Entre Os Mukulu Bantu

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Povos Bantu

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  • 12- Entre os Mukulu Bantu (Angola - frica)

    Tata Kiretau (masc.) diz-nos, num artigo que escreveu e publicou no seu blog Cultura e tradioKongo ngola-bantu[41], sob o ttulo "Akua Ukulu Culto aos Antepassados" que, tal culto no sse encontra atestado nas tradies do Povo Bantu, como tambm , actualment, praticado entre essemesmo Povo.

    Para melhor o compreendermos procurarei sintetizar a sua explicao, dividindo-a em cincodiferentes seces ou alneas (a, b, c, d, e).a)- Existncia do culto prestado aos mortos:A Comemorao e Culto dos Mortos, encontra-se atestada na cultura Bantu, como uma tradiomuito arraigada nesse povo. Nessa tradio no s se acredita que os MUKULU (ancestraisgenealgicos) devem ser comemorados e reverenciados, mas tambm que os seus espritoscontinuam a habitar a aldeia como se vivos estivessem e que por serem reverenciados, se sentemfelizes, e os seus TSHIPUPU (fantasmas ou aparies) no surgiro para causar transtornos quelesque ainda permanecem encarnados. A sua Comemorao chamada: Kimenga.b)- Local do culto:Esse culto prestado, normalmente, "quase que invariavelmente na parte mais posterior das aldeias,isto , mais ao fundo, onde em suas KUBATA recebem seus JIMBENGE (assentamentos) que sofeitos em troncos rituais secos, que so enterrados no cho".c)- Objectos oferecidos:Os objectos mais comuns so ps, substncias sagrados (Mafu), folhas (Jinsaba), favas (Jinimo),cascas secas de determinadas rvores que servem de culto s divindades, sacrifcios de animais, queso colocados nos seus JIMBENGE () os troncos rituais recebem uma roupagem colorida, soadornados com pequenas cabaas (Jimbinda) e na parte superior do tronco fixada uma peneira depalha (Oropemba) com a parte cncava voltada para baixo, sendo esta Oropemba tambm enfeitadacom pequenas cabaas que podem ser pintadas com tintas vegetais.d)- Diferenas nos rituaisOs rituais variam conforme a pessoa defunta que comemorada. Por exemplo: quando se quercomemorar o esprito (Mukisi//Nkisi) de um sacerdote ou de uma sacerdotisa falecidos, a suadivindade ser alojada num compartimento denominado NZO KALUNGANGOMBE, e comoesse falecido ou falecida era cabea da casa respectiva, isto , os seus donos, as suas divindadespassam a receber o ttulo de MUKISI MUKIDIADIME (divindade mais velha), recebendoreverncias e tratamentos idnticos aos demais Minkisi.Quando se trata de pessoas que, em vida, colaboraram para o desenvolvimento da aldeia, tiveramgrande elo de amizade, realizaram grandes ou bons feitos, alm daquelas que possuram grau deparentesco consanguneo ou no, devem ser reverenciadas dentro do culto, sendo obedecido umsistema hierrquico:Em primeiro lugar, sero o SOBA, o MULOJI (Rei) ou o feiticeiro, pois que zelaram pelo bem-estardos aldees;De seguida, os KUBAMA, NTABI, NGANGA A NGOMBO, MUZAMBU, isto , os Sacerdotesdos orculos que prestaram bons servios em prol da aldeia;Depois sero os MUKURUNTU, ou seja, os Espritos dos curandeiros que zelaram pela sadecomunitria, tanto fsica como espiritual do povo;Finalmente, vm os Espritos das pessoas ancis e sbias que, de modo geral, contriburam para obem-estar da aldeia.e)- Apario dos espritos dessas pessoas:Durante a prestao do Culto aos Antepassados pode suceder que, s vezes, "apaream" os seus

  • espritos de forma materializada (MUKU, plural JIMUKU). Se esses espritos pertencem a pessoasdefuntas do sexo feminino, ento usam-se mscaras denominadas de MWANA PWO; mas se osespritos pertencem a pessoas do sexo masculino as mscaras recebem o nome de MUKANGE. Ouso da mscara para demonstrar que os seus rostos nunca mais podero ser vistos pelos vivos.13- Concluso geralPelo exposto sobre o culto aos mortos dos antepassados em diferentes povos e em vrias culturas,ainda que de modo muito sucinto, podemos deduzir quatro ideias mestras, a saber que:1- A tradio comemorativa dos Nossos Defuntos se encontra muito arraigada nas vrias culturas enos diferentes povos;2- Se enraza num profundo sentimento religioso e mstico;3- Esse culto prestado a manifestao materializada, no s de um verdadeiro respeito, mastambm de uma recordao da presena que sentida como actual e contnua entre ns, seusfamiliares, amigos e conhecidos;4- Esse mesmo sentimento parece ter acompanhado a Humanidade, quer no tempo, quer no espao.