ERA EMO: Uma publicação sobre a terceira onda do...
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
CAMPUS CURITIBA – SEDE CENTRAL
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE DESENHO INDUSTRIAL
CURSO DE TECNOLOGIA EM DESIGN GRÁFICO
PRISCILA OLIVEIRA DA COSTA
ERA EMO: Uma publicação sobre a terceira onda do emocore
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CURITIBA
2018
PRISCILA OLIVEIRA DA COSTA
ERA EMO: Uma publicação sobre a terceira onda do emocore
Trabalho de Conclusão de Curso de graduação,apresentado à disciplina de Trabalho Conclusãode Curso 2 do curso de Tecnologia em DesignGráfico do Departamento Acadêmico de DesenhoIndustrial – DADIN – da Universidade TecnológicaFederal do Paraná – UTFPR, como requisitoparcial para obtenção do título de Tecnólogo.
Orientador: Prof° MSc. Kleiton Semensatto da Costa
CURITIBA
2018
TERMO DE APROVAÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 075
ERA EMO: UMA PUBLICAÇÃO SOBRE A TERCEIRA ONDA DO EMOCORE
por
Priscila Oliveira Da Costa – 1722301
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no dia 22 de junho de 2018 comorequisito parcial para a obtenção do título de TECNÓLOGO EM DESIGN GRÁFICO,do Curso Superior de Tecnologia em Design Gráfico, do Departamento Acadêmicode Desenho Industrial, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. A aluna foiarguida pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo, que apósdeliberação, consideraram o trabalho aprovado.
Banca Examinadora: Prof. Manoel Alexandre Schroeder (MSc.)AvaliadorDADIN – UTFPR
Profa. Priscila Daienny Zimermann Nardon (Esp.)ConvidadaDADIN – UTFPR
Kleiton Semensatto da Costa (MSc.)OrientadorDADIN – UTFPR
Prof. André de Souza Lucca (Dr.)Professor Responsável pelo TCC DADIN – UTFPR
“A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso”.
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁPR
Ministério da EducaçãoUniversidade Tecnológica Federal do ParanáCâmpus CuritibaDiretoria de Graduação e Educação ProfissionalDepartamento Acadêmico de Desenho Industrial
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me fazer chegar até aqui e por me dar forças durante as
dificuldades que encontrei durante a criação do projeto.
Agradeço a todos que me apoiaram, encorajaram, motivaram e valorizaram
de alguma forma o desenvolvimento deste projeto me fazendo acreditar no meu
potencial e na minha capacidade.
A minha família por me apoiar na decisão de seguir a carreira de designer
gráfico e me dar toda a assistência para desenvolver esse projeto.
Ao professor Kleiton Semensatto da Costa que acreditou no meu projeto
desde o início, por ter doado o seu tempo e atenção para me ajudar, por ter
compreendido minhas dificuldades, por ter acompanhado meu desenvolvimento de
perto durante esses doze meses e pela qualidade da orientação nesse projeto.
Aos professores Manoel A. Schroeder e Priscila Zimermann que trouxeram
grandes contribuições para que o projeto ficasse ainda melhor.
E à todas as pessoas próximas de mim que perdoaram as minhas ausências,
me apoiaram nos momentos difíceis e viveram comigo de perto cada passo dado até
a conclusão deste projeto.
RESUMO
COSTA, Priscila O. ERA EMO: Uma publicação sobre a terceira ondado emocore. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso – Curso Superior de
Tecnologia em Design Gráfico, da Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
Este trabalho apresenta todas as fases de desenvolvimento do projeto da
revista Era Emo: Uma publicação sobre a terceira onda do emocore. Este projeto
tem o propósito de definir e afirmar a identidade do emocore, traduzindo elementos
do estilo em um projeto editorial, relembrando as bandas e álbuns mais influentes da
terceira onda do movimento e resgatando a cultura de revistas impressas que eram
adquiridas e colecionadas pelos jovens da época. Utilizam-se os dos preceitos do
design editorial, mais precisamente o design de revistas, essas que eram um dos
principais meios de comunicação, além da televisão, utilizados para divulgação das
bandas no período escolhido.
Palavras-Chaves: Emocore, bandas, música, design editorial, revistas.
ABSTRACT
COSTA, Priscila O. ERA EMO: A publication about the third wave ofemocore. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso – Curso Superior de Tecnologia
em Design Gráfico, da Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
This work presents all phases of development of the magazine project Era
Emo: A publication about the third wave of emocore. This project aims to define and
affirm the identity of emocore, translating elements of the style into an editorial
project, remembering the bands and the most influential albums of the third wave of
the movement and recovering the culture of printed magazines that were acquired
and collected by the youth of that time. Are used the precepts of editorial design,
more precisely the magazine design, which were one of the main media, other than
television, used to promote the bands in the chosen period.
Keywords: Emocore, bands, music, editorial design, magazines.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Resultado da Pesquisa: Sobre o conhecimento do estilo abordado. .........16
Figura 2: Resultado da pesquisa: Sobre quem ouvia o estilo emocore.....................17
Figura 3: Resultados da Pesquisa: Sobre as diferenças entre o Emocore e o Pop
Punk; .........................................................................................................................17
Figura 4: Resultado da Pesquisa: Sobre os meios de comunicação utilizados.........18
Figura 5: Resultado da Pesquisa: Revistas impressas como fonte de informação
sobre bandas.............................................................................................................18
Figura 6: Resultado da Pesquisa: Sobre adquirir revistas por artistas e/ou estilos
musicais. ...................................................................................................................19
Figura 7: Resultado da Pesquisa: Sobre adquirir revistas que relembrasse os estilos
mais ouvidos entre os anos de 2002 à 2012. ............................................................19
Figura 8: Metodologia de Design FRASCARA (2000)...............................................21
Figura 9: Metodologia de Design PEÓN (2003) ........................................................21
Figura 10: Adaptação de metodologias, com base em FRASCARA (2000) e PEÓN
(2003)........................................................................................................................22
Figura 11: Cronograma de produção do projeto....... .................................................22
Figura 12: Página 75 da edição de janeiro de 1986 da revista Trasher, com o trecho
onde é nomeado pela primeira vez o estilo emocore. ² ............................................26
Figura 13: Albúns de bandas de emocore. Da esquerda para a direita: Paramore –
RIOT! (2007), All Time Low – So Wrong, It’s So Right (2007) e My Chemical
Romance - Three Cheers For Sweet Revenge (2004) .............................................28
Figura 14: Lista de videoclipes mais pedidos no programa TOP 10 MTV em 2008. .29
Figura 15: Continuação da lista de videoclipes número 1 do programa TOP 10 MTV
em 2008. ...................................................................................................................30
Figura 16: Visual dos integrantes da tribo. ...............................................................32
Figura 17: Resultado da Pesquisa: Sobre a sexualidade. .........................................32
Figura 18: Capas de revistas de música alternativa. Da esquerda para a direita:
KERRANG! Edição 1129 – 0ut/2006, RockSound, edição 109 – Mai/2008 e
Alternative Press, Edição 223 – fev/2007..................................................................33
Figura 19: My Chemical Romance e Fresno na capa das revistas Rolling Stones e
Capricho. ...................................................................................................................34
Figura 20: Exemplos de Grid Retangular, de Coluna, Modular e hierárquico. ..........41
Figura 21: Revista Alternative Press. Aug 2006 ........................................................44
Figura 22: Revista Alternative Press. Aug 2006 ........................................................45
Figura 23: Revista Rock Sound – Abr 2008 ..............................................................45
Figura 24: Revista Love Rock – 2008 .......................................................................46
Figura 25: Tabela de publicações similares. .............................................................46
Figura 26: Mapa mental de nomes para a publicação...............................................49
Figura 27: Eventos sobre cultura emo: E eu que era emo? e Também fui emo de
2017. .........................................................................................................................50
Figura 28: Marcas de publicações similares..............................................................52
Figura 29: Alternative Press, Edições 287.2 (Maio de 2012) e 355 (Fevereiro de 2018)
respectivamente. .......................................................................................................53
Figura 30: Capa das Publicações Alternative Press, edição 282 (Janeiro de 2012);
RockSound, Edição 155 (Janeiro de 2012); Kerrang!, edição 1532 (Agosto de 2014)
e NME Edição Outubro de 2009................................................................................53
Figura 31: Análise imagética com capas de álbuns e cartazes de turnê das bandas
de emocore. ..............................................................................................................54
Figura 32: Alternativa de marca e suas variações.....................................................55
Figura 33: Aplicação da versão 1 da alternativa........................................................56
Figura 34: Aplicação da versão 2 da alternativa........................................................57
Figura 35: Aplicação da versão 3 da alternativa........................................................57
Figura 36: Alternativa de Marca 2 e sua variação. ....................................................58
Figura 37: Aplicação alternativa de Marca 4. ............................................................59
Figura 38: Aplicação alternativa de Marca 5. ............................................................59
Figura 39: Alternativa final definida. ..........................................................................60
Figura 40: Ilustrações emocore. ................................................................................60
Figura 41: Capas de revistas que retratavam o emocore Alternative Press e Kerrang!.
..................................................................................................................................61
Figura 42: Capas dos álbuns das bandas de emoocore My Chemical Romance, Fall
Out Boy, Paramore, Fresno, All Time Low, Simple Plan, Pierce The Veil e Mayday
Parade.......................................................................................................................61
Figura 43: Cores principais da publicação. ...............................................................62
Figura 44: Cores secundárias da publicação. ...........................................................62
Figura 45: Teste com grid de 2 colunas. ...................................................................64
Figura 46: Teste com grid de 3 colunas. ..................................................................65
Figura 47: Teste com grid de 6 colunas. ...................................................................65
Figura 48: Margem interna da publicação. ................................................................67
Figura 49: Margem da capa da publicação. ..............................................................68
Figura 50: Fonte Lato. ...............................................................................................69
Figura 51: Fonte Roboto. ..........................................................................................69
Figura 52: Teste com a Fonte Roboto. ......................................................................70
Figura 53: Teste com a fonte Lato.............................................................................71
Figura 54: Família tipográfica Roboto de Light à Medium. Fonte: A Autora. .............73
Figura 55: Família tipográfica Roboto de Medium Italic à Black Italic. ......................74
Figura 56: Capturas do Miolo da Revista Alternative Press. Edição 352 - The
Ultimate Guide To Emo - Nov. 2017..........................................................................75
Figura 57: Fonte Intruding Cat...................................................................................75
Figura 58: Fonte Emobot...........................................................................................75
Figura 59: Fonte Baroness Kuffner. ..........................................................................76
Figura 60: Teste com alinhamento à esquerda. ........................................................76
Figura 61: Teste com alinhamento justificado. ..........................................................77
Figura 62: Abertura de Seção com Alinhamento à direita. ........................................78
Figura 63: Abertura de Seção com alinhamento à esquerda. ...................................78
Figura 64: Teste com a fonte Roboto corpo 10pt entrelinha 12pt..............................80
Figura 65: Teste com a fonte Roboto com Corpo 9pt e Entrelinha 11pt....................81
Figura 66: Teste com a fonte Roboto corpo 9pt com 12pt de entrelinha. ..................82
Figura 67: Alternative Press The Devil Wears Prada, Breathe Caroline. Edição 277
de Julho de 2011.......................................................................................................84
Figura 68: Alternative Press Destroy Rebuild Until God Shows e Black Veil Brides.
Edição 273, Março de 2011.......................................................................................84
Figura 69: Alternative Press, Title Fight, Four Year Strong e Gallows. Edição 280,
Novembro de 2011.. ..................................................................................................84
Figura 70: My Chemical Romance na capa da Revista Alternative Press nos anos de
2004, 2005, 2010 e 2011 respectivamente. ..............................................................86
Figura 71: Paramore na capa da revista Rock Sound nos anos de 2007, 2008, 2009
e 2010 respectivamente. ...........................................................................................86
Figura 73: Versões de Capa da Edição.....................................................................88
Figura 72: Projeto Editorial Capa da Revista.............................................................88
Figura 74: Simulação dos anúncios da publicação. ..................................................89
Figura 75: Projeto Editorial: Página do sumário. .......................................................90
Figura 76: Projeto Editorial: abertura de seção. ........................................................91
Figura 77: Projeto editorial: Matérias.........................................................................92
Figura 78: Espelho da publicação. ............................................................................93
Figura 79: Primeira Capa. .........................................................................................94
Figura 80: : Primeira Capa 2° versão. .......................................................................94
Figura 81: Primeira capa 3° versão. ..........................................................................95
Figura 82: Anúncio, Nota da Editora e Expediente....................................................95
Figura 83: Sumário e Abertura de Seção: O movimento. ..........................................96
Figura 84: O movimento. ...........................................................................................96
Figura 85: O movimento e Abertura de Seção: Linha do Tempo ..............................97
Figura 86: Linha do Tempo. ......................................................................................97
Figura 87: Linha do Tempo. ......................................................................................98
Figura 88: Linha do Tempo. ......................................................................................98
Figura 89: Matéria Capa 1° Versão. ..........................................................................99
Figura 90: Matéria Capa 2° Versão. ..........................................................................99
Figura 91: Matéria Capa 3° Versão. ........................................................................100
Figura 92: Pôster 1° Versão. ..................................................................................100
Figura 93: Pôster 2° Versão. ...................................................................................101
Figura 94: Pôster 3° Versão. ...................................................................................101
Figura 95: Matéria Capa 1° Versão e Abertura de Seção: Por onde andam? ........102
Figura 96: Matéria Capa 2° Versão e Abertura de Seção: Por onde andam?.........102
Figura 97: Matéria Capa 3° Versão e Abertura de Seção: Por onde andam?.........103
Figura 98: Por onde andam?...................................................................................103
Figura 99: Por onde Andam? ..................................................................................104
Figura 100: Por onde Andam? ...............................................................................104
Figura 101: Por onde Andam? ...............................................................................105
Figura 102: Por onde Andam? ................................................................................105
Figura 103: Abertura de Seção: Ouça! e Ouça!. ....................................................106
Figura 104: Ouça! e Contra-capa. ...........................................................................106
Figura 105: Quarta capa. ........................................................................................107
Figura 106: Relação dobra/gramatura.....................................................................109
Figura 107: Tipos de encadernação........................................................................110
Figura 108: Aproveitamento de papel no Formato 1. ..............................................111
Figura 109: Especificações técnicas do protótipo. ..................................................112
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................141.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................151.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................151.3 JUSTIFICATIVA ...........................................................................................161.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.....................................................201.5 CRONOGRAMA...........................................................................................221.6 ESTRUTURA DO TRABALHO.....................................................................23
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................................242.1 O DESIGN EDITORIAL NO EMOCORE ......................................................332.2 DESIGN EDITORIAL....................................................................................352.3 DESIGN DE REVISTAS...............................................................................36
2.3.1 Cor:........................................................................................................382.3.2 Imagem:.................................................................................................382.3.3 Grid:.......................................................................................................392.3.4 Formato: ................................................................................................412.3.5 Tipografia:..............................................................................................422.3.6 Layout:...................................................................................................43
3 ANÁLISE DE SIMILARES ..................................................................................444 PUBLICAÇÃO ....................................................................................................49
4.1 NOME DA PUBLICAÇÃO ............................................................................494.2 SEÇÕES DA PUBLICAÇÃO ........................................................................504.3 IDENTIDADE ...............................................................................................514.4 ALTERNATIVAS ..........................................................................................554.5 CORES ........................................................................................................604.6 DEFINIÇÃO DO FORMATO ........................................................................634.7 DEFINIÇÃO DE GRID..................................................................................634.8 TESTE DE GRID..........................................................................................64
4.8.1 GRID DE DUAS COLUNAS ..................................................................644.8.2 GRID DE TRÊS COLUNAS...................................................................654.8.3 GRID DE SEIS COLUNAS ....................................................................65
4.9 MARGENS ...................................................................................................664.10 FAMÍLIAS TIPOGRÁFICAS ......................................................................68
4.10.1 Alinhamento. ......................................................................................764.10.2 Corpo e Entrelinha. ............................................................................79
4.11 CAPA ........................................................................................................834.11.1 Composição das Capas. ....................................................................87
4.12 MIOLO DA PUBLICAÇÃO ........................................................................894.13 ESPELHO DA PUBLICAÇÃO ...................................................................92
5 FINALIZAÇÃO E IMPRESSÃO ........................................................................1085.1 PAPEL E ENCADERNAÇÃO .....................................................................1085.2 ENCADERNAÇÃO.....................................................................................1105.3 APROVEITAMENTO DE PAPEL ...............................................................1115.4 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS.................................................................112
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................1137 REFERÊNCIAS................................................................................................114APÊNDICE A - Resultado da Pesquisa: Artistas procurados em revistas impressas.................................................................................................................................121ANEXO A – Orçamento de Impressão Offset................................................................123
14
1 INTRODUÇÃO
O emocore surgiu na metade da década 80 dentro da cena do punk rock e do
harcore nos Estados Unidos. Mas foi só a partir dos anos 2000 foi que o emocore
ganhou força e espaço na mídia se consolidando com o surgimento de novas
bandas do gênero que conquistaram a fama e os jovens da época, esses que
passaram a fazer parte da tribo urbana conhecida como emo. Grande parte destes
jovens dos anos 2000 até início dos anos 2010 conheceram artistas, grupos e
bandas não só através da televisão (em canais de música como a MTV) mas
também em revistas periódicas dedicadas à música e cultura jovem que podiam ser
adquiridas nas bancas.
Pode-se dizer que a divulgação de bandas por meio de revistas veio da
cultura punk, onde fãs divulgavam as bandas de punk rock e também seus shows
por meio de fanzines (publicações amadoras produzidas pelos próprios punks para
divulgar suas ideologias como também sua música). Foi por meio destas revistas,
que na época eram uma grande fonte de informações sobre o estilo e seus
representantes, que as bandas tiveram ascensão com o público jovem. Mas a partir
dos anos 2010, devido ao domínio da internet, este costume tem se perdido, as
vendas de revistas de assuntos em geral caíram drasticamente:
De acordo com publicação no jornal americano, “The New York Times”, osnúmeros apontam para quedas de dois dígitos. Publicações de prestígio,inclusive nos Estados Unidos, como a Vanity Fair e New Yorker que caíramentre 17 e 19 por cento. Revistas de celebridades foram igualmente atingidasjá que os leitores podem, facilmente, obter as mesmas informações on-line.(GAZETA DO INTERIOR, 2015)
No Brasil a realidade não foi diferente, segundo o IBGE (2017, apud. PRISCO
2017) o declínio dessa atividade (venda de revistas e jornais) vem sendo
influenciada pela substituição dos produtos impressos pelos meios eletrônicos e hoje
já não encontramos essas publicações à venda no país, a revista Love Rock da
Editora Alto Astral saiu de circulação em 2012, já a Capricho, que não era uma
revista de música mas era voltada ao público jovem saiu no ano de 2015 (MARINGÁ
POST) pois hoje em dia é possível encontrar facilmente informações sobre bandas e
suas músicas na web, assim como retrada o blog Gazeta do Interior. Mas estas
15
informações acabam se pulverizando, espalhando-se, perdendo informações
consistentes e reunidas sobre o mesmo assunto.
Devido a essa pulverização de informações, nota-se a ausência de um
material, com fonte centralizada de informações sobre este movimento e estilos
musicais envolvidos, principalmente no caso do Emocore, que é facilmente
confundido com outros estilos dentro do Rock Alternativo, como Metalcore, Post-
hardcore, entre outros.
Nota-se também que as revistas que reuniam estas informações no passado
acabaram por ser mais que apenas meras publicações sobre música, mas também
passaram a ter um caráter emocional para estes jovens, que gostavam de colecionar
pôsteres, de adquirir todas as edições que continham capas com a foto dos ídolos,
de fazer recortes de letras de músicas, saber mais sobre o ídolo, etc.
Com estas informações, percebe-se que seria viável o desenvolvimento de
um projeto que pudesse reunir informações sobre o movimento Emocore,
evidenciando, diferenciando e separando-o dos demais estilos semelhantes e que
pudesse resgatar a cultura da compra de revistas e do caráter emocional que essas
publicações traziam na época.
1.1 OBJETIVO GERAL
Desenvolver uma revista que resgate a história do Emocore, a partir da trajetória das
bandas que representaram o estilo durante uma década (2002 à 2012).
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Pesquisar sobre o estilo musical abordado, suas vertentes e sobre as bandas
mais influentes que surgiram e tiveram ascensão durante o recorte de tempo;
• Pesquisar e análisar publicações similares;
• Traduzir em elementos gráficos a identidade do Emocore;
• Desenvolver um plano editorial para a revista;
16
• Elaborar um projeto gráfico baseado no plano editorial e nos preceitos do
Design Editorial discutidos na fundamentação teórica;
• Produzir protótipo da revista.
1.3 JUSTIFICATIVA
Primeiramente, o tema foi escolhido a partir do interesse pessoal da autora de
aprofundar o conhecimento sobre este estilo musical e sobre as bandas que fizeram
parte do movimento emo. Para verificar a viabilidade do projeto, foi realizada uma
pesquisa de campo, analisando o público alvo do projeto. A pesquisa foi feita via
internet, utilizando a ferramente online Formulários do Google. Para a captação de
respostas a mesma foi divulgada na rede social Twitter para o público em geral e
também no Facebook, para um público específico, em um grupo de fãs movimento
Emocore. A pesquisa ficou no ar durante 40 dias (entre 23 de setembro de 2017 à
02 de novembro de 2017). Foram recebidas em média 164 respostas (nem todas as
perguntas eram obrigatórias portanto esse número sofreu variações), 71,3% das
respostas foram de mulheres, onde 80,3% tinham entre 17 à 27 anos, ou seja, eram
adolescentes durante o recorte de tempo estipulado para este trabalho.
Veja abaixo o resultado final da pesquisa:
• 91,5% das pessoas que responderam a pesquisa já ouviram falar do estilo
emocore. (figura 01)
Figura 1: Resultado da Pesquisa: Sobre o conhecimento do estilo abordado.Fonte: Captura da autora. (2017)
17
• Dentre as respostas, 73,6% das pessoas afirmaram ouvir esse estilo musical
entre os anos 2000 e 2012;
Figura 2: Resultado da pesquisa: Sobre quem ouvia o estilo emocoreFonte: Captura da autora. (2017)
• 57% não estão certas sobre as diferenças entre o Emocore o Pop Punk;
Figura 3: Resultados da Pesquisa: Sobre as diferenças entre o Emocore e o Pop Punk;Fonte: Captura da autora. (2017)
• As revistas impressas eram o terceiro meio de comunicação mais utilizado
(19,5%) entre as pessoas que responderam a pesquisa para adquirir
informações sobre bandas e estilos musicais entre as pessoas que
responderam a pesquisa.
18
Figura 4: Resultado da Pesquisa: Sobre os meios de comunicação utilizadosFonte: Captura da autora. (2017)
• 92% disseram que revistas impressas eram uma boa fonte de informações
sobre bandas e estilos musicais durante esses 10 anos;
Figura 5: Resultado da Pesquisa: Revistas impressas como fonte de informação sobre bandasFonte: Captura da autora. (2017)
• 75,6% já compraram uma revista impressa por causa de algum artista e/ou
estilo musical;
19
Figura 6: Resultado da Pesquisa: Sobre adquirir revistas por artistas e/ou estilos musicais.Fonte: Captura da autora. (2017)
• Grande parte das pessoas que responderam a entrevista adiquriam revistas
impressas sobre bandas de Emocore (as bandas Paramore, Green Day, Fall
Out Boy, My Chemical Romance, The Used, Good Charlote, Simple Plan se
enquadram no gênero musical Emocore), conforme APÊNDICE A.
• 54,3% das pessoas que responderam o questionário comprariam uma revista
impressa sobre algum artista que costumava ouvir entre os anos de 2002 e
2012, e 29,9% das pessoas pensariam em comprar.
Figura 7: Resultado da Pesquisa: Sobre adquirir revistas que relembrasse os estilos mais ouvidosentre os anos de 2002 à 2012.Fonte: Captura da autora. (2017)
20
Com essa pesquisa de apontamento, nota-se que seria interessante um
material que pudesse afirmar e definir a identidade do Emocore, que é facilmente
confundida com outras vertentes do Rock Alternativo. A denominação emo é feita
não só em relação as letras das músicas mas também são voltadas para a melodia
das canções, existindo assim uma confusão em relação a algumas bandas, que
sempre são questionadas se são deste estilo ou não. (RAMOS; SOUZA, 2010)
Nota-se também a viabilidade de trazer o resgate da cultura de revistas da
época que pode trazer o interesse do público que viveu e fez parte do movimento,
pois segundo a pesquisa (figura 07), era comum os jovens adiquirirem revistas
impressas por causa de artistas, incluindo os de emocore durante os anos de 2002 à
2012 e também cogitam comprar novamente para relembrar este movimento.
E, por fim, há um apontamento da necessidade de definir o ciclo mais
influente do movimento fazendo um recorte de tempo entre os anos de 2002 à 2012
pelo fato de que, a partir do ano de 2002, foi que o Emocore começou a ganhar
espaço e público, no Brasil e no mundo, começando pelos grandes centros. No
Brasil, por exemplo, cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, a moda emo
emplacou por volta 2000/2001/2002, já em Belém só foi percebida a partir de 2005.
(RAMOS; SOUZA, 2010)
1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Em um primeiro momento, é necessário o desenvolvimento de uma pesquisa
para entendimento sobre o movimento Emo, tanto como tribo urbana como estilo
musical desde suas origens, seu desenvolvimento, ascensão e até o seu declínio. É
importante entender também os estilos similares para evidenciar as suas
particularidades e sua identidade.
Também será necessário um estudo aprofundado sobre a área de design
abordada, o design editorial e o design de revistas para que assim seja possível
traduzir os elementos do emocore em um protótipo de publicação de qualidade,
harmonioso e dentro dos preceitos do design editorial. Para isso a elaboração de um
plano editorial será necessária.
A metodologia de design escolhida para a elaboração do projeto é uma
adaptação das metodologias de FRASCARA (2000) e da PEÓN (2003).
21
Figura 8: Metodologia de Design FRASCARA (2000)Fonte: A autora (2017)
Figura 9: Metodologia de Design PEÓN (2003)Fonte: A autora. (2017)
A metodologia de design que irá ser utilizada foi adaptada utilizando o melhor
das duas metodologias para se adaptarem ao projeto concluindo objetivos citados
anteriormente como o conhecimento do emocore, do design editorial, a criação de
um plano editorial e a prototipagem.
Algumas fases foram retiradas e outras mescladas, otimizando o processo de
criação do projeto gráfico. A metodologia contará com três fases principais, na
primeira será feita a definição do problema, coleta, levantamento e estudo de
informações sobre a temática e público alvo; a segunda consiste em definir
alternativas de naming e de layout, definição da versão final para a prototipação; e
por último estão as especificações técnicas projeto para impressão, produção do
protótipo e validação.
22
Figura 10: Adaptação de metodologias, com base em FRASCARA (2000) e PEÓN (2003)Fonte: A autora. (2017)
1.5 CRONOGRAMA
Com base nos procedimentos metodológicos de produção, foi montado
também um cronograma de produção do projeto, conforme a figura 11:
Figura 11: Cronograma de produção do projeto.Fonte: A autora. (2017)
23
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO
O primeiro capítulo embasa e expõe o problema, os objetivos e justificativas
para o desenvolvimento do projeto.
O segundo irá tratar da fundamentação teórica na parte da história e
surgimento do Emocore explicando a fundo o problema, explicando a origem do
estilo e do surgimento das bandas que irão ser retratadas no projeto, ligando o
movimento às revistas até chegar ao design editorial, mais especificamente o design
de revistas.
No terceiro capítulo trata-se um pouco mais o design de revistas, fazendo a
análise de publicações similares que divulgavam o estilo emocore, levantando
informações de grid, estilo de fonte, de formato e outro elementos a serem seguidos
no projeto.
No quarto capítulo, se inicia a definição do plano editorial do projeto, testes e
escolhas para o desenvolvimento do mesmo até chegar no espelho final da
publicação.
Após a finalização da revista, o quinto capítulo trará a parte de produção
gráfica do projeto, desde o fechamento de arquivo, escolha do papel e seu
aproveitamento até as especificações técnicas finais.
Por último, o sexto capítulo trará as considerações finais da autora e suas
conclusões sobre o projeto.
24
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O Emocore é conhecido como uma das vertentes do punk, um dos
movimentos musicais que mais se fragmentou ao longo do tempo. Para que seja
possível entender o surgimento desse estilo, é necessário entender primeiramente
as suas raízes.
O Punk nasceu em meados dos anos 70, onde os principais adeptos eram os
jovens filhos de operários das periferias das grandes metrópoles como Nova York e
Londres (GALLO, 2010). Clemente, vocalista da banda brasileira de Punk chamada
Inocentes definia o estilo como um movimento sociocultural, a revolta dos jovens da
classe menos privilegiada, transportada por meio da música (CLEMENTE, 1982) em
uma carta resposta a uma matéria intitulada A Geração Abandonada, publicada
também em 1982 pelo Jornal o Estado de São Paulo.
As principais bandas representantes do estilo foram a The Ramones, a The
Sex Pistols criada por McLaren pela influenciava da cena de Nova York,
(BLOGZINE BAQUARÁ, 2009) a The Clash e a The Damned. Essas bandas,
segundo Caiafa (1985 apud. CARVALHO, 2015) apresentavam uma atitude musical
e política com letras agressivas, contundentes com o visual e denuncias políticas
claras com um som simples, rápido e vocais violentos.
No início dos anos 80 o punk perdia forças, segundo McCain e Mc Neil (1997,
apud. RAMOS; SOUZA, 2011) a massificação do estilo e o fim da banda Sex Pistols
são uma das provas do enfraquecimento dele, dando espaço para as suas vertentes,
principalmente o hardcore punk, mais conhecido como apenas hardcore, que surgiu
na metade dos anos 70 durante a segunda onda do punk, com as mesmas
ideologias, porém com um som mais rápido, pesado e agressivo, tornando-se
machista. (REDDIT, 2016)
Essa alienação e agressividade que também se via nas ruas da cidade de
Washington, causaram o enfraquecimento do estilo e também uma necessidade de
reconstrução do mesmo. Então na metade da década de 80, mais precisamente no
verão de 1985, Ian MacKaye, que antes fazia parte da banda Minor Threat e vários
outros colegas que iam contra a cultura alienada do hardcore lançaram uma idéia
que mais tarde seria conhecido como o Revolution Summer (RICHMAN, 2017), que
25
foi uma temporada quente de discussões, aprendizagem, ações políticas e
experimentos musicais (PATTINSON, 2012).
Durante esses experimentos musicais, as primeiras mudanças notadas foram
a injeção de uma dose a mais de melodia, alongando as músicas e trazendo mais
dinamismo a cena hardcore. No meio de desses experimentos, as bandas que
surgiram durante o Revolution Summer começaram a tratar de assuntos diferentes
em suas letras:
“The rejection of traditionally masculine values in hardcore also opened up the
floor for bands to talk about somewhat more traditionally feminine subjects,
like heartbreak and disappointment, in a startlingly confessional and poetic
manner.” (REDDIT, 2016)1
As letras mais confessionais misturadas com as batidas intensas porém
melódicas originais do punk, teve um efeito de “libertação” para os jovens que até
então lutavam contra as suas próprias emoções, sendo as primeiras a atrair uma
quantidade significativa de mulheres para os shows, quebrando o estereótipo
machista muito presente no punk e no hardcore. (REDDIT, 2016)
Segundo Jesse Richman (2017) em sua matéria na revista Alternative Press,
as bandas mais importantes nesse momento,foram a Rites of Spring (1984-1986),
que ficou conhecida pela emoção que eles levavam para os palcos e pela
intensidade de suas letras em todas as músicas do seu álbum de estréia com o
mesmo nome e a banda Embrace (1985-1986) de Ian MacKaye um dos
idealizadores do Revolution Summer.
Esse movimento musical só ganhou um nome, quando a revista Trasher
referiu-se à essas bandas como sendo “emo-core”, uma abreviação para harcore
emotivo, o que nunca foi admitido por essas bandas. (REDDING, 2016).
1 A rejeição de valores tradicionalmente masculinos no hardcore também abriu espaço para que asbandas conversassem sobre assuntos mais tradicionalmente femininos, como desgosto e desapontamento, deuma forma surpreendentemente confessional e poética. (REDDIT, 2016).
26
2
Figura 12: Página 75 da edição de janeiro de 1986 da revista Trasher, com o trecho onde é nomeadopela primeira vez o estilo emocore. ²Fonte: Trasher Magazine (1986)
Em um show no clube 9:30 em D.C em 1986, MacKaye fala que o hardcore sempre
foi emocional:
“Eu devo dizer - "emo-core" deve ser a coisa mais estúpida que eu já ouvi emtoda a minha vida. Mas, caso você esteja se perguntando - eu li na minhaThrasher outro dia - que, na verdade, o que minha banda junto com o queoutras bandas da cidade estão fazendo é "emo-core"...Emocional hardcore.Como se o hardcore não fosse emocional para começar.” (MACKAYE, 1986)3
2 ...atende pelo nome de Emo-Core ou Emotional Core. Bandas como Embrace (com Ian MacKaye),Rites of Spring, Beefeater, entre outras, estão tomando a intensidade de uma projeção emocional eadicionando totalmente em seus respectivos sets ao vivo. Dizem que as multidões são deixadas emlágrimas pela intensidade. Esse tipo de show não é um assunto frequente, já que as bandas estãocompletamente esgotadas após suas apresentações... (TRASHER, 1986)
3 Ian Mackaye 1986 – Emocore Is Stupid <https://www.youtube.com/watch?v=mbdh0Qm_5A0>
27
Mas foi só após esses acontecimentos que um novo estilo musical nasceu, saindo
da cidade de Washington e formando bandas como Hated e o Silver Bearing dando
início a primeira onda do emocore .
A definição dada pela revista Trasher era breve e superficial, mas existem
outras definições, dadas por alguns autores, revistas e sites que ajuda a entender
melhor o que foi e o que é o emocore.
De acordo com o site Meus Dicionários o emocore corresponde a um estilo de
rock, cujas músicas possuem letras confessionais e musicalidade expressiva e
melódica. Definição bem parecida com a do site Estadão (2006) que diz que o
emocore é um termo aplicado à bandas que tocavam rock com letras poéticas e
românticas.
Segundo Andy Greenwald (2003 apud. STAMBOROSKI, 2008) o emocore é o
gênero musical mais adolescente que existe: ultra dramático, inclinado à poesia ruim,
transbordando romance e auto-repulsa, acabando antes que você perceba.
Miernik também faz uma ligação do emocore ao dramas adolescentes, em
seu texto para o Polish Journal:
“O hardcore estava cheio de raiva dirigida a estruturas políticas enquanto queo emocore se concentrou em assuntos intimamente relacionados com aalienação, particularmente a alienação social, angústia adolescente, bemcomo temas de relacionamentos românticos masculinos/femininos.”(MIERNIK, 2013 p. 177)
Após essas definições pode-se dizer que o emocore é um gênero musical
dentro do rock, que fala sobre temas pessoais, uma espécie de “confissões de
adolescente”, onde as bandas confessam, através das músicas poéticas e melodias
com sonoridade semelhante ao hardcore, seus sentimentos, conflitos e angústias.
Mas essa definição só se fez ao decorrer dos anos.
Ainda no fim dos anos 80 até meados dos anos 90 o Emo era “plástico”, se
estendia e mudava de forma quando aplicado em diferentes bandas de diferentes
ângulos do underground, sendo mais um adjetivo do que o nome de um gênero
musical (RICHMAN, 2017). Mas mesmo assim, segundo Costa (2012) novas cenas
e selos de gravadoras surgiram nos Estados Unidos junto com as bandas Green
Day em 1987, o Blink 182 e o Sunny Day Real State em 1992.
Depois disso, segundo Richman (2017) o emo se espalhou para todo os EUA,
as bandas começaram a interagir mais, com as cenas de cada cidade formando uma
28
cena nacional no fim dos anos 90 formando o que foi conhecido como a segunda
onda do emocore.
O emo “aconteceu” no Brasil apenas na segunda metade dos anos 90, em
São Paulo de forma mais pop do que punk (COSTA, 2012). Segundo a autora, a
banda Dance of Days, de 1997 se destacava pelo caráter extremamente poético em
suas músicas.
Alguns anos depois, muitas bandas surgiram influencidas pelas percurssoras
até chegar nos anos 2000, quando o movimento teve um Boom, no ano de 2002
com a banda Dashboard Confessional que teve grande sucesso entre os jovens
após o aparecimento no canal MTV (MONKEY BUZZ, 2013). Outras bandas
surgiram na cena e boa parte dos jovens da época conheciam e/ou ouviam,
gostavam e se consideravam parte da tribo urbana Emo. Neste momento o
movimento se consolidava, e o cenário jovem musical era basicamente formado por
bandas de emocore com seus subgêneros, entre eles o Screamo4. As bandas mais
conhecidas eram o My Chemical Romance (2001), Fall Out Boy (2001), All Time Low
(2003), Paramore (2004) e Panic! At The Disco (2004). No Brasil, as bandas mais
influentes eram: a Fresno (1999) e NxZero (2001), que se tornaram populares após
se associaram ao produtor Rick Bonadio na gravação de seus álbuns a partir de
2004.(COSTA, 2012).
Figura 13: Albúns de bandas de emocore. Da esquerda para a direita: Paramore – RIOT! (2007), AllTime Low – So Wrong, It’s So Right (2007) e My Chemical Romance - Three Cheers For SweetRevenge (2004)Fonte: Montagem da autora (2017).
4 Screamo é um estilo mais agressivo dentro do emocore que surgiu no início dos anos 90 nosEstados Unidos
29
O Emocore era muito presente no cenário musical adolescente entre os anos
de 2007 à 2010, a emissora de TV MTV (Music Television) foi um grande canal de
divulgação e popularização do gênero, desde 2002. Principalmente no Brasil onde a
cena Emocore dividia os primeiros lugares dos vídeoclipes mais pedidos nas
paradas com o Pop Mainstream imbatível por anos, um exemplo é o ranking dos
clipes mais pedidos no programa TOP 10 MTV na temporada de 2008.
Figura 14: Lista de videoclipes mais pedidos no programa TOP 10 MTV em 2008.Fonte: Wikipédia/Captura da Autora. (2017)
30
Figura 15: Continuação da lista de videoclipes número 1 do programa TOP 10 MTV em 2008.Fonte: Wikipédia/Captura da Autora. (2017)
O auge do emocore estendeu-se até o ano de 2010, onde as principais
bandas do gênero continuaram a lançar álbuns no mesmo estilo. A partir de ano de
2011 e 2012 notou-se mudança no estilo musical, novos nomes foram surgindo na
cena e houve uma estagnada no movimento; e tanto o público da época, que
envelheceu, e as bandas que continuaram na indústria, aos poucos, começaram a
mudar o estilo, trabalhando em outros estilos dentro do rock alternativo, com letras e
melodias que já não eram tão “emocionais”. A fala de de Gerard Way, vocalista da
banda My Chemical Romance em uma entrevista para a revista Kerrang! em 2012
onde dizia que a banda esperava que a coisa do emo fosse embora, afirma esse
fato.
“Essas bandas eram muito consumidas e admiradas pelo público emo naprimeira década de 2000, de lá para cá já se passaram mais de dez anos emuita coisa mudou, não só o estilo das próprias bandas sofreu alteração, masos adolescentes da tribo agora são outros, os gostos e a moda tambémmudaram.” (CARVALHO, 2014, p 10)
31
A partir desse momento, segundo Carvalho (2014) as bandas mais ouvidas
pelos membros da tribo emo, aclamavam bandas que ainda tinham letras sombrias
e sentimentalistas, mas já não tinham a sonoridade do Emocore e sim algo mais
parecido com outras ramificações do hardcore e não possuiam mais a mesma
visibilidade na mídia.
O movimento conhecido como emocore não se resumiu apenas na música,
ele refletiu na cultura da sociedade com o surgimento da tribo urbana chamada emo.
A tribo surgiu num contexto que, segundo Mafessoli (1987), a humanidade vivia um
período empático em que predominava a indiferenciação e se perdia o “sujeito
coletivo”, surgindo assim, uma comunidade emocional que ia contra a realidade fria
da época e, até, dos próprios antecessores do estilo, os punks, que tinham o
individualismo e a ideologia do Do It Yourself 5 como pontos fortes.
O que também os diferenciava da tribo punk era a questão de gênero,
enquanto no punk prevalecia um determinado machismo onde a separação de
gênero era muito visível, com os emos isso era totalmente diferente:
“...no caso dos emos, isso não foi visto por mim, até porque, o tratamentodeles com as garotas eram de uma maneira bastante igualitária, o que nãoacontece entre punks e bangers, uma vez que as garotas precisamdesconstruir a sua feminilidade para poder obter determinado “respeito” dosrapazes.” (RAMOS; SOUZA, 2011)
homens e mulheres eram tratados da mesma maneira, agiam e se vestiam de forma
bem parecida, onde muitas vezes era difícil fazer a diferenciação de gênero.
Os emos tinham uma forma bem específica de se vestir, seus looks eram
basicamente formados por calças e blusas pretas estampando o merchandising de
alguma banda de preferência, tênis, em sua maioria da marca All Star, ou coturnos
pretos; os cabelos eram repicados, preto ou coloridos, na maioria das vezes com
uma franja que cobria parte do rosto (figura 16).
5 Do It Yourself (em português:faça você mesmo) foi o lema adotado pelos punks que assumiamindependência em várias instâncias da vida, inclusive a música.
32
Os membros da tribo sofriam preconceito por parte das outras tribos da época,
por serem emocionais e por serem mais livres sexualmente, onde a maioria não se
considerava heterossexual. (RAMOS; SOUZA, 2010)
Na pesquisa de campo feita pela autora, é possível confirmar este fator, onde
mais de 50% na somatória de respostas das 164 respostas afirmam não se
considerarem heterossexuais. (Figura 17)
Figura 17: Resultado da Pesquisa: Sobre a sexualidade.Fonte: Captura da Autora. (2017)
Figura 16: Visual dos integrantes da tribo.Fonte: Pinterest. (2017)
33
2.1 O DESIGN EDITORIAL NO EMOCORE
A televisão e a internet foram um dos principais e maiores meios de
divulgação destas bandas e da música, mas não foram os únicos. As revistas de
música também foram muito importantes para as bandas e seus trabalhos.
Entrevistas, pôsteres e letras de música eram uma forma de aproximar estas bandas
do seu público-alvo, tanto os membros da tribo quanto outras pessoas que gostavam
deste gênero musical. As publicações específicas de música alternativa foram as
primeiras a destacar o Emocore em suas edições, abaixo três desses nomes:
• Kerrang!: é uma revista britânica dedicada ao rock e suas vertentes, sua
primeira edição foi em 1981, surgiu como um suplemento da revista Sounds,
teve seu foco inicialmente ao New Wave, depois passou a falar mais sobre o
Hard Rock, mas muitas publicações foram dedicadas ao emocore;
• Alternative Press: Mais conhecida como Alt Press, é uma revista norte-
americana fundada em 1985 (muito próximo do surgimento do Emocore), ela
é focada exclusivamente para a divulgação dos estilos alternativos.
• RockSound: Uma revista britânica que teve sua primeira edição em 1999 e
também tem foco em música alternativa, ela é considerada uma revista
Underground pois abre espaço para bandas que estão começando no cenário,
mas não deixa de fornecer informações sobre os artistas mais conhecidos.
Figura 18: Capas de revistas de música alternativa. Da esquerda para a direita: KERRANG! Edição1129 – 0ut/2006, RockSound, edição 109 – Mai/2008 e Alternative Press, Edição 223 – fev/2007Fonte: Montagem da autora. (2017)
34
Outras revistas também acabaram por publicar, mesmo em pequenas
matérias sobre este estilo musical, não só revistas de música como a Rolling Stone
por exemplo mas também revistas dedicadas ao público jovem como a Capricho.
Figura 19: My Chemical Romance e Fresno na capa das revistas Rolling Stone e Capricho.Fonte: Montagem da Autora. (2018)
Assim como as fanzines durante anos 80 no movimento punk, nos anos 90 e
2000 estas revistas foram essenciais para o movimento. Como foi a partir da década
de 90 que a internet começou a se popularizar no mundo de forma lenta, onde,
poucas pessoas tinham acesso, principalmente no Brasil, onde só em meados da
outra década, o número de internautas residenciais cresceu consideravelmente,
segundo dados levantados por uma pesquisa do Ibope/NetRatings. (OLHA DIGITAL,
2008). Até então, as revistas eram, além da televisão, uma das principais formas de
adquirir informações de artistas em geral e também das bandas de emocore que o
público tinha acesso.
As revistas criaram uma espécie de cultura entre a tribo e os jovens da época,
estes, adquiriam todas as edições que continham informação sobre a banda favorita
(figura 06), principalmente as que continham pôsteres; estes jovens faziam recortes
das letras de músicas e fotos dos artistas e colecionavam estas publicações. Mesmo
depois da popularização da internet, as revistas impressas tinham seu espaço, pois
ainda eram uma das fontes mais confiáveis de informações, além de oferecer
conteúdos exclusivos e alcançar um maior quantidade de pessoas.
35
Devido ao fato das revistas (um objeto de Design) serem tão importantes para
este movimento cultural, o desenvolvimento de uma publicação em formato
impresso sobre o Emocore visa atingir o público-alvo despertando o sentimento de
nostalgia, que os faz voltar aos anos em que os mesmos colecionavam estas
publicações sobre os artistas favoritos.
2.2 DESIGN EDITORIAL
A influência das revistas no cotidiano dos jovens dos anos de 2002 à 2012 é
confirmada na pesquisa de campo mostrada na justificativa (pag. 15) e também
apontada na história do emocore (pag. 29). Desta maneira para a elaboração do
projeto é necessário estudar o design editorial e também o design de revistas.
Design Editorial se trata de uma especialização do Design Gráfico que é
intimamente ligada ao jornalismo e é responsável por elaborar o projeto gráfico da
edição que irá compor com textos e imagens uma publicação, sendo ela periódica
ou não. Zappaterra (2007) define o Design Editorial como um jornalismo visual, que
pode entreter, informar, instruir, comunicar, educar ou fazer uma combinação de
tudo isso.
O Design Editorial também é responsável por gerar desempenho, qualidade,
durabilidade e aparência ao produto, cativando o seu uso através da estética,
aplicando conceitos e usabilidade a sua forma por meio de representações de idéias,
conteúdos e sentimentos, que são apresentados conforme o contexto histórico no
qual se manifestam as formas visuais e os repertórios de linguagens (FERLAUTO e
JANH , 2001).
São elementos de Design Editorial: livros, jornais e revistas onde textos e
imagens são ordenados para cumprir de maneira eficaz a comunicação utilizando
recursos como hierarquia da comunicação, harmonia e ritmo da composição.
36
2.3 DESIGN DE REVISTAS
O design de revistas é uma área específica do design editorial, ele se
diferencia do design de livros por seu conteúdo jornalístico e do design de jornais
por sua composição mais autônoma, que não segue um parâmetro único. (ROSSI,
2008)
Pode-se dizer que o design de revistas iniciou-se com o surgimento do objeto
revista, cerca de 200 anos depois da bíblia de Gutenberg, finalizada na Alemanha
por volta de 1397 e 1468, impressão e pelo acabamento artesanal que foi a
publicação que marcou o início do design editorial, por causa da qualidade da. Com
a invenção de Gutenberg, panfletos e informativos passaram a ser publicados em
intervalos menores, tornando-se embriões das primeiras revistas que passaram a
produzidas no mesmo país (BOSCO; SANTOS, 2013), a Alemanha, mais
precisamente em 1663 quando surge então primeira revista, chamada Erbauliche
Monaths-Unterredungen.
“’ALI (2009) credita à Enciclopédia Britânica a informação de que a primeira revista deque se tem conhecimento foi a Erbauliche Monaths-Unterredungen (EdificantesDiscussões Mensais), na Alemanha em 1663. A primeira revista científica foi,segundo a autora, Le Jornal dês Sçavans (Jornal dos Letrados), um boletim semanaleditado na frança, em 1665.[...] No mesmo ano (1665), três meses depois,Philosophical Transactions (Atas Filosóficas) surge na Inglaterra, através dasociedade real, e entre seus colaboradores estavam Charles Darwin e Isaac Newton.A primeira revista a versar sobre moda, objetos luxosos, etiqueta e contar sobredetalhes da vida da corte seria Le Mercure Galant (O Mercúrio Elegante), na França,em 1672. Sua fórmula foi imediada e largamente imitada.” (FETTER, 2011, p. 24)
Para Cardoso (2009), no século XIX a série de avanços tecnológicos resultou
na mecanização e no planejamento sistematizado na produção de revistas. As
prensas rotativas e o preço baixo do papel fez crescer o número de tiragens,
consolidando assim a indústria gráfica no fim do século XIX.
Após a consolidação da indústria gráfica, com o passar dos anos surgiram
revistas de vários estilos ao redor do mundo. Pluvinage e Horie (2011) afirmam que
hoje há revistas segmentadas por público (masculinas, femininas, juvenis, infantis,
para pais e mães), por interesse (automobilismo, culinária e qualquer outro hobby ou
atividade), por profissão ou área profissional (médicos, publicitários, profissionais de
informática etc.), revistas de empresas, institucionais, de associações, entre outros.
Já Ali (2009) classifica esses estilos em três grandes grupos:
37
• Revistas de Consumo, criadas para o consumo popular;
• Revistas profissionais, destinadas à determinados profissionais ou a
determinadas áreas de atuação profissional, como transporte, por
exemplo e
• Revistas de Empresas e Organizações, para comunicação com
funcionários, clientes, associados e organizações.
Também existem os suplementos de jornais e que costumam vir nas edições
de fim de semana de grandes periódicos e os Zines que são as publicações de baixo
custo que costumam tratar de bandas de música, quadrinhos ou outro assunto
alternativo dirigido à um pequeno grupo, como os punks, por exemplo.
Com todos esses estilos identificados existentes observa-se, que é importante
que quanto maior a personalização de acordo com o segmento e público, maior será
a relação de aceitação e o envolvimento desde público com a publicação. O Design
entra para solucionar não só os problemas de comunicação das revistas, ele
também é utilizado para personalizá-la de modo a atrair o seu público alvo e
principalmente no caso das revistas (que são periódicas) a mudá-la em cada edição
de maneira inteligente sem que ela perca a sua identidade.
“Cabe ao designer entender as novas técnicas e organizar a informação a partir deum conteúdo existente, elegendo dentre todas as variáveis a melhor maneira dedisponibilizá-las, para que a relação entre leitor e objeto de leitura ocorra da melhormaneira, resultando em uma experiência otimizada e agradável. Esta relação, éestabelecida pelos elementos gráficos fundamentais, que formam a identidade dapublicação, materializam as estratégias visuais e constroem a personalidade, voltadapara um público específico.” (RAPOSO e OBREGON, 2015, p. 6)
Para que isso seja possível a edição e produção de uma revista é composta
de várias etapas, desde a definição editorial prévia do conteúdo até a distribuição
nos pontos de venda. Uma das principais etapas é o planejamento do projeto
gráfico/editorial da revista que consiste em modo geral, na escolha dos elementos e
arranjos dos mesmos em função das premissas da identidade da revista e de cada
edição. (FETTER, 2011, p. 44).
Entre esses elementos estão o layout, o grid, a forma, a tipografia, as cores e
as imagens.
38
2.3.1 Cor:
A cor é responsável por aumentar o interesse visual em uma publicação, pois
ela é capaz de transmitir, sensações, emoções e identidade. Existem convenções
no mundo do design de revistas que indicam quais cores combinam entre si, quais
vendem e quais não vendem, Zapaterra (2014) diz que embora haja poucas
evidências que comprovem essas convenções do uso da cor em publicações, existe
uma área que o uso das cores segue regras rigorosas, que é a psicologia cultural da
cor.
“A alta visibilidade do vermelho pode torná-lo atraente no Ocidente, mas naÁfrica do Sul, onde é associado ao luto, seria visto em uma capa com afreqüência com que o preto é visto no Ocidente. O azul é geralmente atraentepara todos nós, independentemente da cultura, devido à sua influênciacalmante, mas é ruim quando utilizado para a alimentação.” (ZAPPATERRA,2014, p 78)
Mas tudo depende do contexto em que elas são utilizadas, as cores também
costumam ser separadas em dois grandes grupos, quentes e frias, supondo-se
assim que as elas transmitam sensações de temperatura. Segundo Raposo e
Obregon (2015), as cores frias como o azul, o verde e o roxo são consideradas
calmantes e transmitem tranqüilidade, enquanto as quentes como o vermelho, o
amarelo e o laranja são consideradas estimulantes e ativas, por esse motivo é
necessário um estudo na hora da escolha da cor, para que não seja utilizada de
forma errônea.
2.3.2 Imagem:
As imagens são elementos essenciais em publicações, principalmente em
revistas, ela é a representação visual de um objeto, de um ser ou de um fenômeno.
Ela, assim como o texto, também tem o intuito comunicar e informar.
Segundo Fuentes (2006) o design gráfico trabalha com quatro tipos de imagem:
• Esquemas, infografias e pictogramas, que são representações que
exemplificam ou mostram sistemas que são dificilmente “visualizados”, eles
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possuem uma linguagem universal, portanto são reconhecidos de maneira
intuitiva.
• Ilustrações: São anteriores à fotografia e tem finalidade de mostrar
acontecimentos, lugares, personagens e etc. Mas ela não tem um caráter
apenas pragmático, ela serve também para mostrar o funcionamento interno
de um equipamento, ou da anatomia de algum ser vivo e até relatar alguma
atividade que não foi retratada.
• Fotografias: São as mais utilizadas atualmente no design gráfico, servem
para documentar objetos, situações, cenários, personagens de maneira
informativa ou de maneira manipulada com caráter estético.
• Digitalizações diretas: Pouco usadas, mas servem para digitalizar pessoas
e/ou objetos de maneira direta de forma que não possa ser capturada pela
fotografia de uma maneira mais ágil do que uma ilustração.
As imagens tem significado, mas esses podem ser mudados dependendo do
ponto de vista e dos meios em que são inseridas. Por esse motivo, Raposo e
Obregon (2015) afirmam que existem vários elementos externos à imagem que
interferem de forma direta a sua interpretação, como o título, a legenda e até mesmo
outras imagens que são utilizados para reafirmar ou alterar o conteúdo da imagem
utilizada.
2.3.3 Grid:
O Grid é o elemento que estrutura a página, é a base para que se construa
uma composição. Para Samara (2007) o grid é um princípio organizador no design
gráfico que divide a informação em partes manuseáveis e seu pressuposto é são as
relações de escala e distribuição dos elementos informativos ajudando o observador
a entender o seu significado.
40
“Um Grid consiste num conjunto específico de relações dealinhamento que funcionam como gias para a distribuição doselementos num formato. Todo o grid possui as mesmas partesbásicas, por mais complexo que seja. Cada parte desempenha umafunção específica; as partes podem ser combinadas segundo anecessidade, ou omitidas da estrutura geral a critério do designer,conforme elas atendam ou não às exigências informativas doconteúdo”. (SAMARA, 2007, p. 24)
Não há como imaginar a organização de um jornal ou uma revista sem a
utilização de um grid, além de alinhar os elementos ele organiza as hierarquias que
dirigem a leitura da publicação. Ele é o esqueleto da página que adiciona estrutura e
ordem nas informações.
Existem vários tipos de grid, cada um é ideal para resolver diferentes tipos de
problema, cabe ao designer avaliar e utilizar o que melhor atende as necessidades
do projeto. Samara (2007) cita 4, são eles:
• Grid Retangular: Considerada a estrutura mais simples de grid, é uma
estrutura retangular que ocupa a maior parte da página. Tem a tarefa de
acomodar um longo texto corrido.
• Grid de Colunas: É um grid flexível e pode ser utilizado para separar
diversos tipos de informação. No caso de um texto corrido as colunas podem
ser dependentes umas das outras, para pequenos blocos de texto elas
podem ser usadas de forma independente ou podem ser somadas para
formar colunas mais largas.
• Grid Modular: São utilizadas para projetos mais complexos que exigem um
grau maior de controle. O grid modular é uma espécie de grid de colunas,
porém com muitas guias horizontais que subdividem as colunas criando
módulos.
• Grid Hierárquico: Dependem das exigências visuais e informativas de um
projeto, onde a disposição dos alinhamentos é feita de forma intuitiva.
41
Figura 20: Exemplos de Grid Retangular, de Coluna, Modular e hierárquico.Fonte: WITHOEFET, James R. (2013)
Em revistas, é mais comum vermos a utilização de grids de colunas e os
modulares. Mas é importante saber que o grid não deve prevalecer sobre a
informação e a escolha depende muito do estilo e da identidade da publicação.
2.3.4 Formato:
O formato de uma publicação é muito importante para um bom design, é
depois da definição dele que é decidido o grid que será usado. Segundo Ambrose e
Harris (2008) o formato fornece um ponto de contato físico com o usuário afetando a
maneira que ele recebe a comunicação.
O formato de impressos costuma depender do tamanho dos papéis
disponibilizados pelas empresas que os produzem, pois ele deve ter
preferencialmente uma medida que seja múltipla desses tamanhos para que não
haja disperdício de material. Existem normas e padrões internacionais para
produção de papéis, como o DIN - Deutshes Instituit für Normung, em português
Instituto Alemão de Normalização e o ISO – International Organization for
Standardization, em português Organização Internacional de Normalização, elas tem
o objetivo de economizar e dar utilizade e qualidade ao uso de papel nos meios
impressos.
Existem diversos formatos de revistas impressas no mercado, Cavichioli
(2011) cita 06 das mais comuns, são eles:
42
• Formato Magazine: 20,2 x 26,6 cm
• Formato Americano: 17 x 26 cm
• Formato Pulp ou Digest: 18 x 25,5 cm
• Francês: 12 x 19 cm
• Italiano: 16, 5 x 12 cm
• Formatinho ou Formato pato: 13 x 21 cm
O mais comum entre os seis é o formato Magazine, que é o formato das
revistas Vip, Veja, Superinteressante, Cosmopolitan e Mundo Estranho e Exame
todas da Editora Abril e também o da Billboard Brasil da editora BPP Promoções e
Publicações.
2.3.5 Tipografia:
A tipografia trata da criação de caracteres e também da composição dos
mesmos para a transmissão de mensagens (FETTER, 2011). No Design Gráfico ela
tem uma grande importância pois é quase inexistente um projeto gráfico sem a
presença desse elemento.
No design, a tipografia é mais do que a escolha das fontes utilizadas nos
títulos, subtítulos, capa e corpo do texto, Zapaterra (2007) afirma que há
necessidade que o design editorial expresse visualmente o conteúdo e a identidade
da publicação por meio da tipografia. Mas é importante considerar fatores como a
legibilidade e a leiturabilidade.
Fetter (2011) define a leiturabilidade (readability) como um conjunto de
qualidades ou atributos da tipografia que tornam possíveis seu reconhecimento e
compreensão facilmente para o leitor, ficando a legibilidade (legibility) para designar
o reconhecimento de caractere em si. Gruszynski (2008) diz também que o primeiro
termo refere-se a facilidade de ler textos extensos e o segundo diz respeito ao
rápido conhecimento, relacionado à textos curtos e ao design de tipos.
Para o design de revistas é necessário utilizar ambos os princípios:
43
“Nas capas e, mesmo em um grau menor, nas aberturas de matérias, deve-se privilegiar a comunicação, uma vez que é necessário chamar a atenção doleitor e criar interesse a partir de elementos visuais sintéticos e suaexpressividade. Já no que se chama de “corpo da matéria”, quanto maislongo esta for há que privilegiar o conforto da leitura (leiturabilidade),lançando mão de um arranjo mais próximo do convencional.” (FETTER, 2011,p. 75)
A tipografia tem, portanto, diversos papéis importantes, o de traduzir e
evidenciar o conteúdo, melhor a sua compreensão, e fazer com que a sua forma se
acomodem no layout de forma que não canse o leitor.
2.3.6 Layout:
O layout é entendido por organizar os elementos que compõe as páginas de
uma publicação misturando textos e imagens de forma a comunicar o conteúdo de
maneira clara e harmoniosa para que seja agradável à vista do leitor para que não
haja um cansaço visual e que o mesmo possa seguir a leitura facilmente.
“A seleção dos componentes determina em grande quantidade o aspectosemântico e o significado do design. A organização dos mesmos podereforçar esse aspecto, mas sua essência é sintática, é de apresentar oselementos significativos em uma ordem de acordo com os requerimentosperceptivos e cognitivos do público, em função de facilitar a compreensão damensagem.” (ROSSI, 2008, p. 48)
Para a criação de um bom layout também é necessário saber trabalhar nas
proporções dos elementos das páginas e saber dar e diferenciar o peso visual à
determinadas informações criando assim uma hierarquia concisa e dinâmica.
Zapaterra (2014) lista alguns fatores determinantes de design que devem ser
estudados e trabalhados para a conclusão desta etapa, são eles: as questões
espaciais, o domínio da forma, a forma como proporção clássica, a forma por meio
da cor, tensão, repetição e fluxo, experimentos com a escala, contraste, equilíbrio e
profundidade.
44
3 ANÁLISE DE SIMILARES
Para produzir uma publicação que remeta o estilo emocore e também as
revistas mais consumidas da época selecionada, é interessante elaborar uma
análise de similares para que seja possível observar os elementos de design citados
na fundamentação teórica, entre eles o layout, o grid, formato, tipografia, cor e
imagem.
Na análise serão estudados as capas e o miolo de três revistas internacionais,
as mesmas citadas na fundamentação teórica e uma de circulação nacional que
foram publicadas entre os anos de 2006 à 2012. As revistas internacionais são:
Alternative Press, Kerrang!, Rock Sound e a nacional Love Rock da Editora Alto
Astral.
Figura 21: Revista Alternative Press. Aug 2006Fonte: Montagem da autora (2017).
45
Figura 22: Revista Alternative Press. Aug 2006Fonte: Montagem da autora (2017).
Figura 23: Revista Rock Sound – Abr 2008Fonte: Montagem da Autora (2017).
46
Figura 24: Revista Love Rock – 2008Fonte: Captura e Montagem da Autora (2017).
Figura 25: Tabela de publicações similares.Fonte: A Autora (2018).
47
Após analisar as revistas e colocá-las na tabela de comparação, observou-se
que os títulos escolhidos são parecidos entre si, tanto em conteúdo como também
nas escolhas de design e diagramação, mesmo em edições de anos diferentes,
abrindo apenas pequenas exceções.
O conteúdo destas publicações são bem parecidos, todas possuem entrevistas
com bandas do gênero, elas também divulgam novidades sobre álbuns e bandas no
cenário. Três das quatro publicações possuem pôsteres de bandas, confirmando o
que foi dito na introdução do trabalho, sobre o porquê do público adquirir estas
revistas (pág. 11).
Para uma análise mais detalhada das escolhas de design, os layouts interno e
externo das publicações foram analisados separadamente, pois notou-se que as
escolhas para a capa e conteúdo interno eram bem distintas.
Na parte interna, de todas as edições analisadas todas utilizavam grid de
colunas, variando entre duas ou três, variando a escolha de alinhamento de texto,
onde três utilizavam o alinhamento à esquerda. Destes, três utilizam fonte sem serifa
no texto corrido com estilo grotesco/neo grotesco e duas delas utilizam em títulos e
subtítulos fontes fantasia. Todas utilizavam o mesmo estilo de imagem, fotografias
das bandas em dois momentos distintos, ou performando em seus shows ou
posando para ensaios grupais e individuais.
Na capa, o alinhamento de texto variava bastante e eram utilizado mais de um
tipo de alinhamento simultâneos em todas as edições analisadas. As fontes eram
todas sem serifa e em todas palavras continham palavras escritas com todas as
letras maiúsculas na maioria do texto. O uso de fontes fantasia também é presente
em todos os títulos. As fotografias eram todas de ensaios fotográficos com as
bandas posando para a câmera.
Após a análise detalhada das escolhas de conteúdo e composição das
publicações percebe-se que algumas se repetem. Sendo assim, conclui-se que para
remeter o visual destas publicações no projeto é interessante utilizar essas escolhas
que mais aparecem.
Para o conteúdo é interessante analisar a possibilidade de inserir alguma
entrevista com uma banda do gênero, e também a inserção de pôsteres e novidades
sobre o estilo, conteúdos que apareceram na maioria dos títulos analisados.
Em questões de escolhas de design, na parte interna da publicação é
interessante estudar a utilização do grid de colunas, o alinhamento de texto
48
justificados ou alinhado à esquerda. A escolha de fontes sem serifa grotescas e
algumas fontes fantasia para títulos ajudando a reforçar a identidade. A utilização e
captação de imagens de ensaios fotográficos ou de perfomances das bandas que
serão retratadas. Na capa, além dos itens citados acima, a utilização de palavras
escritas em letra maiúscula também deve ser testado.
49
4 PUBLICAÇÃO
A partir desse capitulo se encontra a documentação de todo o desenvolvimento
prático do projeto, desde brainstorms, testes, definições até a finalização do projeto
gráfico.
4.1 NOME DA PUBLICAÇÃO
Para definir o nome da publicação foi feito um Brainstorm com palavras que
remetessem ao Emocore e a nostalgia que faz parte dos objetivos da publicação.
Também foi priorizado opções com palavras na língua portuguesa.
Figura 26: Mapa mental de nomes para a publicação.Fonte: A autora (2018).
A partir destes requisitos, surgiram nomes como “Eu Era Emo”, “Também Fui
Emo” “Quando Eu Era Emo”, mas a autora notou que nomes parecidos já
costumavam ser utilizados para relacionar ao estilo, como por exemplo, dois eventos
voltados totalmente ao movimento emo chamados “E eu que era emo?” “Também fui
emo”.
50
Figura 27: Eventos sobre cultura emo: E eu que era emo? e Também fui emo de 2017.Fonte: Divulgação / Montagem da Autora (2018).
Desta forma, outros nomes como Nos Tempos Do Emo, Dias De Emo e A Era
Emocore surgiram, mas por se tratar de uma publicação impressa, os nomes
estavam muito extensos, o que se tornaria um problema na criação da marca da
revista e também para memorização do público.
Então, nomes mais objetivos como “Fui emo” “Emocore: A era” “Era Emo” e o
próprio nome do estilo musical também foi selecionado, sendo escolhido, por fim, o
nome “Era Emo”, pois a palavra “era” pode ser usada como substantivo, significando
um ponto fixado, período de tempo que serve de base a um sistema cronológico.
(GOOGLE) Que representa o período de tempo em que o emocore aconteceu, e
também é uma conjugação do verbo ser (apresentar-se em determinada condição
ou situação, GOOGLE.) em primeira pessoa no pretérito imperfeito, representado as
pessoas que fizeram parte da tribo e do movimento, trazendo assim uma dualidade
no significado do nome da publicação, fazendo-a mais interessante.
4.2 SEÇÕES DA PUBLICAÇÃO
Para a definição das seções da publicação, levou-se em conta a pesquisa de
similares feita anteriormente com as revistas de música alternativa que publicavam
sobre bandas de emocore. Foram analisadas as revistas e na tabela de comparação
as revistas possuem, em questão de conteúdo os seguintes itens:
• Entrevistas
• Novidades
• Posteres
51
Com o levantamento desses três principais itens, mais os objetivos do projeto que
são: relembrar por meio de uma seleção de bandas e álbuns o emocore, diferenciar
e evidenciar o estilo, e trazer a nostalgia dos tempos do emo, decidiu-se selecionar
os seguintes assuntos para tratar na revista:
• Definição do emocore
• Principais bandas, álbuns e músicas (internacionais e Brasil)
• Poster
• Influências do Emocore nos dias de hoje.
• Reviews e Sugestões.
Durante o desenvolvimento desse projeto foi decidido que a parte de
entrevistas seria retirada do projeto, pelo fato da dificuldade de tempo,
disponibilidade e acesso às bandas do estilo que fossem realmente influentes para
estarem na publicação, sendo então substituído por uma matéria especial sobre a
banda estampada na capa e também no poster.
Foram definidas então, a partir desse ponto as seções da publicação, para
que essas abrangessem todos os itens que existiam nas publicações similares e
também os objetivos da publicação, sendo assim, as seguintes seções:
• Tracklist
• O movimento
• Linha do Linha do Tempo
• Poster
• Capa
• A cena dias atuais.
• Ouça.
4.3 IDENTIDADE
Depois de selecionado o nome da publicação, o próximo passo foi a criação da
marca, que precisava transmitir sobre o que se trata a revista. Para Dondis (2003), é
essencial que sejamos alfabetizados visualmente para compreendermos a
mensagem visual, sendo assim, estudando e utilizando elementos do estilo e
também das publicações similares, o público alvo que conhece e viveu o emocore
52
irá reconhecer e saber sobre do que se trata a publicação. Por essa razão, antes do
início do processo criativo, foi feita uma análise de similares com as marcas de
outras revistas musicais para saber qual estilo é o mais usado nesse tipo de
publicação. Foram selecionadas as marcas das revistas: RockSound, Alternative
Press, Kerrang!, My Rock, RollingStones e NME. As revistas NME e Rollingstone,
são publicações sobre música, mas não têm foco em estilos alternativos como as
demais.
Figura 28: Marcas de publicações similares.Fonte: Montagem da Autora (2018).
Todas as selecionadas tinham como marca, um logotipo, um estilo que se
encaixa melhor nesse tipo de publicação. Na maioria das vezes, o nome da
publicação tem apenas um pequeno espaço no topo do layout que deve se encaixar
e conversar com demais informações, principalmente com a imagem que à ilustra.
Cinco das seis marcas utilizam um logo horizontal, exceto a da Alternative Press (Alt
Press), que antes também utilizava um formato horizontal, mas mudou o estilo da
marca recentemente, utilizando hoje um formato mais vertical.
53
Figura 29: Alternative Press, Edições 287.2 (05/ 2012) e 355 (02/ 2018) respectivamente.Fonte: Montagem da Autora (2018).
Todas as marcas, exceto a da RollingsStone (que se trata de uma publicação
mais maisntream6, que abrange outros estilos musicais, inclusive o pop) utiliza um
logo monocromático, preto em sua versão original, que sofre variações de cores
dependendo da edição da revista.
Figura 30: Capa das Publicações Alternative Press, edição 282 (01/2012); RockSound, Edição 155(01/2012); Kerrang!, edição 1532 (08/2014) e NME Edição de Outubro de 2009.Fonte: Montagem da Autora (2018).
6 A tradução literal de mainstream é "corrente principal" ou "fluxo principal". Em inglês, main significaprincipal enquanto stream significa um fluxo ou corrente.
54
O estilo de fonte utilizado nos logotipos em sua maioria, costumam utilizar letras com
aspecto “pesado” sem serifa e em caixa alta, trazendo peso, força e atitude à essas
marcas, mostrando identidade dos estilos musicais abordados.
Desta maneira, após a análise aprofundada dessas marcas, já é possível ter
um apontamento na criação das alternativas para a marca da publicação,
desenvolvendo um logotipo monocromático, utilizando letras em caixa alta, tipos
com formas pesadas de forma que traduza o estilo e a identidade da revista,
utilizando de preferência o formato horizontal para facilitar o encaixe da marca no
layout da capa. Mas para analisar não só as marcas destas revistas mas também o
estilo tipográfico mais utilizado no emocore para escolha da tipografia base.
Para essa análise imagética, foram selecionadas capas de álbuns, cartazes de
shows, turnês e festivais de música emo para identificar características em comum
na tipográfica utilizada.
Figura 31: Análise imagética com capas de álbuns e cartazes de turnê das bandas de emocore.Fonte: Divulgação/Montagem Autora (2018)..
55
Após a análise imagética percebe-se que a tipografia escolhida para as
identidades das turnês e dos álbuns costumavam ser parecidas entre essas bandas.
Tipografia com aspecto destruído e irregular aparece em quase todas as imagens
analisadas e algumas utilizam fontes que parecem “rabiscadas”. Nota-se também
que a maioria do texto é escrito em caixa alta.
Conclui-se assim que deve ser levado em consideração a utilização de fontes
com aspectos distruídos ou rabiscados a fim de ajudar a traduzir na identidade da
publicação o estilo musical retratado.
4.4 ALTERNATIVAS
Levando em consideração os itens citados acima para a criação da identidade
da revista Era Emo, com base nas publicações similares, foram criadas algumas
alternativas de marcas, totalmente tipográficas, que buscavam passar e transmitir a
identidade e a atitude do movimento Emo.
Figura 32: Alternativa de marca e suas variações.Fonte: A autora (2018).
56
Utilizando como base a fonte tipográfica MMA Champ (WOODCUTTER), que
tem uma aparência irregular, e um aspecto destruído, foram criadas uma alternativa
e duas variações para o logotipo da publicação. Foram resgatados elementos
encontrados nas marcas das Revistas NME e Kerrang! Foi dada tridimensionalidade,
irregularidade, distorções e modificações as letras, para tornar o logo ainda mais
autêntico, as variações tiveram algumas alterações nas dimensões e na disposição
dos elementos tipográficos, sendo a primeira e a segunda variação com
irregularidade, representando a inquietação e revolta emocore. Na terceira variação
da alternativa, a irregularidade nos tipos não aparece, mas ainda assim transmite os
itens anteriormente citados (revolta e inquietação) de forma mais sutil.
Figura 33: Aplicação da versão 1 da alternativa.Fonte: A autora (2018).
57
Figura 34: Aplicação da versão 2 da alternativa.Fonte: A autora (2018).
Figura 35: Aplicação da versão 3 da alternativa.Fonte: A autora (2018).
58
Foi criada outra alternativa utilizando como base a fonte tipográfica Oswald
Stencil da família tipográfica Oswald, de Vernon Adams. Um estilo tipográfico que
representa a técnica de Stencil, muito utilizada nas ruas, e das ruas surgiram e
vieram as primeiras bandas punks, precursoras do movimento e também as
primeiras bandas de emocore.
Figura 36: Alternativa de Marca 2 e sua variação.Fonte: A autora (2018).
Novamente, foi feita uma modificação nos tipos originais, tanto em sua
aparência tanto quanto em sua disposição. Foi feito uma rede, representando a tribo,
a ligação entre pessoas através da música e do estilo musical representado, e na
primeira variação também foi utilizada a irregularidade entre as letras para transmitir
inquietação e revolta.
59
Figura 37: Aplicação alternativa de Marca 4.Fonte: A autora (2018).
Figura 38: Aplicação alternativa de Marca 5.Fonte: A autora (2018).
Foi escolhida então a alternativa número 1 com a sua terceira variação que
possui uma fonte mais expressiva e com grande impacto, o que é importante para
dar visibilidade à marca na capa da revista. O diferencial dela das demais é que ela
60
tem disposição em linha reta, com todas as letras alinhadas, facilitando a aplicação
da mesma e mantendo a força que ela deve ter.
Figura 39: Alternativa final definida.Fonte: A Autora (2018).
4.5 CORES
Para fazer a seleção de paletas de cores básica para a publicação foram
observadas as cores mais predominantes nas capas dos álbuns de emocore, das
revistas onde as bandas do estilo apareciam e ilustrações do movimento emo. As
cores predominantes foram retiradas com o auxílio da ferramenta online Adobe
Color CC.
Figura 40: Ilustrações emocore.Fonte: Demiseman/Montagem da Autora (2018).
61
Figura 41: Capas de revistas que retratavam o emocore Alternative Press e Kerrang.Fonte: Pinterest/ Montagem da Autora (2018).
Figura 42: Capas dos álbuns das bandas de emoocore My Chemical Romance, Fall Out Boy,Paramore, Fresno, All Time Low, Simple Plan, Pierce The Veil e Mayday Parade.Fonte: Divulgação/Montagem da Autora (2018).
Após a análise destes três itens através da ferramenta Adobe Color CC,
observa-se que a cor que mais apareceu foi o preto, as cores mais predominantes
em um segundo momento são cores vibrantes e quentes que geram bastante
contraste, como o amarelo, o vermelho e o verde.
A partir destas cores mais recorrentes as cores para a publicação foram
selecionadas. As 2 cores principais para a publicação foram a cor preta e a amarela
que juntas dão um contraste interessante.
62
Figura 43: Cores principais da publicação.Fonte: A Autora (2018).
Foram definidas mais duas cores secundárias para serem utilizadas na
publicação, cores que pudessem deixar a publicação ser mais viva, intensa e jovem,
assim como o movimento. Para isso as cores escolhidas foram o vermelho e verde,
ambas que possuem um bom contraste tanto com a cor branca tanto com a cor
preta e são bem características do movimento.
Figura 44: Cores secundárias da publicação.Fonte: A Autora (2018).
63
4.6 DEFINIÇÃO DO FORMATO
Conforme levantado anteriormente na fundamentação teórica (pag 41), existem
seis formatos mais usados para publicações impressas. Segundo Cavichioli (2011),
são eles o formato magazine, americano, pulp, francês, italiano e pato.
De acordo com a análise de similares (pág. 30) todas as publicações
selecionadas utilizavam o formato Magazine, que tem a medida de 20,2 x 26,6 cm.
Desta forma, como uma das intenções do projeto é reunir o maior número de
elementos utilizados nestas revistas para criar um novo produto para o mesmo
público que já adquiria essas publicações e para que haja um reconhecimento e
uma identificação com o produto, o formato utilizado para o projeto será também o
Magazine.
4.7 DEFINIÇÃO DE GRID
Viu-se na definição de grid que existem diversos tipos de grids utilizados em
projetos editoriais, mas os mais utilizados, principalmente em revistas são os grids
de colunas. Os formatos de grid de colunas mais comuns em uma publicação os que
são divididos entre duas e três vezes. O grid de colunas é visto na maioria dos
periódicos que vimos por ai nas bancas de revistas, mas na pesquisa de similares
(pag 30) três das quatro publicações selecionadas para comparação utilizam o grid
de duas colunas.
Mas segundo Collaro (2008) em seu livro Produção Gráfica: Arte e Técnica da
Mídia Impressa mostra que trabalhar com um grid de duas colunas pode ser uma
difícil tarefa, tornando-se muito monótona, pois o designer tem menos recursos de
mobilidade e o desenho da revista pode se tornar insuportável em termos de
leiturabilidade.
Já o grid de três colunas dá facilidade à leitura, cansando menos o leitor, pois:
“A largura da coluna em uma página com três colunas mede em média 55mmpara revistas com formato fechado em torno de 205 mm de largura por 275mm de altura. Essa largura comporta em média 40 toques impressos porlinha, quando o texto é composto no corpo 10.” (COLLARO, 2008)
64
Porém, a utilização do grid de três colunas é criticada por alguns designers,
pois ainda pode ser cansativa e sem dinâmica o suficiente para despertar a leitura.
Segundo o designer norte-americano Jan White (apud COLLARO, 2008 p.33) a
variação na largura das colunas é o grande recurso que temos para a quebra da
monotonia.
Utilizar o grid de seis colunas pode ser uma saída, por ser um grande recurso
para a quebra de monotomia. Por mais que quase não haja diferença entre o grid de
três e seis colunas, com o de seis é possível trabalhar em diversas partes da
publicação utilizando o mesmo grid, variando a largura das colunas utilizando duas
ou três colunas por vez nas matérias, e ter mais possibilidades na página em outras
partes da publicação, como capa e abertura de seção, por exemplo.
4.8 TESTE DE GRID
Foram feitos testes com os grids de duas, três e seis colunas para verificar qual
era o melhor a ser utilizado e o mais versátil, colocando em prática e testando o que
foi dito anteriormente.
4.8.1 GRID DE DUAS COLUNAS
Figura 45: Teste com grid de 2 colunas.Fonte: A autora (2018).
65
4.8.2 GRID DE TRÊS COLUNAS
Figura 46: Teste com grid de 3 colunas.Fonte: A autora (2018).
O grid de três colunas trás mais possibilidades de variação de layout nas
páginas, dando espaço para que outros elementos gráficos sejam inseridos no
layout e que chamem mais atenção ao leitor.
4.8.3 GRID DE SEIS COLUNAS
Figura 47: Teste com grid de 6 colunas.Fonte: A Autora (2018).
66
O grid de seis colunas funciona quase da mesma forma que o de três colunas,
mas gera algumas opções mais flexíveis para a inserção de textos, imagens e
elementos gráficos na página.
Analisando o teste com os três tipos de grid, por mais que o grid de duas
colunas é o mais usado pela maioria das publicações similares, o mais indicado é
utilizar o grid de seis colunas, para que se tenham mais possibilidades para inserção
de imagens para facilitar a leitura e também sendo possível utilizar o mesmo grid
tanto para as capas, as aberturas de seção e também para as matérias.
4.9 MARGENS
Para definir a margem interna que seria utilizada na publicação levou-se em
conta o acabamento de encadernação, que costuma invadir o espaço da folha. Para
evitar esse problema foi necessário pensar numa margem interna razoável fazendo
que a encadernação não chegue até a parte do conteúdo impresso.
Para a margem externa levou-se em conta o modo de leitura de uma revista,
onde o leitor a segura com as duas mãos e geralmente o polegar fica por cima das
páginas. Para que o polegar do leitor não fique por cima do conteúdo impresso,
atrapalhando a leitura, também é necessário definir uma margem externa para a
página.
As margens superiores e inferiores devem ser definidas pensando em um espaço
suficiente para inserção de fólio e títulos correntes.
Desta forma foi definida uma margem com as seguintes medidas:
• 25mm de margem interna
• 20 mm de margem externa
• 16mm de margem superior
• 16mm de margem inferior
67
Figura 48: Margem interna da publicação.Fonte: A Autora (2018).
Foi definida também uma margem diferente da parte interna da publicação
para a capa, pensando num aproveitamento maior do espaço disponível, porém
deixando um espaço de respiro e também de segurança na hora do acabamento da
publicação. Desta forma as medidas definidas para a margem foram:
• 12mm de margem interna
• 9 mm de margem externa
• 8 mm de margem superior
• 8 mm de margem inferior
68
Figura 49: Margem da capa da publicação.Fonte: A Autora (2018).
4.10 FAMÍLIAS TIPOGRÁFICAS
Para Collaro (2008) um dos principais elemento de um layout é a seleção do
tipo utilizado. A fim de estabelecer uma identidade consisa e e facilidade de leitura
para o leitor é preciso definir fontes padrões que irão ser utilizadas no projeto. Para a
escolha das famílias tipográficas utilizadas para a publicação foram feitos testes com
alguns tipos pré-estabelecidos.
Para o corpo do texto decidiu-se que seriam utilizados tipos sem serifa, que
eram os mais utilizados nas publicações similares. Dentre as selecionadas para os
testes foram as famílias tipográficas Lato (figura 50) e Roboto (figura 51).
69
A Lato (figura 50) é uma fonte mais recente, criada em 2010 pelo designer
polonês Łukasz Dziedzi, que tinha como objetivo tentar criar uma fonte que pudesse
parecer transparente no corpo de texto mas que pudesse ter características originais
quando usadas em tamanhos maiores.
Figura 50: Fonte Lato.Fonte: A Autora (2018).
Já a Roboto (figura 51), criada por Christian Robertson, foi feita originalmente
para utilização em telas, e tem como característica formas em grande parte
geométricas mas também tem curvas amigáveis, ela permite que suas letras sejam
ajustadas em sua largura original, o que contribui para um ritmo de leitura mais
natural, coisa que é difícil de ser encontrada em fontes consideradas grotescas.
Desta forma também pode ser utilizadas em materiais impressos.
Figura 51: Fonte Roboto.Fonte: A Autora (2018).
70
Figura 52: Teste com a Fonte Roboto.Fonte: A autora.
71
Figura 53: Teste com a fonte Lato.Fonte: A autora (2018).
72
Após a comparação dos testes com as duas famílias, a fonte escolhida para o
corpo do texto, subtítulos e eventuais títulos, foi a Roboto (figura 51), de Christian
Robertson. Mesmo sendo projetada originalmente para telas, é a que tem menos
curvas no seu desenho, deixando ele um pouco mais reto e firme, se encaixando
melhor na identidade da revista, ao contrário da fonte Lato, que tem formas mais
suaves.
A fonte conta com diversos pesos diferentes, possibilitanto a utilização dela
em diferentes hierarquias. Segundo Williams (2005) o contraste de peso é uma das
melhores maneiras de organizar informações, hierarquizá-las. Por esse motivo serão
utilizados os pesos Light, Light Italic, Regular, Italic, Medium, Medium Italic, Bold,
Bold Italic, Black, Black Italic.
73
Figura 54: Família tipográfica Roboto de Light à Medium.Fonte: A Autora (2018).
74
Figura 55: Família tipográfica Roboto de Medium Italic à Black Italic.Fonte: A autora (2018).
Foram selecionadas algumas fontes consideradas fantasias para alguns
elementos textuais da publicação. Pelo fato de se tratar de uma revista jovem, sendo
que o público alvo da publicação tem de 15 à 25 anos, é possível utilizar desse tipo
de fonte, desde que em pequenos lugares onde não atrapalhe e dificulte a leitura.
Nota-se que esse estilo de fonte é utilizado para dar mais identidade e estilo à
matéria e a própria publicação.
A revista Alternativa Press em uma edição especial sobre o estilo emocore,
utiliza desse recurso.
75
Figura 56: Capturas do Miolo da Revista Alternative Press. Edição 352 - The Ultimate Guide To Emo- Nov. 2017.Fonte: Alternative Press (2017)
Desta forma, foram selecionadas para eventuais manchetes/títulos e
subtítulos e alguns outros elementos textuais as fontes: Intruding Cat de Missy
Meyer (figura 57), Emobot de Bananasaur (figura 58) e Baroness Kuffner de
Bumbayo Font Fabrik (figura 59).
Figura 57: Fonte Intruding Cat.Fonte: A Autora (2018).
Figura 58: Fonte Emobot.Fonte: A autora (2018).
76
Figura 59: Fonte Baroness Kuffner.Fonte: A autora (2018).
4.10.1 Alinhamento.
O Alinhamento das matérias da publicação já havia sido pré-definido através
da análise de similares (pag. 44), onde a maioria das publicações de música
alternativa utilizavam em suas páginas o alinhamento de texto justificado.
Mas, segundo Zapattera (2014) o alinhamento à esquerda é mais comum no
editorial. Sendo assim, foram feitos testes com dois tipos de alinhamento durante a
execução do projeto, justificado e alinhado à esquerda.
Figura 60: Teste com alinhamento à esquerda.Fonte: A Autora (2018).
77
Figura 61: Teste com alinhamento justificado.Fonte: A Autora (2018).
Após os testes foi confirmado o que foi dito pela Zappaterra, o alinhamento à
esquerda é a melhor opção para a publicação, pois evita buracos entre as palavras
que o alinhamento justificado causa. Esses espaços que tem tamanho semelhante
aos existentes entre as colunas de texto que são bem estreitas dificultando a leitura
do texto. Já com o texto alinhado à esquerda, isso não acontece, deixando a
mancha textual mais agradável e facilitando a leitura.
Além do alinhamento para os textos das matérias, foi definido também um
alinhamento diferenciado para utilização nas aberturas de seção da revista, para dar
mais dinamismo à publicação e difenciar essas páginas das demais.
78
Figura 62: Abertura de Seção com Alinhamento à direita.Fonte: A Autora (2018).
Figura 63: Abertura de Seção com alinhamento à esquerda.Fonte: A Autora (2018).
79
Após a comparação da abertura de seção com texto alinhado à esquerda e
texto alinhado à direita, o tipo de alinhamento escolhido foi o à direita, pois os títulos
e as linhas finas ganharam mais força e identidade combinadas com a imagem
nesse tipo de alinhamento ao contrário do alinhamento à esquerda onde a imagem
de fundo fica apagada. Além disso, o volume de texto nas aberturas de seção é
pequeno então a leitura das chamadas com alinhamento à direita não cansaria os
olhos do leitor.
4.10.2 Corpo e Entrelinha.
Foram realizados testes para definição do tamanho da fonte do corpo do texto
e também das entrelinhas. Foram testados os tamanhos 10pt com 12 de entrelinha,
9pt com 11 de entrelinha e 9pt com 12pt de entrelinha.
80
Figura 64: Teste com a fonte Roboto corpo 10pt entrelinha 12pt.Fonte: A autora .
81
Figura 65: Teste com a fonte Roboto com Corpo 9pt e Entrelinha 11pt.Fonte: A autora (2018).
82
Figura 66: Teste com a fonte Roboto corpo 9pt com 12pt de entrelinha.Fonte: A autora (2018).
Após a realização dos testes e fazendo a análise de cada um deles em
versão digital e impressa, foi constatado que a melhor escolha é o teste número 3
83
(fig. 52) que utiliza a fonte Roboto em peso regular com corpo 9 pt e entrelinha de 12
pt. Essa alternativa foi a que teve melhor respiro entre linhas, deixando a mancha
textual mais leve, facilitando a leitura.
4.11 CAPA
A capa é um dos elementos mais importantes de uma publicação. Ela tem o
papel de identidade do produto, onde representa à marca, ela é a página mais
importante, é uma vitrine, deve ser altamente comercial. (RIQUETTA, 2009) É nela
que são estampadas a marca e a identidade da Revista. A capa deve passar sua
sensação e destacar-se da concorrência, como também, continuar a vender os
valores da marca em uma escala mais intima tanto para o dono como para os outros
leitores. (ZAPATERRA, 2014)
Segundo Zapaterra (2014) existem três formas diferentes de design de capa,
as capas figurativas, as capas abstratas e as capas baseadas em texto. As
figurativas são as mais comuns que utilizam uma imagem principal que representa o
estilo da publicação e também informa algo que está inserido no interior dela.
As abstratas costumam aparecer em publicações especiais ou suplementos
de jornais, quase não utilizam texto e costumam colocar o logotipo em um lugar que
se encaixe melhor no layout, sem se precisar se preocupar tanto com a visibilidade
na prateleira, já que se trata de algo abstrato, chama atenção por si só.
Já as capas baseadas em texto são muito raras hoje em dia, por causa da
cultura visual de hoje em dia, mas podem ajudar a criar um layout com um efeito
brilhante, se for bem elaborada.
Para tornar a publicação mais próxima à esses periódicos de música
alternativa, foi estudada a possibilidade de fazer capas alternativas. A Revista
Alternative Press utilizava muito dessa estratégia para aproximar o público da
publicação, principalmente no ano de 2011.
84
Figura 67: Alternative Press The Devil Wears Prada, Breathe Caroline. Edição 277 de Julho de 2011.Fonte: Montagem da Autora (2018).
Figura 68: Alternative Press Destroy Rebuild Until God Shows e Black Veil Brides. Edição 273, Marçode 2011.Fonte: Montagem da autora (2018).
Figura 69: Alternative Press, Title Fight, Four Year Strong e Gallows. Edição 280, Novembro de 2011.Fonte: Montagem da Autora (2018).
85
A Alt Press costumava utilizar entre duas a três versões de capas em
algumas de suas edições, dando assim, opções para que leitor adquirisse o produto
com o artista/banda que mais lhe agradasse. Seria possível então, criar três versões
de capa para a revista, cada uma contendo uma matéria e um pôster exclusivo da
banda que ilustra a capa, trazendo proximidade e conexão entre o leitor e a
publicação, conseguindo trazer novamente esse caráter emocional que as mesmas
costumavam ter com o público.
Segundo Zapaterra (2014) é difícil ignorar o impulso de pegar um exemplar de
revista com imagens e títulos atraentes ao leitor, se for possível fazer que um
espectador interaja com a sua capa, então você terá um leitor em potencial.
Levando isso em consideração foram escolhidas três bandas para ilustrarem
a capa da publicação, fazendo assim, três versões de capas diferentes. Para a
escolha das bandas foi levado em consideração a pesquisa feita no início do projeto
(Apêndice A) onde foi perguntado quais eram os artistas mais procurados em
revistas impressas no período do tempo selecionado para a publicação. Foi
considerada também a popularidade das bandas em revistas de músicas da época
como a Alternative Press e Rock Sound que possuem um diretório de edições
antigas. Também foram levados em conta os nomes mais citados em artigos
espalhados pela internet que relacionavam as bandas ao estilo. E os resultados a
partir de pesquisas direcionadas à bandas de emocore no site do Google.
Na pesquisa em publicações de música alternativa os seguintes resultados
foram:
Na revista Alternative Press, a banda de emocore que apareceu mais vezes
ao decorrer dos anos, mais precisamente em quatro anos diferentes na capa foi a
My Chemical Romance e na revista Rock Sound a que esteve mais vezes em capas,
também em quatro anos diferentes, foi a Paramore.
86
Figura 70: My Chemical Romance na capa da Revista Alternative Press nos anos de 2004, 2005,2010 e 2011 respectivamente.Fonte: Alternative Press/Montagem da Autora (2018).
Figura 71: Paramore na capa da revista Rock Sound nos anos de 2007, 2008, 2009 e 2010respectivamente.Fonte: Rock Sound Magazine/Montagem da Autora (2018).
Em pesquisas no site Google as duas primeiras bandas que aparecem no
resultado de pesquisa são: My Chemical Romance e Fall Out Boy.
Em artigos na internet sobre músicas emo, como por exemplo no site Revista
Cifras, que elegeu um top 10 de músicas internacionais de emocore. Nesta lista as 5
bandas que aparecem do recorte de tempo estipulado são são :
• My Chemical Romance;
• Simple Plan;
• Panic! At The Disco;
• Paramore;
• Fall Out Boy;
• All Time Low;
As três bandas de emocore que mais apareceram nas pesquisas citadas
acima foram a My Chemical Romance, Paramore e Fall Out Boy.
87
Por este motivo, essas bandas foram as selecionadas para estarem entre as três
capas da revista Era Emo.
4.11.1 Composição das Capas.
Os elementos utilizados na capa da publicação foram os discutidos anteriormente
no início do capítulo, entre eles: Imagem em forma de fotografia, identidade da
publicação, chamadas para o que irá conter dentro da publicação e edição.
A montagem da composição foi baseada nas revistas de música alternativa
mostradas durante o capítulo teórico deste trabalho, porém foi decidido montar uma
composição mais limpa que as demonstradas anteriormente, para que chamasse a
atenção, porém sem exageros de informações e elementos visuais.
As imagens, todas tiradas da internet, foram tratadas no software Adobe
Photoshop para tratamento de cores e remoção do fundo, para que a imagem
pudesse ficar na frente do logotipo da revista, algo muito utilizado nesse tipo de
publicação.
Foram utilizados blocos nas cores branca, amarela e preta, a fim de aumentar a
leiturabilidade das chamadas, visto que em alguns locais da imagem da capa o
contraste entre ela e a letra era bem pequeno.
O peso de fonte para as chamadas e os demais elementos citados acima, foram
pensados e dispostos no layout da capa a fim de tornar a publicação atrativa ao
leitor, trazendo não apenas a identidade destas publicações mas também a do
emocore.
88
Figura 73: Versões de Capa da Edição.Fonte: Revista Era Emo (2018).
Figura 72: Projeto Editorial Capa da Revista.Fonte: A Autora (2018).
89
4.12 MIOLO DA PUBLICAÇÃO
No miolo da publicação além das seções de conteúdo apresentadas
anteriormente foram feitas simulações de espaços reservados para a publicidade,
pois os anúncios tem função de auxiliar no financiamento do projeto e também
funcionam como uma espécie de guia para o leitor informando o fim e/ou o início de
uma matéria, seção e até mesmo o fim da publicação, já que as contracapas são
destinadas aos anúncios. A revista Era Emo possui quatro espaços reservados para
a publicidade, dois deles nas contra-capas da publicação, um na quarta capa e outro
no meio da revista.
Figura 74: Simulação dos anúncios da publicação.Fonte: Revista Era Emo (2018).
A página de nota da editora e expediente e a página do sumário foram
diagramadas de uma forma simples com o intuito de passar a informação com
clareza, mas sem perder a identidade. Em ambas as páginas é possível perceber a
utilização do grid de 6 colunas, onde o conteúdo é disposto entre três e duas
colunas e uma coluna é utilizada como respiro, dividindo as informações.
O texto da página da nota da editora é diagramado da mesma forma do resto
da publicação, que é explicado na página tal e o expediente é disposto em um bloco
preto e o texto tem a mesma configuração da chamada do sumário. A página do
sumário além do texto das chamadas, possui indicador de página e imagens
dispostas de forma irregular com o intuito de representar as fotos dos ídolos coladas
nas paredes e nos cadernos. As imagens foram utilizadas em tons de cinza para que
pudessem ficar padronizadas. Em ambas as páginas é possível perceber a
utilização do grid de 6 colunas, onde o conteúdo é disposto entre três e duas
90
colunas e uma coluna é utilizada como respiro, dividindo as informações. Também
são utilizados fios para dividir os títulos do texto.
Figura 75: Projeto Editorial: Página do sumário.Fonte: A Autora (2018).
A fim de guiar o leitor pela publicação, informando o início, fim e troca de uma
seção para a outra, assim como os anúncios fazem de forma indireta e também de
formar uma identidade mais forte para a publicação. Foram desenvolvidas aberturas
de seções, todas com um padrão pré-estabelecido de estilo de imagem, fontes e
pesos e alinhamento, apenas alterando a cor que e texto que cada seção irá possuir.
Na abertura de seção também é informado a assinatura da matéria e em casos de
um grande número de imagens, os créditos das mesmas. Tendo em vista que as
aberturas irão aparecer diversas vezes dentro da revista, isso causará uma
identidade para a publicação, mesmo que as matérias tenham um layout diferente
entre si.
91
Figura 76: Projeto Editorial: abertura de seção.Fonte: A Autora (2018).
As demais páginas são diagramadas de forma parecida, a fonte de fólio e
vinheta são as mesmas em toda a publicação. Nos títulos, subtítulos e entretítulos é
utilizada a fonte roboto com variação de caixa alta ou baixa dependendo da ocasião
com um bloco de cor embaixo do texto. As imagens podem ser sangradas e
pequenas respeitando as colunas, porém dispostas de maneira irregular. Os boxes e
caixas podem conter ou não imagems, mas o texto deve ser em itálico e centralizado
e se houver título deve ser na mesma fonte do fólio e vinheta.
92
Figura 77: Projeto editorial: Matérias.Fonte: A Autora (2018).
4.13 ESPELHO DA PUBLICAÇÃO
Para a organização da disposição do conteúdo da revista, foi montado um
espelho para a publicação, nessa imagem é possível ver de uma forma ampla e
completa a organização e as sequências do conteúdo da revista.
Primeiramente teria que ser decidido o número de páginas da publicação, por
ser uma publicação impressa é necessário ser levado em consideração que é
necessário que a mesma tenha um número de páginas múltiplo de quatro, para que
não fique nenhuma página solta, ou uma página em branco, já que as páginas são
impressas em pares por folha, frente e verso, somando assim quatro páginas por
folha.
Também foi pensado em uma distribuição onde as aberturas de seções
ficassem em sua maioria, na página direita da publicação tendo em vista que as
páginas do lado direito são as que atraem primeiro os olhos dos leitores. A única
exceção fica para a abertura de seção da matéria de capa, pois nesta parte da
publicação contêm um pôster e como ele é retirado em um segundo momento da
publicação ele precisa estar exatamente no meio dela, junto com a matéria de capa,
93
ocupando assim a primeira página à direita logo após o fim da última seção,
conforme imagem 66.
Desta forma a sequência editorial da revista foi definida da seguinte maneira:
Figura 78: Espelho da publicação.Fonte: A Autora (2018).
94
Figura 79: Primeira Capa.Fonte: Revista Era Emo (2018).
Figura 80:Primeira Capa 2° versão.Fonte: Revista Era Emo (2018).
95
Figura 81: Primeira capa 3° versão.Fonte: Revista Era Emo (2018).
Figura 82: Anúncio, Nota da Editora e Expediente.Fonte: Revista Era Emo (2018).
96
Figura 83: Sumário e Abertura de Seção: O movimento.Fonte: Revista Era Emo (2018).
Figura 84: O movimento.Fonte: Revista Era Emo (2018).
97
Figura 85: O movimento e Abertura de Seção: Linha do TempoFonte: Revista Era Emo (2018).
Figura 86: Linha do Tempo.Fonte: Revista Era Emo (2018).
98
Figura 87: Linha do Tempo.Fonte: Revista Era Emo (2018).
Figura 88: Linha do Tempo.Fonte: Revista Era Emo (2018).
99
Figura 89: Matéria Capa 1° Versão.Fonte: Revista Era Emo (2018).
Figura 90: Matéria Capa 2° Versão.Fonte: Revista Era Emo (2018).
100
Figura 91: Matéria Capa 3° Versão.Fonte: Revista Era Emo (2018).
Figura 92: Pôster 1° Versão.Fonte: Revista Era Emo (2018).
101
Figura 93: Pôster 2° Versão.Fonte: Revista Era Emo (2018).
Figura 94: Pôster 3° Versão.Fonte: Revista Era Emo (2018).
102
Figura 95: Matéria Capa 1° Versão e Abertura de Seção: Por onde andam?Fonte: Revista Era Emo (2018).
Figura 96: Matéria Capa 2° Versão e Abertura de Seção: Por onde andam?Fonte: Revista Era Emo (2018).
103
Figura 97: Matéria Capa 3° Versão e Abertura de Seção: Por onde andam?Fonte: Revista Era Emo (2018).
Figura 98: Por onde andam?Fonte: Revista Era Emo (2018).
104
Figura 99: Por onde Andam?Fonte: Revista Era Emo (2018).
Figura 100: Por onde Andam?Fonte: Revista Era Emo (2018).
105
Figura 101: Por onde Andam?Fonte: Revista Era Emo (2018).
Figura 102: Por onde Andam?Fonte: Revista Era Emo (2018).
106
Figura 103: Abertura de Seção: Ouça! e Ouça!.Fonte: Revista Era Emo (2018).
Figura 104: Ouça! e Contra-capa.Fonte: Revista Era Emo (2018).
107
Figura 105: Quarta capa.Fonte: Revista Era Emo (2018).
108
5 FINALIZAÇÃO E IMPRESSÃO
Após a criação e diagramação da revista, partiu-se para a fase de finalização,
fechamento dos arquivos e definição de material para impressão do protótipo.
O arquivo foi fechado no formato PDF (portable document format) com a
predefinição X-1a, mais adequada para arquivos de impressão sem imposição de
páginas, já que a gráfica responsável pela impressão do protótipo prefere fazer a
imposição das páginas de acordo com a impressora que utilizam. O mesmo será
feito em impressão digital, pois será produzido apenas uma impressão de cada
versão.
Para que não houvessem problemas no acabamento do protótipo foram
tomados alguns cuidados importantes como a sangria. Assim foram definidads 5
milímetros de sangria e mais 5 milímetros de margem interna de segurança, para
evitar que informações sejam cortadas durante o acabamento ou até no momento da
impressão com possíveis deslocamentos.
5.1 PAPEL E ENCADERNAÇÃO
A qualidade de um produto gráfico depende diretamente da seleção adequada
do papel (Collaro, 2008). É importante ficar atendo a fatores como o acabamento, a
gramatura e a estrutura física do papel e escolhê-los da maneira correta para cada
tipo de produto queremos produzir.Por esse motivo foi feito uma pesquisa sobre
tipos de papel utilizados para impressão de revistas em sites de gráficas e que
abordam assuntos da indústria gráfica.
Os tipos de papéis mais utilizados para impressão são:
• Papel Jornal que, como seu nome já diz, é feito para impressão de materiais
de leitura como Jornais e Revistas.
• Papel Offset utilizado para impressões em modo offset desde livros, revistas
e outros impressos do mesmo estilo, ele é bem proso o que permite uma
melhor absorção e fixação da tinta.
• Papel Fotográfico ideal para impressão de fotografias em alta qualidade.
109
• Papel Couchê é um dos mais utilizados por ser mais resistente e ter duas
versões, a versão brilho e a versão fosca.
• Papel Reciclato é um papel que tem caracterísitca parecidas com o offset
porém dá um aspecto diferenciado aos materiais pela sua coloração
“amarelada”
• Papel LWC (Lightweight Coated Paper) fabricado com uma alta
porcentagem de celulose, como o próprio nome diz é leve, mais barato que o
couchê e por ser bem liso permite uma impressão rápida. É ideal para
publicações de vida curta como panfletos e catálagos de loja.
A melhor opção dentre as citadas acima que tem um bom acabamento, dá
destaque e qualidade às imagens, tem uma boa durabilidade, é fácil de ser
encontrado e tem um bom custo benefício é o papel couchê. Ele pode ser
disponível em diversas gramaturas desta forma é possível utilizá-lo tanto no
miolo da revista como na capa, apenas diferenciando a gramatura.
Segundo Collaro (2012), independente do acabamento do produto editorial, é
importante ter em mente que a gramatura do papel influi no número máximo de
páginas de cada caderno. Desta forma, antes da escolha da gramatura do papel
foi analisada a tabela que o autor mostra em seu livro Produção Gráfica: Arte e
técnica na direção de arte:
Figura 106: Relação dobra/gramatura.Fonte: Produção Gráfica: Arte e técnica na direção de arte (COLLARO 2012, p. 170.).
De acordo com a tabela um caderno com com 32 páginas ou mais, que é o
caso da revista (se não contar a capa), para um melhor acabamento é indicado uma
gramatura de 80 à 100 g/m² e a capa com uma gramatura um pouco maior, entre
110
115 e 150 g/m². Porém, a impressão do protótipo será em impressão digital e o
máquinário de grande parte das gráficas rápidas não imprimem nessa gramatura
pois o papel costuma “emperrar” na máquina.
Desta forma foi necessário definir outras gramaturas para a impressão do
protótipo, sendo a capa com 170 g/m² e miolo com 115 g/m², ambas compatíveis
com o maquinário das gráficas da região.
5.2 ENCADERNAÇÃO
A escolha do tipo de encadernação também é uma escolha importante para que
o produto fique com um bom resultado final. Existem diversos tipos de
encadernação, umas são mais comuns em livros, outros em cadernos e agendas e
existem os tipos mais comum em revistas, que são:
• Canoa com dobra e grampo
• Lombada Quadrada com cola
• Lombada Quadrada com grampo lateral
Figura 107: Tipos de encadernação.Fonte: Gráfica Izepp (2017).
111
A encadernação canoa, com dobra e grampo foi a opção escolhida para a revista
pelo fato dela conter um pôster, que pode ser retirado e isso só é possível sem que
estrague o restante dos cadernos, com esse tipo de acabamento.
5.3 APROVEITAMENTO DE PAPEL
Para fazer a impressão no material escolhido anteriormente e com a intenção de
reforçar os conhecimentos de produção gráfica em grandes escalas como a de uma
revista, foi feita uma simulação de aproveitamento de papel no Formato 1, que
possui 96 centímetros de largura por 66 centímetros de altura e é o formato
comercializado em distribuidoras de papel.O formato fechado da revista é de 20,2 por 26,6 centímetros, como a impressão
é feita em página dupla, o formato aberto tem medida de 40,4 por 26,6 centímetros.
Sendo assim, após a simulação (imagem 87) constatou-se que cada folha em
formato 1 consegue imprimir 4 conjuntos de duas páginas espelhadas frente e verso,
sobrando de 3 à 5 centimetors de espaço entre cada página dupla e entre as bordas
do papel.
Figura 108: Aproveitamento de papel no Formato 1.Fonte: A autora (2018).
Se cada folha em formato 1 consegue imprimir 16 páginas da publicação, para
a impressão do protótipo de uma Era Emo em impressão digital, são necessárias
112
apenas duas folhas e para a impressão das três versões da revista são utilizadas 6
folhas. Para as capas (que possuem gramaturas diferentes), são utilizada apenas
uma folha em formato 1, imprimindo a capa das três versões.
5.4 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
Após o processo de fechamento de arquivo, predefinição de modo de cor e
também o levantamento de tipo de papel, tipo de encadernação, impressão e
acabamento as especificações técnicas da revista enviadas para a gráfica
responsável pela produção ficaram da seguinte forma:
Figura 109: Especificações técnicas do protótipo.Fonte: A Autora (2018).
Mesmo o protótipo sendo em impressão digital, também foi feito um uma
simulação de orçamento para levantamento de valores para impressão em modo
Offset através do site da gráfica Printi (ANEXO A), a fim de uma aproximação maior
com a realidade da indústria gráfica e da impressão em larga escala, aumentando o
conhecimento de valores, materiais, prazos, etc.
113
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a pesquisa e conhecimento mais aprofundado do estilo emocore, notou-se
que a história do estilo é um pouco desprendida e pouco documentada, por esse
motivo é comum o próprio público não saber diferenciá-lo de outros gêneros
musicais e também não ser bem aceito como título pelas bandas. Isso aumentou o
desafio de fazer a criação de uma publicação destinada à esse estilo, um desafio
bom, pois ao decorrer do desenvolvimento do trabalho foram surgindo novidades e
curiosidades, assim a pesquisa sobre o estilo foi se aprofundando cada vez mais
acrescentando não só ao conteúdo da publicação mas também na fundamentação
teórica, dando motivação para a concretização do projeto que tinha o intuito de
mostrar que o emocore é muito mais do que o conhecido pelo público em geral.
Durante o desenvolvimento do projeto foram encontrados vários desafios e
dificuldades, além da temática, não só de fatores externos mas também internos da
autora como a dificuldade em escrever matérias com um grande volume de texto, o
processo de naming da publicação, criação de identidade, entre outros que,
felizmente foram superados e trouxeram grande enriquecimento, deixando a autora
mais preparada para os desafios e dificuldades até o fim do trabalho.
Após a finalização do projeto a autora acredita que os objetivos do trabalho
foram concluídos e que o resultado final ficou como o esperado, levando muitas
curiosidades e informações novas aos possíveis leitores da publicação, algo que não
era visto em outras publicações.
A autora também acredita que se fosse possível a circulação da revista, a
mesma poderia ter outras edições, falando sobre as outras ondas do movimento,
pois o emocore é um tema que tem muito a ser explorado e possui muito conteúdo
interessante.
114
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_____. Magazine – Alt Press. Disponível em: <https://www.altpress.com/magazine>.Acesso em: 08 mar. 2018.
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121
APÊNDICE A - Resultado da Pesquisa: Artistas procurados em revistasimpressas.
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ANEXO A – Orçamento de impressão Offset
Resumo do pedido:
Valores por unitário e total por quantidade: