Entre o Sujeito e o Cidadão Psicanálise Ou Psicoterapia Na Saúde Mental
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Psicanalista, Professora Adjunta do Instituto de Psicologia da UER], Coordenadora doCurso de Especializao em Psicanlise e Sade Mental do Programa de Ps-Graduaoem Psicanlise do IP/UER], Membro de Inrerseco Psicanaltica do Brasil.Refiro-me ao trabalho "Linhas de progresso da terapia psicanaltica" (1919) emque }Freud prope a extenso da psicanlise s camadas mais pobres da populao, atravs do !trabalho de psicanalistas em ,;inicas e instituies pblicas. r
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Entre o sujeito e o cidado: psicanlise ou
psicoterapia no campo da sade mental?
Dons Rinaldi'"
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presena crescente dos psicanalistas, principalmente de orientaoI~~niana, no trabalho nas instituies pblicas de assistncia sade men-'i:aI hoje uma realidade. Este movimento tem como conseqncia no s a~.Jliao do mbito de incidncia da prtica psicanaltica, s~~~~iiJJnhas de progresso" pr~p~t~~,p'QrYrel!~L.R.~~_p'sicanli~.En~J9~,
,mas tambm o deslocamento do psicanalista de seu tradicionallocus de. trabalho - o consultrig __Qvaqo, onde desenvolve sua prtica solita~ia-mentej~!lto.,~_!:lm ~ui(':.ito- para um espao onde ele est entre m~9~,
. tanto do lado dos profissionais que fazem parte da equipe, quanto do ladodos sujeitos a quem se dirige o tratamento.
Tomando como base a pesquisa que coordenamos no Instituto de" Psicologia da UER}, intitulada "qlEl.i~_~~~leito e aten()"psicossocial:.':'novosdisposicivos de cuidado no campo da sade mental", em que procu-
ramos iriy_~!~~~_?s_discursos e prtica~~igc:.I'I:~~_nos dispositivos como osCentros de Ateno P~-icoss~'~i;;](CAPS), discutimos a insero do discurso
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PSICANLISE E SAUDE MENTAL: L!t",~ ArOSTA
Jo ,;il,tii;l.l ;1C:,' (,;i;~~'Oc ()5.4.eo~~lo 0 0..... ' .. :,"liNo Brasil, ele nasce marcado pela dupla referncia-sdimenses~~-fu-
l!5~cou no apenas uma crtica instituio asilar, com sua cultura manicomi ~onde os direicos mais elementares dos loucos so desrespeitados, mas pr';pria instituio da clnica - referida clnica psiquitrica tradicional- qu~'~EmJ:uncnwu e sustcnto u, em nome da cincia, prticas excludences. Nes '1:direo. marcada pela influncia do modelo italiano de reforma (psiqui~,rr.a '\eglOcrtica), a reforma brasifeira valo rizou o dispositivo da aten~:~sicg5SQ~!al(calcada na noo de reabilirao psicossocial), que tem por:':'I ."o o. .
objetivo a recuperao da auronomae do poder de contratualidade ds,uj:.:icos ~lf'etadospelo sofrimenw psquico, com o objetivo de reinseri-I':
na vida social. .Uma das caractersticas imporcantes da configurao desse carn
entretanto, a diy~rsidade de saberes e oraricas envolvidos na sua constrUoco, o que conrrib~io-p,~-~;;-;o~~istn~i;d:; dit~;~mes acentos na forma. i:c()[',duziroSr.ab....a.lh-.9...1:.A..:.2i~':l_o~~j~itoS,com...2s1qa:do_s!o~as_()c~e~ade: ~~ ,pr}."ad_o=.P?J~~o ou .~~~ing~ar ao unive~sal,estabelece-se um~ lin1f~:~~ cominuida,deenrre osujeiro.e.o __cidado. Se anoo de sujeira diz respeito individualidade, a cidadania o lugar doreconhecimento do sujeito na sociedade. .
Nem rodos os profissionais que trabalham nesse campo, contudo,c~ncebem o sujeira desta forma. t. eloqente o depoimento deum profis-sional, ao referir-se ao s~tjei~como "excesso" nas reunies de trabalho noCAPS -------- .'. ', //",
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Quando eu cheguei aqui no CAPS eu notava que se discutia muito o cori-di~~~~
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/44?SiCANuse E SAuoe MENTAL: UMA APOSTA
poderia organizar a vida deste nv; .~'h " d "" , ' ,-- r: ""''-0 no "C:-'/IO ',JU po er at m .organizar o servio em funo da hla deste . Q '"
pacrenre, ue esse era o' so, parecia o excesso na reunio p . I .. - .--.--'-.--.- , areCla a guma cOisa que no tinha I '" na reunio (Psicanalista). . ::'1i .x;~:
,.. -r: O s~eito a que ele se retere surae na fala d ' . "fc7"L:- -,- --.- _Sl----'-~ o paCiente e seus e etf~deI? ~,er objetO ci.~,t~ab~?. d.~..:S':l~I::'mas so apreendidos com o.'excesso em, u~a praoca v~ltada para as questes do cotidiano, p~~!(:da com os direitos e necessldadc:s dos indivduos qu pr ' .."./" '~ o. _ e ocuramoseObserva. -.se aqui a demarcao de dois campos disrin tos',';-- " ,.".:',,c.
.,.. .,: .:': ",.,"" ,'uma vez,"mand9;~_o _~c:fernciaa teoria psicanaltica o sU":'-L'", .~ ... /,-;:.,, ".' o, --.'-'.,.' __ ' ..00..' JCJ.v''iue~e, neste depoimento como"sem lugar"' ~ osui'eito do. -in:tih~"'-'t'::::':'~;'"
. -- .. te---.... Clen e,recoberro pelas no~es de ind~u de cidado.. .:, .',.:,:")_,.'. \A escuta l um inst~~mcnco fundamental para fazer adv~6;~'que ."no uma coisa to. bvia", Como diz urna prfission.1d
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/46 PSICANLISE E ,AC:')~ MENTAL: UMA APOSTA
enre e, ponanto, do SUjeira na sua diferena, No se trata, assim.,"cc:f3peutizar" o psiq uisrnc, nem de impor, como diz com veemnLacan. o nosso modo de gozo ao Outro, considerando-o como urn su~desenvolvido (Lacan, 1993: 58).
No campo da sade mental. o discurso da reabilitao -presenre nds;novas prticas de cuidado parece se adequar '~~i;'i'p1ico't~;~pia, pois t~em comum com esta um trabalho baseado na sugesto e no conyencimen"::to, que circula no campo d3:_~