Entre 1815 e 1848, Europa foi sacudida por três crises revolucionárias. Em 1848, os levantes se...

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Entre 1815 e 1848, Europa foi sacudida por três crises revolucionárias. Em 1848, os levantes se estenderam por toda a Europa, com a exceção de Grã- Bretanha, Rússia e da Península Ibérica. As estradas de ferro, a industrialização e o crescimento populacional estavam modificando a paisagem da Europa, ao mesmo tempo que o pensamento materialista começou a desafiar o primado romântico da poesia e a filosofia. exércitos regulares.

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Entre 1815 e 1848, Europa foi sacudida por três crises revolucionárias. Em 1848, os levantes se estenderam por toda a Europa, com a exceção de Grã-Bretanha, Rússia e da Península Ibérica. As estradas de ferro, a industrialização e o crescimento populacional estavam modificando a paisagem da Europa, ao mesmo tempo que o pensamento materialista começou a desafiar o primado romântico da poesia e a filosofia. exércitos regulares.

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O político húngaro Ferenc Deák negociou a autonomia da Hungria dentro do contexto da monarquia dos Habsburgo. Na França, Napoleão III forjou uma ditadura que coordenou a industrialização com os programas de bem estar público, a disciplina e a ordem social. Otto von Bismark unificou a Alemanha utilizando as guerras contra a Dinamarca, Áustria e França, para converter o novo estado numa das principais potências da Europa. Na Espanha, após a perda de todas as colonias americanas e o confronto entre liberais e conservadores, o século XIX foi uma época de graves convulsões políticas.

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Para a maioria dos europeus, a época entre 1871 e 1914 foi a Belle Époque. A ciência tinha tornado a vida mais cômoda e segura, o governo representativo tinha grande aceitação e se esperava confiantemente um progresso contínuo. As potências européias se orgulhavam dos seus avanços e, convencidas de que a história lhes tinha reservado uma missão civilizadora, reclamaram enormes territórios da África e da Ásia para torná-los suas colônias. As rivalidades nacionais se exacerbaram por causa da competição imperialista.

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Enquanto isso, a classe operária industrial aumentava e os partidos social-democratas marxistas pressionavam os governos europeus. O imperador Guilherme II, na Alemanha, afastou Bismark em 1890. Durante duas décadas o chanceler tinha levado adiante, com sucesso, uma surpreendente política de alianças internacionais que mantivera a paz. O perigo alemão, junto à rivalidade entre Rússia e a Áustria nos Balcãs, exigia uma atividade diplomática que representava enormes dificuldades. O assassinato do arquiduque Francisco Fernando de Habsburgo, em 28 de junho de 1914, foi o estopim que desencadeou a crise que a Europa tentava contornar.

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A ciência estava-se tornando uma referência, a garantia do progresso inexorável. Charles Darwin, apesar da sua visão sobre uma natureza selvagem, predicou a "sobrevivência dos mais aptos"; por sua vez Karl Marx e o revolucionário alemão Friedrich Engels ridiculizaram as utopias e elaboraram um socialismo científico, fundamentado em propostas mais radicais de transformação da sociedade. O liberal e pragmático Camilo Benso di Cavour unificou a Itália ao saber combinar habilmente a diplomacia com o uso de exércitos regulares.

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Coletivismo, sistema político-econômico no qual os meios de produção e distribuição de bens e serviços são controlados por um coletivo de pessoas que, freqüentemente, é o Estado. O sistema oposto é o capitalismo.

Individualismo, em filosofia política e econômica, doutrina promulgada por teóricos como Thomas Hobbes e Adam Smith, segundo a qual a sociedade é um artifício com o único propósito de promover o bem-estar de seus membros como indivíduos, que só pode ser julgada adequadamente com base em critérios estabelecidos por eles mesmos. As teorias ou tendências individualistas são uma parte essencial de todas as ciências que se ocupam da pessoa como ser social; sua antítese é o socialismo.

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Anarquismo, doutrina política que se opõe a qualquer classe de hierarquia, tenha ela se consolidado pela tradição, pelo consenso ou imposto de modo coercivo. Os anarquistas acreditam que o maior patrimônio da humanidade é a liberdade do indivíduo para se expressar e atuar sem ser impedido por nenhuma forma de poder, razão pela qual seria fundamental derrubar todos os tipos de governo, lutar contra todas as religiões ou seitas organizadas, pois representam o desprezo pela autonomia dos homens e a escravidão econômica. Combater o Estado como entidade que reprime a autêntica liberdade econômica e pessoal de todos os cidadãos se converte, portanto, em uma necessidade imediata.

Historicamente, Pierre Joseph Proudhon é considerado o pai do sistema denominado anarquismo filosófico, segundo o qual o anarquismo excluiria a autoridade como critério governante da sociedade.

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No final do século XIX, apareceu outra escola do anarquismo, que surgiu a partir do movimento socialista, baseada na ação organizada e em atos de terrorismo para alcançar seus objetivos.

A tendência anarquista que propugnava a ação direta foi a mais conhecida. Por outro lado, as idéias coletivistas de Bakunin deram origem ao anarco-sindicalismo, que chegou a ser muito influente na Itália.

É provável que o anarquismo não tenha passado de uma simples especulação teórica, apesar dos inúmeros ativistas que o impulsionaram criando organizações vinculadas ao movimento operário com a pretensão de destruir a sociedade capitalista e o Estado, cuja força se manifestou desde a segunda metade do século XIX.

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Comunismo, conceito ou sistema de sociedade no qual os principais recursos e meios de produção pertencem à comunidade, e não aos indivíduos. Teoricamente, essas sociedades permitem a divisão eqüitativa de todo o trabalho em função da habilidade e de todos os benefícios em função das necessidades. Alguns dos conceitos da sociedade comunista fazem crer que, em última instância, não existe a necessidade de um governo coercitivo e, portanto, a sociedade comunista não teria por que ter legisladores. No entanto, até chegar a esse último estágio, o comunismo implica na abolição, por parte de um movimento revolucionário, da propriedade privada e a responsabilidade de satisfazer às necessidades públicas recai, pois, sobre o Estado.

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A idéia de uma sociedade comunista surgiu no início do século XIX como resposta ao início desordenado do moderno capitalismo. Naquela época, o comunismo foi a base de uma série de afirmações utópicas; no entanto, fracassaram quase todas as experiências comunistas.

Posteriormente, o termo passou a descrever a filosofia estabelecida por Karl Marx e Friedrich Engels no Manifesto comunista e o movimento que ajudaram a criar na Europa central. Desde 1917, aplica-se às pessoas que consideram que a Revolução Russa é um modelo a ser seguido por todos os marxistas. Ver União das Repúblicas Socialistas Soviéticas; Lenin, Vladimir Ilitch Ulianov; Josef Stalin.

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Socialismo, termo que, desde o início do século XIX, designa as teorias e ações políticas que apóiam um sistema econômico e político baseado na socialização dos sistemas de produção e no controle estatal (parcial ou completo) dos setores econômicos, opondo-se frontalmente aos princípios do capitalismo. Embora o objetivo final dos socialistas fosse estabelecer uma sociedade comunista ou sem classes, eles têm se voltado cada vez mais para as reformas sociais realizadas no seio do capitalismo. À medida que o movimento evoluiu e cresceu, o conceito de socialismo foi adquirindo diversos significados em função do lugar e da época no qual se estabelecia.

Entre os seus primeiros teóricos, estão o aristocrata francês Claude de Saint-Simon, Fourier e o empresário britânico e doutrinário utópico Robert Owen.

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No século XVII, durante a Guerra Civil inglesa, Londres se alinhou com Oliver Cromwell contra os realistas; a cidade inteira deu as boas-vindas a Guilherme III de Orange e à rainha Maria quando eles subiram ao trono, bem como à Declaração de Direitos (Bill of Rights) que trouxeram consigo.

Bill of Rights (Declaração de Direitos) Assinado por Guilherme de orange que após a revolução gloriosa na inglaterra, ele se intula rei como Guilherme III apoiado pelo parlamento e pelo exército.

A declaração de direitos determina, entre outras coisas, a liberdade, a vida e a propriedade privada, assegurando o poder da burguesia na inglaterra.

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Declaração de Direitos 1689 Bill of Rights Os Lords, espirituais e temporais e os membros da Câmara dos

Comuns declaram, desde logo, o seguinte:1. Que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real

para suspender as leis ou seu cumprimento. 2. Que, do mesmo modo, é ilegal a faculdade que se

atribui à autoridade real para dispensar as leis ou o seu cumprimento, como anteriormente se tem verificado, por meio de uma usurpação notória.

3. Que tanto a Comissão para formar o último Tribunal, para as coisas eclesiásticas, como qualquer outra Comissão do Tribunal da mesma classe são ilegais ou perniciosas.

4. Que é ilegal toda cobrança de impostos para a Coroa sem o concurso do Parlamento, sob pretexto de prerrogativa, ou em época e modo diferentes dos designados por ele próprio.

5. Que os súditos tem direitos de apresentar petições ao Rei, sendo ilegais as prisões vexações de qualquer espécie que sofram por esta causa.

6. Que o ato de levantar e manter dentro do país um exército em tempo de paz é contrário a lei, se não proceder autorização do Parlamento.

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Jorge II da Inglaterra (1683-1760), rei da Grã-Bretanha e Irlanda (1727-1760), e eleitor de Hannover (1727-1760), filho de Jorge I.

Como seu pai, Jorge II estava mais interessado em Hannover que na Grã-Bretanha. Manteve Robert Walpole no cargo de chefe de ministros e até o final de seu mandato contou com a colaboração de William Pitt, o Velho. O reinado de Jorge II foi marcado pela repressão à última rebelião jacobita e pelo vitorioso desenlace da Guerra dos Sete Anos.

Jorge III (1738-1820), rei da Grã-Bretanha e Irlanda (1760-1820), eleitor de Hannover (1760-1815) e por decisão do Congresso de Viena, rei de Hannover (1815-1820).

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Seu primeiro-ministro Frederick North pôs em prática as disposições reais que provocaram a guerra da Independência Americana. Após a derrota, assentou William Pitt à frente do governo e a nação recuperou a estabilidade. Promoveu as guerras contra a França (1793-1815) que foram a raiz da Revolução Francesa.

A questão da Irlanda A Irlanda foi um reino independente até 1800,

quando o primeiro ministro britânico, William Pitt, projetou a união legislativa da Inglaterra e da Irlanda e induziu o Parlamento irlandês a aceitar a Ata de União. Depois da união começou a luta pela liberdade política e religiosa e pela separação da Inglaterra. Em 1823 foi fundada a Associação Católica, que reivindicou e, finalmente, conseguiu a completa emancipação católica na Irlanda.

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Um Quadro Insurrecional    O pano de fundo em que o ludismo emergiu formou-se

pelas dificuldades sofridas pelas exportações britânicas, decorrentes do bloqueio continental imposto em 1806 por Napoleão Bonaparte, e, em seguida, pelos problemas enfrentados com a obtenção do algodão para a as tecelagens, visto que em 1812 os ingleses estavam em guerra contra os Estados Unidos (o seu principal fornecedor). Naquele mesmo ano, no dia 11 de maio, algo raro na história política inglesa ocorreu: o assassinato do seu primeiro ministro Perceval, em plena Câmara dos Comuns, vítima de um malucão. O clima, pois, era de generalizada revolta em larga parte da Inglaterra, sendo que E.P. Thompson - um dos maiores historiadores da classe operária britânica - acredita que o movimento extrapolou seu objetivos originais, como assegurou um testemunho da época, ambicionando "derrubar o sistema de governo pondo em revolução o país inteiro". Esta foi a razão do Parlamento ter aprovado em Londres em 1812, apesar da eloqüente oposição de Lord Byron, a Frame Braking Act, que estabeleceu a pena de morte para quem destruísse as máquinas.

John Cartwright    (1740-1824),    agitador das causas    sociais

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O Massacre de Peterloo Uns sete anos depois dos amotinamentos luditas,

por volta de 1818-9, as coisas voltaram a se acalmar. A insurgência sofreria um rude golpe com a mobilização do exército e dos corpos auxiliares e com os enforcamentos coletivos que as autoridades submeteram os insurretos, como deu-se em York onde um dos líderes, George Mellor, subiu ao patíbulo com 13 companheiros. Repressão que atingiu sua culminância nos Massacres de Perterloo (uma paródia jocosa de Waterloo, porque deu-se no comando-geral do generalíssimo Duque de Wellington, o vencedor de Napoleão), quando 15 manifestantes foram mortos pelas tropas nas redondezas de Manchester. No dia 16 de agosto de 1819, no parque de Saint-Peter, uma multidão de umas 50 mil pessoas, reunidas num protesto, foi exposta a uma brutal carga de cavalaria que chocou a Grã-Bretanha inteira.

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Jorge IV (1762-1830), rei da Grã-Bretanha e Irlanda (1820-1830) e de Hannover (1820-1830). Sua conduta licenciosa granjeou-lhe a antipatia do povo britânico, porém era conhecido como o ‘primeiro cavaleiro da Europa’ por sua inteligência e modos refinados. O acontecimento mais relevante de seu reinado foi a aprovação da Ata de Emancipação Católica, à qual se opôs. Seu irmão Guilherme IV o sucedeu no trono.

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Rainha da Grã-Bretanha e Irlanda (24/5/1819-22/1/1901). Alexandrina Vitória nasce no palácio de Kensington, em Londres. É a única filha de Eduardo, duque de Kent, quarto filho do rei Jorge III. Em 1837, com 18 anos, sucede ao tio Guilherme IV, cujos filhos haviam morrido quando crianças. Em 1840 casa-se com o primo Alberto de Saxe-Coburgo, com quem tem nove filhos. A perda do marido a deixa tão inconsolável que se afasta do governo por dois anos. Exceto por esse período, intervém pessoalmente em todos os assuntos de Estado, em especial no comércio exterior. Durante seus 63 anos de reinado, o imperialismo britânico expande-se em todos os continentes, da África à Oceania.

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O Reino Unido participa da Guerra dos Bôeres (1899-1902), no sul da África, da Revolta dos Sipaios (1857-1858), na Ásia, e da Guerra do Ópio (1840-1842), na China. Internamente, supera a depressão econômica dos governos de Jorge III e Guilherme IV e faz o país alcançar grande desenvolvimento industrial. Seu reinado, conhecido na história como era vitoriana, é marcado pela ascensão da classe média, pela moral conservadora, pelo intenso nacionalismo e pela grande popularidade da soberana – uma época ainda de florescimento cultural e político, em que se amplia a participação dos cidadãos no governo. Morre em Osborne, na ilha de Wight, na Inglaterra, depois do mais longo reinado da história do Reino Unido.

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Cronologia: @ 1811 – Movimento Ludista, os destruidores de

máquinas. @ 1824 – Lei de livre associação aprovada pelo

Parlamento inglês. @ 1834 – Nova Lei dos Pobres. @ 1836 – Movimento Cartista, o programa de 6 pontos. @ 1838 – Forma-se a Associação dos Trabalhadores de

Londres @ 1864 – Fundação em 28 de setembro da Associação

Internacional dos Trabalhadores (AIT). @ 1867 – Lei que permite o estabelecimento de

escolas públicas. @ 1872 Adoção do Voto secreto. @ 1884 - Lei Fabiana – institui o socialismo na

Inglaterra. @ 1886 – Manifestação pacífica de desempregados se

transforma em um ataque a propriedade, a riqueza e aos privilégios, com quebra de vitrines, tombamento de carroças e assaltos.

@ 1899 Guerra dos Boeres

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Movimento cartista. Para reivindicar melhores condições de vida, os

operários se organizaram, no final da década de 1830, num movimento que ficou conhecido como Cartismo. Considerado o primeiro movimento independente da classe trabalhadora britânica, exerceu forte influência sobre o pensamento político durante os dez primeiros anos do governo da rainha Vitória, na Inglaterra. O nome do movimento teve origem na Carta do Povo, principal documento de reivindicação dos operários que foi escrito como resposta ao "Reform Act", lei eleitoral que proibiu os operários do direito do voto, no Projeto de Reforma em 1832. A Carta do Povo, enviada ao parlamento em 1838, trazia as seguintes reivindicações: sufrágio universal masculino, pagamento aos deputados, votação secreta, parlamentos anuais, igualdade dos distritos eleitorais e supressão do censo.

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A estratégia utilizada pelos cartistas girava em torno, principalmente, da coleta de assinaturas, realizadas nas oficinas, nas fábricas e em reuniões públicas, através de uma série de Petições Nacionais enviadas à Câmara dos Comuns.

É preciso ter em mente, no entanto, que o programa democrático radical do Cartismo não foi aceito pelos governantes e, num certo sentido, pode-se dizer que ele foi politicamente derrotado. Mas, apesar disso, os cartistas conseguiram mudanças efetivas como a primeira lei de proteção ao trabalho infantil (1833), a lei de imprensa (1836), a reforma do Código Penal (1837), a regulamentação do trabalho feminino infantil, a lei de supressão dos direitos sobre os cereais, a lei permitindo as associações políticas e a lei a jornada de trabalho de 10 anos.

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Dentro desse movimento havia os que desejavam uma volta ao passado, isto é, a sociedade anterior ao desenvolvimento industrial, e os que viam a industrialização como uma realidade sem volta, dentro da qual só poderiam ter seus direitos mantidos a partir da cooperação e associação da classe operária. Nesse sentido, pode-se dizer que o Cartismo foi mais do que o grito de uma sociedade em declínio, foi uma expressão do nascimento de uma nova sociedade.

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Luta entre o Reino Unido e a população bôer, descendente de colonizadores holandeses e fundadores das repúblicas independentes de Transvaal e Orange, no nordeste da África do Sul. O conflito, que dura de 1899 a 1902, inicia-se com a tentativa da Coroa britânica de anexar as duas repúblicas, ricas em jazidas de diamante, ouro e ferro. Os bôeres (ou africânderes), que ocupam a região desde 1830, lutam para preservar a independência. Os ingleses vêem nesse nacionalismo um perigo à dominação do Reino Unido no sul da África. A princípio, a supremacia é dos bôeres, que começam a guerra. Invadem a colônia do Cabo, além de sitiar cidades importantes e anexar territórios ingleses. Mas, em 1902, acontece a contra-ofensiva inglesa. A superioridade britânica em homens e armamentos derrota os bôeres.

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As tropas inglesas devastam e queimam propriedades durante a guerra. Os bôeres capturados são colocados em campos de confinamento, onde morrem cerca de 20 mil pessoas. As notícias sobre o tratamento desumano dado pelos ingleses aos prisioneiros intensificam a imagem negativa do Reino Unido perante a opinião internacional. Com a Paz de Vereeniging (1902), as repúblicas são incorporadas ao Reino Unido e, em 1910, juntam-se às colônias do Cabo e de Natal para constituir a União Sul-Africana.

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Em meados do século XIX a Grã-Bretanha era a potência mais desenvolvida do mundo, efetuando a transição para a segunda fase da Revolução Industrial. Para tanto, demandava cada vez mais matérias-primas a baixos preços e mercados consumidores para os seus produtos industrializados.

A Índia e a China, países populosos da Ásia, despertavam grande atenção por parte da burguesia britânica. Só que, ao passo que o mercado indiano se encontrava aberto ao comércio, a China, produtora de seda, porcelana e chá (os britânicos compraram 12.700 toneladas em 1720 e 360 mil toneladas em 1830), itens que alcançavam bons preços no mercado europeu, não mostrava interesse nos produtos europeus, o que acarretava escassos lucros ao comércio britânico.

Chineses se viciando em ópio.

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Depósitos de ópio da Companhia das Índias Orientais na Índia.Apenas um produto, em particular, parecia despertar o interesse dos chineses: o ópio, um entorpecente extraído da papoula que causa dependência química em seus usuários, introduzido fraudulentamente por comerciantes ingleses e norte-americanos. Produzido na Índia, e também em partes do Império Otomano no início do século XIX, os comerciantes britânicos traficavam-no ilegalmente para a China, auferindo grandes lucros e aumentando o volume do comércio em geral. Entre esses comerciantes destacava-se a Companhia das Índias Orientais.

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A primeira guerra do ópio (1839-1842) O fim do longo monopólio da Companhia das Índias Orientais

britânica, em 1834, levou ao aumento da competição das firmas e comerciantes ingleses em Cantão, onde os ocidentais praticavam em grande escala o contrabando de ópio. Substância proibida inclusive na Grã-Bretanha, diante do aumento de consumo entre os súditos chineses, o imperador Daoguang designou o mandarim Lin Zexu (Lin Tso-sin), um alto funcionário do governo, para que executasse, a partir do porto de Guangzhou (Cantão), cidade onde era mais forte o contrabando, uma política de confisco sistemático do entorpecente.

Em 1839, diante do assassinato de um súdito chinês por marinheiros britânicos embriagados em Cantão, o comissário imperial ordenou a expulsão de todos os ingleses da cidade. Na ocasião, o governo chinês confiscou e destruiu cerca de 20 mil caixas de ópio nos depósitos britânicos, prendendo e expulsando da China os seus responsáveis, súditos da Grã-Bretanha.

Esses fatos serviram de pretexto para que a Grã-Bretanha declarasse guerra à China, na chamada Primeira Guerra do Ópio (1839-1842). Em 1840, o chanceler britânico, lorde Palmerston, enviou uma força de 16 navios de guerra britânicos para a região. Senhora de superioridade tecnológica inquestionável, representada por modernas embarcações de casco de aço a vapor como o HMS Phoenix, a esquadra britânica afundou boa parte dos obsoletos juncos à vela da marinha de guerra chinesa, sitiou Guangzhou (Cantão), bombardeou Nanquim e ameaçou as comunicações terrestres com a capital, Pequim.

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Esses fatos serviram de pretexto para que a Grã-Bretanha declarasse guerra à China, na chamada Primeira Guerra do Ópio (1839-1842). Em 1840, o chanceler britânico, lorde Palmerston, enviou uma força de 16 navios de guerra britânicos para a região. Senhora de superioridade tecnológica inquestionável, representada por modernas embarcações de casco de aço a vapor como o HMS Phoenix, a esquadra britânica afundou boa parte dos obsoletos juncos à vela da marinha de guerra chinesa, sitiou Guangzhou (Cantão), bombardeou Nanquim e ameaçou as comunicações terrestres com a capital, Pequim.

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O conflito foi encerrado em Agosto de 1842 com a assinatura do Tratado de Nanquim, o primeiro dos chamados "tratados desiguais", pelo qual a China aceitou suprimir o sistema de Co-Hong (companhia governamental chinesa), abrir cinco portos ao comércio britânico (Cantão, Amói, Fuchou, Ningpo e Xangai), pagar uma pesada indenização de guerra e entregar a ilha de Hong Kong, na qual ficaria sob o domínio inglês por 100 anos. Como garantia do direito de comércio assim obtido, um navio de guerra britânico ficaria permanente ancorado em cada um desses portos.

Apesar do acordo com a China, a situação nos novos portos abertos continuou a não satisfazer as ambições dos estrangeiros. O comércio não progredia tão rapidamente como o pretendido, uma vez que os mandarins locais se atrasavam na resolução dos assuntos que iam surgindo. Assim, a situação não era conforme com os interesses dos ocidentais.

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A segunda guerra do ópio (1856-1860) Episódio da segunda guerra do ópio (1856-1860), em

Cantão (Guangzhou)Em 1856, oficiais chineses abordaram e revistaram o navio de bandeira britânica, Arrow. Os franceses aliaram-se aos britânicos no ataque militar lançado em 1857. Os aliados operaram em redor de Cantão, de onde o vice-rei prosseguia com uma política de intransigência. Mais uma vez, a China saiu derrotada e, em 1858, as potências exigiram que a China aceitasse o Tratado de Tianjin. De acordo com este tratado, onze novos portos chineses seriam abertos ao comércio com o Ocidente e seria garantida a liberdade de movimento aos mercadores europeus e missionários cristãos. Quando o imperador se recusou a ratificar o acordo, a capital, Pequim, foi ocupada. Após a Convenção de Pequim (1860), o Tratado de Tianjin foi aceito. A China criou um Ministério dos Negócios Estrangeiros, permitiu que se instalassem legações ocidentais na capital e renunciou ao termo "bárbaro", usado nos documentos para denominar os ocidentais.

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Conseqüências Em 1900, o número de portos abertos ao comércio

com o ocidente, chamados de "portos de tratado", chegava a mais de cinqüenta, sendo que todos os países europeus, assim como os Estados Unidos da América, tinham concessões e privilégios comerciais.

A ilha de Hong Kong permaneceu em poder dos britânicos até ser devolvida à China, em Julho de 1997.

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2ª Republica francesa. Sobrinho de Napoleão Bonaparte, Napoleão III restaurou o trono francês com um golpe de estado que se tornou exemplo clássico de audácia política. Seu governo autoritário proporcionou à França duas décadas de prosperidade, mas não lhe permitiu vencer a guerra contra a Prússia.Apoiou, a princípio, o Ressurgimento, atuando com destaque nas lutas pela unificação italiana, voltando-se contra os austríacos, que reinavam sobre a região desde o Congresso de Viena. Pressionado, entretanto, pela violenta campanha dos católicos franceses, que protestavam contra o ataque aos Estados da Igreja) e consideravam as ambições sardo-piemontesas uma ameaça aos domínios da Igreja, e pela possibilidade da Prússia entrar no conflito em apoio ao imperador austríaco Francisco José (a Prússia concentrou poderoso exército nas fronteiras com a França), concluiu um tratado de paz com a Áustria em Villa franca em 1859. Em 1860, conquistou a Savóia e Nice, graças ao apoio contra a Áustria.

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Com a grande influência da França, Napoleão III apoiou a construção do canal de Suez e protegeu os cristãos maronitas na Síria. Entre 1862 e 1867, Bonaparte interveio no México, numa guerra que arruinou as finanças francesas. Com o objetivo de garantir o comércio francês na América, conter a crescente hegemonia norte-americana e pôe fim à instabilidade política entre grupos locais, as tropas francesas invadiram o México, derrubando seu presidente Benito Juárez. Organizando no México uma nova estrutura política, Bonaparte oferece o trono mexicano ao arquiduque Maximiliano da Áustria.

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A França no Século XIX A Restauração dos Bourbons com Luís XVIII e Carlos X

deu-se com base na Legitimidade de Talleyrand. n A oposição burguesa desembocou na Revolução Liberal de 1830, dando início ao governo do rei burguês Luís Filipe.

Em 1848, no ápice da agitação trabalhista e popular européia, aconteceu a Primavera dos Povos.

Na França, nas eleições de 1848, a burguesia retomou o controle político com o governo populista de Luís Bonaparte, consolidando-o com o Segundo Império, sobrevivendo até a Guerra Franco-Prussiana de 1870.

A vitória alemã significou a humilhação da França, que perdeu as ricas regiões da Alsácia e Lorena, nascendo o ideal de revanchismo contra a Alemanha, uma das principais marcas da Terceira República criada em 1870.

O Nacionalismo e as Unificações Com a industrialização e a necessidade de mercados,

as burguesias do norte italiano e alemão construíram o projeto nacionalista de unificação.

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A Unificação Italiana

A pós o Congresso de Viena a Itália foi dividida e transformada numa simples “expressão geográfica”, motivando o Risorgimento.

A liderança na luta pela unificação coube à Sardenha-Piemonte e a Cavour.

Foi na Guerra Franco-Prussiana (1870) que os italianos conquistaram Roma e completaram a unificação.

A conquista da unidade deu origem à Questão Romana, Monarquia Italiana versus Papa, que só foi resolvida com o Tratado de Latrão, com Mussolini, em 1929, quando foi criado o Estado do Vaticano.

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A Unificação Alemã A pós o Congresso de Viena a região alemã foi

dividida, passando a pertencer à Confederação Germânica sob o domínio do Império Austríaco.

Em 1834 foi criado o Zollverein – aliança aduaneira dos Estados alemães –, que representou o primeiro passo para edificar a unidade política nacional alemã.

No processo de unificação destacou-se a ação de Bismarck, ministro prussiano. Na Guerra Franco-Prussiana completou-se a unidade política alemã em torno de um império (Segundo Reich Alemão).

A partir da unidade, o novo Estado viveu um forte progressimo industrial e, pouco depois, a disputa por áreas coloniais com um forte armamentismo

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O Imperialismo do Século XIX Ao contrário do colonialismo do século XVI que dirigiu-se

principalmente para a América, buscando especiarias e metais preciosos, subordinando-se ao mercantilismo do capitalismo comercial e fazendo uso da fé como justificativa para as conquistas (levar a fé aos infiéis), o imperialismo do século XIX refletia a maturidade capitalista industrial.

O Neocolonialismo centrou-se basicamente na África e Ásia, buscando mercados e contava com a justificativa da missão civilizadora dos conquistadores.

Dos diversos conflitos na partilha afro-asiática destacaram-se a Guerra dos Boers (África do Sul), a Questão Marroquina, a Guerra dos Cipaios (Índia), a Guerra do Ópio e dos Boxers (China) e as disputas na região balcânica.

A emersão do Japão, com a era Meiji e conseqüente expansão territorial sobre áreas vizinhas.

O imperialismo e as disputas coloniais acirraram o armamentismo, os conflitos e sucessivos impasses entre as potências, o que desembocaria na I Guerra Mundial.

Principais passagens da Europa política no Século XIX

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A França no Século XIX A Restauração Francesa - Governo de Luis XVIII (1815-1824); - Governo de Carlos X (1815-1830) – Lei do Duplo

Voto; A Revolução Liberal de 1830 – Governo de Luis Felipe

(Rei burguês); A Revolução de 1848 (Primavera dos Povos): 2ª

República Francesa; A Presidência de Luis Bonaparte e o golpe do 18

brumário de 1851; O 2º Império de Napoleão III (1852-1870); A Guerra Franco-Prussiana de 1870 – Alsácia e

Lorena; 1870- A Terceira República e o revanchismo; 1871- A Comuna de Paris; 1894- Caso Dreyfuss.

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Imperialismo do Século XIX 1763 - Inglaterra assume o domínio da Índia; 1830 - França conquista a Argélia; 1840 - Guerra do Ópio (China contra Inglaterra); 1857 - Guerra dos Cipaios (Índia contra Inglaterra); 1868 - Era Meiji no Japão; 1875 - 1904 Inglaterra vai assumindo o controle de

Suez; 1884 - 1885 Conferência de Berlim em que 14

países europeus, mais os Estados Unidos e Rússia, definiram as fronteiras coloniais africanas;

1899 - Guerra dos Boers (África do Sul), com ingleses contra os holandeses;

1900 - Guerra dos Boxers (China contra potências imperialistas);

1904 - Guerra Russo-Japonesa e Questão Marroquina.

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A Terceira República A Terceira República (1870-1940) foi criada após

a captura e exílio de Napoleão III e a derrota francesa na Guerra franco-prussiana. Após o fracasso da Comuna de Paris (1871), a Terceira República mostrou-se inicialmente conservadora, com Thiers e Mac-Mahon. O fracasso da Restauração monarquista obrigou a Assembléia Nacional a dotar a França de leis constitucionais (1875), cuja aplicação favoreceu os republicanos. Estes tornaram-se senhores do país quando, em 1879, Jules Grévy foi eleito presidente da República.

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Apesar das perturbações provocadas pelo boulangismo (1885-1889), pelo escândalo do Panamá (1888-1893) e pelo Caso Dreyfus (1894-1899), a República manteve-se, e seus dirigentes concluíram um programa de reformas democráticas. No exterior, a política caracterizou-se pela conclusão de uma aliança com a Rússia (1894), de uma entente cordiale com a Inglaterra (1904) e pelo empreendimento da expansão colonial. A França participou da Conferência de Berlim (1884) sobre a África e em 1914 dominava o Marrocos, Tunísia, Madagáscar e grandes áreas da África Ocidental Francesa e da África Equatorial Francesa. O país participou do progresso da economia industrial e das técnicas.

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A Comuna de Paris foi o primeiro governo operário da história, fundado em 1871 na capital francesa por ocasião da resistência popular ante à invasão alemã.

A história moderna registra algumas experiências de regimes comunais, impostos como afirmação revolucionária da autonomia da cidade. A mais importante delas - a Comuna de Paris - veio no bojo da insurreição popular de 18 de março de 1871. Durante a guerra franco-prussiana, as províncias francesas elegeram para a Assembléia Nacional uma maioria de deputados monarquistas francamente favorável à capitulação ante a Prússia. A população de Paris, no entanto, opunha-se a essa política. Thiers, elevado à chefia do Gabinete conservador, tentou esmagar os insurretos. Estes, porém, com o apoio da Guarda Nacional, derrotaram as forças legalistas, obrigando os membros do governo a abandonar precipitadamente a capital francesa, onde o comitê central da Guarda Nacional passou a exercer sua autoridade.

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A Comuna de Paris - considerada a primeira República Proletária da história - adotou uma política de caráter socialista, baseada nos princípios da Primeira Internacional.

O poder comunal manteve-se durante cerca de 40 dias. Seu esmagamento revestiu-se de extrema crueldade. De acordo com a Barsa mais de 20.000 communards foram executados pelas forças de Thiers.

O governo durou oficialmente de 26 de março a 28 de maio, enfrentando não só o invasor alemão como também tropas francesas, pois a Comuna era um movimento de revolta ante ao armistício assinado pelo governo nacional (transferido para Versalhes) após a derrota na Guerra Franco-Prussiana. Os alemães tiveram ainda que libertar militares franceses feitos prisioneiros de guerra, para auxiliar na tomada de Paris.

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Realizações da Comuna Eleições foram realizadas, mas obedecendo à lógica

da democracia direta em todos os níveis da administração pública. A polícia foi abolida e substituída pela guarda nacional. A educação foi secularizada, a previdência social foi instituída, uma comissão de inquérito sobre o governo anterior foi formada, e se decidiu por trabalhar no sentido da abolição da escravidão do salário. Noventa representantes foram eleitos, mas apenas 25 eram trabalhadores, e a maioria foi constituída de pequenos-burgueses. Entretanto, os revolucionários eram maioria. Em semanas, a recém nomeada Comuna de Paris introduziu mais reformas do que todos os governos nos dois séculos anteriores combinados:

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Ferramentas penhoradas são devolvidas aos operários durante o cerco à Comuna. O trabalho noturno foi abolido;

Oficinas que estavam fechadas foram reabertas para que cooperativas fossem instaladas;

Residências vazias foram desapropriadas e ocupadas; Em cada residência oficial foi instalado um comitê para

organizar a ocupação de moradias; Todas os descontos em salário foram abolidos; A jornada de trabalho foi reduzida, e chegou-se a propor

a jornada de oito horas; Os sindicatos foram legalizados; Instituiu-se a igualdade entre os sexos; Projetou-se a autogestão das fábricas (mas não foi

possível implantá-la); O monopólio da lei pelos advogados, o juramento

judicial e os honorários foram abolidos;

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Testamentos, adoções e a contratação de advogados se tornaram gratuitos;

O casamento se tornou gratuito e simplificado; A pena de morte foi abolida; O cargo de juiz se tornou eletivo; O calendário revolucionário foi novamente adotado; O Estado e a Igreja foram separados; a Igreja deixou de

ser subvencionada pelo Estado e os espólios sem herdeiros passaram a ser confiscados pelo Estado;

A educação se tornou gratuita, secular, e compulsória. Escolas noturnas foram criadas e todas as escolas passaram a ser de sexo misto;

Imagens de santos e outros apetrechos religiosos foram derretidos, e sociedades de discussão foram criadas nas Igrejas;

A Igreja de Brea, erguida em memória de um dos homens envolvidos na repressão da Revolução de 1848 foi demolida. O confessionário de Luís XVI e a coluna Vendome também;

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A Bandeira Vermelha foi adotada como símbolo da Unidade Federal da Humanidade;

O internacionalismo foi posto em prática: o fato de ser estrangeiro se tornou irrelevante. Os integrantes da Comuna incluíam belgas, italianos, poloneses, húngaros;

Instituiu-se um escritório central de imprensa; Emitiu-se um apelo à Associação Internacional dos

Trabalhadores; O serviço militar obrigatório e o exército regular foram

abolidos; Todas as finanças foram reorganizadas, incluindo os

correios, a assistência pública e os telégrafos; Havia um plano para a rotação de trabalhadores; Considerou-se instituir uma Escola Nacional de Serviço

Público, da qual a atual ENA francesa é uma cópia; Os artistas passaram a auto-gerir os teatros e editoras; O salário dos professores foi duplicado.

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Antecedentes da Primeira Guerra A Primeira Grande Guerra (1914-18) foi

responsável pela morte de milhões de pessoas na Europa e provocou uma transformação significativa nas correlações de força entre os países industrializados.

FATORES Normalmente são apresentados três fatores mais

importantes responsáveis pela guerra: A Política Imperialista sobre as áreas de colonização, a Questão Balcânica e o Revanchismo Francês; Mesmo esses dois últimos somente podem ser entendidos no contexto da expansão capitalista, portanto a Primeira Guerra foi na verdade uma guerra imperialista que envolveu os grandes interesses de potências industrializadas

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O IMPERIALISMOO final do século XIX, principalmente após a Conferência de

Berlim (1885), foi caracterizado pela corrida armamentista. Nesse período, conhecido por "Paz Armada", várias nações instituíram o serviço militar obrigatório e os exércitos passaram a ter maior influência na vida política. Esse processo deveu-se ao desenvolvimento do capitalismo monopolista e do neocolonialismo, que caracterizam o imperialismo. As grandes potências industriais adotaram a política expansionista para garantir o controle sobre os mercados afro-asiáticos, a partir da concepção de que o desenvolvimento industrial da cada nação somente seria possível na medida em que houvesse o controle sobre grandes mercados.Essa mentalidade imperialista foi responsável não só pelo militarismo, como também por maior exaltação nacionalista.

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O NACIONALISMO O nacionalismo desenvolveu-se

desigualmente nos países imperialista, fruto das condições anteriores ao imperialismo. Tradicionalmente considera-se a Alemanha como a maior expressão de nacionalismo, na verdade, muito mais pelos desdobramentos que essa mentalidade teve durante a Segunda guerra, do que pela sua real importância no final do século XIX.

Na Itália o sentimento nacionalista esteve presente nas duas grandes revoluções do século XIX ( em 1830 e 1848) e novamente no processo de unificação.

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Na França o nacionalismo esteve presente na Revolução Francesa, manifestado principalmente no ideal de â??fraternidade"; se bem que a revolução agudizou a luta de classes, enquanto na Alemanha e na Itália, as unificações baseadas no discurso nacionalista cumpriu o papel inverso, encobrir as desigualdades, característica fundamental do nacionalismo.

Mesmo nos EUA, onde não existe o nacionalismo clássico, este encontrou seu equivalente na Teoria do Destino Manifesto, de origem calvinista, que serviu como justificativa ideológica para o expansionismo ao longo do século XIX e para a formação de sua política intervencionista conhecida por "Big Stick".

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A QUESTÃO BALCÂNICA Desde o final do século XIX, com a decadência do Império Turco e o

processo de independência dos povos da região balcânica, é que esse território tornou-se alvo de múltiplos interesses. A Áustria pretendia ampliar sua influência sobre a região e iniciar um processo de expansão. A mesma política foi desenvolvida pelos russos, que utilizaram o argumento "pan-eslavista", e haviam ainda os interesses peculiares à própria região, em especial o dos sérvios, que pretendiam construir a "Grande Sérvia".

O REVANCHISMO O revanchismo francês desenvolveu-se após a humilhação

de 1871, quando da proclamação do II Reich Alemão no Palácio de Versalhes. Nas casas e escolas as crianças francesas foram estimuladas a exaltar o patriotismo e a aceitar o sacrifício pelo seu país. Na verdade esse revanchismo ( a palavra tem sentido negativo) não deixa de ser uma manifestação nacionalista ( palavra que normalmente tem sentido positivo) que desenvolveu-se ao mesmo tempo em que as estruturas políticas do país foram se tornando mais liberais, possibilitando maior participação, estimulando o senso crítico e a noção de cidadania, portanto situação contrária vivida pela Alemanha, onde o nacionalismo seguiu a orientação de um estado centralizado e forte.

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O REVANCHISMO

O revanchismo francês desenvolveu-se após a humilhação de 1871, quando da proclamação do II Reich Alemão no Palácio de Versalhes. Nas casas e escolas as crianças francesas foram estimuladas a exaltar o patriotismo e a aceitar o sacrifício pelo seu país. Na verdade esse revanchismo ( a palavra tem sentido negativo) não deixa de ser uma manifestação nacionalista ( palavra que normalmente tem sentido positivo) que desenvolveu-se ao mesmo tempo em que as estruturas políticas do país foram se tornando mais liberais, possibilitando maior participação, estimulando o senso crítico e a noção de cidadania, portanto situação contrária vivida pela Alemanha, onde o nacionalismo seguiu a orientação de um estado centralizado e forte.

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