Entrevista Panorâmica #04!

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número 04 ! entrevistapanorâmica ANO I - #02 - DEZ 11 DIÁRIO DO TURISMO www.diariodoturismo.com.br APOIO: MUSEU OSCAR NIEMEYER (”OLHO”) CURITIBA/PR FOTO: RENATO B. ECK ZORN

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A quarta Edição da revista digital Entrevista Panorâmica traz novas (e importantes!) entrevistas da área do tursimo. Confira!

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entrevistapanorâmicaANO I - #02 - DEZ 11

DIÁRIO DO TURISMOwww.diariodoturismo.com.br

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Paulo R. von AtzingenEditor

A quarta edição da revista digital Entrevista Panorâmica traz para seus leitores mais quatro entrevistas de executivos que fazem a diferença no turismo nacional e internacional: Nuno Gama, da Vialandauto; Fernando Destro, da Comissão Européia de Turismo para a América Latina; Federico Sciurano, prefeito de Ushuaia e Patrick Vaysse, diretor de desenvolvimento da rede hoteleira Accor.

Mantendo o nível de conteúdo elevado – proposto desde sua primeira edição – colaborando com informações pertinentes ao trade turístico e à economia do entretenimento, esta edição da EP vem permeada com imagens da belíssima Curitiba, a cidade visitada pelo Diário do Turismo quando da sua participação na 18ª edição do Salão Paranaense de Turismo, evento promovido pela Abav-Pr (Associação Brasileira de Agências de Viagens) nos dias 2 e 3 de março deste ano.

Desta forma, com ótimo conteúdo e excelentes imagens exclusivas, capturadas pelo fotógrafo Renato Borges Eck Zorn, o Diário lança mais um produto digital exclusivo para o universo da web.

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número04!

[01] NUNO GAMA,PRESIDENTE DA VIALANDAUTO

[02] FERNANDO DESTRO, PRES. COMISS.EUROPÉIA DE TUR. AMÉRICA LATINA

[03] FEDERICO SCIURANO,PREFEITO DE USHUAIA

[04] PATRICK VAYSSE, DIR. BANDEIRASPULLMAN E MERCURE, DA ACCOR

UNIVERSIDADE DO PARANÁ,CENTRO [FOTO: RENATO ECK ZORN]

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PAÇO MUNICIPAL(CURITIBA/PR)

Foto: Renato Eck Zorn

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DIÁRIO DO TURISMOentrevistapanorâmica

EM ENTREVISTA EXCLUSIVA CONCEDIDA AO DIÁRIO, O EMPRESÁRIO NUNO GAMA, PRESIDENTE DA VIALANDAUTO, APRESENTA UM BALANÇO DE SUA EMPRESA EM 2011, FALA DAS RESTRIÇÕES QUE OS VEÍCULOS DE PASSAGEIROS TÊM EM SÃO PAULO E QUE ESSE FATOR, MAIS OS PROBLEMAS DE LOGÍSTICA (LEIA-SE TRÂNSITO) PODEM E DEVEM LEVAR OS EVENTOS PARA OUTRAS PRAÇAS.

AO INICIAR A SÉRIE DE ENTREVISTAS DESTE ANO NO RESTAURANTE TERRAÇO ITÁLIA, O JORNALISTA PAULO ATZINGEN, EDITOR DO DT, CONVERSA INFORMALMENTE COM NUNO QUE FALA, DENTRE OUTRAS COISAS, DE SUA TRAJETÓRIA PROFISSIONAL COMEÇANDO COMO MANOBRISTA DE UMA LOCADORA PARA PÚBLICO FINAL NA DÉCADA DE 80, CHEGANDO HOJE A PRESIDENTE DE UMA DAS MAIORES EMPRESAS DO RAMO CORPORATIVO.

“MEU NEGÓCIO TEVE INÍCIO UM POUCO ANTES DOS ANOS 80, QUANDO TRABALHAVA NA ANTIGA LOCADORA NOBRE RENT A CAR (QUE POSTERIORMENTE VIROU UNIDAS). NA ÉPOCA AS LOCADORAS EM GERAL NÃO POSSUÍAM ESSE SERVIÇO PERSONALIZADO COM VEÍCULOS EXECUTIVOS E PARA O PÚBLICO CORPORATIVO”, DISSE AO DT. “FOI AÍ QUE COMPRAMOS UM LANDAU PARA DEIXAR À DISPOSIÇÃO DA LOCADORA, SUBLOCANDO-O QUANDO ELA NECESSITAVA. IDENTIFIQUEI A BOA DEMANDA DESSE TIPO DE VEÍCULO E CONVENCI O MEU PAI A ABRIRMOS O PRÓPRIO NEGÓCIO”, ADIANTOU. ACOMPANHE A INTERESSANTE ENTREVISTA:

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DT: A Vialandauto sempre trabalhou para o público corporativo?Nuno Gama: Sempre público corporativo, sempre tentando oferecer alguma coisa que o mercado não oferecia; a gente conseguiu manter ai um crescimento de 12 anos na casa de 25% ao ano. Quando tudo começou, em 1981, a compra do primeiro Landau foi uma oportunidade que eu enxergava já que as locadoras só

tinham o Opala como seu veículo top de l inha, e que grandes empresas demandavam um carro de maior luxo; primeiro porque o Landau já era uma inovação para o mercado, o pessoal fazia serviço executivo com os opalas e a gente inovou com os Landaus, e não havia nenhuma empresa que oferecia esse tipo de serviço diferenciado.

NUNO GAMA,

PRESIDENTE DA VIALANDAUTO

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Diário: Existe algum impacto que a macroeconomia exerce sobre o seu negócio?Nuno: Nosso foco no segmento de transporte é especificamente para eventos, e nossos eventos são real izados para grandes empresas multinacionais; acredito que somos um dos seguimentos que mais sente esse impacto quando existe algum desequilíbrio no exterior. Essas empresas, essas grandes multinacionais, não enxergam as suas unidades no Brasil de forma totalmente independente, e sim dentro de um contexto global, então se a economia no mundo não vai bem, seja nos Estados Unidos, seja na Europa, essas grandes empresas dão uma puxada no freio com relação a gastos, e e v i d e n t e m e n t e a s realizações de eventos são fortemente impactadas c o m e s s e s contingenciamentos. E essas empresas freiam os gastos não só lá fora, como aqui também e a maioria acaba usando o dinheiro, os recursos gerados aqui p a r a s o c o r r e r s u a s m a t r i z e s o u o u t r a s unidades fora do Brasil. Então mesmo que a economia brasileira não esteja tão afetada com a crise mundial, acabamos sendo impactados em r a z ã o d e s s a s circunstâncias, as grandes multinacionais vêem a situação de forma global e o Brasil está inserido neste contexto.

Diário: Analisando sob o ponto de vista doméstico, como você vê nossa economia ?Nuno: O Brasil está num momento fantástico, eu acho que vamos ter ai ainda alguns anos de sucesso, não teremos uma retração, mas talvez uma desaceleração. A economia dos Estados Unidos está se recuperando graças a Deus, já está mostrando sinais de recuperação bem consistente, mas eu acho que em termos de Brasil precisamos ter cautela, não podemos continuar vivendo só na base da euforia.

Diário: Você pode fazer uma panorâmica do ano

2011 em relação a 2010 em termos de crescimento?Nuno: Olha, em 2011 nós tivemos um crescimento significativo, para nós foi um ano um pouco atípico em função de todo o processo de reestruturação pelo qual passamos e que, evidentemente, deixou algumas sequelas que eu demorei um tempo para tratar, então isso acabou impactando um pouco no crescimento que eu previ para o ano de 2011 em relação a 2010, mas enfim, esse processo de profissionalização, de mudança do modelo econômico da empresa, eu tinha que passar por isso algum dia, eu tinha que encarar essa situação e fizemos isso em 2011. O processo acabou,

passamos por isso, a e m p r e s a e s t á profissionalizada, está num modelo econômico mais sadio, mais atual, estamos com uma nova diretoria, bem experiente e bem estruturada, prontos para voltar ao nosso crescimento, não digo na ordem de 25% como a gente estava acostumado, já que a economia mudou, mas bem próximo disso.

Diário: Você trabalha b a s i c a m e n t e c o m logística. Qual sua análise da situação de São Paulo?Nuno: A realização de grandes eventos em São Paulo é extremamente

complexa, mais especificamente no segmento de transporte. As restrições são as mais diversas, a mais grave, evidentemente, é a questão do trânsito. Fica difícil a gente fazer uma logística adequada para um grande evento com variáveis com relação ao trânsito tão grandes, dependendo do horário, do clima, se está chovendo ou não, você tem que mudar a logística completamente. Se você faz uma logística com a saída de veículos com muita antecedência o cliente pode reclamar, nos fomos excessivamente cautelosos e acabou prejudicando o andamento do evento por ter aumentado demais o tempo de espera com a antecedência da saída dos veículos. Por outro lado, a gente corre o risco de ter um temporal em São Paulo, a cidade para e compromete o evento

ALGUMAS EMPRESAS ACABAM USANDO O DINHEIRO, OS RECURSOS GERADOS AQUI,

PARA SOCORRER SUAS MATRIZES OU OUTRAS UNIDADES FORA DO BRASIL.

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também, porque às vezes você programa ai duas horas de antecedência da saída do veículo e ele não consegue chegar, então o problema do trafego é, realmente, de extrema dificuldade. A segunda questão é a segurança, com relação ao transporte dos nossos passageiros aqui em São Paulo é no mínimo redobrada, principalmente nos aeroportos. Nós temos visto na mídia o problema que isso representa. Então, além do problema da segurança, temos também as questões da legislação que não é clara com relação ao exercício da nossa atividade, não só dos veículos coletivos, ônibus, microônibus, vans, etc, como também dos veículos executivos para o transfer individual, onde constantemente somos ameaçados de termos os nossos veículos apreendidos, seja no aeroporto de Congonhas, seja na porta dos grandes hotéis...

Diário: Que tipo de restrições vocês têm?Nuno: Veículos coletivos, acima de oito passageiros, há uma série de restrições, temos que solicitar a prefeitura e às autoridades municipais autorizações de tráfego com relação de passageiros, identificação dos mesmos, isso com uma antecedência praticamente impossível de ser praticada. Muitas vezes o evento ainda nem está devidamente formatado, mas temos que dar entrada junto as autoridades municipais para pegarmos as autorizações de tráfego na cidade de São Paulo, ou seja, é uma série de dificuldades e a gente, realmente, percebe que os eventos acabam migrando para outras capitais, ou até mesmo para fora do Brasil.

Diário: Como os escritórios de Recife e Salvador têm se posicionado no contexto da empresa?Nuno: Esses escritórios são bases operacionais,

não existem para fazer a venda do nosso produto, e sim para nos dar um suporte nos eventos que realizamos naquelas praças. Normalmente são eventos que têm suas origens na região Sudeste, ou seja, são eventos que foram contratados conosco aqui em São Paulo ou no Rio de Janeiro; então a gente manda nossas equipes para dar todo o suporte na realização do evento lá, e com o aumento de atendimentos naquela região, até como eu já falei em função dessa migração dos eventos para fora do eixo Rio - São Paulo, em função de todas essas dificuldades operacionais, e também em função de custo, porque fica muito caro um evento no eixo Rio – São Paulo para a empresa; portanto os eventos estão migrando, a gente sente essa migração principalmente para a região Nordeste, e com o aumento da demanda, começou a ficar muito oneroso a gente deslocar as equipes para esses locais, em função de custo de transporte, passagem aérea, hospedagem, etc. Então resolvemos montar nossas bases de suporte operacional nessa região.

Diário: Ações no exterior?Nuno: Em função da alta demanda de serviços para fora, já temos equipes de coordenação próprias contratadas em algumas das principais capitais globais, cidades como Nova York, Miami, Paris, entre outras; já temos equipe própria, ou seja, nosso passageiro vai chegar lá e encontrar alguém uniformizado ViaLandauto e falando português, isso já é um diferencial que irá transmitir bastante segurança ao usuário do nosso transporte. Fora isso pretendemos em breve, talvez até este ano estruturarmos uma base em Buenos Aires, em função da grande demanda que nós temos para aquela praça.

Paço Municipal [detalhe da fachada] (Renato Eck Zorn)

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2VISTA (E SOMBRA) DA TORREPANORÂMICA (CURITIBA/PR)Foto: Renato Eck Zorn

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DIÁRIO DO TURISMOentrevistapanorâmica

“EXISTE UMA CRISE, SIM, MAS AS ILHAS GREGAS CONTINUARÃO NA GRÉCIA E

MADRI CONTINUARÁ NA ESPANHA". PARA O PRESIDENTE DA COMISSÃO

EUROPÉIA DE TURISMO PARA A AMÉRICA LATINA, LUIZ FERNANDO DESTRO,

A FALADA CRISE ECONÔMICA PODE SER MUITO BOA PARA O PAÍS. DE

ACORDO COM ELE, OS PAÍSES EUROPEUS QUEREM RECUPERAR SEU

PÚBLICO PERDIDO EM ALGUM OUTRO MERCADO E O BRASIL É UM DESSES

MERCADOS. “É UM MOMENTO FUNDAMENTAL PARA OS PAÍSES FAZEREM

PROMOÇÃO NO BRASIL”, DIZ EM ENTREVISTA EXCLUSIVA AO DIÁRIO.

SEGUNDO ELE, A DIFERENÇA ENTRE DESTINOS QUE SE PROMOVEM E

DESTINOS QUE NÃO SE PROMOVEM É GIGANTESCA. “VOCÊ PODE COLOCAR

DOIS PAÍSES UM DO LADO DO OUTRO, AQUELE QUE SE PROMOVE VAI

RECEBER MAIS BRASILEIROS”, DIZ. ACOMPANHE:

2FERNANDO DESTRO, PRESIDENTE DA COMISSÃOEUROPÉIA DE TURISMO PARA A AMÉRICA LATINA

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Diário – Luiz, como você vê a situação do turismo na Europa diante desse quadro econômico atual?Luiz Fernando Destro - O que está bem claro é que o turismo interno na Europa caiu muito. E o turismo interno lá sempre foi uma das maiores fontes de recursos; então evidentemente as empresas e os governos estão preocupados e isso não é necessariamente ruim para o Brasil porque e les vão querer r e c u p e r a r e s s e público perdido em a l g u m o u t r o mercado e o Brasil é u m d e s s e s m e r c a d o s emergentes onde e x i s t e m a i o r potencial. Então por um lado a crise pode ser boa...

Diário – Você, como p r e s i d e n t e d a Comissão Européia de Turismo, como vê a s i t u a ç ã o específica de alguns países, uns estão m a i s b e m posicionados que outros? Têm países que podem sofrer mais?Fernando - Mesmo países como a Espanha e a Grécia, apresentaram números positivos no índice de brasileiros para lá. A situação econômica ruim é um problema interno, um problema dos países, mas para o turista brasileiro pode ser interessante; então existe dois lados dessa questão. O que a gente conta é que na Europa, os países que estão com uma situação econômica mais equilibrada têm mais vantagens dos que os que estão com a economia desequilibrada, o que é um tanto óbvio. Mas se a gente lembrar dos nossos

anos 80, nossa economia estava uma bagunça era plano econômico, inflação, mas todos nós passamos pelos anos 80, passamos pelos anos 90 e pelas crises do ano 2000. A vida continua. Existe uma crise sim, existem problemas, mas as Ilhas Gregas continuam na Grécia, Madri continua na Espanha e Praga continua na República Tcheca. Eu acredito que o que se encara como uma crise, para o turista e

p a r a o t u r i s m o brasileiro é uma g r a n d e oportunidade.

Diário - Com essa ascensão da classe C, quais os países q u e l i d e r a m o r e c e p t i v o d e b r a s i l e i r o s n a Europa?Fernando - O país que mais recebe brasileiros ainda é a França. A França é líder, a Espanha se desenvolve muito bem, a Itália, e a A l e m a n h a t ê m m o s t r a d o u m crescimento nos ú l t i m o s a n o s . Normalmente são

os países que têm as melhores conexões aéreas, França, Itália, Espanha, Portugal e Reino Unido. Talvez a exceção nesse cenário seja a Holanda, que tem vôos diretos, mas não tem um fluxo tão grande de brasileiros, ela funciona muito como um hub e não como um destino final.

Diário – Você vai participar da Fitur. Qual a expectativa?Fernando - Eu acho que eu vou encontrar muita gente preocupada. Espero poder levar alguma esperança pra eles, contanto que o mercado brasileiro vá bem, que o

EU ACREDITO QUE O QUE SE ENCARA COMO UMA CRISE, PARA O TURISTA E PARA O TURISMO BRASILEIRO É UMA

GRANDE OPORTUNIDADE.

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nosso emissivo cresce a cada ano e que (acredito) vai crescer mais esse ano. Contar um pouco como é o passageiro brasileiro, porque a nossa principal tarefa é divulgar nosso workshop (Workshop Internacional Descubra a Europa ) que acontece em outubro aqui em São Paulo e que pode ser um excelente canal de negócio para essas empresas que buscam novos mercados. Pra eles é um caminho barato e seguro entrar no mercado brasileiro, que é uma chance de conhecer novos fornecedores que eles não teriam tão facilmente.

Diário - Fernando você acha que esse momento é um momento bom para que os países façam promoções dos seus destinos, aproveitar que o brasileiro está numa situação melhor economicamente?Fernando - Esse é um momento fundamental para os países fazerem promoção no Brasil. A diferença entre destinos que se promovem e destinos que não se promovem é gigantesca. Você pode colocar dois países um do lado do outro, aquele que se promove vai receber mais brasileiros. Então é fundamental que se promovam de alguma forma, não só os destinos, mas também os fornecedores de cada um dos destinos e isso a gente pode fazer através das escolhas de negócios, pode fazer através de viagens, fantours, viagens de imprensa, campanhas publicitárias. Cada um tem que saber qual a melhor estratégia para o seu país e para o seu bolso, mas alguma coisa tem que ser feita.

CADA UM TEM QUE SABER QUAL A MELHOR ESTRATÉGIA PARA O SEU PAÍS E PARA O SEU BOLSO, MAS ALGUMA COISA TEM QUE SER FEITA.

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3PÇA TIRADENTES / RUA DASFLORES (CURITIBA/PR)

FOTO: RENATO ECK ZORN

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DIÁRIO DO TURISMOentrevistapanorâmica

DE ACORDO COM FEDERICO, DELEGADOS DA INTERSKI FIZERAM UMA VOTAÇÃO E ELEGERAM USHUAIA COMO SEDE DA INTERSKI 2015. 40 PAÍSES PARTICIPAM. EM SUA RECENTE VIAGEM À USHUAIA, CAPITAL DA TERRA DO FOGO, O DIÁRIO DO TURISMO APROVEITOU PARA ENTREVISTAR O PREFEITO DA CIDADE, FEDERICO SCIURANO, QUE GENTILMENTE ATENDEU O EDITOR DO DT, JORNALISTA PAULO ATZINGEN NO GABINETE DA SECRETARIA DE TURISMO. NA ENTREVISTA, TRADUZIDA POR MARIANA SOUZA, O INTENDENTE MUNICIPAL FALOU SOBRE A ECONOMIA DA CIDADE QUE TEM O TURISMO COMO 50% DE SUA RECEITA.

OS BRASILEIROS SÃO OS GRANDES DESCOBRIDORES DE USHUAIA, DIZ SCIURANO AO DT. SEGUNDO ELE, O CRESCIMENTO DO NÚMERO DE TURISTAS BRASILEIROS NOS ÚLTIMOS ANOS, FOI CONTÍNUO, EM TORNO DOS 20%, DESDE 2008. NO ENTANTO, E ISSO TRANSPARECEU PARA A REPORTAGEM DO DT DURANTE SUA ESTADIA NA CIDADE, NÃO SE TRATA DO TURISMO DE MASSA. USHUAIA OFERECE UM DESTINO DE LUXO E CHARME, DIFERENCIADO. ACOMPANHE:

Diário - O turismo movimenta qual percentual na economia de Ushuaia?Federico Sciurano - Se considerarmos a atividade privada descontando a atividade pública, o turismo tem uma presença atualmente em torno de 50%, sendo que hoje há uma presença muito importante da atividade industrial muito semelhante ao caso da Zona Franca de Manaus no Brasil. Isso gera uma fluência de investimentos muito diversa que leva a cidade a ter um perfil muito dinâmico com um nível de atualização permanente.

Atualmente em Ushuaia participam mais de 15 mil pessoas de forma direta da atividade turística; obviamente que o turismo é uma atividade que está permanentemente em evolução, onde há investimento também permanente tanto da parte privada como da parte pública; temos um grande compromisso com o desenvolvimento da atividade turística na cidade e na província da Terra do Fogo. O que estamos colhendo hoje é parte de uma estratégia de investimento que começou em 2008.

FEDERICO SCIURANO,

PREFEITO DE USHUAIA 3

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Diário – Ushuaia é conhecida como uma cidade com acentuada dedução de taxas de impostos, o que tem feito os próprios argentinos investir na cidade. Isso ocorre realmente?Federico - Correto. Ushuaia, capital da Terra do Fogo, tem um tratamento positivo diferente em toda Argentina, isso facilita e de alguma maneira prevê a possibilidade de que determinados investimentos tenham um gasto positivo muito menor e isso obviamente tem gerado o desenvolvimento de atividades econômicas. Vir a Ushuaia é como praticamente ir a um grande freeshop. Aqui praticamente não há impostos, isso é um atrativo a mais e algo que sempre atraiu o mercado e o turista brasileiro. Há obviamente um desenvolvimento comercial, orientado pelas grandes marcas de perfume, grandes marcas de roupa, grandes marcas das atividades esportivas de inverno e ao ar livre e isso tem a ver com a promoção que a própria lei gera, que hoje permite que Ushuaia tenha um tratamento diferente em relação ao país inteiro. Isso também gerou o que comentávamos antes, o desenvolvimento industrial, porque Ushuaia é considerada um marco estratégico de desenvolvimento industrial na Argentina e por isso trabalhamos de igual para igual com atividades industriais para que os investimentos feitos possam se complementar de alguma maneira com a atividade turística.

Diário - Existe um Convention Bureau em Ushuaia ou uma associação que reúne

restaurantes, hotéis e empresas ligadas às atividades turísticas?Federico - Sim. Criamos a agência que se chamava Ushuaia Bureau e que agora se chama Agência de Desenvolvimento. Esta agência busca particularmente consolidar a atividade privada e a atividade pública em decisões em comum para que efetivamente essas decisões tenham uma visão estratégica sobre o futuro a curto e longo prazo; o que é fundamental para que possuam sustentabilidade e que

sejam tomadas efetivamente pelos autores e protagonistas da atividade. A Agência de Desenvolvimento tem um pressuposto próprio de gerir fundos e é uma ferramenta chave particularmente para captar mercados promissores como o brasileiro. Essa agência fomentou uma nova fase no turismo da cidade.

Diário: Os turistas brasileiros são vistos às dezenas aqui. Vocês têm um cálculo percentual de qual é o número de brasileiros que visitam Ushuaia por ano?Federico - Não posso te dizer em quantidade, mas posso te dizer em porcentagem. Até 4 ou 5 anos atrás o brasileiro representava 10% dos

turistas que vinham para cá. No período do inverno, representam 70%. De 2008 para cá crescemos muito com o Brasil e os percentuais chegam a 20% ano após ano. O turista brasileiro encontrou aqui um mercado muito particular já que Ushuaia oferece um turismo versátil, para toda a família, mas não um turismo de massa.

ATUALMENTE EM USHUAIA PARTICIPAM MAIS DE 15 MIL PESSOAS DE FORMA DIRETA

DA ATIVIDADE TURÍSTICA"

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Diário - Como a cidade se prepara para receber grandes eventos como o Interski?Federico - Primeiro, acredito que é importante para as pessoas do Brasil saberem que recebemos no ano passado duas delegações européias da Interski. A comissão diretora esteve em Ushuaia avaliando nossas características logísticas e obviamente nossa capacidade esportiva para ver se possuíamos potencial adequado para ser sede em 2015 de um evento mundial; levando em conta que as 40 potências de esqui de neve do mundo participam dessa competição que se realiza a cada quatro anos. Nós competimos em janeiro de 2011 em St Anton, na Áustria, contra Finlândia e contra Bulgária grandes forças e com tradição no esporte. Os membros delegados fizeram uma votação onde todos os países votam e elegeram, com grande maioria, que a Interski 2015 seja realizada em Ushuaia. Acredito que se chega a esse resultado por vários aspectos: o primeiro, o mais importante, é que reunimos condições adequadas para fazer uma competição que contenha mais de 40 países e obviamente há uma condição que é fundamental: trata-se desse conceito mítico, esse conceito que significa ser o fim do mundo para qualquer pessoa do planeta que gosta de conhecer lugares indescritíveis, Ushuaia tem uma luz especial, tem uma particularidade que faz com que possa competir de igual para igual com cidades ou países como Bulgária e Finlândia. Obviamente estamos trabalhando muito, estamos trabalhando esse objetivo nesses quatro anos para receber bem todos aqueles que nos virão visitar.

Fachada de casarão - Praça Tiradentes [Curitiba/PR] (Renato Eck Zorn)

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DIÁRIO DO TURISMOentrevistapanorâmica

CONVERSAR COM UM VIAJANTE QUE NASCEU NA FRANÇA E TEVE A OPORTUNIDADE DE VIVER EM OITO PAÍSES DA ÁSIA, ABSORVENDO CULTURAS AS MAIS DIVERSAS E AINDA TRAZER EM SUA BAGAGEM MAIS ALGUNS ANOS DE AMÉRICA LATINA É TER CERTEZA DE QUE ESSA PESSOA É UMA FONTE RICA DE IMPRESSÕES E HISTÓRIAS. É BOM OUVI-LO. MELHOR AINDA QUANDO SABEMOS QUE NÃO SE TRATA DE UM MERO VIAJANTE, ASSOBERBADO EM SUA PRÓPRIA HISTÓRIA PESSOAL, MAS DE UM PROFISSIONAL QUE ALIOU LAZER AO DEVER, ESTABELECENDO UMA INCESSANTE BUSCA DO EQUILÍBRIO.

E FOI EXATAMENTE EM RAZÃO DESSE CALDO DE CULTURA E EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL QUE PATRICK VAYSSE FOI CONVIDADO PARA ABRIR OS DOIS HOTÉIS PULLMAN NA AMÉRICA LATINA. O PRIMEIRO EM ROSÁRIO, NA ARGENTINA, O SEGUNDO EM SÃO PAULO.

COM MAIS DE 20 ANOS DE REDE ACCOR, VAYSSE NÃO É UM FUNCIONÁRIO TRADICIONAL OU QUE TENHA SE ACOSTUMADO COM SUA ZONA DE CONFORTO. ELE É INQUIETO, VERSÁTIL, CONECTADO, O RETRATO FIEL DO HÓSPEDE PULLMAN. O DIÁRIO O ENTREVISTOU:

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Diário - Você tem experiências profissionais na Ásia e em vários países da América Latina. Esse caldo de cultura o ajudou na concepção do hotel Pullman?Patrick - Ajudou realmente muito porque isso abriu um panorama para mim. Entender a necessidade de diferentes pessoas, de diferentes culturas. No final, somos todos viajantes. O que acontece quando você mora dez anos na Ásia, dez anos na América Latina, você encontra em si mesmo um viajante. E hoje, acho que o conceito Pulman é um conceito que responde a um viajante. Responde em muitos sentidos, porque estamos constantemente em conectividade.

O viajante precisa de conectividade, mas não só tecnológica. A conectividade com os colaboradores. O cliente se sente em casa, ainda melhor que em sua casa. O Pullman tem esse diferencial em comparação a outros hotéis: receber o cliente de uma maneira informal, sem abrir mão da postura e atitude cortês e respeitosa. Posso dar um exemplo: Num hotel tradicional você tem um concièrge (porteiro, recepcionista), o Pullman não tem um concièrge, o Pullman tem um “Wellcomer”. O “Wellcomer” é uma pessoa que vai receber você, vai integrá-lo dentro do hotel e tornar ainda mais agradável sua estadia de acordo com suas necessidades.

PATRICK VAYSSE, DIRETOR DAS BANDEIRAS

PULLMAN E MERCURE, DA ACCOR

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DT - Esse conceito hoteleiro passa tanto pelo design, algo aparente, mas também pelo intangível?Patrick - Olha, o conceito Pullman é um misto de muitas coisas. O design é fundamental porque é uma marca contemporânea, uma marca moderna, que precisa ser vanguarda em imagem, causando uma impressão forte e positiva. O design e a arquitetura são pontos fundamentais, mas o q u e é m a i s i m p o r t a n t e é o intangível, ou seja, como um colaborador v a i t r a n s m i t i r o feeling do Pullman p a r a v o c ê . U m colaborador pode ser fechado, só não é Pullman. Pullman é uma marca que se a b r e , o f e r e c e a l ternat ivas . Por exemplo, ao fazer um check-in. No Pullman, você tem diferentes alternativas: ou o check-in tradicional, normal, fazendo a fila em um balcão de recepção e ter um ótimo atendimento, ou você tem uma segunda alternativa, um check-in como n a s c o m p a n h i a s a é r e a s . V o c ê j á conhecendo o hotel, não precisa de uma informação específica sobre quartos ou sobre as dependências do hotel. Então, você tem essa alternativa, de fazer seu check-in e também seu check-out em um minuto, ou um minuto e meio por meio de ferramentas tecnológicas. Essas são alternativas de serviços que o Pullman oferece. Procuramos dar e captar o mais importante: o “know-how”, o intangível, n o s s e r v i ç o s , n a s a t i t u d e s , n o c o m p o r t a m e n t o d e n o s s o s colaboradores.

DT - Explique mais...Patrick - Eu sempre falo aos meus colaboradores: digamos que eu sou um cliente, eu tenho um IPad, um IPhone e um Black Berry. Eu vou precisar usar o IPad para ver o que acontece no mundo, vou ligar para a família ou os amigos num IPhone que também precisa de Internet e vou ler meus e-mails de trabalho em meu Black Berry. Isso tem que funcionar já no momento que eu chegar ou precisar, eu não vou aceitar uma resposta que um sistema não funciona, não seja de boa qualidade. Pullman é

c o n e c t i v i d a d e , é comunicar, trabalhar, viver, dormir. ..

DT - O significado de Pullman aqui em São Paulo está muito fortemente ligado a uma marca de pão. Vocês pretendem mudar isso?Patrick - Nossa marca quer ser diferente. Temos uma marca muito sofisticada no m u n d o , m a s queremos que um cliente que entrar no nosso hotel, nunca se esqueça que dormiu u m a n o i t e n o Pullman. Primeiro, porque ele dormiu muito bem, mas isso para mim não é o mais importante, o mais importante é a e m o ç ã o d e t e r

dormido no Pullman, porque ele se emocionou, porque ele vai voltar e vai sempre se lembrar do Pullman, como ele vai lembrar de uma outra marca que o tenha feito se emocionar.

DT - Qual a diferença da implantação de um empreendimento na Argentina e no Brasil em níveis políticos, econômicos, etc?Patrick - Se fizermos uma comparação entre o Pullman de Rosário e o Pullman de São Paulo, uma coisa que eles têm em comum é o DNA. Quando o hotel em Rosário estava em construção, entramos com o conceito de Pullman e ainda tivemos muitas alterações no projeto para que no final

O CONCEITO PULMAN É UM CONCEITO QUE RESPONDE A UM VIAJANTE. RESPONDE EM MUITOS SENTIDOS, PORQUE ESTAMOS CONSTANTEMENTE

EM CONECTIVIDADE. O VIAJANTE PRECISA DE CONECTIVIDADE, MAS NÃO SÓ TECNOLÓGICA.

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tivéssemos um Pullman Rosário 100% Pullman.O interessante é que São Paulo tem uma atmosfera mais vibrante, uma cidade imensa, que também dá energia ao conceito, dá energia ao Hotel. A porta é o movimento do Hotel. Rosário é um outro cenário, mas na base, o que eles têm em comum é o DNA do Pullman. O quarto é contemporâneo, a tecnologia é contemporânea...Mas o que faz mover o Hotel depois é a vibração da cidade.

DT - O período de implantação do Pullman São Paulo não foi demorado, considerando que o prédio já existia?Patrick - Geralmente, quando começamos com o hotel em construção você já ganha tempo, no primeiro dia você já visualiza, conceitualiza o hotel como um produto, uma marca. E esse hotel (o de São Paulo) não demorou, foi até bem rápido porque em quatro meses transformamos o Grand Mercure em Pullman. Mas foi necessário derrubarmos muita coisa, aí entramos com um plano estratégico. E cada plano para um departamento específico. O mais difícil foi a conversão (o intangível) que tivemos de implantar aos nossos colaboradores. T r a b a l h a m o s b a s t a n t e p a r a q u e absorvessem o conceito Pullman.

Lago da Universidade Livre do Meio Ambiente [Curitiba/PR] (Renato Eck Zorn)

DT - Caracterize o seu público quanto ao nível de exigênciaPatrick - Hoje, é um público corporativo, que vem para São Paulo organizar ou participar de eventos, cresce o público corporativo internacional. Um público exigente (sempre foi exigente); mas nós também estamos subindo um nível de expectativa, que é o mais interessante da história. Um cliente sempre é exigente pelo preço que vai pagar. Mas se você, como produto, como marca, se ainda oferece o mesmo nível de serviço que a maioria, o que acontece? O cliente sempre vai aumentar sua expectativa também. E hoje, o cliente corporativo internacional é ainda mais exigente e se conecta com o mundo, por isso, devemos responder rapidamente às suas necessidades. Isso é fundamental.

SE FIZERMOS UMA COMPARAÇÃO ENTRE O PULLMAN DE ROSÁRIO E O PULLMAN DE SÃO PAULO, UMA COISA QUE ELES TÊM EM COMUM É O DNA.

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