Ensino de Geografia nas series inciciais
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Abordagem da Geografia nos anos iniciais
do Ensino Fundamental
Professor: Éderson Dias de Oliveira
Parâmetros Curriculares Nacionais, 2000.
ALMEIDA, Rosângela Doin de. PASSINI, Elza Yasuko. O espaço geográfico: ensino e representação. 12 ed. São Paulo: Contexto, 2002.
15/04/2023
Fundamentos teórico-metodológicos do ensino de Geografia
No EF, é necessário uma abordagem a partir das paisagens visíveis em detrimento apenas dos conceitos engessados;
Foco nos conteúdos buscando a exemplificação;
Ex. antes de falar sobre lugar ou território é importante construir esses termos no dia-a-dia com os alunos; de maneira que entendam sua significância;
Além das palavras e números
Nas séries inicias há uma ênfase na alfabetização e domínio das 4 operações - mas raramente há lugar para estudos sociais;
Pouco domínio do professor - dispêndio de informações desconexas, isoladas e sem sentido;
Livros didático “engessado” – ensino e professor tradicional, trabalhando com conteúdos alheios ao mundo da vida.
o Além de ensinar conteúdos é preciso torná-lo funcional na vida do aluno – prática;
o PCN (1998), sugere evitar trabalhar hierarquicamente (lugar e global) – é interessante primeiro a fixação da paisagem local e o espaço vivido;
Habilidade além da mecânicas escrita - manifestação da cidadania - iniciação espaço/tempo vivido;
É necessário a alfabetização com capacidade de leitura não só de textos, mas também de experiências humanas;
Relações espaciais com o mundo e vice-versa, desvinculando a ideia de visão segmentada do espaço escalar;
A análise acerca do ensino de Geografia começa pela compreensão do seu objeto de estudo;
O espaço geográfico é o foco das análises;
Busca da alfabetização do aluno em geografia – leitura e o entendimento do espaço;
O Desafio:
Exercitar a prática de fazer a leitura do mundo!
Pode-se dizer que isso nasce com a criança - ao caminhar, correr, brincar, ela está interagindo com um espaço que também é social, está ampliando o seu mundo e reconhecendo a complexidade dele;
Resta ao professor intermediar essa leitura de forma crítica;
A noção de espaço que a criança desenvolve não é um processo desconexo, mas sim construída socialmente.
A capacidade de percepção e a possibilidade de sua representação é um desafio que motiva a criança, na busca da compreensão do que acontece no seu entorno;
É fundamental trabalhar com a capacidade de ler o espaço - interpretar as aparências da paisagem e compreender suas significâncias;
Qual é o papel da geografia nas séries iniciais?
Criar condições para que a criança perceba o “espaço vivido”;
Processo que se inicia quando a criança reconhece os lugares, identifica paisagens;
É preciso ajudá-la a olhar, observar, descrever, registrar e analisar;
Ex: aproveitar a experiência dos alunos que moram em áreas urbanas “descuidadas”, e discutir a poluição dos rios e os problemas sociais ribeirinhos!!
Ex: aproveitar as épocas de frio, calor, os dias chuvosos ou ensolarados para se falar do clima, das nuvens ou de manifestações da natureza;
Ex: “Ao se trabalhar com a divisão regional brasileira, porque não perguntar aos alunos de que estados ou regiões são seus pais ou avós?
É a partir de tais problemas que devem ser feitas a leitura, a representação, e ser instigada a curiosidade para avançar na investigação e compreender o que ocorre.
Do ponto de vista da geografia, esta é a perspectiva para se estudar o espaço: olhando em volta, percebendo as paisagens como o momento instantâneo de uma história que vai acontecendo;
Nesse processo de aprender a ler o espaço, não há uma regra, nem um método estabelecido a priori.
Não se espera que uma criança de 7 anos compreenda toda a complexidade das relações do mundo com o seu lugar de convívio e vice-versa.
No entanto, privá-las de estabelecer hipóteses, observar, descrever, representar e construir suas explicações é uma prática que não condiz mais com o mundo atual e uma educação voltada para a cidadania.” (Straforini, 2001);
“O Olhar Espacial”
Ler o espaço geográfico, é poder ler a sua própria história, construído diariamente;
Esse é representado concretamente resultante das forças sociais passadas e, particularmente, pela vivência em curso dos grupos com os quais convive;
“A Leitura da Paisagem”
Na interpretação da paisagem geográfico a criança analisa a sua história fixa e transtemporal;
Trata-se de uma forma interessante de desvendar a história do espaço considerado - a história das pessoas que ali vivem;
A Criança e as Relações Espaciais
Evolução da noção de espaço: desde o nascimento a criança delineia impressões e percepções referentes ao espaço, as quais desenvolvem-se através de sua interação com o meio.
Ou seja, a noção de espaço desenvolve-se antes mesmo da escolarização;
Viv
ido
Perc
ebid
o
Con
ceb
ido
A psicogênese da noção de espaço passa por níveis de evolução na criança: vivido ao percebido e deste ao concebido.
• ESPAÇO VIVIDO (até cerca de 2 anos) refere-se ao espaço físico, vivenciando através do movimento e do deslocamento.
• É apreendido pela criança através de brincadeiras, ao percorrer, delimitar e organizar o espaço segundo seus interesses. • Nesse há a necessidade de experimentar fisicamente;
• Daí a importância de exercícios rítmicos e psicomotores para explorar com o corpo as dimensões e relações espaciais.
• Inicialmente, o espaço é quase incompreensível ocorrendo a sua conquista de forma gradativa, à medida que a percepção espacial avança qualitativamente – esquecimento da memória;
• Até os 2 anos, o espaço é entendido como o espaço vivido, da ação, construído, a partir do contato: caminhar, engatinhar e relações de proximidade e distância.• Assim, a consciência do corpo, dada a partir da comunicação consigo mesmo, é a base cognitiva para a exploração do espaço.
• Trabalhos com recortes texturais;
A Vivência do Espaço
O espaço físico é vivenciado através do movimento e do deslocamento;
Trajeto Casa-Escola;
Idas ao mercado
Brincadeiras no pátio, quintal e vizinhanças;
A criança percorre, delimita e o organiza segundo seus interesses.
• Em seguida, a criança apreende o ESPAÇO PERCEBIDO, onde já não precisa experimentá-lo fisicamente.
• Após os 6 anos é capaz de lembrar-se do percurso da casa à escola, o que não se dava antes, pois era necessário percorrê-lo para identificar-lo.• Ao observar uma foto, já é capaz de distinguir as distâncias e a localização dos objetos.
• Antes só era capaz de perceber o “aqui”; “ali” e o “acolá”.
• Há a ampliação do campo empírico quanto a análise do espaço.
• Análise do espaço passa a ser feita pela observação;
• Lembrar do trajeto Escola-Casa;
• Pode-se dizer que neste momento inicia-se para ela o estudo da Geografia.
• Por isso, nas séries iniciais, deve-se preocupar em propor atividades que potencialize o desenvolvimento de conceitos e noções, mais do que um conteúdo sistemático;
• Por fim, a criança começa a compreender o ESPAÇO CONCEBIDO (11 a 12 anos), isto é, torna-se capaz de raciocinar sobre uma área retratada em um mapa, sem tê-la visto antes.
• Nisso, é importante que o professor proponha atividades que auxiliem no desenvolvimento das noções espaciais.
• Daí a importância da escola não trabalhar com a representação do espaço de modo abstrato ou como um conhecimento pronto e acabado.
• Ex; caça-tesouro;
A Tomada de Consciência do Espaço Corporal
• A exploração do espaço ocorre a partir do nascimento, nas experiência do entorno;
• Ao ser tocada, segurada no colo, ao sugar o leite, se inicia o processo de aprendizagem do espaço;
• Em sua memória são registrado os referenciais de lado e das partes do corpo, que serão a base das referencia espaciais;
• Na conscientização do espaço ocupado pelo corpo há dois aspectos essenciais: o esquema corporal e a lateralidade;
•O ESQUEMA CORPORAL é a base cognitiva sobre a qual se delineia a exploração do espaço;
• Este depende das funções motoras e da percepção do espaço imediato;
• A consciência do corpo, seus movimentos e posturas amplia-se lentamente, obtendo maior domínio do espaço;
•Quando consegue sentar, o bebê aumento o campo de visão e a percepção da posição de objetos e deslocamento;
• Num processo contínuo, o bebê conquista cada vez maior domínio sobre o espaço: rolar, engatinha até andar;
• Pode-se virar numa amplitude de 180º e pegar objetos próximo;
• Por isso, não é ideal colocar a criança em chiqueirinhos ou andadores;
• Deve-se propiciar um ambiente seguro e estimulador, com possibilidades de agir e descobrir seu ambiente;
• Ao ingressar na Educação Infantil, a criança deve apropriar-se do espaço por meio das vivências estabelecidas.
• Andar, correr, pular, saltar, escorregar, subir, descer, empurrar, puxar, deitar, sentar, cair, dançar..., tudo isso é fundamental para o seu desenvolvimento. • A vida nas instituições de Educação Infantil é marcada pelo movimento, que possibilita a interação com o mundo;
• É uma forma de linguagem, para explorar e conhecer o mundo e o próprio corpo, seus limites e possibilidades.
• Porém, há escolas que não permite que as crianças se movimentem, sendo estas “engessados” nas cadeiras, o que dificulta a apropriação do espaço por meio do seu corpo.
• Essa postura desconsidera que o sistema sensório-motor exerce uma grande importância na organização psicológica do espaço.
• A consciência do corpo e de seus movimentos se desenvolve de maneira lenta, perdurando até a adolescência.
• Nesse sentido, a escola tem o dever de possibilitar que o aluno desenvolva essa consciência.
• Para Piaget, a criança constrói seu conhecimento tendo experiências com os objetos sem formar conceitos sobre estes, que ocorrerão mais tarde.
• Na experiência física, a criança conhece propriedades materiais que podem ser notadas através da observação e do tato.
•O primeiro espaço que a criança vivencia é “postural e orgânico”, ou seja, o corpo é o seu movimento.
• As crianças preferem brincadeira que limitam parte do pátio da escola, pois não conseguem ocupar um espaço tão grande;
• Assim as relações topológicas vêm em primeiro lugar, seguidas das relações projetivas e euclidianas, e progressivamente admitindo ações com grau de complexidade cada vez maior.
•O mesmo acontece quando recebe uma folha, limitando-se a usar apenas uma de suas partes;
• Na verdade, não conseguem concebê-lo para poderem organizá-lo, sendo o espaço um mundo quase impenetrável, ocorrendo sua conquista aos poucos.
•Outro aspecto importante na organização espacial refere-se ao predomínio de um lado do corpo, que é a base do espaço percebido – LATERIZAÇÃO;
• A análise do espaço, deve ser iniciada primeiramente com o corpo, em seguida apenas com os olhos e finalmente com a mente;
• Nessa, ela consegue transferir para outros objetos as posições ligadas à lateralidade (esquerda e direita);
• A partir dos 5 anos a criança toma gradativamente consciência do seu corpo com suas distintas partes, identificando-as;
• Nisso, é preciso, que o professor ajude na tomada de consciência de seu predomínio para direita/esquerda;
• Assim emerge a possibilidade de projetar para os objetos e outras pessoas o que já havia comprovado em si mesma.
• Nisso se potencializa de trabalhos futuros com referenciais de orientação como os movimentos terrestres e as direções cardeais.
Relações Espaciais Topológicas Elementares
• São as relações espaciais estabelecidas no espaço próximo, que usam referenciais elementares como: dentro, fora, ao lado, na frente, atrás, perto, longe, etc.• As relações topológicas começam no nascimento e são a base para as relações espaciais mais complexas posteriores, partindo dela para o seu entorno.
• Daí é possível abordar questões mais amplas envolvendo a classe, os ambientes da escola e o bairro.
• Tais relações estão presentes nas tarefas mais simples do dia-a-dia como, no deslocamento de um local a outro ou mesmo quando se busca a localização de objetos.
• No plano perceptivo (espaço percebido), as relações espaciais se processam na seguinte ordem: de vizinhança; separação; ordem; envolvimento; continuidade;
• A relação de VIZINHANÇA corresponde aquela em que os objetos são percebidos no mesmo plano, próximos, contíguos; Ex; o quadro ao lado da porta – sala ao lado do pátio;• Ao considerar a vizinhança, a criança percebe que os objetos vizinhos tem SEPARAÇÃO, isto é, não são unidos.
• Nisso nota que os objetos próximos em um mesmo plano estão separados;
• Ex. a porta e o quadro podem estar na mesma parede, porém são separadas, há uma parte entre elas;
• Ex. em 2 dimensões podemos elencar a sequência de cartazes, desenhos e trabalhos posto na parede da sala;
• Ex. em três dimensões podemos elencar a sequência das carteiras da sala de aula;
• A ideia anterior implica a relação de ORDEM ou de sucessão, onde há, primeiro o quadro, no meio a parede e depois a porta;
• A percepção de cada elemento e sua relação com os demais leva à relação de ENVOLVIMENTO, que pode ser percebida em uma, duas ou três dimensões;
• Apesar de não proporcionar uma localização exata, as noções topológicas são usadas para a localização relativa que tem o corpo como referencial.
• Esses sistemas simples de localização fazem parte do esquema de localização cotidiano de qualquer cidadão.
• A localização geográfica constrói-se à medida que o sujeito se torna capaz de estabelecer relações:
• Nesses espaços exemplificados, se nota a sequência de pontos, ou seja, em CONTINUIDADE, pois o espaço é contínuo, sendo impossível a ausência de espaço;
• As localizações são, portanto, contínuas, e o espaço forma um todo;
de vizinhança (o que está ao lado);
separação (fronteira);
ordem (o que vem antes e depois);
envolvimento (o espaço que está em torno) e;
continuidade (a que recorte do espaço a área considerada corresponde) entre os elementos a serem localizados.
• Por isso é difícil, realizar um estudo geográfico de áreas isoladas, descontextualizadas;
Relações espaciais topológicas: orientação e localização
• A ideia de que a localização está relacionada com os pontos cardeais (N; S; L; O) é um equívoco, pois outras noções prévias estão envolvidas no processo de localização.
• As noções iniciais de localização vêm com a construção das noções topológicas elementares, que não são muitas vezes levadas em conta no sentido da localização. • Inicialmente, o corpo é usado como meio para orientar-se no espaço, sendo este determinante para os referenciais de localização.
•O corpo atua sobre o meio permitindo um certo domínio espacial pela ação e pelo movimento.
• Vencendo a etapa das construções topológicas, a localização começa a basear-se em esquemas projetivos.
•O principal esquema é o da lateralidade, no qual os sujeitos trabalham com referências do corpo, para estabelecer a localização.•Muitas vezes na construção de mapas mentais utilizamos a lateralidade como referência, que potencializa os estudos da rosa-dos-ventos e seus pontos.
DESCENTRALIZAÇÃO ESPACIAL
• Para Piaget, o pensamento intuito, característico da criança entre 4 e 7 anos, assenta-se sobre aquilo que ela percebe;
• Na construção da noção do espaço é através desse processo que começa a dar conta que o juízo que faz da localização dos objetos pela sua referência não condiz com a realidade;• A criança que partia do uso do corpo como referência espacial, começa a perceber que outros referenciais podem ser usados;
• Ex. percebe que a mesa pode estar perto de si e ao mesmo tempo longe de seu colega;
• Passa então a situar objetos a partir das relações espaciais entre eles, sendo esse processo chamado de DESCENTRALIZAÇÃO;
• Esse consiste na passagem do egocentrismo infantil para um objetivo mais realista;
• A partir de um centro no espaço (Hannoun, 1977), usa conceitos na descentralização da organização espacial que são: Lateralidade, Profundidade e Anterioridade;
• Lateralidade: corresponde à noção e direita e esquerda que uma pessoa desenvolver para orientar-se (a direita de, à esquerda de).
• Anterioridade: corresponde à noção de ordem e sucessão de objetos no espaço, a partir de um determinado ponto de vista (antes de, depois de, entre, a frente de).
• Profundidade:
corresponde à noção de
posição com relação à
variação na vertical (em
cima, no alto, em cima de, sobre;
abaixo de, o fundo de,
debaixo de).
• As relações espaciais organizam-se a partir do esquema corporal com base em um eixo bipolar e tridimensional;
• No processo de descentralização, se projeta esse eixo nos objetos para localizá-los, assumindo a postura de observador;
• Essa passagem é feita gradativamente, à medida que percebe que os objetos possuem partes e lados, os quais servem como referenciais;
Questionamentos necessários para a iniciação da educação espacial
Conhecemos o espaço em que a criança se locomove?
Sabemos interpretar as informações sobre esse espaço?
Nosso aluno já consegui passar da percepção para a concepção?
Ele consegue compreender um mapa ou uma maquete?
O Ensino de Geografia para crianças
• Necessidade do estudo das relações entre o processo histórico e o funcionamento da natureza;
• “Subdisciplinas” - A divisão em campos do saberes é apenas um recurso didático - pois o objetivo central e entender as relações sociedade-natureza;
• A análise deve focar as dinâmicas de suas transformações e não a descrição – mundo estático;
• A compressão dessa dinâmica requer movimentos constantes entre temas bióticos e abióticos;
Por que estudar Geografia?
Três razões para responder essa pergunta:
1. para conhecer o mundo e obter informações;
2. é a ciência que analisa e tenta explicar o espaço produzido socialmente – espaço social (recurso) x espaço desconexo;
3. para instrumentalizar o aluno fornecendo condições para a formação da cidadania;
Desafio da geografia? Fazer da mesma uma disciplina interessante, que tenha a ver com a vida e não apenas dados;
Passar para o aluno a dinamicidade do processo de construção do espaço geográfico - o mesmo não pode ser compreendido como pronto e acabado;
Construção dos conceitos básicos: grupo - espaço - tempo: quem sou? Onde vivo? Com quem? Quando? – as respostas permitem reconhecer a historia, o espaço e a identidade da criança;
Esses questionamentos devem ser feitos assentados numa realidade concreta – aí o bairro pode se constituir num conteúdo significativo;
O lugar não se explica por si mesmo - necessidade de estabelecer ligações com outros níveis;
Local onde se oportuniza as bases concretas para entender a construção social do espaço;
Formar cidadão é trabalhar com uma realidade concreta, vivida cotidianamente, e não coisa distantes abstratas;
Estudar o bairro permite que o aluno se situe no espaço em que vive – que o compreenda como gênese de um processo social;
Experiências locais como laboratório de estudo: zona rural e urbana; bairro; uma fábrica; um trajeto e etc;
Realização de trabalhos de campo – proximidade das experiências locais;
Desafio - tornar coerente o senso comum do aluno;
• Kaercher (1998) vê no ensino de Geografia para crianças uma das possibilidades da formação do cidadão – posicionamento crítico frente as desigualdades locais;
• Foco no lugar: o distante, longínquo e global são entendidos como conceitos abstrato;
• Incoerência entre o modo de ensinar e o movimento de viver da sociedade – conteúdos neutros que mascaram a realidade;
• Diante disso, qual deve ser o ponto de partida no ensino de Geografia?
• Para Pontuschka (1999) as condições de existência social dos alunos são pontos de partida/sustentação para compreensão do espaço geográfico, dentro de um processo que vai do particular ao geral e retorna enriquecido ao particular.
• A realidade, ou o lugar em que se vive, é o ponto de partida para se chegar à explicação dos fenômenos – busca de explicações, de comparação e de extrapolação;
• A inserção na sua realidade – compreensão de participa de forma ativo na produção do espaço;• Realidade entendida como algo em processo de constante movimento – espaço nunca pronto e acabado;
• Fugir da Geografia enumerativa, descritiva e enciclopédica;
• Fragmentação do conteúdo em Geografia humana, econômica e física é irreal;
• Prática errônea de total hierarquização do espaço, onde cada dimensão é ensinada de forma fragmentada e independente;
• As mídias globais “ confundem” a noção de escala - tudo apresenta um significado em escala mundial - aldeia global;
• Todavia é impossível esconder da criança o mundo Ex. Copa do Mundo;
• Com a Globalização e o avanço TCI, o lugar não pode ser entendido como uma categoria que se encerra em si;
• Para Santos (1997) ele é cada vez mais objeto de uma razão global e de uma razão local, convivendo dialeticamente;
• A realidade continua sendo o ponto de partida, com pos-sibilidade de estabelecimento das primeiras relação mundo;
•O mundo é uma abstração porque ele nada mais é do que um conjunto de possibilidades, cuja efetivação depende das oportunidades oferecidas pelos lugares;
• O lugar é que permite a empiricização do mundo, podendo revelar suas contradições;
• A categoria lugar possibilita trabalhar as realidades sem se prender com os limites administrativos;
Aprender e ensinar Geografia
• A maneira mais comum de se ensinar geografia tem sido a partir do discurso do professor e livro didático;
• Após a exposição ocorre a avaliação, pelos exercícios de memorização;
• Todavia abordagens atuais tem buscado praticas pedagógicas que permitam mostrar diferentes aspectos de um mesmo fenômeno – busca de compreensões mais complexas;
• Na avaliação busca explorar procedimentos de problematização; observação com fins de formular hipóteses e explicação da estrutura espacial;
• Para tanto a Natureza e a Sociedade tem que ser estudada conjuntamente – base material sobre a qual o espaço geográfico é construído;
• O estudo da paisagem local não se deve restringir a mera constatação e descrição – deve-se prezar as relações entre a sociedade e a natureza que aí se encontram presentes;
• Buscar a inserção do aluno no ambiente – metodologia para formação conservacionista;
• Superar o discurso naturalista, e considerar os aspectos de sociedade, cultura, trabalho e cidadania. Ex. Favela;• Geografia
multidisciplinar Ex. literatura, vídeos, filmes, fotos, - fontes de informação e de leitura do espaço;
Critério de seleção/organização dos conteúdos de Geografia
• A aquisição de conhecimentos básicos em Geografia é fundamental para o desempenho das funções de cidadania;
• Para tanto, a seleção de conteúdos deve contemplar temáticas de relevância social – constituição e identificação com o lugar – nação brasileira – diversidade;
• Também deve-se selecionar conteúdos relacionados as categorias de análise da Geografia;
• Identificação de singularidades do espaço geográfico;
Que Geografia estudar ?
A Geografia é uma ciência social – ao ser estudada, tem de considerar o aluno e a sociedade em que vive;
Não pode ser algo alheio – amontoado de assuntos desconexos apenas com descrições de lugares;
Deve permitir que o aluno se perceba como participante do espaço – fugir da catalogação enciclopédica, onde o homem é um fato a mais na paisagem, sem ser social e histórico;