsa op.64 nº 1”, de Chopin), Alessandra Odazaki (com aobra “Valsa da Dor”, de Villa-Lobos), MarinaFlorenzano Gimenes (de Araçoiaba da Serra, com aobra “3ª Valsa”, de José Siqueira) e Adriano Silvano(de Rio Claro, com a obra “Sonata nº 1”, de Prokofiev).

As aulas impressionaram as aulas e muitos delesvão apresentar as dicas. “Procuro aconselhar sobrea parte técnica que exige concentração e também

sobre o coração, aquela parte na qual vocêtransmite seus sentimentos através da música”,afirmou ela.

Diana Kacso começou a tocar piano há exatomeio século, aos seis anos de idade, com a avó LeaAraguari. Passou algum tempo na Escola de Músicada Lapa e, aos oito anos, começou a estudar pianocom Celina Pimenta de Mello e, após cinco anos,começou o seu percurso pelo mundo dos concursosde piano. Matriculei-se então no ConservatórioBrasileiro de Música do Rio de Janeiro e por voltados 14 anos começou a estudar com Elzira Amabile.Aos 18 anos, ganhou uma bolsa para estudar naJuilliard School em Nova York, na classe de SaschaGorodnitzski. Com essa formação, já tocou nos cincocontinentes.

Entre as suas “especialidades” estão as obras deLiszt que muitos consideram indelevelmente ligadosao nome e à arte de Diana Kacso. Com jeito elétrico,uma intensidade e uma força de comunicaçãoimpressionantes, Diana é capaz de extrair toda amúsica que há dentro (e em volta) do turbilhão denotas e testes de virtuosismo, bem como o dom decriar atmosferas com os elementos expressivos queos textos sugerem.

A Orquestra SinfônicaPaulista recebe dia 10 de maioo maestro alemão GottfriedEngels. O maestro alemãoocupa a vaga do titularAdriano Machado paraconcerto no Teatro “ProcópioFerreira”, véspera de Dia dasMães, a partir das 20h30. Noprograma do regenteconvidado estão as obras“Bachianas nº 2”, de Villa-Lobos,e “Sinfonia nº 2”, de RobertSchumann.

Nascido em Bonn(Alemanha), Gottfried Engelsestudou na Escola Superior deMúsica de Colônia com PaulBreuer, tendo concluído o cursoem 1979 com o exame desolista (konzertexamen). Émembro da OrquestraSinfônica de Düsseldorf desde1980 e professor decontrabaixo na Escola Superior

de Música de Colônia e também na Escola Superior Robert Schumann de Düsseldorf.Em 1992 atuou pela primeira vez como frente à frente da orquestra Jovenes Arcos. Também regeu

várias outras orquestras com repertório variado. Dirigiu a Orquestra Sinfônica Nacional de Nicaráguae, na Alemanha, a Orquestra Sinfônica de Düsseldorf. Atuou ainda como regente em pequenos festivaisde música nos Estados Unidos e em projetos pedagógicos.

Ele também trabalha como solista, toca em várias orquestras e grupos de música de câmara e jáparticipou de diversas gravações para rádios e gravadoras. Já tocou em países da Europa, América doNorte, América do Sul e Japão.

No Brasil, lecionou nas universidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, alémde ter trabalhado regularmente com os contrabaixistas do movimento musical juvenil da Venezuela.

Sob coordenação da professora Regina Orsi,coordenadora da área de música de câmara,alunos e professores de toda a escola têm espaçogarantido para mostrar seus talentos. O projeto“Câmara em Ação”, estreado dia 15 de abril, seguetoda terça-feira às 19h, no Salão Villa-Lobos, comapresentações diversificadas. É a garantia deintegração das diferentes áreas do Conservatóriode Tatuí.

Na estréia, conta a professora Regina Orsi, aapresentação foi de Pedro Delarole (queapresentou obras de Bach e Mozart). Já em maio(dia 3), acontece apresentação de grupocoordenado por Otávio Blóes. Ao longo dos meses,muitos outros alunos e professores terão espaçopara mostrar a arte música no projeto.

“Recebemos alunos, professores e grupos deperformance orientados por Miriam Braga”,contou a professora Regina Orsi.

Quem quiser conferir é só “aparecer” no SalãoVilla-Lobos. Todas as apresentações têm entradafranca.

Pedro Delarole, que fez a estréia do projeto

Os valiosos conselhos de Diana Kacso

‘Câmara em Ação’abre espaço a talentosde todos os estilos

Orquestra Sinfônica Paulistarecebe Gottfried Engels

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ENSAIO Magazine 58

Miguel Llobet y Solés nasceu em 18 de Outubrode 1878 em Barcelona, capital da Catalunha. Filhode pai escultor, Llobet mostrou disposição para apintura, mas foi pela música seu maior interesse.Além do violão estudou violino e piano na EscolaMunicipal de Música de Barcelona e sua paixãopelo violão começou quando ganhou oinstrumento de um tio. Em 1889, Llobet assisteum concerto de Antonio Manjón (1866-1919) eimpressionado com o instrumento, decide dedicar-se completamente, estudando com Magín Alegre(?-?), um nome com poucas referências, e depois,com Francisco Tárrega (1852-1909).

A condição do violão no cenário musicaldurante o século XIX não era favorável para a suadivulgação nas salas de concerto. O violão eraconsiderado um instrumento inferior, usadoapenas para acompanhar melodias na rodas demúsica popular. Sobre tal condição, Emilio Pujolcomenta: “La guitarra, entonces, era tenida porinstrumento de limitados recursos. Desacreditaday manoseada por gentes incultas y de bajacondición, sólo se la consideraba adecuada pararasguear en ella simples aires vulgares, acompañartoscamente canciones callejeras, o para unirla aotros instrumentos congéneres en rondas yserenatas de pintoresco tipismo. Como si fuese uninstrumento al margen de la música, excluído delconcepto general del arte, no podía ofrecer alartista un medio idóneo para el desarollo de susfaculdades, ni la utilidad práctica que brindabala más humilde profesión.”

Francisco Tárrega veio a ser um ponto de partidapara melhorar a imagem do violão. Deixou obrasde valor permanente – estudos, transcrições,trêmulos e os admiráveis Prelúdios. Embora tenhapassado seus conhecimentos apenas de formaoral, a ele são atribuídas mudanças na técnica deexecução que foram seguidas por mais de umséculo. Suas inovações, do ponto de vistainstrumental, especificavam claramente suasintenções musicais e exploravam as possibilidadestimbrísticas do violão.

Podemos dizer que existe um capítulo essencialno século XIX e XX na história do violão que passaobrigatoriamente por nomes como o do próprioLlobet e outros discípulos de Tárrega – DomingoPrat (1886-1944), Daniel Fortea (1882-1953) eEmilio Pujol (1886-1980) – responsáveis peloressurgimento do violão. Notamos, portanto, queforam os violonistas catalães que impulsionaramo movimento do violão neste período, junto comnomes de violonistas de outras partes da Espanha,como o importante violonista andaluz AndrésSegovia (1893-1987), que com sua carreira dequase oitenta anos continua a fascinar estudantes,profissionais e amadores.

Miguel Llobet é uma figura extremamenteimportante na história do violão, mas ainda nãoteve seu merecido destaque, ficando um tantoesquecido e sufocado entre as notoriedades deTárrega e Segovia. Alguns fatores podem tercontribuído para o esquecimento da totalidadeda obra de Llobet, o atraso das edições de suasobras e arquivos perdidos: o período de entravespolíticos ocorridos na Catalunha, a guerra civilespanhola (1936-39) e a personalidadeacomodada do próprio Llobet. Apesar dos fatoresque dificultaram a divulgação de sua produção,o conjunto de sua obra foi essencial para a história

do violão. Com suas Canciones Catalanas tornou-se mestre na arte da transcrição e ajudou aposicionar o violão no século XX. As trezeCanciones Catalanas adaptadas para violão solopor Miguel Llobet são: Plany (1899); La filla delmarxant (1899); Cançó del Lladre (c.1900); ElTestamento d´Amélia (1900); El Rossinyol (1900);El fill del Rei (1900); El Mestre (1910); L´hereuRiera (1900); La Nit de Natal (1918); La Filadora(c. 1918); La Presó de Lleida (c. 1920); El Noi de laMare (s.d.).

Todas elas estão publicadas pela ChanterelleVerlag, debaixo do título Nueva Collección Llobet,volume 2. O responsável por tal edição é oviolonista Ronald Purcell1.

Trata-se de uma coleção versões para violão demelodias tradicionais catalãs. Portanto, aoobservar que o material usado na concepçãodestas célebres adaptações pertence ao terrenodo folclore catalão, cuja tradição é milenar, nossentimos motivados a buscar as informações arespeito destas melodias.

O contato com as gravações realizadas pelogrupo catalão de música antiga La Capella Reialde Catalunya foi o ponto de partida para o inícioda pesquisa, pois citavam algumas canções usadaspor Llobet como El fill del rei, La Filadora, Cançódel Lladre, El Mestre, e El Testament d´Amelia -estudadas durante a nossa formação musicalcomo violonistas, tanto na execução como noensino delas. Tal realização fonográfica incluiuas letras das canções, gravadas numa concepçãocoerente com a origem das melodias2. Isso nosremeteu a um interesse em desvendar este passadohistórico e a procurar respostas para ainterpretação deste repertório, na prática deconjunto de música antiga e na execução destasversões românticas para violão. A pesquisacontida nesta gravação nos motivou a encontraras outras melodias usadas na obra para violão deMiguel Llobet e percebemos que outroscompositores, talvez influenciados pelo próprioLlobet, também exploraram temas tradicionaiscatalães em sua obra3.

Espaço Leitura

Miguel Llobet: Canciones Catalanaspara violão (1899-1927) - Parte I

Dagma Eid*

Miguel Llobet (1878-1938)

1 Primeiramente foram editadas como DiezCanciones Populares Catalanas pela Union MusicalEspañola (UME) em 1964. La Pastoreta foi publicadapela UME em 1969 e El Noi de la Mare em 1975.La Presó de Lleida foi publicada somente em 1989,pela Chanterelle Verlag, junto com as outras.2 As canções originaram-se de maneira espontâneae anônima e foram transmitidas através da tradiçãooral. Portanto, não é possível identificar comprecisão a origem delas, mas as referências quelocalizamos no transcurso da música popularindicam que a maioria delas teve origem no cantolitúrgico e no trovadorismo. Para mais informações,ver a pesquisa completa.3 Entre os compositores-violonistas estão EmilioPujol, Andrés Segovia, Manuel Ponce, NarcysoYepes, John W. Duarte e Leo Brouwer; e oscompositores não-violonistas Federico Mompou,Francisco Casanovas, Toru Takemitsu e LleonardBallada Ibañez. Para mais informações, ver pesquisacompleta.* Dagma Eid é formada em violão pelo Conservatóriode Tatuí (1996) e pela Universidade Estadual Paulista(2002). Obteve seu título de mestre em música com adissertação “Miguel Llobet: Canciones Catalanas(1899-1927)” na Universidade de São Paulo (2008).É professora de violão erudito desta escola desde1993, ministra aulas de Interpretação da música doséculo XVI e realiza pesquisas do repertório parainstrumentos antigos como alaúde e guitarra barroca.

A publicação de Purcell trazia uma transcriçãomonofônica da canção El Mestre, com parte daletra original em catalão traduzida para o inglês.Isso também nos motivou a transcrever outrasmelodias tradicionais catalãs e traduzi-las parao português.

Conhecer o texto de tais melodias contribui paraformar uma idéia mais completa do contextofolclórico onde música e poesia despontam juntas.A música que recorre a tais temas ficou registradana história do violão. No entanto, os violonistasem geral não identificam a sua origem e nãoconhecem o texto original das canções catalãsencontradas na música antiga. Portanto, apesquisa das letras e sua tradução visa oferecerelementos para uma melhor compreensão dostemas explorados por Miguel Llobet.

(Continua na próxima edição)

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9ENSAIO Magazine

Pela primeira vez no país, luthiers terão seus tra-balhos avaliados e premiados. Isso porque o Con-servatório de Tatuí acaba de abrir inscrições aoConcurso Nacional de Luteria “Enzo Bertelli”, dis-puta que irá premiar três luthiers de violinos. O pro-dutor do melhor violino ganhará uma bolsa de es-tudos de três meses na Europa, enquanto que oluthier que ficar em segundo lugar receberá R$ 6mil e o terceiro, R$ 4 mil. As inscrições podem serfeitas até o próximo mês de julho.

O concurso visa premiar talentos da fabricaçãode instrumentos na modalidade de violino e divul-gar a arte de luteria. Sob o nome “Enzo Bertelli”, elefaz homenagem a um dos mais importantes luthiersda Itália que, há 20 anos, fundou em Tatuí o cursode fabricação de instrumentos – o Conservatório éuma das raríssimas escolas a oferecer o curso de

luteria gratuitamente.Os interessados em participar do concurso devem

acessar o site www.conservatoriodetatui.org.br, pre-encher ficha de inscrição e pagar a taxa de R$ 50,00.As inscrições podem ser feitas até o mês de julho porinteressados que exerçam a luteria em caráter au-tônomo, empregado, profissional ou amador, semdistinção de nacionalidade, sexo ou idade. Cadaparticipante poderá apresentar até dois instrumen-tos, sendo que os exemplares enviados não poderãoser modificados após a entrega. O júri considerarádesclassificados os instrumentos que apresentemcaracterísticas de trabalho mecânico ouenvernizados mecanicamente; tenham formas ex-cêntricas, sejam decorados ou coloridos de formaextravagante; tenham sido envelhecidos artificial-mente; e apresentem medidas anormais, isto é, te-

Tatuí realiza inédito concurso de luteriaConcurso dará bolsa de estudos no exterior ao primeiro colocado; outrosdois luthiers receberão prêmios no total de R$ 10 mil em dinheiro

nham caixa harmônica menor de 35 cm e maior de36 cm.

O instrumento será submetido a uma avaliação ini-cial por dois luthiers independentes escolhidos peloConservatório. Em momento posterior, será feita tam-bém uma avaliação acústica com um grupo de pro-fessores também determinado pela escola. O júri serácomposto por luthiers convidados, inclusive um espe-cialista internacional, e fará um exame do instrumen-to verificando nível técnico, montagem, qualidade doverniz, e acabamento e estilo de trabalho. No quesitoacústico o instrumento será avaliado quanto a timbre,potência e projeção sonora, equilíbrio de som e timbreentre as cordas e facilidade de execução.

Mais informações podem ser obtidas no sitewww.conservatoriodetatui.org.br ou na secretariado Conservatório, no telefone (15) 3251 4573.

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ENSAIO Magazine 510

Espaço Bar, Espaço Arena, Espaço Baile. Trêsespaços dentro de um só recebem a partir do dia 6de maio o melhor da música, teatro e artes cênicas.Com apoio do Conservatório de Tatuí, aCooperativa de Música leva à Praça MartinhoGuedes, 12 (antigo Alvorada Clube) projeto quedeve alterar a rotina da cidade já reconhecida comoa “Capital da Música”.

“Esse projeto visa a integração do Conservatórioatravés de seus produtores culturais, músicoscooperados, com o entorno de Tatuí oferecendoarte e lazer com programações nas suas três salas”,conta Paulo Flores, coordenador do curso de MPB& Jazz e integrante da diretoria da Cooperativa deMúsica.

Os diferentes ambientes receberão apresentaçõesdiversificadas. O Espaço Bar é um pub subterrâneoideal para apresentações descontraídas, jams e rodasde choro. O Espaço Arena é um restaurante compalco de arena onde o erudito e o popular seencontraram com outras apresentações das maisdiversas manifestações das artes. Já o Espaço Baileé um grande salão para grandes eventos. “Essanatural união do Conservatório e Cooperativa, irárealmente referendar o nome de Capital da Músicapara a cidade de Tatuí”, acrescentou Flores.

Dentre os projetos artísticos que serão realizadosno espaço está o “Clássicos na Cooperativa”, umasérie de concertos de música erudita com objetivosde incentivar solistas e grupos que se apresentarema mostrarem um lado mais dinâmico de seutrabalho, com comentários do repertório ecompositores, e também discussões com o públicopresente sobre o programa apresentado. E todaúltima terça de cada mês será o dia do aluno.Nesse dia apenas grupos de alunos se apresentarão,dando assim um maior espaço para que o estudante

‘Espaço Cooperativa’ abre as portas para a arteProjeto inicia-se em maio com shows, jam sessions, rodas de choro, além de artes cênicas e artes plásticas

do Conservatório desenvolva seu lado “concertista”.Dentro da programação já estão grupos de destaqueda escola como a Camerata de Violões Octopus e oQuinteto Acadêmico.

Prato do DiaOutro projeto que será retomado é o famoso “Prato

do Dia”, evento que fez o maior sucesso entre osmeses de maio e junho de 2002 e que reúne música,dança, teatro, poesia, folclore, exposições e sorteios,organizado pela professora Karin Fernandes. “Emdois meses, contamos com a apresentação de 94artistas, de Tatuí e outras cidades”, disse Karin. “Aidéia do projeto é unir os artistas tatuianos aosartistas do Conservatório, através de apresentaçõesvariadas com entrada franca. Em todas asapresentações do ‘Prato do Dia’ acontecem sorteiosde objetos doados para esse fim, como livros e CDs,pinturas e outros”, contou.

O “Prato do Dia” volta com a corda toda a partirdo dia 7 de maio, às 12h, no Espaço Cooperativa. Aapresentação de estréia será especial, com presençado Quarteto para Sacos de Papel, um trio formadopelo guitarrista Fábio Leal, o baixista Fabiano Nunese o baterista Rodrigo Digão, além da oficina demateriais recicláveis Art Atack (com Marcos MuriloRosa) e exposição de pinturas da violinista e artistaplástica Glória Bertrami.

Sobre o evento, a idealizadora afirma que resolveucriar uma opção informal de apresentaçõescontrapostas a seriedade da própria música quefaz. “Eu sou pianista erudita, gosto muito do quefaço, mas sinto necessidade de mostrar para outrosmúsicos e para a comunidade que a arte pode sertambém muito divertida, além de bela. Ela nadamais é do que forma de expressão, e como tantodevemos ter alguns momentos pra inventar mesmo,sem a cobrança eventual do nosso trabalho no

dia-a-dia”, diz ela.Prova da afirmação de Karina é que na primeira

edição da série alguns músicos do Conservatório seapresentaram fazendo quadros de humor,malabarismos e caricaturas, talentos totalmentedesconhecidos até pelos próprios colegas. Alémdisso, algumas das apresentações aconteceram naPraça do Museu da cidade, atraindo as pessoasque passavam e nem sabiam o que estavaacontecendo. “Era muito divertido, muitas pessoasda cidade não sabiam da existência dessa série enunca tinham assistido nenhum tipo deapresentação artística. Essas pessoas ficavamencantadas com o que viam”, diz Karin.

Além de reunir a classe artística da cidade e doConservatório de forma bem pouco convencional,o “Prato do Dia” foi e será sempre democrático.Nas apresentações anteriores reuniram-se nummesmo palco cantores líricos, repentistas, o Clubeda Terceira Idade, Grupo de Capoeira (ambos dacidade de Tatuí), esquetes dos alunos de teatro doConservatório, pintores, além dos surpreendentessorteios – desde abacaxis, canetas, até livros, cd´s ecestas de páscoa. O “Prato do Dia” também estevepresente no Dia do Desafio, incentivando apopulação a se exercitar para uma vida maissaudável e produtiva. E não será diferente agora.

Dentro da nova programação também estãoinclusas campanhas sociais de doações, deagasalho, alimentos, brinquedos, etc. E além dasapresentações, campanhas, exposições e sorteios,haverá sempre um cozinheiro preparando quitutes,em total sintonia com o próprio nome da série.

Para esta segunda edição, as apresentaçõesacontecerão sempre às quartas-feiras, às 12h.

Mais informações: Cooperativa de Música –Praça Martinho Guedes, 12.

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Música* Conrado Vivi Convento

Música é bom a toda hora. A gente canta, ri,descansa ou chora.

Antes de tudo, a música faz parte da minha vida.Não tudo, mas ocupa uma parte significante dela, ouseja, a música só me faz bem.

A razão de eu gostar tanto da música é a expressãoque ela nos apresenta. É a idéia que a música nos dá.

Por isso, gosto de ouvi-la. Quando ouço umacanção, entendo a mensagem do compositorchegando em mim através dos sentimentos contadose representados por ele.

Muitas pessoas dão risadas com músicas engraçadase muitas choram em músicas sentimentais, mas omais importante é como sentimos em uma música.

Se todos contribuíssem por um mundo musical, nossavida seria uma vida que daria gosto de se viver.

Porque a música é uma das salvações para ummundo mais feliz.

* Conrado tem nove anos de idade e é aluno deviolão da professora Juliana Oliveira. O texto sobremúsica foi desenvolvido especialmente para a EnsaioMagazine.

Os cem anos dachegada do navioKasato Maru aoBrasil, que trouxe àterra tupiniquim osprimeiros orientais,g a n h a r a mcelebrações especiaispor todo o país. NoConservatório deTatuí a homenagemserá assinada peloGrupo Percussionistade Câmara, o maisantigo grupo depercussão ematividade no Brasil. Acelebração docentenário daimigração japonesa ganhará, do GPC, umrepertório exclusivo. A apresentação, com direitoa coreografia do Balleteatro Fred Astaire acontecedia 17 de maio, no Teatro “`Procópio Ferreira”.

De acordo com o maestro Luis Marcos Caldana,esta será a primeira vez que o grupo apresentaráum repertório exclusivamente de obras com temas

A Secretaria Municipal de Educação, em parceriacom o Conservatório de Tatuí, ampliou a área deatuação do projeto “Coral nas Escolas”, umainiciativa que abrange agora nove escolas da redemunicipal. No decorrer do projeto, regentes doConservatório, sob a coordenação de Cadmo Fausto,irão ministrar, uma vez por semana, aulas de cantoe coral aos estudantes tatuianos. O projeto, que játeve início com os alunos do 4º e 5º anos do EnsinoFundamental, prevê ainda apresentações públicasdos corais. Segundo a coordenadora da Divisão deApoio Pedagógico da Secretaria de Educação,Maria Amélia Dalmatti Lima, o objetivo dessa açãoé enriquecer culturalmente a comunidade,desenvolver as potencialidades dos alunos e elevarsua auto-estima. As escolas que irão participar doprojeto são: “Eugênio Santos”, “João Florêncio”,“José Tomás Borges”, “Eunice Pereira de Camargo”,“Lígia V. C. Del Fiol”, “Sarah C. V. dos Santos”, “JoséGalvão Sobrinho”, “Firmo Antonio de C. Del Fiol” e“Núcleo de Educação Básica Ayrton Senna da Silva”.

Grupo Percussionista de Câmarahomenagem imigração japonesa

Apresentação com direito a coreografia do Balleteatro Fred Astaire será dia 17 de maio

orientais.O primeiro concerto

do GrupoPercussionista deCâmara – com dataainda não agendada– terá no programa asobras “Dragoon”, deLyn Glassock;“Japanese Overture”,de Ney Rosauro;“ I m p r e s s õ e sJaponesas”, deAnthony Cirone;“Choro Oriental”, deHudson Nogueira;“Hiroshima, meuAmor”, de OsvaldoLacerda.

O Grupo Percussionista de Câmara é o maisantigo grupo de percussão em funcionamentono Brasil, com 30 anos de história registrados emCD. Ele é formado por alunos de nível avançado eprofessores do Conservatório de Tatuí. São cercade 20 integrantes que, invariavelmente, recebemalunos do nível avançado.

O tubista e professor Luciano Vaz Vieira(Orquestra de Sopros Brasileira) está atuando naBanda Sinfônica do Estado de São Paulo. Oinstrumentista foi aprovado em concurso no finalde 2007 e, desde o início deste ano, está seapresentado junto ao grupo regido pelo maestroAbel Rocha. Luciano Vaz é um dos quatro tubistasdo grupo, com o qual já chegou a fazer solos.

Luciano começou a estudar música noConservatório de Tatuí com o professor RaimundoFerraz. Depois, passou pela classe do professorGian Marco Mayer de Aquino e formou-se com oprofessor Marcos dos Anjos Jr. (Osesp). Ele tambémfez aperfeiçoamento com o professor JamesGourlay.

Além das atividades de professor noConservatório de Tatuí e tubista da BandaSinfônica do Estado, Luciano continua atuandojunto à Orquestra de Sopros Brasileira, grupo doqual faz parte há oito anos.

‘Projeto Escola’ ampliaárea de atuaçãoTubista na Banda Sinfônica

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BRAVO!

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PRIMEIRO CONCERTO DO ANO - No primeiro concerto do anono teatro "Procópio Ferreira", muita gente conferiu repertórioinédito da Orquestra de Sopros Brasileira, sob regência deDario Sotelo. Quem são: 01. Adriana Manes e Diva MarquesManes; 02. Do "intercâmbio" Tatuí-Laranjal Paulista, Anderson,Vanessa, Rosangela e Toni; 03. O americano Alan Simon que,na Terra de Tio Sam, confere as novidades sobre o Conservatóriode Tatuí pelas páginas da "Ensaio Magazine" e, ainda, treina alíngua portuguesa; 04. As professoras Denise Valio, Beth RochaLeite e Nice Moreira, que trouxeram alunos da rede públicapara conferir a apresentação; 05. Batista, Teresinha e RafaelSangrador; 06. Os jovens Suelen, Guilherme, Tales e Francieli;07. Cintia e Antonio; 08. Carol e a bela Kailany; 09. Leandro,Luciana, Larissa e Letícia Guimarães; 10. O pequeno Gabriel;11. O casal Rafael e Mayara. 1

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BRAVO!POSSE HENRIQUE AUTRAN DOURADO - A posse do diretorexecutivo Henrique Autran Dourado reuniu autoridadesmunicipais e estaduais, dia 29 de março, no teatro "ProcópioFerreira". Quem são - 01. Henrique Autran Dourado e filha;Collegium Musicum, grupo de Pedro Persone, que abriu o eventono foyer "Mario Covas"; 03. Big Band SamJazz, outra atração danoite; 04. Coral Da Pra Fora também apresentou-se no evento; 05.Márcio e Flavia Medeiros; 06. Os diretores da Amart Mingo Polis,e Raquel Fayad e a diretora do Sesi de Tatuí Maria Teresa Serau;07. Terezinha e Antonio Carlos Neves Campos; 08. Sérgio Galvão eesposa, acompanhados por Zoraide Mazzulli Nunes; 09. Sérgio eShirley Oliveira; 10. Débora e Bernadete; 11. Paulo Flores e CláudiaTony; 12. Cadmo Fausto e sua Nilcéia Récio; 13. Luiz Nogueira,Cristiano Guimarães e Agenor Ribeiro; 14. David, Miriam Braga eEstella; 15. Darli e Moacir Paulillo e Regina Orsi.

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Guia de Serviços

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Guia de Serviços

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03.05 – 20h – Projeto Maio Musical. Sala Acrísio de Camargo – Indaiatuba-SP. Orquestra Sinfônica Paulista. Adriano Machado,

regente.

06.05 – 14h – Teatro Procópio Ferreira. Banda Sinfônica Sopra Mulheres. Cibele Sabioni, regente. Palestra “Mulher e Dor - Existem

soluções simples que podem ajudá-la a prevenir este mal”, Mara Viviane B.C. Rodrigues e Luciana Rocha Santos, fisioterapeutas.

Entrada franca.

09.05 – 20h - Clube Campineiro de Regatas e Natação de Campinas. Banda Sinfônica Sopra Mulheres. Cibele Sabioni, regente.

10.05 – 11h – Praça da Matriz de Tatuí. Big Band SamJazz faz Homenagem ao Dia das Mães. Sérgio Gonçalves Oliveira, regente.

Entrada franca.

10.05 - 15h30 - Praça do Capivari - Campos do Jordão. Grupo de Choro Quebrando Galho. Alexandre Bauab, coordenação. Entrada

franca.

10.05 – 20h – Projeto Maio Musical. Sala Acrísio de Camargo – Indaiatuba-SP. Banda Sinfônica Sopra Mulheres. Cibele Sabioni,

regente.

14.05 – 20h30 – Teatro “Procópio Ferreira”. Orquestra Sinfônica Paulista. Gottfried Engels, regente convidado. Ingressos: R$ 5,00.

Idosos, estudantes e aposentados: R$ 2,50. Associados da AACT: R$ 3,00. Alunos do Conservatório têm entrada franca.

15.05 - 20h - Centro de Convenções Victor Brecheret - Atibaia-SP. Big Band SamJazz. Sérgio Gonçalves de Oliveira, regência.

16.05 – 20h – Coreto Paulista – Festival de Bandas de Serra Negra. Auditório Municipal de Serra Negra. Orquestra de Sopros Maestro

Neves do Pólo do Conservatório de Tatuí em São José do Rio Pardo. Agenor Ribeiro, regente.

17.05 – 20h30 – Teatro “Procópio Ferreira”. Grupo Percussionista de Câmara. Luis Marcos Caldana, regente. Homenagem ao

Centenário de Imigração Japonesa. Participações especiais: Grupo de Taikô de Sorocaba e Balleteatro Fred Astaire. Ingressos: R$ 5,00.

Idosos, estudantes e aposentados: R$ 2,50. Associados da AACT: R$ 3,00. Alunos do Conservatório têm entrada franca.

18.05 – 16h – Virada Cultural Paulista. Teatro Mario Covas – Caraguatatuba-SP. Big Band SamJazz. Sérgio Gonçalves de Oliveira,

regente.

21.05 – 20h – Coreto Paulista – Festival de Bandas de Serra Negra. Auditório Municipal de Serra Negra. Orquestra de Sopros Brasileira.

Dario Sotelo, regente.

22.05 - 20h30 - Teatro Procópio Ferreira - Musical "O Poeta da Vila e Seus Amores", sobre Noel Rosa. Carlos Ribeiro, direção.

Ingressos: 1kg de alimento não-perecível que pode ser trocado na bilheteria do teatro, a partir das 18h30 do dia da apresentação.

23.05 - 20h30 - Teatro Procópio Ferreira - Musical "O Poeta da Vila e Seus Amores", sobre Noel Rosa. Carlos Ribeiro, direção.

Ingressos: 1kg de alimento não-perecível que pode ser trocado na bilheteria do teatro, a partir das 18h30 do dia da apresentação.

24.05 – 20h – Projeto Maio Musical. Sala Acrísio de Camargo – Indaiatuba-SP. Cambanda Jazz Combo. Paulo Flores, coordenação.

25.05 - 20h – Projeto Maio Musical. Sala Acrísio de Camargo – Indaiatuba-SP. Orquestra Jazz Sinfônica. Cláudio Casarini, regente.

Auditório Mário Covas – Centro de Convenções Circuito das Águas – Serra Negra, SP.Clube de Regatas de Campinas - Av Cel Silva Teles , 462 Bairro: Cambuí – Campinas.Centro de Convenções Victor Brecheret - Avenida da Saudade, 252. Atibaia-SP.Sala Acrísio de Camargo - Av. Fábio Roberto Barnabé, 3665 – Indaiatuba.Teatro Mário Covas. Av. Goiás, 187 - Indaiá - Caraguatatuba/SPTeatro Procópio Ferreira – Rua São Bento, 415 – Tatuí.

PROGRAMAÇÃO DO MÊS DE MAIO