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    ENSAIOS DINAMOMTRICOS

    ESCOLA SENAI CONDE JOS VICENTE DE AZEVEDO 1

    CURSO TCNICO DE AUTOMOBILSTICA

    ENSAIOS DINAMOMTRICOS

    2004

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    CURSO TCNICO EM AUTOMOBILSTICA

    ESCOLA CONDE JOS VICENTE DE AZEVEDO2

    2004. SENAI-SP

    Ensaios Dinamomtricos

    Publicao organizada e editorada pela Escola SENAI Conde Jos Vicente de Azevedo.

    Coordenao geral Luiz Carlos Emanuelli

    Coordenador do projeto Jos Antonio Messas

    Planejamento e Alberto Otero Costoya

    organizao de contedo

    Elaborao Alberto Otero Costoya

    Regina Clia Roland Novaes

    Teresa Candolo

    Editorao Teresa Cristina Mano de Azevedo

    SENAI Servio Nacional de Aprendizagem Industrial

    Escola SENAI Conde Jos Vicente de Azevedo

    Rua Moreira de Godi, 226 - Ipiranga - So Paulo-SP - CEP. 04266-060

    Telefone (011) 6166-1988

    Telefax (011) 6160-0219

    E-mail [email protected]

    Home page http://www.sp.senai.br/automobilistica

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    SUMRIO

    INTRODUO 5

    MOTORES DE COMBUSTO INTERNA:OBTENO DE TORQUE 7

    Motor: foras e reaes 7

    DINAMMETROS 9

    Finalidade 9

    Dinammetro de Prony 10

    Dinammetro hidrulico 14

    Dinammetro de correntes de Foucault(Parasitas) 15

    Dinammetro de corrente contnua 15

    Resultados dos ensaios em dinammetros 16

    CONCEITOS BSICOS DOS MOTORES DE COMBUSTO INTERNA 19

    Rendimento trmico do motor 19

    Rendimento mecnico do motor 20

    Rendimento global do motor 21

    Rendimento volumtrico 22

    Cilindrada total do motor 26

    Taxa de compresso terica ou volumtrica 27

    Taxa de compresso real ou dinmica 28

    Velocidade e acelerao do mbolo 31

    COMBUSTO NOS MOTORES 34

    Relao ar-combustvel 34

    Relao combustvel-ar 35 Relao lambda ou frao relativa ar-combustvel 35

    Poder calorfico do combustvel 36

    Volatilidade 37

    DETONAO,AUTO-IGNIO E PR-IGNIO 39

    Retardamento da combusto 39

    Principais causas para surgimento da detonao nos motores Otto 43

    ndice de Octanas 43

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    Influncia da estrutura qumica dos combustveis fsseis no 45

    surgimento da detonao

    Determinao do ponto de ignio dos motores Otto 46

    Combusto nos motores Diesel 49

    Causas da detonao nos motores Diesel 50

    Consumo especfico de combustvel 50

    POTNCIA ESPECFICA 52

    Aumento da potncia especfica 52

    Influncia de variveis na potncia do motor 53

    Clculo da presso mdia utilizando unidades coerentes 57

    NORMALIZAO DOS ENSAIOS DE MOTORES DE COMBUSTO 59

    Fator de reduo da potncia 59

    Condies atmosfricas de referncia 60

    Clculo para determinao do fator de reduo 61

    Fator fm 62

    Curvas caractersticas dos motores 63

    UNIDADES DE MEDIDAS 68

    Principais unidades de comprimento 68 Principais unidades de massa 68

    Principais unidades de velocidade 68

    Principais unidades de fora 68

    Principais unidades de presso 69

    Principais unidades de energia e trabalho 69

    Principais unidades de potncia 69

    Principais unidades de velocidade angular 70

    Prefixos do Sistema Internacional 70

    QUESTES PARA AVALIAO 72

    REFERNCIAS PARA A REALIZAO DOS CLCULOS DOS ENSAIOS 111

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 114

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    INTRODUO

    Esta apostila destinada ao futuro Tcnico de Automobilstica e pretende demonstrar

    alguns conceitos e caractersticas de motores de combusto interna que so utilizados,

    principalmente, na rea de desenvolvimento de motores e ensaios dinamomtricos.

    Devido ao grande universo de informaes nesta rea, no sero mencionados detalhes de

    todos os ensaios dinamomtricos existentes, sendo dada maior nfase a aspectos

    referentes aos clculos e resultados que so comumente utilizados na rea de

    desenvolvimento de motores.

    de suma importncia que o aluno tenha absorvido os conhecimentos das disciplinas

    ministradas anteriormente sobre o funcionamento do motor, seus componentes,

    termodinmica, fsica e sistema de unidades.

    Os itens aqui abordados, de maneira geral, so vlidos para os motores ciclo Otto e Diesel,

    porm, caso o aluno tenha interesse em aprofundar-se, deve consultar obras especializadas

    principalmente quanto aos itens de combusto, combustveis e gerenciamento eletrnico do

    sistema formador de mistura desses motores.

    Durante as aulas, sero abordadas algumas situaes dos ensaios dinamomtricos que no

    se encontram nesta apostila. Diante disto, o aluno deve fazer as anotaes que, porventura,

    forem necessrias.

    Este trabalho dedicado s pessoas mais especiais e importantes na minha vida, as minhas

    irms Ana e Paloma, a meus pais Jose e Clia que so os principais responsveis pela

    minha formao como homem e profissional e a minha maravilhosa esposa Rita que tantome compreende e amo.

    No poderia deixar de agradecer ao colega Fbio Gonalves que atravs de suas sugestes

    contribuiu na melhoria da qualidade tcnica desta apostila.

    Desde j tambm agradeo a todos por crticas, correes e sugestes visando a melhora

    desta apostila e por conseqncia disto o crescimento do profissional brasileiro.

    Bom Curso!Junho 2 5

    Alberto Otero Costoya

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    MOTORES DE COMBUSTO INTERNA:

    OBTENO DE TORQUENos motores de combusto interna ciclo Otto ou ciclo Diesel quando ocorre a combusto

    surgem foras as quais sero responsveis pelo desempenho do mesmo. Neste captulo,

    sero apresentadas as foras que atuam quando o motor est em movimento e por

    conseqncia a obteno de torque do motor.

    MOTOR:FORAS E REAES

    Nos motores de combusto interna, a fora devida combusto, ao ser aplicada na parte

    superior do mbolo, gera uma srie de outras foras e reaes no pino do mbolo, na biela,

    na rvore de manivelas e nos mancais. Comentaremos aqui uma parcela dessas foras,

    demonstradas na ilustrao abaixo:

    FB

    FG

    Ft

    Torque no eixo devido aFora tangencial (Ft)

    multiplicada pela distncia r(lembrar que r vale metade

    do curso do mbolo)

    Fora Fc devido combusto

    FN

    FL

    FB

    r

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    O mbolo exerce uma fora FG no pino devido fora da combusto Fc. A fora FGno

    pino decomposta na fora FLlateral (no mbolo) e na fora FB(na biela).

    A fora FB (na biela) transmitida rvore de manivelas atravs da decomposio de

    outras duas foras: FNe Ft.

    Como a fora Fcno constante, pois varia entre o incio e o final da combusto (ou seja

    ao longo de um ngulo da rvore de manivelas), temos que FN e Ft tambm sero

    variveis (em funo do prprio ngulo ).

    Com o motor em operao, obtm-se o momento torsor efetivo mdio, conjugado efetivomdio ou simplesmente torque efetivo mdio do motor (Tm), devido multiplicao da

    fora Fttangencial na rvore de manivelas pela distncia r entre os centros do munho e do

    moente.

    OBSERVAO

    A distncia rnada mais do que a metade do curso do mbolo.

    Veremos adiante que a fora Fcde combusto , entre outros itens, funo da rotao domotor e da posio do acelerador (ou carga do motor).

    Com isso, pode-se, a partir de agora, deduzir que otorque do motor (Tm)tambm

    funo de rotao e carga de trabalho.

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    DINAMMETROS

    FINALIDADE

    Um motor de combusto interna apresenta caractersticas especficas tais como torque,

    potncia, rendimento, etc.

    Todas essas propriedades podem ser comprovadas e medidas, mediante a realizao de

    ensaios, chamados de dinamomtricos. Esses so realizados em equipamentos

    chamados, por sua vez, de dinammetros.

    Dinammetro um instrumento utilizado para medir o torque do motor,

    equilibrando-se a rotao do motor por meio da aplicao de um torque externo.

    Torque do motor o esforo de toro mdio exercido sobre a rvore de manivelas,

    atravs da fora devido combusto recebida dos mbolos. Essa toro destinada a

    movimentar o motor. O torque calculado multiplicando-se a fora tangencial exercida no

    contato entre o moente da rvore de manivelas e a biela pela distncia do brao da

    manivela, que nada mais do que a metade do curso do pisto.

    Existem vrios tipos de dinammetros, tais como:

    Dinammetro de Prony;

    Dinammetro hidrulico;

    Dinammetro de correntes de Foucault (ou Parasitas) etc.

    Neste captulo inicial, sero apresentados alguns tipos de dinammetros, seu modo de

    funcionamento e utilizao.

    Vejamos mais detalhadamente os tipos mais utilizados.

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    DINAMMETRO DE PRONY

    O dinammetro de Prony (tambm chamado de freio de Prony) um dinammetro de

    frico no qual o atrito (frenagem) de um volante medida por uma balana de mola ou uma

    alavanca com pesos.

    No freio de Prony, um disco de raio r, fixo no eixo de um motor, operando em uma rotao

    conhecida, circundado por uma cinta. Esta cinta gera uma fora de atrito fatcom o disco.

    Ela est conectada a um brao cuja extremidade se apia sobre a plataforma de uma

    balana. O movimento do eixo do motor restringido pela presso aplicada pela cinta. Esta,por sua vez, transmite o esforo ao brao apoiado sobre a balana. A leitura obtida na

    balana (que nada mais que a fora F), multiplicada pelo comprimento Rdo brao, fornece

    o torque no eixo. Observe a representao esquemtica a seguir:

    Distncia R

    Regulagem da tensoda correia

    (fora de atrito fat)

    Motor em funcionamento gerando umtorque Tm, com disco de raio racoplado

    submetido a uma fora de atrito fat

    Balana

    fat

    r

    Tm

    Fora F

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    Esse dinammetro funciona sob o princpio que estabelece que, ao se aplicar uma fora F

    em um brao de comprimento R rigidamente apoiado, surgir um momento M calculado

    como sendo M = F x R, conforme a figura a seguir:

    Para obter os dados fornecidos pela aplicao do freio de Prony, preciso saber que:

    Trabalho definido pela multiplicao da fora aplicada em um ponto material pela

    distncia percorrida pelo mesmo mediante a aplicao da fora:

    (1) = F x d

    Permetrode uma circunferncia calculado como sendo 2 raio da circunferncia:

    (2) P= 2r

    Potncia a relao entre um trabalho realizado e o tempo despendido nessa

    realizao:

    (3) Potncia N = Trabalho

    Tempo t

    Com os elementos acima e sabendo-se que a periferia do volante percorre, no intervalo de

    uma rotao, a distncia 2 r (permetro) contra a fora de atrito fat (aplicada pela

    cinta), teremos, a cada rotao:

    (4) Trabalho = 2 r fat

    O torque resistente ao atrito formado pelo produto da leitura P da balana e do valor do

    comprimento do brao de alavanca R. Esse torque ser exatamente igual ao produto

    resultante de rvezes fat. til notar que tal torque tende a mover o brao de alavanca.

    Ento, temos que:

    (5) r x fat = F x R

    ApoioFixo

    Fora Faplicada

    Brao de comprimento R

    Momento TorsorMgerado

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    Fazendo a substituio de r x fat = F x Rem 2 r fat (equao 5 na equao 4),

    teremos:

    Trabalho (em uma rotao do motor) = 2 x x F x R

    Se o motor funcionar a n rotaes, o trabalho desenvolvido no tempo (ou potncia) ser

    dado por:

    (6) N=2 x x F x R x n

    Ou seja, mantendo-se constante a rotao do motor e conhecendo-se o braoRdo

    dinammetro associado leituraFda balana, pode-se obter o torque no eixo do motor.

    Uma vez tendo-se obtido o torque no eixo do motor (F x R), pode-se calcular a potncia do

    motor, utilizando unidades coerentes.

    Assim, pode-se calcular:

    a) Potncia do motor ( simbolizada por N) em quilowatts (kW).

    A potncia em quilowatts dada pela expresso:

    (7)1000

    602 nxFxRxx

    N

    = ou simplificando => (7a) xFxRxnN 00010472,0=

    ou ainda (7b) xTmxnN 00010472,0=

    Onde:

    - F dado em newton (N) Representando a fora lida na balana

    - R dado em metros (m) Brao do dinammetro

    - n dado em rpm (rotaes por minuto do motor)

    - Tm dado em newton metro (Nm) Representando o torque obtido pelo dinammetro

    ATENO!

    1. As expresses acima j fornecem o valor da potncia do motor em quilowatts, pois o

    valor de 2 x x F x R x n dividido por 1000.

    2. O torque no eixo do motor (Tm) dado em Newton x metro (Nm), e obtido atravs da

    multiplicao F x R.

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    b) Potncia em cavalo vapor (cv).

    A potncia em cv dada pela expresso:

    (8)4500

    2 xFxRxnxN

    = ou simplificando => (8a) xFxRxnN 001396,0=

    ou ainda (8b) xTmxnN 001396,0=

    Onde:

    - F dado em quilograma-fora (kgf) Representando a fora lida na balana

    - R dado em metros (m) Brao do dinammetro- n dado em rpm (rotaes por minuto do motor)

    - Tm dado em metro-quilograma-fora (mkgf) Representando o torque obtido pelo

    dinammetro

    ATENO!

    1. A expresso acima j fornece o valor em cavalo vapor, pois o valor de 2 x x F x R x n

    dividido por 4500(fator de converso).

    2. O torque no eixo do motor (Tm) dado em metro x quilograma x fora (mkgf), e obtido

    atravs da multiplicao F x R.

    OBSERVAES

    A potncia calculada sem a utilizao do fator de converso obtida na unidade

    (mkgf/min). A constante 4500 resultante da definio de cv, que a potncia

    necessria para elevar uma carga de 75 quilogramas altura de um metro no intervalo

    de um segundo, o que corresponde a 75 x 60 = 4500.

    comum encontrar-se dinammetros em que a leitura do instrumento de medio j o

    prprio torque, ou seja, j so levados em conta o comprimento do brao e a fora

    aplicada. Nestes casos, a potncia calculada diretamente sem a preocupao com Fe

    R.

    INCONVENIENTES DO DINAMMETRO DE PRONY

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    O Freio de Pronyapresenta vrios inconvenientes operacionais, destacando-se o fato de

    manter a carga constante independentemente da rotao empregada. Assim, se a rotao

    cai em virtude de o motor no suport-la, teremos o incio de uma queda contnua at a

    parada total do motor.

    Por causa disso, essas mquinas foram substitudas por dinammetros mais versteis, com

    a predominncia dos dinammetros hidrulicos, nos quais a carga aplicada varia em razo

    diretamente proporcional ao cubo da rotao. Se a rotao cair, a carga imposta pelo

    dinammetro diminuir, dando tempo ao operador de reajustar a carga e corrigir a rotao

    para o valor desejado.

    DINAMMETRO HIDRULICO

    O dinammetro hidrulico constitudo de uma carcaa metlica estanque apoiada em dois

    mancais coaxiais com os mancais do eixo. Duas sries de conchas, uma montada sobre o

    eixo e outra na carcaa, encontram-se em contraposio. O espao interno entre ambas as

    sries de conchas preenchido com gua que, ao ser impulsionada pelas conchas do rotor,

    aplica uma fora nas conchas da carcaa. Essa fora, ao ser medida, possibilita a leitura do

    torque gerado pelo motor.

    Nos dinammetros hidrulicos, o freio exercido pela ao de um rotor que, pressionando

    gua contra aletas fixas na carcaa, produz o mesmo efeito fsico presente no Freio de

    Prony. O brao e a balana, embora possam ser empregados neste tipo de equipamento,

    foram substitudos por uma clula de cargaas quais j fornecem o valor de torque do motor

    (Tm).

    As clulas de carga, muitas vezes, so constitudas de um cristal de quartzo. A compresso

    exercida pela extremidade do brao do dinammetro gera um efeito piezeltrico no cristal de

    quartzo, que se transforma em leitura para o instrumento. Em alguns casos, em vez de

    cristal de quartzo, utiliza-se uma cmara de presso acoplada a um transdutor que executa

    a mesma funo.

    OUTROS DINAMMETROS

    A ttulo de informao, lembramos que existem outros tipos de dinammetros, comentados

    resumidamente a seguir.

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    DINAMMETRO DE CORRENTES DE FOUCAULT(PARASITAS)

    constitudo por um rotor acionado pelo motor em prova, girando imerso em um campo

    magntico. A intensidade do campo controlada atravs de uma bobina alimentada por

    corrente contnua, podendo-se, assim, variar a carga aplicada. Em um circuito de

    arrefecimento, a gua dissipa o calor gerado pelas correntes parasitas.

    Como nos demais dinammetros, o esforo que tende a transmitir movimento carcaa

    medido, e ento podem-se conhecer os valores de potncia e torque.

    DINAMMETRO DE CORRENTE CONTNUA

    Este dinammetro o mais utilizado nos trabalhos de pesquisa e desenvolvimento de

    motores, admitindo as seguintes configuraes:

    passiva (o dinammetro movimentado pelo motor de combusto interna);

    ativa (o dinammetro movimenta o motor de combusto interna).

    O dinammetro de corrente contnua composto por um gerador eltrico que, ao ser

    acionado pelo motor em prova, produz energia eltrica. Tal energia ser consumida por uma

    carga varivel (cuba eletroltica ou resistores). A medio do torque exige correo dos

    instrumentos eltricos para compensar o rendimento do gerador.

    Esse dinammetro tem a vantagem de poder ser utilizado como motor eltrico para medio

    da potncia de atrito do motor que est sendo testado; pode-se tambm, com ele, simular as

    condies de freio motor.

    OBSERVAO

    Lembre-se de que os detalhes tcnicos de cada dinammetro devem ser pesquisados,

    sempre, em consulta a catlogos do prprio fabricante.

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    RESULTADOS DOS ENSAIOS EM DINAMMETROS

    Dependendo do local onde a medio realizada, obtm-se um valor determinado pelas

    circunstncias da medio: as caractersticas de presso, umidade e temperatura.

    Outro fator que influi no resultado o ponto do motor onde feita a medio: se na cmara

    de combusto ou no eixo do motor.

    Assim, quando so efetuados os ensaios, deve-se levar em conta os seguintes conceitos:

    Valores observados: valores obtidos nas condies de temperatura, presso e

    umidade no instante do ensaio.

    Valores corrigidos ou reduzidos: valores obtidos devido correo dos valores

    observados. Esta correo refere-se s condies padro de temperatura, presso e

    umidade da norma (no nosso caso a ABNT ISO1585). Note que o termo reduo NO

    se refere somente diminuio de valores e sim a alterao dos valores para mais ou

    menos, referente aos valores observados.

    Valores indicados:valores obtidos na cmara de combusto.

    Valores efetivos:valores obtidos no eixo do motor, ou seja, so considerados os atritos

    internos e externos devido movimentao dos componentes do motor.

    Valores Lquidos: Valores obtidos com todos os perifricos do motor acoplados

    escapamento, filtro de ar, alternador, bomba de gua etc.

    Valores Brutos:Valores obtidos quando do ensaio de desempenho do motor sem

    os perifricos escapamentos, direo hidrulica, ar condicionado e filtro de ar

    (opcional).

    Com a associao dos valores listados acima aos conceitos de torque e potncia,

    obtm-se uma nomenclatura dos resultados obtidos nos ensaios dinamomtricos.

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    Isto , quando so realizados esses ensaios, possvel obter valores referentes a:

    Torque efetivo observado lquido: o torque obtido no eixo do motor com todos os

    seus perifricos e consumidores acoplados nas condies de temperatura, presso e

    umidade no instante do ensaio.

    Torque efetivo observado bruto: o torque obtido com o motor operando sem

    escapamento, ventilador e filtro de ar (opcionalmente) nas condies de temperatura,

    presso e umidade no instante do ensaio. Geralmente, dependendo da rotao de

    trabalho do motor, o torque efetivo bruto fornece valores maiores quando comparado ao

    torque efetivo lquido.

    Torque efetivo reduzido lquido: o torque obtido no eixo do motor com todos os seus

    perifricos e consumidores acoplados nas condies de temperatura, presso e umidade

    corrigidas conforme a norma NBR ISO1585.

    Torque efetivo reduzido bruto: o torque obtido com o motor operando sem

    escapamento, ventilador e filtro de ar (opcionalmente) nas condies de temperatura,

    presso e umidade, corrigidas conforme a norma NBR ISO1585.

    Torque de atrito: o torque consumido internamente pelo motor devido s partes

    mveis do mesmo e compresso (ou bombeamento) do gs. O torque de atrito

    tambm chamado de torque de perdas. Em alguns casos, o torque devido

    compresso considerado parte.

    Potncia efetiva observada lquida: a potncia obtida no eixo do motor com todos os

    seus perifricos e consumidores acoplados nas condies de temperatura, presso e

    umidade no instante do ensaio.

    Potncia efetiva observada bruta: a potncia obtida com o motor operando sem

    escapamento, ventilador e filtro de ar (opcionalmente) nas condies de temperatura,

    presso e umidade no instante do ensaio. Comumente a potncia efetiva bruta fornece

    valores maiores quando comparada potncia efetiva lquida.

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    Potncia efetiva reduzida lquida: a potncia obtida no eixo do motor com todos os

    seus perifricos e consumidores acoplados nas condies de temperatura, presso e

    umidade, corrigidas conforme a norma NBR ISO1585.

    Potncia efetiva reduzida bruta: a potncia obtida com o motor operando sem

    escapamento, ventilador e filtro de ar (opcionalmente) nas condies de temperatura,

    presso e umidade corrigidas, conforme a norma NBR ISO1585.

    Potncia indicada observada lquida: a potncia desenvolvida pelo motor devido ao

    trabalho de combusto gerado na parte superior dos mbolos, com todos os seus

    perifricos e consumidores acoplados, nas condies de temperatura, presso e

    umidade no instante do ensaio.

    Potncia indicada reduzida lquida: a potncia desenvolvida pelo motor devido ao

    trabalho de combusto gerado na parte superior dos mbolos, com todos os seus

    perifricos e consumidores acoplados, nas condies de temperatura, presso e

    umidade corrigidas conforme a norma NBR ISO1585.

    Potncia de atrito: a potncia consumida internamente pelo motor devido s partes

    mveis do mesmo e compresso (ou bombeamento) do gs. A potncia de atritotambm chamada de potncia de perdas.

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    A energia.

    Q disponvel pelo combustvel no totalmente aproveitada na transformao da

    potncia e do torque do motor devido s perdas que ocorrem nas trocas de calor com o

    fluido de arrefecimento e o ambiente externo; alm disso, em algumas situaes, a

    combusto no completa.

    Diante desses fatos, pode-se definir o rendimento trmico como sendo a relao entre a

    potncia indicada (ouseja, obtida na cmara de combusto) e o fluxo de energia

    (ou calor) fornecido pelo combustvel.

    A representao matemtica dessa relao a seguinte:

    (10) .Q

    Ni

    t=

    Onde:

    - t o rendimento trmico (adimensional)

    - Ni a potncia indicada (kcal/s; kcal/h; kW; cv etc.).

    -.

    Q o calor fornecido pelo combustvel por unidade de tempo ou fluxo de calor (kcal/s;kcal/h; J/s; kW etc.)

    OBSERVAO: Os valores referenciais de rendimento trmico dos motores de

    combusto interna esto na ordem de 32%. Os motores que operam sob o ciclo

    Diesel tm valores de rendimento trmico comumente maiores que os motores que

    operam sob o ciclo Otto.

    RENDIMENTO MECNICO DO MOTOR

    Levando-se em considerao as definies e conceitos apresentados no captulo anterior,

    pode-se verificar que os valores indicados so normalmente superiores aos valores efetivos.

    Isso se deve, principalmente, s perdas da energia necessria para a movimentao do

    motor.

    Com isso, pode-se definir o rendimento mecnico como sendo:

    (11)

    Ni

    Ne =m

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    Onde:

    - m o rendimento mecnico (adimensional)

    - Ni a potncia indicada (kcal/s; kcal/h; kW; cv etc.).

    - Ne a potncia efetiva (kcal/s; kcal/h; kW; cv etc.).

    OBSERVAO: Os valores referenciais de rendimento mecnico dos motores de

    combusto interna esto na ordem de 82% dependendo da rotao de trabalho,

    quantidade de vlvulas, tipo de acionamento etc.

    RENDIMENTO GLOBAL DO MOTOR

    Rendimento global do motor ou rendimento trmico efetivo do motor o rendimento total do

    motor considerando-se todas as perdas envolvidas. Pode ser calculado das seguintes

    maneiras:

    (12).

    Q

    Ne =g

    Ou, ainda,

    (13) g = t x m

    Onde:

    - g o rendimento global (adimensional)

    - t o rendimento trmico (adimensional)

    - m o rendimento mecnico (adimensional)

    - Ne a potncia efetiva (kcal/s; kcal/h; kW; cv etc.).

    -.

    Q a energia fornecida pelo combustvel por unidade de tempo ou fluxo de calor (kcal/s;

    kcal/h; J/s; kW etc.).

    A seguir, apresentamos uma representao esquemtica das relaes entre os rendimentos

    e potncias resultantes.

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    Verifique atravs do esquema as seguintes relaes:

    (14) Ni = Ne + Na

    (15) Ne = Ni Na

    (16) Na = Ni Ne

    RENDIMENTO VOLUMTRICO

    Rendimento volumtrico a relao entre a massa de ar que o motor admite e a massa de

    ar que o motor poderia admitir nas condies de entrada, ou seja, considerando-se a

    temperatura e a presso externas.

    g t

    m

    Q(calor fornecido)

    Ni(potncia indicada)

    Na(potncia de atrito)Ne(potncia efetiva)

    Te, mae,Pe, e

    Tc, mac,Pc, c

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    (17)

    Onde:

    v o rendimento volumtrico (adimensional)

    .

    mac o fluxo em massa de ar no cilindro do motor, ou seja, o fluxo de ar efetivamenteadmitido (kg/h; kg/s etc.)

    .

    mae o fluxo em massa de ar na entrada do motor (kg/h; kg/s etc.).

    Tc a temperatura do ar dentro do cilindro na fase de admisso (K)

    Te a temperatura do ar na entrada do motor (K)

    Pe a presso do gs na entrada do motor (kgf/cm ;bar etc.).

    Pc a presso do gs no cilindro do motor na fase de admisso (kgf/cm ;bar etc.).

    e a densidade do ar na entrada do motor (kg/dm; g/cm etc.).

    c a densidade do ar no cilindro do motor na fase de admisso (kg/dm; g/cm etc.).

    Considerando o ar como gs perfeito e lembrando da equao de Clapeyron, temos:

    (18) P x V = m x R x T

    Onde:

    P a presso do gs (kgf/cm ;bar; etc.).

    V o volume especfico do gs (dm; cm; etc.).

    m a massa do gs (kg; g; etc.).

    R a constante universal do ar (29,3kgfm/kgK ou 8,31 J/molK ou 0,082 atml /molK)

    T a temperatura do gs (K)

    Tambm sabemos que a densidade equivale relao entre a massa e o volume, ou seja:

    (19)vm=

    ou

    (20) x v = m

    Onde:

    a densidade do gs (kg/dm; g/cm; etc.).

    v o volume do gs (dm; cm; etc.).

    m a massa do gs (kg; g; etc.).

    .

    .

    mae

    macv =

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    Fazendo x v em P x v = m x R x T, teremos :

    P x v = x v x R x T

    Resultando em:

    21) TR

    P=

    22)TR

    P=

    Lembremos que, durante a fase de admisso, o ar entra nos cilindros devido diferena de

    presso entre a regio da entrada e a cmara de combusto. Alm disso, o ar sofre um

    aumento de temperatura.

    Ou seja:

    Tc > Te

    Pc < Pe

    Considerando o que j foi dito e a expresso (22) TRP= , teremos que a densidade do ar

    na cmara de combusto menorque a densidade do ar na entrada do motor, ou seja:

    c < e

    Onde:

    c a densidade do ar na cmara de combusto (kg/dm; g/cm etc.).

    e a densidade do ar na entrada do motor (kg/dm; g/cm etc.).

    Com isso, verificamos que o enchimento do motor d-se com o ar mais rarefeito em

    relao ao ar na entrada.

    Pode-se calcular a massa de ar na entrada do motor como sendo:

    Para motores 4 tempos:

    (23) 2

    nCte

    mae

    .

    =

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    Para motores 2 tempos:

    (23a) nCtemae.

    =

    Pode-se calcular, tambm, a massa de ar no cilindro como sendo:

    Para motores 4 tempos:

    (24) v2

    nCtemac

    .

    =

    Para motores 2 tempos:

    (24a) vnCtemac.

    =

    Onde:

    mae.

    = o fluxo em massa de ar na entrada do motor (kg/s; kg/h etc.).

    mac.

    = o fluxo em massa de ar no cilindro (kg/s; kg/h etc.).

    e a densidade do ar na entrada o motor (kg/dm; g/cm etc.).

    Ct a cilindrada do motor (dm; cm; etc.). n a rotao do motor (rpm; rps etc.).

    v o rendimento volumtrico do motor (adimensional)

    OBSERVAO REFERENTE A TURBOCOMPRESSORES

    Normalmente denominada turbina, turbocompressor, sobre-alimentador, supercarregador,

    ou simplesmente turbo, o turbo alimentador um dos responsveis pelo aumento do

    rendimento volumtrico do motor.

    No caso dos motores Diesel, o turbo alimentador tem a finalidade de elevar acima da

    presso atmosfrica a presso do ar no coletor de admisso. Isso torna possvel depositar

    maior massa de ar no mesmo volume; conseqentemente, a quantidade de combustvel

    aumentada, resultando em mais potncia para o motor.

    Para melhorar os efeitos do turbo alimentador, adiciona-se ao sistema de admisso de ar

    um processo de arrefecimento do ar admitido, normalmente denominado de aftercoolerou

    intercooler(dependendo da posio em que se encontra instalado). Esse processo tem a

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    finalidade de reduzir a temperatura do ar, contribuindo para aumentar, ainda mais, a massa

    de ar no interior dos cilindros.

    A tendncia, para o futuro, que todos os motores Diesel sejam turbo-alimentados. Nos

    motores turbo-alimentados, o rendimento volumtrico pode chegar a ser maior que 100%.

    CILINDRADA TOTAL DO MOTOR

    A cilindrada definida como sendo a soma dos volumes dos cilindros do motor, sendo este

    volume caracterizado pelo dimetro do mbolo e pelo espao que ele percorre entre o PMS

    (ponto morto superior) e PMI (ponto morto inferior), ou seja, o curso do mbolo.

    Pode-se calcular a cilindrada total do motor com o auxlio da seguinte frmula:

    (25)4

    nchDCt

    2 =

    Onde:

    Ct a cilindrada total do motor (dm; cm; l etc.)

    a constante 3,1416

    D o dimetro do mbolo (mm; cm etc.).

    h o curso do mbolo (cm; mm etc.).

    nc o nmero de cilindros do motor

    Analogamente, pode-se definir a cilindrada unitria do motor utilizando a mesma frmula e

    considerando nc = 1.

    OBSERVAES

    1. O curso do mbolo noleva em considerao o volume da cmara de combusto.

    2. Cmara de combusto a regio onde a mistura ar-combustvel comprimida. O

    volume da cmara de combusto definido como sendo o volume entre a parte superior

    do mbolo (quando este encontra-se no PMS) e a superfcie do cabeote.

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    TAXA DE COMPRESSO TERICA OU VOLUMTRICA

    Quando o mbolo encontra-se no PMI, o volume ocupado pelos gases caracterizado pela

    soma do volume referente cilindrada unitria e o volume da cmara de combusto.

    A lei de Boyle-Mariottesobre a compressibilidade dos gases estabelece que, mantendo-se a

    temperatura constante (reao isotrmica), os volumes de uma massa de gs esto na

    razo inversa das presses que so exercidas. Por causa disso, quando o volume de uma

    massa gasosa diminuda em x vezes, aumenta-se a presso na mesma proporo.

    Como no motor de combusto interna o volume da mistura ar-combustvel comprimido na

    razo do volume referente cilindrada unitria, e do volume da cmara de combusto, de

    se esperar que a presso aumente conforme aumentea relao desses volumes.

    Assim sendo, o significado de um motor ter taxa de compresso (ou relao de compresso)

    de 10,0:1 que, entre o incio da fase de compresso (mbolo no PMI) e final da fase de

    compresso (mbolo no PMS), o volume da mistura ser reduzido em 10 vezes;

    conseqentemente, a presso aumentar em 10 vezes em relao s condies iniciais.

    Da lei de Boyle-Mariotte, pode-se obter a seguinte relao:

    Pi

    Pf

    Vf

    Vi=

    Onde:

    Vi o volume inicial da massa gasosa

    Vf o volume final da massa gasosa

    Pi a presso inicial da massa gasosa

    Pf a presso final da massa gasosa

    Estabelecendo a relao acima com o motor de quatro tempos, iremos obter:

    (26) TctPi

    Pf

    Vc

    CuVc==

    +

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    Onde:

    Vc o volume total da cmara de combusto (dm; cm; l etc.).

    Cu a cilindrada unitria (dm; cm; l etc.).

    Tct a taxa de compresso terica (adimensional)

    TAXA DE COMPRESSO REAL OU DINMICANa sesso anterior, verificamos que a relao de compresso pode ser definida atravs da

    lei de Boyle-Mariotte. Porm, isso s vale para condies de temperatura constante. No

    motor de combusto interna, durante a fase de compresso, ocorre um aumento de

    temperatura com conseqente aumento da presso interna.

    Em conseqncia disso, a taxa de compresso terica sofrer correes. O novo valor

    obtido denominado de relao ou taxa de compresso real ou dinmica.

    Retornando definio de taxa de compresso terica, temos:

    (26) TctPi

    Pf

    Vc

    CuVc==

    +

    Isolando a presso final, teremos:

    (27) PfPixTctVc

    PixCu)(Vc==

    +

    Considerando-se agora a temperatura inicial absoluta (Tiabs) e a temperatura final absoluta

    (Tfabs), teremos que a taxa de compresso real (ou dinmica) :

    (28)Tiabs

    Tfabs

    Vc

    CuVcTcr

    +=

    Ou seja, a taxa de compresso real (ou dinmica) dada por:

    (29)Tiabs

    TfabsxTctTcr=

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    Podemos ainda determinar a presso final dinmica (Pfd) como sendo:

    (30) Pfd = Pi x Tcr

    Onde:

    Vc o volume da cmara de combusto (dm; cm; l etc.).

    Cu a cilindrada unitria (dm; cm; l etc.).

    Tct a taxa de compresso terica (adimensional)

    Pi a presso inicial (bar; kgf/cm etc.).

    Pf a presso final (bar; kgf/cm etc.).

    Pfd a presso final dinmica (bar; kgf/cm etc.).

    Tcr a taxa de compresso real (adimensional) Tiabs a temperatura inicial absoluta (K)

    Tfabs a temperatura final absoluta (K)

    EXEMPLO DE CLCULO DE TAXA DE COMPRESSO TERICA

    Os componentes de um motor de combusto interna ciclo Otto 4 tempos foram medidos

    conforme os valores fornecidos abaixo. Determine a taxa de compresso terica desse

    motor.

    Volume da cmara no cabeote = 30cm

    Dimetro do mbolo = 81mm

    Curso do mbolo = 85mm

    Espessura da junta do cabeote = 2,0mm

    Volume entre a face superior do mbolo e a face do cabeote = 8,5cm

    Resoluo

    Para verificar a taxa de compresso terica do motor, calcula-se inicialmente:

    A cilindrada unitria;

    O volume da junta do cabeote;

    O volume da cmara de combusto (volume da junta do cabeote + volume da face

    superior do mbolo + volume da cmara no cabeote).

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    A cilindrada unitria calculada atravs da expresso:

    332

    cm437,78oumm4377824

    18581Cu =

    =

    O clculo do volume referente junta do cabeote realizado com a expresso:

    332

    cm10,3oumm103004

    2,081juntadaVolume =

    =

    O volume total da cmara de combusto :

    Vc = 10,3 + 30 + 8,5 = 48,8 cm

    De posse desses valores, pode-se calcular a taxa de compresso terica como sendo:

    Tct = 48,8 + 437,78 = 9,97 :1

    48,8

    EXEMPLO DE CLCULO DE TAXA DE COMPRESSO DINMICAAps ter sido determinada a taxa de compresso terica, o motor foi enviado para um

    dinammetro a fim de que fossem efetuados alguns levantamentos acerca de seu

    desempenho (performance). Ao ser submetido a uma determinada condio de rotao e

    carga, os seguintes valores mdios foram obtidos:

    Temperatura no incio da compresso = 37C

    Temperatura no final da compresso = 190C

    Determine a taxa de compresso dinmica do motor nas condies indicadas acima.

    Resoluo

    Para determinar a taxa de compresso dinmica do motor, necessrio, primeiramente,

    converter os valores das temperaturas inicial e final de compresso para valores absolutos

    (ou seja converter graus Celsius para Kelvin):

    37C = 37 + 273 K = 310 K

    190C = 190 + 273 K = 463 K

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    A expresso usada para o clculo a seguinte:

    Tiabs

    TfabsxTctTcr=

    1:14,89310

    463x9,97Tcr ==

    VELOCIDADE E ACELERAO DO MBOLO

    Os motores de combusto interna possuem uma cinemtica que parte de um movimento de

    translao alternativo, gerando um movimento rotativo atravs da rvore de manivelas. Os

    esforos decorrentes dos movimentos dos componentes precisam ser conhecidos para que

    com isto sejam efetuados os dimensionamentos necessrios.

    preciso lembrar, inicialmente, que uma rotao do motor equivale ao movimento de subida

    e descida do mbolo, ou seja, o curso do mbolo multiplicado por 2.

    A velocidade mdia do mbolo pode ser calculada conhecendo-se os valores referentes aocurso e rotao do motor. Para isso, usa-se a seguinte expresso:

    31)60

    n2hVme

    = ou 31a) nxhx0,033Vme=

    Onde:

    Vme a velocidade mdia do mbolo (m/s; mm/s etc.).

    h o curso do mbolo (m; mm etc.). n a rotao do motor (rpm)

    2 uma constante, porque o espao percorrido pelo mbolo considerado quando da

    sua subida e descida em uma rotao do motor.

    60 uma constante relativa converso de rotaes por minuto do motor para rotaes

    por segundo.

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    EXEMPLO DE CLCULO DE VELOCIDADE MDIA DO MBOLO

    O motor dos nossos exemplos 1 e 2, quando do ensaio em dinammetro, estava a 6000

    rpm. Qual a velocidade mdia do mbolo?

    Resoluo

    De posse dos valores do curso do mbolo (fornecidos anteriormente) e da rotao do motor,

    pode-se calcular a velocidade mdia como sendo:

    m/s17,0mm/s1700060

    6000285Vme ==

    =

    De modo extremamente resumido, iremos definir a velocidade instantnea e a aceleraoinstantnea do mbolo.

    Observe o esquema a seguir:

    r

    r+l

    x

    PMS

    rcos

    lcosl

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    A determinao da posio instantnea do mbolo a partir do PMS ser dada por:

    (32) Xins = (r + l) ( rcos+ lcos)

    Denominando como sendo a relao entre r e l, ou seja, =l

    r, a determinao da

    velocidade instantnea do mbolo a partir do PMS ser dada por:

    (33) )

    sen22

    (senrVins +=

    A determinao da acelerao instantnea do mbolo a partir do PMS ser dada por:

    (34) )

    cos6x0,703cos4-4

    -cos2a(cosrAins 53

    2 ++=

    Onde:

    Xins a posio instantnea do mbolo (m; cm; mm etc.)

    Vins a velocidade instantnea do mbolo (m/s; mm/s etc.).

    Ains a acelerao instantnea do mbolo (m/s; mm/s etc.). a velocidade angular (rad/s).

    OBSERVAO

    As expresses anteriores so simplificadas e so vlidas para relaes r/l menores que

    0,33. Recomenda-se que seja consultada literatura especializada, caso se queira aprofundar

    nos mtodos para obteno das expresses.

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    COMBUSTO NOS MOTORES

    Como sabemos, nos motores a lcool ou gasolina, a produo de movimento comea pela

    queima de combustvel na cmara de combusto. O desempenho do motor depende

    fundamentalmente da maneira como essa queima se processa, ou seja, se todo o

    combustvel utilizado se transforma realmente em trabalho.

    Em um ciclo completo do pisto, o trabalho s realizado quando ocorre a exploso do

    combustvel. Isso depende de uma srie de fatores como, por exemplo, o poder calorfico do

    combustvel, a temperatura da cmara de combusto, a quantidade de combustvel

    fornecida, o instante da ignio etc.

    Neste captulo, estudaremos o processo de combusto nos motores e todas as variveis

    que influem nesse processo.

    RELAO AR-COMBUSTVEL

    A relao ar-combustvel a relao entre a massa de ar (ma)e a massa de combustvel

    (mc), ou seus respectivos consumos. Matematicamente, essa relao representada por:

    mc

    mareal

    F

    A=

    Onde:

    (35) motordoreallcombustve-arrelaorealFA =

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    OBSERVAES

    Para a gasolina brasileira, que contm lcool em sua composio, a relao

    estequiomtrica em peso vale aproximadamente 13,3:1 (gasolina com 22% de lcool

    anidro comumente denominada E22% ou B22%). Isso significa que so necessrias

    13,3 partes de ar para cada parte de combustvel.

    Para o lcool hidratado, a relao estequiomtrica em peso vale aproximadamente 8,4:1,

    ou seja, seriam necessrias 8,4 partes de ar para cada parte de combustvel.

    Para o lcool anidro, a relao estequiomtrica em peso vale aproximadamente 9:1.

    Assim, so necessrias 9 partes de ar para cada parte de combustvel.

    OBSERVAO

    No caso do lcool hidratado verifica-se que a gua presente no participa da combusto,

    devido a isto dependendo do estudo que est sendo efetuado considera-se a relaoestequiomtrica do lcool hidratado igual a 9:1

    PODER CALORFICO DO COMBUSTVEL

    a quantidade de energia por unidade de massa que se desprende durante a combusto

    completa do combustvel.

    O poder calorfico pode ser classificado em poder calorfico superiorou poder calorfico

    inferior.

    Tem-se o poder calorfico superior (PCS)quando a gua proveniente da combusto obtida

    na forma lquida.

    O poder calorfico inferior (PCI) obtido quando a gua proveniente da combusto obtidana forma de vapor.

    O poder calorfico utilizado nos clculos de calor em motores de combusto interna deve ser

    o inferior (PCI).

    Carbono (C)e hidrognio (H)so os elementos que mais contribuem para o poder calorfico

    dos combustveis. O oxignio (O) est geralmente presente em combustveis vegetais

    (como o lcool) e sua presena diminuio poder calorfico alm das exigncias tericas (ouestequiomtricas) de ar na combusto, conforme descrito no item anterior.

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    Diante dessas duas observaes, possvel entender algumas das razes da diferena de

    consumo entre motores lcool e gasolina. Como curiosidade, observe a tabela a seguir:

    TIPO DE COMBUSTVEL GASOLINA PURA E0% (EUROPA)

    GASOLINA COM22% LCOOL ANIDRO E22% (BRASIL)

    LCOOL ETLICOHIDRATADO

    COMBUSTVEL- E100%(AEHC)

    FRMULA QUMICA(CORRELACIONANDO OS VOLUMES

    DAS MISTURAS ENVOLVIDAS)C8H18(ISOOCTANA) 0,78C8H17 + 0,22C2H5OH

    0,956C2H5OH +0,014H2O + 0,03C8H17

    RELAO ESTEQUIOMTRICA 14,6:1 em peso 13,3:1 em peso

    8,4:1 8,98:1 em peso(dependendo da

    quantidade de gua e doestudo a ser efetuadoconforme observao

    anterior)

    pci (kcal/kg) 10311 9458 6496

    OBSERVAES

    Os dados da tabela podem sofrer pequenas alteraes dependendo do combustvel utilizado.

    O lcool combustvel utilizado no Brasil pode ser acrescido de at 3% de gasolina.

    O lcool hidratado possui 6,4% de gua em sua composio.

    VOLATILIDADE

    A volatilidade a tendncia que o combustvel tem de se evaporar. Os ensaios de

    destilao demonstram a parcela evaporada do combustvel em funo da temperatura para

    gasolina brasileira (E22%).

    Destilao Ponto Inicial Ebulio (C) 30-45

    Destilao 10% Evaporado (C) 45-70

    Destilao 50% Evaporado (C) 70-140

    Destilao 90% Evaporado (C) 140-200

    Destilao Ponto Final Ebulio (C) 220

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    Por se tratar de substncia pura, o lcool tem seu ponto de ebulio em torno de 79Ca

    presso de 1 bar.

    Por ser menos voltil, o lcool tem maior dificuldade de combusto, dificuldade esta

    aumentada devido maior massa utilizada. Em funo do baixo poder calorfico do lcool,

    torna-se necessrio o aumento da massa de combustvel para obter a mesma energia

    (quando comparado com a gasolina).

    Diante disso, possvel entender algumas das razes da necessidade de implementao de

    novas tecnologias ou da adoo de sistemas auxiliares para otimizao do funcionamento

    de motores a lcool devido a diferena de funcionamento quando comparado com motores a

    gasolina:

    Durante a fase de partida do motor, quando a temperatura ambiente encontra-se entre

    13C e 25C, acontecem s dificuldades de partida (tempos prolongados), com

    conseqente aumento das emisses de escapamento (hidrocarbonetos).

    Em temperaturas abaixo de 10C, surge necessidade de vrias partidas ou at a

    impossibilidade de funcionamento do motor, pois, medida que a temperatura diminui,

    aumenta a diferena em relao ao ponto de ebulio. Desenvolvimentos constantesso efetuados visando a definio de novos componentes ou sistemas de partida que

    possibilitem a partida do motor nestas temperaturas.

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    DETONAO,AUTO-IGNIO E PR-IGNIO

    Nos motores de ignio por fasca (sem injeo direta), ocorre a alimentao de uma

    mistura ar-combustvel durante a fase de admisso. Durante a fase de compresso, ocorre a

    fasca proveniente dos eletrodos da vela provocando, com isto, o incio de reaes de

    oxidao do combustvel. Tais reaes, por sua vez, geram a propagao da chama na

    cmara de combusto.

    Neste captulo, estudaremos os fenmenos fsico-qumicos que resultam na detonao,

    auto-ignio e pr-ignio.

    RETARDAMENTO DA COMBUSTO

    O processo que provoca as reaes de oxidao ocorre sob presso constante

    (transformao isobrica) demandando um tempo que denominado de retardamento

    qumico da combusto.

    Esse atraso implica a necessidade de que a fasca ocorra antes do mbolo estar no PMS,

    pois, para que sejam obtidos os melhores resultados de potncia, desejvel que a mxima

    presso provocada pela combusto ocorra quando o mbolo encontra-se ainda muito

    prximo do PMS.

    Aps terminada a fase do retardamento qumico, ocorre a propagao da chama, em

    velocidade que determinada pelas seguintes variveis:

    Relao ar-combustvel: condies onde verifica-se misturas ricas provocam maior

    velocidade de propagao da chama.

    Turbulncias na cmara: as turbulncias tendem a aumentar conforme aumenta a

    rotao do motor ou at mesmo conforme alteraes nos projetos de sistemas de

    induo de ar. Com isso, cresce tambm a ao de contato entre as partculas em

    combusto e as que devem reagir na frente da chama, gerando uma maior velocidadena reao.

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    Temperatura e presso: a elevao dessas duas variveis tende a aumentar a

    velocidade da chama.

    Gases de escape residuais (efeito EGR): os gases residuais tendem a diminuir a

    velocidade da chama.

    O retardamento da combusto e a propagao da chama podem ser verificados atravs de

    sensores de presso na cmara de combusto dos motores ciclo Otto atravs da evoluo

    da variao da presso.

    Os exemplos a seguir mostram o comportamento da evoluo da presso em funo do

    instante da fasca. Neles, pode-se verificar que o retardamento da combusto dado peladiferena em graus entre o instante da fasca e a ocorrncia da variao da presso em

    uma taxa de acrscimo diferenciada da taxa de acrscimo devida somente compresso.

    A velocidade da combusto pode ser obtida atravs da tangente do ngulo formado pela

    inclinao da curva de variao de presso em funo do ngulo da rvore de manivelas.

    Ou seja, a velocidade da chama pode ser obtida atravs de dp/d.

    EXEMPLO DE IGNIO ATRASADA (APS O PONTO IDEAL)

    Trabalhogerado > 0

    Ocorrncia da fasca muito atrasadagerando um pequeno trabalho

    positivo e com isto pouca potncia

    Presso nacmara de

    combusto (p)

    Avano deignio ()PMS

    Variao de presso devido compresso

    Variao de presso devido combusto (incio aps o PMS)

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    EXEMPLO DE IGNIO ADIANTADA (ANTES DO PONTO IDEAL)

    OBSERVAES

    A regio 1 indica a ocorrncia de trabalho negativo. Este se deve ao incio da elevao

    da presso, uma vez que a fasca inicia-se muito antes do PMS.

    A regio 2 indica a ocorrncia de trabalho positivo.

    Ocorrncia da fasca muito adiantadagerando um trabalho negativo e um

    aumento de presso

    Presso nacmara de

    combusto (p)

    Avano deignio ()PMS

    Variao de presso devido compresso

    Variao de presso devido combusto (incio antes do PMS)

    21

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    EXEMPLO DE IGNIO NO PONTO IDEAL

    Nos motores ciclo Otto, aps o fornecimento da fasca, ocorre o avano da chama a partir

    da vela. Nesse momento, a mistura ainda no queimada comprimida pela fase queimada,

    sofrendo com isso um aquecimento.

    Esse aquecimento pode ser suficiente para que ocorra a auto-ignio do combustvel

    (ignio espontnea), provocando um aumento brusco de presso e a propagao de

    ondas de choque. Essas ondas geram um rudo metlico com freqncias superiores a

    5kHz (normalmente na faixa de 7kHz a 15kHz).

    Esse fenmeno denominado de detonaoe comumente chamado pelos mecnicos de

    batida de pino, devido correlao com o rudo metlico gerado.

    A detonao gera um aumento da presso, da temperatura e das tenses nos mbolos,

    vlvulas, cabeotes, velas e junta, podendo gerar danos irreversveis a esses componentes

    quando da sua ocorrncia em grande intensidade ou em tempo contnuo.

    Ocorrncia da fasca no ponto idealde funcionamento

    Presso nacmara de

    combusto (p)

    Avano deignio ()PMS

    Variao de presso devido compresso

    Variao de presso devido acombusto

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    Detonaes seguidas iro provocar o aparecimento de pontos quentes na cmara de

    combusto, os quais podem provocar a ignio espontnea da mistura sem que ocorra a

    fasca por parte da vela. Esse fenmeno denominado pr-ignio (ignio espontnea

    antes da fasca). Da mesma maneira que a detonao a pr-ignio trar srios danos ao

    motor

    PRINCIPAIS CAUSAS PARA SURGIMENTO DA DETONAONOS MOTORES OTTO

    Os principais fatores que geram a detonao nos motores ciclo Otto so os seguintes:

    Temperatura elevada do ar de admisso ou da mistura na cmara;

    Temperatura elevada do lquido de arrefecimento;

    Temperatura elevada do leo lubrificante;

    Aumento da presso do ar de admisso;

    Ignio adiantada;

    Baixa turbulncia da mistura;

    Aumento da carga do motor;

    Empobrecimento da mistura;

    Elevadas taxas de compresso; Baixo ndice de octanas do combustvel.

    NDICE DE OCTANAS

    O ndice de octanas do combustvel, geralmente chamado de octanagem, refere-se ao

    poder antidetonante do combustvel.

    O ndice de octanas do combustvel obtido por meio de ensaios em um motor especial

    monocilndrico denominado CFR (Cooperative Fuel Research). necessrio observar que o

    CFR tem sua taxa de compresso varivel.

    Dois combustveis padres de referncia so utilizados nos ensaios:

    a isooctana, que um combustvel com alta resistncia detonao;

    a heptananormal, que tem baixa resistncia detonao.

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    O mtodo de ensaio consiste em operar o motor com o combustvel a ser conhecido em

    condies padro, ajustando-se a relao de compresso do motor CFR at que ocorra a

    detonao, em uma intensidade tambm padronizada.

    Depois disso, a relao de compresso mantida e so testadas misturas de heptana

    normal e isooctana em propores em que se obtm detonao com intensidade igual do

    combustvel previamente testado.

    O percentual de isooctana na mistura heptana-isooctana denominado

    ndice de octanasdo combustvel em questo.

    Existem alguns padres de ensaio com motor CFR de referncia para determinao do

    nmero de octanas; tais padres, devido s diferenas que apresentam de operao do

    motor, fornecem resultados prprios.

    Os padres mais usuais so denominados de RON (Research Octane Number) -

    comumente chamado de mtodo pesquisae MON (Motor Octane Number) - comumente

    chamado de mtodo motor.

    Segue abaixo uma tabela comparativa de algumas condies padro de ensaio do ndice deoctanas pelos padres RON e MON:

    MTODO MON RON

    Rotao do motor 900rpm 600rpm

    Temperatura do coletor 149C 52C

    Temperatura do lquido de arrefecimento 100C 100C

    Em geral, o padro de medio MON referencia-se a condies de rotao elevadas e o

    padro RON a condies de baixa rotao, ou seja, quando para o mesmo motor efetuamos

    uma comparao de combustveis A e B em baixa rotao e observamos que para amostra

    A de combustvel surge a detonao com menores taxas de compresso ou avano de

    ignio teremos um indicativo que o ndice RON da amostra A menor que o ndice RON da

    amostra B.

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    OBSERVAO

    Em alguns pases comum definir-se o ndice de octanas atravs da mdia aritmtica entre

    o padro MON e o padro RON, ou seja, o ndice antidetonante (IAD) do combustvel

    calculado como sendo (MON + RON) / 2, o IAD (ndice antidetonante) tambm chamado

    de AKI (antiknock index).

    Sensibilidade do combustvel a diferena entre o ndice de octanas obtido no mtodo

    pesquisa menos o ndice de octanas obtido no mtodo motor, ou seja:

    Sensibilidade = RON - MON

    Para a gasolina brasileira com 22% de lcool anidro, o nmero de octanas especificadocomo mnimo 82MON o qual equivale a aproximadamente 92RON.

    Para o lcool, o nmero de octanas varia entre 104RON e 106RON.

    A determinao do ndice de octanas do lcool (maior que 100) verificada com a adio de

    chumbo tetraetila (que agente antidetonante) no combustvel isooctana pura, efetuando-se

    o seguinte clculo:

    20,505T5,57T12,78T1

    107T

    +++

    Onde Tso os mililitros de chumbo tetraetila por litro de isooctana.

    OBSERVAO

    Esse clculo vlido somente quando o nmero de octanas for maior que 100.

    INFLUNCIA DA ESTRUTURA QUMICA DOS COMBUSTVEISFSSEIS NO SURGIMENTO DA DETONAO

    A composio qumica dos combustveis varia em funo da fonte de origem e dos

    processos utilizados para sua refinao.

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    Como a gasolina normalmente uma associao de hidrognio e carbono (hidrocarbonetos

    ou, simplesmente, HxCy), obtm-se gasolina com diferentes tipos de estrutura qumica. A

    maneira como a cadeia de hidrognio e carbono formada tem influncia na tendncia de

    surgimento da detonao.

    Por exemplo: a cadeia a seguir tem sete tomos de carbono alinhados em uma seqncia

    direta ou parafinas normais denominada de heptana normal.

    H H H H H H HHC-C-C-C-C-C-CH

    H H H H H H H

    J a cadeia abaixo tem quatro tomos de carbono em uma estrutura em anel (nafteno):

    H HHC CH

    HC CHH H

    A detonao influenciada tanto pela quantidade de carbono presente no tomo

    quanto pela sua estrutura, em termos gerais:

    Quanto menor a quantidade de carbono, menor a tendncia de detonao.

    Quanto mais ramificada a cadeia de tomos, menor a tendncia de detonao.

    DETERMINAO DO PONTO DE IGNIO IDEAL PARAMOTORES OTTO

    O ponto de ignio ideal dos motores Otto definido em bancos dinamomtricos conforme o

    descrito abaixo: Fixam-se as condies de rotao, carga do motor, temperatura do ar de admisso,

    lquido de arrefecimento, leo lubrificante e relao ar-combustvel, de acordo com as

    situaes requeridas de funcionamento do motor.

    Regula-se o valor de avano de ignio em condio na qual o motor no opere em

    regime de detonao; a seguir, verifica-se o torque fornecido pelo motor.

    Altera-se o avano de ignio aumentando-o em intervalos de 0,5 e obtm-se o novo

    valor de torque.

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    Com isso, so levantados os requisitos de ignio do motor conforme o exemplo abaixo:

    No exemplo acima, verifica-se que, conforme o avano de ignio aumentado, tambm

    aumenta o torque do motor, pois a tendncia de gerar trabalho aps o PMS confira no

    exemplo de ignio no ponto ideal ilustrado anteriormente.

    A partir de um determinado ponto, verifica-se que ocorre um patamar nos valores de torque,

    mesmo quando o avano de ignio aumentado.

    Aps o patamar ser atingido, ocorre uma queda progressiva do torque, iniciada devido ao

    excesso de avano, pois isso gera trabalho antesdo PMS. Em virtude disso, h perda de

    performance, conforme mostrado no exemplo da ignio adiantada.

    No grfico tambm possvel verificar os pontos denominados como MBT e LDI. Esses

    pontos correspondem respectivamente ao menor avano para omaior torque fornecido eao ponto onde se inicia o processo da detonao .

    No exemplo dado, o responsvel pela definio do mapa de avano do sistema de injeo

    eletrnica ou da curva do distribuidor deveria estabelecer o ponto de avano de 27 APMS

    para condio especfica de funcionamento do motor conforme item 1, pois neste ponto

    que se obtm o melhor torque do motor.

    Acima desse ponto, alm de no haver ganho de torque, pode-se ter vibraes indesejveis,aumento das emisses de NOx e at mesmo detonao, dependendo do valor aplicado.

    Requisito de Ignio

    15

    20

    25

    30

    0 5 10 15 20

    APMS

    Torque[Nm]

    MBT LDI

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    Aps ser levantado este ponto, prossegue-se com o levantamento de outros tantos em

    outras cargas e rotaes efetuando-se, com isso, o mapeamento geral do motor.

    O exemplo mostrado pode variar de acordo com as condies de funcionamento do motor

    (carga, rotao, temperatura, presso, relao ar-combustvel), o tipo de combustvel

    empregado e a taxa de compresso do motor, podendo ocorrer condies em que o

    patamar maior ou menor, a taxa de crescimento do torque em funo do avano

    diferenciada, o LDI encontra-se muito distante do MBT, j na regio de queda de torque ou,

    at mesmo, o LDI encontrar-se antes do MBT.

    Esta ltima situao indesejvel, porm muitas vezes obtida nos motores atuais, pois

    implica em limitaes da performance do motor.

    Por causa disso, podem ocorrer modificaes no projeto de maneira a elevar o LDI para

    valores acima do MBT ou at mesmo para valores prximos, de maneira que o

    compromisso entre as vrias situaes de funcionamento do motor ainda seja compensador.

    EXEMPLO DE CLCULO DE TEMPO DE RETARDO DA COMBUSTO

    A seguir, apresentado um diagrama de presso na cmara de combusto em funo do

    ngulo do virabrequim durante um ensaio de desempenho em um motor de quatro tempos,ciclo Otto, operando a 2000 rpm Sabendo-se que, no instante considerado, a fasca ocorre a

    20 APMS, deseja-se saber qual o tempo de retardo da combusto.

    PMS

    Variao de presso devido compresso

    122030 10 20

    P bar

    Avano deignio

    Variao de presso devido combusto

    30

    20

    10

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    Resposta: A ignio se d a 20 APMS. No grfico, verifica-se que ocorre um aumento

    brusco de presso a partir de 12 APMS, devido ao incio da combusto, o que ocasiona um

    atraso de 8 (20 12 = 8) na rvore de manivelas para o incio a combusto. necessrio

    identificar o que representa esse deslocamento de 8 no tempo.

    Na situao apresentada, sabe-se que se trata de um motor de quatro tempos, operando a

    2000 rpm.

    Assim, tem-se:

    2000 rpm = 2000 voltas por minuto, ou seja:

    2000 x 360 = 720000/min ou 12000 /s

    12000 = 1 segundo

    8 = X

    ms0,612000

    8

    12000

    18X ==

    =

    COMBUSTO NOS MOTORES DIESEL

    Diferentemente dos motores ciclo Otto, a ignio do combustvel nos motores Diesel ocorre

    devido auto-ignio, quando do contato do combustvel injetado com o ar aquecido pela

    compresso provocada pelo mbolo.

    A injeo de combustvel deve ser programada considerando-se o retardamento devido ao

    tempo necessrio para que o combustvel misture-se com o ar, absorva o calor, sofra osprocessos das reaes qumicas preliminares e gere novas reaes, contribuindo para o

    surgimento do trabalho da combusto.

    A esta programao do tempo de injeo d-se o nome de avano de injeo. Se o

    retardamento for superior ao esperado, teremos um acmulo de combustvel na cmara

    que, ao inflamar-se, ir gerar um aumento muito brusco da presso, denominado

    detonao, no motor Diesel.

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    CAUSAS DA DETONAO NOS MOTORES DIESEL

    Os principais fatores que geram a detonao nos motores ciclo Diesel so similares aos do

    ciclo Otto. Porm, nos motores que operam com combustvel Diesel, a expresso ndice de

    octanasdeve ser substituda por ndice de cetanas.

    O mtodo para a determinao do ndice de cetanas similar ao mtodo para a

    determinao do ndice de octanas; porm, no primeiro, so utilizados os combustveis

    padro cetano(com ndice de cetanas igual a 100), de fcil auto-ignio (condio ideal ao

    combustvel de um motor operando em ciclo Diesel) e o alfametilnaftaleno, que tem ndice

    de cetanas igual a 0 (zero).

    Podem ser utilizados, tambm, o heptametilnonano, que tem ndice de cetanas igual a 15,

    obtendo-se, quando da mistura com a cetana, o ndice de cetanas interpolado; e o leo

    Diesel brasileiro, que tem especificao de ndice de cetanas mnimo de 45.

    CONSUMO ESPECFICO DE COMBUSTVEL

    O consumo especfico de combustvel a relao entre o consumo de combustvel e a

    potncia efetiva do motor, ou seja:

    (39)Neo

    mcCe

    .

    =

    O consumo especfico tambm est ligado diretamente ao rendimento global do motor

    atravs de:

    (40)mtpcimc

    mcCe

    .

    .

    =

    Ou ainda:

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    (41)gpci

    1Ce

    =

    Onde:

    Ce o consumo especfico (g/kWh ou g/cvh etc.);

    .

    mc o consumo ou fluxo em massa de combustvel (kg/h; kg/s etc.);

    Neo a potncia efetiva observadado motor (kW; cv etc.);

    pci o poder calorfico inferior do combustvel (kcal/kg etc.);

    g o rendimento global (adimensional);

    t o rendimento trmico (adimensional);

    m o rendimento mecnico (adimensional).

    Durante os ensaios em dinammetros possvel definir qual ser o consumo de um

    determinado veculo atravs da seguinte frmula:

    (42)CexNeo

    cvvVFC

    =

    ou

    (43) .mc

    cvv

    VFC

    =

    Sendo:

    VFC= Consumo do Veculo em km/l (Vehicle Fuel Consumption)

    vv= Velocidade do veculo em km/h

    c= densidade do combustvel utilizado em g/l

    Ce= Consumo Especfico em g/cvh ou g/kWh

    Neo= Potncia Efetiva Observada do Motor em cv ou kW.mc = Consumo ou fluxo em massa ou consumo mssico de combustvel (g/h)

    OBSERVAO

    Como j visto anteriormente na disciplina de TAB a potncia efetiva observada para manter

    o veculo em determinada condio de velocidade ser funo de variveis tais como:

    Caractersticas do piso, tipo de pneu, relao de transmisso, rendimento da transmisso,

    inclinao da pista, massa do veculo, coeficiente de penetrao aerodinmica, rea frontal

    da carroceria, densidade do ar, velocidade do vento, etc.

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    POTNCIA ESPECFICA

    A potncia especfica a relao entre a potncia efetiva reduzida lquida e a cilindrada domotor.

    Os desenvolvimentos efetuados principalmente nos motores de competio visam o

    aumento da potncia especfica. Aumenta-se a potncia mantendo-se a cilindrada.

    AUMENTO DA POTNCIA ESPECFICA

    A potncia especfica que, como j vimos acima, a relao entre a potncia efetiva

    reduzida lquida e a cilindrada do motor, pode ser representada matematicamente por meio

    da seguinte expresso:

    (44)Ct

    NerPe=

    Onde:

    Pe a potncia especfica do motor (kW/l; cv/l etc.)

    Ner a potncia efetiva reduzida lquida do motor (kW; cv etc.).

    Ct a cilindrada total do motor (cm; l etc.).

    As tcnicas e mecanismos que contribuem para o aumento da potncia especfica visam

    basicamente melhorar os rendimentos trmicos, mecnico e volumtrico do motor.

    Visando tal resultado, pode-se otimizar a performance dos motores atravs dos exemplos a

    seguir:

    Adoo de maior nmero de vlvulas, modificao de coletores de admisso, adoo de

    turbo-compressores tais procedimentos resultaro em melhorias no rendimento

    volumtrico;

    Otimizao de folgas entre componentes, adoo de defletores de leo, alterao das

    caractersticas dos elementos sob frico (tribologia) essas aes traro melhorias no

    rendimento mecnico;

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    Melhoria do gerenciamento eletrnico do motor, adoo de tcnicas que aumentem a

    eficincia da queima (motores de injeo direta a gasolina), otimizao da taxa de

    compresso com auxlio do prprio gerenciamento eletrnico do motor e/ou alterao

    das caractersticas dos combustveis utilizados, otimizao da cmara de combusto -

    essas alteraes produziro melhorias no rendimento trmico.

    INFLUNCIA DAS VARIVEIS ESTUDADAS NA POTNCIA DOMOTOR

    Nos captulos anteriores foram apresentados alguns conceitos sobre motores tais como:

    Rendimento trmico; Rendimento mecnico;

    Rendimento global;

    Rendimento volumtrico;

    Cilindrada total do motor;

    Taxa de compresso terica ou volumtrica;

    Taxa de compresso real dinmica;

    Velocidade e acelerao do mbolo.

    Estes conceitos, como vimos, podem ser representados matematicamente por uma srie de

    expresses. Alm da sua prpria importncia isolada, essas expresses podem, quando

    agrupadas, estabelecer a potncia do motor como funo.

    Se efetuarmos uma associao entre as equaes estudadas anteriormente e mostradas

    abaixo:

    xpcimcQ..

    =

    .

    Q

    Nit =

    Ni

    Nem =

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    .

    Q

    Neg =

    g = t x m

    Ni = Ne + Na

    4

    nchDCt

    2 =

    ma

    mcreal

    A

    F=

    ( )idealA/F

    realA/FLambda =

    mae

    macv=

    2nCtemae

    . =

    v2

    nCtemac

    .

    =

    Teremos:

    (45) vmxtpciA

    F

    maeNe

    .

    =

    Ou ainda:

    (46) vmtpciA

    F

    i

    nCtpeNe

    =

    (47) mtpciA

    F

    macNe

    .

    =

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    Onde:

    Ne a potncia efetiva do motor (kW; cv etc.).

    mae o fluxo em massa de ar na entrada do motor (kg/h; kg/s etc.).

    F/A a relao combustvel-ar do motor (adimensional)

    pci o poder calorfico inferior do combustvel (kcal/kg; MJ/kg etc.).

    t o rendimento trmico do motor (adimensional)

    m o rendimento mecnico do motor (adimensional)

    v o rendimento volumtrico do motor (adimensional)

    e a densidade do ar na entrada do motor

    Ct a cilindrada total do motor (cm; l, etc.).

    n a rotao do motor (rpm)

    i o ndice definido em funo do tempo do motor: i =1 para motores 2 tempos ; i = 2

    para motores 4 tempos

    mac o fluxo em massa de ar no cilindro (kg/h; kg/s etc.).

    Agora, verifique atravs das equaes do que depende a potncia no eixo de um motor!

    PRESSO MDIA INDICADA (PMI)

    Presso mdia indicada a presso constante que, aplicada no topo do mbolo, produziriao mesmo trabalho no ciclo termodinmico. Portanto, a presso mdia no uma grandeza

    medida com instrumento (por exemplo, manmetro) e, sim, uma analogia.

    (48)nCt

    NiiPmi

    =

    Onde:

    Pmi a presso mdia indicada (bar; kgf/cm etc.). i o ndice definido em funo do tempo do motor: i =1 para motores 2 tempos ; i = 2

    para motores 4 tempos

    Ni a potncia indicada do motor (kW; cv etc.).

    Ct a cilindrada total do motor (cm; dm etc.).

    n a rotao do motor (rpm)

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    PRESSO MDIA EFETIVA (PME)

    A presso mdia efetiva uma varivel muito expressiva no julgamento da eficcia com que

    um motor tira proveito do seu tamanho (cilindrada), sendo, por isso, muito usada para fins

    de comparao entre motores. O torque, por exemplo, no se presta muito para compararmotores porque depende das dimenses do motor. Os motores maiores normalmente

    produziro maiores torques.

    A potncia tambm no um bom elemento para permitir a comparao de motores, pois

    depende, no somente das dimenses, mas tambm da velocidade de rotao. Por isso, em

    um projeto, tem-se sempre em mente construir o motor de presso mdia efetiva elevada,

    levando logicamente em conta os limites quanto aos esforos trmicos e mecnicos

    envolvidos.

    Podemos definir a presso mdia efetiva como sendo:

    (49)nCt

    NeiPme

    =

    Onde:

    Pme a presso mdia efetiva (bar; kgf/cm etc.). i o ndice definido em funo do tempo do motor: i =1 para motores 2 tempos; i = 2

    para motores 4 tempos.

    Ne a potncia efetiva do motor (kW; cv etc.).

    Ct a cilindrada total do motor (cm; dm etc.).

    n a rotao do motor por minuto (rpm)

    Presso Mdia de Atrito (Pma)

    A presso mdia de atrito a presso hipottica constante que seria necessria no interior

    do cilindro, durante o curso de expanso, para desenvolver uma potncia igual potncia

    de atrito.

    (50)nCt

    NaiPma

    =

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    Onde:

    Pma a presso mdia de atrito (bar; kgf/cm etc.).

    i o ndice definido em funo do tempo do motor: i =1 para motores 2 tempos ; i = 2

    para motores 4 tempos

    Na a potncia de atrito do motor (kW; cv etc.).

    Ct a cilindrada total do motor (cm; dm etc.).

    n a rotao do motor (rpm)

    Verifique que, da mesma maneira que para as potncias, podemos definir as seguintes

    relaes entre as presses:

    (51) Pmi = Pme + Pma

    (52) Pme = Pmi Pma

    (53) Pma = Pmi Pme

    CLCULO DA PRESSO MDIA UTILIZANDO UNIDADES

    COERENTESPresso Mdia (Pm)em bar

    Potncia (N)em kW

    Cilindrada total (Ct)em dm3

    Rotao do Motor (n)em rotaes por minuto (rpm)

    PARA MOTORES 4 TEMPOS PARA MOTORES 2 TEMPOS

    (54)nCt

    N1200Pm

    = (55)

    nCt

    N600Pm

    =

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    Presso Mdia (Pm) em bar

    Potncia (N)em cv

    Cilindrada total (Ct)em dm3

    Rotao do motor (n) em rotaes por minuto (rpm)

    PARA MOTORES 4 TEMPOS PARA MOTORES 2 TEMPOS

    (56)nCt

    N833Pm

    = (57)

    nCt

    N441Pm

    =

    Presso Mdia (Pm)em barTorque do motor (Tm)em Nm

    Cilindrada total (Ct)em dm3

    PARA MOTORES 4 TEMPOS PARA MOTORES 2 TEMPOS

    (58)Ct

    Tm0,1257Pm = (59)

    Ct

    Tm0,0628Pm =

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    NORMALIZAO DOS ENSAIOS DE MOTORESDE COMBUSTO

    Como vimos anteriormente nas equaes referentes potncia do motor, esta funo de

    uma srie de variveis como a presso, a temperatura e a umidade do local onde o motor

    est sendo ensaiado. Por exemplo, se um motor estiver trabalhando em local de baixa

    presso baromtrica, a potncia observada ser menor devido diminuio da massa de ar

    disponvel nos cilindros. Da mesma forma, temperaturas elevadas fazem com que a massa

    de ar admitida diminua.

    Devido a fatores como esses, torna-se necessria a normalizao dos ensaios e a correo

    da potncia observada para condies denominadas condies padro de referncia.

    As condies padro de referncia so estabelecidas conforme normas. A norma existente

    atualmente no Brasil que define os critrios para reduo da potncia do motor a ABNT

    ISO 1585.

    De maneira muito resumida, segue abaixo o procedimento de reduo da potncia tomando-se como referncia a norma ABNT NBR ISSO 1585. Vale a pena lembrar que, para a

    execuo dos ensaios, o aluno deve pesquisar a norma ABNT em sua ltima edio.

    Nas citaes a seguir levaremos em conta somente as medies efetuadas no eixo do

    motor, ou seja, os valores efetivos.

    FATOR DE REDUO DA POTNCIA

    O fator de reduo o nmero que dever ser multiplicado pela potncia efetiva

    observada no ensaio, gerando com isto a potncia efetiva reduzida (ou corrigida). O fator

    leva em conta as condies atmosfricas de referncia.

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    Dados a potncia efetiva observada no instante do ensaio e o fator (ou c) podemos

    calcular a potncia efetiva reduzida como sendo:

    60) Ner = x Neo

    Onde:

    Ner a potncia efetiva reduzida (kW; cv)

    o fator de reduo da potncia para motores de ignio por centelha ou c para

    motores de ignio por compresso (adimensional)

    Neo a potncia efetiva observada (kW; cv).

    CONDIES ATMOSFRICAS DE REFERNCIA

    As condies atmosfricas tomadas como referncias na norma so:

    ta a temperatura ambiente de referncia = 298 K ou 25C

    pas a presso do ambiente do ar seco de referncia = 99kPa

    pv a presso do vapor de gua da umidade do ar de referncia = 1 kPa

    patm a presso atmosfrica de referncia dada por pas + pv = 100 kPa

    Mesmo estabelecendo o fator de reduo, a norma define limites dentro dos quais os

    motores possam ser ensaiados. Estes limites so:

    Temperatura Ambiente (ta)

    Para motores de ignio por centelha: 288 K < ta < 308 K (ou seja entre 15C e 35C);

    Para motores de ignio por compresso: 283 K < ta < 313 K (ou seja entre 10C e

    40C).

    Presso Seca (pas)

    Para ambos os motores: 80 kPa < pas < 110 kPa.

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    CLCULO PARA DETERMINAO DO FATOR DE REDUO

    Para motores ciclo Otto, o fator de reduo ou c deve ser calculado de acordo com a

    seguinte equao:

    0,61,2

    298

    te273

    pas

    99

    +

    = x

    J a presso do ar seco calculada por meio da expresso:

    [ ] ( )

    = +

    100patmtbutbs0,49

    7,51patmpas e 273tbu5345,521,106 xx

    Onde:

    pas- presso do ar seco na entrada do motor, no local onde efetuado o ensaio (kPa).

    te- temperatura do ar na entrada do motor (C)

    patm- presso atmosfrica no local do ensaio (kPa)

    tbu- temperatura de bulbo mido no local do ensaio (C)

    tbs- temperatura de bulbo seco no local do ensaio (C).

    O fator deve ser mantido dentro do intervalo de 0,93 a 1,07.

    Caso seja observado valor diferenciado, isso deve ser anotado no relatrio de ensaio.

    Para motores Diesel, o fator de reduo ou c deve ser calculado de acordo com a

    seguinte equao:

    c = fafm

    Onde:

    fa o fator atmosfrico dependente do local de ensaio

    fm o fator do motor que dependente da quantidade de combustvel injetado

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    O fator cdeve ser mantido dentro do intervalo de 0,9 a 1,1.

    O fator fa dependente do tipo de aspirao do motor Diesel. Assim, para motores Diesel

    de aspirao natural, o fator dever ser calculado como:

    0,7

    298

    te273

    pas

    99fa

    +

    = x

    Para motores Diesel turbo-alimentados sem ps-arrefecedor de ar ou com ps-arrefecedor

    tipo ar/ar, o fator dever ser calculado como:

    1,20,7

    298

    te273

    pas

    99fa

    +

    = x

    Para motores Diesel turbo-alimentados com ps-arrefecedor de ar pelo lquido de

    arrefecimento do motor, o fator dever ser calculado como:

    0,70,7

    298

    te273

    pas

    99fa

    +

    = x

    FATOR FM

    Dentro dos limites estabelecidos para c, o fator do motor (fm) uma funo do parmetro

    da vazo corrigida do combustvel qc, sendo:

    Fm= 0,036qc 1,14

    Onde:

    r

    qqc=

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    00 ,20 ,40 ,60 ,8

    11 ,21 ,4

    0 2 0 4 0 6 0 8 0

    q c

    fm

    q um parmetro de vazo do combustvel em miligramas por ciclo por litro do volume

    deslocado do motor [(mg/(l x ciclo)], e dado por:

    ( ) ( )( ) ( )minutopormotordorotaolemtodeslocamen

    g/semlcombustvedevazoZq

    =

    Onde:

    Zcorresponde a 120.000 para motores Diesel 4 tempos e a 60.000 para motores Diesel

    2 tempos

    r a relao da presso esttica absoluta na sada do sobre-alimentador ou ps-

    arrefecedor do ar, quando utilizado, e da presso ambiente (r = 1 para motores de

    aspirao natural).

    A equao para o fator do motor (fm) vlida somente para um valor de qc dentro do

    intervalo de 37,2 mg/lciclo e 65 mg/lciclo. Valores fora deste intervalo devem ser

    consultados na norma.

    CURVAS CARACTERSTICAS DOS MOTORES

    Alguns dos conceitos dos motores de combusto interna, apresentadas anteriormente, no

    so constantes. Isto quer dizer que elas variam em funo das condies da carga e da

    rotao do motor e, conseqentemente, dos seus rendimentos.

    As curvas mais usuais depreendidas de tais variaes referem-se a:

    Torque efetivo reduzido lquido;

    Potncia efetiva reduzida lquida.

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    Essas curvas podem ser obtidas uma em funo da outra.

    A seguir so dadas curvas caractersticas de um motor de combusto interna em condio

    de carga mxima a qual comumente denominada de WOT (W ide OpenThrotlle borboleta

    totalmente aberta). Os valores listados foram obtidos em um ensaio de um motor em banco

    de dinammetros. A partir desses valores, possvel gerar o grfico do desempenho do

    motor (cf. logo adiante, aps a tabela das curvas). Analisando-se as curvas caractersticas

    do motor, pode-se verificar que torque, potncia e consumo no so constantes.

    Conseqentemente, os valores, quando especificados, devem ser os seguintes:

    Potncia Mxima Efetiva Lquida Reduzida 65,4 kW a 5600 rpm.

    Torque Mximo Efetivo Lquido Reduzido 130 Nm a 3800 rpm.

    Na tabela a seguir, observe que foram especificados, para a construo das curvas, as

    seguintes variveis:

    A carga de operao do motor: os valores mximos referem-se plena carga.

    A rotao de operao em que foi obtido o valor mximo.

    Os valores obtidos (para torque e potncia) nessas respectivas rotao e carga.

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    CURVAS CARACTERSTICAS DE UM MOTOR OPERANDO EM PLENA CARGA(WOTWIDE OPEN THROTLLE)

    ROTAO DO MOTOR

    [rpm]

    TORQUE EFETIVO REDUZIDO

    [Nm]

    POTNCIA EFETIVA REDUZIDA

    [kW]

    1000 91,7 9,6

    1200 96 12,1

    1400 100 14,7

    1600 102,8 17,2

    1800 105,3 19,8

    2000 108 22,6

    2200 110,9 25,5

    2400 113,4 28,5

    2600 116 31,6

    2800 120 35,2

    3000 122,9 38,6

    3200 124,5 41,7

    3400 127 45,2

    3600 129,7 48,9

    3800 130 51,7

    4000 128,4 53,8

    4200 127 55,9

    4400 125,9 58,0

    4600 123,5 59,54800 121 60,8

    5000 118,3 61,9

    5200 116,7 63,5

    5400 114 64,5

    5600 111,5 65,4

    5800 107 65,0

    6000 102 64,1

    6200 96 62,3

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    Performance do Motor

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    1000

    1400

    1800

    2200

    2600

    3000

    3400

    3800

    4200

    4600

    5000

    5400

    5800

    6200

    rotao do motor

    Torque[Nm]

    0,0

    10,0

    20,0

    30,0

    40,0

    50,0

    60,0

    70,0

    Potncia[kW]

    Torque Efetivo Reduzido[Nm] Potncia Efetiva Reduzida [kW]

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    UNIDADES DE MEDIDAS

    PRINCIPAIS UNIDADES DE COMPRIMENTO

    PRINCIPAIS UNIDADES DE MASSA

    PRINCIPAIS UNIDADES DE VELOCIDADE

    X km/h m/s

    km/h 1 0,28

    m/s 3,6 1

    PRINCIPAIS UNIDADES DE FORA

    X dina N kgf lbf

    dina 1 10-5 0,102x10-5 2,3x10-6

    N 105 1 0,102 0,225

    kgf 980665 9,80665 1 2,205

    lbf 4,45x105 4,45 0,453 1

    X km hm dam m dm cm mm in Nome

    km 1 10 102 10 104 105 106 39370 quilmetro

    hm 10-1 1 10 102 103 104 105 3937 hectmetro

    dam 10-2 10-1 1 10 102 103 104 393,7 decmetro

    m 10-3 10-2 10-1 1 10 102 103 39,37 metro

    dm 10-4 10-3 10-2 10-1 1 10 102 3,94 decmetro

    cm 10-5 10-4 10-3 10-2 10-1 1 10 0,394 centmetro

    mm 10-6 10-5 10-4 10-3 10-2 10-1 1 0,39x10-1 milmetro

    in 2,54x10-5 2,54x10-4 2,54x10-3 2,54x10-2 2,54x10-1 2,54 25,4 1 polegada

    X kg g utm lb

    kg 1 103 0,102 2,205

    g 10-3 1 1,02x10-4 2,2x10-3

    utm 9,8066 9806,65 1 21,62

    lb 0,4535 453,5 6,25x10-2 1

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    PRINCIPAIS UNIDADES DE PRESSO

    X Pa atm bar kgf/m2 psi Torr inHg

    Pa 1 9,869x10-6 10-5 10,2x10-2 1,45x10-4 7,5x10-3 2,95x10-4

    atm 101325,0 1 1,01325 10,332x103 14,6959 760 29,92

    bar 105 9,869x10-1 1 10,197x103 14,5 750 29,53

    kgf/m2 9,80665 9,6784x10-5 9,8x10-5 1 14,2x10-4 735x10-4 28,9x10-4

    psi 6894,8 6,8x10-2 68,95x10-3 703 1 51,7 2,04

    Torr 133,3 13,16x10-4 133,3x10-5 13,595 19,3x10-3 1 39,4x10-3

    inHg 3386,5 3,34x10-2 33,9x10-3 345,3 49x10-2 25,4 1

    PRINCIPAIS UNIDADES DE ENERGIA E TRABALHO

    X J kcal kgfm Btu

    J 1 23,9x10-5 10,2x10-2 94,8x10-5

    kcal 4,1868x103 1 426,9 3,97

    kgfm 9,80665 2,3x10-3 1 93x10-4

    Btu 1055 0,252 107,59 1

    PRINCIPAIS UNIDADES