ENSINO HÍBRIDO: O DESAFIO DE UM ENSINO QUE INTEGRE AS ... · proposição de ensino em meio a...
Transcript of ENSINO HÍBRIDO: O DESAFIO DE UM ENSINO QUE INTEGRE AS ... · proposição de ensino em meio a...
ISSN 2176-1396
ENSINO HÍBRIDO: O DESAFIO DE UM ENSINO QUE INTEGRE AS
TECNOLOGIAS NO DIA A DIA ESCOLAR
Viviane Salarolli de Souza Silva1 - UFMT
Eixo – Educação, tecnologia e comunicação
Agência Financiadora: não contou com financiamento
Resumo
O estudo descritivo discute as tecnologias e os meios de comunicação social (MCS) no
ambiente escolar. Como motivação a importância das mídias e novas tecnologias na vida dos
seus usuários, no qual destacaram-se professores e estudantes, sendo este um recorte do
relatório de estágio de docência na graduação. Justifica-se pela necessidade de identificarmos
a ação docente frente aos investimentos tecnológicos e midiáticos por uma proposição de ensino
em meio a “era digital” vivenciada pela cibergeração. Objetivou-se descobrir como as
professoras estabelecem uma relação entre as tecnologias e os meios de comunicação social
(MCS), com seus alunos, ao longo do seu percurso docente. Participaram 12 professoras, com
média de trinta e um anos de idade, atuantes em instituições educacionais, pública e privada, de
Cuiabá e Várzea Grande, municípios do Estado de Mato Grosso. A coleta de dados ocorreu na
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus Cuiabá/MT, durante o estágio de
docência na graduação, com a turma do 4º ano, turno vespertino, do Curso de Licenciatura
Plena em Pedagogia, entre setembro de 2016 e março de 2017. Com abordagem qualitativa, os
dados foram submetidos às técnicas de análise de conteúdo (BARDIN,1977), através de um
questionário semiestruturado aplicado às professoras que atuam na Educação Infantil, Básica e
de Jovens e Adultos. Os resultados evidenciam que estamos diante do desafio de um ensino que
integre as tecnologias no dia a dia escolar, a precariedade de ofertas dos aparatos tecnológicos
nas instituições e a carência por uma formação baseada na epistemologia da prática. As
professoras participantes reconhecem a importância de um ensino hibridizado, em uma
cibercultura vivenciada por seus alunos, porém, não há como estabelecer relação com essas
ferramentas num labor pedagógico, mediante as condições atuais de trabalho que elas são
instadas a suportar.
Palavras-chave: Tecnologias. Meios de Comunicação Social. Ensino Híbrido. Educação.
1 Aluna do Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado – pela Universidade Federal de Mato Grosso –
UFMT. Pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre a Corporeidade e Ludicidade (GEPCOL). E-mail:
13090
Introdução
Diante do cenário das interações e comunicações estabelecidas culturalmente entre seus
membros, por meio das conexões possibilitadas através do uso das tecnologias, propomos a
reflexão que estamos diante de uma geração que as adotou e desenvolveu novas estratégias de
aprendizagem. O crescente uso das tecnologias digitais e a interatividade entre os aparelhos e
seus usuários, se faz necessário uma nova relação com o saber e novas práticas pedagógicas.
O estudo descritivo, com abordagem qualitativa é um recorte do relatório de estágio de
docência na graduação, com a colaboração de 12 professoras em formação, discentes do 4º e
último ano, do curso de Pedagogia, da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, turno
vespertino. Com o objetivo de descobrirmos como as professoras estabelecem uma relação
entre as tecnologias e os meios de comunicação social (MCS)2 com seus alunos, na tentativa de
identificarmos a ação docente frente aos investimentos tecnológicos e midiáticos por uma
proposição de ensino em meio a “era digital” vivenciada pelos alunos da cibergeração. A coleta
de dados ocorreu na própria instituição, no campus da capital mato-grossense, durante o período
de estágio na graduação, no período entre 24 de setembro de 2016 até 03 de março de 2017.
Para o filósofo francês da cultura virtual contemporânea, Pierre Lévy (1999, p. 17) a
cibercultura é “[...] o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de
modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do
ciberespaço3”. Ainda, segundo o autor, “[...] o crescimento do ciberespaço resulta de um
movimento internacional de jovens ávidos para experimentar, coletivamente, formas de
comunicação diferentes daquelas que as mídias clássicas nos propõem” (LÉVY, 1999, p. 11).
A cada dia surgem novas tecnologias e aplicativos objetivando facilitar a vida dos seus
usuários, otimizando o tempo – produto de luxo na contemporaneidade. Com o advento da
tecnologia, as novas mídias de comunicação social acabam por produzir as conexões
necessárias, para acesso rápido e cômodo às informações, que dispõem aos seus usuários
quando precisam, simplesmente, conectarem com o mundo em que vivem. “Mas será que a
educação e os educadores estão à altura da tarefa? ” (BAUMAN, 2007, p.21).
Segundo o sociólogo Francês Gilles Lipovetsky:
2 Meios de comunicação social são todos os tipos de aparatos analógicos ou digitais utilizados para transmitir
textos, imagens e áudios. Exemplo: livros, jornais, revistas, televisão, rádio, smartphone e Internet. 3 Ciberespaço também chamado de rede é o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial de
computadores (1999, p.17).
13091
As novas tecnologias invadem tudo e geram uma obsessão de interatividade. É preciso
estar sempre conectado. Privado e público se confundem. Cada vez mais, cada um
quer ser protagonista e contar sua vida num blog ou noutro mecanismo de exposição
o que antes era reservado à família, aos vizinhos e aos amigos. O grande problema é
que agora cada um sente-se na obrigação de se realizar, de fazer algo da sua vida, de
ser bem-sucedido, de dar um sentido satisfatório ao próprio destino (LIPOVETSKY,
2007, p. 18).
E esta interatividade adentra a escola e a sala de aula, seja por meio das discussões, das
ferramentas tecnológicas condicionando as pessoas por meio desse movimento, a importância
que é dada ao fato de estarmos cada vez mais conectados. Nesse sentido, enquanto educadores
faz-se necessário, caminharmos na direção de uma reflexão que deve, sobretudo, ser crítica,
ressignificando e redimensionando nossa própria prática docente.
Uma sociedade emergida na tecnologia
O termo Homo zappiens nos é apresentado pelos autores Veen &Vrakking (2009),
segundo os pesquisadores holandeses a proposta é discutir as características deste Homo
zappiens, explorando a aprendizagem, nos proporcionando uma reflexão através das relações
entre o jogar, o aprender e o papel da tecnologia, na vida deste novo ser e as habilidades
desenvolvidas por meio do uso da tecnologia.
O homem que “zapia” faz alusão ao primata, cujo nome científico conhecido por todos
é Homo sapiens. Eles atribuem o termo zapiar para explicar este humano que possui
saber/sabedoria (sapiens). Hoje, este ser brinca na tela do smartphone, tablet, frente ao
computador, zapeia (troca) os canais da televisão, ouve música, navega nas redes sociais, e
aprende, simultaneamente. Diferentemente do menino que brincava correndo, construindo seu
próprio carrinho com lata de leite em pó.
Denominada “geração da rede”, “geração digital”, “instantânea”, ciber, ou geração y,
essa geração se desenvolve em um mundo de constantes mudanças, “o Homo zappiens está
crescendo cercado pela tecnologia” (Veen & Vrakking, 2009, p. 88). Os nascidos no século
XXI demonstram maior relutância em encaixar-se no sistema educacional do que qualquer outra
geração antecedente. Os autores defendem que essa geração, em geral, compreende melhor a
tecnologia, do que as pessoas que as educam, para tanto, nos fazem refletir que os sistemas de
educação mudarão e que o professor será desafiado, como profissional, a contribuir para tais
mudanças.
13092
O Homo zappiens desenvolveu uma ferramenta de comunicação mais poderosa do que
a linguagem, este novo ser vem redescobrindo o potencial das imagens e ampliando seu
conjunto de comunicação para algo próximo da velocidade do cérebro.
Segundo Venn & Vrakking (2009, p. 90) “eles estão escolhendo suas próprias maneiras
de aprender”. Assim sendo, concordando ou não com a ideia defendida pelos autores, é certo
que existe uma nova maneira de aprendizagem, quando mencionado:
De qualquer maneira, o aumento no potencial da comunicação criou espaço para o
indivíduo afirmar um nicho próprio. Com a criação da tecnologia, mudamos o
equilíbrio entre o individual e o coletivo para o individual e, portanto, criamos mais
potencial para a mudança e para a inovação. Como chamamos a era da padronização
de massa de “era industrial”, chamaremos essa era de “era criativa” (VEEN &
VRAKKING, 2009, p. 85, grifo dos autores).
Os estudantes desta nova geração são atraídos por tecnologia, assim como pelos jogos
(mídias, redes sociais e aplicativos), porque os mesmos os desafiam o tempo todo, tornando-se
assim, mais atrativos. Talvez, esta seja a explicação para a atração entre a tecnologia, os jovens
e adolescentes, suscitando pesquisas e discussões sobre as relações entre o jogar e o aprender,
o papel da tecnologia na vida do Homo zappiens e as habilidades desenvolvidas por meio dessa
interação.
Na obra mencionada, é-nos apresentada uma nova teoria de aprendizagem: o
conectivismo (2009, p. 94), centrada no papel das tecnologias de informação e de comunicação
na aprendizagem. Esta teoria surge para tentar incorporar as consequências da aceleração de
aquisição da informação, e da mudança do conhecimento por meio das tecnologias.
Propomos uma discussão acerca das características do Homo zappiens e exploramos
como as professoras estabelecem uma relação entre as tecnologias e os MCS perante o desafio
de ensinar a esta nova geração.
Tecnologia ― ferramenta pedagógica para ensinar e atrativa técnica para aprender
Os estudantes costumam armazenar suas informações em cadernos, fichários, na era
digital o espaço para arquivar as informações vem sofrendo modificações e diminuindo de
tamanho. O aparelho de celular vem sendo usado pelos alunos como uma ferramenta para
armazenar informações como: músicas, fotos, vídeos e porque não dizer livros? O modelo de
celular mais vendido no Brasil hoje possui capacidade de armazenamento equivalente a 16 mil
livros. Um dos modelos mais caros e sofisticados disponíveis no mercado consegue armazenar
13093
aproximadamente 128 mil livros (Fonte: Globo Repórter – março/2016), mas será que toda esta
capacidade de armazenamento é o suficiente para potencializar o desempenho de um aluno?
Assim como o uso que o mesmo faz da Internet?
Surge a proposta por um ensino híbrido4 ― que sugere a personalização e tecnologia na
educação, esse alvitre já é realidade na cidade do Rio de Janeiro há dois anos. O professor de
História Eric Faria foi selecionado para ser um dos pioneiros no Brasil de uma nova técnica de
ensino que usa computadores em sala de aula. A proposta chamou atenção de uma escola
pública em Guadalupe, zona Norte do Rio de Janeiro/RJ (Fonte: Globo Repórter, março/2016).
A aula começa e os alunos buscam os netbooks na secretaria escolar. A instituição onde
o professor Eric leciona não dispõe de sinal de Internet, mas o docente resolveu de maneira
criativa aliar a disponibilidade do uso desta ferramenta tecnológica a ideia de um ensino mais
atraente para seus alunos, preparando vídeoaulas e disponibilizando aos alunos os conteúdos
postados via redes sociais. Em sala, com o uso de um pendrive, o professor disponibiliza o
conteúdo daquela aula para os alunos que não tiveram acesso anteriormente. A novidade
agradou consideravelmente aos estudantes, “você não tem aquela rotina de sempre vir para a
escola e assistir uma pessoa ficar falando (Lucas Lopes -14 anos) e tem que escrever e ter que
ficar entediado com isso”. “Aqui tem um vídeo, você se diverte, você consegue fazer muito
mais interação e você tem um tempo melhor para fazer porque se você não entendeu algo, você
pode voltar o vídeo e ver de novo”. “É como se fosse uma aula só para mim e aí eu posso ficar
onde eu quiser, é maravilhoso (Larissa Loraine – 13 anos), eu tenho medo de sair dessa escola
e não ter mais aula desse tipo”.
Na referida reportagem foi apresentado o caso do Yuri Coutinho (15 anos), um dos
alunos com melhor desempenho escolar com a ajuda das novas ferramentas. Yuri comemora o
fim da “chatice” na hora de estudar em casa, na escola, as notas confirmam que algo mudou e
para melhor.
As novas tecnologias vieram para ficar, entretanto, com elas novos riscos como uma
onda crescente de desatenção, estaríamos na “era do algoritmo” – ‘tudo é para agora, tudo
elevado a décima potência’, segundo o professor Dr. Edmilson Felipe da Silva – Departamento
de Antropologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), “você tem um
sujeito cada vez mais ansioso, irreversível” (Fonte: Globo Repórter – março/2016). Tudo que
4 Fonte: Ensino Híbrido – apresenta contribuições para professores que querem inovar, integrando as tecnologias
digitais ao dia a dia em sala de aula. Disponível em: < http://www.fundacaolemann.org.br/ensino-hibrido/>
Acesso em: 25 mar. 2016.
13094
é novo assusta, fascina e ensina, a Internet não é boa e nem má, o uso que fazemos é que define
a qualidade dessa relação, segundo a leitura do sociólogo polonês: “mas como nosso mundo
líquido moderno está em constante movimento, somos perpetuamente arrastados na viagem,
por bem ou por mal, conscientemente ou não, alegres ou infelizes, mesmo que tentemos ficar
parados, sem sair do lugar” (Bauman, 2011, p.9).
Segundo Cunha (2006, p. 135) “o ritual escolar está organizado em cima da fala do
professor [...]. Há, sim, a constatação de que é o professor a principal fonte da informação
sistematizada”. Corroborando com a ideia da referida autora buscar inovar às aulas é função
imprescindível do professor, função esperada e ansiada por seus alunos, resultando na
possibilidade de gerar novos conhecimentos por parte do professor e apreensão de novos
saberes na perspectiva dos estudantes. Contudo, é preciso atenção e olhar criterioso, porque não
dizer cuidadoso, na formação dos novos professores e na formação continuada daqueles que já
atuam na docência, numa perspectiva de ensino que faça sentido para os alunos, para tanto, não
deve haver um abismo que distancie o ensino das tecnologias, nos dias atuais.
Percurso metodológico
O estudo descritivo proposto envolveu a participação de 12 professoras que atuam na
Educação Infantil, Básica e de Jovens e Adultos, na rede pública e privada, da capital mato-
grossense. São discentes do 4º ano, vespertino, do curso de Pedagogia, do Instituto de Educação
(IE), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus Cuiabá/MT. As professoras
tinham entre vinte e quatro e quarenta e nove anos, média de trinta e um anos de idade, atuantes
nas instituições educacionais. O estágio teve carga horário de 30 horas, e foi realizado entre
setembro de 2016 a março de 2017, a coleta de dados ocorreu no IE/UFMT, campus
Cuiabá/MT, durante o momento do intervalo das aulas.
O enfoque da pesquisa qualitativa segundo Minayo:
A pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações,
crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das
relações, dos processos e nos fenômenos que não podem ser reduzidos à
operacionalização de variáveis (2001, p.14).
O instrumento escolhido para a coleta de dados foi questionário misto no qual as
professoras responderam as seguintes perguntas: 1- Em sala de aula há momentos de discussão
sobre a força das tecnologias na vida dos seus alunos? 2-Você considera importante trabalhar
13095
com tecnologias em sala de aula? Sim ou Não? Costuma trabalhar? Sim, não ou às vezes? Por
que? 3- Em plena “era tecnológica”, o que você proporia aos seus alunos para que eles
pudessem aliar o uso das tecnologias (que eles têm acesso), com os conteúdos escolares? 4-
Sobre quais assuntos são realizadas discussões sobre os programas veiculados nos MCS? 5-
Você considera que a tecnologia (tablet, smartphone, notebook, aplicativos – WhatsApp –,
Playstation, etc.), influencia o comportamento dos alunos quanto ao consumo? 6- Com base
na cibergeração que cresce sabendo lidar com a tecnologia, você se considera preparada para
lidar diariamente com estes alunos? Justifique.
Caracterização das participantes
Tabela 1 - Caracterização das participantes
Tempo docência
(Anos) Modalidade Público/privado Participante
1
Ed. Infantil
Privado
Público –estadual
I
J
1,8 meses Ed. Infantil Público –municipal D
2 Ensino Fundamental Privado A, K, E, H
3 Ed. Infantil Privado B e F
5 EJA Público –estadual G
8 Ed. Infantil Público –municipal C
14 Ensino Fundamental Público –municipal L
TOTAL: 2,9 anos média em docência
Fonte: Dados da Pesquisa 2017.
Descrição e Análise dos dados – Categorias
A escolha do questionário semiestruturado para coleta de dados aplicado as professoras,
se deu pela compreensão de que este instrumento seria de mais fácil acesso para as
participantes. Considera-se o questionário como um importante instrumento de coleta de dados,
como Jovchelovitch e Bauer (2002) explanam, já que este é tão bem estruturado quanto à
entrevista narrativa. A aplicação do questionário ocorreu nos intervalos das aulas, em que as
discentes/professoras costumavam socializar suas experiências educacionais, momentos de
interação entre as discentes e a estagiária.
Os dados foram catalogados e analisados conforme à técnica de análise de conteúdo
(BARDIN, 1977), enquanto as respostas foram submetidas à análise compreensiva, na
13096
perspectiva de identificarmos como as professoras estabelecem uma relação entre as
tecnologias e os programas dos meios de comunicação social (MCS) – com intuito de
identificarmos os possíveis mecanismos de resistência da escola frente aos investimentos da
tecnologia e da publicidade como nova forma de cultura.
As participantes foram identificadas por letras do alfabeto, assegurando seu anonimato
e responderam o questionário de forma livre e esclarecida, assinando o termo de consentimento
para publicação dos dados desta pesquisa.
Com base nas respostas apresentados surgiram as seguintes categorias: a) Discutindo as
tecnologias - um momento produtivo em sala de aula; b) Trabalhando com a tecnologia – aulas
mais atraentes e aprendizagens significativas; c) Uma proposta de dosagem em meio a “era
tecnológica”; d) Os assuntos veiculados aos MCS; e) Quando a tecnologia influencia o
consumo; f) As professoras estão preparadas para a cibergeração?
Discutindo as tecnologias ― um momento produtivo em sala de aula
Perguntado as participantes, no exercício do trabalho docente, há momentos de
discussão sobre a influência que as tecnologias exercem no cotidiano dos seus alunos? Através
da fala das participantes foi possível identificar que estes momentos de discussões ocorrem
frequentemente em sala de aula. A grande maioria, 58,33% (7 participantes) responderam que
as discussões ocorrem no momento da roda de conversa. Empatados com 8,33% (1 participante)
tivemos momentos diferenciados, como: leitura deleite; pós-leitura deleite; no primeiro
momento da aula; ao final da aula ou quando o assunto vem ao encontro do conteúdo, como
apresentados abaixo:
Participante A – “No momento do planejamento das aulas”.
Participante G – “Esta discussão ocorre no momento da leitura deleite”.
Participante C- “Roda de conversa [...]sempre após os filmes”.
Participante K – “Ao término dos filmes trabalhados em sala ou quando o assunto
vem ao encontro do que estamos trabalhando em sala”.
Participante L – “Após o momento da leitura deleite que são realizados no início das
aulas”. A professora e seus alunos costumam relacionar o que foi lido com algo que
eles assistem na televisão.
13097
Participante F – “Roda de conversa e sempre que comentam alguma notícia,
aproveito para abordar o assunto. Porém em casa, percebo que eles têm acesso a
todos os tipos de tecnologias”.
Participante H – “Geralmente no primeiro momento da aula”.
A resposta da participante G, nos causou surpresa, pois entendemos que o momento da
leitura deleite deveria ser um momento onde os alunos tivessem a “liberdade” de escolher uma
obra de sua preferência, para a leitura. Como caberia neste momento, uma discussão sobre a
temática perguntada? O que nos traz a reflexão de que o que acontece na sala de aula de fato
fica na sala de aula, a menos que haja alguma espécie de intervenção.
Destacamos a resposta de que as discussões acontecem no momento da roda de conversa
– participante C, nos questionamos, novamente, se todos os filmes propostos por essa
professora tratam da temática tecnologia, pois segundo a resposta da participante é isso o que
acontece. Em contrapartida, a participante L nos relatou que as discussões ocorrem após o
momento da leitura deleite, que são realizados no início das aulas, a professora e seus alunos
costumam relacionar o que foi lido em sala de aula fazendo relação com o que eles assistem,
em casa, na televisão. Já a participante F afirmou que as discussões ocorrem na roda de conversa
e sempre que os alunos comentam sobre alguma notícia, a professora usufrui deste momento
para abordar a temática – “porém em casa, percebo que os alunos têm acesso a todos os tipos
de tecnologias, durante muitas horas”. Essa fala demonstra que a professora está atenta aos
momentos que propiciam as discussões, no decorrer das aulas, e ao mesmo tempo denota
preocupação com o uso indiscriminado que seus alunos fazem da tecnologia quando estão em
casa.
Trabalhando com tecnologia ― aulas mais atraentes e aprendizagens significativas
Questionamos o que é possível fazer para que as aulas sejam mais atraentes e
aprendizagens mais significativas aos alunos, as participantes foram unânimes em considerar
importante o trabalho de educar tendo a tecnologia como aliada, porém, quando questionamos
se as mesmas costumam fazer uso dessa ferramenta 41,66 % (5 participantes) trabalham às
vezes, seguido de 33,33% (4 participantes) as que trabalham com tecnologias e 25% (3
participantes) disseram que não trabalham.
Chamamos atenção para o fato de que, se somarmos as professoras que trabalham às
vezes com tecnologia (41,66%), com as que não trabalham (25%), concluímos que mais da
13098
metade (66,66%) de fato não utiliza frequentemente essa ferramenta, em comparação com os
33% que afirmaram trabalhar com tecnologia, confira algumas respostas abaixo:
Participante A – “Às vezes. Ressalto que a utilização auxilia no processo de ensino-
aprendizagem, porém nem sempre os professores dispõem dessa ferramenta
disponível na escola”.
Participante C- “Não tenho acesso a Datashow na instituição, mais gostaria de
preparar minhas aulas para trabalhar desta forma, em função disto faço uso do livro
didático e o quadro negro”.
Participante E – “A tecnologia mais presente em minha docência é a inserção de
algum filme que esteja de acordo com o conteúdo a ser explorado”.
Participante H – “Trabalhar em escola pública é complicado, pois nem sempre temos
a disponibilidade de materiais tecnológicos, como Datashow, tablets, etc., por isso, a
prática de passar filmes e compatíveis com a faixa etária dos nossos alunos é uma
prática comum. Com os filmes dá para explorar os conteúdos de forma que sejam
apropriados para os alunos e com linguagem de fácil acesso”.
Participante I – Não comentou.
Participante L – “Nem sempre dá para preparar aula com slides, pois é preciso
agendar a reserva com muita antecedência, por isso, nem sempre é possível dar uma
aula mais atrativa para as crianças”.
A pouca utilização da tecnologia se dá pelo fato das professoras terem que trabalhar
com os instrumentos que as escolas têm a oferecer, como é do nosso conhecimento,
empiricamente, essa oferta não nem sempre é possível.
Segundo a participante H a tecnologia trabalhada são filmes, de forma a explorar seus
conteúdos, que sejam apropriados para os alunos e com linguagem de fácil acesso. A
participante acrescenta: “trabalhar em escola pública é complicado, pois as professoras nem
sempre têm disponibilidade de trabalhar com tecnologia, como Datashow, computadores,
etc.”, enquanto ferramentas pedagógicas, por isso, a prática de passar filmes compatíveis com
a faixa etária dos alunos é a referência que essa professora tem de um ensino híbrido, ou seja,
que busque integrar as tecnologias digitais ao dia a dia do seu trabalho docente.
Corroborando, a professora L afirma que nem sempre dá para preparar aula com
“slides”, pois é preciso agendar a reserva, com muita antecedência do equipamento, por isso,
nem sempre é possível dar uma aula mais atrativa. Já a participante E ressalta que a tecnologia
mais presente em sua prática docente é o filme que esteja em consonância com o conteúdo a
ser explorado.
13099
Entre as professoras que afirmaram não utilizar a tecnologia em sala de aula, a
participante C alegou não ter acesso ao projetor na instituição, mais que gostaria de trabalhar
desta forma, na impossibilidade faz uso do livro didático e do quadro negro – reforçado na fala
da professora A. Este relato nos traz uma certa preocupação, pois se evidencia a ausência de
condições mínimas de trabalho para o profissional da educação, uma questão que sempre
embasou as lutas de nossa categoria ao longo dos tempos.
Uma proposta de dosagem em meio a “era tecnológica”
Com o advento da tecnologia, perguntamos as professoras proporiam aos seus alunos
para aliarem o uso das tecnologias com os conteúdos escolares? As respostas foram
apresentadas em 3 categorias, confira abaixo:
Participante A- “Proporia dinâmicas, jogos, teatro, palestras, aulas de campo,
atividades extracurriculares, debates, produção de gêneros e projetos de leitura”.
Participante B- “Incentivar os alunos lerem mais livros, revistas, gibis, através de
cartazes também”.
Participante D- “Vídeo game e WhatsApp”.
Participante E- “Converso com eles que troquem mensagens pelo “zap zap” com os
colegas da sala que são bons alunos”.
Participante F- “Incentivar o gosto pela leitura”.
Participante G- “Sempre oriento para que se organizem diariamente, determinando
um tempo para os estudos. Falo que dá para fazer muita coisa durante o dia, porém
é preciso organização por parte deles”.
Participante H- “Proponho estudar com a tecnologia, tipo WhatsApp”.
Participante I- “Alguns programas educativos que ensinam as crianças brincando,
exemplo: amiguinhos”.
Participante J- “O acompanhamento mais próximo dos pais, incentivando os filhos.
Sentando e conversando com a criança sobre assuntos da escola. Participação
integral da família quando não estiverem na escola”.
Participante K- “Proponho que seja trabalhado o gosto pela leitura, nem que seja de
e-books para que passe a ser um hábito na vida deles”.
Participantes C e L- “Não responderam”.
A categoria mais votada com 25% foi a proposta de incentivo à leitura, segundo as
participantes B, F e K. Com 16,66%, a segunda categoria, curiosamente, foram as proposições
de estudar com tecnologia e a utilização de sites para que os alunos possam estudar brincando,
13100
ou seja, uma hibridização entre a tecnologia com os estudos. As participantes que optaram por
essas alternativas foram H e I; seguido das participantes C e L – que não responderam. A terceira
e última categoria com 8,33% foram as proposições: “Incentivo para que alunos troquem
mensagens pelo ‘zap zap’ ― WhatsApp ― com os colegas que são bons alunos” - part. E; o
acompanhamento mais próximo dos pais - part. J; dinâmicas, jogos, teatro, aulas de campo -
part. A; “organização do tempo, pois os alunos têm tempo para estudar e fazer uso das
tecnologias, simultaneamente” - part. G. Por fim, a participante D respondeu vídeo game e
WhatsApp.
Na análise dos dados, essa categoria reafirma que a hibridização (contribuições para os
professores inovarem seu trabalho docente, integrando as tecnologias digitais ao dia a dia na
sala de aula) se apresenta como uma proposta de ensino que merece reflexão, em meio a “era
tecnológica” que estamos emergidos.
Os assuntos veiculados aos meios de comunicação social (MCS)
Mais adiante, a questão levantada as professoras foram quais assuntos costumam
desencadear discussões/diálogos, em sala de aula, conduzidos quanto aos “MCS” difundidos
nos programas assistidos por seus alunos. Surgiram 7 categorias de respostas, apresentadas
abaixo:
Participantes B; C; G; H; J e L – Assuntos sobre drogas.
Participantes A; B; C; D; G; H e K – Sobre alimentação.
Participantes C; D e H – Tecnologia.
Participantes B; C; F; G; H; J e L – Violência.
Participantes B; G; H e L – Questões de gênero.
Participantes A; B; G e H – Doenças.
Participantes B; C; D; H e K – Educação.
Participantes H e B – Consumo.
Participantes A; B; C; F; G; H; J e K –Discriminação racial/preconceito.
Participantes A e D – Moda/vestuário.
Participantes F e G – Política.
13101
Participantes B e G – Bullying.
Participantes E; I– Não respondeu.
Segundo análises dos dados, o tema mais escolhido foi a discriminação
racial/preconceito, com 66,66%; em segundo lugar alimentação e violência empatados com
58,33% dos votos; em terceiro com 50% foi escolhido o tema drogas; em quarta posição
aparece a educação com 41,66% ; em quinto lugar empatados com 33,33% questões de gênero
e doenças; em sexta colocação com 25% tecnologias; em sétimo e último lugar, empatados
consumo, moda/vestuário, política, bullying e os que não responderam tiveram 16,66% da
preferência.
Após análises, em contraditoriamente, uma diferenciação se comparadas as respostas
obtidas para as perguntas 1 e 4 (discussão sobre - influência da tecnologia na vida dos alunos),
porém, é satisfatório reconhecer que que assuntos que precisam ser discutidos como
discriminação racial/preconceito estão entre os temas mais discutidos (66,66%), assim, como
assuntos ligados à educação são mais discutidos em sala de aula (41,66%) do que temáticas
sobre a tecnologia (25%).
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (Brasil, 1997, p.15) “[...] os
objetivos dos Temas Transversais devem ser incorporados nas áreas já existentes e no trabalho
educativo da escola”. O documento completa “[...] os Temas Transversais correspondem a
questões importantes, urgentes e presentes sob várias formas, na vida cotidiana. O desafio que
se apresenta para as escolas é o de abrirem-se para este debate”.
Quando a tecnologia influencia o consumo
Mais adiante, perguntamos às professoras se consideram que a tecnologia (tablet,
smartphone, notebook, aplicativos – WhatsApp –, Playstation, etc.), influencia o
comportamento dos seus alunos quanto ao consumo, as respostas foram:
Participantes A – “Sim, pois trabalha com o inconsciente dos alunos, a partir das
emoções”.
Participantes C; D; E – “Sim, por forte influência da mídia reproduzindo uma
ideologia negativa sem ética. Fruto da mídia, os alunos querem segui-la”.
Participantes F – “Sim, porque eles querem imitar os coleguinhas”.
13102
Participantes G; H; I e J – “Sim, as crianças são facilmente influenciadas pela
televisão que estimula, através do que passa nela, o consumo”.
Participantes B – “Não influencia”.
Participantes K e L – “Não responderam”.
Nossa intenção era descobrimos se a tecnologia, tão acessível aos seus usuários através
dos “MSC” fomenta o consumo dos estudantes. Entendemos que na perspectiva das
professoras, os meios de comunicação social, assim como as mídias e as propagandas exercem
forte influência para o consumo dos alunos, por se tratar, em especial, de um público alvo em
pleno desenvolvimento de suas estruturas dinâmicas da personalidade (id, ego e superego),
segundo a teoria psicanalítica freudiana, “todas as atividades que intervêm entre o aparecimento
do desejo e sua realização são agrupadas sob o nome de objeto. [...] mas inclui também todos
os comportamentos que acontecem para assegurar a coisa ou a condição necessária” (Hall,
Lindzey & Campbell, 2000, p. 56).
As professoras estão preparadas para esta cibergeração?
Com base na cibergeração que cresce sabendo lidar com a tecnologia questionamos as
participantes se consideram preparadas para lidar diariamente com esses alunos, pedimos que
justificassem suas respostas, e conforme a tabulação surgiram três categorias:
Participantes que responderam sim –, Professoras que aprenderam na prática ao longo
da docência (C; E; J e I). “Sempre fazemos os cursos que são ofertados, aliás quase
sempre é obrigado a fazer e nos cursos não costumamos ver coisas diferentes que
fazemos no dia a dia” (B). “Pelo fato de que sou mãe, consigo lidar bem com crianças,
mas admito que grito as vezes” (H). “Trabalho muitos anos como professora, acho
que dou conta do recado” (D).
Participantes que responderam não – Formação diferenciada da realidade – “Claro
que não! Durante os quatros anos só tivemos 1 disciplina sobre tecnologia e o
professor só falava de AVA (ambiente virtual de aprendizagem), coisa que só usamos
uma vez aqui na faculdade. Nada a ver! ” (F). “A formação que temos é muito
diferente do que vivenciamos na prática” (A). “É complicado respondermos o que a
gente pensa de verdade, mais eu acho que as crianças de hoje são muito mais maduras
do que estamos sendo formados para lidar com elas”. Não justificou (L).
Participantes que optaram em não responder – Participante G e K.
Na fala das participantes C, E, J e I consideram-se preparadas para lidarem com essa
cibergeração – metáfora do filósofo e sociólogo francês Pierre Lèvy, destacamos a queixa de
13103
uma formação diferenciada de suas realidades, buscaram enquanto alternativa, uma formação
empírica e o aprendizado no fazer docente. Nesse sentido, as participantes que responderam
não, porém, justificaram, como L e F – corroboram que suas formações foram distanciadas no
que se refere a teoria e prática.
A questão que propomos reflexão é: quantos erros não foram cometidos ao longo desse
processo? A participante B queixa-se que os professores sempre fazem os cursos de formação
continuada, porque quase sempre são “obrigadas”, mas se há uma formação deficitária, porque
não suprir essa deficiência com os cursos então ‘ofertados’? Será que as instituições ofertantes
dos cursos de formação continuada, buscam suprir através desses cursos, as necessidades dessas
profissionais?
A participante A relata: “é complicado respondermos o que a gente pensa de verdade,
mais eu acho que as crianças de hoje são muito mais maduras do que estamos sendo formadas
para lidar com elas”. Contribuindo com a discussão, Pimenta (2006, p.19) destaca: “assim,
valorizando a experiência e a reflexão na experiência [...] Schön5 propõe uma formação
profissional baseada numa epistemologia da prática, ou seja, na valorização da prática
profissional como momento de construção de conhecimento através da reflexão” (grifo da
autora). Ou seja, chamamos atenção para uma formação cada vez mais híbrida, não apenas no
aspecto das metodologias, currículos ou ferramentas (recursos), mais uma formação baseada
numa epistemologia da prática, segundo os estudos e proposições de Schön (1987).
Considerações Finais
Com base nos dados apresentados, os resultados evidenciam que de fato estamos diante
do desafio de um ensino que integre as tecnologias no dia a dia escolar. Durante as aulas há
momentos de diálogo sobre a influência das tecnologias na vida dos alunos. O episódio da
leitura deleite escolhido como momento para que professoras e alunos discutam essa influência,
nos traz um alerta para o tipo de trabalho que vem sendo desenvolvido, seja nas escolas públicas
ou privadas, ou o contrário, não estão sendo realizados. O que nos traz a reflexão de que o que
acontece na sala, permanece na sala de aula, a menos que haja alguma espécie de intervenção
e esses momentos propiciados por meio da pesquisa, assim como os estágios, seja de regência
ou docência na graduação, nos possibilitam essa discussão.
5 Donald Schön – filósofo e educador estadunidense. Pesquisador de temas sobre a reflexão na educação e
aprendizagem organizacional.
13104
Ressaltamos a precariedade de oferta dos aparatos tecnológicos nas instituições atuantes
das professoras pesquisadas. Onde estão os laboratórios de informática com seus respectivos
computadores? Onde estão os aparelhos de projeção? Mediante atuais condições de trabalho na
contemporaneidade, contraditoriamente, os livros, quadro negro e giz se apresentam como as
ferramentas tecnológicas disponíveis ao trabalho pedagógico nesses espaços.
Em contrapartida, nos deparamos com professoras que aproveitam os momentos da roda
de conversa, para propor discussões, sempre que os alunos comentam sobre alguma notícia
veiculada nas mídias, permitindo assim, que seus alunos tenham voz em sala de aula, pautando
sua docência numa relação dialógica.
A questão não desperta atenção apenas no que diz respeito à infraestrutura em que os
profissionais da Educação Infantil, Básica e EJA enfrentam, mas o cerne advém de uma
formação distante da realidade, que muitas vezes, por questões de sobrevivência fazem do
profissional da educação um aprendiz que supri esta deficiência ao longo do seu percurso
docente.
A pesquisa nos revelou que a hibridização (contribuições para os professores inovarem
seu trabalho docente, integrando as tecnologias digitais ao dia a dia em sala de aula) se apresenta
como boa proposta de ensino em meio a “era tecnológica” que estamos inseridos. As
professoras reconhecem a importância desta hibridização, unindo as tecnologias e o ensino, em
uma cultura midiática, vivenciada por seus alunos, porém, não há como estabelecer relação com
essas ferramentas pedagógicas em seu trabalho docente mediante condições atuais de trabalho.
Conclui-se que não podemos afastar nossos alunos dos assuntos que estão veiculados
aos meios de comunicação social (MCS) assistidos é percebido que esses meios, assim como
as mídias e as propagandas exercem forte influência sob as crianças e adolescentes, entretanto,
podemos trazer esses assuntos para dentro das salas de aula, na perspectiva de auxiliá-los na
metabolização das informações em conhecimentos, mediando esse trabalho que deve ser
desenvolvido pela escola, em parceria com a família, comunidade e, sobretudo, políticas
públicas, resultando em um aprendizado para além dos muros da escola.
REFERÊNCIAS
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Tradução de Luís Antero Reto e Augusto
Pinheiro. Lisboa: Edições 70, 1977.
13105
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Temas Transversais. Ensino
Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.
BAUMAN, Zygmunt. Vida Líquida. Tradução Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro:
Zahar, 2007.
______. 44 Cartas do Mundo Líquido Moderno. Tradução Vera Pereira. Rio de Janeiro:
Zahar, 2011.
CUNHA, Maria Isabel da. O Bom professor e sua prática. 18 ed. São Paulo: Papirus, 2006.
184 p. (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico).
Ensino Híbrido – apresenta contribuições para professores que querem inovar, integrando as
tecnologias digitais ao dia a dia em sala de aula. Disponível em:
<http://www.fundacaolemann.org.br/ensino-hibrido/> Acesso em: 25 mar. 2016.
Globo Repórter – Conectados. Disponível em: <https://globoplay.globo.com/v/4861208/ >
Acesso em: 04 mar. 2016.
HALL, Calvin S.; LINDZEY, Gardner; CAMPBELL, John B. Teorias da personalidade. 4ª
Edição. Porto Alegre: Artmed Editora, 2000.
JOVCHELOVITCH, Sandra; BAUER, Martin W. Entrevista narrativa. In: BAUER, M. W.
GASKELL, G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som. Tradução: Pedrinho
Guareschi. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
LÉVY, Pierre. Cibercultura/ Pierre Lévy; tradução de Carlos Irineu da Costa. – São Paulo:
Ed. 34, 1999. (Coleção TRANS).
LIPOVETSKY, Gilles. A sociedade da decepção. Tradução: Armando Braio. Barueri, SP:
Manole, 2007.
MINAYO, Maria Cecília de Sousa (Org.). Pesquisa social: Teoria, método e criatividade.
Petrópolis: Vozes, 2001.
PIMENTA, Selma Garrido; GHEDIN, Evandro (Org.). Professor reflexivo no Brasil: gênese
e crítica de um conceito. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2006.
VEEN, Win; VRAKKING, Bem. Homo zappiens: [recurso eletrônico]: educando na era
digital/Win Veen, Bem Vrakking; tradução Vinícius Figueira. –Dados eletrônicos. –Porto
Alegre: Artmed, 2009.