Ensino e pesquisa sem animais: uma realidade possível?

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 Ensino e Pesquisa sem animais: uma realidade possível? Prof. Thales Tréz Depto. De Ciências Biológicas Universidade Federal de Alfenas

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Ensino e Pesquisa sem animais: uma realidade possível?

Prof. Thales TrézDepto. De Ciências Biológicas

Universidade Federal de Alfenas

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Considerações iniciais

Ensino e PesquisaQuestões iniciais que balizam as abordagens:

PORQUE?                   COMO?

Instrumentaltécnica

HistóricaÉtica/culturalTécnica

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Um “novo” contexto cultural: Traduções de obras de ética animal; Publicações; Pesquisa; Sociedade civil; Legislação;

Um novo conceito de animal

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Conceito de animal e status moral do animal e a questão do PORQUE

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Educação científica

Episódio do cachorro (1997)Pesquisas sobre percepção de estudantes 

e professores:

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Tréz, T.A. & Nakada, J.B. Percepções acerca da experimentação animal como um indicador do paradigma antropocêntrico­especista entre professores e estudantes de Ciências Biológicas da UNIFAL­MG. Revista Alexandria, 2008 (no prelo)

Feijó, et al. Análise de indicadores éticos do uso de animais na investigação científica e no ensino em uma amostra universitária da área da Saúde e das Ciências Biológicas. Scientia Medica, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 10­19, jan./mar. 2008.

Souza, A. S. Uso de animais para fins didáticos: percepção dos estudantes e professores dos cursos da área de saúde da FTC – Salvador. Monografia, Faculdade de Tecnologia e Ciências, Salvador, 2007. 

Barbudo, C. R.. O uso de animais invertebrados e vertebrados em sala de aula como recurso didático e pesquisa. Trabalho de Conclusão de Curso ­ Universidade Federal de Alfenas, Alfenas, 2006.

Mirault­Pinto, M.C. & Rímoli, A.O. Vivência dos estudantes das áreas biológicas, agrárias e da saúde da Universidade Católica Dom Bosco quanto ao uso de animais em aulas práticas. Biotemas, 18 (1): 193 ­ 215, 2005.

Tréz, T.A. O uso de animais vertebrados como recurso didático na Universidade Federal de Santa Catarina: Panoramas, alternativas e a educação ética. Monografia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2000.

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16081868

17211917

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0

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ade

1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999

ano

(Tréz, 2000)

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- 40,9% dos estudantes entrevistados declararam algum tipo de incômodo ou mal estar com o uso de animais;

- 68,3% dos estudantes discordam do uso de animais quando alternativas poderiam ser aplicadas;

- 80,4% dos estudantes afirmaram que as alternativas deveriam ser aplicadas sempre que possível;

- 86,6% dos estudantes acreditam que alternativas deveriam ser oferecidas a estudantes que tenham objeções ao uso de animais;

-63,1% dos estudantes acreditam que existe um problema ético com o uso de animais;

- 9 de 13 professores conhecem alternativas disponíveis no mercado ou aplicadas em outras universidades que atendem ao mesmo

objetivo da aula com animais;- 12 de 14 professores tem interesse em substituir os animais por

métodos alternativos de ensino;- 10 de 13 professores acreditam que a questão da substituição de

animais por métodos alternativos seja necessária;

(Tréz, 2000)

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(Mirault­Pinto & Rímoli, 2005)

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(Mirault­Pinto & Rímoli, 2005)

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(Tréz & Nakada, 2008)

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(Tréz & Nakada, 2008)

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(Feijó et al., 2008)

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Educação científica sem animais:

Definição e implementação“uma ajuda educacional humanitária e 

abordagens de ensino que podem substituir a utilização de animais ou complementar a educação humanitária já existente” (Jukes & Chiuia, 2003)

Instrumentos e abordagens

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Educação científica sem animais:

Eficiência: Estudos praticamente inexistentes no Brasil: os 

de cunho comparativo/avaliativo Não necessidade de padronização

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Educação científica sem animais:

Conclusão: Contexto favorável; Tecnologia e abordagens disponíveis; Curto prazo!

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Pesquisa sem animais

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“A necessidade de um relato claro e documentado das conquistas do passado provém do costume predominante de autoridades médicas que 

apóiam e defendem a prática da experimentação em animais vivos, distorcendo fatos históricos e criando a impressão no público que cada diagnóstico médico e tratamento depende da vivissecção… Felizmente, mesmo a menor leitura cuidadosa das evidências disponíveis mostram a 

falsidade destas afirmações e fornecem a prova histórica do valor supremo da observação e experimentação clínica quando contrastado com a 

duvidosa e mesmo distorcida prática da experimentação animal”

Dr. M. Beddow Bayly, em Clinical Medical Discoveries, 1961.

Um olhar histórico­crítico do papel dos avanços em saúde e sua relação com a experimentação animal é necessário!

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Definição Instrumentos: cultura de células, tecidos e órgãos 

humanos ou de outros animais, assim como bactérias e protozoários (tecnologia in vitro); simulações de computador e modelagem matemática; farmacologia quântica; tecnologia DNA recombinante; espectometria de massas; cromatografia; nanotecnologia.

Abordagens: estudos epidemiológicos e os estudos clínicos e autópsias. Ressonância magnética (MRI), tomografia computadorizada (CAT, PETscan, SPECTscan) e outros. 

Pesquisa sem animais

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Considerações sobre eficiência e eficáciaValidação

“a discussão sobre a utilização de animais na pesquisa, a intenção de redução do seu uso e o desenvolvimento de novas metodologias ainda tem sido timidamente introduzidos na realidade brasileira”

CAZARIN, K.C.C.; CORRÊA, C.L.; ZAMBRONE, F.A.D. Redução, refinamento e substituição do uso de animais em estudos toxicológicos: uma abordagem atual. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, vol.40, n.3, jul/set. 2004.

Pesquisa sem animais

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Educação científica sem animais:

Conclusão: Tecnologias em desenvolvimento; Apego ao modelo animal; Médio e longo prazo!

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Lei 11.794/98

“Novo” contexto legal;Fundamentação: 3Rs (Refinement, 

Reduction e Replacement)

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Art. 14. O animal só poderá ser submetido às intervenções recomendadas nos protocolos dos experimentos que constituem a pesquisa ou programa de aprendizado quando, antes, durante e após o experimento, receber cuidados especiais, conforme estabelecido pelo CONCEA. (...)

§ 5º Experimentos que possam causar dor ou angústia desenvolver­se­ão sob sedação, analgesia ou anestesia adequadas (...)

§ 7º É vedado o uso de bloqueadores neuromusculares ou de relaxantes musculares em substituição a substâncias sedativas, analgésicas ou anestésicas.

§ 8º É vedada a reutilização do mesmo animal depois de alcançado o objetivo principal do projeto de pesquisa.

§ 9º Em programa de ensino, sempre que forem empregados procedimentos traumáticos, vários procedimentos poderão ser realizados num mesmo animal, desde que todos sejam executados durante a vigência de um único anestésico e que o animal seja sacrificado antes de recobrar a consciência (...)

Art. 15. O CONCEA, levando em conta a relação entre o nível de sofrimento para o animal e os resultados práticos que se esperam obter, poderá restringir ou proibir experimentos que importem em elevado grau de agressão

Refinamento

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Redução

Art. 14, § 4º: O número de animais a serem utilizados para a execução de um projeto e o tempo de duração de cada experimento será o mínimo indispensável para produzir o resultado conclusivo, poupando­se, ao máximo, o animal de sofrimento.

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Substituição

Art. 14, § 3º: reforço da possibilidade de substituição do uso de animais no ensino quando houver possibilidade de registro (fotografia, filme ou outra gravação), “de forma a permitir sua reprodução para ilustração de práticas futuras, evitando­se a repetição desnecessária de procedimentos didáticos com animais”

Atribuição do CONCEA:“monitorar e avaliar a introdução de técnicas alternativas 

que substituam a utilização de animais em ensino e pesquisa” (art. 5, par. III) 

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thales@unifal­mg.edu.br