Entre Templos e Muralhas

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Entre Muralhas e Templos A intervenção arqueológica no Largo de Santa Maria da Graça Lagos (2004-2005) coordenação científica Marta Díaz-Guardamino Elena Morán edição Câmara Municipal de Lagos Colecção Laccobriga 01

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Algumas paginas do livro "Entre Templos e Muralhas" produzido pela 1000olhos para a Camara Municipal de Lagos.

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■ Entre Muralhas e Templos A intervenção arqueológica no Largo de Santa Maria da Graça Lagos (2004-2005)

coordenação científica ■ Marta Díaz-Guardamino

Elena Morán

edição ■ Câmara Municipal de Lagos

C o l e c ç ã o L a c c o b r i g a ■ 0 1

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■ Entre Muralhas e Templos A intervenção arqueológica no Largo de Santa Maria da Graça Lagos (2004-2005)

coordenação científica ■ Marta Díaz-Guardamino e Elena Morán

edição ■ Câmara Municipal de Lagos

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Edição Câmara Municipal de Lagos

Coordenação científica Marta Díaz-Guardamino Elena Morán

Textos Andreia Romão Catarina Costa Elena Morán Iola Filipe Marta Díaz-Guardamino Pedro Almeida Sonia Ferro Sónia Santos Teresa Fernandes

Produção 1000olhos - Imagem e Comunicação | www.1000olhos.pt

Coordenação editorial Elena Morán

Projecto gráfico 1000olhos - Imagem e Comunicação | Fernando Mendes

Revisão de textos Rui Parreira

Créditos fotográficos Câmara Municipal de Lisboa | Museu da Cidade Francisco Castelo | Câmara Municipal de Lagos Instituto dos Arquivos Nacionais | Torre do Tombo Laboratório de Antropologia Biológica | Universidade de Évora

Magno Moraes Mello | Câmara Municipal de Faro Marta Díaz-Guardamino| Câmara Municipal de Lagos Pedro Barros

Ilustrações Fernando Águas | Câmara Municipal de Lagos Gonçalo Cabral Mariana Canelas | Câmara Municipal de Lagos Joana Águas | Câmara Municipal de Lagos Jorge Pereira | Câmara Municipal de Lagos

Agradecimentos Museu Municipal Dr. José Formosinho Museu Arqueológico de Odrinhas Museu Municipal de Faro

Pré-Impressão e Impressão Textype

Tiragem 500 exemplares

Reservados todos os direitos. Esta publicação não pode ser reproduzida nemtransmitida, no todo ou em parte, por qualquer processo electrónico,mecânico, fotocópia, gravação ou outro, sem prévia autorização do editor.

ISBN: 0000000000000Dep. Legal: 0000000000000

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ApresentaçãoJúlio Barroso | Presidente da Câmara Municipal de Lagos

PrefácioEugénia Cunha | Professora Catedrática de Antropologia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra

PreâmbuloMarta Díaz-Guardamino e Elena Morán

A intervenção arqueológica no Largo de Santa Maria da GraçaMarta Díaz-Guardamino e Elena Morán

1. Antecedentes da intervenção2. Enquadramento histórico3. Procedimentos, metodologia e sequência dos trabalhos no terreno4. Considerações acerca das sondagens4.1. Sector Muralha (sondagens A, B, C, D)4.2. Sector da vala de infra-estruturas (VI)4.3. Sondagem MB: a metade sul4.4. Sondagem MB: a metade norte4.5. Sector E4.6. Sector F4.7. Escavação de 6 sondagens para a plantação de 6 árvores5. Dados para o estudo do terramoto de Lisboa / Cádiz de 17556. Conclusões

O cemitério paroquial de Santa Maria da Graça: estudo arqueológicoMarta Díaz-Guardamino e Elena Morán

1. Introdução2. Os parâmetros cronológicos: análise2.1. As cronologias absolutas2.2. A estratigrafia vertical2.3. A estratigrafia horizontal2.4. Proposta de faseamento: orientação versus tipologia3. A organização do espaço funerário3.1. As referências edificadas do cemitério3.2. O espaço destinado a cemitério e os seus limites3.3. A localização da necrópole3.4. O tempo e o espaço3.5. As estelas decoradas3.6. O género e a idade4. Objectos associados: moedas e elementos do traje5. Conclusões: a sequência do cemitério (séculos XIV-XIX)

■ Índice de Matérias

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Apresentação

Júlio Barroso | Presidente da Câmara Municipal de Lagos

A CML tem apostado na renovação sistemática e continuada de importantes áreas urbanas do Município, nomeadamente no âmbito do programa POLIS. Através da mobilização de vastos recursos humanos, téc-nicos e financeiros, trata-se de requalificar Lagos, com vista à melhoria das condições de habitação, de circulação e de usufruto, no maior número possível de espaços citadinos. A renovação e a requalificação do tecido urbano implicam frequentemente a realização de profundas e alargadas escavações. Ora, é sa-bido que por baixo dos edifícios e das ruas do nosso Centro Histórico escondem-se amiúde significativos vestígios do passado lacobrigense, que importa estudar, preservar e divulgar. Daí o relevo que a CML tem atribuído à arqueologia, sempre que estão em causa projectos de renovação urbana, com o intuito de detectar e salvaguardar esse fundamental património histórico.

O projecto «Renovação Urbana da Cidade: Núcleo Primitivo» chegou em 2004 ao Largo de Santa Maria da Graça. Ali se situou em tempos a Igreja do mesmo nome, onde em 1460-1461 esteve temporariamente sepultado o Infante Dom Henrique. Este importante edifício religioso, que datava de finais do século XIV, seria totalmente destruído pelo terramoto de 1755. Mas na mesma área existiu durante séculos um cemitério, bem como um troço das Muralhas de Lagos. Eis algumas razões de peso para a CML promover a constituição de uma equipa pluridisciplinar, que pudesse levar a cabo uma intervenção arqueológica ampla e rigorosa no Largo de Santa Maria da Graça e na área envolvente. A direcção técnico-científica dos trabalhos de escavação arqueológica esteve a cargo de Marta Díaz-Guardamino e de Elena Morán, a quem dirigimos um especial agradecimento, que, evidentemente, queremos estender também à alargada equipa que com elas colaborou, não só na campanha arqueológica, que se estendeu por oito meses, como também nos subsequentes trabalhos de estudo e de conservação dos vestígios encontrados.

O rigor e a qualidade das investigações realizadas no âmbito da intervenção arqueológica no Largo de Santa Maria da Graça estão bem patentes na obra que agora vem a público, coordenada igualmente por Marta Díaz-Guardamino e por Elena Morán. O Município de Lagos fica em dívida para com a alargada equipa de investigadores e de técnicos que, com o seu labor e com o seu saber, plasmados nos diversos textos científicos agora divulgados, contribuíram para um melhor conhecimento da história lacobrigense, e nomeadamente no âmbito da evolução da arquitectura religiosa, da evolução dos sistemas defensivos, da caracterização das práticas fúnebres e da caracterização biológica da população. Esperemos que este seja o primeiro de muitos outros contributos que, através da arqueologia, venham dar a conhecer a memória e o património do Município de Lagos.

A todos, bem hajam!

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1. Antecedentes dA Intervenção

As referências escritas apontam para a construção inicial da antiga Igreja Matriz de Santa Maria de Graça no século XIV, em 1378 (Rocha, 1909: 75), sendo a partir desse momento que a área circundante ao templo, localizado no interior do perímetro fortificado medieval da cidade de Lagos, terá passado a ser utilizada como cemitério. Decorrido mais de um século, o Infante Dom Henrique, falecido na sua vila de Sagres na noite de 13 de Novembro de 1490, teria ali a sua primeira sepultura, até ter sido trasladado, em 1461, para o panteão régio de Santa Maria da Vitória, na vila da Batalha (Russell, 2001: 361). No local, o facto é assinalado por singelo monumento, erigido em 1932 pela Câmara Municipal de Lagos.

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Monumento comemorativo do Infante Dom Henrique, no lugar onde, segundo a tradição, existiu a Igreja de Santa Maria da Graça

(Foto CML / F. Castelo)

Apesar de não terem sido encontrados in situ restos do edifício daquela primitiva igreja, a tradição oral, as antigas plantas da cidade e a toponímia subsistente indicavam a localização do antigo templo na área do quarteirão que, pelo lado norte, delimita o Largo de Santa Maria da Graça. Além disso, cada vez que se revolvia o solo, era frequente aparecerem ossadas, não só dos enterramentos praticados durante a época em que a matriz esteve em uso mas também dos enterramentos que ali continuaram a praticar-se até ao século XIX, mesmo após a ruína do primitivo templo resultante do terramoto de 1755.

Para a execução do Projecto Polis de Lagos «Renovação Urbana da Cidade — Núcleo Primitivo», foi efectuada uma intervenção arqueológica no Largo de Santa Maria de Graça e na sua área envolvente, com o objectivo de minimizar o impacte das obras de requalificação urbana sobre o património arque-ológico, tendo em conta a localização da primitiva igreja, os vestígios conhecidos do seu cemitério, bem como a situação do tramo da muralha da cidade que se conserva no Largo.

2. enquAdrAmento HIstórIco

A ocupação da área correspondente ao actual Centro Histórico da cidade de Lagos ocorre na Antigui-dade entre os séculos I e VI, a partir dos inícios da nossa era e subsistindo ainda na Antiguidade tardia

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sobre uma colina pouco elevada na margem direita do Rio Moleão, situada entre as ribeiras dos Touros e das Naus (Morán, 2006). Era uma povoação de escassa relevância política (como a ausência de res-tos de edifícios públicos monumentais parece demonstrar) (Bernardes, 2005) mas vocacionada para a produção de preparados piscícolas (de que dão testemunho os conjuntos de cetáreas), a qual parece ter sido votada ao abandono durante os primeiros anos do século VII (Arruda, 2007). Apesar da completa ausência de vestígios da época islâmica em todas as escavações arqueológicas efectuadas na cidade, e que atingiram o substrato arqueologicamente estéril, alguns autores têm ponderado a hipótese de o castelo de Lagos (incorporado nas paredes do actual Hospital da Misericórdia) estar no local de uma antiga fortaleza islâmica, uma vez que Lagus é um dos castelos referidos entre as conquistas feitas no ano de 1189 pelos exércitos do rei D. Sancho I (Martins, 2002; v. tb. o estudo de J. T Queiroz in Paula, 1992: 336-343). Procuram assim justificar as referências de al-Idrisi a uma povoação denominada Zawiya, presumivelmente uma discreta alcaria, situada junto ao mar entre Xilb e Saqrax, na área de Lagos (v. o estudo de F. M. Paula, in Paula, 1992: 30-32), que bem poderá corresponder ao sítio de S. João, onde se identificou uma ocupação dos séculos XII-XIII (escavações inéditas de M. Serra e J. N. Marques, a quem agradecemos a informação).

O que está historicamente comprovado é que, durante os séculos XIII e XIV, Lagos foi fortificada pelos portugueses com um dispositivo defensivo que se concluiu durante o reinado de D. Afonso IV (1325-57). Encerrando a Vila Adentro, com o seu traçado urbano regular tipicamente tardo-medieval (Teixeira & Valla, 1999), o perímetro defensivo corresponde à Cerca Velha, um recinto quadrangular com cerca de 200 x 300 metros (Rocha, 1991: 89-91) construído com pedra calcária local. A construção pode ter seguido modelos islâmicos, como parecem evidenciar as torres albarrãs que flanqueiam as portas Este, ou de São Gonçalo, e Norte (Gomes, 2002: 119). É provável que o recinto murado possuísse mais três acessos, através de portas ou portelas (ver o ensaio de reconstituição da planta em Paula, 1992: 151).

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Porta de São Gonçalo, ladeada por torres albarrãs (Foto CML / F. Castelo)

Com uma economia que prosperava com a pesca e a actividade comercial, a cidade foi provida de templos para o culto cristão: Santa Maria da Graça, que se presume ter sido edificada a partir de 1378 na Vila Adentro e remodelada em 1420 por iniciativa de Soeiro da Costa (Rocha, 1909: 75-76), e Nossa Senhora da Conceição, edificada extramuros e em torno da qual se foi consolidando um ar-

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rabalde (Rocha, 1909: 75, 80; Paula, 1992: 34). Entre esses dois pólos urbanos, ao longo da margem do rio Moleão, surgiu uma faixa ligada à pesca e ao comércio marítimo, consolidando-se Lagos como importante povoação portuária.

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Vista aérea de Lagos. Em primeiro plano, o núcleo primitivo medieval (Foto CML / F. Castelo)

Após 1415, Lagos foi convertida na mais importante praça de guerra para o apoio militar de retaguarda à defesa de Ceuta, para o abastecimento dessa cidade do Norte de África e para o apoio militar a outras fortalezas portuguesas de Marrocos. Em meados do século XV, o Infante D. Henrique, o Navegador, estabeleceu em Lagos o centro do seu empório comercial, baseado no tráfico com a costa ocidental africana (Russell, 2001). Com destacada posição nas empresas marítimas dos Descobrimentos (Lourei-ro, 1991) e na geopolítica nacional, pela sua vizinhança com o Norte de África (Loureiro, 1984: 29 ss.), a cidade ganharia um razoável esplendor político e económico entre meados do século XV e os finais do XVI, com um consequente aumento demográfico. Desde então, a população organizou-se em torno das paróquias de Santa Maria e de São Sebastião, esta última no lugar da antiga ermida do arrabalde (Rocha, 1991: 83, 85).

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Muralhas da Cerca Nova de Lagos, entre o Baluarte do Jogo da Bola e o Baluarte das Freiras (Foto CML / F. Castelo)

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Planta das muralhas de Lagos, levantada por Alexandre Massay. Descrypção do Reyno do Algarve, 1621.

Museu da Cidade de Lisboa.

O incremento da população, repartida entre o arrabalde de São Sebastião e a Vila Adentro, o desen-volvimento do porto, a localização dos edifícios administrativos junto à foz da Ribeira dos Touros e a evidente obsolescência da primitiva muralha, não preparada para as novas armas de fogo, tornaram necessária a construção de um novo perímetro fortificado que abrangesse os dois núcleos urbanos e protegesse a zona portuária.

Embora o projecto para a construção da Cerca Nova possa remontar ao final do reinado de D. Manuel I (Rocha, 1991: 91-92), a construção terá sido impulsionada a partir do reinado de D. João III, sendo Alcaide Mor de Lagos D. Diogo da Silva (Guerreiro & Magalhães, 1983: 38). Contudo, a execução do projecto foi muito demorada. Segundo se depreende das plantas encomendadas por D. João de Castro, Governador do Algarve, e pormenorizadamente desenhadas por Alessandro Massay em 1617 e 1621, reinando D. Filipe I (Rocha, 1991: 92-93; Guedes, 1988; Coutinho, org., 2001), a muralha continuava por concluir nos inícios do século XVII.

Ainda no século XVI, a praça de Lagos foi reforçada com a construção de duas fortalezas: a da Solaria, para sueste da cidade e situada «perto do local onde muito mais tarde se veio a levantar, na Ponta da Bandeira, o Forte de Nª. Sª da Penha de França» (Callixto, 1992: 40), protegendo os panos SE e S da muralha, e a fortaleza do Pinhão, executada durante o reinado de D. João III, para sul da cidade (Callix-to, 1992: 40-42). Esta última foi construída num penhasco que avançava sobre o mar e que dominava a baía de Lagos e a entrada no rio Moleão. Com estas duas fortalezas, e com uma outra, mais tarde edificada na Ponta da Bandeira no último quartel do século XVII (Callixto, 1992: 29-31), tencionava-se fazer frente aos ataques de piratas e corsários, nomeadamente dos turcos, no século XVI, e dos magre-binos, nos séculos XVII e XVIII. Estes ataques colocavam em risco as principais actividades económicas, como a pesca associada às almadravas, actividade básica da economia lacobrigense (Magalhães, 1970: 149 ss.; Magalhães, 1993: 195 ss.), e a circulação dos navios da rota das Índias, que transportavam ouro, prata, especiarias e outro tipo de mercadorias, que tinham em Cádiz e Sevilha os principais en-trepostos (Magalhães, 1970: 205 ss.; Magalhães, 1991: 287 ss.).

A partir das referências escritas, conhecemos as sequelas que o megassismo de 1775 deixou em Lagos (Rocha, 1991; Costa & Abreu, 2005; Paula, 2006; Almeida et al., 2006) Para além da destruição ge-neralizada das casas, muitas das quais senhoriais, ficou arruinada a Igreja Matriz de Santa Maria da Graça.

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Baía de Lagos com o Forte de Nossa Senhora da Penha de França (Foto CML/ F. Castelo)

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Forte de Nossa Senhora da Penha de França (Foto CML / F. Castelo)

Logo após o terramoto, o bispo D. Francisco Gomes Avelar tomou a iniciativa de mandar recons-truir o templo, solicitando aos lacobrigenses que comparticipassem nas despesas. Embora assumindo e reiterando o compromisso, estes não efectuaram qualquer pagamento, pelo que o prelado desis-tiu da sua empresa, ficando apenas levantadas meias paredes (Rocha, 1909: 79), cuja demolição em 1893 a Câmara ordenou, dado o péssimo estado em que o local — até 1867 ainda usado como ce-mitério — se encontrava e a pouca salubridade que apresentava, sendo frequentemente vandalizado.

3. ProcedImentos, metodologIA e sequêncIA dos trAbAlHos no terreno

Dos procedimentos adoptados para a intervenção, resultou uma sequência de acções que podem ser assim sumariamente sistematizadas:

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Após a escavação e análise estratigráfica, comprovámos que o fossete cortava alguns enterramentos correspondentes à 2ª fase do cemitério, nomeadamente várias sepulturas que assentavam sobre a fossa de fundação da muralha quinhentista. Assim, parece-nos que o fossete desenhado por Massay foi uma solução projectada mas nunca executada. Os sedimentos de colmatação embalavam escassos materiais com cronologia diversa, sendo os mais recentes dos séculos XIX-XX.

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Sepulturas cortadas pela abertura do fossete

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Sepulturas cortadas pela abertura do fossete 6.13. A sequência de intervenções do século XX

a) 1ª pavimentação, chão — Piso de argamassa, muito compacto, que cobre parte do cemitério, intra-muros à Cerca Nova.

b) 2ª pavimentação, construção de uma caleira — Trata-se de uma pavimentação que se inicia no limite do pano Sul da muralha, junto ao corte da mesma, no limite com a estrada, prolongando-se em direc-ção oeste, acompanhada por uma caleira para o escoamento das águas pluviais. Existe documentação gráfica dos anos 20 do século XX, onde esta caleira ainda é visível.

c) Valas para as Infra-estruturas modernas — Correspondem às trincheiras abertas para albergar as infra-estruturas até agora em uso, nomeadamente para a rede de águas, pluviais, esgotos domésticos e telefones.

d) Pavimentação do Largo de Santa Maria — A superfície do Largo, até ao início das escavações arqueológicas, correspondia quase na totalidade a uma pavimentação de betonilha, para facilitar o trânsito rodoviário. Junto das casas, um pavimento com tijoleira hidráulica marcava uma passadeira para os moradores e, no extremo sueste, junto à muralha, no local onde estavam colocados os conten-tores para reciclagem, restavam uns metros de calçada portuguesa, muito destruída.

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Edição Câmara Municipal de Lagos

Projecto gráfico e produção 1000olhos

Formato 21x30cm

Miolo 248 páginas a 4/4 cores + verniz máquina geral, em papel couché mate de 170 grs.

Guardas 0/4 cores + verniz máquina geral,em papel couché mate de 170 grs.

Capa Dura, armada em cartão 2,5 mm. e revestida a papel couché mateimpresso a 4/0 cores e plastificado a mate no exterior.

Extratextos 46 páginas (5 quadripticos + 1 tríptico) a 4/4 cores + verniz máquina geral, em papel couché mate de 125 grs. + Capa a 4/0 cores, em papel couché mate de 200 grs. plasti-ficada a mate no exterior. Agrafado com 2 pontos de arame.

Bolsa para Extratextos Sem impressão, em Chromocard de 200 grs. com corte especial, cola-gem de badana e colagem no interior da contracapa.

Acabamento Armar e meter em capa, miolo cosido à linha, lombo plano e transfil. Colagem na bolsa de esponja autocolante e colocação de CD na mesma. Embalagem individual em plástico retráctil.

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