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    Ensinai as NaesPalestras sobre a Grande Comisso

    Vincent Cheung

    Copyright 2005 de Vincent Cheung. Todos os direitos reservados.

    Publicado por Reformation Ministries InternationalPO Box 15662, Boston, MA 02215, USA

    Traduo de Felipe Sabino de Arajo Neto

    Todas as citaes bblicas foram extradas da Nova Verso Internacional (NVI), 2001,publicada pela Editora Vida, salvo indicao em contrrio.

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    CONTEDO

    INTRODUO ............................................................................................................................................ 4

    1. A GRANDE COMISSO........................................................................................................................ 5

    2. A MENSAGEM CRIST .......................................................................................................................11

    3. A PRESENA PERMANENTE ............................................................................................................19

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    Ento, Jesus aproximou-se deles e disse: Foi-me dada toda aautoridade nos cus e na terra. Portanto, vo e faam discpulos detodas as naes, batizando-os em nome do Pai e do Filho e doEsprito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhesordenei. E eu estarei sempre com vocs, at o fim dos tempos.

    Mateus 28:18-20

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    Introduo

    A Igreja a reunio do povo de Deus. Essas pessoas se renem por causa da eleio eprovidncia soberana de Deus, e elas se renem ao redor de um credo e uma causacomum. Elas no deveriam ser um grupo de pessoas que esto apenas sendo levadas pelavida, esperando a morte, pois isso descreve a existncia deplorvel dos no-cristos, daqual nosso Pai nos libertou por sua graa atravs de Cristo.

    Esse credo e causa comum no devem ser reduzidos a quase nada, simplesmente para queeles possam continuar sendo comuns entre o povo de Deus. Mas Cristo aquele quedefine nosso credo e nossa causa. ao redor do seu credo e da sua causa que os

    verdadeiros cristos esto unidos. Aqueles que rejeitam o seu credo e a sua causadenunciam a falsa profisso deles.

    O credo e a causa de Cristo no so mnimos, mas sim significativos, substanciais edetalhados. E para que a Igreja permanea uma comunidade fiel e eficaz do povo deDeus, imperativo que ela tenha uma firme compreenso do seu credo e de sua causa,sua doutrina e o seu propsito.

    Uma igreja pode ser fiel, distintiva e conservadora em seu propsito e identidade nestemundo somente conhecendo a doutrina que ela deve promover. E somente conhecendo amisso que ela deve cumprir que a Igreja pode permanecer eficaz, focando seusrecursos e designando suas atividades e alcances com essa finalidade apropriada em vista.Alm do mais, quando o credo e a causa da Igreja so especificamente esclarecidos,torna-se mais fcil para indivduos dentro da Igreja se alinharem com a sua doutrina epropsito, e isso consequentemente os tornam mais fiis e eficazes como crentesindividuais.

    Portanto, no que se segue, dirigirei nossa ateno para a passagem no Evangelho deMateus que comumente chamada de a Grande Comisso. A partir dessa passagemconsideraremos o credo e a causa da Igreja como eles foram primeiramente declaradosaos apstolos pelo Cabea da Igreja.

    Embora os primeiros recipientes dessa comisso tenham sido os apstolos, nunca foi

    pretendido que ela comeasse e terminasse com eles. Antes, os apstolos lanaram ofundamento necessrio, e no curso de seus ministrios, eles ensinaram outros e osordenou a continuar a misso, e assim, eles, por sua vez, ensinariam outros, que tambmensinariam a gerao aps eles.

    Dividiremos nossa discusso em trs partes, e nessas trs partes, consideraremos aresponsabilidade, a mensagem e o poder do mandamento do nosso Senhor de ensinar atodas as naes tudo o que ele tinha ordenado.

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    1. A Grande Comisso

    No momento em que Jesus declarou aos seus apstolos a Grande Comisso, no final doEvangelho de Mateus, ele estava perto de ser tomado ao cu e de se assentar destra doPai. No pano de fundo dessa comisso esto todas as coisas que aconteceram antes desseevento. Entre outras coisas, essas incluem a sua encarnao, tentao, proclamao,crucificao e ressurreio.

    Seria instrutivo examinar todos esses itens antes de considerarmos a Grande Comisso, ede fato eles fornecem o pano de fundo necessrio para entendermos completamente nossapassagem. Contudo, faz-lo exigiria caminhar por todo o Evangelho desde o seuprincpio, e isso seria uma tarefa muito maior do que a que podemos presentementefornecer. Assim, a despeito das deficincias, teremos que limitar nosso estudo a essespoucos versculos.

    Jesus comea dizendo: Foi-me dada toda a autoridade nos cus e na terra. Umaexposio exaustiva da passagem deveria incluir uma explicao de como ele obteve essaautoridade. Mas como mencionado, no podemos gastar tempo para considerar tudo oque veio antes, e assim, devemos comear a partir daqui, e simplesmente observar que eletinha essa autoridade, e ento proceder sobre essa base. Todavia, podemos mencionar queessa autoridade pertence sua natureza humana, e como nosso Mediador e o Cabea daIgreja. Em sua natureza divina, ele sempre possuiu autoridade absoluta sobre todas ascoisas.

    Voltaremos a essa questo de autoridade mais tarde e a aplicaremos Grande Comisso,a medida que precisarmos desse ponto para tratar de uma questo particular.

    Ele continua: Portanto, vo e faam discpulos de todas as naes. Previamente, osapstolos tinham sido instrudos a permanecerem em Israel quando Jesus lhes envioupara pregar, e o prprio Jesus declarou diversas vezes que ele foi enviado ao povo deIsrael. Contudo, o evangelho nunca foi rigidamente e totalmente retido dos gentios. Defato, Jesus at mesmo elogiou a grande f de diversos gentios que reconheceram suaautoridade e poder especial.

    Mas agora ele explicitamente encarrega seus discpulos de pregarem a todas as naes.

    As pessoas falam de graa universal e de salvao universal, mas esse o nico tipo deuniversalismo que a Bblia conhece no a salvao de todas as pessoas, e nem mesmo apossibilidade de salvao de todas as pessoas, mas a salvao de todos tipos de pessoas,pessoas de todas as naes e contextos

    Deus escolheu todos tipos de pessoas para salvao. Por sua graa, nenhum grupo maldemais para ser excludo de ouvir o evangelho. Pedro foi admoestado com as palavras:No chame impuro ao que Deus purificou (Atos 10:15). Mas por outro lado, nenhumgrupo bom o suficiente para poder escapar da ira de Deus e ganhar acesso a ele sem o

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    evangelho. Assim, a Igreja deve proclamar o evangelho a todas as naes, chamado oseleitos f em Cristo.

    Quando os cristos pensam sobre suas responsabilidades para com a Grande Comissocomo indivduos, por um lado eles se tornam insatisfeitos com uma mentalidadeespectadora, mas por outro lado, da mesma forma importante que eles rejeitem umindividualismo extremado, como se um cristo no estivesse cumprindo seus deveres, amenos que ele esteja fazendo cada pequena coisa que a Igreja como um todo supostafazer.

    Voc sabe o que quero dizer por mentalidade espectadora. Pastores frequentementeadvertem seu povo sobre isso. a atitude de que a obra do evangelho quaseexclusivamente desempenhada pelos ministros profissionais, enquanto o resto dos crentesapenas se senta e assiste. Os melhores espectadores cristos poderiam ser muito

    generosos com o seu dinheiro, de forma que embora eles no estejam fazendo nada, pelomenos os ministros deles podem continuar a obra. Mas isso no suficiente. Cristochama todos a ativamente e zelosamente trabalhar por seu reino. Alm de seremgenerosos com o seu dinheiro, os crentes devem ser generosos com o seu tempo, suafora, e seus outros recursos tambm, e dedicar essas coisas para a obra do evangelho soba direo dos lderes de sua igreja.

    A mentalidade de espectador muito comum, mas pelo menos h pessoas que pregamcontra ela, e que urgem os crentes a se tornarem mais ativos em ajudar suas igrejas, bemcomo a se tornarem testemunhas mais agressivas de Cristo em suas vidas dirias, noimportando em qual situao eles se encontrem. Por outro lado, o problema do

    individualismo extremo menos bvio, e at mesmo encorajado e elogiado por algunspregadores bem intencionados, os quais, todavia, falham em perceber que a GrandeComisso deve ser realizada pela Igreja como um todo, e no por indivduos comoconsiderados independentemente um dos outros.

    Assim, algumas vezes voc ouvir um pregador dizer: Voc deve testemunhar para pelomenos uma pessoa todo dia, ou se algum te conhece h uma semana e ainda no sabeque voc um cristo, ento h algo de errado com voc. Ambas as declaraes, emuitas outras semelhantes a essas, podem ser verdadeiras em algumas circunstncias epara algumas pessoas, mas destrutivo e irresponsvel para os pregadores fazerem essasgeneralizaes.

    Algumas vezes eles falam como se cada crente fosse uma igreja inteira em si mesmo, deforma que, como um indivduo, ele deve realizar todas as tarefas que uma igreja supostarealizar. Agora, se algum excelente como um administrador de igrejas, mas terrvelna pregao do evangelho, certamente ele deveria tentar melhorar no evangelismopessoal, e certamente ele deveria pregar o evangelho a quem quer que Deus traga at eleem sua providncia. Mas no h nada de errado para ele o gastar mais do seu tempo naadministrao da igreja, de forma que outras pessoas, e a igreja como um todo, possa setornar mais eficazes no evangelismo. Seria uma grande injustia para algum ignorar sua

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    contribuio menos direta, mas todavia substancial, para o sucesso da igreja, e reprov-lopor fazer muito pouco evangelismo pessoal.

    Se algum parece estar fazendo muito pouco do que voc considera importante, antes derepreend-lo sobre isso, tente pensar se ele est contribuindo para outras reas doministrio da igreja. Talvez o evangelismo pessoal seja a nica rea na qual ele parece serinferior s outras pessoas, e suas contribuies em outras reas colocam voc e o restanteda igreja vergonha. E talvez seja precisamente por causa disso que ele no tem sidocapaz de gastar tanto tempo no evangelismo pessoal, enquanto fazendo possvel paravoc e os outros o pregar eficazmente o evangelho.

    Uma congregao consiste de vrios indivduos cada um tem seu prprio dom, e cadaum tem o seu prprio lugar. Ao invs de perguntar se algum est fazendo essacoisa demaneira suficiente, deveramos perguntar se ele estava fazendo uma parte, suaparte, na

    igreja. Podemos aplicar isso tambm s igrejas individuais. Cada congregao local no esperada cumprir tudo da Grande Comisso por si mesma, de outra forma, cada igrejateria que enviar missionrios para cada nao no mundo. Imaginem a confuso queresultaria e os recursos que seriam gastos se isso fosse de fato o que cada igreja tentassefazer, isto , quando cada igreja tentasse ser a Igreja toda.

    Resumindo, enquanto seria errado pensar que voc no precisa obedecer a GrandeComisso, e deix-la com outras pessoas, seria tambm errado pensar que voc o nicoque a est obedecendo, de forma que voc tentaria fazer tudo dela por si mesmo. No ajacomo se outros indivduos no existissem, ou como se outras igrejas no existissem. Eantes de condenar algum por fazer pouco, preste bem ateno para ver se ela no est de

    fato fazendo muito mais do que voc, e talvez sendo aquela que torna o seu ministriopossvel e sustentvel.

    Agora, Jesus diz: Foi-me dada toda a autoridade nos cus e na terra. Portanto, vo efaam discpulosde todas as naes, batizando-os..., ensinando-os.... Como o Cabea daIgreja, ele tem definido nosso propsito e nossa agenda. Qual ? O que a GrandeComisso? fazer discpulos que a resposta mais simples e mais inclusiva para apergunta. Deixamos de fora muitas palavras dos versculos 19 e 20 que daremos maisdetalhes, mas olharemos para elas mais tarde. Neste momento, nos focaremos naquelaspalavras que deixei em itlico, e traaremos algumas das suas implicaes.

    A Igreja deve fazer discpulos ativamente. O que isso envolve explicado pelas palavrasque seguem: batizando-os..., ensinando-os.... Mas a prpria palavra discpulo nos dizmuita coisa. Um discpulo um aprendiz. Ele certamente um estudante no sentido desala de aula, visto que ele estuda os ensinos do seu professor atravs de instruesverbais e reflexes intelectuais. Contudo, seu relacionamento com o professor maisenvolvido do que o de um estudante de sala de aula tpico, visto que ele tambm sesubmete s ordens do seu professor e segue a sua conduta. Em outras palavras, umdiscpulo um estudante total ele luta para aprender e adotar a filosofia, o estilo devida, o propsito e a paixo do seu professor.

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    Porque os cristos so os contatos humanos atravs dos quais o mundo aprende sobreCristo, nesse sentido muito limitado e relativo as pessoas que trazemos f so nossosdiscpulos. Mas seria errado parar aqui, e permitir que os conversos no fossem almdisso. Pelo contrrio, devemos deixar claro que ns mesmos somos discpulos de Cristo,e que h realmente somente um Mestre (Mateus 23:8). Todavia, nem todos os cristosento no mesmo nvel de maturidade, e Cristo de fato designou relacionamentos deprofessor-estudante entre os membros do seu Corpo. Assim, Paulo urge para que seusleitores o sigam, isto , assim como ele segue a Cristo (1 Corntios 11:1; veja tambm4:15-16, Filipenses 3:17, 1 Tessalonicenses 1:6).

    Devemos evitar seguir e reverenciar lderes cristos particulares de uma forma queequivalha idolatria. Por outro lado, h aqueles que se rebelam contra toda autoridadehumana e reivindicam que seguem a Cristo somente. Mas isso ser rebelde, e noespiritual. A razo real do desafio deles frequentemente no um apego profundo a

    Cristo, mas uma resistncia contra Cristo, e isso os leva a se afastar dos lderes humanosque se esforam para lhes declarar e reforar os mandamentos de Cristo. Em todo caso, aBblia diz: Obedeam aos seus lderes e submetam-se autoridade deles (Hebreus13:17).

    Observe que devemos fazer discpulos e no meros conversos. De fato, a Bblia no fazuma distino entre conversos, crentes e discpulos, como se algum pudesse se tornarapenas um crente e parar aqui, sem se tornar um aprendiz de Cristo. Antes, todo conversoverdadeiro tem tambm se tornado e permanecer sendo um discpulo. Mas se em nossouso fazemos uma distino entre converso e discipulado, ento devemos dizer que aGrande Comisso para fazer discpulos, e no fazer conversos.

    Agora, se os discpulos so aprendizes, o que devemos lhes ensinar? Ou, para colocar deoutra forma, qual mensagem devemos declarar a todas as naes? Qual oevangelho que devemos pregar s pessoas? Ns abordaremos essas questes maistarde, mas antes de podermos at mesmo discutir a mensagemda Grande Comisso, j huma objeo sobre ofatoda Grande Comisso.

    Os no-cristos se ofendem no somente com a mensagem de evangelismo, mas com oprprio ato de evangelismo. Eles pensam que no h nada fundamentalmente errado comeles, e assim, eles consideram a misso crist de converter as pessoas como umtremendo insulto. Vrias objees especficas contra o evangelismo so vociferadas sobre

    a base desse antagonismo geral contra a prpria idia de converso, ou a necessidade deconverso.

    Por exemplo, dito que a nfase missionria da Igreja equivale a um desdm para com ascrenas e costumes de vrios grupos de pessoas. Ao invs de serem portadores de boasnovas, os cristos so, portanto, invasores de culturas e destruidores de tradies, urgindopara que seus ouvintes abandonem a f e as prticas que eles tm tentado preservar porcentenas de anos. Protestando contra o evangelismo cristo, esses incrdulos sugerem queao invs de lhes dizerem para mudar e converter, deveramos celebrar a diversidade erespeitar suas crenas e estilos de vida.

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    E assim, eles desafiam a Igreja: O que? Voc pensam que so superiores a todas essaspessoas? Que direito vocs tm de impor suas crenas sobre eles? Como vocs ousamsubverter as prprias crenas e prticas que tm distinguido e identificado eles como umpovo por centenas de anos? Por que todo mundo deve se comportar como vocs, ou crerno que vocs crem? Quem so vocs para lhes dizer que eles esto errados e que vocsesto certos, que somente vocs tm a verdade?.

    Como a prtica usual dos cristos, muitos crentes tm respondido objeo atravs deapaziguamento e concesso. Isto , sempre que os no-cristos desafiam as crenas e asprticas da Igreja, os crentes tipicamente respondem tentando mostrar que os no-cristosexageraram a lacuna entre a Igreja e o mundo, e que eles exageraram a ameaa que oCristianismo coloca s suas crenas, costumes e preferncias.

    Mas na verdade, a situao muito piordo que os no-cristos percebem, e tristemente,do que muitos cristos esto dispostos a admitir. A lacuna a distncia entre o cu e oinferno, mas os no-cristos podem nem mesmo crer no inferno. A diferena entre a luze as trevas, mas muitos no-cristos crem somente no cinza. Assim, os no-cristos defato geralmente subestimam a lacuna entre a Igreja e o mundo, e a ameaa que oCristianismo coloca contra as coisas que eles amam.

    Certamente ns somos superiores se fssemos iguais ou at mesmo inferiores, porqueento estaramos tentando convert-los? Certamente sabemos mais; de outra forma,porque estaramos pregando para eles? Mas a chave que no somos superiores oumelhores em ns mesmos. E assim, lhes dizemos: Sim, ns de fato somos superiores, e

    de fato sabemos mais do que vocs, mas no em ns mesmos, pois antes de nostornarmos cristos, ramos justamente como vocs, sem Deus e sem esperana nestemundo. Mas Deus, que maior do que todos, iluminou nossas mentes e nos concedeuentendimento. Ele nos mudou e nos fez diferentes melhores do que antes. E ele temnos dado um mandato para declarar a mesma mensagem para vocs, e para advertir-vossobre o julgamento vindouro.

    Se isso no a verdade, ento deveramos deix-los sozinhos. Se isso no muitosuperior ao que eles conhecem, ento no h nenhuma razo em seu buscar a conversodeles. Buscar a converso deles significa que pensamos que h algo de errado com eles.Por que no admitir isso? Sim, h algo de errado com vocs, e esse o porqu vocs

    devem se converter.

    A resposta apropriada no fazer concesso, ou enfraquecer nossa posio, mas devemosretornar ao fundamento da Grande Comisso, que a autoridade de Jesus Cristo. Odesafio do incrdulo contra a Grande Comisso , no final das contas, um desafio contraaquele que expediu a comisso. Mas Jesus declara que ele possui toda autoridade noscus e na terra, e sobre essabase que ele d o mandamento de discipularmos todas asnaes.

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    Porque ele tem toda autoridade nos cus, o cu inteiro est fechado para qualquerpessoa que recuse entrar atravs dele. Como ele declara em outro lugar: Ningum vemao Pai, a no ser por mim (Joo 14:6). E porque ele tem toda autoridade sobre a terra,a terra toda est aberta para o cristo atravs de Cristo. Portanto, nossa resposta objeocontra o evangelho o prprio evangelho. A medida que samos para todas as naespara obedecer a Grande Comisso, no estamos transgredindo, pois estamos agindo sob aautoridade de Cristo, que governa sobre toda a terra. Na verdade, o mundo nossoatravs de Cristo ele no pertence aos incrdulos. Cristo nos autoriza a entrar em todoterritrio e engajar qualquer pessoa a medida que obedecemos a Grande Comisso. Osincrdulos no tm o direito de reclamar.

    Quanto acusao de que o evangelismo exala arrogncia intelectual e cultural, nossaresposta deve ser que o intelecto e a cultura crist so de fato superiores, quer sejamoshumildes ou arrogantes sobre ela ou no. Alm do mais, no somos arrogantes o

    suficiente para desafiar a Jesus Cristo, que nos deu a Grande Comisso. E certamente nosomos estpidos o suficiente para lhe dizer: Somos muito humildes para lhe obedecer!.

    Tendo declarado o acima exposto, e sem se arrepender de nada do que tenhamos dito,somos ordenados a pregar o evangelho, e no a transmitir ideais do Ocidente ou osvalores da Amrica. O que ocidental no necessariamente cristo, e o que americanono sempre bblico. verdade que muitos cristos tm misturado a distino, e tmpregado as suas prprias tradies no-bblicas tnicas, culturais ou nacionais juntamente com o evangelho. Fomos comissionados a ensinar s naes um sistemacristo de pensamento e um modo de vida cristo.

    Assim, estamos indo alm do que Cristo nos autorizou se entramos numa nao para tirarseus palitos e lhes darmos garfos no lugar. Isso pode parecer trivial, mas no somosautorizados a fazer essas mudanas, isto , a menos que seus costumes contradigamensinos cristos. Num nvel mais importante, no somos chamados a pregar nossasteorias no-bblicas de poltica, cincia, educao, e assim por diante. Mas verdade queuma filosofia bblica deveria afetar e controlar cada rea do pensamento e condutahumano temos apenas que nos assegurar que realmente uma filosofia bblica queestamos ensinando, e no simplesmente o modo americano.

    Eu estive preocupado em mostrar que os cristos tm sido comissionados e autorizados aentrar e engajar cada nao e cada pessoa com os ensinos de Cristo. E visto que Cristo

    nos ordenou a fazermos discpulos e no meros conversos, no devemos apenas entrar eengajar, mas devemos tambm permanecer e ensinar. Que Deus possa infundir e reforarem ns um senso de misso, de dever, e de obrigao prazerosa, para entrar em cadacanto do mundo e declarar o evangelho com autoridade. Isso acontece a medida queabraamos esse grande mandato de Cristo, e verdadeiramente entendemos que ele nosenviou para declarar sua salvao e domnio por sua autoridade e ao seu comando.

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    2. A Mensagem Crist

    Jesus nos ordena a fazer discpulos de todas as naes, e temos visto que discpulos soaprendizes. Assim, o que eles supostamente devem aprender? Quando nos aproximamosde potenciais conversos, o que supostamente devemos lhes dizer? Agora que j definimoso mandato cristo, devemos definir tambm a mensagem crist.

    Contudo, antes de considerarmos o quedevemos ensinar s pessoas, devemos considerarprimeiro o fato quedevemos ensin-los. Essa caracterstica da Grande Comisso carregatremendas implicaes que definem nossa inteira aproximao dos no-cristos. A Igrejahoje tem frequentemente falhado em confrontar o mundo com poder parcialmente porqueela tem adotado uma filosofia de discurso dos incrdulos, a qual contrria ao mtododitado por Cristo na Grande Comisso.

    Uma forma de indicar um erro comum que tenho em mente observando o que Cristonodiz isto , ele no diz: Aprendam a partir de todas as naes ou Dialoguem comtodas as naes. Algumas pessoas pensam que menos abrasivo dar a impresso de queestamos promovendo respeito e entendimento mtuo ao invs de impor nossas crenassobre as pessoas. Tal atitude gera menos desconforto e hostilidade nos outros, e talvezalguns deles no final vero as coisas do nosso modo.

    Mas se dermos a impresso de que estamos dispostos a ouvir ou at mesmo aprender apartir dos no-cristos, assim como demandamos que eles nos ouam e aprendam de ns,ento estaremos implicando tambm que possvel para ns mudarmos nossas crenas aoouvir as vises no-crists. Assim como demandamos que eles abandonem seja qual for aviso no-crist que agora sustentem para se submeterem aos ensinos de Cristo, talatitude d a impresso de que tambm estamos dispostos, ou at mesmo com o mesmonvel de disposio que demandamos deles, a abandonar o Cristianismo e adotar crenasno-crists.

    Se dermos a impresso de que em cada encontro com no-cristos estamos buscando oentendimento mtuo, e que em cada encontro possvel para ns abandonarmos oCristianismo, ento ou nossa f falsa ou somos mentirosos. Isto , se voc estsinceramente preparado a abandonar as crenas crists toda a vez que voc fala oudebate com um no-cristo, ento voc j um no-cristo. A f verdadeira cr que oCristianismo a verdade, e no somente que ele a melhor opo dentro do que voc jencontrou at aqui em sua vida. Considere o provrbio chins: Cavalgue sobre uma vacapara procurar um cavalo voc permanece com o que voc tem enquanto procura algomelhor. Isso o contrrio da f bblica, que afirma que j temos encontrado e abraado averdade ltima em Cristo, e que no h nenhuma chancede estarmos errados sobre ela.Por outro lado, se no h de fato nenhuma possibilidade de voc considerar as vises no-crists como verdadeiras, ou de abandonar o Cristianismo, ento seria desonesto dar aimpresso do oposto.

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    Portanto, quando abordo um incrdulo, no irei mentir para ele e deixar que ele pense queestou pessoalmente interessado em suas idias, ou que somos duas pessoas a busca dedescobrir a verdade que est fora dali em algum lugar. Eu seique j descobri a verdade,que Cristo revelou a verdade para mim, e me concedeu f para crer nela e sertransformado por ela. Assim, estou interessado nas idias do incrdulo somente para opropsito de refut-las, e adaptar minha apresentao para antecipar objees e malentendimentos.

    Jesus me enviou para ensinarao incrdulo a verdade, para lhe dizero que eu sei, e nopara insinuar ou negociar com ele a verdade. Muito menos estou ali para procurar averdade juntamente com ele. Estou numa misso, no numa busca pela verdade eu jencontrei a verdade, e estou ali para lhe contar. Isso no implica que devo ser duro ehostil. Dependendo da pessoa e da situao, poderei ser gentil, ou poderei ser rigoroso,

    mas eu no farei nada menos do que lhe dizer o que crer e como se comportar se acordocom os ensinamentos de Cristo.

    Certamente isso ofensivo aos incrdulos, e sem dvida tambm para muitos que seconsideram crentes, mas isso a Grande Comisso. Ou voc pensa que devemos suporque os incrdulos apoiaro a Grande Comisso, dando-lhe a aprovao deles e nosaplaudindo? No, aqueles que esto caminhando para a destruio so escandalizadospelo evangelho. Somente aqueles cujos coraes Deus tem preparado recebero eabraaro, no somente a mensagem de evangelismo, mas o prprio ato de evangelismotambm.

    Um problema que muitos crentes so muito concentrados em si mesmos em seupensamento eles vo porque elesquerem ir, porque elesquerem compartilhar algo tilcom outros. Eles no agem sobre a base de uma autoridade espiritual externa e objetiva.Para ilustrar, se como um embaixador voc visita uma nao estrangeira com apossibilidade de desero j em mente, ento a partir de sua perspectiva voc no estexecutando uma misso de forma alguma, mas voc est ali para ajuntar informao eavaliar as vantagens para voc mesmo. Embora voc pense que est numa melhorsituao permanecendo do seu lado, voc est disposto a abrigar outras opes. Por outrolado, eu vou aos incrdulos porque Jesus me enviou, e estou ali para entregar umamensagem, para dizers pessoas o que o meu Rei requer delas. No h possibilidade deconcesso ou desero, e eu seria um arauto miservel se permitisse uma impresso

    contrria.

    Assim, na Grande Comisso devemos ensinar, no aprender a partir dos incrdulos ouatravs de um dilogo com eles. Mas ento, Jesus no diz que os Estados Unidos queensinariam todas as naes, mas a Igreja que deve ensinar todas as naes, incluindo osEstados Unidos. Portanto, devemos discipular os Estados Unidos tambm. Essa nao um vasto e duro campo missionrio. Ele vasto porque muitas pessoas no so crists, e duro porque a maioria delas pensam que so. A Grande Comisso relevante emqualquer lugar, at mesmo nos Estados Unidos, e at mesmo na Igreja.

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    Agora devemos considerar a mensagem em si. Subordinados ordem fazei discpulos eexplanatrios da mesma esto os mandamentos de batizar e ensinar. Nos focaremos sobreo aspecto de ensino, de forma que no tomaremos tempo discutindo o significado dobatismo na Grande Comisso. Isso no significa que achamos que o batismo no sejaimportante para a Grande Comisso. Um estudo completo dessa passagem deveriaexplicar seu papel e sua funo no fazer discpulos, mas esse no um estudo completo.

    Todavia, podemos dizer isso: o batismo com gua no pode salvar ningum, e eleacontece somente uma vez para uma pessoa, enquanto que o ensino do evangelho queleva converso e maturidade, e que deve ser uma busca constante e por toda a vida.Pensar sobre seu o papel e implementao na Grande Comisso tomar o restante donosso tempo. Novamente, isso pode destacar a importncia do ensino, mas no diminui osignificado do batismo com gua.

    Nossa passagem especifica pelo menos duas coisas que devem caracterizar nossa atitudea medida que discipulamos as naes:

    Primeiro, nossa mensagem deve ser crist. Ns fazemos discpulos em nome do Pai e doFilho e do Esprito Santo. Observe que o Pai, o Filho, e o Esprito, cada um deles, recebeum artigo definido, indicando uma clara distino entre os trs, mas a palavra nomepermanece no singular, indicando a unidade e igualdade essencial deles. A construogramatical tal que se o Pai Deus, ento o Filho e o Esprito tambm devem ser Deus, eque se o Pai e o Filho so pessoas, ento o Esprito tambm deve ser uma pessoa.

    Assim, a construo gramatical fortemente sugere uma Divindade Triuna, se que no a

    prova totalmente. Certamente, a doutrina da Trindade no reside no que podemos derivardesse versculo somente, mas ela o ensino consistente de toda a Bblia. Neste momento,o ponto que a religio crist uma na qual o Pai, o Filho e o Esprito sodistintivamente trs, mas essencialmente um, e na qual o Filho Deus e o Esprito umapessoa. Isso torna a nossa religio muito especfica e exclusiva, e entre outras coisas, esta doutrina da Trindade que a torna crist.

    E se os discpulos devem ser batizados em nome do Pai, do Filho, e do Esprito Santo,como podemos fazer discpulos sem afirmar e ensinar a Trindade? Devemos reconhec-lacomo um dos elementos controladores numa teologia distintivamente crist. Alm domais, se os discpulos devem ser batizados nesse nome, parece absolutamente impossvel

    reconhecer aqueles que negam a Trindade como discpulos cristos. Dizer que crucialpara a mensagem crist ser trinitariana dizer tambm que ela crucial, antes de tudo,para a mensagem crist ser verdadeiramente crist.

    Somente esse primeiro requerimento exclui eficazmente o Mormonismo, os Testemunhasde Jeov e todos os grupos similares que reivindicam ser cristos, mas que negam aTrindade, de serem verdadeiramente cristos. Mas esse apenas um requerimento, e no o nico, de forma que at mesmo o fato de um grupo parecer ser trinitariano no fazdele necessariamente um grupo cristo. Por exemplo, o Catolicismo Romano afirma aTrindade, mas em cada outro assunto essencial ele contradiz o Cristianismo, quer

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    estejamos falando sobre hermatologia (pecado), soteriologia (eleio, justificao,santificao), eclesiologia (governo de igreja, autoridade bblica, os sacramentos), ouescatologia (purgatrio, cu, inferno). O Catolicismo uma oposio extrema doCristianismo os dois nunca devem ser identificados ou unidos.

    Em segundo lugar, nossa mensagem deve ser abrangente. Jesus diz que devemosdiscipular as naes ensinando-as a obedecer tudo o que ele ordenou. Isto ,novamente, o porqu dizemos que um discpulo um estudante total, visto que no suficiente para ns ensinarmos as pessoas a memorizarem os ensinos da Escritura, masdevemos tambm nos assegurar de que elas esto obedecendo todos eles.

    No podemos limitar o tudo em tudo o que eu lhes ordenei como se referindosomente s pores em vermelho dos Evangelhos,1 visto que o todo dos Evangelhosreflete os ensinos de Cristo, e no somente as citaes diretas. No podemos limitar

    tudo nem mesmo aos prprios Evangelhos, visto que Jesus reconheceu a autoridade doAntigo Testamento e ensinou a partir dele. Ento, ele disse aos discpulos que ele tinhaainda muito que lhes dizer (Joo 16:12), mas que eles no poderiam ainda suportar, eque ele lhes enviaria mais tarde o Esprito Santo para lhes transmitir esses ensinamentosadicionais (Joo 16:13-15).

    Paulo explicou que ele falava com palavras ensinadas pelo Esprito (1 Corntios 2:13),e que o que ele escreveu era mandamento do Senhor (1 Corntios 14:37). Ele disse queele proclamava toda a vontade de Deus (Atos 20:27) e no reteve nada. Uma passagemimportante de Colossenses explica seu pensamento. Ali ele escreve: Ns oproclamamos, advertindo e ensinando a cada um com toda a sabedoria, para que

    apresentemos todo homem perfeito em Cristo. Para isso eu me esforo, lutando conformea sua fora, que atua poderosamente em mim (1:28-29).

    O apstolo no estava interessado em pregar o indispensvel, nem tinha como objetivoproduzir pessoas que eram apenas crists. Ele estava interessado em apresentar todosperfeitos em Cristo, e foi para esse fim que ele labutou. De fato, de acordo com aGrande Comisso, o indispensvel que devemos ensinar a todas as naes tudo toda arevelao bblica, e tudo o que Cristianismo.

    Uma das coisas mais importantes para a Igreja perceber nessa hora que a GrandeComisso certamente no evangelismo, isto , no sentido limitado que

    frequentemente usamos a palavra, mas ela fazer discpulos, batiz-los no nome doDeus Triuno e ensin-los tudoo que Deus revelou na Bblia. Evangelismo apenas umdos primeiros passos no caminho de cumprir a Grande Comisso. Assim, a igreja cujoobjetivo primrio o evangelismo tambm uma igreja que despreza a GrandeComisso de Cristo na sua cara. Fazer do evangelismo o foco principal recusarobedecer melhor parte da Grande Comisso.

    1Nota do tradutor: O autor est fazendo referncia s Bblias que trazem todas as palavras ditas diretamentepor Jesus grafadas em vermelho.

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    Embora ele no tenha sido to duro, Lloyd-Jones muito claro sobre esse ponto em umdos seus sermes sobre Romanos:

    O evangelho de seu Filho no s evangelizao e eu penso quevocs concordaro que preciso dar nfase a isso na presente hora.Creio que atualmente h o real perigo de que todas as energias da Igrejaestejam sendo aplicadas evangelizao. Ser que algum vai meentender mal, ou vai pensar que eu estou dizendo que no deveria havernenhuma evangelizao? Estou dizendo exatamente o oposto. Tudo oque eu estou dizendo que a atividade da Igreja no deve serunicamenteevangelstica. Penso que nos dias atuais h o real perigo deque a nfase evangelizao se torne uma nfase exclusiva, com aIgreja evangelizando sempre, e ficando nisso. Esse caminho leva runa. No! O evangelho do Filho de Deus comea com a mensagem

    evangelistica, mas no pra a. Vai adiante, e ensina na verdade, oensino parte integrante da evangelizao. De fato, deixe-me fazer estacolocao todas as profundas doutrinas da Epstola aos Romanospodem vir sob o ttulo, o evangelho de seu Filho. Tudo so as boasnovas, do comeo ao fim, e nada deve ser deixado fora. (Romanos,Captulo 1: O Evangelho de Deus; Publicaes EvanglicasSelecionadas, 1985; 273-274.)

    Hoje, o mundo no est familiarizado com os ensinos cristos. No podemos assumir quenossos ouvintes possuem algum conhecimento bblico, e ainda menos podemos assumirque eles j concordam conosco em certos pontos e que precisamos apenas abordar as

    diferenas. Isso devido ao fato que os incrdulos realmente no tem nenhumconhecimento bblico, mas frequentemente muitos preconceitos, suposies e malentendimentos. Isso se aplica at mesmo queles que vivem numa nao com umaherana crist como os Estados Unidos. Se aplica at mesmo Igreja, visto que nos diasde hoje voc no pode assumir nem mesmo o monotesmo com muitos daqueles quereivindicam ser cristos.

    Portanto, no suficiente pregar As Quatro Leis Espirituais ou alguma outramensagem que seja incompleta ou desconectada com o sistema inteiro da revelaobblica. Certamente Deus pode converter uma pessoa com muito menos, mas nestemomento no esto considerando o que Deus pode fazer, mas o que somos ordenados a

    fazer.

    Assim, em geral, a melhor forma de voc abordar um incrdulo primeiro fornecer umsumrio de toda a cosmoviso bblica, adaptando o tamanho e a profundidade daapresentao de acordo com a quantia de tempo disponvel. Ento, como a Providnciaarranjar as oportunidades adicionais, voc deve extensivamente expor os pontos que vocmencionou no sumrio.

    Note que isso realmente faz do evangelismo o primeiro passo para um programa dediscipulado completo. Agora, se uma pessoa recusa crer, ela provavelmente terminar a

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    discusso em algum ponto. Mas se Deus a escolheu para salvao e abriu o seu corao,ento, em algum ponto em seu programa de ensino, essa pessoa ser convertida. Emboraalgumas coisas possam precisar mudar na maneira como voc conta para ela, no havernenhuma mudana drstica em seu programa, visto que voc j estar na trilha dodiscipulado. Importa pouco se a converso acontece em sua primeira discusso, ou se elaacontece meses depois, aps muitas discusses o ponto principal do mtodo permaneceo mesmo.

    Que tpicos devemos tratar em nossa pregao? Com os judeus que reivindicam crer noAntigo Testamento, voc pode incluir uma apresentao da teologia bblica, ou umaspecto da histria da redeno em sua mensagem. Se fizermos isso, isso tomar oresto do nosso tempo, de forma que apenas te remeterei a Atos 7 para o exemplo deEstevo. Contudo, a maioria das pessoas que voc enfrentar, incluindo aqueles quereivindicam ser cristos, sero totalmente no familiarizados ou at mesmo hostis

    cosmoviso bblica. Portanto, voc precisar de um esboo lgico que cubra os tpicosprincipais. Um bom exemplo disso encontrado em Atos 17:22-31.

    Como eu j produzi anteriormente uma exposio detalhada de Atos 17 em meu livroPresuppositional Confrontations, no qual defendi minha interpretao da passagem, norepetirei o que escrevi, mas assumirei aqui o que j estabeleci ali. Em adio, visto quenosso objetivo derivar um esboo simples para a nossa apresentao da mensagemcrist, ignoraremos alguns dos detalhes na passagem, tais como as citaes dos poetaspagos, dos quais tambm tratei em minha exposio da passagem.

    Paulo comeou dizendo que ele diria aos seus ouvintes o que eles no sabiam. Assim, ele

    declarou a mensagem a partir de uma posio de autoridade e conhecimento, como umarauto oficial de Deus, e no como apenas um outro investigador confuso em busca daverdade. Ele encontrou a verdade em Jesus, mas seus ouvintes no. Ele conhecia averdade, mas seus ouvintes no, e ele estava ali para ensin-los.

    Mas como Paulo tinha conhecido? Como ele aprendeu a verdade? Pela graa soberana deDeus, que abriu seus olhos espirituais; ele a aprendeu a partir da Escritura e a partir darevelao de Jesus Cristo. Agora ns temos a mesma Escritura que ele tinha, e temostambm o que ele aprendeu de Cristo e deixou escrito para ns. Portanto, temos a mesmamensagem, o mesmo conhecimento, e a mesma plenitude de revelao.

    Quando falamos com os incrdulos, falamos a partir da Escritura, e assim uma posio deautoridade proftica e apostlica, e uma posio de conhecimento. Os no-cristos estonuma posio de impiedade e ignorncia. Isso ofensivo aos incrdulos, ma no deveriaser assim para os cristos. E se isto te ofende, a Grande Comisso no far sentido paravoc, e ir contra as sensibilidades de sua mente no-regenerada, e voc no ser capazde obedec-la corretamente

    Ento, sobre esse fundamento, observamos que a mensagem de Paulo toca coerentementenuma ampla extenso de tpicos: teologia (idolatria, Deus, criao, providncia),antropologia (criao, herana comum, mandato cultural), hermatologia (ignorncia,

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    arrependimento, julgamento), cristologia (eleio, ressurreio), soteriologia (chamado,arrependimento), escatologia (justia, julgamento, ressurreio). Em outras palavras,Paulo fala sobre Deus, homem, pecado, Cristo, salvao, e a consumao (que inclui aressurreio e julgamento).

    Isso lembra um esboo padro de teologia sistemtica, no somente no que diz respeitoaos tpicos abordados, mas tambm a ordem na qual eles so tratados. Contrrio a umaobjeo contra a teologia sistemtica, o discipulado no arbitrrio, mas bblico e lgico.Certamente os tpicos interpenetram, e certamente nenhuma apresentao adaptada situao, a audincia, e ao orador completamente pura e rgida, mas inegvel quePaulo deu uma apresentao do que chamaramos de teologia sistemtica. E essa aresposta ao que devemos incluir em nossa pregao, e como devemos organiz-la.

    Tal esboo muito til em direcionar uma apresentao positiva da teologia crist, mas

    podemos tambm traduzi-la em termos filosficos para faz-la ainda mais adaptvel. Elapoderia parecer de certa forma com isso: epistemologia, metafsica, moralidade,soteriologia e escatologia.

    Por que precisamos de um esboo filosfico? Numa apresentao positiva da f, no hde fato nenhuma dele; de fato, o esboo teolgico seria melhor para esse propsito.Contudo, o esboo teolgico no pode ser diretamente usado para engajar o incrdulodevido ao fato de que ele poderia no ter as categorias correspondentes em seupensamento. Uma pessoa que nunca ouviu de Cristo no ter muito de uma cristologia;contudo, quase certo que ela ter uma viso do que certo e errado (mesmo que elacreia que no haja certo e errado), e uma opinio sobre qual a soluo para os erros na

    humanidade isto , o que salvaria a humanidade. Pelo menos quando pressionadapara pensar sobre isso, ela poder tambm ter uma viso com respeito ao destino final dahumanidade, individualmente e corporativamente falando.

    Assim, um esboo filosfico mais amplo, e pode guiar o engajamento entre acosmoviso bblica e a cosmoviso do incrdulo. Ele pode direcionar a apresentaopositiva da cosmoviso bblica, bem como guiar o crente a fazer as perguntas corretas emapear a cosmoviso do incrdulo, para o propsito de refutao. Mas eu repetirei que oesboo teolgico superior para uma apresentao positiva da cosmoviso bblica, evisto que ele mais detalhado e especfico, o mesmo til para assegurar umaapresentao completa e coerente.

    Todavia, outro esboo pode ser derivado de Atos 17. Mesmo que fosse desnecessrioreduzir nosso esboo a um mais simples, esse outro til por nenhuma outra razo queno a de ser fcil de lembrar: autoridade, realidade, moralidade e mortalidade. Aautoridade, certamente, refere-se ao princpio epistemolgico controlador que produz erestringe o resto do sistema. Discutir mortalidade discutir a viso da pessoa sobre amorte, sobre o fim, e para onde os itens precedentes de seu sistema o levam.

    Repetindo, embora algum possa seguir em linhas gerais tal esboo num monlogo, umplano rgido geralmente no possvel numa conversao. Cada tpico implica em

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    outros, e a discusso andar para frente e para trs entre esses assuntos principais. Porexemplo, se a viso do no-cristo da realidade nega uma alma incorprea, ento issoafetar sua viso de mortalidade, e provavelmente at moralidade. E se ele nega a alma,podemos lhe perguntar por qual autoridadeele sabe isso.

    O esboo pode facilitar tambm o engajamento. Por exemplo, se o incrdulo afirma aautoridade da cincia, como isso se relaciona com a sua crena na autoridade daEscritura? A autoridade cientfica refuta a autoridade bblica? Se sim, como? Ou aprpria cincia que est em problema, de forma que ela no tem nenhuma autoridade paranos dizer algo sobre a realidade, moralidade e mortalidade? Assim, a interrelacionalidadedos tpicos no um problema, e uma discusso estritamente linear desnecessria,enquanto que cada rea maior no final das contas coberta em alguma profundidade.

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    3. A Presena Permanente

    Se o ato de evangelismo ofensivo aos incrdulos, a mensagem ainda maisescandalosa. Ela conflita com os sistemas de crena deles em cada ponto e sobre cadaassunto. Ela intrusa, subversiva, um insulto, e um agouro. Para os escolhidos, ela umafragrncia de vida, mas para aqueles que Deus rejeitou, ela o prprio cheiro demorte. Tal ministrio no deve ser considerado fcil. Como Paulo pergunta: Mas quemest capacitado para tanto? (2 Corntios 2:16).

    Agora, eu no gosto quando pregadores e telogos citam uma declarao da Bblia queparece conduzir a uma certa direo, quando a mesma Bblia imediatamente respondeisso a fim de apontar a direo oposta. Uma das melhores ilustraes 1 Corntios 2:9,que diz: Todavia, como est escrito: Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mentenenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam. Muitas pessoassimplesmente param aqui, e isso d a impresso oposta do que Paulo est dizendo, poisele continua: MAS Deus o revelou a ns por meio do Esprito (v. 10).

    Ns sabemoso que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Nenhum olho tinhavisto, mas Deus o revelou. Nenhum ouvido tinha ouvido, mas Deus o fez conhecido.Nenhuma mente o concebeu, mas Deus nos ensinou. Como? Por seu Esprito. Esse oponto, de forma que se no formos citar o versculo 10, ento no devemos citar oversculo 9 tambm. A passagem no afirma mistrio, mas conhecimento; no afirmaalgo oculto, mas a revelao.

    Algo similar tem sido feito com 2 Corntios 2:16. Pregadores e telogos lamentam: Oh!Quem est capacitado para tanto?. Mas Paulo no nos deixa em desespero, pois quaseimediatamente ele diz: No que possamos reivindicar qualquer coisa com base emnossos prprios mritos, mas a nossa capacidade vem de Deus. Ele nos capacitou parasermos ministros de uma nova aliana, no da letra, mas do Esprito; pois a letra mata,mas o Esprito vivifica (3:5-6). Ns no somos competentes em ns mesmos, mas Deustem nos feitocompetentes como ministros da aliana por seu Esprito.

    Neste momento nosso problema que Cristo tem nos dado uma tarefa aparentemente

    impossvel. Ele tem nos ordenado a fazer algo que as pessoas acham intrusiva para lhesdizer algo que elas acham ofensivo. Ele requer de ns algo que ele sabe que difcil ealgumas vezes perigoso.

    Mas o Senhor no nos deixa indefesos e sem esperana. Quando Jeremias disse: Mas eudisse: Ah, Soberano Senhor! Eu no sei falar, pois ainda sou muito jovem. O Senhor,porm, me disse: No diga que muito jovem. A todos a quem eu o enviar, voc ir edir tudo o que eu lhe ordenar. No tenha medo deles, pois eu estou com voc paraproteg-lo, diz o Senhor.... E hoje eu fao de voc uma cidade fortificada, uma colunade ferro e um muro de bronze, contra toda a terra: contra os reis de Jud, seus oficiais,

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    seus sacerdotes e o povo da terra. Eles lutaro contra voc, mas no o vencero, pois euestou com voc e o protegerei, diz o Senhor (Jeremias 1:6-8, 18-19, mas veja tambm ov. 17).

    Aqui temos a maior das promessas na Grande Comisso Jesus diz: E eu estarei semprecom vocs, at o fim dos tempos. O pronome eu est incluso no verbo, mas ele pronunciado como uma palavra separada para nfase, como se dissesse: Eu, eu mesmo,e ningum menos do que eu mesmo, estarei sempre com vocs. No alguma outrapessoa, no um anjo, no uma fora, mas o prprio Cristo nos conduzir e nosacompanhar a medida que obedecermos a Grande Comisso.

    A Grande Comisso seria impossvel sem a presena de Cristo, pois a tarefa fazerdiscpulos, mas somente ele pode mudar o corao humano. Somente ele tem o poder decontrolar diretamente a mente do homem, e dirigi-la para a direo que ele quer. Sem

    esse poder espiritual para encher nossa pregao, e torn-la eficaz, ningum jamais seriaconvertido.

    Paulo escreve: a mensagem da cruz loucura para os que esto perecendo (1 Corntios1:18). Isso no porque o evangelho realmente louco de uma perspectiva racional, mas porque os pecadores so to tolos, to irracionais, e suas mentes tm sido toobscurecidas e danificadas que impossvel para eles reconhecer a verdadeira sabedoria.Os pontos de referncia deles esto to longe da verdade que at mesmo a mais altasabedoria pareceria para eles como a maior falsidade, e a tolice mais absurda. Osintelectos deles esto to debilitados que eles no podem julgar corretamente nem mesmoas provas mais claras e os argumentos mais perspicazes.

    Ns podemos oferecer provas e razes, e o Esprito frequentemente os usar em sua obrade converso e santificao. Mas em si mesmos, at mesmo os argumentos mais slidos,aqueles que so irrefutveis e inegveis, no podem convencer os no-cristos da verdadedo evangelho, pois suas mentes tem sido destrudas de uma maneira abrangente pelopecado, de forma que h barreiras morais e intelectuais neles que so impenetrveis pelodiscurso humano ordinrio, no importa quo verdadeiro e slido ele possa ser. Osincrdulos so muito teimosos para ouvir, e muito estpidos para entender.

    Esse o porqu a converso requer um poder espiritual para agir diretamente sobre amente humana, e para desfazer os laos do pecado num nvel mais profundo. Isso o que

    chamamos de regenerao, e quando o Esprito faz com que isso ocorra num dosescolhidos de Deus, ento ele tambm concede soberanamente f no evangelho a essapessoa. E assim Paulo escreve: O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes,para que no vejam a luz do evangelho da glria de Cristo, que a imagem de Deus...pois Deus, que disse: Das trevas resplandea a luz, ele mesmo brilhou em nossoscoraes, para iluminao do conhecimento da glria de Deus na face de Cristo. Mastemos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excedeprovm de Deus, e no de ns (2 Corntios 4:4, 6-7).

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    Paulo lembra aos tessalonicenses que o evangelho chegou at eles em poder, no EspritoSanto e em plena convico (1 Tessalonicenses 1:5), e ele diz aos corntios: Minhamensagem e minha pregao no consistiram de palavras persuasivas de sabedoria, masconsistiram de demonstrao do poder do Esprito, para que a f que vocs tm no sebaseasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus (1 Corntios 2:4-5). Visto que jescrevi uma exposio suficientemente detalhada das duas passagens em meu livroQuestes ltimas, no farei nada mais do que mencion-las aqui. Para o nosso propsito, suficiente concordar que precisamos de poder espiritual para desempenhar eficazmentea obra do evangelho, e as boas novas que esse poder nos prometido com a GrandeComisso.

    Esse poder no algo que podemos produzir. Voc no pode manipul-lo com sua voz,seus maneirismos, sua personalidade, ou sua fora de vontade. Voc no pode aument-loou control-lo nem mesmo com muita orao, mas estamos falando sobre a ao soberana

    do Esprito Santo. Sua parte tornar a mensagem clara, e o Esprito opera de acordo coma vontade de Deus.

    A promessa da presena e do poder de Deus no significa que todos aqueles que teouviro crero longe disso. Embora todos sejam moralmente requeridos a se arrependere crer no evangelho, e aqueles que rejeitam o evangelho sero punidos por isso, no atodos que o arrependimento e o crer so dados, mas somente queles que Deus escolheu eamou antes da fundao do mundo. Nesses o Esprito operar, e ele os regenerar econverter. Eles sero recebidos com alegria e com braos abertos. Outros, por outrolado, se oporo a voc, lhe caluniaro e lhe insultaro. Mas mesmo ento o Esprito estarem ao, endurecendo aqueles que ele deseja endurecer, diretamente e ativamente

    confirmando o mal em seus coraes.

    Se eles tm pensado muito sobre isso de alguma forma, a maioria dos cristos tem umateologia lamentavelmente inadequada do poder espiritual, uma que no somente falha emreconhecer plenamente a obra do Esprito na converso e santificao, mas que falhaainda mais em confrontar com honestidade as reivindicaes de poder do ocultismo, dabruxaria, das falsas religies, e das adorao demonacas.

    Algumas pessoas tomam a posio de que os poderes demonacos no so reais, e queSatans no tem nenhum poder sobrenatural real, mas a palavra sobrenatural frequentemente ambgua. Embora nem todos eles vo to longe, alguns deles

    clarificariam isso dizendo que todas as demonstraes aparentes de poderes satnicos sode fato iluses. Essa posio parece terrivelmente ingnua, a menos que sua verdade sejaestabelecida por slida exegese bblica, mas at aqui no estou convencido pelastentativas com as quais tenho me deparado. E se o significado que Satans tem de fatopoder para manipular objetos e foras fsicas, mas ele no pode fazer nada mais, ou comoalguns dizem, que ele tem poder sobre-humano, mas no pode sobrenatural, ento aindaprecisamos formular uma perspectiva bblica a partir da qual confrontarmos isso.

    Algumas vezes apontado que a Escritura refere-se aos falsos sinais e maravilhas, e apartir disso, tm sido feito inferncias com respeito natureza dos milagres satnicos,

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    no que diz respeito se eles so sobrenaturais, ou apenas sobre-humanos, ou at mesmonada mais do que iluses naturais que qualquer mgico de festa pode produzir. Masprecisamos mais do que isso, visto que falso tem diversos significados, e chamaralgum de falso profeta no significa que a pessoa no exista, mas que religiosamentefalando, ele representa uma mensagem falsa. Uma religio falsa ainda uma religio,apenas a sua mensagem incorreta.

    Da mesma forma, o termo sinais de mentira no indica imediatamente a falta de podersobrenatural real, visto que pode ser que a mentira est na mensagem que acompanha taissinais, e no no fato de que os sinais sejam meras iluses. Alm do mais, mesmo quealguns milagres falsos sejam de fato iluses, e no sobrenaturais de forma alguma, issono significa automaticamente que todos esses milagres no sejam nada mais do queiluses naturais.

    A perspectiva bblica com respeito aos poderes demonacos, me parece, nunca neg-los,ou negar que eles sejam sobrenaturais, mas afirmar a superioridade do poder de Deus.Isso no significa que todos os sinais satnicos sejam necessariamente reais, no sentidode maravilhas sobrenaturais e no iluses, mas que a Bblia no os confronta a partir detal perspectiva.

    Agora, a Bblia relata muitos casos de encontros de poder entre os seguidores de Deus eos seguidores de Satans, Quando Moiss confrontou os mgicos de Fara, ele jogou seucajado no cho e ele se tornou uma serpente. Os mgicos jogaram os deles, e eles setornaro em serpentes tambm. Quer os mgicos tenham realizado meras iluses ou no,e os seus cajados nunca tenham de fato se tornado serpentes reais, ou que por um truque

    de prestidigitao eles trocaram os cajados por serpentes, no o aspecto mais importantee relevante do assunto. O ponto a ser captado e aplicado que o cajado de Moiss,transformado numa serpente, consumiu os cajados ou serpentes dos mgicos. E pelomenos a partir dessa perspectiva, pouco importa se os seguidores de Satans possuempoder sobrenatural real ou no. O que importa que o poder de Deus sempre real etriunfante.

    Deixe-me lhe contar a histria da garota Wiccan2 sacudida. Eu devo deixar de ladomuitos detalhes interessantes e instrutivos sobre esse incidente por causa da falta detempo, mas eu lhe direi aquelas coisas que so necessrias para entender a histria e queso relevantes para a nossa presente discusso.

    Isso aconteceu quando eu ainda era um adolescente na escola secundria. Naquele tempo,eu pregava todo Domingo para um grupo de adultos fora do campus. Havia um grupo deestudo bblico no campus que se encontrava todas as Quartas-feiras noite, mas eu notinha nenhum contato com ele. At aquele momento, eu nunca tinha pregado para outrosadolescentes, isto , exceto em diversas discusses privadas com amigos sobre oevangelho.

    2Nota do tradutor: Adapta da Wicca, que uma religio neopag, fundada originalmente pelo funcionriopblico britnico Gerald Gardner. Embora essa fundao tenha ocorrido provavelmente na dcada de 1940,s foi revelada publicamente em 1954.

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    Ento, um dia encontrei a irm de algum que era meu amigo desde a escola primria.Agora ela estava na mesma escola secundria na qual eu estava, embora seu irmo tivesseido para um outro lugar. Ele tinha me dito sobre ela, mas eu sabia sobre ela tambm. Amedida que conversamos, ela mencionou que estava indo para o estudo bblico da escola.Ela me convidou para ir, mas quando hesitei, ela sugeriu que eu me encontrasse com osupervisor do grupo da faculdade. Talvez ele pudesse fazer o grupo parecer maisapelativo e mudar minha mente sobre ele.

    Assim, eu encontrei o supervisor, e imediatamente nos entendemos muito bem,principalmente porque ele era um homem extremamente socivel e hospitaleiro, e maisdo que um pouco jovial tambm. Ele abria sua casa do campus todos os dias de formaque os estudantes cristos pudessem orar e socializarem uns com os outros. Nas prximasdiversas semanas, encontramo-nos diversas vezes, e aps ele descobrir mais sobre mim,

    algumas das coisas que tinha estado fazendo, e talvez algumas das minhas foras, ele meconvidou para me dirigir ao seu grupo de estudo bblico.

    Seria correto dizer que o grupo praticava uma estrutura busca-amigvel quando eles sereuniam. De fato, era to amigvel que, como descobri mais tarde, uma garota Wiccantinha visitado as reunies durante todo o ano e se sentia completamente em casa ali. Maistarde, eu descobriria que o supervisor da faculdade tinha lhe perguntado porque ela estavaindo em todas aquelas reunies quando ela no tinha nenhuma inteno de se tornar umacrist, nem estava convencida ou perturbada por algo que foi dito ali. Sua resposta foi:eu gosto dos cnticos.

    Voc pode entender que tipo de atmosfera eles tinham estado fornecendo para aquelesque chegavam. Ningum sentia ameaado ou desafiado de forma alguma, e essa era aforma que eles queriam fazer. Assim, conhecendo agora um pouco sobre o tipo de pessoaque eu era, o tipo de coisas que eu provavelmente diria, e a forma como provavelmenteiria diz-las, o supervisor da faculdade e os lderes dos estudantes, estavam ao mesmotempo um pouco apreensivos sobre a minha aparncia.

    Para o supervisor, isso foi uma deciso mais ousada poderia haver grande problema, ehavia muita coisa em jogo. Embora eu pensasse que ele era muito soft, e tenha lhe ditoisso, ele j tinha recebido presso da escola para encorajar mais o falar sobre oCristianismo no campus, mesmo que isso fosse numa variedade de busca-amigvel. E

    assim, o que eu iria fazer e dizer ali, ao seu convite, poderia colocar seu trabalho emgrande risco. Talvez ele pensasse que eu tinha algo que seu grupo necessitava, mas sejaqual tenha sido a razo, ele decidiu me deixar livre a despeito do perigo.

    Quanto a mim, o incidente apresentou vrios desafios pessoais que eu tive quesobrepujar. Mais tarde, percebi que o incidente marcou um momento decisivo em minhaf e ministrio, no por causa do que aconteceu quando eu me dirigi ao grupo, mas porcausa do que requereu de mim estar ali. Mas isso outra histria, e tomaria muito tempodizer o que aconteceu.

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    O dia finalmente chegou, e aps cantar vrios cnticos e uns poucos minutos de leitura daBblia, o supervisor fez uma breve introduo e eu me levantei para falar. Eu falei sobreo que pensava que o grupo mais necessitava ouvir sobrenaturalismo bblico. Eu afirmeio relato da criao contra a evoluo biolgica, e a historicidade da narrativa do dencontra as teorias mitolgicas. Falei sobre a inerrncia da Escritura e afirmei que osmilagres na Bblia de fato aconteceram. Condenei os eruditos liberais nos cemitrios(seminrios) que estavam subvertendo a f daqueles adolescentes que estavam tentandoseguir, ou pelo menos tentando investigar. Foi de fato um discurso de busca-amigvel estou certo que fui agradvel para aqueles que estavam realmente buscando. Para orestante, isso foi um som de condenao e um aroma de morte.

    A reao geral foi muito positiva. Os cristos ficaram excitados e encorajados na f. Umdos lderes dos estudantes me disse, brincando, que o Esprito devia ter estado sobre mim,visto que ele achou que eu estava surpreendentemente entretido ele geralmente me

    achava muito srio.

    Mas nem todo mundo foi entretido. No dia seguinte, a garota Wiccan foi at o supervisorda faculdade e disse-lhe que, quando comecei a falar, ela sentiu um poder domin-la e lhesacudi-la fisicamente, e o mesmo continuou durante toda a noite at a manh do diaseguinte. Ele se sentia culpada, e muito amedrontada, e foi at o supervisor para umaexplicao. Eu no poderia ter manipulado a situao daquela forma, visto que eu noestava ciente de que havia tal pessoa na audincia at que fui informado sobre ela maistarde.

    Eu posso lhe contar muitas histrias como essa, algumas das coisas muito mais

    espetaculares do que isso, nas quais o Esprito de Deus operou no e sobre o povo deformas que estavam alm da minha cincia e controle. Mas esse incidente especialmente relevante porque ele nos apresenta um contraste entre duas abordagens eseus respectivos resultados. Por um lado, voc tem um ambiente de busca-amigvel noqual at mesmo uma Wiccan poderia se assentar ali, semana aps semana, por quase umano completo, sem nenhuma convulso nem mesmo na conscincia. Ento, por outrolado, voc tem uma declarao poderosa da verdade da Escritura, da realidade histricada criao, e dos milagres e da ressurreio de Cristo, juntamente com uma condenaosem desculpas das teorias incrdulas. A promessa da primeira a aceitao humanainadequada, mas a recompensa da ltima a visitao do Esprito. Uma te recebe comabraos e tapas nas costas; a outra te confronta com verdade e poder.

    Imaginem! A garota Wiccan no cria, mas ela gostava dos cnticos! Por meses ela tinhaestado cantando:

    Deep, deep, deep, deep, deep, deep, down, down,deep down in my heart, I love you Jesus!Deep down in my heart.

    No fundo, no fundo, no fundo, no fundo, no fundo, no fundo, no fundo,no fundo

  • 7/25/2019 Ensinai Nacoes Cheung

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    No fundo do meu corao, eu te amo Jesus!No fundo do meu corao.

    Alguns de vocs considerariam um cntico como esse muito superficial, e vocs estariamcorretos, especialmente se voc cantar s cnticos como esse. Todavia, isso algo queum crente pode cantar com significado eu de fato amo Jesus no fundo do meu corao.Oh Dia Feliz no uma adorao profunda, ou nem mesmo uma adorao, mas suficiente para me deixar em lgrimas. Foi de fato um dia feliz quando ele lavou osmeus pecados.

    Contudo, Oh Dia Feliz no converteu aquela garota Wiccan, e ela noamava Jesus nofundo do seu corao, ou em algum lugar em sua pessoa, no que diz respeito. Ela estavaapenas achando divertido e desfrutando das melodias. Todos estavam confortveis, e a

    nica pessoa ofendida era Deus.

    Mas ento, e no at ento, algum apareceu e pregou o evangelho para ela, e talvez pelaprimeira vez lhe fez perceber que havia uma pessoa e um poder associado com essamensagem que ela nunca tinha conhecido antes. Ela percebeu que havia algo de erradocom ela que ela no poderia corrigir por si mesma, e que ela precisava da salvao deDeus.

    Paulo escreve que ele no se envergonhava do evangelho, porque ele o poder de Deuspara salvar todos aqueles que crem. Se no nos envergonharmos do evangelho, entoCristo no se envergonhar de ns, e nem seremos envergonhados de ns mesmos no dia

    do julgamento. Mas o que h no evangelho do que se envergonhar? Que promessa! Quepoder! Que beleza! Que coerncia perfeita! fcil ter confiana no evangelho.

    Para o cristo que abraa a Grande Comisso, e que a obedece em f, amor, alegria edever ao Senhor, o poder de Deus em toda sua plenitude uma realidade presente e ativa.Eu posso pregar com confiana e ensinar com autoridade todas as vezes, e em qualquercontexto, pois eu sei que a presena e o poder do Senhor Jesus Cristo est comigo. Numnvel subjetivo, minha confiana descansa no chamado de Deus sobre a minha vida, que mais real para mim do que o meu prprio nome. Ela ocupa minha conscincia durantetodo o tempo, e define todos os meus pensamentos, planos e aes. Mas a base objetivapara a confiana ainda mais forte. Ela a revelao bblica do propsito eterno de Deus

    e seu poder soberano para realiz-lo. Ele ter misericrdia daqueles a quem ele quer termisericrdia, e ele endurecer aqueles a quem ele quer endurecer. Ele realizar suavontade, e no h chance para fracasso. Com a mesma mensagem, ele salvar o eleito edestruir o mpio. E porque isso lhe agrada, agrada a mim tambm.