Ensino Fundamental

BNCC E CURRÍCULO COMUM

Por que conhecer o Processo Histórico?

Percepção com mudança de paradigmas de que a educação é transformadora e

libertadora.

Revisão no campo educacional propondo teorias pedagógicas com contribuições na

ação pedagógica dos educadores.

Favorecimento do acompanhamento dos alunos na capacidade e no desempenho em

enfrentar situações concretas.

Formação humana com possibilidades aos envolvidos de mobilizar-se e articular-se

com autonomia, com postura crítica e ética.

Autonomia das instituições escolares com surgimento da LDB n. 9.394/96, fazendo

com que elaborassem seu Projeto Político Pedagógico.

Elaboração do Projeto Político Pedagógico, baseado na concepção de Educação.

Construção de um perfil profissional com acesso efetivo às conquistas científicas e

tecnológicas da sociedade.

Processo de aprendizagem com caráter de aprender por meio da criação, inovação,

mudança, buscando soluções aos problemas enfrentados, agindo de forma proativa.

Educação que oportuniza autonomia intelectual e moral para o indivíduo aprender a

ser ele mesmo, único, diferente na igualdade e diversidade.

Promoção da aquisição de capacidades que levem ao pensamento crítico e autônomo,

pautado em valores socialmente construídos.

Formação continuada de saberes que transformam a prática numa ação constante de

relações entre:

querer mudar para transformar

empreender no fazer do seu trabalho

agir com autonomia e responsabilidade

ter disposição para tomar iniciativas

solucionar problemas de modo criativo

ter pensamento sistêmico e boa capacidade de comunicação em várias linguagens e

tecnologias.

UM POUCO DE HISTÓRIA

Antigos inventou a escrita e como ler e

escrever. Sistema com chave de decifração e regras de codificação

Portugueses e a catequese das colônias

escolas de primeiras letras

Revolução francesa e as escolas do povo 1 ano

para alfabetizar

Século XX alfabetização em larga escala

ANTES: Revolução Francesa (século XVIII), o processo de alfabetização tinha um caráter individual.

DEPOIS: Revolução Francesa, o processo de

alfabetização passou a ser coletivo - sala de aula

(1 ano para alfabetizar)

O método das

cartilhas, baseado no

alfabeto, tabelas de

sílabas, exemplos de

palavras e textos de

leitura eram os

modelos usados pelos

professores.

Material didático:

painel com exemplos,

lousa individual para

exercícios, livro de

leitura.

Século XX:

Excesso de alunos para serem alfabetizados

Falta de professores

Falta de escolas

Falta de material adequado ao ensino e à aprendizagem

Mudanças políticas e econômicas no mundo

Avanços das ciências

Guerras

Alfabetização como um problema mundial

O grande problema dos países subdesenvolvidos

Na história dos métodos encontramos dois grandes grupos:

Correspondência fonográfica;

Compreensão.

MÉTODOS SINTÉTICOS ( Das partes para o todo)

ALFABÉTICO (Soletração)

É o mais antigo. Pressupõe a decoração oral das letras do alfabeto e seu reconhecimento posterior.

Memorização sem RELAÇÃO dos sinais com a fala. Silabário com todas as combinações possíveis para os alunos contá-las e memorizá-las.

Crítica: falta de sentido

FÔNICO

Forma das LETRAS com o som. Iniciando-se pelas VOGAIS, depois as consoantes.

Ensino dos SONS.

Relação som/letra é o principal objetivo.

No Brasil, em 1880, é chamado de moderna soletração

SILÁBICO

Acesso direto às sílabas, partindo-se das mais fáceis (simples) para as mais difíceis (complexas).

Palavras destacadas para estudar sua família silábica. E estas serão usadas para novas palavras e frases (da mesma família).

A correspondência fonográfica acontece no nível da SÍLABA.

PALAVRAÇÃO

Já era utilizado por Comênio, no século XVII.

As PALAVRAS são apresentadas em agrupamentos e os alunos aprendem a reconhecê-las pela visualização e pela configuração gráfica. Ex: GATO

Utilização de cartões para fixação de palavras ao lado de gravuras

SENTENCIAÇÃO OU MÉTODO DA FRASE

Uma frase ou sentença é apresentada, deve ser reconhecida globalmente e compreendida.

Depois será decomposta em palavras.

E finalmente em sílabas.

A estratégia é comprara palavras e isolar elementos conhecidos para ler e escrever novas palavras.

MÉTODOS ANALÍTICOS ( Do todo para as partes)

• Década de 30 ( Brasil).

• O ponto de partida é o texto, que memorizado e

“lido” para o reconhecimento das sentenças,

seguida do reconhecimento das expressões, de

palavras, e finalmente de sílabas.

MÉTODOS ANALÍTICOS (Do todo para

as partes)

• Observa-se uma mistura dos métodos.

• Utilizando-se de pequenos textos seguidos de

famílias silábicas a serem memorizadas.

MÉTODO ANALÍTICO-SNTÉTICO OU MISTO

ALGUMAS ILUSTRAÇÕES DE CARTILHAS

Cartilha do Povo de Lourenço Filho Cartilha Sodré

Cartilha – método fônico

Significado de Aprendizagem

O que é Aprendizagem?

É um fenômeno ou um método

relacionado com o ato ou efeito de aprender.

Estabelece ligações entre

certos estímulos e respostas equivalentes,

causando um aumento da adaptação de um ser vivo ao seu meio envolvente.

A aprendizagem escolar se distingue:

pelo caráter sistemático e intencional;

pela organização das atividades (estímulos) que a desencadeiam;

pelas atividades que se inserem em um quadro

de finalidades e exigências determinadas pela instituição escolar.

Processo de ensino-aprendizagem: a atividade do aluno enquanto agente

da sua aprendizagem, deixa de ser o agente

passivo do ensino ministrado pelo professor.

RELAÇAO DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM

Aprendizagem promove desenvolvimento.

O ensino deve se antecipar sempre ao desenvolvimento - Zona de

desenvolvimento próximo.

Escrita: o domínio da linguagem escrita significa para a criança

apropriar-se de um sistema de signos simbólicos extremamente

complexos. Aprender a escrever ativa a formação das funções

psíquicas superiores, provocando mudanças , por isso tem a mesma

importância no aprender a falar.

APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO HUMANO NA

PERSPECTIVA HISTÓRICO-CULTURAL

O TRABALHO PEDAGÓGICO VOLTADO PARA

A FORMAÇÃO DE CONCEITOS

É por meio da apropriação do conhecimento científico que o aluno

conhece a realidade da qual ele faz parte.

Leontiev (1978) “quanto maior é o progresso da humanidade, mais

rica é a prática sócio-histórica acumulada por ela, mais cresce o papel

específico da educação e mais complexa é a sua tarefa. Toda etapa

nova de desenvolvimento da humanidade traz em seu bojo uma nova

forma de educação”.

Os seres humanos apropriam-se da cultura para se desenvolver e

também para que ocorra o desenvolvimento da sociedade como um

todo. sem a transmissão dos conhecimentos para as gerações

seguintes, é impossível a continuidade do processo histórico.

FUNÇAO DA ESCOLA

A escola faz a mediação entre os conteúdos

historicamente produzidos pela humanidade e o

aluno, procurando formas para que esses

conhecimentos sejam apropriados pelos

indivíduos, contribuindo para a formação de novas

gerações de seres humanos.

Ensino: papel central no sistema de organização

da vida da criança, determinando seu

desenvolvimento psíquico, pois constitui um meio

sistematizado de transmissão da experiência

social.

TRABALHO DOCENTE

O conceito de zona de

desenvolvimento próximo

confere ao professor a

função principal de

ensinar, de dirigir o

processo educativo, com

a finalidade de

potencializar as

possibilidades do aluno,

de forma a converter em

desenvolvimento atual

aquilo que estava na zona

de desenvolvimento

próximo.

A tarefa do professor deve

centrar-se em ensinar o aluno

a estabelecer uma relação

consciente com o

conhecimento científico e

sistematizar os conteúdos

científicos para que sejam

apropriados pelos alunos.

A forma ativa com que a criança

se apropria do mundo exige que

o professor organize o

conteúdo para proporcionar

esse ir e vir do mundo externo

ao interno.

• Criar, em nível individual, novas estruturas mentais

evolutivas;

• Saviani: passar do senso comum à consciência filosófica. Cabe

ao professor partir da prática social buscando alterar,

qualitativamente a prática de seus alunos, para que possam ser

agentes de transformação social.

• A psicologia histórico-cultural, quando preocupa-se com a formação dos

processos psicológicos superiores, considera a apropriação do conhecimento

científico, do saber sistematizado, por parte dos homens, seu alvo principal. O

professor, nesse sentido, deve estruturar a atividade pedagógica de tal forma

que oriente o conteúdo e os ritmos de desenvolvimento das funções psíquicas

superiores.

O processo de ensino e de aprendizagem

estão intrinsecamente relacionados, pois...

por meio da ação pedagógica intencional, tem por objetivo

promover a aprendizagem

que é o processo ativo de apropriação de conhecimento, formação e desenvolvimento das qualidades humanas.

O Ensino

De

acordo

com a

teoria

Histórico

- Cultural

A aprendizagem impulsiona o

desenvolvimento

por meio da atividade

constituída de necessidades

cujo núcleo básico, de acordo com Davydov, é o

desejo

e este é impulsionado

pela motivação para aprender.

1. Fundamentos da Psicologia Histórico-Cultural e

Pedagogia Histórico-Crítica (Lígia Márcia Martins)

Materialismo Histórico-Dialético; psiquismo humano e

animal; funções psicológicas elementares e

superiores; natureza social do desenvolvimento

humano; trabalho; objetivação e apropriação;

aparência e essência; autodomínio da conduta; lei

genética geral do desenvolvimento; mediação;

signos; linguagem e pensamento; pensamento

sincrético e abstrato; pseudoconceitos e conceitos.

2. Apontamentos sobre o trabalho pedagógico no

primeiro ano do EF à luz da periodização (Juliana

Pasqualini e Angelo Abrantes)

Atividade; motivos e finalidades; sentido pessoal e

significado social; atividade guia; periodização do

desenvolvimento; mediação; nível de

desenvolvimento atual (NDA) e zona de

desenvolvimento iminente (ZDI); idade pré-escolar e

jogo de papéis; foco no processo; período de

transição e crises dos desenvolvimento; idade

escolar e atividade de estudo; foco no produto.

3. Atividade de estudo como guia do

desenvolvimento da criança em idade escolar

(Flávia Asbahr)

Idade escolar e atividade de estudo; tarefa de estudo

como unidade de análise; formação do pensamento

teórico/abstrato; ensino de conceitos científicos;

atividade valorizada socialmente; centralidade do

professor; transição para adolescência e

comunicação íntima pessoal; importância da

coletividade; pensamento empírico e abstrato;

problemas de aprendizagem; atividade orientadora de

ensino (AOE).

4. Comunicação íntima pessoal e

desenvolvimento psicológico na adolescência

(Ricardo Eleutério)

Concepções biologicistas e idealistas de

adolescência; adolescência inicial e comunicação

íntima pessoal; adolescência final e atividade

profissional de estudo; apropriação de normas morais

e éticas da sociedade; mudança na situação social

da criança/adolescente; modelo de ser humano mais

desenvolvido; importância da coletividade; grupo

como referência.

Diz respeito ao modo pelo qual os indivíduos produzem

sua existência e ao modo pelo qual os seres humanos

satisfazem suas necessidades; ela apresenta um motivo

definido e é composta por um encadeado de ações

articuladas entre si que possuem finalidades

determinadas. É por meio da articulação entre motivos e

finalidades que a atividade ganha sentido pessoal para

o sujeito (DUARTE, 2004).

ATIVIDADE

Gênese: motivo

identidade entre necessidade e objeto apto a

atendê-la;

Estrutura: Ações

(finalidade)

Operações (função social dos objetos)

“Exemplificaremos essas relações inspirados na situação dada

por Leontiev (1983): um sujeito está com fome (necessidade de

comer) e pode satisfazer essa necessidade se buscar comida

(objeto). Encontra-se motivado para a atividade de buscar comida

quando sente a necessidade de comer e quando idealiza um

objeto que possa satisfazê-lo. Propõe-se, então, objetivos: o que

poderá fazer (ações) para satisfazer sua necessidade? As ações

possíveis dependerão das condições concretas de vida do

indivíduo, e são engendradas historicamente”

(ASBAHR, 2005, p. 110).

A Lei Genética Geral também se aplica ao motivo, de modo que

esse se manifesta primeiro interpsiquicamente e, após

internalização, se manifesta intrapsiquicamente;

Necessidade de articulação entre motivo e finalidades (unidade

dialética) para conferir sentido pessoal para atividade;

“A significação social da atividade pedagógica do educador é

justamente proporcionar condições para que os alunos aprendam,

ou melhor, engajem-se em atividades de aprendizagem. Para tanto,

o professor é responsável por organizar situações propiciadoras”

(ASBAHR, 2005, p. 113)

“A atividade pedagógica alienada deixa de caracterizar-se

como tal e transforma-se em mera operação automatizada

de repetir conteúdos infinitamente e reproduzir de forma

mecânica o que está no livro didático, ou ainda, ficar

esperando, na sala de aula, o tempo passar enquanto os

alunos realizam tarefas também sem sentido. Segundo

Basso (1994, 1998), os professores, ao sentirem essa cisão

entre o significado e o sentido de seu trabalho, avaliam suas

condições de trabalho como limitadoras e expressam

desânimo e frustração ao falarem de sua profissão”

(ASBAHR, 2005, p. 115)

“Para a psicologia soviética, as categorias

consciência e atividade formam uma unidade

dialética. O estudo da consciência requer estudar

as relações vitais dos homens, as formas como

estes produziram e produzem sua existência por

meio de suas atividades, ou seja, requer “estudar

como a estrutura da consciência do homem se

transforma com a estrutura da sua atividade”

(Leontiev, 1978, p. 92)” (ASBAHR, 2005, p. 110).

UNIDADE DIALÉTICA

ATIVIDADE/CONSCIÊNCIA

Reestrutura

Atividade Consciência

Promove o desenvolvimento

Jogo de Papéis

“Não basta para a criança contemplar um carro em

movimento ou mesmo sentar-se nele; ela precisa agir,

precisa guiá-lo, comandá-lo” (Leontiev, 1988).

Como é a atividade da criança no jogo de papéis?

Passa a ver o adulto, sobretudo,pelo lado de suas funções.

Há uma necessidade da criança em agir não somente sobre os

objetos, mas também no mundo do adulto, em suas relações.

“Assim, as ações próprias das crianças se

objetivam na forma de ações de outra pessoa

e, com isso, facilita-se sua conscientização, seu

controle consciente. A criança controla com

dificuldades suas próprias ações; porém as

controla de maneira relativamente mais fácil

quando elas estão, por assim dizer,

exteriorizadas e dadas na forma de ações de

outra pessoa.” (Elkonin, 1987)

O jogo de papéis possibilita a formação e o desenvolvimento:

- da linguagem oral;

- do pensamento;

- da memória;

- da atenção;

- da imaginação;

- do controle da própria conduta;

- formação da identidade;

- socialização; etc.

Imagem - Portinari

Qual a implicação educacional?

Elkonin afirma que conhecer e entender a natureza psicológica

do jogo nos permitirá não somente compreender sua

importância para o desenvolvimento da criança, mas também

nos fornecerá elementos para dirigir esta atividade de forma

consciente no processo educacional, planejando

intencionalmente situações de jogo protagonizado, com

riqueza de conteúdos e materiais.

Portinari

Ampliação de repertório

Visita ao consultório da dentista

Ampliação do repertório - Visita ao salão de beleza

O

de

se

nvo

lvim

e

nto

ps

íqu

ico

O

desenvolvimento

psíquico

É determinado

essencialmente pela

relação criança-

sociedade. As condições

históricas exercem

influência sobre o

processo de

desenvolvimento.

Resulta do processo de interação do sujeito com o mundo por

meio da mediação dos instrumentos e signos produzidos pela

humanidade

Uma categoria fundamental para compreender a relação que

se estabelece entre a criança e o mundo e suas

transformações ao longo da vida é o conceito de atividade.

A relação entre o

Mundo Objeto Sujeito

É medida pelas ações humanas!

Atividade

dominante

ou

Atividade-

guia.

A categoria

fundamental para

compreender o

psiquismo

infantil em

desenvolvimento

é o conceito de

Chamamos de “atividade principal” da

criança aquela caracterizada pelos três

atributos

É a atividade em cuja

forma surgem outros

tipos de atividade, e

dentro da qual eles

são diferenciados.

A atividade principal é

aquela na qual

processos psíquicos

particulares tomam

forma ou são

reorganizados.

A atividade principal é

a atividade da qual

dependem, de forma

íntima, as principais

mudanças

psicológicas na

personalidade infantil.

A atividade principal é então...

A atividade cujo desenvolvimento governa as mudanças

mais importantes nos processos psíquicos e nos traços

psicológicos da personalidade da criança, em um certo

estágio de seu desenvolvimento.

É aquela por meio da qual ela entra em contato

com o mundo que a rodeia, aprende e se

desenvolve.

Reorganiza e forma os processos psíquicos, e

dela dependem as principais mudanças

psicológicas que caracterizam o período em

que a criança se encontra.

A atividade

dominante

Cada período do desenvolvimento da criança

é caracterizado por uma relação determinada,

por uma atividade principal, que guia o

desenvolvimento psíquico.

Então:

Cada período é marcado por uma

determinada atividade dominante

É a mudança de atividade dominante, principal

ou atividade guia que marca a transição a um

novo período do desenvolvimento.

Pergunta-se, então:

Quais são as atividades principais que guiam o

desenvolvimento psíquico em cada período?

Quais as principais mudanças qualitativas que

marcam o desenvolvimento psíquico?

Conceitos fundamentais da periodização histórico-dialético do

desenvolvimento

Época (primeira infância, infância e

adolescência).

Período (cada época se constitui de dois diferentes

períodos). Mudança qualitativa no psiquismo, cada período é marcado

por uma atividade dominante.

Atividade dominante (ela guia o desenvolvimento psíquico - cada

período é marcado por uma atividade dominante), dela dependem as

principais mudanças psicológicas do período. O que nos coloca em

atividade ? Uma necessidade/motivo. As bases da

atividade de um período são lançadas/gestadas no período anterior.

Crise (cada novo período do desenvolvimento representa uma mudança qualitativa na

relação da criança com o mundo - mudança brusca

que produz uma reorganização do psiquismo

da criança).

ATIVIDADE GUIA

Nem todas as atividades realizadas pelas crianças possuem

a mesma determinação sobre o desenvolvimento; em cada

período do desenvolvimento, uma determinada atividade

assume a primazia como força motriz do desenvolvimento

do psiquismo e da personalidade; é a atividade que

engendra, que governa as transformações mais importantes

e determinantes do psiquismo humano;

(atividade principal, atividade dominante)

“A psicologia histórico-cultural aborda o problema da

periodização do desenvolvimento psíquico humano a

partir do conceito de atividade guia. Tem-se como

pressuposto que é a atividade humana que mobiliza e

provoca o desenvolvimento de capacidades e funções

psíquicas e, portanto, da própria consciência. Estar em

atividade implica estabelecer finalidades para as

próprias ações e ser capaz de encadeá-las tendo em

vista a satisfação de necessidades, o que exige

organização e domínio do próprio comportamento”

(PASQUALINI; ABRANTES, 2016, p. 84).

ATIVIDADE DE ESTUDO

“Vale destacar que quando estamos falando sobre a atividade de estudo não

podemos tomá-la como sinônimo das ações realizadas cotidianamente pelas

crianças na escola e fora dela, tais como leitura de textos, realização de exercícios

para fixação de conteúdos, avaliações, cópias, lição de casa etc. A atividade de

estudo refere-se à atividade guia do desenvolvimento na idade escolar, cuja

característica é produzir a constituição de uma neoformação psicológica essencial

ao processo de humanização, a formação do pensamento teórico. As ações

mencionadas podem compor a atividade de estudo se seus fins forem condizentes

com os motivos desta atividade no sentido da formação do pensamento teórico,

mas podem, por outro lado, serem meras operações que pouco contribuem à sua

formação”

(ASBAHR, 2016, p. 96).

Objetivo da atividade:

formação do

pensamento teórico-

pensamento abstrato;

Conteúdo da atividade:

conhecimentos científico;

Unidade de análise: tarefa

de estudo;

Estrutura da atividade de

estudo:

I. compreensão pelo

estudante das tarefas de

estudo

II. realização de tarefas

de estudo

III. auto avaliação da

aprendizagem

ATIVIDADE DE ESTUDO

Papel central do professor na atividade de estudo:

organização da atividade de estudo, medeia o

desenvolvimento de capacidades e funções psíquicas,

promove a auto-organização e o auto domínio da conduta;

Nível de Desenvolvimento Atual - NDA: o que criança já

consegue fazer sozinha;

Zona de Desenvolvimento Iminente - ZDI: o que criança

consegue fazer com o auxílio-mediação do outro;

“O estudo, isto é, aquela atividade em cujo processo

transcorre a assimilação de novos conhecimentos e cuja

direção constitui o objetivo fundamental do ensino é a

atividade dominante nesse período. Durante este, tem lugar

uma intensa formação das forças intelectuais e cognitivas da

criança. A importância primordial da atividade de estudo está

determinada, ademais, porque por meio dela se mediatiza

todo o sistema de relações da criança com os adultos que a

circundam, incluindo a comunicação pessoal na família”

(ELKONIN, 1987, p.119 apud ASBAHR, 2016, p. 97).

ATIVIDADE DE ESTUDO atividade produtiva, atividade valorizada

socialmente;

nova situação social de desenvolvimento;

desejo de aprender o que adultos sabem;

“a criança precisa ser introduzida à atividade de estudo de forma intencional pela escola e pela família, o que significa criar um contexto de valorização das ações de estudo” (ASBAHR, 2016, p. 98, grifos da autora)

PROCESSO DE FORMAÇÃO DA ATIVIDADE DE ESTUDO:

Anos iniciais do EF

(1º e 2º ano) 3º ano a diante

- motivação ligada à figura do

professor (agradar o professor);

- transição da atividade de jogo para

atividade de estudo.

- interesse por escola começa a diminuir;

- início dos problemas de indisciplina;

- falha na organização do ensino: compreensão

empírica, ensino verbalista, baseado na

memorização → conflito: o que criança está apta

a fazer X o que criança está fazendo;

- vínculo com professor cede importância para

vínculo com o grupo de amigos;

- comunicação íntima pessoal como atividade

embrionária;

- organização individualista de ensino.

Importância da atividade de estudo como

atividade coletiva:

atividade conjunta com outros estudantes;

mediada por professor;

professor deve organizar sua ação de ensino de modo a

produzir intencionalmente o sentido de coletivo em cada

criança singular;

papel ético e político da atividade coletiva em uma

sociedade que preza e promove o individualismo.

“Em síntese, há dois elementos centrais a serem destacados para

que possamos dar continuidade à nossa discussão sobre esta

atividade guia: 1) um bom ensino, que promova o desenvolvimento

de nossos(as) estudantes, deve ser organizado tendo a atividade

de estudo como referência, e especialmente pautar-se na ideia de

que esta atividade não se desenvolve naturalmente, sendo preciso

fomentar o desenvolvimento da capacidade de estudar; 2) uma

característica fundamental da atividade de estudo diz respeito à

sua configuração como atividade conjunta, coletiva, o que traz

implicações importantes à organização do ensino”

(ASBAHR, 2016, p. 105).

Quadro elaborado pela estudante Letícia de Souza Ribeiro – UNESP/Bauru – durante um curso de formação ministrado

aos professores de Bauru

O conhecimento teórico é o conteúdo da atividade de estudo

= a apropriação desse conhecimento promove neoformações

psíquicas como a consciência e a formação do pensamento

teórico

Conceitos científicos = condição necessária para o

pensamento teórico = são ferramentas do pensamento = são

signos (palavras) específicos que representam a realidade

compreendida histórica e culturalmente pelos homens.

Ou seja, os signos promovem a mediação e a formação

do pensamento teórico na relação entre S – O.

Principais componentes do pensamento

teórico:

a) Reflexão = tomada de consciência, pelo sujeito, das razões

de suas ações na resolução de uma tarefa de estudo

b) Análise = apreender o princípio geral para resolução de

determinada tarefa de estudo, generalizando-o para outras

situações

c) Plano interno de ações = o desenvolvimento de capacidades

de antecipar ações

Pressuposto fundamental: “a escola deve ensinar nossas

crianças a pensarem teoricamente”

Atividade Orientadora de Ensino (AOE).

Como organizar o ensino para formar os componentes centrais do pensamento

(refletir, analisar e realizar o plano interno das ações)?

Como os conceitos podem ser trabalhados pelo professor?

A AOE está baseada nos pressupostos estrutura da atividade

proposta por Leontiev (tarefas e ações de estudo, controle e

avaliação).

“Na AOE, a atividade dos estudantes é mobilizada a partir de um

problema de aprendizagem, que pode ser materializada por meio

de diferentes recursos metodológicos, entre eles o jogo, as

situações emergentes do cotidiano e a história virtual do

conceito” (ASBAHR, 2016a, p.111).

ANÁLISE

- Situação problema que reconstrói a necessidade histórica do conceitos.

- A situação é organizada de um modo que mobiliza os estudantes e cria um

sentido para o que estão aprendendo = formação de motivos para atividade.

- A atividade faz com que os alunos cheguem a uma ação que vai além da situação

particular do pastor.

- Com os desenhos ocorreu o registro dos juízos implicados no objeto de estudo.

- Com o recorte e a colagem buscou-se identificar se as crianças alcançaram uma

categorização estável dos conceitos = processo de generalização.

Com a atividade os estudantes são levados a refletir, analisar e

constituir um plano interno de ações (componentes centrais do

pensamento teórico).

A estrutura da atividade (tarefas, ações e avaliações) é produzida

pela atividade intencional da professora.

Toda atividade é realizada de maneira coletiva, valorizando-se o

grupo como fonte de aprendizagem e desenvolvimento.

Com a atividade coletiva, as crianças aprendem além dos

conceitos teóricos, toda uma ética coletiva de participação no

grupo.

Atividade de Jogo de Papéis e Atividade

de Estudo

A criança de seis anos pode encontrar-se na

transição da atividade lúdica para a atividade

de estudo.

É no interior da atividade de comunicação

emocional direta com o adulto que

as ações com os objetos começam

a formar-se.

(Atividade guia no 1º ano de vida: a partir

dela formam outras atividades)

Sentido e Significado

Indivíduo entra em contato com a linguagem

escrita que possui um SIGNIFICADO histórico e

social posto.

A maneira como se relacionará com esse

significado irá influenciar como ela dominará esse

instrumento.

Sentido e Significado

O sujeito atribui SENTIDO ao SIGNIFICADO;

O SENTIDO da escrita é produzido de acordo com a

maneira que a criança percebe e vivencia situações que

entra em contato com a escrita.

A atividade deve possuir um sentido pessoal coincidente

com o significado social.

Períodos do desenvolvimento da

criança

Atividade de estudo como guia do

desenvolvimento da criança em idade escolar

“Antes a criança sentia a necessidade de fazer

o que o adulto faz, neste momento ela quer

saber o que o adulto sabe”

APROPRIAÇÃO DO CONHECIMENTO

Na idade escolar inicial, as crianças realizam outros tipos de atividades,

mas a principal e que governa o desenvolvimento é a de estudo.

VIGOTSKI

A atividade guia neste momento é a

ATIVIDADE DE ESTUDO

Organização da Área de Linguagens em 4 componentes

curriculares

4.1. Área de

Linguagens

4.1.1.Língua Portuguesa

4.1.2. Arte

4.1.3. Educação

Física

4.1.4. Língua Inglesa

Apresentação do componente Língua Portuguesa

O componente Língua Portuguesa da

BNCC dialoga com documentos e

orientações curriculares produzidas nas

últimas décadas, buscando atualizá-los

em relação às pesquisas recentes da

área e às transformações das práticas

de linguagem ocorridas neste século,

devidas em grande parte ao

desenvolvimento das tecnologias

digitais da informação e comunicação

(TDIC). (BRASIL, 2018, p. 65)

Tal proposta assume a centralidade do texto como unidade de trabalho e a

perspectiva enunciativo-discursiva na abordagem, de forma a sempre relacionar os

textos a seus contextos de produção e o desenvolvimento de habilidade ao uso

significativo da linguagem em atividades de leitura, escuta e produção de textos em várias

mídias e semioses. (BRASIL, 2018, p. 65)

TEXTO

A BNCC de Língua Portuguesa: os quatro eixos de

integração das práticas de linguagem

Práticas de Linguagem

Oralidade

Leitura/ escuta

Produção de textos

Análise linguística/ semiótica

Alfabetizar passa a ser a iniciação do indivíduo em

um determinado conhecimento

Desenvolvimento da

matemática: grupos sociais

(linguagem, jogos, etc.);

Atividades: contar,

localizar, medir, desenhar,

jogar e explicar;

Educação Matemática:

produto cultural (relações

sociais);

Linguagem e instrumento

poderoso no domínio de

novas tecnologias.

Matemática como processo de alfabetização alfabetização das quantidades

• Desenvolvimento da abstração numérica, a ideia de número em sua

operacionalidade

• Simbologia numérica domínio do número e de sua

representação

Compreender, ler e representar os números significa um processo contínuo de desenvolvimento de conhecimento.

• Apropriação de um novo objeto de conhecimento deixa de ser uma mera

repetição de símbolos e passa a ser a elaboração de um esquema conceitual

que permite “processar informações”, transformando-as em conhecimento

organizado.

SENTIDO E SIGNIFICADO

PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO CONHECIMENTO: FORMAÇÃO DA IDEIA

DE NÚMERO E DE NUMERAL

DESENVOLVIMENTO E INTENÇÃO NAS

AÇÕES PEDAGÓGICAS

NÚMERO PRIMEIRO ELEMENTO

DE COMUNICAÇÃO MATEMÁTICA DO

HOMEM

O signo numérico no processo de “alfabetização matemática” ocupa um papel de destaque uma vez que é um dos primeiros elementos de imersão do sujeito no universo da Matemática.

• SISTEMAS ABSTRATOS organizam e inter-relacionam fenômenos do

espaço, do movimento, das formas e dos números, associados ou não a fenômenos

do mundo físico.

• Sistemas contêm ideias e objetos fundamentais para a compreensão de

fenômenos, a construção de representações significativa e argumentações

consistentes nos mais variados contextos.

• Garantir que os alunos relacionem observações empíricas do mundo real a

representações (tabelas, figuras e esquemas);

• Associem essas representações a uma atividade matemática, conceitos e

propriedades, fazendo induções e conjecturas.

• Desenvolvam a capacidade de identificar oportunidades de utilização da matemática

para resolver problemas, aplicando conceitos, procedimentos e resultados para obter

soluções e interpretá-las segundo os contextos das situações.

LETRAMENTO MATEMÁTICO

Competências e Habilidades de

raciocinar, representar, comunicar e

argumentar matematicamente, de

modo a favorecer o estabelecimento

de conjecturas, a formulação e a

resolução de problemas em uma

variedade de contextos, utilizando

conceitos, procedimentos, fatos e

ferramentas

O letramento matemático que assegura

aos alunos reconhecer que os

conhecimentos matemáticos são

fundamentais para a compreensão e a

atuação no mundo e percebe o caráter

de jogo intelectual da matemática, como

aspecto que favorece

o desenvolvimento do raciocínio lógico e

crítico, estimula a

investigação e pode ser prazeroso

(fruição).

PROCESSOS MATEMÁTICOS

Resolução de problemas, de investigação,

de desenvolvimento de projetos e da

modelagem podem ser citados como

formas privilegiadas da atividade

matemática, motivo pelo qual são, ao

mesmo tempo, objeto e estratégia para a

aprendizagem ao longo de todo o Ensino

Fundamental.

Desenvolvimento de

competências fundamentais

para o letramento matemático:

raciocínio, representação,

comunicação e argumentação.

Se há um desejo de que os alunos resolvam problemas,

argumentem, aprendam a ler, escrever e falar matemática, então a

aula deve estar pautada por atividades desafiadoras,

problematizadoras e que favoreçam o trabalho em grupo, a

articulação de pontos de vista e, também, ações de ler e escrever e

representar pensamentos e conclusões. Será cada vez mais

relevante que a matemática e a alfabetização caminhem juntas,

que o professor assuma a formação de leitor e do escritor também

nas aulas de Matemática e que, ao planejar a aula, já se preveja

que os alunos necessitam se engajar em atividades que sejam

possíveis, mas exijam esforços e defesa de pontos de vista para a

argumentação, o raciocínio e as representações sejam priorizadas.

Tanto a “alfabetização Matemática” quanto a

alfabetização na língua requerem a

compreensão do signo e do sistema

construído por esses próprios signos. Uma

sentença matemática é um conjunto de sinais

que se combinam através de regras

construídas sistemicamente, que, por sua vez

permitem a comunicação de uma ideia

tipicamente Matemática.

ATÉ A PRÓXIMA

SEMANA