ENSINO DIFERENCIADO

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Aluna: Maria Inês Fossa de Almeida

ENSINO DIFERENCIADO: atendendo todos os aprendizes.

Antes de nos aprofundarmos no ensino diferenciado, devemos nos reportar ao que seja conhecimento, informação e aprendizagem.

A informação são fatos e conceitos, que nos são passados formalmente ou informalmente, pelo meio social em que vivemos.

O conhecimento é o desvendar, destas informações, que procuram esclarecer a realidade. Mas o que é a realidade? A resposta natural seria: aquilo que é. Entretanto, o mundo mental de cada um é diferente e cada pessoa percebe esta realidade de forma diversa... Então o conhecimento é uma análise crítica da linguagem ou simbolismo em que a realidade é expressa. Trata-se de uma posição crítica, ponderando o valor e o de proposições e um perfeito emprego da linguagem simbólica alcance do próprio conhecimento.

Na reflexão lógica, há um encadeamento construído. O pensamento e o produto de sua elaboração vêm a ser o conhecimento.

Quando você conhece, adquire um saber, ou seja, uma aprendizagem. Ao expressar este saber (o que você aprendeu) verbalmente, coerentemente ou mesmo por meio de uma experiência, levará o seu interlocutor a ressignificar este conhecimento. Porque o que um conhece e sabe, não será o mesmo do outro.

Porque o conhecimento é uma interpretação e, portanto, vinculada a tudo o que já se assimilou a respeito do mundo. Cada pessoa possui um conjunto de vivências que lhe faz interpretar tudo o que se lhe é apresentado de forma inteiramente particular. É claro que existe um mar de consensos a respeito de muita coisa, mas sempre há detalhes específicos diferentes para cada um. A visão de mundo (weltanschauung) da pessoa lhe faz perceber, entender e compreender cada coisa e cada fato à sua própria maneira. O que se pretende com a construção de um conhecimento objetivo é, justamente, isolar os pontos em comum desses particulares entendimentos, para se dizer que aquilo é o que se considera o conhecimento a respeito do assunto. Mas é bom, também, ressaltar os vieses mais importantes. Em algumas áreas, eles se constituem em verdadeiras "escolas de pensamento", até mesmo antagônicas, como se dá em economia, sociologia, psicologia, filosofia, história. Em outras há, geralmente, um consenso na comunidade, como em matemática, física, química, astronomia, geologia e, mesmo, biologia. Nessas, quando novos fatos provocam uma revisão dos modelos descritivos, ocorre um "corte epistemológico", pelo qual o novo paradigma substitui o anterior, sem haver coexistência de interpretações conflitantes.

Sendo assim cada ser humano é singular, e percebe o mundo também de uma maneira diferentemente um do outro, portanto o ideal seria termos também um Ensino Diferenciado, que reconhecesse o estilo de aprendizagem de cada aluno, permitindo que demonstrem o que sabem visando apreender

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seus pontos fortes e interesses. Esta abordagem não substitui os programas de atendimento às necessidades dos alunos talentosos, a diferenciação pode ser uma abordagem útil para atender um amplo conjunto de interesses, habilidades e estilos de aprendizagem. Mas para a implantação deste ensino e currículo diferenciado, apesar de não ser novo. A Escola deverá quebrar certos paradigmas, principalmente ideológicos.

Segundo a concepção dialética, o homem só se realiza na sua práxis. Fora dela, ele é um alienado. E o propósito das ideologias costuma ser, exatamente, alienar o homem. Porque na visão marxista, a palavra ideologia tem um sentido mais profundo e nos mostra que, normalmente, as idéias cristalizadas em sistemas que governam as sociedades nada mais são do que uma ocultação da realidade. Assim, na verdade, a ideologia concerne à consciência, mas é, realmente, inconsciente.

Podemos assim, concluir, que na realidade a Escola como Instituição do Estado, ela por si, é excludente. O que se torna diametralmente oposta à proposta do ensino diferenciado. Para um ensino efetivo que atenda todas as diferenças desta população escolar os professores deverão focar dois fatores: a natureza dos alunos e o significado essencial do currículo. Mas, terão que ampliar sua visão sobre: Quem – O Que e O Como ensinamos. Este ensino normalmente envolve a modificação em um ou mais aspectos, tais como: conteúdo, processo e produto.

Quando uma escola se propõe a elaborar um ensino diferenciado e atender também às crianças com necessidades educacionais especiais, tanto para mais como para menos, dizemos que ela promove uma Educação Inclusiva. Um sistema educacional que fornece inclusão total baseia-se em algumas ou em todas as seguintes crenças e princípios:

Todas as crianças conseguem aprender; todas as crianças freqüentam classes regulares adequadas à sua idade em suas escolas e locais, [...] recebem programas educativos adequados, [...] recebem um currículo relevante às suas necessidades, [...] participam de atividades co-curriculares e extracurriculares, [e] beneficiam-se da cooperação e da colaboração entre seus lares, sua escola e suas comunidades. (Brunswick,1994; ver também Porter e Richler, 1991)

A escola inclusiva reconhece que os alunos têm muitas características em comum, também reconhece que cada um é único e apresenta necessidades de aprendizagem específicas. Os alunos têm diferentes estilos de aprendizagem, ritmos, talentos e preferências de aprendizagem. Ela aceita esse ponto de vista e celebra a diversidade, responde à heterogeneidade, valoriza as diferenças e elogia a autonomia. A classe inclusiva é o fórum para atender às várias necessidades de todos os alunos.

Para atender à esta complexidade de abordagens, às várias necessidades dos alunos, sobre o papel e as ações dos professores, as interações entre os alunos e os professores e entre os alunos. A classe inclusiva precisa ser pré-

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planejada. Aspectos importantes são a formação de relacionamentos, um ambiente afetuoso e generoso, a igualdade, a possibilidade de apoio permanente e altas expectativas em relação a necessidades múltiplas. As estratégias valorizadas são o trabalho em equipe de professores e alunos, a aprendizagem cooperativa, a intensificação das relações sociais, as adaptações de equipamentos e a gestão curricular.

A abordagem inclusiva convida todos os alunos a aprenderem dentro do contexto social da sala de aula. Enquanto as diferenças são valorizadas e vistas como oportunidades, o acesso dos alunos ao currículo é assegurado. Diferentes maneiras podem coexistir na mesma lição, em que as diferenças pessoais e a diversidade dos meios de aprendizagem não se tornam obstáculos. As teorias de Bloom e Gardner nos ajudam a entender e a regular o grau de complexidade e de estilos de aprendizagem previstos nas atividades a serem desenvolvidas junto aos alunos, no que tange aos conteúdos, processos e produtos.

Existem dois aspectos principais que, os professores, precisam focalizar quando planejam classes inclusivas. Um é concentrar-se na aprendizagem em vez de no ensino, e o outro é optar por estratégias, estruturas e métodos que apóiem a integração social.

Em primeiro lugar, existem objetivos predeterminados, os quais se esperam que todos os alunos atinjam. Resultados de aprendizagem semelhantes ou iguais são esperados, mas a maneira de estudar pode ser adaptada às necessidades dos alunos. Isso seria decidido de antemão e seria uma parte do processo de planejamento.

Em segundo lugar, existe uma sobreposição curricular, o que significa que o mesmo contexto de aprendizagem é usado para atingir resultados de aprendizagem diferentes. Utilizando as metodologias colaborativas ou cooperativas.

Em terceiro lugar, existe a possibilidade de aprendizagem baseada em investigação, o que muitos professores, assim como alunos, acham recompensador.

A utilização do espaço também é uma questão. As salas de aula não são, de maneira nenhuma, a única área para estudo. A flexibilidade deve ser encorajada. Recomenda-se que planos individuais sejam desenvolvidos para todos os alunos. Eles precisam envolver objetivos de curto prazo e altas expectativas para a aprendizagem e o desenvolvimento no domínio cognitivo, emocional e social. Geralmente, o que é considerado bom para uma pessoa ou algumas pessoas tende a ter valor para a maioria dos alunos.

A comunidade escolar neste tipo de escola deve estar integrada e cooperativa. Descobriu-se que o ensino em equipe é uma estratégia central das classes inclusivas. Permite uma intervenção coordenada de diferentes professores para um aluno ou um pequeno grupo de alunos. Os professores precisam planejar aulas e optar por métodos, o que maximiza a vantagem do

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ensino em equipe. Eles assistem de forma conjunta todos os alunos e compartilham suas responsabilidades dentro, assim como fora da sala de aula. Porém, os professores dentro da equipe podem valer-se de seus próprios interesses e habilidades diversos, especializando-se em disciplinas e projetos.

Recomenda-se que os professores, logo no início de sua colaboração, discutam sua forma preferida de colaboração, o que eles podem esperar dela. Convém que compartilhem pontos de vista sobre o ensino e a aprendizagem, que discutam o modo como abordarão as várias tarefas, que os esperam e que distribuam os vários papéis e responsabilidades.

Conclusão:

Acredito que o ensino diferenciado em sala de aula, e em seu aspecto mais amplo, a Educação Inclusiva, seja o melhor caminho para se promover a justiça social.

Bibliografia

VIEIRA, Alexandre T. Anexo 7 – Ensino Diferenciado: atendendo todos os aprendizes. Apostila de Educação Especial para Dotados e Talentosos – 2010.

PACHECO, José. Eggertsdóttir, Rosa. Marinósson, Gretar L. Caminhos para a Inclusão - um guia para o aprimoramento da equipe escolar. Artmed, 2007.