Erros bem-intencionados... no trânsito!

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O que todo motorista precisa saber! ...Mas acredita que já sabe!

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Gerente editorialRoger Conovalov

Projeto Gráfico Lura Editorial

EditorJD Lucas

RevisãoPamyla Serra

CapaLura Editorial

IlustraçãoMS Ilustrações

Catalogação na Fonte do Departamento Nacional do Livro (Fundação Biblioteca Nacional, Brasil)

Romero, SaleteErros bem-intencionados... no trânsito / Salete Romero

ISBN: 978-85-86261-34-3

1. Trânsito 2. Comportamento .Título.

Índice para catálogo sistemático: I. 370

Acesse:www.condu.com.br

Todos os direitos desta ediçãosão reservados à autora.

Lura Editorial. 2014.Rua Rafael Sampaio Vidal, 291São Caetano do Sul, SP – CEP 05550-170Tel: (11) 4221-8215Site: www.luraeditorial.com.brE-mail: [email protected]

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Ao Clecio, Agora só falta plantarmos

uma floresta inteira.

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Este livro é para você!

Se você sabe dirigir, se você conhece as regras do trân-sito, se você não é considerado um motorista impru-dente ou negligente:

Este livro é para você!

Talvez isso soe estranho, mas é exatamente para você pai ou mãe, filho ou filha, profissional da área comercial, técnica, médica, industrial ou acadêmica, graduado ou pós graduado, ou ainda estudante, enfim, você que utiliza seu veículo como transporte para rea-lizar as várias atividades do seu dia a dia ou para você que tem o veículo como instrumento de trabalho como motorista.

Este livro é para você!

Leia-o com cuidado. Analise cada observação dada.

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Sugiro um capítulo por vez e depois de cada capí-tulo observe o seu deslocamento nos próximos um ou dois dias.

E então, corrija os seus “Erros Bem-Intenciona-dos... no Trânsito!” e faça de cada dia, um dia especial em prol da vida.

Boa leitura e um bom trajeto para você!

Sempre!

Salete Romero

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Sumário

1. Pimenta Nos Olhos Dos Outros É Refresco!

2. O Que Vale é a Intenção?

3. Não Coloque a Carroça na Frente dos Burros!

4. Quem Não Deve, Não Teme

5. Nem Tudo é o Que Parece Ser

6. Nem Tudo que Reluz é Ouro

7. Devagar se Vai ao Longe

8. Água Mole em Pedra Dura,

Tanto Bate Até Que Fura!

9. De Grão em Grão, a Galinha Enche o Papo

10. As Aparências Enganam

11. Quem Tudo Quer, Tudo Perde!

12. Barata Sabida Não Atravessa Galinheiro!

13. O Pior Cego é Aquele Que Não Quer Ver

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14. Nem Tudo É o Que Parece!

15. O Seguro Morreu de Velho

16. Nunca Puxe o Tapete dos Outros, Afinal Você

Também Pode Estar Em Cima Dele!

17. Quem Não Tem Cão, Caça com Gato!

18. Pra que Confundir, Se Posso Simplificar?

19. Toda Regra Tem Exceção!

20. Nem Tanto ao Mar, Nem Tanto a Terra

21. Mais Vale Perder Um Minuto Na Vida

Do Que Perder a Vida Em Um Segundo!

22. Vamos Em Frente, Que Atrás Vem Gente

23. CONCLUSÃO:

Não Basta Ser Motorista,

Tem Que Saber Dirigir Com Segurança

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Pimenta nos olhosdos outros é refresco!

Entendemos por trânsito o movimento de pedestres e veículos nas cidades e nas estradas. Com a pressão do dia a dia, os horários cada vez mais apertados, tantas ta-refas e compromissos se sobrepondo num curto espaço de tempo, e a crescente demanda por veículos automo-tores maiores e mais potentes, estar em trânsito tem sido participar de uma batalha onde quem pode mais, chora menos.

Quem está em trânsito no dia a dia comumente tes-temunha situações das mais diversas.

Neste sentido é comum vermos muitas situações no trânsito em que pessoas mais privilegiadas, com um

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veículo maior ou mais potente, se sentem “superiores” aos outros que estão dentro de veículos menores ou que estão até mesmo fora deles, no caso de pedestres.

E com relação aos veículos, motocicletas, como se sabe, levam grande vantagem no que diz respeito à eficiência. Podem atravessar grandes vias engarrafa-das num tempo em que nenhum carro em velocidade média é capaz de cumprir. Motos são ágeis e acabam enfatizando a característica principal do trânsito das metrópoles: nos lembram que estamos em meio ao caos urbano, onde outras soluções precisam ser repensadas para o deslocamento.

O elo mais fraco dessa corrente é, sem dúvida, o pedestre, a própria fragilidade humana diante da má-quina. Todos nascemos e morremos pedestres. É pre-ciso ter respeito pela vida, afinal, nós também, no mo-mento em que abrimos a porta do carro e colocamos os pés para fora, somos pedestres, e, não raro, costu-mamos repetir os mesmos erros que tanto criticamos: atravessamos fora da faixa, ignoramos a sinalização — sem contar a costumeira corridinha para atravessar a rua, mesmo às vezes carregando pelo braço as crianças (estas já vão aprendendo desde cedo, e aprendendo er-rado, como atravessar a rua) e depois, ao reassumir o volante, criticamos quem faz a mesma coisa.

Enfim, estamos tão vulneráveis quanto qualquer pessoa.

Então, motoristas de carros pequenos e grandes, ciclistas, motociclistas e pedestres, cada qual tem seus

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motivos de crítica a certos comportamentos facilitados pelo uso de determinado veículo. Digamos, a capacida-de que uma motocicleta tem de cortar emaranhados de veículos, e provocar, assim, a fúria de alguns motoristas quando esta manobra implica risco para as partes, ou ainda, a capacidade que um carro maior tem de inter-por-se entre carros pequenos pelo uso da intimidação, e, por último mas não menos importante, certos comporta-mentos espertos do pedestre, de se enfiar entre veículos e atravessar fora da faixa e com isso ocasionar freadas bruscas e atropelamentos. Cada elemento do trânsito é capaz de somar sua própria parcela de caos ao dia a dia.

No entanto, o trânsito é feito por indivíduos que conduzem suas vidas, e de nada adianta culpar o outro (seja ele motorista, motociclista ou pedestre) se não se entende o próprio lugar neste sistema.

De modo geral, costumamos nos sentir muito ofendidos caso uma motocicleta passe a toda veloci-dade por nós enquanto amargamos a imobilidade dos engarrafamentos, mas não temos restrição, e pelo con-trário, até exigimos que o entregador de pizzas e o mo-toboy da farmácia estejam tocando a campainha tão logo tenhamos feito o pedido.

É fácil reparar como é raro que alguém, depois de um acidente ou “quase acidente”, assuma a sua contri-buição no infortúnio. Normalmente — e isso é uma es-pécie de regra geral não combinada, mas plenamente exercida — a culpa é do outro! É a famosa lei de Gerson, ou lei da vantagem, em que o mais importante é extrair

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benefício, ou minimizar os malefícios ao máximo para nós, e empurrar, tanto quanto seja possível, a culpa para os outros.

Se o leitor ou a leitora for perguntado(a) se con-corda ou acredita na importância de se seguir as regras do trânsito, com certeza dirá que sim. Mas, reflita um pouco: quantas vezes você trafegou em determinado local ou fez aquele retorno proibido, ou parou onde ha-via uma placa proibitiva, olhou para os lados e, por não ver nenhum agente fiscalizador, pensou que “é só um minutinho... não vai dar problema!”

Agora imagine uma situação inversa. Você vem trafegando normalmente quando é surpreendido por outro motorista realizando uma manobra que o expõe ao risco de acidente. Certamente você ficaria bastante irritado. Se fico no congestionamento porque alguém ocupou uma faixa de rolamento em local proibido, na-turalmente eu gostaria que houvesse um agente pronto para autuá-lo. Se alguém atravessa na minha frente, me surpreendendo, me irrito e mostro a faixa de segurança que está ali perto para ele, mas quando preciso atraves-sar para ir na padaria aqui em frente, dificilmente vou até a faixa de pedestre que está a 10 metros de distância.

O erro que critico no outroé o mesmo erro que cometo!Acreditamos na importância das regras, desde que elas nos favoreçam.

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Mas se o outro não cumpre com essas mesmas re-gras e nos coloca em risco ou prejuízo, somos rápidos em pensar: Aos inimigos, a Lei!

Infelizmente esta máxima se encaixa perfeita-mente na educação média de trânsito do brasileiro. Mas não tem de ser assim, e é o que este livro mostrará daqui por diante.

O motorista que comete uma infração ou provoca um acidente pode estar tão bem-intencionado quanto eu ou você, e guarda, como nós, aquele tipo de ideia in-fantil de que acidentes só acontecem com os outros.

Roberto DaMatta — grande antropólogo brasilei-ro e autor de vários livros sobre nosso comportamen-to dentro e fora do trânsito, nos diz em Fé em Deus e Pé na Tábua:

“Os desconhecidos bebem sempre muito mais do que os conhecidos. Nessa con-cepção, o álcool pode ser ingerido em grandes quantidades pelos nossos, que, sendo bons beberrões, jamais perdem o controle, entretanto não é válido para os

outros, aos quais a lei — se lei há — deve ser duramente aplicada”.

Chama a atenção uma pesquisa realizada pelo Ibope, cujos resultados são confirmados por vários

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condutores que tenho conhecido ao longo de alguns anos: de acordo com o levantamento, 20% dos jovens de 16 e 17 anos costumam dirigir carros e motos, mes-mo sem ter idade legal para fazê-lo. Destes, 61% se metem atrás do volante ou guidão com alguma frequ-ência. O mais surpreendente ao ouvir isso partindo de muitos participantes de cursos e palestras em grandes empresas, porém, é constatar que a maioria conta com a anuência familiar: 60% dos menores que dirigem aprenderam a atividade com seus pais; os 40% restan-tes, com amigos ou outros parentes.

Em sua família, como ocorre o momento em que um jovem começa a dirigir? Como você aprendeu a dirigir?

Se um de nossos familiares se envolver em um aci-dente e este outro condutor for alguém menor ou não habilitado, ou tiver ingerido alguns goles de bebida al-coólica, como nos sentiríamos?

O que erroneamente pensamos é que pimenta nos olhos dos outros é refresco.

Só arde nos nossos olhos.

Só dói no nosso peito.

Só machuca a minha pele.

Só a minha vida destrói.

A do outro não!

E isso não é verdade!