EPISÓDIO 05 A Múmia de Aida -...

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Conteudista: Antônio José Lopes Bigode EPISÓDIO 05 A Múmia de Aida AS CHAVES DE MARDUM TV ESCOLA

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Conteudista: Antônio José

Lopes Bigode

EPISÓDIO 05

A Múmiade Aida

AS CHAVES DE MARDUMTV ESCOLA

As chaves de Mardum | 2

O s irmãos Cacá e Nina chegam com os pais à casa em que passarão as fé-rias. Eles não veem a hora de explo-rar tudo. Mas por onde começar? Pelo quarto de despejo da casa! Uma estante empoeirada chama a aten-ção dos irmãos. Na verdade, não é uma estante comum. Atrás dela as crianças encontram uma porta que os leva direto para a oficina de Ano-nimus, outro lugar repleto de obje-tos interessantes, como uma flauta mágica – a flauta de Hamelin. Ela é uma das chaves musicais que dá a quem as tiver o direito ao trono de Mardum, um mundo extremamente colorido e musical.

A LUTA PELO TRONOAnonimus foi escolhido pelo bom rei Ghor para proteger as chaves mágicas e, assim, evitar que elas caiam nas mãos do terrível Rum-pus, seu ambicioso irmão. Mas as chaves estão perdidas e preci-sam ser recuperadas o mais rápido possível. Para realizar essa missão, Anonimus contará com a ajuda de Nina e Cacá que, além de muito corajosos, adoram uma aventura. E aventura é o que não vai faltar para eles e também para seus alu-nos, professor (a). Até recuperar as chaves musicais, os irmãos passarão por muitas peripécias.

Professor (a), nos episódios de O Mundo de Mardum, Cacá e Nina circulam entre o real e o imaginá-rio: o Mundo Paralelo de Mardum. Mas tanto lá quanto cá, as crianças usam conhecimentos, ou concei-tos matemáticos, para enfrentar os desafios que encontram. Os seus alunos, certamente, também fazem isso, por isso é importante valorizar os conhecimentos prévios que eles já têm, tanto em relação aos temas e questões que são explorados nesta série quanto em outros momentos em que os conteúdos matemáticos são estudados.

Bom divertimento a todos vocês!

MATEMÁTICA E NOVAS MÍDIAS

Mundo ParaleloNos episódios, o mundo paralelo de Mardum é uma referência ao universo paralelo,

teoria desenvolvida pelos físicos em que eles buscam comprovar a existência de outra realidade que é paralela, ou existe ao mesmo tempo, à realidade na qual vivemos.

No mundo mágico de Mardum Na série, Cacá e Nina usam seus conhecimentos matemáticos para enfrentar desafios

A ópera de Aida teve sua estreia mundial no Cairo, capital do Egito, em 21 de dezembro de 1871. Composta por Giuseppe Verdi, um inspirado autor de óperas igualmente famosas, como Rigoletto e La Traviata, conta a história de Aida, uma princesa etíope, que se tornou escrava da filha do faraó do antigo Egito. Com boas

doses de paixão, intrigas e tragédias, seu enredo respondia ao grande interesse dos europeus do século 19 por tudo que dizia respeito ao Egito Antigo e suas múmias, que estavam sendo descobertas pelos arqueólogos.

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A ópera

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A Múmia de Aida

PALAVRAS-CHAVEformas geométricas, círculo, circular, circunferência, LOGO.

m vários momentos, Nina deixou claro o seu pavor pelos ratos. Agora chegou a vez de Cacá mostrar que não é o corajoso que aparenta ser para a irmã. Na verdade, ele tem medo – e muito – de fantasmas e, quem diria, de múmias. Pois é jus-tamente uma delas que o menino vai ter de enfrentar para recuperar mais uma das chaves do reino de Mardum. Essa chave é a múmia de Aida, uma escrava do Egito antigo, cuja história de amor foi transfor-mada em ópera pelo compositor ita-liano Giuseppe Verdi (1813-1901).

RUMO A SEGUIRAnonimus explica para as crianças que Aida desapareceu do castelo do Rei e ninguém consegue localizá--la. Isso é terrível, pois Rampus, o malvado, pode encontrar e obrigar a doce Aida a usar os seus poderes contra Ghor e o reino. As crianças também não sabem que rumo se-guir, mas o detetive Ambrósio as so-corre. Ele orienta as crianças sobre como chegar ao bosque em que a múmia se refugiou. De início, a con-versa dos três avança pouco. Mas tudo se resolve em um final feliz.

UM FINAL FELIZ

Fujona e chorosa, mas muito fofinha, a famosa Aida é a responsável por levar Cacá e Nina para mais uma aventura em Mardum

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nonimus é um devorador incorri-gível de pizzas e isso já está mais do que evidente em sua aparência, totalmente roliça. Cacá e Nina ten-tam convencê-lo a comer um pou-co menos e se exercitar um pouco mais. Mas que nada! A insistência das crianças não tem dado resulta-do algum até agora.

A “fixação” alimentar do glutão é o pretexto para uma discussão das mais animadas entre Ambrósio e os irmãos, quando estes chegam à Mardum. O pequeno detetive, que nunca viu uma pizza, está curioso. Afinal, que coisa é essa que está dei-xando o seu amigo completamente redondo? Cacá tenta descrevê-la de um jeito que Ambrósio possa en-tender, pelo menos um pouco, do que se trata. A partir daí, a conver-sa rola solta.

DIFERENTES CÍRCULOSNeste episódio, como você poderá ver junto com os seus alunos, co-meçam a ser trabalhados alguns fa-tos e ideias que dizem respeito aos conteúdos de geometria. O pano de fundo é a conversa sobre o “círculo de farinha assada, queijo e tomate”. Com base nessa fala de Cacá, por exemplo, é possível iniciar uma boa discussão com as crianças sobre as formas circulares.

Porém, muita atenção: ainda não é o momento de se preocupar em formalizar o conceito, o que poderá e deverá ser feito bem mais adiante.

Nessa etapa da escolaridade, pro-fessor, basta alimentar um deba-te cujo objetivo é tentar “checar” o que as crianças entendem por for-ma circular. Assim, procure esti-mulá-las a falar de objetos familia-

res, ou lugares à nossa volta, que têm a forma circular, como é o caso das pizzas, de pratos, das bordas dos copos, das abas dos chapéus, da maioria das praças ou do centro dos campos de futebol.

As crianças, em geral, são bastante atentas ao mundo que as cerca. Mas é importante, nessa faixa etária, que o professor chame a atenção dos alunos para as características das coisas que os cercam, especialmente as que têm formas circulares.

A preocupação, ressalta-se nova-mente, não é a definição, mas, sim, a percepção das formas e, em al-guns casos, a descrição delas. Nesse sentido, indague das crianças:

“De que maneira vocês explicariam, para um “marciano”, o que é uma forma circular?”

A

As formas circularesNA SALA DE AULA

Este é o tema que está no centro da roda em A múmia de Aída. Descubra por que e trabalhe o assunto com seus alunos

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É muito provável que os seus alu-nos deem respostas “circulares”, por exemplo, afirmando que diriam ao alienígena que: “um círculo é uma forma que tem a forma circular”. Também podem responder ao de-safio, destacando alguma caracte-rística global de uma coisa de for-ma circular, como: “é uma forma redonda”.

Dependendo do modo como se conduz a discussão, os alunos po-dem, ainda achar mais fácil des-crever o círculo, fazendo desenhos com os dedos ou traçando um ca-minho circular, enquanto andam pela na sala.

DISCUTIR SEM FORMALIZARHá registros de crianças que descre-vem um círculo como uma forma em que é preciso andar um pou-quinho para frente, dar um peque-no giro para o lado, e repetir tais movimentos até formar, ou fechar um círculo. Apesar de parecer in-gênua ou errada, esta é uma ideia que contém muitos elementos im-portantes. Tanto é assim que está na base de diversos games, jogados ainda hoje pelas crianças, como é o caso do programa LOGO.

Prosseguindo com as atividades em torno desse tema, outra possi-bilidade é incentivar os alunos a re-

lacionarem palavras que tenham as mesmas raízes etimológicas, como fazem Nina e Cacá no episódio, por exemplo: círculo, circunferência, circular, circo (a lona do circo), cir-culando, ciranda, entre outras.

Mas atenção: os matemáticos fa-zem uma distinção entre circun-ferência e círculo, em que circun-ferência se refere ao contorno do círculo, enquanto o círculo diz res-peito ao contorno e seu interior, como um disco. No entanto, essa distinção só tem importância nos anos finais do ensino fundamen-tal. No ciclo inicial, porém, tal rigor não é necessário, e nem bem-vindo.

LOGOO programa LOGO foi desenvolvido pelo matemático e educador Seymour Papert (1928-2006), no inicio dos anos 1980. Papert foi discípulo e colega de Jean Piaget, e é considerado um dos pioneiros do campo

da Inteligência Artificial. Além disso, ele é reconhecido mundialmente como um dos principais estudiosos a investigar os modos pelos quais a tecnologia pode modificar a aprendizagem.

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Ébom dispor de diferentes materiais e recursos pedagógicos para incre-mentar as aulas, como acontece com os vídeos e games de “As cha-ves de Mardum”. Mas, como você bem sabe, nem sempre isso é pos-sível. É aí que o entusiasmo e a cria-tividade dos professores costumam fazer toda a diferença.

Os assuntos abordados neste epi-sódio são o ponto de partida para a sugestão de atividade seguinte. O objetivo é contribuir para que seus alunos enveredem um pouco mais pelos caminhos da Matemática de um jeito bem animado.

A ideia é que, mesmo que não te-nham acesso a computadores ou, especificamente, ao LOGO, os seus alunos possam experimentar a mes-

ma lógica pensada pelo autor do jogo, o matemático e educador Seymour Papert, para o funcio-namento do programa. No LOGO, uma tartaruguinha desenha figu-ras geométricas na tela, obedecen-do a determinados comandos (veja na página seguinte, uma síntese do funcionamento desse programa). Na classe, as crianças terão de usar os próprios corpos para “desenhar” as figuras que você lhes sugerir.

JOGO DE FAZ-DE-CONTAAntes de qualquer coisa, porém, co-mece contando um pouco sobre o jogo e seu funcionamento. Assim, as crianças vão entender melhor o seu objetivo e qual será o papel dos voluntários na atividade. O fato é que, como num jogo de faz-de-con-ta, elas devem se imaginar tartaru-gas, ou rôbos, e caminhar pela sala de aula, obedecendo aos comandos que você dará a elas, professor.

Por exemplo: comece com o alu-no de frente para a lousa e supo-nha, junto com a turma, que ele está olhando para o Norte. Em seguida, peça-lhe para girar para a direita. Agora ele estará olhando para o Les-te e assim por diante. Nesse caso, o aluno terá feito um giro da esquer-da para a direita, ou “para a direita”.

Em geral, os alunos do primeiro ciclo do ensino fundamental ainda não sabem o significado de Nor-te, Sul, Leste e Oeste. Além disso, a maioria está começando a entrar em contato com noções de direção, como direita e esquerda. Até mes-mo a lateralidade ainda não é um conhecimento que, de fato, já do-minam nessa fase. Entretanto, é a partir de brincadeiras, jogos e ativi-dades como esta, que elas se famila-rizam com os conceitos relacionados à posição, orientação e localização.

JOGO DE FAZ-DE-CONTA

LOGO sem o computadorA imaginação é a chave para o sucesso dessa sugestão de atividade em que os seus alunos podem ativar os comandos do “LOGO”, mesmo sem o apoio da informática

©IMAGENS: REPRODUÇÃO

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TARTARUGA OBEDIENTENo LOGO, a criança dirige os passos de uma tartaruguinha que desenha figuras geométricas na tela do com-putador (na introdução ao programa é isso mesmo, as crianças fazem ape-nas giros de ¼ de volta). A pequena tartaruga obedece aos comandos da-dos: “ande para frente”, “gire para a direita”, “gire para a esquerda”. Para fazê-la atuar, basta escrever o que se deseja que ela faça, ou seja, que giro deve fazer e, em seguida, quantos

passos de mesmo comprimento tem que dar para a frente.

Observe os comandos necessá-rios para a tartaruguinha dese-nhar um quadrado:

O código PF 5 significa que a tar-taruga deve avançar 5 posições para a frente, enquanto o código GD sig-nifica que ela tem que dar um giro à direita, de um quarto de volta. Os comandos para o desenho de um círculo, naturalmente, são di-versos desses.

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5

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F5

F5 F5

F5GD

GD GD

GD

CÓDIGOS PARA DESENHARChame a atenção dos alunos para a cena em que Ambrósio dá as indica-ções a serem seguidas pelos irmãos para encontrarem a múmia Aída. Como percebe Nina, seguindo as orientações do detetive, eles volta-riam ao mesmo ponto. Assim é no programa LOGO, quando o que se deseja é desenhar um círculo.

Usando o LOGO com esse objeti-vo, a criança deve acionar os coman-dos PF 1, GD 1 por diversas vezes.

©IMAGENS: REPRODUÇÃO

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Ainda em torno do LOGO, desafie os alunos a criar comandos para desenhar figuras esquisitas numa folha de papel quadriculado, como uma escadinha, por exemplo:

Observe nos quadros, alguns comandos que levam a tartaruguinha a desenhar quadriláteros diferentes.

Obediente, a tartaruguinha anda um “tiquinho” pra frente e gira um “tan-tinho” (em movimentos bem peque-nos), para a direita. Repetindo esse

procedimento, muitas vezes, ela vai formar uma figura muito parecida com uma circunferência.

Centenas de estudos confirmam

que, rapidamente, as crianças com-preendem os comandos e tornam-se capazes de construir figuras usando códigos, como os do LOGO.

PF 10

PF 10

PF 10

PF 10

GD

GD

GE

PF 5 + GD + PF 5 + GD + PF 5 + GD + PF 5

PF 10 + GD + PF 10 + GD + PF 10 + GD + PF 10

PF 5 + GD + PF 10 + GD + PF 5 + GD + PF 10

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Os chinchorros não costumavam enterrar suas múmias. As famílias conviviam com elas normalmente em suas casas. Entre os egípcios, os rituais de mumificação e de sepultamento eram misteriosos e sagrados

e envoltos em crenças. Os mortos eram enterrados junto com seus pertences em vida, como roupas, joias, mobílias, esposas e escravos – que não se estranhe, também faziam parte dos pertences. Assim,

acreditavam os egípcios, esses poderosos não sentiriam falta de nada ao acordarem do outro lado.

PARA SABER MAISPAPERT, Seymour M. A Máquina das Crianças: Repensando a escola na era da informática (edição revisada).

Porto Alegre, RS: Editora Artmed, 2007.

youtu.be/BejbAwuEBGs – encontro entre Paulo Freire e Seymour Papert

pt.wikipedia.org/wiki/Aida - A história da ópera Aida

Documentários do Discovery Channel sobre múmias:

• Parte 1: youtu.be/xfIGsfPyCIE

A

Aprender nunca é demais

proveite o encontro entre Cacá, Nina e Aida para revelar às crianças que as múmias não são apenas personagens de filmes ou livros. Ao contrário, há muitas delas depositadas em museus. Elas são testemunhas de costumes de civilizações antigas. Pergunte aos alunos o que eles sabem sobre as mú-mias. É bem provável que eles asso-ciem as múmias com o Egito Antigo (que surgiu por volta de 3150 a.C. e floresceu entre 1550 e 1070 a.C., no Norte da África).

MÚMIAS NA AMÉRICANa verdade, as primeiras múmias de que se tem notícia datam de mais de 7 mil anos e são do povo Chinchor-ro, que habitou a região litorânea do que hoje são o Chile e o Peru, há mais de 9 mil anos. Entre os vestí-gios deixados por esse povo, os ar-queólogos encontraram uma grande quantidade de múmias de crianças, o que é surpreendente. Isso porque, as crianças tinham pouca importân-cia para maioria dos povos, até bem

pouco tempo, e o processo de mumi-ficação era demorado e caro.

Entre os antigos egípcios, o cos-tume de mumificar os mortos começou a ser praticado cerca de 5 mil a.C., sendo que a prática era res-ervada aos faraós e à nobreza. Para esse povo, a alma precisava de um corpo para alcançar a vida eterna. Ao mumifica-los, e encerrá-los em túmulos com passagens e salas secre-tas, acreditavam estar garantindo a sua preservação para além da morte.

ATIVIDADES E ESTUDOS COMPLEMENTARES

Há mais folclore do que conhecimento a respeito da prática religiosa dos egípcios antigos de embalsamar os mortos

Vida eterna

• Parte 2: youtu.be/kYa-wOaPb50

• Parte 3: youtu.be/iffR13EA2mM

• Parte 4: youtu.be/xHO4TsYMV0M

• Parte 5: youtu.be/zsn5YmW4Eh8