Ensaio Maquina Sincrona

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  • 8/18/2019 Ensaio Maquina Sincrona

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    Universidade Técnica de Lisboa

    Instituto Superior Técnico

    Sistemas Electromecânicos

    Ensaio da Máquina Síncrona

    Laboratório de Máquinas Eléctricas

    2005

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    Índice

    Ensaio da Máquina Síncrona...........................................................................3 A. Objectivos..............................................................................................................................................3 

    B. Base teórica............................................................................................................................................3 Máquina isolada da rede...........................................................................................................................4 

    Ensaio em vazio.......................................................................................................................................4 

    Ensaio em curto-circuito..........................................................................................................................4 

    Características exteriores.........................................................................................................................4 

    C. Esquema de ligações ......................................................... ............................................................... .....4 

    C1. Máquina motriz.................................................................................................................................5 

    C2. Máquina síncrona..............................................................................................................................6 

    D - Ensaios..................................................................................................................................................8 

    Máquina isolada da rede...........................................................................................................................8 Ensaio em vazio.......................................................................................................................................8 

    T1 - Traçado da característica em vazio..................................................................................................8 

    T2 - Visualização das formas de onda geradas pela máquina. ............................................................... .8 

    T3 - Ensaio em curto-circuito..................................................................................................................9 

    T4 - Características exteriores.................................................................................................................9 

    Fim dos ensaios ...................................................... ........................................................... .........................9 

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    Laboratórios da Máquina Síncrona – Introdução.

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    Ensaio da Máquina Síncrona

    A. Objectivos

    • Mostrar o funcionamento da máquina síncrona como gerador isolado.

    • Determinar os parâmetros desta máquina.

    • Efectuar a manobra de paralelo com a rede.

    • Mostrar as características de funcionamento em paralelo com a rede.

    B. Base teórica

     No estator das máquinas síncronas encontra-se alojado o enrolamento trifásico do induzido que é

     percorrido por um sistema trifásico de correntes. No rotor encontra-se o indutor que é percorrido por corrente

    contínua.

    Em funcionamento normal, esta máquina gira a velocidade constante que é determinada pela frequência

    de alimentação f  e pelo número de pares de pólos p.

     p

     f  N  60=   (1)

    Em funcionamento como gerador e isolado da rede, é necessário controlar a velocidade da máquina

    motriz de forma a obter-se velocidade e frequência constantes em qualquer regime de carga. Quando se usar esta

    máquina ligada a uma rede eléctrica de potência muito superior, como a frequência da rede é constante, a

    velocidade de rotação da máquina também será constante.

    Com o rotor em movimento a corrente no indutor criará um campo magnético girante. Por esse factoaparecerá um sistema trifásico de forças electromotrizes  E  no induzido. Esta força electromotriz designa-se por

    força electromotriz em vazio. Quando haja possibilidade de se fecharem correntes pelo induzido, aparecerá então

    um outro campo girante, síncrono com o primeiro. Pode então escrever-se a seguinte equação na convenção

    “gerador” e em regime permanente sinusoidal quando a máquina apresenta rotor cilíndrico:

     I  jX r V  E   sa )(   ++=   (2)

    Onde:

    V  - tensão aos terminais duma fase do induzido,

     I  - Corrente numa fase do induzido,r a - resistência duma fase do induzido,

     X  s- reactância síncrona.

    O esquema equivalente, figura 1, resulta da equação 2.

    Do esquema equivalente, ou da equação 2 pode deduzir-se o

    diagrama fasorial da figura 2.V 

     I r a jX  s

     E 

     Figura 1. Esquema equivalente.

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     I 

     j X  s I 

    r a I 

     E 

     

    Figura 2. Diagrama fasorial.

    Máquina isolada da rede

     Neste trabalho realizam-se os ensaios em vazio, em curto-circuito e determinam-se as características

    exteriores.

    Ensaio em vazio

    O Ensaio em vazio é efectuado com os enrolamentos do induzido em aberto. Mantém-se a velocidade de

    rotação constante e varia-se a corrente de excitação I  f . Obtém-se a tensão aos terminais em função da corrente de

    excitação. Como I =0, E  = V  e portanto, neste ensaio, determina-se a relação entre E  e I  f .

    Ensaio em curto-circuitoO ensaio em curto-circuito é efectuado com os enrolamentos do induzido curto-circuitados. Neste caso

    V =0. Obtém-se a corrente do induzido (em c.c.) em função da corrente de excitação.

    Com os resultados do ensaio em vazio e do ensaio em c.c. é possível determinar a reactância síncrona da

    máquina.

    Características exteriores

    As características exteriores são obtidas a velocidade constante e corrente de excitação constante,

    variando a impedância que se encontra aos terminais do gerador e medindo as correntes e as tensões aos

    terminais.

    Podem distinguir-se três casos mais simples:

    • Carga resistiva pura

    • Carga indutiva pura

    • Carga capacitiva pura

    Um gerador eléctrico é uma máquina que transforma energia mecânica em energia eléctrica. Neste

    trabalho de laboratório utiliza-se uma máquina de corrente contínua como máquina motriz, fornecendo potência

    mecânica ao gerador síncrono através do veio mecânico. O esquema de ligações encontra-se representado nafigura 10.

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     Máquina SíncronaMotor de Corrente

    Contínua

     DC  I 

     DC V  CARGA

    S W

     DC  P 

     DC  DC 

    mot 

     I V 

    T  P 

    ω=  P  Q

     Figura 10. Esquema de ligações das duas máquinas.

    C1. Máquina motriz

    Um motor de corrente contínua é composto por dois circuitos eléctricos cujos

    terminais se encontram reunidos numa única placa de bancada, conforme esquema. O

    circuito de excitação, ou indutor, é um circuito passivo destinado a criar o campo magnético

    no entreferro. Não há conversão electromecânica de energia neste circuito. Toda a potênciaque o alimenta é perdida por efeito de Joule. Esta potência é relativamente pequena.

     No circuito do indutor (terminais CD) regula-se a corrente de excitação através

    da resistência de campo C  R   colocada em série com ele, Fig 11. Aumentando esta

    resistência diminui aquela corrente e vice-versa. Em todos os ensaios que realizar, neste trabalho, mantenha

    constante o valor de corrente de excitação desta máquina. Por razões de segurança, esta corrente nunca deve ser

    interrompida durante o funcionamento da máquina. Por essa razão não existem fusíveis intercalados no circuito

    que a alimenta. Deverá ser o primeiro circuito a ser ligado e o último a ser desligado.

    Legenda

    A-B: Induzido do motor de corrente contínuaC-D: Excitação ou indutor da máquina decorrente contínuaRc: Resistência de campo

    (Máquina ASEA 100Ω, 0,5A 25W)(Máquina SIEMENS 650Ω, 1A)

    Dcc: Disjuntor de corrente contínua

    O circuito do induzido  (terminais AB) é o circuito principal da máquina, onde ocorre a conversão

    electromecânica de energia e no qual a potência em jogo é a mais importante. O esquema de ligações encontra-se

    na figura 12.

    O circuito do induzido é alimentado com uma fonte de tensão ajustável, construída com um

    autotransformador com regulação de tensão em carga e uma ponte de rectificação a díodos. Para simplificar as

    montagens, o voltímetro e amperímetro que medem os valores de tensão e corrente do lado contínuo foram

    integrados na montagem da ponte de rectificação bem como a necessária protecção que é realizada com um

    fusível, Fig 12

    Dcc RcA

    C

    Figura 11. Esquema de ligações do circuito indutor da

    máquina de corrente contínua.

    C D

    A B

    A1

    +

    A1

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    Laboratórios da Máquina Síncrona – Introdução.

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    V

    A

    Rectificador + Medidas

    S

    T

     N

    A

    B

    S

    T

    Autotransformador 

    +

    -

     

    Figura 12. Esquema de ligações do circuito do induzido da máquina de corrente contínua.

     Neste trabalho mantém-se a corrente de excitação constante. Neste caso, a velocidade de rotação é

    aproximadamente proporcional à tensão de alimentação. A corrente absorvida no induzido é proporcional ao

     binário desenvolvido no veio.

    Para se ajustar a velocidade nos valores pedidos deverá aumentar-se progressivamente a tensão aplicada

    ao induzido actuando para isso no cursor do autotransformador.

    C2. Máquina síncrona.

    A máquina síncrona também é constituida por dois enrolamentos; um monofásico colocado no rotor

    (terminais JK ) e um trifásico colocado no estator (terminais UVW). Estes terminais encontram-se reunidos

    numa única placa de bancada, cujo esquema se representa na Fig. 13. Na mesma placa encontra-se ainda

    montado um amperímetro para leitura da corrente do enrolamento JK.

    O circuito do indutor (terminais JK) é alimentado com corrente contínua de amplitude ajustável. Para

    isso, utiliza-se uma montagem diferente da utilizada no circuito de excitação da máquina de

    corrente contínua. Esta nova montagem designa-se por divisor de tensão potenciométrico e

    encontra-se representada na figura 13. Permite ajustar a corrente de excitação entre o zero e

    um valor máximo.

     Nas máquinas da  Leroy Somer  utiliza-se uma fonte de alimentação projectada para

    este efeito. Esta fonte de alimentação dispõe de um cursor que permite variar a tensão

    aplicada ao circuito de excitação e assim variar a corrente.

    AJ

    Rdt

    Dcc+

    -

     

    (a)

    CA D

     

    J K 

    U V W

    A

    A2

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    Laboratórios da Máquina Síncrona – Introdução.

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    (b)

    Figura 13. Excitação da máquina síncrona. (a) Divisor potenciométrico (b) Fonte de alimentação.

    V2

    A

    Sistema de sincronização de

    fogos girantes

    S

    T

    A

    A

    V1

    F

    F

    F

    U

    V

    W

    S

    L1

    L2 L3

     Figura 14. Sistema de sincronização de fogos girantes.

    Legenda

    Dca: Disjuntor de corrente alternadaJ-K: Excitação da máquina síncronaRdt: Resistência de campo (Máquina ASEA 680Ω,  1,8A, 630 W)

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    Máquina Síncrona – Ensaios; 1ª parte – Máquina isolada da rede.

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     b) Mantendo a corrente de excitação da máquina síncrona constante, varie (diminua)a velocidade de rotação actuando no valor da tensão de alimentação da máquinade corrente contínua. Observe a frequência e a amplitude das tensões. Queconclui?

    T3 - Ensaio em curto-circuito

    A característica de curto-circuito é a função I = f ( I  f ) com tensão nula aos terminais doinduzido.

    Anule a corrente de excitação do alternador, mantendo o grupo à velocidade desincronismo.

    Curto-circuite os terminais do induzido, curto-circuitando os terminais RST.

    Com a pinça amperimétrica leia a corrente de curto-circuito aos terminais da máquina

    e a correspondente corrente de excitação (amperímetro A3). Obtenha a característica decurto-circuito aumentando gradualmente a corrente de excitação até um máximo de 120% da

    corrente nominal no induzido (Bancadas 16 e  A I  N  3= ; Bancadas 14, 17 e 18  A I  fN  74,1= ).

     I  f  [A] 

     I cc [A] 

    T4 - Características exteriores

    A característica exterior é a função V  =  f ( I ) traçada para  I  f  constante, mas não nula,

     para um determinado tipo de carga. Estas características são obtidas mantendo a velocidade

    de rotação constante.

    Em todos os tipos de carga tenha o cuidado de verificar e ajustar a velocidade de

    rotação. Não exceda a tensão nominal.

    • Carga resistiva 

    Ligue a carga em estrela.Efectue a ligação da carga resistiva Rb. À velocidade de sincronismocoloque  Rb  no seu valor máximo(circuito aberto; comutadores na

     posição (0,0)) e regule a excitação para que se obtenha uma tensão

    composta em vazio de 200V. Variegradualmente a carga não

    Figura 7. Carga resistiva.

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    Máquina Síncrona – Ensaios; 1ª parte – Máquina isolada da rede.

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    ultrapassando os valores nominais para a corrente respectiva. Anote o valor de corrente deexcitação.

    Carga trifásica resistiva ESSELTE STUDIUM - É constituída por um conjuntotrifásico de resistências que se podem introduzir em paralelo aumentando a carga através de

    dois comutadores, um de regulação fina e o outro de regulação grossa. Deve ter-se em atençãoum outro comutador que selecciona a tensão máxima que o conjunto pode suportar(380/220V) ou (220/127V). Coloque este cursor na posição (220V/127V).

    • Carga indutiva 

    Ligue a carga em estrela.Efectue a ligação da carga indutiva  Lb,que, no início, deverá estar com o menorentreferro possível (maior indutância,menor corrente do induzido). No resto

     proceda como no caso da carga resistivautilizando o mesmo valor de correntede excitação.

    Carga trifásica IndutivaESSELTE STUDIUM - É constituída

     por um conjunto trifásico de bobinascom número de espiras fixo enroladassobre um núcleo magnético. Ocoeficiente de auto-indução é ajustadoactuando numa manivela que vai fazervariar um entreferro. Quando este formínimo é o coeficiente de auto-induçãomáximo e vice versa. É possível escolher um de dois números de espiras. Estão identificadoscomo 220V ou 380V. Neste trabalho vamos utilizar o enrolamento designado por (220V).

    • Carga capacitiva 

    Ligue a carga em estrela. Repita os ensaios anteriores para carga capacitiva C b, que, noinício, deve ser mínima (posições doscomutadores (0, 0)). Tenha o cuidado de nãoultrapassar a tensão nominal.

    Carga trifásica capacitiva ESSELTESTUDIUM - É constituída por um conjuntotrifásico de condensadores que se podemintroduzir em paralelo aumentando a cargaatravés de dois comutadores com a mesma

    capacidade de regulação. Não deveráultrapassar-se a tensão nominal desta carga.

    Figura 8. Carga indutiva.

    Figura 9. Carga capacitiva.

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    Máquina Síncrona – Ensaios; 1ª parte – Máquina isolada da rede.

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    Tabela de resultados das características exteriores

    Carga resistiva Carga indutiva Carga capacitiva

     I  f =  I  f =  I  f = I [A]  V  [V]   I [A]  V  [V]   I  [A]  V  [V] 

    A partir dos valores lidos nos ensaios anteriores, desenhe as características exteriorestodas no mesmo gráfico.

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    Máquina Síncrona – Máquina isolada da rede de energia.

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