Ensino medio livre_edicao_2012_unidade_01_gramatica

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CAPÍTULO 1 LINGUAGENS E COMUNICAÇÃO Conexões 1. Traçando-se um paralelo entre a linguagem humana e a comunicação que é realizada entre as abelhas, há muitos mo- tivos que podem ser citados: a ausência de um sistema fonador que produza palavras, a impossibilidade de a mensagem das abelhas produzir uma resposta verbal, o fato de o conteúdo de cada mensagem ser único, e não múltiplo, como acontece no caso da linguagem humana. Professor, é claro que, apesar de a resposta ser pessoal, ela está completamente vinculada à leitura atenta e à compreensão do texto apresentado. 2. Enquanto a comunicação das abelhas se refere a um dado objetivo, fruto de sua experiência, a linguagem humana pode, até mesmo, substituir a própria experiência. Além disso, a lin- guagem humana pode ser decomposta em unidades menores, enquanto a comunicação das abelhas se compõe de blocos indissolúveis. Há, ainda, outras diferenças que podem ser citadas. 3. Resposta pessoal. Alguns objetivos que poderiam ser citados seriam o aviso da presença de predadores ou anúncios de mu- danças de clima, por exemplo. Nesse caso, a resposta depende menos da interpretação do texto e mais da observação e dos conhecimentos prévios sobre o assunto. 4. Resposta pessoal. Exercícios complementares 6. As funções são a conativa e a poética. A conativa mostra-se, principalmente, pelo uso dos imperativos. A poética, pelo uso engenhoso das imagens e das metáforas. É preciso perceber que nunca há somente uma ou duas funções da linguagem que aparecem em um texto, mas, sim, várias delas ou todas elas, atuando em conjunto. O que se pode é, sim, determinar quais são as que aparecem de forma mais direta, mais clara. Nesse caso, a função poética torna arte um texto cheio de imperativos. 7. a Somente comerciais apelariam para a sensibilidade dos teles- pectadores, relacionando o consumo e a aquisição de produtos específicos à felicidade. 8. a) As imagens constroem uma oposição entre o quadrado (antiquado, não moderno, antigo, de difícil acesso) e o esfé- rico (moderno, avançado, que permite o acesso, que supera dificuldades). Além disso, as imagens remetem-nos à palavra globo, não só como nome do jornal, mas também como nome da representação do planeta Terra. Professor, conhecendo e, mais do que isso, reconhecendo no texto a polissemia das palavras “globo” e “quadrado”, o aluno se torna capaz de responder adequadamente à questão. b) A característica atribuída de forma mais clara ao produto anunciado é “avançado”, porque significa estar à frente na divulgação dos fatos que acontecem em todo o mundo. Professor, para responder, o aluno precisa compreender a oposição entre a palavra “quadrado” e a ideia de “avanço”, de evolução. 14. b “A superfície estrelada de letras” é uma metáfora para a litera- tura (a arte das “belas letras”). 15. e De forma leve e descontraída, o autor mostra que, assim como outras variações da língua, a linguagem dos jovens contribui para o crescimento, para a flexibilização e para a manutenção do idioma como algo vivo. 16. d As demais alternativas apresentam perguntas a que não se pode responder pela leitura do texto, mas dependem de outras informações e de conhecimentos que vão além da leitura e da interpretação do que foi apresentado. Tarefa proposta 1. Entre outras, o aluno poderia citar as seguintes descrições: Coloque um disco de vinil sobre uma forma de bolo ou outro pote de metal com raio menor que o do disco; coloque o disco de forma alinhada sobre o pote usado como molde, com os centros das circunferências alinhados; coloque o pote com o disco dentro do forno, com temperatura em torno de 105 °C por cerca de 10 minutos. Professor, não há uma resposta que seja a única correta. A criatividade e a observação atenta levarão a respostas mais (ou menos) complexas, mais (ou menos) detalhadas. 2. De fato, a linguagem não possui apenas a função referencial, e subjazem a ela muitas outras funções reveladoras de poder. Em nossa sociedade, a linguagem culta padrão é a que tem mais prestígio, atribuído aos falantes dessa variante linguística. Pela fala da “senhora”, deduz-se que ela seja do ambiente rural, com pouco ou nenhum grau de escolaridade. Entretanto, sem uma visão preconceituosa, essa “senhora” se comunica, e bem, já que expressa com clareza o domínio que tem sobre aquilo que faz. 1 GRAMÁTICA CONCEITOS FUNDAMENTAIS

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Gabarito de Gramática

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Capítulo 1

linguagens e comunicação

Conexões

1. Traçando-se um paralelo entre a linguagem humana e a

comunicação que é realizada entre as abelhas, há muitos mo-

tivos que podem ser citados: a ausência de um sistema fonador

que produza palavras, a impossibilidade de a mensagem das

abelhas produzir uma resposta verbal, o fato de o conteúdo

de cada mensagem ser único, e não múltiplo, como acontece

no caso da linguagem humana.

Professor, é claro que, apesar de a resposta ser pessoal, ela está

completamente vinculada à leitura atenta e à compreensão do

texto apresentado.

2. Enquanto a comunicação das abelhas se refere a um dado

objetivo, fruto de sua experiência, a linguagem humana pode,

até mesmo, substituir a própria experiência. Além disso, a lin-

guagem humana pode ser decomposta em unidades menores,

enquanto a comunicação das abelhas se compõe de blocos

indissolúveis. Há, ainda, outras diferenças que podem ser

citadas.

3. Resposta pessoal. Alguns objetivos que poderiam ser citados

seriam o aviso da presença de predadores ou anúncios de mu-

danças de clima, por exemplo. Nesse caso, a resposta depende

menos da interpretação do texto e mais da observação e dos

conhecimentos prévios sobre o assunto.

4. Resposta pessoal.

Exercícios complementares

6. As funções são a conativa e a poética. A conativa mostra-se,

principalmente, pelo uso dos imperativos. A poética, pelo uso

engenhoso das imagens e das metáforas.

É preciso perceber que nunca há somente uma ou duas funções da

linguagem que aparecem em um texto, mas, sim, várias delas ou

todas elas, atuando em conjunto. O que se pode é, sim, determinar

quais são as que aparecem de forma mais direta, mais clara. Nesse

caso, a função poética torna arte um texto cheio de imperativos.

7. a

Somente comerciais apelariam para a sensibilidade dos teles-

pectadores, relacionando o consumo e a aquisição de produtos

específicos à felicidade.

8. a) As imagens constroem uma oposição entre o quadrado

(antiquado, não moderno, antigo, de difícil acesso) e o esfé-

rico (moderno, avançado, que permite o acesso, que supera

dificuldades). Além disso, as imagens remetem-nos à palavra

globo, não só como nome do jornal, mas também como

nome da representação do planeta Terra.

Professor, conhecendo e, mais do que isso, reconhecendo

no texto a polissemia das palavras “globo” e “quadrado”,

o aluno se torna capaz de responder adequadamente à

questão.

b) A característica atribuída de forma mais clara ao produto

anunciado é “avançado”, porque significa estar à frente na

divulgação dos fatos que acontecem em todo o mundo.

Professor, para responder, o aluno precisa compreender a

oposição entre a palavra “quadrado” e a ideia de “avanço”,

de evolução.

14. b

“A superfície estrelada de letras” é uma metáfora para a litera-

tura (a arte das “belas letras”).

15. e

De forma leve e descontraída, o autor mostra que, assim como

outras variações da língua, a linguagem dos jovens contribui

para o crescimento, para a flexibilização e para a manutenção

do idioma como algo vivo.

16. d

As demais alternativas apresentam perguntas a que não se

pode responder pela leitura do texto, mas dependem de outras

informações e de conhecimentos que vão além da leitura e da

interpretação do que foi apresentado.

Tarefa proposta

1. Entre outras, o aluno poderia citar as seguintes descrições:

Coloque um disco de vinil sobre uma forma de bolo ou outro

pote de metal com raio menor que o do disco; coloque o disco

de forma alinhada sobre o pote usado como molde, com os

centros das circunferências alinhados; coloque o pote com o

disco dentro do forno, com temperatura em torno de 105 °C

por cerca de 10 minutos.

Professor, não há uma resposta que seja a única correta.

A criatividade e a observação atenta levarão a respostas mais

(ou menos) complexas, mais (ou menos) detalhadas.

2. De fato, a linguagem não possui apenas a função referencial, e

subjazem a ela muitas outras funções reveladoras de poder. Em

nossa sociedade, a linguagem culta padrão é a que tem mais

prestígio, atribuído aos falantes dessa variante linguística. Pela

fala da “senhora”, deduz-se que ela seja do ambiente rural, com

pouco ou nenhum grau de escolaridade. Entretanto, sem uma

visão preconceituosa, essa “senhora” se comunica, e bem, já que

expressa com clareza o domínio que tem sobre aquilo que faz.

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Gramáticaconceitos fundamentais

3. a

O futuro é uma abstração, diferentemente do que se espera

que seja farejado por um cão. Nem mesmo há a possibilidade

de, num contexto não poético, um cão farejar o futuro. Ele não

tem lugar, para ser farejado, e não tem cheiro algum. Somente

na linguagem da poesia essa atmosfera é possível. É assim que

a linguagem trabalha a favor da linguagem poética.

4. a

Não são exemplos de linguagem padrão: “perdeu os estribos”,

em b; “passar a vida no toco”, em c; “de mão beijada”, em

d, e “amunhecou”, em e. São todas expressões regionais ou

coloquiais, porém, que enriquecem a língua.

5. Na Pré-História, ainda destituído da fala e escrita, o homem

usava o desenho — linguagem não verbal — para contar suas

histórias, seu cotidiano; na Idade Média, possuindo já a fala,

mas sendo a escrita acessível a poucos, predominava a lingua-

gem oral, pela qual se transmitiam valores, juízos, histórias,

costumes etc.

Professor, a leitura dos textos, associada ao conhecimento de

história, leva à possibilidade de se responder à questão.

6. A pintura rupestre, realizada na natureza (“em abrigo sob

rochas, em sítios ao ar livre… gravada sobre as paredes ou os

afloramentos rochosos isolados…), tinha como objetivo maior

retratar a vida como era na Pré-História. Nota-se, dessa forma,

que a humanidade já tinha a necessidade de representar seu

cotidiano para as gerações futuras.

Professor, para responder à questão, é preciso associar a lin-

guagem não verbal da pintura à linguagem verbal, ou seja, ao

que diz com palavras escritas o texto. Com a associação entre

ambas as formas de linguagem, fica fácil elaborar a resposta a

esta pergunta.

7. O período pré-histórico é o Paleolítico, quando a humanidade

vivia de uma economia essencialmente caçadora-coletora-pes-

cadora, apresentava um estilo de vida nômade e não conhecia

práticas políticas e religiosas hierarquizadas e disciplinadoras

(civilizadas).

Professor, para responder a esta questão, mais uma vez, é

importante recorrer aos fatos históricos, além da leitura e

interpretação dos textos fornecidos.

8. d

A última alternativa está errada porque não há ironia alguma no tex-

to da propaganda, principalmente se o relacionamos à imagem.

9. Os períodos curtos, com o uso do pronome “você”, que se refere

diretamente ao leitor, relacionando-o a alguém diferenciado,

ajudam a formar a ideia de que quem lê a revista a que se

refere o anúncio consegue destacar-se na sociedade. A forma

de fazer referência ao leitor do anúncio, elogiando-o por meio

da expressão coloquial “o cara”, faz com que ele se sinta parte

do grupo de pessoas que, por ler Alfa, deixa de ser comum.

Há outras respostas possíveis. Os pontos mais importantes são a

percepção de que há referência direta ao leitor e relação entre

“ser o cara” e ler a revista Alfa.

10. V – V – F – F

A terceira afirmação está errada porque não há relação entre

a cor negra e a temática da revista. Provavelmente, o que se

pretendeu foi destacar a cor clara da capa, reproduzida sobre

o negro. A última afirmação está errada porque os símbolos

matemáticos apresentados são simples e podem ser compreen-

didos mesmo por leigos, e não somente por especialistas.

11. Num primeiro momento, é impossível “aperfeiçoar a perfeição”.

Com o uso dessa linguagem exagerada, aparentemente incoeren-

te, o anúncio intensifica as qualidades do produto anunciado,

ampliando os benefícios daquilo que já era perfeito.

12. A partir do uso da linguagem verbal associada à linguagem não

verbal, a campanha faz com que o leitor relacione o futuro a

um tempo de seca, de ausência de vegetação e de vida. Com

isso, pretende sensibilizá-lo em relação aos cuidados com o

planeta, para evitar um futuro tão terrível.

Professor, mais uma vez, o reconhecimento de quem são o

emissor e o receptor do anúncio ajuda a responder à questão,

já que as organizações que trabalham pelo meio ambiente

geralmente tentam atingir o leitor pela sensibilidade, fazendo

surgir nele a preocupação com o mundo e com o futuro do

planeta.

13. c

O texto 1 apresenta todas as principais características da função

conativa da linguagem, com verbos no imperativo e referên-

cias diretas ao receptor da mensagem. Já no texto 2 aparece

claramente o predomínio da função referencial, uma vez que

a ideia é fundamentalmente ser claro e objetivo.

14. a

O gênero dissertativo mostra-se principalmente pelo fato de

haver a defesa de um ponto de vista. A função referencial pre-

domina porque o texto é direto e conciso, tendo como principal

objetivo explicar, de forma objetiva, o que é o texto.

15. a

As passagens III e V mostram o uso da linguagem para falar da

própria linguagem (“queria o romance em língua de Camões”;

“arranjar palavras com tinta”).

16. Trata-se de uma variação própria da linguagem oral do Brasil,

típica da fala cotidiana de pessoas de classes diferentes, com

distintos níveis de instrução. Basta que se perceba que, apesar

de a gramática normativa defender a forma “deu-me”, pessoas

menos e mais instruídas usam, no cotidiano, a forma “me deu”,

muito comum no português falado no Brasil.

17. Mas, quando vivemos nas ruas, aprendemos a contar só com

nós mesmos.

2

18. O uso da variação escolhida pelo autor é legítimo na medida

em que faz parte do universo linguístico pessoal dele, le-

vando em consideração seu nível de instrução e a região em

que vive. É muito provável que, no contexto social e regional

em que se insere, a linguagem empregada seja exatamente

a que Patativa usa no poema. Além disso, o texto é absolu-

tamente compreendido pelo leitor, e sua beleza estética é

inegável. É preciso compreender como a linguagem se adapta

a cada emissor, a cada situação, a cada receptor, a cada região

e a cada nível cultural, social e de instrução. Para o autor, em

sua região, a linguagem adequada é a que ele emprega.

19. E agora quer ir à Lua. Por que, então, não quis aprender as

coisas do meu sertão?

Mesmo que não se conheçam as regras da gramática normativa

que comandam tais alterações, é possível realizá-las, por meio

da leitura anterior e de conhecimentos instintivos construídos

com o tempo.

20. De todos esses periquitinhos que há no Brasil...

De todos esses periquitinhos que existem no Brasil...

21. a

Primeiro é preciso reconhecer que a variação de pessoas sempre

caracteriza linguagem coloquial. Depois, reconhecer que, ape-

sar de coloquial, trata-se de variação adequada ao contexto.

22. a) Expressões que exemplificam o “biologuês” de forma mais

clara seriam “pato-mergulhão” e “morfologia da semente

da laurácea”.

Professor, fica muito claro que as palavras citadas não podem

ser reconhecidas facilmente e em sua totalidade por qualquer

pessoa que não seja um biólogo, isto é, que não tenha estu-

dado a biologia e suas especificidades como ciência, junto

com os termos técnicos que a acompanham.

b) A expressão, em seu sentido figurado, deve ser entendida

como “classificar ou nomear espécies ainda não nomeadas

pela ciência”.

Professor, mesmo que não se conheça, de antemão, o sentido

da expressão, é possível deduzi-lo pelo contexto em que se

insere, visto que a função dos profissionais é, segundo o

texto, exatamente nomear o que ainda não tem nome.

23. c

Ir à praia de terno e gravata é tão inadequado quanto empregar

uma linguagem culta em situações que não exigem seu uso,

ou seja, em situações em que a linguagem coloquial seria, sem

dúvidas, a mais adequada. “Conversar com um colega” é tão

despretensioso quanto ir à praia. A linguagem culta estaria

representada pelo terno, formal e impessoal.

24. b

A expressão “lapidar o estilo” está totalmente inserida na

norma-padrão da língua. É a única que não faz parte da lin-

guagem típica dos adolescentes e jovens.

Capítulo 2

semântica e figuras de linguagem

Conexões

1. Quem não tem sensibilidade para entender a poesia, jamais irá

compreendê-la. Trata-se exatamente do que diz o autor do texto

para se referir à capacidade de ouvir e compreender a poesia.

2. “Vocês que fazem” são os poetas e “vocês que curtem” são

aquelas pessoas que sabem ouvir e compreender a poesia.

3. Resposta pessoal.

4. Resposta pessoal.

5. Resposta pessoal.

Exercícios complementares

6. b

Basta substituir a palavra próprio em cada um dos contextos,

pelos sinônimos sugeridos nas alternativas, para perceber qual

das sequências funciona melhor.

7. Na primeira ocorrência, a ideia é de tempo, exclusivamente. Na

segunda, de espaço, exclusivamente. Na última, há uma fusão

entre as ideias de espaço e de tempo.

8. O paralelismo que aparece nas três expressões (cauda / olhos /

cabeça, daquele tempo / do futuro, nas nuvens) faz a construção

do sentido de temporalidade e espacialidade, com uma nuança

em cada expressão. A cauda é o final, a parte posterior, e sua

relação se faz com “aquele tempo”, o tempo passado. Os olhos

visam a frente e relacionam-se com o que virá, com o futuro.

A cabeça é o que está acima e ela também olha para cima,

para o céu.

14. b

Algo que representa a liberdade não pode representar, ao mesmo

tempo, a escravidão. Daí a presença de paradoxo ou oxímoro.

15. A figura sintática mais evidente nos dois primeiros versos é

a inversão que ocorre nos trechos “da alface a verde pétala”

e “da cenoura as hóstias desbotadas”. A figura semântica é a

metáfora, que se verifica em “pétala” (em lugar de “folha”) e

em “hóstias” (em lugar de “rodelas”).

16. a) Guimarães Rosa recorre à assonância e à aliteração, figuras

fonéticas que contribuem para a sonoridade do trecho,

cooperando, também, com a significação.

Há a repetição tanto de sons consonantais quanto de sons vo-

cálicos, por isso há a presença de assonância e de aliteração.

b) No trecho ocorre elipse (Até – talvez – fosse crime…) e

personificação (madeira burra).

Como há palavras que não se mostram claramente, mas que

podem ser facilmente reconhecidas por causa do contexto,

diz-se que ocorre elipse.

3

Tarefa proposta

1. e

Na fala do soldado, a palavra quer dizer “significado”, como

ocorre somente em e.

2. As características são plebeísmo, contradição e fraqueza.

3. Para o autor, “obscuridade” significa anonimato. É, de certa

forma, um antônimo para “celebridade”. É exatamente o

que afirma o texto: a obscuridade, no caso das celebridades,

representa o esquecimento por parte do público, a falta de

reconhecimento.

4. A ideia é a de que o homem célebre perde sua privacidade, fica

vulnerável, exposto. De certa forma, isso mostra a fragilidade que

o fato de ser celebridade pode trazer para a vida de quem o é.

É preciso reconhecer que o autor usa linguagem conotativa

para dizer o que pretende e que “paredes de vidro” nem

mesmo podem fazer parte de “vida doméstica”, uma vez que,

literalmente falando, vidas não têm paredes.

5. c

No último quadrinho, Mafalda continua atribuindo à palavra

“indicador” o sentido que ela tem na expressão “dedo indicador”.

É isso que constrói o humor da tirinha, já que “indicador” em

“indicador de desemprego” tem, na verdade, outro sentido.

6. a

É a única alternativa em que o verbo, como no trecho citado,

indica “deparar-se”.

7. As palavras “sempre com roupas estrategicamente soltinhas”

têm relação com a gravidez de Gisele Bündchen. Nesse caso,

“Jesus, que barriga” é uma expressão de espanto, que faz refe-

rência, certamente, a uma barriga discreta, elegante e delicada,

como foi a barriga exibida pela modelo em sua gravidez.

8. d

Em I, o humor constrói-se exatamente pelo fato de que a pa-

lavra “presente” não significa o oposto de “passado”, mas, sim,

“prêmio”.

9. O que gera a confusão é que “Chaves” (nome da personagem

infantil) e “Chávez” (nome do presidente venezuelano) são sig-

nos que têm a mesma sonoridade. Por isso, uma das crianças

se refere ao primeiro significado e a outra, ao segundo, como

se falassem do mesmo signo linguístico.

10. a) “Inspire” pode significar tanto “introduzir ar nos pulmões”

quanto “exercer boa influência sobre as outras pessoas”.

b) “Aliviado” pode ter tanto o sentido de “descansado”, “livre

de fadiga”, quanto o de “liberto de um transtorno ou de

uma dificuldade”.

11. c

A personagem, que até então era vista como uma criatura

abominável e sem nenhum valor moral pelos habitantes

da cidade, de repente passa a ser vista como um “poço

de bondade”, ou seja, como uma criatura extremamente

bondosa.

12. A relação de hiperonímia-hiponímia é bem evidente entre a ex-

pressão “dia a dia” (= todos os dias) e a expressão “Dia dos Pais”

(= segundo domingo de agosto). Desse modo, o primeiro é hipe-

rônimo do segundo, e este, um dos 365 hipônimos daquele.

13. A imagem do anúncio remete ao ser humano, que é bípede

e não quadrúpede. Assim, bípede é hiperônimo de “homem”,

que é um dos muitos hipônimos de bípede.

14. d

Em III, “apropriadas” não significa “adequadas”, mas, sim,

“tomadas como posse”.

15. c

A oposição se dá porque a “informação manipulada” seria

exatamente um entrave para a ampliação do conhecimento.

16. d

O texto apresenta exatamente a noção de que as ideias revolu-

cionárias e que cooperariam para o progresso não podem, de

forma alguma, ser usadas para objetivos que não sejam comuns

a todas as pessoas, mas apenas a alguns grupos. Disseminar a

informação seria o caminho para o progresso de forma global.

17. d

Mafalda tenta defender um futuro melhor, mas acaba com seu

avião amassado no chão. Já na canção, apesar das dificuldades,

a mensagem final (brotar do impossível chão) é de otimismo,

de possibilidade de um futuro melhor.

18. a) A leitura do título, isoladamente, provoca uma dupla possibilida-

de de interpretação, visto que a palavra “queda” pode significar

tanto “destituição do poder” quanto “tombo”, “queda física”.

b) Outras opções seriam: “O tombo de Fidel” ou “Fidel cai e se

machuca”, entre outras opções.

Professor, aqui, as opções são várias. Dependerá da criati-

vidade e inspiração. É importante apenas atentar para que

se desfaça, com o novo título, a ambiguidade do antigo.

19. b

Em b, percebe-se que há textos que não se tornarão bons o

bastante para serem publicados, ainda que isso seja apenas

parte do perfeccionismo do autor. A lata de lixo é a represen-

tação da decisão de se excluir definitivamente o que foi escrito,

antes mesmo da publicação em forma de livro.

20. a) A representação é a de que os dicionários são ferramentas úteis

para os “burros”, assim chamados aqueles que não sabem como

se escreve determinada palavra ou o que ela significa. Não se

trata de uma representação adequada, já que recorrer a um

dicionário é uma atitude inteligente, e sabe-se que até as pessoas

mais letradas recorrem ao uso dos dicionários para consultas e

que isso, de forma alguma, significa que elas sejam “burras”.

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b) O uso da expressão causa humor porque se pode interpretar

“bom pra burro” de duas formas diferentes, ou seja, a ex-

pressão é polissêmica. Numa das leituras, entende-se que o

dicionário é “muito bom”; logo, a expressão “pra burro” teria

a função de intensificador do sentido. Na outra, pode-se ler

que o dicionário é bom para as pessoas “burras”, ou seja, é

útil para aqueles sem instrução, ignorantes.

21. a

Basta perceber que a palavra “obscena” segue a mesma linha de sig-

nificação de “vulgar”, porém apresenta-se de forma mais agressiva,

mais veemente, mais intensa. Por isso a gradação está presente.

22. b

É preciso reconhecer que as pessoas que saem de outras regiões

e vão para as grandes cidades em busca de trabalho sofrem

muito preconceito por parte dos habitantes dessas cidades, mas

que, por outro lado, são esses migrantes que formam a força

de trabalho nesses mesmos grandes centros.

23. a) A palavra não está adequadamente empregada em nenhum

dos dois textos. Isso porque “literalmente” quer dizer “de

modo literal, à letra, exatamente”. Em nenhum dos textos

as palavras podem ser interpretadas em seu sentido literal.

Os jovens não dançam de fato para tentarem conquistar

seus empregos. E as mulheres do Kremlin não são — ou

estão — com luz extinta, sem fogo, sem iluminação (o que

seria o sentido literal de “apagadas”).

b) A expressão refere-se a “apagadas”. O duplo sentido se

constrói porque a palavra “apagadas” pode significar tanto

“pouco influentes” ou “pouco representativas” quanto “exe-

cutadas”, “assassinadas”.

24. a

Dizer “velhos” e “menstruação” não só são formas mais agres-

sivas de se expressar, como não seriam adequadas ao contexto

em que se inserem. Há muitos outros exemplos de eufemismos

nos textos bíblicos.

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