ESCALA PARA MENSURAR A o CAPACIDADE DE ABSORÇÃO EM ...
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A capacidade de absorção (ACAP) surgiu em 1989 como um
processo de aprendizagem fundamental à organização,
inicialmente sua mensuração ocorria por meio da utilização de
indicadores proxies como gastos e investimentos em Pesquisa
e Desenvolvimento (P&D). Em 2002 um conceito mais
elaborado e difundido, definiu a ACAP como um conjunto de
rotinas e processos organizacionais, pelos quais as empresas
adquirem, assimilam, transformam e aplicam conhecimentos,
com o intuito de produzir capacidade dinâmica. Apesar do
interesse crescente no assunto, poucos estudos conseguem
capturar a riqueza e multidimensionalidade do conceito da
ACAP. A criação de uma escala de medição da capacidade de
absorção surge como uma ferramenta útil para os gestores
avaliarem os pontos fortes e aqueles que precisam de maior
zelo em relação à capacidade de absorção de sua organização,
pois, assim como outros recursos intangíveis, a ACAP necessita
de atenção gerencial e investimentos constantes para
manutenção da vantagem competitiva sustentável. O objetivo
deste estudo é o desenvolvimento de uma medida
multidimensional para a capacidade de absorção, em
pequenas e médias empresas, direcionada ao contexto
brasileiro. O estudo inclui o desenvolvimento da escala e
análise fatorial exploratória e confirmatória em uma amostra
constituída por 309 empresas brasileiras do setor de comércio
e serviços.
Orientador: Éverton Luís Pellizaro de Lorenzi Cancellier, Dr
Florianópolis, 2015
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
DESENVOLVIMENTO DE UMA ESCALA PARA MENSURAR A CAPACIDADE DE ABSORÇÃO EM PEQUENAS EMPRESAS
ANO 2015
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO E SOCIOECÔNOMICAS – ESAG MESTRADO ACADÊMICO EM ADMINISTRAÇÃO
CRISTINA DEFREYN TENCONI
FLORIANÓPOLIS, 2015
CRISTINA DEFREYN TENCONI
DESENVOLVIMENTO DE UMA ESCALA PARA
MENSURAR A CAPACIDADE DE ABSORÇÃO EM PEQUENAS
EMPRESAS.
Dissertação apresentada ao Curso de
Mestrado Acadêmico do Programa de
Pós-Graduação em Administração, na
Linha de Pesquisa de Organizações,
Tecnologias e Gestão, do Centro de
Ciências da Administração e
Socioeconômicas (ESAG), da
Universidade do Estado de Santa
Catarina (UDESC), como requisito
para a obtenção do título de Mestre em
Administração.
Orientador: Éverton Luís Pellizaro de
Lorenzi Cancellier, Dr
FLORIANÓPOLIS, SC
2015
T289d
Tenconi, Cristina Defreyn
Desenvolvimento de uma escala para mensurar a capacidade de
absorção em pequenas empresas / Cristina Defreyn Tenconi. – 2015.
251 p. ; 21 cm
Orientadora: Éverton Luís Pellizaro de Lorenzi Cancellier
Bibliografia: p. 195-219
Dissertação (mestrado) – Universidade do Estado de Santa
Catarina, Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas,
Programa de Pós-Graduação em Administração, Florianópolis, 2015.
1. Empresas - Brasil. 2. Pequenas e médias empresas - Administração. I. Cancellier, Éverton Luís Pellizaro de Lorenzi.
II. Universidade do Estado de Santa Catarina. Programa de Pós-
Graduação em Administração. III. Título.
CDD: 338.70981 – 20.ed.
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central da UDESC
CRISTINA DEFREYN TENCONI
DESENVOLVIMENTO DE UMA ESCALA PARA MENSURAR A
CAPACIDADE DE ABSORÇÃO EM PEQUENAS EMPRESAS.
Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Acadêmico em
Administração do Centro de Ciências da Administração e
Socioeconômicas da Universidade do Estado de Santa Catarina, como
requisito parcial para a obtenção de grau de Mestre em Administração.
Banca Examinadora
Orientador:
Dr. Everton Luís Pellizzaro de Lorenzi
Cancellier
Universidade do Estado de Santa Catarina
Membro:
Dr. Rafael Tezza
Universidade do Estado de Santa Catarina
Membro Externo:
Dr. Grace Vieira Becker
Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul
Florianópolis, 17 de Dezembro de 2015
Aos meus pais, Sergio e Cleide, meus
exemplos de caráter, vida, afeto,
grandes incentivadores e base da minha
formação. A meu esposo Jaison, por
todo o amor e carinho, perseverança,
apoio e dedicação. A Deus, que me
possibilitou ter vivido momentos tão
especiais.
AGRADECIMENTOS
À Deus, pela vida, pela saúde e por dar-me forças para
perseguir e concluir mais este objetivo.
Aos meus pais, Sergio e Cleide, que despertaram o
senso crítico e a vontade do saber, que me ensinaram grandes
valores, o sentido do amor e da busca pelo conhecimento.
A meu esposo Jaison, pelo amor, carinho, vírgulas,
compreensão e pelo apoio incondicional durante este período
de imersão.
Ao orientador desse estudo, Prof. Dr. Éverton Luis
Pellizzaro de Lorenzi Cancellier, pela orientação e valiosa
contribuição, com seus ensinamentos e percepção de vida.
Ao Prof. Rafael Tezza e Profa. Grace Vieira Becker,
pela disponibilidade em participar da avaliação deste estudo.
À Universidade do Estado de Santa Catarina –
UDESC/ESAG, universidade pública e de qualidade, que me
recebeu de portas abertas e que me possibilitou grandes
transformações e crescimento.
Aos meus colegas do Programa de Mestrado em
Administração da UDESC/ESAG, pelas trocas de experiência e
pela amizade.
À Camila Pagani, pela troca de experiência, auxílio,
motivação e por ter superado qualquer expectativa que uma
amizade pode oferecer.
Aos companheiros, Rafael Maciel, Marcio Karsen e
Diego Garrido, pelo auxílio e comprometimento com a
aplicação e coleta dos questionários e por terem tornado esta
etapa mais leve.
Às minhas queridas amigas Luciane Calheiro, Mariana
Lamarque e Simara Rosa, por terem compreendido a minha
ausência neste período, pelas palavras de carinho e incentivo e
por estarem mesmo assim presentes em pensamento,
incentivando a finalização do processo.
Aos professores do mestrado, grandes mestres, por
semearem reflexões importantes para a minha formação como
pesquisadora e dos quais jamais esquecerei.
Aos gestores Fernando L. Cassini e Robison de Souza
pelo apoio, compreensão e por propiciarem o tempo necessário
ao término deste trabalho.
A eles, meu eterno agradecimento.
RESUMO
A capacidade de absorção (ACAP) surgiu nos estudos de
Cohen e Levinthal (1989) como um processo de aprendizagem
fundamental à organização, inicialmente sua mensuração
ocorria por meio da utilização de indicadores proxies como
gastos e investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)
para medir sua intensidade. O conceito desenvolvido por Zaha
e George (2002), utilizado neste estudo, apresenta o conceito
mais elaborado e difundido, definindo a ACAP como um
conjunto de rotinas e processos organizacionais, pelos quais as
empresas adquirem, assimilam, transformam e aplicam
conhecimentos, com o intuito de produzir capacidade
dinâmica. Apesar do interesse crescente no assunto, poucos
estudos conseguem capturar a riqueza e multidimensionalidade
do conceito da ACAP. A criação de uma escala de medição da
capacidade de absorção surge como uma ferramenta útil para
os gestores avaliarem os pontos fortes e aqueles que precisam
de maior zelo em relação à capacidade de absorção de sua
organização, pois, assim como outros recursos intangíveis, a
ACAP necessita de atenção gerencial e investimentos
constantes para manutenção da vantagem competitiva
sustentável. Portanto, o objetivo deste estudo é o
desenvolvimento de uma medida multidimensional para a
capacidade de absorção, em pequenas e médias empresas,
direcionada ao contexto brasileiro. O estudo inclui a análise
fatorial exploratória e confirmatória em uma amostra
constituída por 309 empresas brasileiras do setor de comércio e
serviços.
Palavras-chave: Capacidade de Absorção. Desenvolvimento
de Escala. Pequenas e Médias Empresas.
ABSTRACT
The absorption capacity (ACAP) emerged in the studies of
Cohen and Levinthal (1989) as a process of fundamental
learning to the organization. Initially, its measurement occurred
through the use of proxies’ indicators such as spending and
investment in Research and Development (R & D) to measure
the intensity. The concept developed by Zaha and George
(2002), used in this study, presents the most elaborate and
broad concept by defining the ACAP as a set of organizational
processes and routines by which businesses acquire, assimilate,
transform and apply knowledge to produce a dynamic
capability. Despite the growing interest in the subject, few
studies capture the richness and multidimensionality of the
ACAP concept. The creation of a measuring scale of
absorption capacity emerges as a useful tool for managers to
evaluate the strengths and those who need of greater zeal about
the absorption capacity of their organization. Thus, like other
intangible assets, the ACAP requires the management attention
and constant investments to maintain the sustainable
competitive advantage. Therefore, the study’s aim is to develop
a multi-dimensional measure to the absorption capacity of
small and medium enterprises and directed to the Brazilian
context. The research includes an exploratory and confirmatory
factor analysis on a sample of 309 Brazilian companies in the
trade and services sector.
Keywords: Absorptive Capacity. Scale development. Small
and Medium-Sized Enterprises.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1- Número de micro e pequenas empresas por setor de
atividade econômica no Brasil em 2012 ................................. 34 Figura 2 - Modelo de Capacidade de Absorção proposto por
Cohen e Levinthal (1990) ........................................................ 39
Figura 3 - Modelo de Capacidade de Absorção proposto por
Zaha e George (2002) .............................................................. 41 Figura 4 - Modelo de Capacidade de Absorção baseado em
Lane, Koka e Pathak (2006) .................................................... 43 Figura 5 - Modelo de Capacidade de Absorção baseado em
Todorova e Durisin (2007) ...................................................... 44 Figura 6 - Evolução da distribuição dos estabelecimentos por
porte no Brasil no período de 2002 a 2012 ........................... 123 Figura 7 - Diferentes etapas dos pré-testes ............................ 157
Figura 8 – Matriz de correlação policórica contendo os 24 itens
iniciais ................................................................................... 161 Figura 9 - Análise das correlações dos itens ......................... 162 Figura 10 - Matriz de correlação policórica após a retirada do
item A1_19 ............................................................................ 167 Figura 11 - Análise fatorial exploratória sem o fator A1_19 170 Figura 12 - Análise fatorial exploratória sem os itens excluídos
A1_ 1, A1_7, A1_12, A1_24 ................................................ 172
Figura 13 - Análise fatorial exploratória com os itens finais de
escala. .................................................................................... 173
Figura 14 - Carregamento de 4 fatores (Modelo 1) ............... 176
Figura 15 - Carregamento de 4 fatores, com dois supra fatores
(Modelo 2) ............................................................................. 178
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Cargo ou função do respondente .......................... 159 Tabela 2 - Escalas base para o constructo proposto e suas
dimensões .............................................................................. 185
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Artigos de capacidade de absorção de 1990 a 2014
................................................................................................. 61 Gráfico 2 - Artigos de proxies e escalas multidimensionais de
2009 a 2014. ............................................................................ 62 Gráfico 3 - Gráfico de Scree plot .......................................... 165
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Conceituações da Capacidade de Absorção
(Continua) ................................................................................ 45 Quadro 2 -Dimensões da Capacidade de Absorção ................ 51 Quadro 3 - Capacidade de Absorção Potencial - Aquisição ... 54
Quadro 4 - Capacidade de Absorção Potencial - Assimilação 55 Quadro 5 - Capacidade de absorção realizada - Transformação
................................................................................................. 56 Quadro 6 - Capacidade de absorção realizada – Aplicação
(Continua) ................................................................................ 57 Quadro 7 - Estudos de caso nos últimos 10 anos .................... 64 Quadro 8 - Estudos que utilizaram proxies para mensurar a
capacidade de absorção (Continua) ......................................... 66 Quadro 9 - Escalas multidimensionais de ACAP e suas
replicações (1990 a 2014) (Continua) ..................................... 76 Quadro 10 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Jansen, Van Den Brosch e Volberda (2005) (Continua) ......... 79 Quadro 11 - Estudos usando Adaptação da escala de Jansen,
Van Den Brosch e Volberda (2005) para medição da ACAP
(Continua) ................................................................................ 81
Quadro 12 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Lichenthaler (2009) (Continua) ............................................... 87
Quadro 13 - Itens da escala de capacidade de absorção Cadiz,
Sawyer e Griffith (2009) ......................................................... 89 Quadro 14 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Camisón e Forés (2010) (Continua) ........................................ 91 Quadro 15 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Kotabe, Jiang e Murray (2011) (Continua) ............................. 94 Quadro 16 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Jiménez-Barrionuevo, García-Morales, Molina (2011)
(Continua). ............................................................................... 95
Quadro 17 - Escala de Medição da Capacidade de Absorção de
Flatten et al. (2011) (Continua) ............................................... 98 Quadro 18 - Estudos usando Adaptação da escala de Flatten et
al. (2011) para medição da ACAP ......................................... 100 Quadro 19 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Liang et al. (2013) .................................................................. 103 Quadro 20 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Moos et al. (2013) (Continua). .............................................. 104 Quadro 21 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Chauvet (2014) (Continua) .................................................... 107 Quadro 22 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Sciascia, D´Oria, Bruni e Larrañeta (2014) ........................... 109 Quadro 23 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Thomas e Wood (2014) (Continua) ....................................... 110
Quadro 24 - Escalas desenvolvidas de 2005 a 2014 (Continua).
............................................................................................... 115 Quadro 25 - Enquadramento empresarial conforme a Lei
Complementar nº 123 de 2006............................................... 120 Quadro 26 - Enquadramento empresarial conforme
classificação do BNDES ........................................................ 121
Quadro 27 - Enquadramento empresarial conforme
classificação do SEBRAE ...................................................... 122
Quadro 28 - Replicação das escalas de Capacidade de
Absorção (2009-2015) ........................................................... 136
Quadro 29 - Escalas multidimensionais desenvolvidas de 2008
a 2014 ..................................................................................... 142 Quadro 30 - Geração do Conjunto de itens de escala (Continua)
............................................................................................... 145 Quadro 31 - Itens de escala após pré-testes (Continua) ......... 151 Quadro 32 - Análise fatorial com o máximo de fatores a serem
extraídos ................................................................................. 164
Quadro 33 - Indicadores de qualidade do modelo ................. 175
Quadro 34 - Itens eliminados na análise fatorial exploratória
(Continua) .............................................................................. 179 Quadro 35 - Itens finais da escala ACAP (Continua) ........... 182 Quadro 36 - Escalas originárias dos itens finais da escala
desenvolvida. ......................................................................... 184
LISTA DE ABREVIATURAS
ACAP Capacidade de Absorção/Absortiva
AIC Critério de Informação de Akaike
BIC Critério de Informação Bayesiano
BNDES Banco Nacional do Desenvolvimento
Econômico e Social
ECOP Escolas de Comunidades de Práticas
EO Orientação Empreendedora
ERP Enterprise Resource Planning
KMO Kaiser Meyer Olkin
LMT Baixa e Media Tecnologia
PME Pequenas e Medias Empresas
PACAP Capacidade de Absorção Potencial
P&D Pesquisa e Desenvolvimento
RACAP Capacidade de Absorção Realizada
RBV Visão Baseada em Recursos
SEBRAE Serviço de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................ 29 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................. 29
1.2 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ................................ 30
1.3 PROBLEMA DE PESQUISA ........................................ 32
1.4 LIMITAÇÃO DA PESQUISA....................................... 34
1.5 OBJETIVOS .................................................................. 35
1.5.1 Objetivo Geral .............................................................. 35
1.5.2 Objetivos Específicos ................................................... 35
2 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................... 37 2.1 CAPACIDADE DE ABSORÇÃO ................................. 37
2.1.1 Conceito e evolução ...................................................... 38
2.1.2 Dimensões da capacidade de Absorção ...................... 47 2.1.2.1 Capacidade Potencial................................................... 52
2.1.2.2 Capacidade Realizada .................................................. 55
2.2 MEDIDAS E ESCALAS DA CAPACIDADE DE
ABSORÇÃO ........................................................................... 59
2.2.1 Estudos de Caso ........................................................... 62
2.2.2 Indicadores proxy ........................................................ 65
2.2.3 Instrumentos de Percepção ......................................... 72
2.2.4 Escalas multidimensionais da ACAP ......................... 77 2.2.4.1 Escala desenvolvida por Jansen, Van Den Brosch e
Volberda (2005) ...................................................................... 78
2.2.4.2 Escala desenvolvida por Lichenthaler (2009) ............. 85
2.2.4.3 Escala desenvolvida por Cadiz, Sawyer e Griffith
(2009) ..................................................................................... 88
2.2.4.4 Escala desenvolvida por Camisón e Forés (2010) ....... 90
2.2.4.5 Escala desenvolvida por Kotabe, Jiang e Murray (2011)
..................................................................................... 93
2.2.4.6 Escala desenvolvida por Jiménez-Barrionuevo, García-
Morales, e Molina (2011) ........................................................ 95
2.2.4.7 Escala desenvolvida por Flatten et al. (2011) .............. 97
2.2.4.8 Escala desenvolvida por Liang et al. (2013) ............. 102
2.2.4.9 Escala desenvolvida por Moos et al. (2013) .............. 104
2.2.4.10 ....................... Escala desenvolvida por Chauvet (2014)
.................................................................................... 106
2.2.4.11 ....... Escala desenvolvida por Sciascia, D´Oria, Bruni e
Larrañeta (2014) .................................................................... 108
2.2.4.12 .......... Escala desenvolvida por Thomas e Wood (2014)
.................................................................................... 110
2.2.5 Análise das escalas ...................................................... 117 2.3 PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS (PME´S) ......... 119
2.4 DESENVOLVIMENTO DE ESCALA ........................ 124
2.5 TIPOLOGIAS DE ESCALAS ...................................... 125
2.5.1 Escalas de Atitude ...................................................... 126 2.5.1.1 Escala de Thurstone ................................................... 126
2.5.1.2 Escala Likert .............................................................. 127
2.5.1.3 Escala de Guttman ..................................................... 128
2.5.2 Escala Semântica Diferencial .................................... 129 2.5.2.1 Escala Visual Analógica ............................................ 130
2.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS ESCALAS ....
...................................................................................... 130
2.7 ELABORAÇÃO DE UM CONJUNTO DE ITENS ..... 132
2.8 ELABORAÇÃO DE QUESTIONÁRIO ...................... 133
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............ 135
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................... 141 4.1 GERAÇÃO DO CONJUNTO DE ITENS DE ESCALA ...
...................................................................................... 141
4.1.1 Pré-teste da escala de itens ........................................ 150
4.1.2 Coleta de dados ........................................................... 157
4.1.3 Análise dos dados ....................................................... 159 4.2 ESCALA FINAL ............................................................... 181
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................... 187 5.1 SUGESTÕES NOVOS ESTUDOS .............................. 190
REFERENCIAS ................................................................... 193
APÊNDICE A – REVISÃO DA LITERATURA 1990-2014 .
...................................................................................... 219
APÊNDICE B – ENTREVISTA COM ESPECIALISTAS ...
..................................................................................... 227
APÊNDICE C – ENTREVISTA COM GESTORES ....... 239
APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA ....... 245
28
29
1 INTRODUÇÃO
O presente capítulo apresenta os aspectos introdutórios da
capacidade de absorção, indicando a contextualização,
objetivos, justificativa da pesquisa e apresentando os limites do
estudo.
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A absorção de um novo conhecimento auxilia as
organizações a tornarem-se mais flexíveis e a alcançar níveis
superiores de desempenho. Desta forma, as organizações são
capazes de reconhecer oportunidades e ameaças, promover
inovação e, com isto, conquistam desempenho superior às
organizações que não se valem de seus recursos intangíveis de
absorção de conhecimento para a obtenção de vantagem
competitiva. Do mesmo modo, as organizações tornam-se
capazes de utilizar o conhecimento prévio que, proporciona a
capacidade de reconhecer valor à nova informação,
possibilitando a assimilação e aplicação para fins comerciais
(COHEN; LEVINTHAL, 1990; TODOROVA; DURISIN,
2007; VOLBERDA; FOSS, LYLES, 2010).
Neste contexto, em 1989 surgem os estudos seminais de
Cohen e Levinthal introduzindo um novo conceito: a
capacidade de absorção (ACAP). Este novo constructo consiste
na habilidade das empresas em reconhecer o valor das novas
informações, assimilá-las e aplicá-las para fins comerciais.
Com o intuito de medir o nível de ACAP nas organizações, os
autores propuseram dimensões que possibilitam sua
mensuração. As dimensões propostas por Cohen e Levinthal
(1989) consistem em: identificação, assimilação e aplicação do
conhecimento.
Cohen e Levinthal (1989) trataram a capacidade de
absorção como um fenômeno unidimensional, pois utilizam
30
ferramentas como proxies de investimentos em pesquisa e
desenvolvimento (P&D), número de patentes, número de
empregados doutores, publicações resultantes de ações de
P&D, entre outros indicadores unidimensionais para a
mensuração das quatro dimensões que compõe o constructo
ACAP.
Flatten et al. (2011) afirmam que indicadores
unidimensionais proporcionam resultados conflitantes e
enganosos quanto à natureza e contribuições do fenômeno
capacidade de absorção. Um exemplo disto pode ser percebido
em empresas diferentes que possuem propensões distintas para
patentear suas inovações. As próprias patentes diferem em
termos de conteúdo de conhecimento. Sendo assim, a ACAP
não deve ser explorada como um recurso estático. Para sua
mensuração devem ser utilizadas métricas que capturem a
complexidade de suas dimensões de forma multidimensional,
como um fluxo do processo de absorção de conhecimento
(ZAHRA; GEORGE, 2002).
O desenvolvimento de uma escala multidimensional
que avalie o grau de engajamento das organizações, no
processo de transformação do conhecimento externo adquirido
para obtenção de vantagem competitiva, torna-se essencial para
a avaliação das forças e fraquezas quanto à aplicação da ACAP
por estas organizações. Uma escala multidimensional
proporciona a possibilidade de maior compreensão da efetiva
utilização da capacidade de absorção (FLATTEN et al., 2011).
1.2 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA
Desde os estudos iniciais de Cohen e Levinthal em
1989, muitos artigos foram desenvolvidos referentes à
capacidade de absorção. Estudos empíricos de capacidade de
absorção apresentam o conceito de aprendizagem e utilização
do conhecimento acumulado ao longo do tempo, contudo, há
31
poucos modelos analíticos que analisem ao longo do tempo,
proporcionando um estudo que viabilize a investigação dos
caminhos da mudança (VOLBERDA; FOSS; LYLES, 2010).
Neste contexto Lane, Koka e Pathak (2006) indicam
que o desenvolvimento e a manutenção da ACAP são fatores
decisivos à sobrevivência de longo prazo da organização, visto
que essa capacidade pode reforçar, complementar, ou refinar o
alicerce de conhecimento da organização. Além disso, poucos
estudos têm explorado o constructo original de Cohen e
Levinthal (1990), deixando a desejar na fundamentação e
aprofundamento do assunto. Portanto, instrumentos de
mensuração do constructo são essenciais para a avaliação da
ACAP nas empresas ao longo do tempo (CAMISÓN; FORÉS,
2010).
A ACAP consiste em uma complexidade de recursos
aliados às capacidades individuais dos membros da
organização, que em conjunto produzem capacidade de
absorção para obter desempenho superior em ambientes com
rápidas mudanças. Medidas unidimensionais e quantitativas
direcionados à P&D não conseguem contemplar a
complexidade do assunto. Deste modo, para compreender o
fenômeno como um todo, faz-se necessária a aplicação de um
modelo multidimensional que capture a complexidade das
dimensões que compõe a capacidade de absorção (SCHMIDT,
2010).
Neste sentido, Lane, Koka, Pathak (2002) advertem que
apesar do interesse crescente no assunto, poucos estudos
conseguem capturar a riqueza e multidimensionalidade do
conceito. Enquanto a maioria dos estudos centra-se nos
benefícios competitivos da capacidade de absorção,
antecedentes organizacionais estão sendo amplamente
ignorados.
A criação de uma escala de medição da capacidade de
absorção surge como uma ferramenta útil para os gestores
32
avaliarem os pontos fortes e aqueles que precisam de maior
zelo em relação à capacidade de absorção de sua organização,
pois, assim como outros recursos intangíveis, a ACAP
necessita de atenção gerencial e investimentos constantes para
manutenção da vantagem competitiva sustentável (FLATTEN
et al., 2011).
1.3 PROBLEMA DE PESQUISA
Considerando que há poucos estudos empíricos em
torno da ACAP, a criação de uma escala multidimensional
aplicada ao contexto nacional, irá auxiliar o desenvolvimento
de futuros estudos pautados em uma escala testada e aceita
(FLATTEN et al., 2011). Estudos recentes de desenvolvimento
de escalas têm sido aplicados em outros países, contudo, a
generalização de escalas aplicadas em estudos internacionais
com empresas importantes às suas economias, e ainda, com
países em realidades distintas, poderá inviabilizar a pesquisa
(CAMISÓN; FÓRES, 2010).
A escolha da escala de Flatten et al. (2011) como base
para o desenvolvimento da escala própria, se deve ao estudo
proporcionar, uma amostra robusta e aleatória, que incorpora
um amplo conjunto de empresas no contexto alemão, uma
escala generalizável, a qual permite a replicação, garantindo
resultados válidos, facilitando a replicação e comparação entre
estudos (FLATTEN et al., 2011).
A amostra escolhida de pequenas e médias empresas
(PMEs) se justifica pelo fato da capacidade de absorção
facilitar e identificar novas oportunidades de produtos/serviços
valiosos, contribuindo para o desempenho superior, necessário
às empresas jovens (FERNHABER; PATEL, 2012). Engelen et
al. (2014) indicam que os efeitos da capacidade de absorção em
PMEs possuem maiores benefícios, na medida em que estas
33
empresas possuem maior flexibilidade e podem assimilar e
transformar mais facilmente seus conhecimentos.
A escolha do porte das empresas deve-se, ainda, à
representatividade das empresas na economia nacional. Como
demonstra a Figura 6, as pequenas e médias empresas atuam
fortemente no país. As PMEs possuem especificidades
importantes a serem avaliadas, como a escassez de recursos, de
tempo e de funcionários qualificados, fatores que levam à
dificuldade na captação de clientes e recursos necessários à
inovação, elemento crítico à geração de receita nas empresas.
Diante deste cenário, desenvolver a capacidade de absorção se
torna essencial à sobrevivência destas empresas (CHAUVET,
2014; DAY, 2000).
Além disso, as PMEs possuem menores restrições na
tomada de decisões quando comparadas às grandes empresas,
por possuírem menores níveis intermediários de gestores ou
quadro de conselheiros (LING et al., 2008). Desta forma, o
gestor possui um grande conhecimento do processo
organizacional e dos aspectos empresariais, garantindo uma
visão holística da empresa.
A escolha dos setores de comércio e serviço deve-se à
representatividade dos setores à economia nacional. A Figura 1
apresenta a evolução do número de micro e pequenas empresas
por setor de atividade econômica no Brasil no ano de 2012.
34
Figura 1- Número de micro e pequenas empresas por setor de
atividade econômica no Brasil em 2012
Fonte: DIEESE; SEADE; MTE; FAT; Convênios regionais. Pesquisa de
Emprego e Desemprego: PED. São Paulo, 2008 e 2012
A pesquisa encomendada pelo DIEESE tomou como
base os setores de maior relevância econômica para o país:
indústria, construção, comércio e serviço. Dentre os setores da
economia, pode-se perceber que os setores de comércio e
serviços representam 81% do total da economia do Sul do país
no período.
1.4 LIMITAÇÃO DA PESQUISA
O estudo propõe o desenvolvimento e validação de uma
medida multidimensional da ACAP. Para a construção da
escala, propõe-se a revisão da literatura, apêndice A, para a
identificação dos itens que irão compor a escala. O constructo
sugere a criação de um instrumento de mensuração para a
capacidade de absorção, nas pequenas e médias empresas,
direcionado ao contexto brasileiro. O desenvolvimento de uma
escala, facilita a obtenção de resultados válidos, e, sobretudo,
auxilia a comparação entre estudos.
35
Devido à representatividade das PMEs no país, a
escolha pelos setores de comércio e serviços justifica-se pela
robusta participação dos mesmos na amostra do porte das
empresas escolhidas, contribuindo para uma amostra mais
significativa. Além da delimitação do porte e setor das
empresas, a escala desenvolvida será voltada ao dirigente ou
gerente do estabelecimento. Os principais dirigentes foram
escolhidos considerando que estes são os mais informados
sobre as capacidades e estratégias das empresas (DIEESE,
2012; FLATTEN et al., 2011; SCIASCIA et al., 2014).
1.5 OBJETIVOS
1.5.1 Objetivo Geral
Desenvolvimento de uma medida multidimensional de
mensuração para a capacidade de absorção, nas pequenas e
médias empresas, direcionado ao contexto brasileiro.
1.5.2 Objetivos Específicos
Para cumprir o objetivo geral, são estabelecidos os
seguintes objetivos específicos:
1) Desenvolver escala de capacidade de absorção adaptada
ao contexto de pequenas e médias empresas no Brasil;
2) Aplicar a escala desenvolvida em uma amostra de
pequenas e médias empresas brasileiras nos setores de
comércio e serviços.
Com o intuito de cumprir o objetivo específico, foi
realizada uma revisão da literatura, apêndice A, desde os
estudos seminais de Cohen e Levinthal (1989) até o ano de
2014, partindo-se da escala proposta por Flatten et al. (2011) e
36
utilizando outros estudos e conceitos que se fizeram
necessários para a identificação dos itens possíveis para
compor o conjunto de itens da escala em cada uma das
dimensões da capacidade de absorção. Em seguida, foram
realizadas entrevistas com especialistas acadêmicos e gestores
para identificar ambiguidades e eliminar dificuldades de
compreensão dos itens.
Posteriormente, para a realização do objetivo específico
a escala foi aplicada em uma amostra de pequenas e médias
empresas para a análise exploratória e confirmatória dos dados
obtidos.
37
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CAPACIDADE DE ABSORÇÃO
O presente capítulo aborda a construção da Capacidade
de Absorção (ACAP). Por meio de uma revisão bibliográfica,
será apresentada a constituição do conceito, sua evolução, as
dimensões propostas e as diferentes formas de mensuração da
ACAP.
O conceito de capacidade de absorção (ACAP) surgiu
com os estudos de Cohen e Levinthal (1989) com a definição
da ACAP como um processo de aprendizagem fundamental
que consiste na capacidade da empresa em reconhecer o valor
do novo conhecimento externo, assimilá-lo e aplicá-lo para fins
comerciais. No âmbito organizacional, a ACAP pode ser
entendida como uma capacidade dinâmica que permite, às
empresas, a criação de valor para auferir e sustentar uma
vantagem competitiva por meio da gestão do conhecimento
externo. (COHEN; LEVINTHAL, 1989; CAMISÓM; FORÉS,
2010).
Outros conceitos de ACAP abordam o constructo como
uma capacidade do indivíduo e percebem a capacidade de
absorção como um aglomerado de capacidades individuais dos
empregados da organização que, em conjunto, produzem uma
competência de ordem superior objetivando a conquista da
vantagem competitiva. Neste sentido, a ACAP corresponde a
um amplo conjunto de habilidades necessárias para lidar com o
componente tácito do conhecimento a ser transferido
externamente e a necessidade de modificar esse conhecimento
permitindo à empresa lidar com ambientes de rápida mudança
(MOWERY et al., 1996; ZAHA e GEORGE, 2002).
A habilidade do indivíduo, aliada às necessidades da
organização, são identificadas por um conjunto dinâmico de
rotinas e processos organizacionais pelos quais as firmas
38
adquirem, assimilam, transformam e exploram conhecimento
para produzir uma capacitação dinâmica (ZAHA e GEORGE,
2002; TODOROVA e DURSIN, 2007).
Os próximos subtítulos identificam os estudos
subsequentes que surgiram para contribuir com o
desenvolvimento da ACAP, apresentando os conceitos,
evolução, as dimensões e as formas de mensurar a capacidade
de absorção.
2.1.1 Conceito e evolução
Os estudos seminais de Cohen e Lenvithal em 1989,
“Innovation and Learning: the two faces of R&D” introduziram
a definição da capacidade de absorção, neste primeiro
momento, os autores abordam a ACAP como um processo de
aprendizagem fundamental à organização, utilizando
indicadores proxies como gastos e investimentos em Pesquisa e
Desenvolvimento (P&D) para medir sua intensidade.
No estudo seguinte, Cohen e Levinthal (1990)
descrevem a capacidade de absorção primeiramente como um
processo baseado na capacidade de absorção individual. Desta
forma, o valor não está somente nos processos de P&D, mas,
principalmente relacionado aos aspectos cognitivos do
individuo. A partir do reconhecimento do conhecimento
prévio, o individuo se torna capaz de reconhecer o valor da
nova informação e então irá assimilá-la e aplica-la para fins
comercias (COHEN; LEVINTHAL,1990). Neste novo estudo,
os autores indicam que a ACAP não é apenas um produto de
gastos ou investimentos em P&D, mas, também, da capacidade
individual de seus empregados, agregando o nº de patentes,
conhecimento técnico dos empregados especializados para
mensurar a ACAP. Todorova e Durisin (2007) ilustraram o
modelo de proposto por Cohen e Levinthal (1990), conforme
apresentado na Figura 2.
39
Figura 2 - Modelo de Capacidade de Absorção proposto por
Cohen e Levinthal (1990)
Fonte: Adaptado de Todorova e Durisin (2007).
Como um processo cognitivo, a capacidade de absorção
da organização dependerá da capacidade individual de seus
membros em absorver conhecimento. O desempenho tardio da
ACAP provoca dificuldades na identificação e apreciação de
novas oportunidades, ocasionando uma diminuição em
desenvolvimento tecnológico, dirimindo a obtenção de
vantagem competitiva. O engajamento no processo interno de
inovação torna-se insensível às oportunidades oriundas do
ambiente externo COHEN; LEVINTHAL,1990).
Cohen e Levinthal (1990) indicam que a empresa possui
maior facilidade no aprendizado quando possui conhecimento
prévio para poder valorizar o novo conhecimento adquirido,
desta forma, as empresas com pouco ou sem conhecimento
prévio tecnológico (P&D) podem ter dificuldades em adquirir e
assimilar novos conhecimentos. Além disso, os autores
abordam a importância das redes de relacionamentos internas e
externas para reforçar o aprimoramento da capacidade de
absorção. Tanto a apropriabilidade quanto as oportunidades
tecnológicas em P&D são fatores decisivos que afetam a
aprendizagem organizacional.
40
Os regimes de apropriação, que consistem na
capacidade da empresa proteger seus conhecimento e ativos,
modelam a relação entre a capacidade de absorção realizada e a
vantagem competitiva sustentável, portanto, organizações com
regimes de apropriação inferior, incorrerão em rendimentos
inferiores de conhecimentos absorvidos (ZAHRA; GEORGE,
2002).
Lane e Lubatkin (1998) realizaram uma releitura dos
conceitos de Cohen e Levinthal (1990) e identificaram que a
capacidade de absorção deve ser analisada com base em
alianças estratégicas de dupla aprendizagem, com uma relação
professor aluno, em que há uma organização que detêm o
conhecimento, denominada no estudo “empresa professor” e
outra empresa que absorve o conhecimento, a “empresa
estudante”. O conhecimento novo transmitido pela empresa
professor é absorvido pela empresa estudante somente quando
há semelhança entre os processos, práticas, estruturas
organizacionais e quando há familiaridade da empresa
estudante com relação ao conjunto de problemas que envolvem
a empresa professor.
A habilidade de uma empresa estudante ou receptora
em aprender com a empresa professora ou remetente depende
de suas características em comum. Para Lane e Lubathin
(1998), a capacidade de absorção consiste na capacidade de
uma empresa estudante avaliar, assimilar e aplicar novo
conhecimento a partir de uma empresa professor.
Diversos autores trouxeram contribuições aos conceitos
de Cohen e Levinthal (1990). Entretanto, a reconceitualização
proposta por Zahra e George (2002), tem sido a interpretação
mais difundida. Os autores realizaram um amplo estudo com
enfoque nos processos organizacionais e definem a capacidade
de absorção como um conjunto de rotinas e processos
organizacionais pelos quais as empresas adquirem, assimilam,
41
transformam e exploram conhecimentos com o intuito de
produzir capacidade dinâmica.
Para Zaha e George (2002), a capacidade de absorção
pode ser dividida em duas naturezas que, em conjunto,
permitem a eficiência na criação de valor da organização –
capacidade potencial e realizada. A capacidade potencial
(ACAP) é definida como um recurso dinâmico relativo à
criação de conhecimento e capacidade da empresa em obter
vantagem competitiva. A segunda subclasse se refere à
capacidade realizada (RACAP) que consiste na aplicação do
conhecimento para melhorar o desempenho e produzir
vantagem competitiva.
Zahra e George (2002) ampliam o conceito de Cohen e
Levinthal (1990) propondo uma nova dimensão - a
transformação. A transformação consiste na capacidade de uma
empresa combinar os conhecimentos prévios com os
conhecimentos externos adquiridos e assimilados. O modelo de
Zaha e George (2002) melhor pode ser traduzido pela Figura 3
Figura 3que apresenta as dimensões proposta pelos autores.
Figura 3 - Modelo de Capacidade de Absorção proposto por
Zaha e George (2002)
Fonte: Adaptado de Zaha e George (2002).
42
Como visto, os estudos iniciais de Cohen e Levinthal (1990)
percebem os aspectos cognitivos do indivíduo como aspecto
fundamental à capacidade de absorção. Posteriormente os
processos organizacionais foram abordados por Zaha e George
em 2002. Entretanto, os autores colocam em segundo plano o
papel do indivíduo no desenvolvimento, implantação e
manutenção da ACAP. Lane, Koka e Pathak (2006) retomam a
relevância do indivíduo e, indicam os aspectos cognitivos
como elemento base à ACAP. Os autores sugerem que os
modelos mentais compartilhados entre os membros da
organização fornecem “insights” valiosos ao processo de
aprendizagem. O estudo propõe um novo modelo de
construção da ACAP, em que capacidade de absorção pode ser
definida como a habilidade de uma organização em reconhecer
o valor por meio da utilização de três processos sequenciais de
aprendizagem: exploratória, transformativa e exploradora (de
aplicação).
Lane, Koka e Pathak (2006) discutem a separação
proposta por Zaha e George (2002) da capacidade de absorção
em potencial e realizada. Os autores defendem que esta
separação não é possível, pois, desta forma, os resultados são
identificados em curto prazo, sem que haja a possibilidade de
um fluxo, essencial à vantagem competitiva sustentável, a qual
é uma das maiores características da ACAP. Portanto, Lane,
Koka e Pathak (2006) identificam suas dimensões que, em
conjunto e em fluxo contínuo, formam um novo modelo de
capacidade de absorção. Conforme apresentado na Figura 4, os
autores consideram em seu modelo os elementos internos e
externos que influenciam a ACAP e colocam um fluxo
contínuo com possibilidade de retorno “feedback”.
43
Figura 4 - Modelo de Capacidade de Absorção baseado em
Lane, Koka e Pathak (2006)
Fonte: Adaptado de Lane, Koka e Pathak (2006)
Assim como Lane, Koka e Pathak (2006), os autores
Todorova e Durisin (2007) indicam que a divisão da
capacidade de absorção em potencial e realizada proposta por
Zaha e George (2002), apresentara lacunas. Os autores
defendem que a divisão não é correta por não indicar qual o
papel dos dois subconjuntos para a obtenção de vantagem
competitiva. O processo de absorção do conhecimento deve ser
um processo contínuo, que segundo Todorova e Durisin
(2007), envolve “loops” e “feedback”, neste processo, o
sucesso na absorção de conhecimentos ao longo do tempo está
relacionado à influência das ações absorvidas futuras.
A Figura 5 apresenta as alterações propostas por
Todorova e Durisin (2007) que altera o modelo proposto por
Zaha e George (2002) e retoma alguns pontos do modelo
seminal de Cohen e Levinthal (1990).
44
Figura 5 - Modelo de Capacidade de Absorção baseado em
Todorova e Durisin (2007)
Fonte: Adaptado de Todorova e Durisin (2007).
Todorova e Durisin (2007) retomam os estudos
originais de Cohen e Levinthal (1990), indicando omissões e
ambiguidades no constructo original e, recolocam o
reconhecimento de valor como passo anterior à ACAP. Os
autores reconceituam os constructos de Zaha e George (2002),
advertindo que a transformação não deve preceder a aplicação,
mas sim, ser um processo alternativo a mesma. Os autores
entendem que a transformação não incide em uma
consequência como apresentam Zaha e George (2002), mas,
sobretudo, um processo alternativo à assimilação.
Quanto aos mecanismos de integração social, os autores
defendem que não só reduzem as barreiras entre assimilação e
transformação, aumentando a ACAP como indicado por Zaha e
George (2002), como também, acreditam que a influência pode
ser negativa ou positiva, afetando todos os componentes da
capacidade de absorção.
Para Jiménez-Barrionuevo, García-Morales, e Molina
(2011), a capacidade de absorção pode ser composta por quatro
45
componentes (aquisição, assimilação, transformação e
aplicação do conhecimento). Os autores retomam o conceito de
Zaha e George (2002) agrupando as capacidades em dimensões
potencial e realizada.
No entendimento de Jiménez-Barrionuevo, García-
Morales, e Molina (2011) as dimensões diferem entre uma
organização e outra, e ainda, auxiliam a explicação das
distinções no desempenho organizacional entre empresas
similares presentes no mesmo ambiente mercadológico. Neste
sentido, a partilha e aceitação de novos conhecimentos se torna
fundamental para a capacidade de absorção.
O Quadro 1 apresenta por ordem cronológica as
diferentes conceituações que trouxeram contribuições à
construção da capacidade de absorção utilizada por diferentes
autores.
Quadro 1 - Conceituações da Capacidade de Absorção
(Continua)
Autor Conceituação
Cohen e Levinthal
(1989)
Capacidade de Absorção refere-se à habilidade de
reconhecer o valor de novas informações,
assimilá-las e aplica-las para fins comerciais.
Lane e Lubatkin
(1998)
Capacidade de absorção consiste na capacidade de
uma empresa estudante avaliar, assimilar e aplicar
o novo conhecimento a partir de uma empresa
professor.
Zahra e George
(2002)
Capacidade de Absorção refere-se a um conjunto
dinâmico de rotinas e processos organizacionais
pelos quais as firmas adquirem, assimilam,
transformam e exploram conhecimento para
produzir uma capacitação dinâmica.
Lane et al (2006)
Capacidade de absorção é definida como a
habilidade de reconhecer valor, utilizando os
conhecimentos externos através dos processos de
aprendizagem exploratória, transformativa e de
aplicação.
46
Quadro 1 - Conceituações da Capacidade de Absorção
(Conclusão)
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
Zahra e George (2002) ampliam a concepção original
de ACAP definida por Cohen e Levinthal (1989) que divide a
capacidade de absorção em três dimensões: capacidade de
identificar, assimilar e explorar o conhecimento adquirido de
fontes externas, para quatro dimensões: adquirir, assimilar,
transformar e explorar. Os autores consideram que as
dimensões da ACAP podem ser divididas conforme sua
natureza em potencial (aquisição e assimilação de
conhecimento) e realizada (transformação e aplicação do
conhecimento). A nova construção de ACAP proposta por
Zaha e George (2002) possibilita que as organizações explorem
novos conhecimentos e fornecem recursos intangíveis cruciais
ao desejado desempenho superior que possibilita a vantagem
competitiva organizacional (Teece, Pisano e Shuen, 1997).
Conforme indicam Zahra e George (2002) a vantagem
competitiva é alcançada por meio da inovação e flexibilidade
estratégica. As etapas potencial e realizada definida pelos
autores possibilitam a renovação nas bases de conhecimento e
nas habilidades necessárias à competição. Portanto, as
empresas flexíveis na utilização de seus recursos são capazes
Autor Conceituação
Todorova e
Durisin (2007)
Capacidade de absorção é definida como a
capacidade de uma organização para reconhecer o
valor de novos conhecimentos, assimilá-lo e
transformá-lo, implementando e utilizando estes
conhecimentos.
Jimenez-
Barrionuevo et. al,
(2011)
Capacidade de absorção consiste na capacidade da
organização em criar valor desenvolvendo um
conjunto de rotinas e processos estratégicos
capazes de adquirir, assimilar, transformar e
explorar o conhecimento externo adquirido.
47
de identificar e reconfigurar seus recursos para a captação de
estratégias emergentes.
Com base nos conceitos de ACAP apresentados, o
conceito adotado no presente estudo é o modelo desenhado por
Zaha e George que compreende quatro dimensões consideradas
as mais representativas do constructo capacidade de absorção,
dividindo as capacidades em potencial (aquisição e
assimilação) e realizada (transformação e aplicação). Os
autores e as dimensões da capacidade de absorção propostas
serão apresentadas no subtítulo dimensões da capacidade de
absorção.
2.1.2 Dimensões da capacidade de absorção
Os primeiros estudos da capacidade surgiram com
Cohen e Levinthal em 1989 quando os autores estudaram a
capacidade que os investimentos e inovações em P&D
possuem em gerar novos conhecimentos para criação de novos
produtos. Os autores utilizavam indicadores proxies para medir
a capacidade de absorção, estes indicadores eram definidos
conforme o papel fundamental da pesquisa e desenvolvimento
na inovação e aprendizagem organizacional. A partir da análise
dos indicadores, os autores apontam o surgimento das
dimensões da ACAP: identificação (reconhecimento),
assimilação e aplicação do conhecimento externo.
A primeira definição de ACAP fornecida por Cohen e
Levinthal em 1990 indica que a ACAP consiste na habilidade
da empresa em reconhecer o valor de novas informações
externas, assimilá-las e aplicá-las para fins comerciais. A
identificação ou reconhecimento do valor é a primeira
habilidade que a empresa deve possuir. Os autores entendem
que para o reconhecimento do novo conhecimento externo é
necessário que a empresa possua um nível de conhecimento
prévio que possibilite o reconhecimento do valor do
48
conhecimento externo. A segunda dimensão proposta pelos
autores é a assimilação do conhecimento que ocorre por meio
da internalização do novo conhecimento externo adquirido. Por
fim, a terceira dimensão incide na capacidade da empresa em
comercializar o novo conhecimento assimilado, denominada
aplicação (COHEN; LEVINTHAL, 1989).
Lane e Lubatkin (1998) analisaram a capacidade de
aprendizagem em relacionamentos interorganizacionais.
Baseados nos estudos de Cohen e Levinthal (1989; 1990), os
autores indicam que a capacidade de absorção em alianças
estratégicas ocorre entre uma organização que detêm o
conhecimento, denominada no estudo “empresa professor” e
outra empresa que absorve o conhecimento, denotada “empresa
estudante”. Para os autores o processo da ACAP envolve três
dimensões que incidem sobre a habilidade do estudante avaliar,
assimilar e comercializar o conhecimento de seu professor. As
dimensões são: identificação, assimilação e aplicação do
conhecimento.
Posteriormente Zahra e George (2002) identificaram
novos constructos que permitiram a agregação de uma nova
dimensão de capacidade de absorção. Os autores definem dois
subconjuntos da ACAP que agrupam suas quatro dimensões:
capacidade potencial (aquisição e assimilação) e capacidade
realizada (transformação e aplicação).
Dentre as dimensões da ACAP surgem os mecanismos
que quando ativados desencadeiam a influência entre a fonte de
conhecimento e experiência e o potencial de absorção. Os
gatilhos de ativação são mecanismos de incentivo a resposta de
estímulos internos (estratégias organizacionais) e externos
(inovações, mudanças tecnológicas) que, quanto mais
aplicados, mais as empresas estarão suscetíveis a alcançar
recursos adicionais para a aquisição e assimilação de
conhecimentos externos gerados (ZAHA; GEORGE, 2002).
Outro mecanismo apresentado por Zaha e George (2002) são
49
os mecanismos de integração social, que aumentam a eficiência
da assimilação e capacidade de transformação reduzindo
barreiras de partilha de informação.
Lane, Koka e Pathak (2006) sugerem que a capacidade
de absorção consiste na habilidade de uma organização em
reconhecer o valor por meio da utilização de três processos
sequenciais de aprendizagem: exploratória, transformativa e
explotativa (de aplicação).
O primeiro processo sequencial exploratório de
aprendizagem ocorre na medida em que a organização se torna
capaz de reconhecer e compreender melhor o valor nos
conhecimentos potenciais disponíveis. A aprendizagem
transformativa, segundo processo, permite a assimilação de
novos conhecimentos valiosos. E, por fim, a organização
dispõe da capacidade explotativa (de aplicação) quando utiliza
a assimilação do conhecimento existente, possibilitando
benefícios comerciais e a criação de novos conhecimentos. A
capacidade explotativa pode ser descrita como a aplicação do
novo conhecimento obtido (LANE; KOKA; PATHAK, 2006).
Os conceitos de Cohen e Levinthal (1990) foram
redesenhados por Zaha e George (2002). Todorova e Durisin
(2007) realizaram um novo estudo avaliando as alterações
realizadas e, em sua análise, os autores perceberam lacunas e
ambiguidades nas novas propostas de Zaha e George (2002).
Os autores apresentam uma nova proposição para as dimensões
da ACAP, retomando a primeira dimensão: reconhecimento de
valor, apresentada inicialmente nos estudos de Cohen e
Levinthal (1990). Os autores consideram que, sem o aspecto
cognitivo do indivíduo, as organizações não são capazes de
avaliar as novas informações (reconhecer o valor) e, desta
forma, não são capazes de absorver o novo conhecimento,
essencial principalmente em ambientes dinâmicos.
Todorova e Durisin (2007) indicam que a
transformação do conhecimento não deva ser um processo
50
seguinte à assimilação, mas sim, um processo alternativo, que
se une à assimilação por diversos caminhos, propondo um ciclo
que possibilita capturar o dinamismo e a complexidade do
fenômeno. Desta forma, a proposição dos ciclos inviabiliza a
conjectura de Zaha e George (2002), dividindo as dimensões
em potencial e realizada.
Cadiz, Sawyer e Griffith (2009) realizaram um estudo
propondo uma nova forma de mensuração da capacidade de
absorção, em seu estudo, desenvolveram seu próprio
entendimento das dimensões da ACAP com base nos estudos
seminais de Cohen e Levinthal (1990), dividindo a ACAP em
três dimensões: avaliação (identificação e filtragem de
informações valiosas), assimilação (conversão de novos
conhecimentos em conhecimento utilizável) e aplicação (uso
de conhecimento).
Para Jiménez-Barrionuevo, García-Morales, e Molina
(2011), a aquisição consiste na capacidade da empresa em
localizar, identificar, avaliar e adquirir conhecimento externo.
Para os autores, a concepção da ACAP consiste nas etapas da
investigação em forma de assimilação que, representa a
compreensão de conhecimento proveniente de fora da
organização e pressupõe a combinação das experiências
anteriores com novos conhecimentos, resultando no processo
de transformação e aplicação do conhecimento novo. Os
autores mantiveram as quatro dimensões da capacidade de
absorção discutidas nos estudos de Zaha e George (2002),
reforçando as dimensões: aquisição, assimilação,
transformação e aplicação do conhecimento. Separando a
capacidade em potencial e realizada.
Diferentes estudos proporcionaram o desenvolvimento,
discussão e a evolução do conceito da ACAP. O Quadro 2
demonstra as diferentes dimensões da capacidade de absorção
utilizada por diferentes autores que contribuíram para o
constructo.
51
Quadro 2 -Dimensões da Capacidade de Absorção
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
No presente estudo será utilizada a divisão das
capacidades proposta por Zaha e George (2002) em que as
dimensões “aquisição” e “assimilação” compõem a capacidade
potencial e as dimensões “transformação” e “aplicação”,
integram a capacidade realizada. Os autores que propuseram
Autor Dimensões da Capacidade de Absorção
Cohen e
Levinthal (1989)
Determinada por meio de três dimensões:
identificação (reconhecimento), assimilação e
aplicação do conhecimento.
Lane e Lubatkin
(1998)
Determinada por meio de três dimensões:
identificação, assimilação e aplicação do
conhecimento.
Zahra e George
(2002)
Determinada por meio de quatro dimensões:
aquisição e assimilação (capacidade de absorção
potencial); transformação e aplicação (capacidade
de absorção realizada).
Lane, Koka e
Patack (2006)
Determinada por meio de três processos de
aprendizagem: exploratória, transformativa e
explotativa ou de aplicação.
Todorova e
Durisin (2007)
Determinada por meio de quatro dimensões:
reconhecimento de valor, aquisição de
conhecimento externo, assimilação e/ou
transformação de conhecimento entre firmas e
aplicação do conhecimento.
Cadiz, Sawyer e
Griffith (2009)
Determinada por meio de três dimensões: avaliação
(identificação e filtragem de informações valiosas),
assimilação (conversão de novos conhecimentos em
conhecimento utilizável) e aplicação (uso de
conhecimento).
Jimenez-
Barrionuevo et
al.,
(2011)
Determinada por meio de quatro dimensões:
aquisição e assimilação de conhecimento externo
(capacidade de absorção potencial); transformação
do conhecimento prévio com o novo e aplicação do
novo conhecimento (capacidade de absorção
realizada).
52
suas dimensões para ACAP foram alocados nas capacidades:
potencial e realizada, para fins de comparação entre estudos.
2.1.2.1 Capacidade Potencial
A capacidade da empresa em encontrar e utilizar novos
conhecimentos depende da capacidade de absorção de seus
funcionários e a percepção do conhecimento relevante a ser
absorvido. As organizações dependem do conhecimento dos
indivíduos para analisar e avaliar os possíveis conhecimentos
relevantes, entretanto, a capacidade de absorver novos
conhecimentos não depende somente das capacidades
individuais dos funcionários, a organização como um todo
deve perceber quais os tipos de conhecimentos e experiências
são mais raros e valiosos do que outros. Muitas empresas
tendem a absorver novos conhecimentos, quando são mais
fáceis e baratos, contudo, o conhecimento mais raro é o
conhecimento que deve gerar a vantagem competitiva
(TODOROVA, DURISIN, 2007).
Quando uma empresa utiliza a capacidade de absorção
em situação específica, assimilando e aplicando
comercialmente os conhecimentos externos em seus processos
internos, ocorre a capacidade de absorção potencial (LANE;
KOKA; PATAK, 2006).
A capacidade potencial (PACAP) consiste na
capacidade da empresa em adquirir valor externo por meio da
construção multidimensional envolvendo a capacidade
assimilar, criar valor e aplicar o conhecimento. Os autores
apontam que a PACAP indica a combinação de esforços e
bases de conhecimento (ZAHA; GEORGE, 2002).
As etapas da capacidade potencial levam à renovação
das bases de conhecimento e das habilidades necessárias que
uma empresa necessita para competir em mercados de
constantes mudanças. As empresas que são flexíveis no uso de
53
seus recursos e capacidades podem reconfigurar suas bases de
recursos para capitalizar oportunidades estratégicas emergentes
(FLATTEN et al., 2011).
Camisón e Forés (2010) afirmam que as duas
dimensões da PACAP devem ser estudadas em separado,
contudo, executam papel complementar. Portanto, em
sequência serão apresentadas as quatro dimensões da
capacidade de absorção demonstrando sua
complementariedade conforme proposto por Zaha e George
(2002).
Aquisição – Esta dimensão foi originalmente
identificada por Cohen e Levinthal em 1990, com a
denominação: reconhecimento de valor do conhecimento,
pesquisadores subsequentes utilizaram a denominação
aquisição. A aquisição incide na capacidade que a empresa
possui em identificar e adquirir os conhecimentos externos às
suas atividades. Em relações de alianças estratégicas, a
aquisição consiste na capacidade de compreender o
conhecimento referente à relação de confiança entre as partes, a
compatibilidade cultural, a base de conhecimento e a relação
entre o negócio das partes. Quanto mais esforço for realizado,
mais rápido a empresa constrói capacidades. Os esforços
despendidos possuem três atributos que podem influenciar a
ACAP: intensidade, velocidade e direção. As empresas não
conseguem aplicar o conhecimento externo, sem antes adquiri-
lo (ZAHA e GEORGE, 2002; JIMENEZ-BARRIONUEVO et
al., 2011).
O Quadro 3 apresenta a capacidade potencial –
aquisição, com os principais conceitos transmitidos por seus
autores:
54
Quadro 3 - Capacidade de Absorção Potencial - Aquisição Capacidade Potencial: Aquisição de conhecimento
Cohen e
Levinhal (1990)
A empresa só reconhece o valor de um novo
conhecimento externo quando possui algum
conhecimento prévio que possibilite a identificação
e aquisição deste novo conhecimento.
Lane e Lubatkin
(1998)
Habilidade da empresa em adquirir os
conhecimentos externos a fim de facilitar o
desenvolvimento das próprias capacidades.
Zaha e George
(2002)
Capacidade que a empresa possui em identificar e
adquirir os conhecimentos externos às suas
atividades.
Lane; Koka;
Pathak, (2006)
Processo pelo qual a organização se torna capaz de
reconhecer e compreender melhor o valor nos
conhecimentos potenciais disponíveis (capacidade
exploratória).
Cadiz, Sawyer e
Griffith (2009)
Capacidade de identificar e filtrar o conhecimento
que será valioso (avaliação).
Jimenez-
Barrionuevo et
al.,
(2011)
Capacidade da empresa para localizar, identificar,
avaliar e adquirir os conhecimentos externos
importantes para o desenvolvimento de suas
operações.
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
Assimilação - Conjunto de rotinas e processos que
permitem à organização interpretar as informações obtidas de
fontes externas. A empresa precisa avaliar o conhecimento
externo por meio de suas próprias rotinas específicas, a
compreensão proporciona assimilação do conhecimento que
possibilita à empresa processar e internalizar o conhecimento
gerado externamente. O processo de assimilação possui um
contexto específico impedindo a replicação do conhecimento
gerado. A capacidade de assimilar novos conhecimentos
depende da flexibilidade e adaptabilidade, o apoio da gestão,
treinamento, objetivos formais e especialização das partes
envolvidas, possibilitando a troca de conhecimento. Para
assimilar os conhecimentos e obter vantagens, os membros da
organização devem primeiramente interpretar e compreender o
55
conhecimento para então assimila-lo (ZAHA e GEORGE,
2002; JIMENEZ-BARRIONUEVO et al., 2011).
O Quadro 4 apresenta a capacidade potencial –
assimilação, com os principais conceitos transmitidos por seus
autores:
Quadro 4 - Capacidade de Absorção Potencial - Assimilação Capacidade Potencial: Assimilação de conhecimento
Cohen e
Levinhal
(1990)
Capacidade da empresa em assimilar o novo
conhecimento por entendê-lo como essencial à
organização.
Lane e
Lubatkin
(1998)
Habilidade em processar o novo conhecimento, o
modificando em relação aos sistemas estabelecidos,
permitindo o processamento do conhecimento
absorvido na aprendizagem, promovendo a vantagem
competitiva sustentável.
Zaha e George
(2002)
Conjunto de rotinas e processos que permitem à
organização interpretar as informações obtidas de
fontes externas.
Lane; Koka;
Pathak, (2006)
Processo pelo qual a organização assimila os novos
conhecimentos valiosos (capacidade transformativa).
Cadiz, Sawyer
e Griffith
(2009)
Processo pelo qual a organização organiza o
conhecimento adquirido cognitivamente para torná-lo
em conhecimento acessível para uso futuro.
Jimenez-
Barrionuevo et
al.,
(2011)
Capacidade da empresa em compreender, analisar,
classificar, processar, interpretar, internalizar e
entender o conhecimento (ou informação) externo à
organização.
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
2.1.2.2 Capacidade Realizada
Zaha e George (2002) apontam que a capacidade de
absorção potencial indica a combinação de esforços e bases de
conhecimento, após adquirir e assimilar o valor externo, as
organizações utilizam de sua capacidade realizada (RACAP),
transformando e explorando seus recursos para a produção de
capacidade dinâmica.
56
Transformação – A capacidade de transformação é a
internalização e a conversão dos novos conhecimentos
adquiridos e assimilados. Combina conhecimentos existentes
com novos conhecimentos adquiridos e consiste na capacidade
de reconhecer conjuntos de informação e combiná-las para
alcançar novas estruturas cognitivas. Esta capacidade está
relacionada com o reconhecimento de oportunidades
empresariais. Os recursos de transformação permitem que as
empresas desenvolvam novos processos ou adicionem
alterações nos processos existentes. A transformação incide na
habilidade de uma empresa em reconhecer dois conjuntos de
informações aparentemente incongruentes e combiná-los para
se chegar a uma nova informação (ZAHA e GEORGE, 2002;
JIMENEZ-BARRIONUEVO et al., 2011; FLATTEN et al.,
2011).
O Quadro 5 apresenta a capacidade realizada -
transformação, com os principais conceitos transmitidos por
seus autores:
Quadro 5 - Capacidade de absorção realizada - Transformação
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
Aplicação - A capacidade de aplicação do
conhecimento possibilita a criação ou melhoria de novos bens,
sistemas, processos, formas organizacionais e também
competências. Os recursos de aplicação são utilizados para
Capacidade Potencial: Transformação de conhecimento
Zaha e George
(2002)
Capacidade de a empresa desenvolver e refinar as
rotinas, facilitando a combinação de conhecimentos
existentes e os recém-adquiridos e assimilados,
gerando novos insights, facilitando o reconhecimento
de oportunidades.
Jimenez-
Barrionuevo et
al.,
(2011)
Capacidade da empresa em facilitar a transferência e
a combinação de conhecimento prévio com o
conhecimento assimilado recém-adquirido.
57
converter conhecimentos em novos produtos para melhorar o
desempenho e vantagem competitiva. A aplicação de
informações dependerá das capacidades técnicas da empresa.
Quanto maior a capacidade técnica da empresa, maior sua
capacidade em compreender e assimilar o conhecimento
externo. A aplicação versa no desenvolvimento de rotinas para
aplicação dos conhecimentos, criação de novos produtos,
sistemas e processos, melhoria das competências existentes, ou
até mesmo criação de novas competências. A aplicação é uma
dimensão estratégica às empresas, demonstrando sua
capacidade em gerar resultados após os esforços em adquirir,
assimilar e transformar o novo conhecimento (ZAHA e
GEORGE, 2002; JIMENEZ-BARRIONUEVO et al., 2011;
FLATTEN et al., 2011).
O Quadro 6 apresenta a capacidade realizada –
aplicação, com os principais conceitos transmitidos por seus
autores:
Quadro 6 - Capacidade de absorção realizada – Aplicação
(Continua) Capacidade Potencial: Aplicação de conhecimento
Cohen e
Levinthal
(1990)
Capacidade de a empresa aplicar o novo
conhecimento adquirido.
Lane e
Lubatkin
(1998)
Habilidade de aplicar comercialmente os novos
conhecimentos adquiridos para alcançar os objetivos
da organização.
Zaha e George
(2002)
Rotinas que permitem às empresas aperfeiçoar,
estender e alavancar competências existentes em suas
operações, ou ainda, criar novas competências.
Lane; Koka;
Pathak, (2006)
Processo pelo qual a organização o utiliza a
assimilação do conhecimento existente possibilitando
benefícios comerciais e a criação de novos
conhecimentos (capacidade explotativa).
Quadro 6 - Capacidade de absorção realizada – Aplicação
(Conclusão)
58
Capacidade Potencial: Aplicação de conhecimento
Cadiz, Sawyer
e Griffith
(2009)
Capacidade de assimilar o novo conhecimento,
reconhecendo uma situação em que o conhecimento
possa ser explorado e utilizado.
Jimenez-
Barrionuevo et
al.,
(2011)
Capacidade da empresa em incorporar o
conhecimento adquirido, assimilado e transformado
em suas operações e rotinas para aplicação e uso da
empresa.
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
As organizações podem desenvolver habilidades para
adquirir e assimilar o conhecimento externo (PACAP),
entretanto, estas duas dimensões isoladas não são capazes de
transformar e aplicar este conhecimento, transformando-o em
vantagem competitiva. Portanto, os dois subconjuntos de
ACAP são essenciais, contudo, isolados são insuficiente na
geração de valor para a empresa (CAMISÓN e FÓRES, 2010).
Cada dimensão desempenha um papel diferente, porém
complementar, esclarecendo como a capacidade de absorção
pode influenciar os resultados da organização. As quatro
dimensões da ACAP são combinadas em dois subconjuntos
com diferentes potenciais para a criação de valor - capacidade
de absorção potencial e realizada. Como visto, a capacidade
potencial permite que a empresa seja receptiva ao
conhecimento externo, adquirindo, analisando, interpretando e
compreendendo as informações. A capacidade realizada reflete
a capacidade da empresa em transformar e explorar os novos
conhecimentos, incorporando o novo conhecimento ao
existente, em suas operações. Esta capacidade é, portanto,
determinada pelas dimensões da transformação e aplicação do
conhecimento (JIMENEZ-BARRIONUEVO et al., 2011).
As quatro dimensões da ACAP, em conjunto, permitem
que as empresas explorem novas descobertas e conhecimentos,
proporcionando recursos intangíveis essenciais à melhoria no
desempenho da empresa e atuam como uma ferramenta
59
importante para obtenção da vantagem competitiva sustentável
(FLATTEN et al., 2011).
2.2 MEDIDAS E ESCALAS DA CAPACIDADE DE
ABSORÇÃO
O desenvolvimento e manutenção da capacidade de
absorção é fator essencial para o sucesso e sobrevivência de
uma empresa em longo prazo. A ACAP possibilita a empresa
reforçar, complementar ou reorientar as bases de conhecimento
organizacionais. Portanto, a possibilidade de mensurar a ACAP
nas empresas se torna fundamental para a sobrevivência e
obtenção de vantagem competitiva sustentável.
As medidas ACAP proporcionam uma ferramenta útil
para a avaliação das forças e fraquezas da capacidade de
absorção na organização, proporcionando comparação entre
outras organizações concorrentes, possibilitando a identificação
dos pontos relevantes em que os gestores devem direcionar
seus esforços, além de promover a oportunidade de maiores
investimentos, permitindo melhorias no desempenho para
garantir a vantagem competitiva. No contexto acadêmico, as
medidas podem servir, ainda, como uma base para a
comparação dos resultados entre estudos e configurações de
pesquisa, tornando possível compreender o valor acrescentado
de ACAP como uma construção, contribuindo para sua
conceituação (ENGELMAN et al., 2010; FLATTEN et al.,
2011).
A mensuração da construção da capacidade de absorção
ocorre pelo desenvolvimento de mecanismos que a
representem, Schmidt (2009) apresenta em seu estudo os
diferentes métodos quantitativos e qualitativos de mensuração
aplicados ao constructo. O autor divide os indicadores em
quantitativos (proxies e instrumentos de percepção) e
qualitativos (estudos de caso únicos ou múltiplos). Os
60
indicadores proxies possuem a característica de utilização de
dados únicos ao nível da empresa para medir a capacidade de
absorção, utilizando entrada-orientada (esforços em P&D,
capital humano em P&D) ou saída-orientada (patentes e
publicações de P&D). Os instrumentos de percepção são
realizados por meio de questões aplicadas ao nível operacional.
Uma vasta revisão da literatura nas principais bases de
dados (Web of Science, SCOPUS, SAGE Journals Online,
ScienceDirect, Oxford Journals, Gale Academic OneFile,
Emerald Insight, Cambridge Journals Online, Applied Social
Sciences Index and Abstracts (ASSIA) (ProQuest), Wiley
Online Library e SocINDEX) foi realizada no período
compreendido entre 1990, início dos estudos de capacidade de
absorção, até o ano de 2014. No estudo, buscou-se identificar a
evolução do constructo e sua respectiva mensuração.
Utilizando a palavra “absorptive capacity” identificamos um
total de 146 artigos que foram separados em: ensaio teórico,
estudo qualitativo, medida proxy, escala quantitativa e escala
ACAP – multidimensional.
O ensaio teórico se refere à construção da capacidade
de absorção na literatura, conceitos desenvolvidos e
construções teóricas que surgiram para enriquecer o constructo.
As formas de mensuração da ACAP serão tratadas adiante e
foram divididas em: a) estudo qualitativo: consiste na forma
qualitativa de mensurar a ACAP; b) medida proxy: refere -se a
forma de mensuração da ACAP utilizando instrumentos de
medidas como número de patentes, nº de empregados
direcionados à área de P&D, intensidade de gastos ou
investimentos em P&D, entre outros; c) escalas quantitativas:
representam as medidas de percepção unidimensionais e
componentes únicos e, por fim, d) escala multidimensional:
método identificado como o método de mensuração mais
completo que une todas as especificidades da capacidade de
absorção.
61
Conforme apresenta o Gráfico 1, que indica a
frequência dos tipos de estudos da ACAP, a revisão literária
identificou 146 artigos que foram divididos em: 38 ensaios
teóricos, que procuraram o desenvolvimento e melhoria dos
conceitos de capacidade de absorção; 19 artigos que analisaram
casos específicos em profundidade e ao longo de um período
de forma qualitativa; 38 artigos que utilizaram proxies que
mensuram de forma quantitativa a ACAP; 20 artigos
abordaram a ACAP por meio de instrumentos de percepção
utilizando o conceito ACAP unidimensional ou como um
componente único, os quais estão identificados como escala
quantitativa no gráfico e, por fim, 31 artigos utilizaram o
desenvolvimento de escalas multidimensionais. Das escalas
multidimensionais, 12 escalas foram desenvolvidas e 19 foram
replicações das escalas já desenvolvidas em estudos anteriores.
Gráfico 1 - Artigos de capacidade de absorção de 1990 a 2014
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
As medidas proxies tiveram sua utilização a partir de
1990 com os estudos de Cohen e Levinhal, utilizando métricas
de gastos em P&D para mensuração da ACAP. As escalas
multimensionais surgiram da necessidade de um mecanismo
62
que capture a capacidade de absorção em toda sua
complexidade. Portanto, as escalas multidimensionais ACAP
tornaram-se mais utilizadas ao longo do tempo, sendo o
método mais utilizado de mensuração da ACAP, no ano de
2014, com 47,6% dos artigos produzidos do ano de 2014
abordando o desenvolvimento ou replicação das escalas
multidimensionais.
O Gráfico 2 apresenta um panorama da quantidade de
estudos proxies e escalas multidimensionais produzidas de
2009 a 2014.
Gráfico 2 - Artigos de proxies e escalas multidimensionais de
2009 a 2014.
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
Os subtítulos seguintes abordam as diferentes formas de
mensuração da capacidade de absorção introduzidas neste
tópico, indicando suas especificações, aplicação e frequência
de uso.
2.2.1 Estudos de caso
63
Os métodos qualitativos utilizados na mensuração da
capacidade de absorção consistem nos estudos de caso, que
podem ser únicos ou múltiplos (SCHIMDT, 2009). O estudo de
caso único apresenta somente um caso a ser analisado, por
exemplo, o estudo de Uotila, Harmaakorpi e Melkas (2006),
que aborda a importância da capacidade de absorção na
inovação em um estudo de caso único na região Lahti, na
Finlândia. A região foi escolhida por ser a líder em inovação no
país. O conceito de visão baseada em recursos é utilizado no
estudo para identificação dos recursos existentes na promoção
das capacidades de inovação e absorção na região para a
ascensão do desenvolvimento e inovação.
O estudo de caso múltiplo ocorre em mais de uma
empresa, como no estudo de Fernández, Limón e Morales
(2012), em que a capacidade de absorção foi analisada em três
empresas da indústria de eletroeletrônicos no estado de
Tamaulipas, no México. O objetivo do estudo foi a verificação
das mudanças recentes realizadas em vários indicadores, como
a geração de emprego e índices de produtividade, com base em
dados dos últimos três censos econômicos.
O presente estudo realizou uma revisão bibliográfica
nas principais bases de dados, abrangendo os anos de 1990 a
2014, identificando um total de 19 artigos com a abordagem de
estudo de caso: Cuellar e gallivan (2006); Uotila, Harmaakorpi
e Melkas (2006); Balbinot e Marques (2009); Mcadam et al.
(2009); Ouimet, M. et al. (2009); Berta et al. (2010); Newey
(2010); Melkas, Uotila, Kallio (2010); Steer e Wathne (2010);
Cantner e Joel (2011); Biesma et al. (2012); Fernández, Limón
e Morales (2012); Enkel e Mezger (2013); Larkin e Burgess
(2013); Rose et al. (2013); Sié e Yakhlef (2013); Bengoa e
Kaufmann (2014); Bradford e Saad (2014); Manfreda et al.
(2014).
A revisão literária nos permite identificar que os
estudos de caso possuem pouca ocorrência, de um total de 146
64
artigos encontrados, apenas 13% utilizavam estudo de caso
como método de pesquisa. Como mostra o Quadro 7, o estudo
de caso teve maior utilização nos últimos 8 anos. O fato de ser
um método novo na análise da ACAP justifica sua pouca
representatividade.
Quadro 7 - Estudos de caso nos últimos 10 anos Estudo de Caso nos últimos 10 anos
Ano 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Total 2 0 0 3 4 1 2 4 3
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
A utilização dos métodos qualitativos aplicados à
ACAP é importante, pois fornece um histórico do
desenvolvimento do constructo e suas alterações ao longo do
tempo, com base em diferentes modelos teóricos. Contudo, os
modelos analisam a evolução histórica da ACAP por um longo
período e não focam na mensuração da ACAP em si, da
intensidade e variações da utilização da capacidade de absorção
ao longo do tempo (SCHMIDT, 2009).
Há ainda a falta de pesquisas que explorem as
características da capacidade de absorção como um todo. A
maioria dos autores utiliza o constructo de forma estática, não
explorando a complexidade de seu conceito. Os modelos
analíticos não contemplam a multidimensionalidade da ACAP.
Os estudos da ACAP de forma dinâmica requerem o uso de
métodos de pesquisa longitudinais e modelos de processos, que
permitam a investigação do ritmo e caminhos de mudança. Os
métodos qualitativos buscam medidas subjetivas que captem a
essência do conceito, contudo, os processos isolados, aplicados
em situações específicas, não conseguem capturar a
multidimensionalidade da ACAP (VOLBERDA, FOSS, LYES,
2010; DUCHECK, 2013).
65
2.2.2 Indicadores proxy
Os indicadores proxies de entrada orientada
(intensidade de P&D) foram utilizados inicialmente nos
estudos de Cohen e Levinthal, em 1989. Os autores
identificaram que os esforços (gastos e investimentos) em P&D
geram inovações e promovem a capacidade da empresa em
identificar, assimilar e explorar o conhecimento externo.
Cohen e Levinthal (1990) sugerem que a capacidade de
absorção da empresa depende da capacidade de absorção
individual dos funcionários desta empresa, esforços P&D em
capital humano surgem pela necessidade de informações
relevantes referentes à qualidade do trabalho P&D. A forma de
mensuração do capital humano em P&D ocorre por: cálculo do
número de funcionários alocados no P&D, percentual de pós-
graduados realizando atividade de P&D, proporção de P&D em
pesquisa básica (VEUGELERS, 1997), número de funcionários
alocados que se dedicam à P&D (MUROVEC e PRODAN,
2009), grau de funcionários que são incumbidos nas atividades
de P&D. (MUSCIO, 2007).
Os indicadores de saída orientada são compostos por
patentes e publicações. Schmidt (2009) sugere que, para obter
uma patente, a empresa precisa demonstrar algum grau de
novidade que reflita uma mudança na própria base de
conhecimento, representam um marco no progresso da empresa
em descoberta e inovação. Patentes, portanto, codificam a
aprendizagem que ocorreu na empresa, revelando sua
capacidade de compreender, assimilar e aplicar o conhecimento
externo. Um método de mensurar a saída orientada é o número
de publicações acadêmicas (COCKBURN; HENDERSON,
1998) ou o número de patentes e intensidade de P&D
(MOWERY et al,1996) ou o nível de pessoal pós-graduado
realizando atividade de P&D (VEUGELERS, 1997).
66
Flatten et al. (2011) apresentou, em seu estudo, uma
tabela com os artigos que utilizaram indicadores proxy para
mensuração da ACAP, expondo os autores, tópicos de pesquisa
e indicadores utilizados nos estudos, com dados de artigos
publicados até 2007. Os dados foram atualizados neste
trabalho, com artigos publicados até 2014. O resultado é
definido no Quadro 8 contendo as diversas proxies utilizadas
desde os estudos seminais de Cohen e Levinthal (1989) até
2014 para quantificar a capacidade de absorção utilizando
medidas proxy.
Quadro 8 - Estudos que utilizaram proxies para mensurar a
capacidade de absorção (Continua)
Tópicos de Pesquisa Proxy Autores
Investimentos em P&D Intensidade de P&D Cohen e
Levinthal (1989)
Influência dos processos
de gestão de TI com
relação ao uso de TI em
grandes empresas
Gestão do
Conhecimento de TI
Boynton, Zmud,
and Jacobs
(1994)
Transferência de
tecnologia e capacidade
nacional de inovação
Os investimentos em
educação superior,
técnica e acadêmica
Mowery e Oxley
(1995)
Alianças estratégicas e
transferência de
conhecimento na firma
Patentes e intensidade
de P&D
Mowery et al.
(1996)
Nível de atividades
inovativas
Funcionários alocados
no P&D, pós-graduados
realizando atividade de
P&D, proporção de P&D
em pesquisa básica
Veugelers (1997)
Investimentos na
indústria chinesa.
Investimentos em
trabalhadores de P&D
Liu e White
(1997)
67
Quadro 8 - Estudos que utilizaram proxies para mensurar a
capacidade de absorção (Continua) Tópicos de Pesquisa Proxy Autores
Produtividade de P&D
Número de
publicações
acadêmicas
Cockburn e
Henderson (1998)
Forma de organização e
habilidade
Sistemas de
incentivos
Vandenbosch,
Volberda, e De Boer
(1999)
Sucesso da planta de
produtos
Produtividade e
qualidade do
trabalho
Mukherjee,
Mitchell, e Talbot
(2000)
Aprendizagem Intensidade de
P&D
Meeus, Oerlemans e
Hage (2001)
Aquisição tecnológica e
desempenho da firma
Número de
patentes
Ahuja e Katila
(2001)
Desenvolvimento de novos
produtos
Intensidade de
P&D
Stock, Greis, e
Fischer (2001)
Desempenho da firma e
sucesso nas inovações
Intensidade de
P&D Tsai (2001)
Inovações geradas pela
firma
Intensidade de
P&D Oltra e Flor (2003)
Desenvolvimento da ACAP
Potencial em nível de
gestão
Gestão do
conhecimento
(fluxos de
informações)
Lenox e King
(2004)
Heterogeneidade em
cooperações de P&D I
Intensidade de
P&D
Belderbos, Carree,
Diederen, Lokshin,
e Veugelers (2004)
Fatores que afetam a
inovação radical
Intensidade de
P&D e capacidade
técnica pessoal
Carlo et al. (2006)
Relação entre as atividades
de transferência de
tecnologia e desempenho
da inovação
Intensidade de
P&D Guan et al (2006)
Sucesso nas inovações Gestão de
Recursos Humanos Vinding (2006)
68
Quadro 8 - Estudos que utilizaram proxies para mensurar a
capacidade de absorção (Continua)
Tópicos de Pesquisa Proxy Autores
Efeitos das operações
em pequenas e médias
empresas
Grau de funcionários
que são incumbidos de
P&D
Muscio (2007)
Intensidade de
exportação das filiais
estrangeiras
Nível salarial das
empresas estrangeiras
em relação ao nível
das empresas
nacionais
Nielsen e Pawlik
(2007)
Apoio organizacional e
influência da ACAP no
desempenho da TI
sistema ERP
Grau em que os
funcionários
compreendem o ERP
Park, Suh e Yang
(2007)
Impacto da ACAP na TI
para produzir inovação
Gestão do
Conhecimento de TI
Den, Doll e Cao
(2008)
Inovações geradas pela
firma em processos e
produtos "outputs"
Treinamento de
pessoal relacionado e
intensidade de P&D
Murovec e Prodan
(2009)
Relações entre
concorrentes
estrangeiras
Intensidade de P&D,
nº de patentes
Li e Vanhaverbekei
(2009)
Efeitos da ACAP nas
fontes estratégicas e
formas de alianças para
o desempenho da
empresa
Intensidade de P&D e
capacidade técnica
pessoal
Lee, Liang e Liu
(2010)
Identificação das fontes
de P&D que promovem
ACAP
Intensidade de P&D
Rodrıguez-
Castellanos,
Hagemeister e
Ranguelov (2010)
Efeito de atividades de
P&D, recursos humanos
e gestão do
conhecimento.
Intensidade de P&D,
nº de empregados em
P&D.
Schmidt (2010)
69
Quadro 8 - Estudos que utilizaram proxies para mensurar a
capacidade de absorção (Continua)
Tópicos de Pesquisa Proxy Autores
Produção do conhecimento
externo
Qualificação e
função do pessoal
de P&D
Spithoven e
Teirlinck
(2010)
Papel da capacitação tecnológica
na inovação de produtos
Capacidade
tecnológica
Zhou e Wu
(2010)
ACAP em projetos de redes Nº de projetos e
simulações
Unsal e Taylor
(2011)
Intensidade da ACAP entre
empresas inovadoras x não
inovadoras
Intensidade de
P&D
Lhuillery
(2011)
Análise estratégica para
liderança tecnológica
Intensidade de
P&D, nº de
patentes
Smeets e
Boskerb
(2011)
Investimentos em P&D Intensidade de
P&D Hadj (2012)
Evidência de atividades
inovativas
Intensidade de
P&D
Huang e Rice
(2012)
Implicações da terceirização nas
inovações tecnológicas
Investimentos em
novos produtos e
mercados
Weigelt e
Sarkar (2012)
Acesso aos processos de
aprendizagem para centros de
tecnologia (TCs) ou institutos de
investigação industrial
Nº de empregados,
acesso e
intensidade de
P&D
Hervas-Oliver
et al. (2012)
Aprendizagem
interorganizacional
Intensidade de
P&D, nº de
patentes.
Schildt, Keil e
Maula (2012)
Desenvolvimento de capacidade
tecnológica
Intensidade de
P&D Ayari (2013)
Diferenças entre cooperação e
inovação nacional e internacional
entre 5 países
Intensidade de
P&D
Arvanitis ·
Thomas Bolli
(2013)
Interação entre universidades e
indústrias
Intensidade de
P&D
Azagra-Caro,
Pontikakis e
Varga (2013)
70
Quadro 8 - Estudos que utilizaram proxies para mensurar a
capacidade de absorção (Conclusão)
Tópicos de Pesquisa Proxy Autores
Fluxos de conhecimento e
inovação
Intensidade de
P&D, nº de
patentes
Mukherji e
Silberman (2013)
Investimento de P&D é
crucial na aprendizagem
Intensidade de
P&D Daí e Yu (2013)
Benefícios inovativos da
colaboração com os
concorrentes
Intensidade de
P&D
Ritala e
Hurmelinna-
Laukkanen (2013)
Capacidade dos
concorrentes em extrair
informações sobre
inovações
Intensidade de
P&D, nº de
empregados em
P&D
Hurmelinna-
Laukkanen e
Puumalainen
(2013)
Impacto da ACAP no
desempenho
Intensidade de
P&D
Harris e Moffat
(2013)
ACAP em P&D na
terceirização promove
inovação
Intensidade de
P&D
Bertrand e Mol
(2013)
Criação de valor em
mercados tecnológicos Nº de Patentes
Ceccagnoli e Jiang
(2013)
Relevância da P&D no
desempenho
Intensidade de
P&D
Asdemir,
Baowaidan e
Bugshan (2013)
Desenvolvimento de
tecnologia melhora a
competência
Nº de empregados
e intensidade de
P&D
Eriksson,
Malmsköld e
Svensson (2014)
Cooperação para
desenvolvimento de P&D
Intensidade de
P&D
Egbetokun e Savin
(2014)
Aprendizagem nas empresas
emergentes Nº de Patentes Miao e Song (2014)
Influencia da ACAP no
desempenho inovador
Intensidade de
P&D, nº de
patentes
Moon (2014)
Fonte: Elaborado pela autora (2015), baseado em Flatten et al
(2011).
71
Flatten et al. (2011) advertem que a utilização de
proxies, instrumentos estáticos, não está alinhada à natureza
dinâmica do constructo ACAP. Os indicadores de entrada-
orientada isolados não são considerados a melhor alternativa
para medir a capacidade de absorção, pois, a capacidade de
absorção consiste em recursos complexos e incorporados que
devem ser analisados em conjunto. Desta forma, medidas
unidimensionais e quantitativas de P&D não podem atender a
complexidade da construção.
Alguns fatores sugerem que os indicadores proxies são
problemáticas por tratarem a capacidade de absorção com um
recurso estático e não como um processo dinâmico, deixando
de evidenciar a complexidade do constructo. ACAP consiste
em um complexo de recursos aliados e destinados à obtenção
de vantagem competitiva e, portanto, medidas unidimensionais
e quantitativas de P&D, unicamente, não conseguem atender à
riqueza da construção do conceito (LANE; KOKA e
PATHAK, 2006; CAMISÓN e FÓRES, 2010; DUCHECK,
2013).
Flatten et al. (2011) mencionam que os gastos em P&D
e as patentes geradas não são a única fonte do constructo, o
processo de avaliação da ACAP deve conter as atividades que
reflitam os processos dinâmicos que a envolvem como, por
exemplo, as habilidades dos funcionários, experimentos
organizacionais e experiências prévias, as quais contribuem de
forma significativa para a capacidade de absorção nas
empresas.
Medidas proxies se limitam ao esforço em P&D, mas o
conceito tradicional de capacidade de absorção se refere a toda
empresa. Ainda assim, a empresa não pode ter certeza de que
os altos investimentos e treinamentos irão garantir maior
produção, os esforços em P&D consistem em condição
necessária, entretanto, não suficiente para a capacidade de
absorção de uma empresa. Portanto, mecanismos mais
72
abrangentes, centrados na prática, possibilitam a captura da
abordagem da ACAP em sua totalidade (DUCHECK, 2013).
2.2.3 Instrumentos de percepção
Componentes únicos - Algumas medidas utilizam a
capacidade de absorção em apenas uma das dimensões –
componentes únicos. Nestes estudos, a ACAP é identificada
como um componente único ou como uma variável
independente em relação a outros fatores. Thuc et al. (2006)
analisaram a relação entre a ACAP e o desempenho
organizacional. O modelo testado em 173 empresas do Vietnã
identificou em seus resultados que, a ACAP possui forte
influência na aquisição do conhecimento, possibilitando um
maior desempenho organizacional.
Liao et al. (2006) propõe uma escala de capacidade de
absorção, replicada em estudos posteriores por Junni e Sarala
(2012); Wuryaningrat (2013); Maes e Sels (2014), que aborda a
ACAP como um componente único, retratando somente a
dimensão “aquisição” em sua escala. O estudo avalia a relação
entre a estrutura de relacionamento entre a partilha de
conhecimentos, capacidade de absorção de conhecimento e
capacidade de inovação. Para a realização do estudo, os autores
desenvolveram uma escala com 49 itens: 10 itens de partilha de
conhecimento; 12 itens de capacidade de absorção de
conhecimento; 18 itens de capacidade inovativa; 9 itens de
informações pessoais. A amostra contou com os setores de
indústria financeira, médica e bancária de Taiwan. A coleta de
dados obteve um total de 355 respostas válidas recebidas. Os
autores encontram que a partilha de informação melhora o
desempenho organizacional.
O estudo de Liao et al. (2006) utiliza a criação do
conhecimento como componente único da ACAP, entretanto, a
utilização da ACAP como componente único não capta a
73
complexidade da ACAP, a transformação deste conhecimento
em novos produtos é a base de desempenho superior. A
aplicação da capacidade de absorção com todos os seus
componentes é o que determina o desempenho inovador
(CAMISÓN e FÓRES, 2010).
Máyneza-Guaderrama et al. (2012) utilizam a ACAP
como uma variável, no estudo, a transferência de
conhecimentos atua positivamente com a cultura
organizacional. Cheng et al. (2013) identificam o impacto das
capacidades de criação e absorção do conhecimento, na
capacidade de inovação de produtos em ambientes turbulentos.
Para tanto, os autores avaliam o indivíduo e sua interação com
os membros da organização, em 212 empresas Chinesas e,
concluem que ambas as capacidade de criação e absorção de
conhecimento possuem efeitos positivos individualmente e,
quando em conjunto, atuam de forma sinérgica na inovação de
produtos, entretanto, a ACAP tende a ser mais lenta em
ambientes turbulentos, enquanto, a capacidade de criação de
conhecimento aumenta nestes ambientes.
Hughes et. al. (2014) utiliza a capacidade de absorção
como um efeito moderador entre as relações de capital social e
a aprendizagem organizacional, para a conquista do
desempenho superior.
Unidimensional - A ACAP como medida
unidimensional em nível operacional utiliza os conceitos da
capacidade de absorção como um todo. O maior exemplo é o
estudo de Szulanski (1996), baseado na importância do estudo
da absorção do conhecimento desenvolvida por Cohen e
Levinthal (1990), que está associado à necessidade das
organizações identificarem novos conhecimentos no ambiente
externo, assimilá-los e aplicá-los. Entretanto, o autor explora
somente a falta de capacidade do receptor em reconhecer e
aplicar novos conhecimentos. As barreiras identificadas
74
decorrem da adoção de modelos gerenciais, processos
estruturais e procedimentos individuais inadequados.
Szulanski (1996) propõe a descoberta das dificuldades
para transferência de práticas internas, que consiste na
capacidade de transferir conhecimento adquirido. O estudo
analisou as dificuldades internas da transmissão de 58
conhecimentos e apresentou a análise de um conjunto de dados
que consiste em 122 das melhores práticas transferidas em oito
organizações.
Os estudos de Chou (2005); Wang et. al (2007); Xu e
Ma (2008); Bock et al. (2009); Elbashir et al (2011); Gutiérrez
Gutiérrez et al. (2012); Junni e Sarala (2013) utilizaram a
escala unidimensional de Szulanski (1996). Na elaboração da
escala, Szulanski (1996) associa transferência do conhecimento
com transmissão de uma mensagem da fonte para o receptor,
como ocorre no processo de comunicação. Neste processo são
identificados quatro estágios de transferência: iniciação,
implementação, ramp-up (identificação e resolução de
problemas) e integração.
Ao tratar a ACAP como um constructo unidimensional,
Szulanski (1996) apresenta foco insuficiente no conhecimento
prévio como um mecanismo de avaliação de conhecimentos,
captando somente as dimensões - assimilação e aplicação do
conhecimento (CADIZ; SAWYER; GRIFFITH, 2009),
Outro exemplo é a escala proposta por Tu et al. (2006) e
replicada nos estudo de Balbinot e Marques (2009) e Ali,
Green, e Robb (2013). Tu et al. (2006) abordam a capacidade
de absorção como uma fonte de aquisição do conhecimento,
desenvolvendo um instrumento válido e confiável para a
análise das relações entre a capacidade de absorção, fabricação
baseada no tempo e práticas de criação de valor para o cliente.
A relação entre a ACAP e a aptidão da empresa na aplicação de
práticas de gestão inovadoras foi baseada nos conceitos e
dimensões propostas por Cohen e Levinthal (1990). Os autores
75
sugerem que a capacidade de absorção afeta a capacidade da
empresa em adquirir práticas de fabricação com base no tempo
e que estas práticas, por sua vez, podem afetar o valor para o
cliente.
A escala proposta pelos autores foi desenvolvida a nível
operacional e direcionada às práticas da ACAP no processo
manufaturado com base no tempo de fabricação. A escala é
composta por 29 itens, distribuídos em: 4 itens de
conhecimentos do trabalhador; 4 itens de conhecimentos do
gestor; 7 itens de redes de comunicação; 7 itens que avaliam o
clima na comunicação intraorganizacional; 7 itens que indicam
a aplicação do conhecimento.
A escala foi direcionada aos gerentes executivos de 303
empresas manufaturistas de diversos setores dos Estados
Unidos. Os resultados indicam fortes relações, positivas e
diretas, entre a capacidade de absorção e as práticas de
produção baseadas no tempo e forte relação do tempo e
práticas de fabricação, agregando valor para o cliente.
Multidimensional - Cohen e Levinthal (1990) indicam
que a ACAP da organização é um constructo multidimensional
e como tal, depende não só de investimento e esforços em P&D
e outros indicadores proxies operacionais, mas, principalmente,
dos aspectos cognitivos do indivíduo, da capacidade individual
dos funcionários da empresa, as quais em conjunto,
determinam a capacidade de absorção organizacional.
O uso das proxies para mensurar a capacidade de
absorção gerou, ao longo do tempo, descobertas conflitantes
sobre a natureza e as contribuições da ACAP. Essas falhas
sugerem a necessidade de uma medida mais complexa que
capture as múltiplas dimensões do conceito. Neste sentido,
surgem as formas multidimensionais para capturar a
complexidade do constructo (FLATTEN et al., 2011).
76
Zaha e George (2002) indicam que a ACAP é um
constructo multidimensional e, como tal, necessita de métricas
que capturem cada dimensão de seu processo de forma
apropriada ao contexto de processo ou capacidade dinâmica
que envolve a ACAP. As medidas multidimensionais nascem
com a característica de eliminar as deficiências dispostas nas
operacionalizações preexistentes, tornando-se uma ferramenta
essencial mensuração da capacidade de absorção, atendendo a
complexidade da essência do constructo (FLATTEN et al.,
2011).
O Quadro 9 apresenta as escalas multidimensionais
desenvolvidas desde os conceitos seminais de Cohen e
Levinthal em 1990 até 2015 e as replicações das escalas
desenvolvidas.
Quadro 9 - Escalas multidimensionais de ACAP e suas
replicações (1990 a 2014) (Continua)
Escalas Desenvolvidas Adaptações das Escalas Desenvolvidas
Jansen et al. (2005)
Khoja e Maranville (2010); Elbashir et al
(2011); Fernhaber e Patel (2012); Cepeda-
Carrion et al. (2012); Gong, Zhou e Chang
(2013); D'aspit; S´Souza (2013); Schleimer e
Pedersen (2013); Wales, Patel e Parida
(2013); Engelen et al. (2014); Maes e Sels
(2014); Pattel et al. (2014).
Cadiz e al (2009) Griffith e Sawyer (2010)
Linchenthaler (2009) Schleimer e Pedersen (2013); Chang e Lin
(2014)
Camisón e Fores
(2010) Acosta, Nabi, Dornberger (2012)
Flatten et al. (2011) Flatten et. al (2011); Peltola e Makinem
(2014); González-Campo e Ayala (2014)
Jiménez-Barrionuevo
et al. (2011) Chang e Lin (2014)
Kotabe et al. (2011) Ahlin, Drnovsek e Hisrich (2014)
77
Quadro 9 - Escalas multidimensionais de ACAP e suas
replicações (1990 a 2014) (Conclusão)
Escalas Desenvolvidas Adaptações das Escalas
Desenvolvidas
Liang et al (2013) -
Moos et al. (2013) -
Chauvet (2014) -
Sciascia, D´Oria, Bruni e
Larrañeta (2014) -
Thomas e Wood (2014) -
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
Como demonstrado neste capítulo, há diferentes formas
de mensurar a capacidade de absorção, estas formas
enriquecem o estudo do constructo, entretanto, ocasionam
problemas como a dificuldade de comparação dos resultados
anteriores e estabelecimento da relevância teórica e gerencial.
Portanto, o desenvolvimento de uma medida multidimensional
da ACAP contribui para assegurar resultados válidos e facilitar
as comparações entre os estudos (ZAHA E GEORGE, 2002;
FLATTEN et al., 2011).
O subtítulo seguinte apresenta as diferentes escalas
multidimensionais da capacidade de absorção, as quais foram
desenvolvidas com o intuito de explorar a complexidade do
constructo ACAP, utilizando métricas que capturem cada
dimensão do processo de capacidade de absorção (FLATTEN
et al., 2011).
2.2.4 Escalas multidimensionais da ACAP
Como visto no tópico anterior, medidas qualitativas e
proxies não conseguem captar a complexidade do constructo
ACAP. As escalas multidimensionais surgiram da necessidade
de mecanismos de mensuração da capacidade de absorção que
78
reflitam o constructo como um todo, possibilitando a
comparação entre estudos e aplicação em diversas realidades,
aspirando a vantagem competitiva que o novo conhecimento
adquirido proporciona à organização.
Em 2005 Jansen, Van Den Brosh e Volberda (2005)
desenvolveram a escala multidimensional mais representativa e
replicada, contemplando todas as dimensões da ACAP.
Posteriormente, diversas escalas multidimensionais para
mensurar a capacidade de absorção foram desenvolvidas com
diferentes enfoques: número de itens, país de análise, tamanho
da amostra, porte das empresas, foco de análise, ramo de
atividade, entre outros
O próximo subtítulo apresenta as diversas escalas
dispostas no Quadro 24, com as conceituações que as
balizaram, demonstrando o enfoque que proporcionou o
desenvolvimento do estudo e os resultados encontrados pelos
autores.
2.2.4.1 Escala desenvolvida por Jansen, Van Den Brosch e
Volberda (2005)
A escala de Jansen, Van Den Brosch e Volberda (2005)
foi desenvolvida com base em uma revisão bibliográfica e
auxílio de gerentes de unidades de negócios em diferentes
ramos. A pesquisa foi aplicada nas unidades de negócios de
uma grande empresa de serviços financeiros europeia com
unidades em diversos países.
Para a realização da pesquisa Jansen, Van Den Brosch e
Volberda (2005) utilizaram os conceitos de ACAP concebidos
por Zaha e George (2002), os autores realizaram, ainda, uma
profunda revisão da literatura que culminou com a geração dos
itens essenciais de escala.
Na segunda etapa do processo de desenvolvimento da
escala, a escala existente foi examinada para a inclusão de itens
79
que fossem considerados pertinentes. Por fim, foram realizadas
entrevistas em profundidade com 15 gerentes para que
sugerissem melhorias ou alterações necessárias, o processo
resultou na versão final do questionário.
O questionário desenvolvido foi aplicado contando com
a participação dos gerentes de 769 unidades organizacionais
em 220 filiais em diferentes ramos de uma multinacional
europeia do setor financeiro. Deste total, 462 questionários
foram respondidos e computaram para a amostra final.
O estudo de Jansen, Van Den Brosch e Volberda (2005)
avalia como os antecedentes organizacionais influenciam a
capacidade de absorção potencial e realizada. Os autores
definem três tipos de capacidade combinadas: capacidade de
coordenação, recursos e sistemas de socialização. Os itens da
escala foram desenvolvidos conforme os conceitos
desenvolvidos nos estudos de Zaha e George (2002) e foram
divididos em: capacidade potencial e realizada. A escala de
Jansen, Van Den Brosch e Volberda (2005) é apresentada no
Quadro 10.
Quadro 10 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Jansen, Van Den Brosch e Volberda (2005) (Continua) Capacidade de Absorção Potencial
Dimensão Aquisição
1 Nossa unidade tem interações frequentes com a sede corporativa
adquirindo novos conhecimentos
2 Os funcionários da nossa unidade visitam regularmente outros ramos
3 Coletamos informações da indústria através de meios informais (por
exemplo, almoço com amigos de indústria, fala com parceiros
comerciais)
4 Outras divisões da nossa empresa são mal visitadas
5 Nossa unidade organiza periodicamente reuniões especiais com
clientes ou terceiros para adquirir novos conhecimentos
6 Empregados regularmente aproximam-se de terceiros tais como
contabilistas, consultores ou consultores fiscais.
80
Quadro 10 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Jansen, Van Den Brosch e Volberda (2005) (Conclusão) Dimensão Assimilação
7 Nós somos lentos para reconhecer mudanças no nosso mercado (por
exemplo, competição, regulamento, demografia)
8 Novas oportunidades para servir os nossos clientes são rapidamente
entendidas
9 Analisamos e interpretamos rapidamente a mudança das demandas de
mercado
Capacidade de Absorção Realizada
Dimensão Transformação
10 Nossa unidade regularmente considera as consequências das
mudanças das exigências do mercado em termos de novos produtos e
serviços
11 Registros de empregados e loja recentemente adquiriram
conhecimento para referência futura
12 Nossa unidade rapidamente reconhece a utilidade do novo
conhecimento externo em relação ao conhecimento existente
13 Funcionários mal compartilham experiências práticas
14 Nós laboriosamente agarramos as oportunidades para nossa unidade
de novos conhecimentos externos
Capacidade de Absorção Potencial
15 Nossa unidade reúne-se periodicamente para discutir as
consequências das tendências de mercado e desenvolvimento de novos
produtos.
Dimensão Aplicação
16 São claramente conhecidas como as atividades dentro da nossa
unidade devem ser executada
17 As queixas dos clientes não possuem impacto em nossa unidade
18 Nossa unidade tem uma clara divisão de papéis e responsabilidades
19 Consideramos constantemente como explorar melhor o
conhecimento
20 Nossa unidade tem dificuldade de implementar novos produtos e
serviços
21Os funcionários têm uma linguagem comum sobre nossos produtos e
serviços originais.
Fonte: Adaptado de Jansen, Van Den Brosch e Volberda (2005).
Para mensurar como as unidades organizacionais
utilizam seus mecanismos de coordenação para desenvolver
81
inovações de natureza exploratória e aplicativa, considerando
outros fatores, como desempenho organizacional, moderadores
ambientais e antecedentes organizacionais, os autores
aplicaram uma escala de concordância Likert de sete pontos..
Os resultados obtidos por Jansen, Van Den Brosch e
Volberda (2005) demonstram que mecanismos organizacionais,
associados a capacidades de coordenação, possuem efeitos
positivos e significativos quanto à capacidade de absorção
potencial. Desta forma, unidades organizacionais são capazes
de adquirir e assimilar novos conhecimentos externos, mas não
são capazes de transformar e explorar este conhecimento para
obtenção de vantagem competitiva.
Estudos recentes destacam-se pelos esforços no
desenvolvimento de escalas para medir o fenômeno capacidade
de absorção, muitos deles foram desenvolvidos utilizando
escalas prontas. O Quadro 11 apresenta estudos baseados na
escala de Jansen, Van Den Brosch e Volberda (2005):
Quadro 11 - Estudos usando Adaptação da escala de Jansen,
Van Den Brosch e Volberda (2005) para medição da ACAP
(Continua)
Autor
Medidas
multidimensionais
da Capacidade de
Absorção baseado
em Jansen Van Den
Brosch e Volberda
(2005)
Amostra Método de
análise
Fernhaber e
Patel (2012)
Aquisição - 6 itens
Assimilação - 3 itens
Transformação - 6
itens
Aplicação - 6 itens
215 pequenas
empresas de
alta tecnologia
estadunidenses
Análise de
Variância e
correlação
82
Quadro 11 - Estudos usando Adaptação da escala de Jansen,
Van Den Brosch e Volberda (2005) para medição da ACAP
(Conclusão)
Autor
Medidas
multidimensionais
da Capacidade de
Absorção baseado
em Jansen Van
Den Brosch e
Volberda (2005)
Amostra Método de
análise
Cepeda-
Carrion,
Cegarra-
Navarro e Jimenez-
Jimenez(2012)
Capacidade
Potencial – 9 itens
Capacidade
Realizada – 12 itens
286 grandes
empresas
industriais
espanholas
Análise de
Variância.
Wales,
Parida e
Patel (2013)
Aquisição - 6 itens
Assimilação - 3
itens
Transformação - 6
itens
Aplicação - 6 itens
285 pequenas
empresas suecas
de base
tecnológica
Análise
fatorial
exploratória e
confirmatória
.
Daspit e
D’Souza
(2013)
Aquisição - 6 itens
Assimilação - 3 itens
Transformação - 6
itens
Aplicação - 6 itens
152 empresas de
software
americanas
Teste de fator
único de
Harman e
análise
fatorial
confirmatória
Patel,
Kohtamaki,
Parida e
Wincent
(2014)
Aquisição - 6 itens
Assimilação - 3 itens
Transformação - 6
itens
Aplicação - 6 itens
147 pequenas
empresas suecas
de produtos e
sistemas de
computadores
Análise de
Variância.
Engelen,
Kube,
Aquisição - 6 itens
Assimilação - 3
itens
219 pequenas e
médias
Análise de
Variância.
Schmidt e
Flatten
(2014)
Transformação - 6
itens
Aplicação - 6 itens
empresas alemãs
de variados
setores
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
83
O estudo de Fernhaber e Patel (2012) utilizou a escala
de Jansen, Van Den Brosch e Volberda (2005), adaptada ao
contexto de pequenas empresas, aplicando o estudo aos
diretores executivos de 215 pequenas empresas jovens de alta
tecnologia nos Estados Unidos.
Fernhaber e Patel (2012) concluem que há um efeito
positivo moderador entre a capacidade de absorção e a
ambidestria, quanto à relação em forma de U entre a
complexidade de portfólio de produtos e desempenho. O
estudo sugere uma maior atenção ao papel das características
internas da organização para alavancar a capacidade de
absorção.
Cepeda-Carrion, Cegarra-Navarro e Jimenez-Jimenez
(2012) pesquisaram a relação entre a capacidade de absorção, a
inovação das empresas e a identificação de potenciais
catalisadores desta relação. O estudo foi desenvolvido com
base em 286 grandes empresas Espanholas. O resultado obtido
na pesquisa aponta que a capacidade de absorção é um fator
determinante ao desenvolvimento da inovação e esta relação
pode ser explicada por meio de duas construções.
A primeira construção identificada por Cepeda-Carrion,
Cegarra-Navarro e Jimenez-Jimenez (2012) é o contexto de
desaprender, importante tanto para a capacidade potencial,
quanto para a realizada, pois o velho conhecimento
desatualizado e consolidado pode impedir a adaptação à novas
configurações podendo atuar como uma armadilha à
competência. A segunda é a importância dos sistemas de
informação que possibilita a tradução do conhecimento em
maior desempenho à organização.
Wales, Parida e Patel (2013) realizaram seus estudos
em pequenas empresas suecas de base tecnológica, com base
na escala de Jansen, Van Den Brosch e Volberda (2005). O
questionário foi dirigido ao diretor executivo das organizações
e um total de 285 questionários foram recebidos. Os resultados
84
sugerem que a orientação empreendedora aumenta os ganhos
financeiros da capacidade de absorção. Desta forma, os
autores indicam que a orientação empreendedora é essencial
para evitar retornos decrescentes da ACAP.
O estudo proposto por Daspit e D’Souza (2013)
pretende examinar como as empresas utilizam os recursos da
capacidade de absorção: adquirir, assimilar, transformar e
explorar conhecimento com a finalidade de aumentar o seu
desempenho. O estudo sugere que há uma relação direta e
positiva entre as capacidades de aquisição e de transformação.
Assim como entre a capacidade transformação e aplicação.
Para a verificação das hipóteses, o constructo contou com um
total de 152 questionários respondidos.
O questionário replicado dos estudos de Jansen, Van
Den Brosch e Volberda (2005) foi direcionado aos executivos
seniores de empresas da indústria de software dos Estados
Unidos de diferentes tamanhos e idades. Após a coleta de
dados, utilizou-se o fator único de Harman para examinar a
presença de possíveis vieses e, em seguida, foi realizada uma
análise fatorial confirmatória, eliminando os itens que não
possuem representatividade. Após a análise dos resultados, em
geral, a pesquisa de Daspit e D’Souza (2013) demonstrou uma
relação positiva entre as quatro dimensões da capacidade de
absorção.
No mesmo sentido, no estudo realizado em 314
empresas de alta tecnologia, balizado na escala de Jansen, Van
Den Brosch e Volberda (2005), abordando a relação da
orientação empreendedora (OE) com a ACAP, Patel,
Kohtamaki, Parida e Wincent (2014) propõem que a
capacidade de absorção desempenha um papel em aumentar e
gerenciar variações nos resultados de inovação. Os autores
apontam que a ACAP potencial aumenta os efeitos da OE na
variabilidade no resultados de inovação, aperfeiçoando o
desempenho da empresa.
85
Recentemente, em escala baseada em Jansen, Van Den
Brosch e Volberda (2005), Engelen, Kube, Schmidt e Flatten
(2014) realizam um estudo empírico no contexto de variadas
empresas alemãs, entrevistando os diretores executivos de 196
pequenas e médias empresas. O resultado indica que as
escolhas estratégias organizacionais devem ser consistentes e
que a capacidade de absorção auxilia na implementação da
orientação empreendedora para a melhoria no desempenho,
especialmente, em empresas atuantes em ambientes
turbulentos.
Outros estudos apresentam escalas próprias
desenvolvidas com base na literatura base sobre ACAP,
referenciando os autores consolidados no assunto para o
desenvolvimento dos itens de escala, e ainda, utilizando escalas
já consolidadas como orientação para o desenvolvimento de
uma escala própria e adaptada à realidade do país em análise,
ou mesmo, do setor ou ramo de atividade foco da pesquisa.
2.2.4.2 Escala desenvolvida por Lichenthaler (2009)
Lichenthaler (2009) realizou sua pesquisa em 175
empresas industriais alemãs. O estudo embasado no conceito
de Lane, Koka e Pathak (2006) aponta três processos de
aprendizagem complementares dentro da capacidade de
absorção: aprendizagem exploratória, aprendizagem
transformativa e aprendizagem de aplicação ou aplicativa.
A aprendizagem “exploratória” consiste em atribuir
valor às atividades de reconhecimento e assimilação do
conhecimento externo. Por meio de uma escala Likert de cinco
itens, a dimensão “reconhecer” capta as atividades de uma
empresa de monitoramento e aplicação ambiental. A escala de
quatro itens da dimensão “assimilar” aborda as atividades de
absorção de conhecimento de fontes externas, avaliando se as
86
empresas regularmente estão em contato com fontes de
conhecimento externas (LICHTENTHALER, 2009).
Aprendizagem “transformativa” se refere às atividades
de manutenção e reativação do conhecimento. Os quatro itens
de escala da dimensão “manter” envolvem as atividades de
organização, retenção e armazenamento de conhecimento. Os
itens capturam ainda o compartilhamento de conhecimento e
comunicação dentro da organização. Os quatro itens da escala
“reativar” mensuram a capacidade de uma organização em
reagir rapidamente às oportunidades a partir do conhecimento
existente, além de avaliar a proficiência de uma organização na
abordagem das mudanças ambientais por meio da reativação do
seu conhecimento (LICHTENTHALER, 2009).
A aprendizagem de “aplicação” ou “aplicativa”
compreende as atividades de transmutação e aplicação do
conhecimento. Os quatro itens da escala “transmutar”
percebem a proficiência de uma organização na combinação de
conhecimento existente com o novo. Os quatro itens de escala
da dimensão “aplicar” avaliam a facilidade com que as
organizações implementam tecnologias em novos produtos e se
utilizam processos de melhoria contínua na aplicação de
tecnologias. A escala apresentada no Quadro 12 afere, também,
se uma empresa implementa regularmente adaptações aos seus
produtos (LICHTENTHALER, 2009).
Quadro 12 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Lichenthaler (2009) (Continua) Aprendizagem Exploratória
Reconhecer
1. Frequentemente escanceamos o ambiente para novas tecnologias
2. Observamos cuidadosamente as tendências tecnológicas
3. Observamos em fontes externas detalhes de novas tecnologias
4. Coletamos informações completas do setor
5. Temos informações completas sobre o funcionamento das
tecnologias externas
87
Quadro 12 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Lichenthaler (2009) (Continua) Assimilar
6. Nós frequentemente adquirimos tecnologias fontes externas
7. Organizamos periodicamente reuniões especiais com parceiros
externos para adquirir novas tecnologias
8. Empregados regularmente se aproximam das instituições externas
adquirindo conhecimento tecnológico
9. Muitas vezes transferimos conhecimento tecnológico para nossas
firmas em resposta às oportunidades de aquisição de tecnologia.
Aprendizagem Transformadora
Manter
10. Cultivamos completamente os conhecimentos relevantes ao longo
do tempo.
11. Empregados armazenam conhecimento tecnológico para futura
referência
12. Comunicamos conhecimentos relevantes em todas as unidades de
nossa empresa
13. Gestão do conhecimento está funcionando bem em nossa empresa
Reativar
14. Reconhecer uma oportunidade de negócio rapidamente depende de
nosso conhecimento existente
15. Nós somos proficientes em reativar o conhecimento existente para
novos usos
Aprendizagem Transformadora
16. Nós rapidamente analisamos e interpretamos a mudança do mercado
demandadas de nossas tecnologias
17. Novas oportunidades com tecnologias existentes para servir nossos
clientes são rapidamente entendidas
Transmutar
18. Nós somos proficientes em transformação tecnológica de
conhecimento em novos produtos
19. Nós combinamos regularmente ideias para novas tecnologias com
novos produtos
20. Rapidamente reconhecemos a utilidade do conhecimento da nova
tecnologia para o conhecimento existente
21. Nossos funcionários são capazes de compartilhar seus
conhecimentos para desenvolver novos produtos
88
Quadro 12 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Lichenthaler (2009) (Conclusão) Aprendizagem de Aplicação
Aplicar
22. Regularmente aplicamos tecnologias em novos produtos
23. Consideramos constantemente como explorar melhor tecnologias
24. Podemos facilmente implementar tecnologias em novos produtos
25. Sabemos como explorar melhor novas tecnologias dentro de nossa
empresa.
Fonte: Adaptado de Lichenthaler (2009).
Os resultados encontrados nos estudos de Lichenthaler
(2009) enfatizam a natureza multidimensional da capacidade
de absorção, além de ressaltarem a importância das
capacidades dinâmicas em contextos de alto nível tecnológico e
turbulência ambiental.
2.2.4.3 Escala desenvolvida por Cadiz, Sawyer e Griffith
(2009)
Por falta de escalas que mensurem o processo de
aprendizagem coletiva e transferência de conhecimento nas
organizações, os autores desenvolveram duas escalas: uma
escala de capacidade de absorção ACAP; uma escala que
avalia a medida de envolvimento de uma pessoa com a
comunidade de prática – escala de comunidades práticas
(ECOP).
Para a realização da pesquisa, os autores obtiveram uma
amostra de 1.971 consultores técnicos funcionários da Techco,
empresa que fornece soluções de engenharia à 47 países. A
amostra final contou com 583 questionários respondidos. A
escala disposta no Quaro 13 foi desenvolvida com base nos
conceitos de Cohen e Levinthal (1990) reforçados pelos
estudos de Todorova e Durisin (2007), sendo dividida pelos
autores em três dimensões: avaliação (identificação e filtragem
de informações valiosas), assimilação (conversão de novos
89
conhecimentos em conhecimento utilizável) e aplicação (uso
de conhecimento).
Os autores utilizaram uma escala tipo Likert de 7
pontos para cada um dos itens da escala, com itens de 1 =
discordo até 7 = concordo totalmente. A análise fatorial
confirmatória com 231 respondentes foi utilizada para avaliar a
estrutura interna, a convergência e a validade do constructo. Os
resultados demonstram que as novas medidas são internamente
consistentes e estão relacionadas de forma significativa com
outras variáveis organizacionais.
Quadro 13 - Itens da escala de capacidade de absorção Cadiz,
Sawyer e Griffith (2009) Dimensão Avaliação
1. Pessoas da minha equipe são capazes de decifrar o conhecimento que
será mais valioso para nós.
2.É fácil decidir qual a informação será mais útil no atendimento das
necessidades dos nossos clientes.
3.Nós sabemos o suficiente sobre a tecnologia que usamos para
determinar que novas informações são confiáveis.
Dimensão Assimilação
4.O conhecimento compartilhado dentro de minha equipe faz com que
seja fácil de compreender novo material apresentado dentro de nossas
áreas técnicas.
5.É fácil identificar as conexões entre as partes de conhecimento
detidas em conjunto dentro da nossa equipe.
6.Muitos dos novos desenvolvimentos tecnológicos que vêm para a
equipe se encaixam bem na tecnologia atual.
Dimensão Aplicação
7. O novo conhecimento técnico disponibilizado pode ser adaptado
facilmente ao nosso trabalho.
8.O novo conhecimento técnico pode ser aplicado rapidamente no
nosso trabalho.
9.Meus clientes podem se beneficiar imediatamente de novos
conhecimentos técnicos aprendidos pela equipe.
Fonte: Adaptado de Cadiz, Sawyer e Griffith (2009).
90
O estudo teve como objetivo a projeção e teste de duas
novas medidas (ACAP e ECOP) que possam ser utilizadas em
pesquisas futuras sobre o ecossistema de transferência de
conhecimento organizacional. O estudo proporcionou um
melhor mapeamento das construções e medição para
investigação sobre as relações simbióticas das diferentes
dinâmicas de conhecimento nas organizações. Os resultados da
análise confirmatória sugerem que, nas duas amostras para
ambas as medidas ACAP e ECOP, os dados se ajustam à teoria
existente.
2.2.4.4 Escala desenvolvida por Camisón e Forés (2010)
Camisón e Forés (2010) desenvolveram uma escala
baseada nos conceitos de Zaha e George (2002), a escala foi
dividida em capacidades potencial e realizada. O objetivo do
estudo é contribuir para a literatura quanto à
multidimensionalidade do constructo ACAP. O estudo foi
realizado com micro, pequenas, médias e grandes empresas de
diferentes idades em 14 setores da economia espanhola.
O estudo de Camisón e Forés (2010) utiliza um banco
de dados de todas as empresas industriais espanholas,
registradas no Instituto Nacional de Estatística de Espanha com
exceção do setor da energia, com um total de 2.000 empresas.
A pesquisa foi desenvolvida utilizando uma análise fatorial
aleatória em uma amostra estratificada simples de 952
empresas respondentes. A escala final com 19 itens encontra-se
disposta no Quadro 14.
91
Quadro 14 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Camisón e Forés (2010) (Continua) Capacidade de Absorção Potencial
Dimensão Aquisição
1. A capacidade para capturar informações relevantes é contínua e
atualizada e possuímos conhecimento sobre os concorrentes atuais e
potenciais.
2. Monitoramos continuamente o ambiente verificando as variações e
tendências, com o intuito de descobrir novas oportunidades a serem
exploradas de forma antecipada.
3. Compreendemos a importância da cooperação frequente com P&D
nas organizações-universidades, escolas de negócios e institutos
tecnológicos, etc., como membro ou patrocinador para criar
conhecimentos e inovações.
clientes.
4. Possuímos eficácia em programas estabelecidos com orientação para
o mercado interno, com foco no desenvolvimento de aquisição
tecnológica das competências dos centros de P&D, fornecedores ou
Dimensão Assimilação
5. Possuímos a capacidade de assimilar novas tecnologias e inovações
que são úteis ou possuem potencial comprovado.
6. Possuímos a capacidade de usar o nível de conhecimentos,
experiências e competências dos funcionários na assimilação e
interpretação de novos conhecimentos.
7. A empresa se beneficia quando se trata de assimilar conhecimento de
negócios e tecnologias com as experiências bem sucedidas de empresas
no mesmo setor.
8. Temos definido o grau em que os funcionários da empresa
participam e expõe documentos nas conferências e congressos
científicos, são integrados como docentes em universidades ou
empresas escolas ou recebem pessoal externo em anexos de pesquisa.
9. Participamos frequentemente de cursos de formação, feiras,
conferências e reuniões.
10. Possuímos a capacidade para desenvolver programas de gestão do
conhecimento, garantindo à empresa a capacidade de compreender e
analisar cuidadosamente conhecimento e tecnologia de outras
organizações.
92
Quadro 14 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Camisón e Forés (2010) (Conclusão) Capacidade de Absorção Realizada
Dimensão Transformação
11. Entendemos a capacidade da empresa em usar as tecnologias da
informação, a fim de melhorar o fluxo de informações, desenvolver a
partilha efetiva de conhecimentos e fomentar a comunicação entre os
membros da empresa, incluindo reuniões virtuais entre os profissionais
que estão fisicamente separadas por meio de portais na Internet, e-mail,
teleconferência, etc.
12. Compreendemos as competências que a empresa possui em matéria
de inovação, especialmente com respeito à tecnologias-chave e
capacidade de eliminar o conhecimento interno obsoleto, estimulando a
busca por inovações alternativas e sua adaptação.
13. Possuímos a capacidade de adaptar tecnologias projetadas por
outras empresas às necessidades específicas da nossa empresa.
14. Compreendemos o grau em que a empresa impede que todos os
funcionários voluntariamente transmitam entre eles, informações
científicas e tecnológicas úteis adquiridas.
15. Possuímos a capacidade para coordenar e integrar todas as fases do
processo de P&D e suas relações interpessoais, com as tarefas
funcionais de engenharia, produção e comercialização.
Dimensão Aplicação
16. Compreendemos a capacidade da organização em utilizar e explorar
novos conhecimentos no local de trabalho para responder rapidamente
às mudanças do ambiente.
17. Compreendemos o grau de aplicação de conhecimentos e
experiência adquiridos com as áreas tecnológicas e de negócios
priorizados na estratégia da empresa que lhe permitam manter -se na
vanguarda tecnológica no negócio.
18. Possuímos a capacidade para colocar o conhecimento tecnológico
em patentes de produtos e processos.
19. Possuímos a capacidade de responder às exigências da procura ou a
pressão da concorrência, em vez de inovar para ganhar competitividade,
ampliando a carteira de novos produtos, recursos e ideias de
tecnologias.
Fonte: Adaptado de Camisón e Forés (2010).
Para a confirmação dos itens finais da escala foram
realizadas duas amostras que foram direcionadas ao principal
93
dirigente da empresa: a primeira amostra com 952 empresas e
127 perguntas. A segunda amostra, confirmatória a qual contou
com 19 itens finais de escala e foi realizada 45 dias após a
primeira, permaneceu com 250 empresas que já haviam
participado da primeira etapa.
Os itens de escala foram direcionados aos dirigentes da
organização em uma escala Likert de cinco pontos com
perguntas comparativas aos concorrentes, com variação entre
“muito pior” a “muito melhor” que a concorrência. A medida
se torna uma ferramenta importante para mensurar a
capacidade de absorção da organização em relação a empresas
competidoras.
2.2.4.5 Escala desenvolvida por Kotabe, Jiang e Murray
(2011)
A escala desenvolvida por Kotabe, Jiang e Murray
(2011) foi direcionada às multinacionais emergentes da China.
O questionário inicial foi revisado por parceiros do setor de
economia e comércio de pesquisa na China Capital University,
auxiliando no refinamento dos itens de escala que contou com
uma base de dados inicial fornecida pelo ministério do
comercio chinês. O estudo analisa a relação das fontes
externas e aquisição de conhecimento para geração de
vantagem competitiva.
A análise proposta por Kotabe, Jiang e Murray (2011)
foi desenvolvida com base nos laços políticos e comerciais e a
importância destes parceiros externos para a aquisição do
conhecimento. Os laços surgem por meio de acesso às
informações valiosas, ou por iniciativas governamentais
direcionadas ao desenvolvimento de empresas emergentes, ou
por parceiros comerciais com o acesso às novas tecnologias
dos parceiros de negócios. A escala foi desenvolvida para
possibilitar a mensuração das relações supracitadas e para o
94
teste das hipóteses mencionadas no estudo. Os itens finais da
escala estão demonstrados no Quadro 15:
Quadro 15 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Kotabe, Jiang e Murray (2011) Capacidade de Absorção
1. Nós temos a capacidade de revisar as operações de controle de
qualidade com base em novos conhecimentos adquiridos.
2. Nós temos a capacidade de revisar os procedimentos de negócios
com base em novos conhecimentos adquiridos.
3. Nós temos a capacidade de revisar os processos de fabricação com
base em novos conhecimentos adquiridos.
4. Nós temos a capacidade de unir os novos conhecimentos assimilados
com o conhecimento existente.
Capacidade de Absorção
5. Nós temos a capacidade de encontrar usos alternativos de novos
conhecimentos assimilados.
6. Nós temos a capacidade de adaptar novos conhecimentos adquiridos
para atender o desenvolvimento que a empresa necessita.
7. Nós temos a capacidade de desenvolver novo produto / serviço,
utilizando novos conhecimentos assimilados.
8. Nós temos a capacidade de desenvolver novas aplicações por meio
da aplicação de novos conhecimentos assimilados.
9. Nós temos a capacidade de introduzir a inovação de produtos com
base em novos conhecimentos adquiridos.
Fonte: Adaptado de Kotabe, Jiang e Murray (2011).
A amostra aleatória simples desenvolvida por Kotabe,
Jiang e Murray (2011). foi aplicada em 2006 com os principais
dirigentes das empresas, com um total de 121 empresas
respondentes. Os resultados da pesquisa demonstram que as
empresas que possuem alta capacidade de absorção realizada,
possuem maior propensão a se beneficiar com laços políticos e
comerciais; ampliando a introdução de novos produtos ao
mercado e expandindo os laços comerciais com parceiros
externos. O estudo conclui que a transformação do
conhecimento é essencial para o desempenho do novo produto
no mercado.
95
2.2.4.6 Escala desenvolvida por Jiménez-Barrionuevo,
García-Morales, e Molina (2011)
Amparados pelos estudos de Jansen, Van Den Brosch e
Volberda (2005), mas atuando com escala própria, o estudo de
Jiménez-Barrionuevo, García-Morales, e Molina (2011) propõe
atenção às características internas organizacionais avaliando
três questões fundamentais: validade do conteúdo, validade do
conceito e confiabilidade da escala por meio da visão baseada
em recursos (RBV).
Para realização da análise foram entrevistados 168
gerentes executivos por meio de uma escala própria
desenvolvida e disposta no Quadro 16.
Quadro 16 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Jiménez-Barrionuevo, García-Morales, Molina (2011)
(Continua). Capacidade de Absorção Potencial
Dimensão Aquisição
1. (interação) é estreita a interação pessoal entre as duas organizações
2. (confiança) a relação entre as duas organizações é caracterizada pela
confiança mútua
3. (respeito) a relação entre as duas organizações é caracterizada pelo
respeito mútuo
4. (amizade) a relação com essa organização é de amizade pessoal
5. (reciprocidade) a relação entre as duas organizações é caracterizada
por um elevado nível de reciprocidade
Dimensão Assimilação
6. (linguagem comum) os membros das duas organizações
compartilham sua própria língua comum
7. (complementaridade) é alta a complementaridade entre os recursos e
capacidades das duas organizações
8. (capacidades de similaridade) a principal das duas organizações são
muito semelhantes/sobreposição
9. (Compatibilidade - 1) as culturas organizacionais das duas
organizações são compatíveis
96
Quadro 16 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Jiménez-Barrionuevo, García-Morales, e Molina (2011)
(Conclusão). 10. (Compatibilidade - 2) os estilos de funcionamento e gestão do as
duas organizações são compatíveis
Capacidade de Absorção Realizada
Dimensão Transformação
11. (comunicação) há muitas conversas informais na organização que
envolvem a atividade comercial
12. (reuniões encontros interdepartamentais) são organizadas para
discutir o desenvolvimento e as tendências da organização
13. (documentos) as diferentes unidades publicam documentos
informativos periodicamente (relatórios, boletins, etc.).
14. (transmissão) os dados importantes são transmitidos regularmente à
todas as unidades
15. (tempo) quando algo importante ocorre, todas as unidades são
informadas dentro de um curto período de tempo
16. (fluxos) a organização tem as capacidades ou habilidades
necessárias para garantir que o conhecimento flua dentro da
organização e é compartilhada entre as diferentes unidades
Dimensão Aplicação
17. (responsabilidade) é uma clara divisão de funções e
responsabilidades em matéria de utilização de informação e
conhecimento obtidos a partir do lado de fora
18. (aplicação) são capacidades e habilidades necessárias para explorar
as informações e conhecimentos obtidos a partir do lado de fora
Fonte: Adaptado de Jiménez-Barrionuevo, García-Morales, e Molina
(2011).
O estudo de Jiménez-Barrionuevo de Jiménez-
Barrionuevo, García-Morales, e Molina (2011) atua em
empresas espanholas do setor automotivo e químico,
escolhidos pelo fator inovação presente nestes ramos. A
pesquisa corrobora com o entendimento de Zaha e George
(2002) e Jansen, Van Den Brosch e Volberda (2005), indicando
que a capacidade de absorção das empresas espanholas é
composta por quatro fases (aquisição, assimilação,
transformação e aplicação do conhecimento), sendo agrupadas
97
em duas dimensões (potencial e realizada). A escala se torna
uma nova proposta para a mensuração da capacidade de
absorção, com foco em empresas inovativas e o viés da visão
baseada em recursos.
2.2.4.7 Escala desenvolvida por Flatten et al. (2011)
Flatten et al. (2011) desenvolveram e validaram uma
escala para mensurar ACAP utilizando métricas para capturar
cada dimensão do processo. Desenvolvida com base nos
estudos realizado por Zahra e George (2002), a escala divide-se
em quatro dimensões: aquisição, assimilação, transformação e
aplicação. A escala de Flatten et al. (2011) foi aplicada em
empresas de diferentes tamanhos e idades, em setores de
importância econômica na Alemanha: as indústrias química,
mecânica e de engenharia elétrica.
Flatten et al. (2011) desenvolvem sua escala
combinando os métodos qualitativos e quantitativos, desta
forma, obtiveram o aproveitamento dos benefício dos dois
métodos, possibilitando um resultado mais completo, com
melhor compreensão das perspectivas, contextos e processos da
pesquisa, avaliando a ACAP em toda sua complexidade
(MAY; WILLIANS, 2010).
Para cumprir os objetivos qualitativos, com o intuito de
determinar os itens que irão compor a escala, Flatten et al.
(2011) realizaram uma extensiva revisão da literatura nos
principais journals da área que tratassem da capacidade de
absorção. Nesta fase, os autores identificaram um total de 52
itens de ACAP (12 aquisição; 15 assimilação; 19
transformação; 6 aplicação).
O próximo passo foi a realização de entrevistas com dez
executivos da área, as quais resultaram na inclusão de um item,
totalizando 53 itens (12 aquisição; 14 assimilação; 18
transformação; 9 aplicação). Em seguida, onze especialistas
98
acadêmicos na área foram apresentados aos questionários e
reduziram o mesmo a 36 itens (7 aquisição; 12 assimilação; 12
transformação; 5 aplicação). Por fim, um novo pré-teste com
cinco executivos foi realizado para o refinamento de itens que
fossem considerados de difícil compreensão ou que possuíssem
eventuais problemas de construção (FLATTEN et al., 2011).
Após a coleta de informações o estudo foi desenvolvido
em duas etapas: a primeira amostra testou a estrutura e
especificações conceituais dos componentes teóricos da
construção da ACAP, possibilitando a geração de medidas
reflexivas da capacidade de absorção que permitissem captar a
sua multidimensionalidade e eliminando itens que não
capturassem adequadamente os componentes teóricos da
capacidade de absorção (FLATTEN et al, 2011).
O processo de elaboração dos itens de escala foi
desenvolvido seguindo o processo estabelecido por DeVellis
(2003). O coeficiente alfa de Cronbach foi utilizado na amostra
aleatória para medir a correlação entre as questões. A escala
final aplicada por Flatten et al. (2011), composta por 14 itens,
está disposta no Quadro 17.
Quadro 17 - Escala de Medição da Capacidade de Absorção de
Flatten et al. (2011) (Continua) Dimensão Aquisição
1 A busca por informação relevante sobre a indústria é uma atividade
cotidiana na nossa empresa
2 Nossa gestão motiva os empregados a usar fontes de informação
dentro da indústria
3 Nossa gestão espera que os empregados lidem com informação além
da indústria
Dimensão Assimilação
1 Em nossa empresa ideias e conceitos são comunicados cruzando os
departamentos
2 Nossa gestão enfatiza apoio interdepartamental para resolver
problemas
99
Quadro 17 - Escala de Medição da Capacidade de Absorção de
Flatten et al. (2011) (conclusão)
3 Em nossa empresa há um fluxo rápido de informação, por ex., se uma
unidade obtém uma informação importante ela comunica está
informação imediatamente para todas as outras unidades e
departamentos
4 Nossa gestão demanda encontros interdepartamentais periódicos para
intercâmbio de novos desenvolvimentos, problemas e realizações
Dimensão Transformação
1 Nossos empregados tem a habilidade de estruturas e usar o
conhecimento coletado
2 Nossos empregados estão acostumados a absorver novos
conhecimentos assim como para torná-lo disponível e prepará-lo para
uso futuro
3 Nossos empregados com êxito ligam o conhecimento com novos
insights
4 Nossos empregados são capazes de aplicar o novo conhecimento em
seu trabalho prático
Dimensão Aplicação
1 Nossa gestão apoia o desenvolvimento de protótipos
2 Nossa empresa regularmente reconsidera tecnologias e as adapta de
acordo com novos conhecimentos
3 Nossa empresa tem a habilidade de trabalhar mais eficazmente pela
adoção de novas tecnologias
Fonte: Adaptado de Flatten et al (2011).
No processo de aplicação da escala, na primeira fase, a
escala foi desenvolvida e respondida por 285 executivos. A
amostra aleatória foi composta por diferentes empresas, de
diferentes tamanhos, em diferentes setores da economia alemã,
em que a capacidade de absorção é extremamente importante: a
indústria química, mecânica e engenharia elétrica.
Na segunda fase, uma nova amostra de refinamento
replicou as conclusões obtidas na primeira amostra, obtendo
um total de 361 questionários respondidos, concluindo a
amostra confirmativa do estudo. O desenvolvimento do estudo
contribuiu com o desenvolvimento de medidas mais reflexivas
para as quatro dimensões da ACAP (DEVELLIS, 2011).
100
Posteriormente ao desenvolvimento da escala, outros
estudos se basearam na escala multidimensional de Flatten et
al. (2011). Os estudos estão dispostos no Quadro 18.
Quadro 18 - Estudos usando Adaptação da escala de Flatten et
al. (2011) para medição da ACAP Autor Amostra
Flatten, Greve e Brettel
(2011) 345 empresas da indústria alemã
Peltola e Makinem
(2014)
3 grandes empresas com operações em
diversos países com operações distintas
González-Campo e
Ayala (2014) 403 micro e pequenas empresas colombianas
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
Com base na escala de Flatten et al. (2011), Flatten,
Greve e Brettel (2011) desenvolveram um estudo que analisa
como as alianças estratégicas interferem na relação entre
capacidade de absorção e desempenho organizacional nas
pequenas e médias empresas.
O questionário replicado foi respondido por 345
empresas da indústria alemã. Na análise dos dados, foi aplicado
o método de modelagem de equações estruturais à base de
covariância, uma vez que proporciona melhores resultados do
que as abordagens à base de variância em termos de parâmetro
consistência e precisão. Foi utilizado o pacote de software
AMOS 17,0 (IBM, New York) para realizar a modelagem
(FLATTEN; GREVE; BRETTEL, 2011).
Na análise, Flatten, Greve e Brettel (2011) diferenciam
a idade e o tamanho das empresas, descobrindo que as alianças
estratégicas possuem forte influência em cada dimensão da
capacidade de absorção no processo de desempenho
organizacional. Os resultados indicam que as alianças
estratégicas possuem forte influência na relação ACAP e
desempenho, entretanto, somente quando as empresas são
101
estabelecidas, pois devido à sua idade, as empresas
estabelecidas são susceptíveis a posições mais poderosas do
que as empresas jovens e, portanto, são mais confiáveis para
assumir o controle da aliança.
O estudo de Peltola e Mäkinen (2014) analisa a forma
com que a adoção do uso de ferramentas de mídia social
influencia no desenvolvimento de novos produtos. A pesquisa
foi realizada em duas etapas, avaliando a situação antes e
depois da adoção de ferramentas de mídia social em três
organizações.
A pesquisa consiste em um estudo de caso múltiplo em
três grandes empresas com atividades em diversos países e com
operações distintas. O questionário foi entregue para diferentes
pessoas em diferentes níveis e funções. Desenvolvido por meio
de uma escala Likert de sete pontos, o questionário foi aplicado
em duas etapas: na primeira amostra obteve um total de 131
respondentes e a segunda amostra foi de 121 respondentes,
totalizando 252 respostas.
Peltola e Mäkinen (2014) concluem que, quanto maior
o conhecimento, maior a capacidade de organização, maior a
facilidade para acessar as diversas fontes intraorganizacionais e
maior a aquisição e assimilação de conhecimento.
Consequentemente, infere-se que a capacidade de absorção
organizacional está ligada à melhoria no desenvolvimento de
novos produtos.
González-Campo e Ayala (2014) estudaram a
capacidade de absorção nas micro e pequenas empresas
colombianas e sua relação com a inovação. A análise consiste
em um dos primeiros estudos neste campo realizado na
Colômbia. A amostra é composta por 403 micro e pequenas
empresas colombianas dos setores de comércio, indústria,
construção e serviços.
A análise realizada possibilita confirmar que os
processos de capacidade de absorção e inovação ocorrem de
102
formas independentes nas micro e pequenas empresas
colombianas. Desta forma, os autores observam que a ACAP
não é um fator determinante da inovação nestas empresas,
verificando, ainda, que a capacidade de absorção está presente,
principalmente, nas pequenas empresas colombianas e os
processos de inovação são determinados pelas estratégias
competitivas adotadas pelas empresas.
2.2.4.8 Escala desenvolvida por Liang et al. (2013)
Liang et al. (2013) desenvolveram um estudo que avalia
as diferentes formas de pressões externas que influenciam a
capacidade de absorção potencial e realizada, com foco nos
sistemas de planejamento de recursos nas empresas (ERP). Os
autores indicam que a assimilação será maior na fase pós-
implementação do ERP, quando houver um nível mais elevado
de capacidade de absorção, potencial e realizada.
Para testar suas hipóteses, Liang et al. (2013) realizaram
uma vasta revisão da literatura, que possibilitou o
desenvolvimento de uma escala própria baseada em Zaha e
George (2002). A escolha da criação de uma nova escala se
justifica pelo contexto de pós-implementação do uso do ERP,
pois, embora estudos recentes em outros contextos utilizem
escalas, estas são direcionadas à inovação como, por exemplo,
a escala de serviços financeiros de Jansen et al. (2005) ou
indústria, como a escala de Lichtenthaler (2009), entre outros.
Por meio de uma análise fatorial exploratória, a escala
foi dividida em cinco itens para PACAP, separados em dois
conjuntos de duas sub-dimensões, pois neles estão dispostos a
maioria dos problemas relacionados com o ERP. Para a
capacidade de absorção realizada, os autores utilizaram como
base a escala de Szulanski (1996), adaptada à sua necessidade,
desta forma, descreveram os locais em que a organização teve
maior facilidade com estruturas cognitivas relacionais que
103
ocasionaram a aplicação do sistema ERP. O Quadro 19
apresenta a escala criada por Liang et al. (2013).
Quadro 19 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Liang et al. (2013) Capacidade de Absorção Potencial
PACAP1
1. Sabemos como resolver problemas relacionados ao pacote ERP.
2. Nossa empresa fornece apoio técnico adequado para a utilização de
ERP
3. A nossa empresa obteve o conhecimento necessário sobre ERP com
o fornecedor do produto (ERP).
PACAP2
4. Nossa empresa oferece treinamento de ERP aos empregados
regularmente.
5. O departamento de TI fornece informações específicas referente ao
uso de diferentes módulos do ERP.
Capacidade de Absorção Realizada
1. Todos os Departamentos da nossa empresa são capazes de utilizar
uma linguagem comum para falar sobre o uso de ERP.
2. Todos os departamentos em nossa empresa tiveram um
entendimento claro sobre o objetivo de utilizar o sistema ERP.
3. Nossa empresa possui a capacidade de gerir as questões
interdepartamentais relacionadas ao uso de ERP.
Fonte: Adaptado de Liang et al. (2013)
Para a realização da pesquisa, foi aplicado o método de
levantamento de campo com gestores de empresas chinesas que
haviam implementado os sistemas ERP. A amostra foi
realizada em 2004 com um total de 100 clientes que utilizam o
sistema de ERP líder, o UFIDA. Deste total, 77 questionários
foram devolvidos compondo a amostra final.
Os resultados encontrados por Liang et al. (2013)
indicam que o estoque de conhecimento que a empresa
mantêm, em relação ao sistema ERP, resulta em maior nível de
assimilação, contudo, as rotinas de aplicação estão fracamente
relacionadas à assimilação. Ainda assim, os autores concluem
104
que a capacidade de absorção realizada atua como efeito
moderador das pressões institucionais.
2.2.4.9 Escala desenvolvida por Moos et al. (2013)
O estudo avalia o papel da capacidade de inovação e da
capacidade de absorção nos sistemas de gestão do
conhecimento. A pesquisa mostra que a capacidade de uma
empresa em adquirir e utilizar o alto conhecimento relevante,
ou seja, a capacidade de absorção e inovação é decisiva para o
sucesso. Os autores utilizaram o conceito de ACAP proposto
por Zaha e George (2002) em sua pesquisa nas empresas de
indústria transformadora da Alemanha.
Para a realização da pesquisa, os autores identificaram
as 2500 empresas com as maiores receitas em 2007 na
Alemanha, focando em seus maiores produtos. A indústria
transformadora foi escolhida por envolver uma intensa
necessidade de P&D e produção de constantes inovações para
competir no mercado. O primeiro passo na construção do
modelo foi a revisão literária acerca do assunto. Em seguida,
equações estruturais foram utilizadas para testar o modelo. A
escala desenvolvida encontra-se no Quadro 20:
Quadro 20 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Moos et al. (2013) (Continua). Capacidade de Absorção Potencial
Dimensão Aquisição
1. Nossa divisão de produtos possui elevado potencial para absorver
conhecimento adequado de fontes externas.
2. Nossa divisão de produtos possui elevada competência tecnológica
para obter novos conhecimentos para a empresa.
3. Nossa divisão de produtos é capaz de identificar o conhecimento de
interesse para as demais divisões de produtos e encaminhá-lo para estas
divisões.
Dimensão Assimilação
105
Quadro 20 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Moos et al. (2013) (Conclusão)
4. Nossos colegas de trabalho sabem exatamente as melhorias mais
importantes a serem realizadas em nossos produtos, expressas pelos
clientes, bem como sabem como resolver os problemas existentes na
utilização do produto.
5. Em nossa empresa há uma elevada compreensão quanto a informação
necessária para alcançar um resultado excelente.
6. Nossa divisão de produtos sabe reconhecer rapidamente a utilidade
dos novos conhecimentos.
Capacidade de Absorção Realizada
Dimensão Transformação
7. Dentro da divisão produtos há a sistematização da melhor forma de
explorar o conhecimento.
8. Regularmente nossa divisão de produtos avalia as consequências da
evolução das necessidades em termos de mercado de novos produtos e
serviços.
9. Nossa divisão de produtos discute constantemente as consequências
das tendências de mercado e potenciais resultantes para o
desenvolvimento de novos produtos.
Dimensão Aplicação
10. Nossa divisão de produtos possui uma capacidade
significativamente melhor em P&D de novos produtos ou serviços
comparando com a divisão de produtos de nossos concorrentes.
11. Nossa divisão de produto possui melhores capacidades no
desenvolvimento de novas habilidades para transformar produtos
antigos em novos.
Fonte: Adaptado de Moos et al. (2013).
Os autores coletaram dados em 222 empresas de
manufatura, os resultados encontrados indicam que o
conhecimento de mercado não apresenta efeito sobre o sucesso
da inovação tecnológica. Moos et al. (2013) concluíram, em
seu estudo, que a influência dos sistemas de gestão do
conhecimento organizacional pode ser mediado pela
capacidade de absorção potencial. A capacidade realizada, por
sua vez, media o impacto dos sistemas de gestão do
conhecimento no sucesso da inovação. Os resultados
106
demonstram que a disponibilidade de um sistema de gestão de
conhecimento de uma empresa, torna-se comprometida pelo
sucesso na inovação, proporcionado pela capacidade de
absorção de conhecimento.
2.2.4.10 Escala desenvolvida por Chauvet (2014)
Buscando capturar a multidimensionalidade do
constructo capacidade de absorção, Chauvet (2014)
desenvolveu uma escala própria, composta de quatro
dimensões da ACAP. Com base nos conceitos do constructo
desenvolvidos por Zaha e George (2002), o autor dividiu a
ACAP em capacidade potencial e realizada. Para cumprir seu
objetivo, Chauvet (2014) realizou uma vasta revisão da
literatura, a fim de preencher as lacunas acerca do assunto.
Com o objetivo de verificar a validade, convergência e
confiabilidade da escala desenvolvida, foram realizadas
reuniões com os especialistas acadêmicos na área, e com
gerentes sêniores. Após o refinamento, a escala final, disposta
no Quadro 21, contêm 27 itens que pretendem atender os
critérios de validade e confiabilidade do constructo, tornando-
se uma nova abordagem para o conceito de capacidade de
absorção. O estudo foi aplicado em 10 pequenas e médias
empresas francesas de alta tecnologia, especializadas em
controle de automação, robótica, eletrônica, computação e
telecomunicações (CHAUVET, 2014).
O pré-teste foi direcionado aos gerentes executivos da
organização para que refinassem os itens da escala. O
questionário final avaliado em uma escala Likert de sete
pontos, variando de 1 (discordo plenamente) a 7 (concordo
totalmente) foi aplicado aos funcionários em geral, pois eles
são os receptores responsáveis diretos pela absorção do
conhecimento. A amostra contou com a resposta de 61
107
diretores, 119 gerentes e 30 funcionários, com um total de 210
questionários válidos.
Quadro 21 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Chauvet (2014) (Continua) Capacidade de Absorção Potencial
Dimensão Aquisição
1. O receptor é informado sobre mudanças em produtos e serviços.
2. O receptor é informado sobre novas orientações estratégicas.
3. O receptor é informado sobre transformações e inovações
tecnológicas.
4. O receptor é informado sobre mudanças de parceiros.
5. O receptor é informado sobre mudanças de fornecedores ou
distribuidores.
6. O receptor é informado sobre mudanças de pessoal.
7. O receptor descobre novas ideias para o seu trabalho durante as
reuniões, trabalhando em equipe ou apenas trabalhando.
8. O receptor se reúne com os seus colegas para compartilhar ideias e
informações sem ser forçado pela organização ou fazendo parte de um
projeto.
9. O receptor se reúne com os seus colegas para resolver problemas
sem ser forçado pela organização ou fazendo parte de um projeto.
10. O receptor conhece os seus colegas que possuem experiência
valiosa dentro da empresa.
11. O receptor tem a possibilidade de trabalhar com novas ideias.
12. Se o receptor falhou na criação de algo novo, sua empresa o
incentiva a ir adiante.
Dimensão Assimilação
Quando há reuniões com atores externos:
13. O receptor aprende novos métodos e processos de gestão.
14. O receptor descobre novos fornecedores e distribuidores.
15. O receptor adquire conhecimento sobre processos técnicos
externos e inovações tecnológicas.
16. O receptor reconsidera a maneira de trabalhar.
17. O receptor descobre novos produtos e serviços.
18. O receptor tem novas ideias.
108
Quadro 21 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Chauvet (2014) (Conclusão) Capacidade de Absorção Realizada
Dimensão Transformação
19. O receptor melhora métodos e práticas atuais, propondo novas
soluções.
20. O receptor melhora métodos e práticas atuais, encontrando
maneiras de agilizar o processo.
21. O receptor melhora métodos e práticas atuais, alterando processos
antigos.
22. O receptor melhora métodos e práticas atuais, usando novas
ferramentas.
23. O receptor melhora métodos e práticas de escrita de seu trabalho
atual.
24. O receptor melhora métodos e práticas de escrita de projetos que
ele / ela está envolvido no momento.
Dimensão Aplicação
25. Temos uma forte reputação de excelência tecnológica.
26. Intensidade de conhecimento é característica do nosso negócio.
27. Há um forte conhecimento aplicado em nossos produtos e
serviços.
Fonte: Adaptado de Chauvet (2014).
Segundo Chauvet (2014) a maior contribuição do
estudo se refere à compreensão da capacidade de absorção em
suas múltiplas dimensões, além da possibilidade de replicação
da escala em outras realidades, tornando-se uma ferramenta útil
para determinar a fonte de vantagem competitiva.
2.2.4.11 Escala desenvolvida por Sciascia, D´Oria, Bruni e
Larrañeta (2014)
Sciascia, D´Oria, Bruni e Larrañeta (2014)
desenvolveram uma escala multidimensional, aplicada em 103
médias empresas italianas do setor de moda, alimentação e
móveis. O estudo analisou as implicações da orientação
empreendedora (EO) no desempenho das empresas de baixa e
109
média tecnologia (LMT), fator pouco explorado em pesquisas
recentes. As empresas de baixa e média tecnologia foram
escolhidas por utilizarem muito mais conhecimento prático do
que científico, portanto, a aprendizagem tende a ser realizada
além do padrão formal de pesquisa e desenvolvimento.
Contudo, empresas LMT podem aproveitar outras atividades
inovadoras incrementais como marketing, design e compras.
O estudo de Sciascia et al. (2014) utilizam a base
conceitual de ACAP definida por Zaha e George (2002),
dividindo a capacidade de absorção em duas dimensões:
potencial e realizada. A escala desenvolvida segue apresentada
no Quadro 22.
Quadro 22 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Sciascia, D´Oria, Bruni e Larrañeta (2014) Capacidade de absorção potencial
1. Os gestores são capazes de identificar conhecimento valioso externo
2. Os gestores são capazes de acessar os conhecimentos externos
necessários
3.Os gestores são capazes de assimilar conhecimento (ou seja, analisar,
interpretar e compreender o conhecimento adquirido).
Capacidade de absorção realizada
4. Os gestores são capazes de transformar conhecimento (ou seja,
combinar conhecimento adquirido com o interno)
5. Os gestores exploram o conhecimento reunido (ou seja, obtêm
sucesso em melhorar e alargar competências existentes ou na criação de
novos quesitos, usando aquisição).
Fonte: Adaptado de Sciascia, D´Oria, Bruni e Larrañeta (2014).
O resultado encontrado por Sciascia, D´Oria, Bruni e
Larrañeta (2014) indica que, nas indústrias de baixa e média
tecnologia, a orientação empreendedora possui efeito positivo
sobre o desempenho da empresa, quando aliada a altos níveis
de capacidade de absorção potencial e realizada.
110
2.2.4.12 Escala desenvolvida por Thomas e Wood (2014)
O estudo de Thomas e Wood (2014) propõe uma
análise das práticas mais inovadoras aplicadas ao setor de
turismo. Os autores pretendem avaliar a capacidade de
absorção nas empresas de turismo no Reino Unido. Para atingir
os objetivos propostos, os autores realizaram uma entrevista
com 100 gerentes de hotéis. O questionário, disposto no
Quadro 23 foi composto por uma escala Likert de cinco pontos,
contendo as quatro dimensões da ACAP propostas por Zaha e
George (2002), com diferentes níveis de concordância
conforme a pergunta proposta.
Quadro 23 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Thomas e Wood (2014) (Continua) Dimensão Aquisição
1. Pense na empresa, ou outra organização, de que o seu hotel adquiriu
algum conhecimento nos últimos três anos. Indicar as características do
relacionamento, mostrando o seu nível de concordância, com o acordo
ou desacordo nas seguintes declarações:
(1. Discordo fortemente; 2. Discordo; 3. Sem opinião; 4. Concordo; 5.
Concordo fortemente) a) Nós temos uma estreita interação com aqueles que lá trabalham;
b) A nossa relação é caracterizada por confiança mútua;
c) O nosso relacionamento é caracterizado pelo respeito mútuo;
d) O nosso relacionamento é caracterizado pela amizade entre as pessoas
das equipes;
e) A nossa relação é caracterizada por um alto nível de reciprocidade.
2. Só pensando em seu próprio hotel, por favor, indicar o seu nível de
concordância ou discordância com as seguintes afirmações:
(1. Discordo fortemente; 2. Discordo; 3. Sem opinião; 4. Concordo; 5.
Concordo fortemente) a) O nosso hotel coleta informações informais através de meios (por
exemplo, com indústrias conhecidas, conversações com parceiros
comerciais);
b) Nosso hotel organiza regularmente encontros com parceiros para
aquisição de novos conhecimentos;
111
Quadro 23 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Thomas e Wood (2014) (Continua). c) As informações relevantes sobre a nossa indústria é uma atividade diária
no nosso hotel;
d) Nós esperamos que os empregados utilizem fontes de informação dentro
da nossa indústria.
e) Nós esperamos que os empregados utilizem informação externas à nossa
indústria.
3. Por favor, compare o seu hotel com os seus concorrentes e avalie
cada uma das declarações:
(1. Estamos muito pior; 2. Nós somos ruins; 3. Nós somos iguais; 4. Nós
somos melhores; 5. Estamos muito melhor)
a) Monitoramos a evolução do mercado para descobrir novas oportunidades
a serem exploradas de forma proativa;
b) Mantemos cooperação com organizações tais como universidades,
escolas de negócios ou escolas de hotelaria para criar conhecimento e
inovação;
c) Utilizamos fontes externas para obter informações (por exemplo,
pessoal, redes, consultores, internet, profissional, revistas, publicações,
pesquisas de mercado).
Dimensão Assimilação
4. Pense na empresa, ou outra organização, de que o seu hotel aprendeu
algum conhecimento nos últimos três anos. Indicar as características do
relacionamento, mostrando o seu nível de concordância, com o acordo
ou desacordo nas seguintes declarações:
(1. Discordo fortemente; 2. Discordo; 3. Sem opinião; 4. Concordo; 5.
Concordo fortemente) a) Nós compartilhamos valores comuns;
b) Os recursos das duas empresas (ou outra organização) são
complementares;
c) Os gestores dos dois negócios (ou outra organização) se sobressaem;
d) A cultura organizacional das duas empresas (ou outra organização) não é
compatível;
e) O estilo de gestão dos dois negócios (ou outra organização) é compatível.
5. Só pensando em seu próprio negócio agora, por favor, indicar o seu
nível de concordância ou discordância com as seguintes afirmações:
(1. Discordo fortemente; 2. Discordo; 3. Sem opinião; 4. Concordo; 5.
Concordo fortemente)
112
Quadro 23 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Thomas e Wood (2014) (Continua). a) Não reconhecer rapidamente mudanças em nosso mercado;
b) Compreendemos rapidamente evoluções tecnológicas;
c) Compreendemos rapidamente as novas oportunidades para servir o
cliente;
d) As ideias e novos conceitos são compartilhados em todas as áreas
funcionais;
e) Enfatizamos apoio funcional entre setores para resolver problemas;
f) Há fluxo rápido de informação, por exemplo, se uma área obter
informações importantes, esta informação prontamente é comunicada a
todos os outros funcionários e/ou departamentos;
g) Realizamos periodicamente reuniões interdepartamentais para averiguar
novos desenvolvimentos, problemas e realizações;
6. Por favor, compare o seu hotel com os seus concorrentes e, para cada
uma das instruções abaixo, assinale o que sua empresa possui melhor:
(1. Estamos muito pior; 2. Nós somos ruins; 3. Nós somos iguais; 4. Nós
somos melhores; 5. Estamos muito melhor)
a) A capacidade de assimilar novas tecnologias e processos inovativos que
são ou possuem potencial utilidade;
b) A capacidade dos empregadores em utilizar o conhecimento, experiência
e competências na assimilação e interpretação de novos conhecimentos;
c) Assimilar o conhecimento de negócios-chave e das experiências bem
sucedidas de negócios na mesma indústria.
Dimensão Transformação
7. Pensando em seu próprio hotel, por favor, indicar o seu nível de
concordância ou discordância com as seguintes afirmações:
(1. Discordo fortemente; 2. Discordo; 3. Sem opinião; 4. Concordo; 5.
Concordo Fortemente).
a) Há muitas conversas informais entre empregados que envolvem a
atividade comercial;
b) Reuniões interdepartamentais são organizadas regularmente para discutir
o desenvolvimento do hotel;
c) Reuniões sobre novas operações são altamente eficazes;
d) O conhecimento recém-adquirido é compartilhado com todas as unidades
ou departamentos;e) Quando algo importante acontece, todas as unidades ou
departamentos são informados, num curto espaço de tempo;
f) A aplicabilidade do novo conhecimento é reconhecida rapidamente;
g) Nós somos incapazes de avaliar se o conhecimento é compartilhado entre
as diversas unidades ou departamentos;
113
Quadro 23 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Thomas e Wood (2014) (Continua). 8. Pensando em seu próprio hotel, por favor, indicar o seu nível de
concordância ou discordância com as seguintes afirmações;
(1. Discordo fortemente; 2. Discordo; 3. Sem opinião; 4. Concordo; 5.
Concordo Fortemente).
a) Os nossos empregadores possuem a capacidade de estruturar e utilizar o
conhecimento adquirido externamente;
b) Os nossos empregadores gostam de possuir os novos conhecimentos,
preparando-se para o futuro e tornando-o disponível para os demais;
c) Nossos utilizam com sucesso o novo conhecimento para desenvolver
novos insights;
d) Os nossos empregadores são capazes de usar novos conhecimentos em
seu trabalho prático.
9. Por favor, compare o seu hotel com os seus concorrentes e, para cada
uma das instruções abaixo, assinale o que sua empresa possui melhor:
(1. Muito pior; 2. Pior; 3. Aproximadamente o mesmo; 4. Melhor; 5.
Muito melhor)
a) Nossa consciência da necessidade de utilizar os novos conhecimentos
para a inovação é..
b) A nossa capacidade de utilizar o novo conhecimento, a fim de melhorar
aumento dos fluxos de informação e promover a comunicação entre
empregadores é..
c) O grau em que o nosso hotel encoraja os empregados à compartilhar
voluntariamente todas as informações úteis com os outros é..
d) A nossa capacidade de integrar conhecimentos e coordenação com todas
as tarefas funcionais é..
Dimensão Aplicação
10. Pense em seu próprio hotel, por favor, indique o seu nível de
concordância ou discordância com as seguintes afirmações;
(1. Discordo fortemente; 2. Discordo; 3. Sem opinião; 4. Concordo; 5.
Concordo Fortemente).
a) Há em um entendimento claro sobre quem se responsabiliza pelo uso de
informações e conhecimentos obtidos a partir de fora da empresa;
b) Os processos para todos os tipos de atividades são claramente
conhecidos;
c) Nós tivemos dificuldade nos requisitos necessários à implementação do
novo conhecimento;
d) Nós possuímos as capacidades e habilidades necessárias para explorar a
informação e conhecimentos obtidos fora da empresa;
114
Quadro 23 - Itens da escala de capacidade de absorção de
Thomas e Wood (2014) (Conclusão). e) Avaliamos constantemente a melhor forma de explorar o novo
conhecimento.
11. Ainda pensando em seu próprio negócio, queira indicar o seu nível
de concordância ou discordância com as seguintes afirmações;
(1. Estamos muito pior; 2. Nós somos ruins; 3. Nós somos iguais; 4. Nós
somos melhores; 5. Estamos muito melhor)
a) O nosso hotel apoia o desenvolvimento de novas ideias de serviços;
b) O nosso hotel regularmente reconsidera tecnologias e as adapta de acordo
com novos conhecimentos;
c) O nosso hotel possui a capacidade de trabalhar de forma mais eficaz por
meio da adopção de novas tecnologias;
d) Consideramos constantemente a melhor forma de explorar o
conhecimento.
12. Por favor, compare seu hotel com os seus concorrentes e, para cada
uma das instruções abaixo, assinale o que sua empresa possui melhor:
(1. Discordo fortemente; 2. Discordo; 3. Sem opinião; 4. Concordo; 5.
Concordo Fortemente).
a) Capacidade de utilizar novos conhecimentos para responder rapidamente
às mudanças no ambiente de negócios;
b) Capacidade de inovar para ganhar competitividade, ampliando o portfólio
de novos produtos e serviços.
Fonte: Adaptado de Thomas e Wood (2014).
Em sua pesquisa, Thomas e Wood (2014) sugerem uma
reconceitualização da ACAP voltada ao setor hoteleiro, bem
como a validação da escala própria para aplicação em práticas
hoteleiras que, tem sido negligenciadas nas pesquisas mais
recentes de ACAP.
O Quadro 24 apresenta as escalas desenvolvidas para
mensurar capacidade de absorção nos últimos dez anos.
115
Quadro 24 - Escalas desenvolvidas de 2005 a 2014 (Continua).
Autor
Porte e origem
das empresas Dimensões Amostra
Jansen, Van
Den Brosch e
Volberda
(2005)
Uma grande
empresa na
Europa.
21 itens
6 – Aquisição
3 – Assimilação
6–Transformação
6- Aplicação
462 unidades de
uma empresa de
serviços
financeiros.
Cadiz, Sawyer
e Griffith
(2009)
Uma grande
empresa
fornece
soluções em
engenharia à 47
países(Techco).
9 itens
3 – Avaliação
3 – Assimilação
3 – Aplicação
583 consultores
técnicos da
Techco
Lichtenthaler,
U. (2009)
Médio e grande
porte na
Alemanha.
25 itens
9 – Aquisição;
8 – Assimilação;
4 – ransformação
4- Aplicação.
175 empresas
industriais
Camisón;
Forés (2010)
Micro,
pequenas,
médias e
grandes
empresas na
Espanha
19 itens
4 – Aquisição
6 – Assimilação
5–Transformação
4 – Aplicação
952 empresas
industriais.
Flatten, et al
(2011)
Diferentes
tamanhos e
idade na
Alemanha.
14 itens
3 – Aquisição
4 – Assimilação
4–Transformação
3 – Aplicação
1º amostra 285
respondentes/ 2º
amostra 361
respondentes.
Ambos indústrias
química,
mecânica e
engenharia
elétrica e
comercio.
Jimenez-
Barrionuevo;
Garcia-
Morales;
Molina (2011)
Pequenas e
médias
empresas na
Espanha.
18 itens
5 – Aquisição
5 – Assimilação
6–Transformação
2- Aplicação
168 empresas da
indústrias
química e
automotiva.
116
Quadro 24 - Escalas desenvolvidas de 2005 a 2014
(Conclusão) Autor
Porte e
origem das
empresas
Dimensões Amostra
Kotabe, Jiang
e Murray
(2011)
Multinacionais
emergentes na
China.
9 itens
1 – Aquisição
3 – Assimilação
2 –
Transformação
3- Aplicação
121 empresas
multinacionais
emergentes
Liang et al
(2013)
Empresas
Chinesas que
utilizam ERP
9 itens
5 - Capacidade de
absorção
potencial;
3 - Capacidade de
absorção
realizada.
70 empresas que
utilizam os
sistemas ERP.
Moos et al.
2013
Grandes
empresas da
indústria
transformadora
da Alemanha
11 itens
3 – Aquisição
3 – Assimilação
3– ransformação
3- Aplicação
222 empresas que
utilizam sistemas
de gestão do
conhecimento
para inovação
Chauvet
(2014)
Pequenas e
médias
empresas na
França
27 itens
12 – Aquisição;
6 – Assimilação;
6–Transformação
3 - Aplicação.
210 empresas
industriais de alta
tecnologia.
Sciascia,
D ́Oria, Bruni
e Larrañeta
(2014)
Médio e grande
porte na Itália.
5 itens
3 - Capacidade de
absorção
potencial;
2 - Capacidade de
absorção
realizada.
1º amostra de 145
empresas e a 2º
amostra de 103
empresas. Moda,
alimentos e
móveis.
Thomas e
Wood (2014)
Hotéis do Reino
Unido.
12 itens
3 – Aquisição;
3 – Assimilação;
3 Transformação
3 - Aplicação.
100 gerentes de
hotéis que
utilizam práticas
inovadoras para o
setor de turismo.
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
117
2.2.5 Análise das escalas
A escala de Camisón e Forés (2010), assim como a
escala de Chauvet (2014), foram desenvolvidas para a análise
da concorrência, divide-se em potencial e realizada conforme
proposição conceitual de Zaha e George (2002). Ambas
possuem itens fracos e uma composição complexa para a
análise da ACAP, comparando diretamente a organização à
concorrência, dificultando a comparação com outras realidades
(WOOD, 2014).
Jimenez-Barrionuevo; Garcia-Morales; Molina (2011)
concentraram-se no desenvolvimento sólido da escala, alçados
de um bom arcabouço teórico, apresentando uma escala Likert
sete pontos, em que os dirigentes foram convidados a
responder conforme a intensidade de contato que tiveram com
cada item da escala. A escala se torna fraca na análise da
dimensão “aplicação”, contendo apenas dois itens de análise,
subestimando a aplicação que é o fator necessário à exploração
do novo conhecimento adquirido.
As escalas de Kotabe, Jiang e Murray (2011); Liang et
al (2013); Moos et al. (2013); Thomas e Wood (2014) e
Sciascia, D ́Oria, Bruni e Larrañeta (2014) incorrem no
problema do pequeno número de itens de escala. Devellis
(2011) infere que uma escala com poucos itens, justifica-se
somente com a realização de pré-testes, em que a vasta revisão
da literatura torna o número de itens da escala suficientes,
ainda assim, torna-se necessária a avaliação de especialistas da
área e de gerentes de empresas, com o intuito de avaliar os
itens pertinentes, tornando a escala válida para aplicação,
mesmo com um número reduzido de itens.
Jansen, Van Den Brosch e Volberda (2005) realizou seu
estudo em uma única empresa multinacional europeia de
serviços financeiros. O questionário com 21 itens foi entregue
às unidades de negócio da grande empresa, resultando na
118
entrega de 462 questionários respondidos. O pequeno tamanho
da amostra, direcionada a uma única empresa, limita a
generalização dos resultados a outras realidades (FLATTEN et
al., 2011).
Lichtenthaler, (2009) desenvolveu a escala que foi
aplicada a 175 empresas industriais de médio e grande porte na
Alemanha. Diferente das demais escalas que utilizaram os
conceitos de Zaha e George (2002), o estudo foi embasado no
conceito de Lane, Koka e Pathak (2006), que aponta três
processos de aprendizagem complementares dentro da
capacidade de absorção: aprendizagem exploratória,
aprendizagem transformativa e aprendizagem de aplicação.
A escala de Flatten et al. (2011) foi desenvolvida com
base nos conceitos de Zaha e George (2002). Possui 14 itens e
foi realizada em empresas de diferentes tamanhos e idade da
economia alemã. A amostra foi direcionada aos setores de
maior importância para a economia da Alemanha: a indústria
química, mecânica e de engenharia elétrica.
Considera-se a escala de Flatten et al. (2011) a mais
indicada para a replicação em estudos em diferentes realidades,
pois a escala foi elaborada conforme uma vasta revisão da
literatura, que resultou em um conjunto de itens que foram
refinados por especialistas acadêmicos na área e por gerentes
de negócios. Na primeira etapa a escala foi desenvolvida e
respondida por 285 executivos. Na segunda etapa, uma nova
amostra de refinamento replicou as conclusões obtidas na
primeira amostra. Ao final o estudo contou com um total de
361 questionários respondidos, uma amostra robusta que
demonstra a solidez da construção proposta.
119
2.3 PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS (PME´S)
A definição de pequena e média empresa, introduzida pelo
artigo terceiro da Lei Complementar nº 123 de 2006, atribui às
microempresas ou empresas de pequeno porte a acepção de
sociedade empresária, sociedade simples, empresa individual
de responsabilidade limitada, e, empresários devidamente
registrados no Registro de Empresas Mercantis ou Registro
Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso.
As pequenas e médias empresas podem ser analisadas
em diversos contextos, dentre eles, destacam-se os aspectos
econômicos e sociais. Por meio da classificação, tomando estes
aspectos como base, torna-se possível a verificação do
comportamento e análise das particularidades das empresas,
possibilitando a tomada de decisão direcionada à sua realidade.
A classificação das empresas segundo o porte auxilia a
aplicação de programas e ações governamentais que procuram
a promoção do desenvolvimento econômico e social (LEONE,
1991).
Leone (1991) define que as empresas podem ser
classificadas conforme critérios qualitativos que consideram o
perfil, atitudes e percepções do ambiente que o gestor possui,
considerando que a empresa é o espelho do comportamento do
seu dirigente, com foco na estrutura interna. O critério
quantitativo oferecem oportunidade de análises estatísticas e
tendências temporais, avaliando diferentes componentes das
atividades empresariais, sua mensuração ocorre pelo número de
empregados, receita bruta, ativo imobilizado, entre outros. O
método misto combina os indicadores econômicos com as
características sociais e políticas, unindo os critérios
quantitativos e qualitativos.
A maioria dos estudos acadêmicos utiliza o critério
quantitativo para a avaliação das PME´S. O método evita
dificuldades referentes a avaliações e comparações entre
120
estudos. Dentre os critérios quantitativos para a mensuração
das PME´S, podemos destacar a receita bruta (faturamento) e o
número de empregados (LEONE, 1991).
De acordo com a Lei Complementar nº 123/2006, a
faixa de enquadramento das empresas varia conforme a receita
bruta obtida. Receita bruta consiste no produto da venda de
bens e serviços nas operações de conta própria, preço dos
serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia,
não incluídas as vendas canceladas e os descontos
incondicionais concedidos. Tal medida torna-se satisfatória por
refletir o tamanho do mercado da empresa.
Para o enquadramento em microempresa, de acordo
com a LC nº 123 de 2006, é necessário que a microempresa,
alcance, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior
a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais). No caso da
empresa de pequeno porte, a empresa deve auferir, em cada
ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00
(trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$
3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). As faixas do
enquadramento da LC nº 123/2006, critério utilizado também
pela Receita Federal do Brasil e Banco Central do Brasil,
encontram-se no Quadro 25.
Quadro 25 - Enquadramento empresarial conforme a Lei
Complementar nº 123 de 2006 Classificação LC nº 123 de 2006 Receita Bruta Anual
Microempresa Inferior a R$ 360.000,00
Pequeno Porte Superior a R$ 360.000,00 e igual
ou inferior a R$ 3.600.000,00
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
Conforme a Lei Complementar nº 123 de 2006 não
poderá se beneficiar do tratamento jurídico diferenciado
previsto nesta Lei Complementar, a pessoa jurídica de cujo
capital participe outra pessoa jurídica; que seja filial, sucursal,
121
agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede
no exterior; de cujo capital participe pessoa física que seja
inscrita como empresário, ou seja, sócia de outra empresa que
receba tratamento jurídico diferenciado nos termos desta Lei
Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o
limite permitido por esta lei.
O Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), por
meio das circulares: nº 11/2010 e 34/2011, definiu uma nova
classificação do porte das empresas conforme a receita bruta
anual auferida no ano- calendário. A classificação de porte de
empresa adotada pelo BNDES pode ser aplicável a todos os
setores e está resumida no Quadro 26.
Quadro 26 - Enquadramento empresarial conforme
classificação do BNDES Classificação BNDES Receita Operacional Bruta Anual
Microempresa Menor ou igual a R$ 2,4 milhões
Pequena empresa Maior que R$ 2,4 milhões e menor
ou igual a R$ 16 milhões
Média empresa Maior que R$ 16 milhões e menor
ou igual a R$ 90 milhões
Média-grande empresa Maior que R$ 90 milhões e menor
ou igual a R$ 300 milhões
Grande empresa Maior que R$ 300 milhões
Fonte: Adaptado de BNDES (2011).
O critério da LC nº 123/2006, adotado pela Receita
Federal do Brasil, serve como base para a forma de tributação
das empresas. Para o Banco Central do Brasil, o critério é base
para a determinação de linhas de financiamento destinadas às
necessidades das empresas conforme enquadramento. O
critério adotado pelo BNDES se destina à classificação das
linhas de investimento e financiamento especificas a cada
faixa. O critério de faturamento/receita bruta utilizado pelo
governo e agências de crédito, é válido como forma de
122
classificação com a finalidade de financiamento e apoio à
política fiscal (LEONE, 1991).
Os critérios baseados em receita bruta perdem a
confiabilidade para determinados fins por estar sujeito às
flutuações da moeda e mudanças de critérios contábeis.
Portanto, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(SEBRAE), apresenta outro critério para classificação do porte
de empresas, pautado no número de empregados, entretanto, o
critério proposto não apresenta fundamentação legal, sendo
utilizado para fins gerenciais, devendo ser aplicado o critério
da LC 123/2006 como base legal.
Quadro 27 - Enquadramento empresarial conforme
classificação do SEBRAE Classificação
SEBRAE
Indústria Comércio e Serviços
Microempresa Com até 19
empregados
Com até 9
empregados
Pequena empresa De 20 a 99
empregados
De 10 a 49
empregados
Média empresa De 100 a 499
empregados
De 50 a 99
empregados
Grande empresa Mais de 500
empregados
Mais de 100
empregados
Fonte: Adaptado de SEBRAE (2015).
As pequenas empresas possuem papel relevante na
economia nacional, pesquisa da Federação Nacional das
Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de
Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas
(FENACON), realizada em 2013, indica que os pequenos
negócios representam cerca de 20% do PIB brasileiro ou pouco
mais de R$ 1 trilhão.
Considerando os setores de indústria, construção, comércio
e serviços, uma investigação desenvolvida pelo DIEESE
mapeou a evolução dos estabelecimentos por porte no Brasil no
123
período de 2002 a 2012. O documento tomou como base a
Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do
Trabalho e Emprego (RAIS/MTE) que determina a relação dos
empregados que cada empresa possui. A Figura 6 apresenta um
quadro demonstrativo da evolução por porte das empresas no
Brasil, demonstrando a representatividade das micro e
pequenas empresas ao longo do período no país que cresce a
cada ano.
Figura 6 - Evolução da distribuição dos estabelecimentos por
porte no Brasil no período de 2002 a 2012
Fonte: DIEESE; SEADE; MTE; FAT; Convênios regionais. Pesquisa de
Emprego e Desemprego: PED. São Paulo, 2008 e 2012.
Segundo pesquisa do SEBRAE/SC (2013), as empresas que
costumam, com frequência, aperfeiçoar produtos e serviços,
estar atualizada com respeito às tecnologias do setor, inovar em
processos e procedimentos e investir em capacitação, tendem a
124
sobreviver mais no mercado. A mesma pesquisa indica que as
principais causas de mortalidade de empresas são: falta de um
planejamento prévio sobre o negócio; falha na gestão
empresarial e dificuldade em desenvolver e empreender o
negócio.
2.4 DESENVOLVIMENTO DE ESCALA
As escalas são instrumentos que sugerem ao individuo
pesquisado a indicação, dentro de uma série de itens, da sua
percepção acerca do fato estudado, mensurando a intensidade
de opinião e atitude da forma mais objetiva possível. No
processo de desenvolvimento de uma escala, considera-se
fundamental, pelo menos um modelo teórico, que servirá de
guia na decisão sobre o que será necessário medir. A escolha
dos itens aleatoriamente é essencial para que reflitam o
propósito da escala, os itens eleitos devem conjeturar a
multidimensionalidade dos itens a serem mensurados (GIL,
2008; DEVELLIS, 2011).
Ao desenvolver uma escala, deve-se atentar à ordenação
dos itens ao longo de um contínuo, isto exige uma cuidadosa
análise conceitual e efetiva verificação empírica. Um bom
conjunto de itens deve ser escolhido aleatoriamente a partir do
universo de itens relativos ao constructo de interesse. A escala
precisa ser fidedigna, ou seja, a aplicação da mesma amostra
produz os mesmos resultados de forma consistente em ocasiões
diferentes. A fim de atingir a fidedignidade, faz-se importante a
ponderação dos itens que irão compor a escala, a qualidade dos
itens deve ser medida com o auxílio de especialistas que
auxiliem na composição destes itens (GIL, 2008; DEVELLIS,
2011).
A fidedignidade pode ser mensurada por meio de três
métodos: a) teste-reteste: a escala é duas vezes aplicada à
mesma população e os resultados são comparados; b) formas
125
múltiplas: são construídas duas escalas bastante
correlacionadas e aplicadas sucessivamente à mesma amostra;
c) técnicas das metades: aplica-se uma única vez uma escala
que tenha sido dividida ao acaso em duas metades (GIL, 2008).
Segundo Gil (2008), para que seja válida, uma escala
precisa realmente medir o que se propõe. Na verificação da
validade da escala, podem ser aplicados dois métodos: a)
opinião de júri: a validade de uma escala é confirmada por
meio da opinião de um grupo de pessoas conceituadas no
assunto; b) grupos conhecidos: a validade ocorre com a opinião
ou atitudes manifestadas por grupos opostos, ou seja,
favoráveis e contra à lide.
Embora a redundância remeta a uma repetição
exacerbada de ideias, neste processo de desenvolvimento da
escala, quanto mais inclusivo o pesquisador for, melhor.
Contudo, a redundância pode estar presente nas fases iniciais,
mas deve respeitar a estrutura gramatical e ao final da escala,
não deve existir (DEVELLIS, 2011).
2.5 TIPOLOGIAS DE ESCALAS
As escalas de opinião constituem um conjunto de
enunciados elaborados pelos pesquisadores em que os
respondentes são convidados a concordar ou discordar,
conforme respostas pré-definidas. As escalas de opinião
possibilitam a verificação de atitudes acerca de um assunto
específico e são dividias em: escalas de ordenação, graduação e
atitude (MAY; WILLIANS, 2010).
Escalas de ordenação
As escalas de ordenação são compostas por uma série
de palavras ou enunciados que os entrevistados devem ordenar
conforme sua aceitação ou rejeição. As combinações dos pares
ocorrem conforme a aceitação do indivíduo, os resultados
126
sugerem uma ordenação da escala de acordo com cada um dos
respondentes (GIL, 2008).
Escalas de graduação
As escalas de graduação apresentam um contínuo de
atitudes possíveis quanto ao assunto em questão. Os
enunciados são dispostos em graus que medem a atitude em
mais ou menos favorável. Para que não percam a conveniência,
estas escalas normalmente apresentam cinco graus, sendo que o
intermediário é o neutro (GIL, 2008).
2.5.1 Escalas de Atitude
As escalas de atitude ou de distância social mensuram
as atitudes em relação a determinados grupos étnicos,
religiosos e sociais (GIL, 2008).
2.5.1.1 Escala de Thurstone
Desenvolvida no final da década de 1920 por Thurstone
e Chave, a escala proporciona a possibilidade de mensuração
de atitudes aplicada a diversos assuntos como, por exemplo,
evolução, livre comércio, patriotismo, guerra, censura, entre
outros. A escala permite a aplicação para medir atitudes sobre
qualquer assunto (CHISNALL, 1980).
Chisnall (1980) sugere o procedimento para o
desenvolvimento da escala em que o pesquisador coleta um
grande número de frases ou afirmações acerca do assunto do
constructo, as quais serão avaliadas por um grande número de
pessoas – o júri. As frases serão dividas em grupos e o júri
deverá classifica-las entre “mais favorável” até “menos
favorável”, em grupo de onze níveis de possibilidade.
Os valores medianos de cada grupo serão calculados
para a escolha de cerca de vinte a vinte e cinco frases menos
127
apoiadas pela maioria, que deverão ser descartadas. As frases
escolhidas para permanecerem são apresentadas aleatoriamente
aos respondentes para que selecionem as que mais concordam.
Os escores totais dos respondentes são calculados pela média
ou mediana dos valores medianos na avaliação de cada frase
(CHISNALL, 1980).
A escala de Thurstone consiste em uma escala de
intervalos para medir atitudes, o desenvolvedor da escala busca
a geração de itens que sejam sensíveis a níveis específicos da
atitude em questão. Sua utilização se tornou restrita em virtude
da dificuldade para sua construção e viés que os julgadores de
atitudes podem atribuir à escolha das frases que comporão a
escala. Em virtude da distorção proporcionada pela atitude do
júri e após o surgimento das escalas tipo Likert a escala
Thurstone caiu em desuso (GIL, 2008).
2.5.1.2 Escala Likert
A escala Likert foi baseada na Thurstone, contudo, sua
elaboração é mais simples e não mensura as atitudes mais
favoráveis ou desfavoráveis. Os enunciados da escala são
projetados para medir um aspecto particular foco da pesquisa.
A escala Likert é amplamente utilizada como instrumento de
mensuração de opiniões, crenças e atitudes (MAY;
WILLIANS, 2010).
Desenvolvida em 1932 por Rensis Likert a escala
possibilita um método de escala de atitude no qual o
pesquisador coleta um grande número de assertivas que sejam
relacionadas ao objetivo proposto. As assertivas são
direcionadas a um grupo de pessoas que estejam envolvidas
com o objeto do estudo (CHISNALL, 1980).
As indagações da escala Likert são realizadas em frases
assertivas, seguidas de respostas com opções que indiquem os
diferentes graus de acordo com a declaração disposta. O
128
respondente deve manifestar a concordância ou discordância
em relação aos enunciados numa escala de gradação de 5 itens
contendo: “concordo totalmente”, “concordo”, “indiferente”,
“discordo”, “discordo totalmente” (GIL, 2008; DEVELLIS,
2011).
Após as respostas, ocorre a avaliação dos itens, os itens
com respostas mais favoráveis recebem valoração maior, o
resultado total é calculado com base na soma dos itens de cada
individuo entrevistado. Por fim, as respostas são analisadas por
meio de um teste de correlação para verificação de quais itens
apresentam forte relação. Os itens de baixa relação ou que
possuem pouca representatividade são eliminados da escala
final (GIL, 2008; DEVELLIS, 2011).
A escala Likert se tornou muito popular entre os
pesquisadores devido a sua confiabilidade, facilidade de
construção e boa informação quanto ao grau de sentimento dos
respondentes. Diferente da escala Thurstone, que possibilita
somente a opção de concordo e não concordo, a Likert permite
que os mesmos tenham maior liberdade em expressar suas
opiniões (CHISNALL, 1980).
2.5.1.3 Escala de Guttman
A escala de Guttman consiste em um método de escalas
acumulativas que procura definir, mais precisamente, a área
neutra de uma escala de atitude, considerando as atitudes dos
respondentes em relação aos atributos (CHISNALL, 1980).
Segundo Chisnall (1980), a aplicação do método se
inicia com uma série de questões sobre atitudes referentes a um
mesmo assunto. Após cada questão, os respondentes são
arguidos a respeito da intensidade dos seus sentimentos em
relação ao assunto. As respostas são classificadas por nível de
intensidade como: concordo fortemente, concordo, indeciso,
discordo, discordo fortemente e pontuadas de zero a quatro
129
pontos, sendo concordo fortemente igual a quatro e discordo
fortemente igual a zero.
A pontuação dos respondentes é registrada em um
"escalograma", que é um esquema designado para simplificar o
processo de análise total. Com esse procedimento, as atitudes
são hierarquizadas de forma objetiva sem considerar que há
homogeneidade entre as respostas, isso quer dizer que não há
garantia de que os estímulos possam ser ordenados
(CHISNALL, 1973; DEVELLIS, 2011).
Assim como a escala Likert, na escala de Guttman os
respondentes demonstram acordar ou não com as assertivas do
objeto proposto. A diferença entre as escalas é que Guttman
consiste em uma escala cumulativa, as assertivas são
selecionadas conforme as respostas das frases seguintes, em
concordância com as respostas dadas à assertiva anterior,
formando o escalonamento da escala (CHISNALL, 1980).
2.5.2 Escala Semântica Diferencial
Desenvolvida por Osgood, Suci e Tannenbaum (1957),
o diferencial semântico consiste em uma técnica para medir o
significado designado a conceitos, ou seja, mede de forma
quantitativa o significado sobre dimensões subjetivas.
Considerada uma escala de atitudes, possibilita avaliação de
conceitos como, por exemplo, pessoas, comportamentos,
ideias, etc (MAY; WILLIANS, 2010; GIL, 2008).
A aplicação da escala consiste na apresentação do
conceito ao entrevistado, indicando uma série de escalas
bipolares de avaliação de sete pontos, em que o entrevistado
indicará a valoração que considera assertiva ao item (GIL,
2008).
Os entrevistados são convidados a preencherem
quadrinhos entre pares de adjetivos opostos que indiquem os
estímulos que consideram favoráveis. A escala fornece
130
informações sobre opiniões, classificam a imagem que as
pessoas possuem sobre determinadas questões, auxiliando em
questões de pesquisa de mercado, por exemplo, (MAY;
WILLIANS, 2010).
2.5.2.1 Escala Visual Analógica
A escala analógica possibilita a captura de fenômenos
sutis que as demais escalas talvez não percebam. Possui uma
diferenciação nos escores determinada pelo investigador, que a
torna extremante útil na mensuração de fenômenos antes e
depois de algum evento ou intervenção, avaliando os resultados
do procedimento ocorrido (DEVELLIS, 2011).
Segundo Devellis (2011), a escala visual analógica é
bastante utilizada em atendimentos médicos para mensurar o
início e o final do procedimento, possibilitando a percepção na
evolução do tratamento do paciente, avaliando níveis de dor e a
qualidade do atendimento médico.
2.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS ESCALAS
No processo de construção das escalas pode haver
problemas pela complexidade da constituição do instrumento
de natureza quantitativa. Portanto, o primeiro problema que
deve ser percebido é a definição dos conceitos de opinião e
atitude. A atitude consiste em uma representação consciente e
estática, é uma tendência à ação que decorre do ambiente em
que se vive, das experiências pessoais e personalidade do
indivíduo, que inclina o indivíduo a reagir de forma específica
a determinadas pessoas, objetos ou situações. A opinião, por
outro lado, diz respeito ao aspecto cognitivo, é o julgamento ou
crença em relação a uma pessoa, fato ou objeto. Atitudes e
ações são, portanto, duas coisas distintas o que as pessoas
dizem que fazem pode ser muito diferente do que realmente
131
fazem e, para que a escala seja fidedigna, deve haver o cuidado
com as inclinações advindas dos julgamentos de opiniões
(MAY e WILLIANS, 2010; GIL, 2008).
As escalas desenvolvidas procuram estabelecer relações
causais entre as variáveis em estudo, entretanto, os críticos do
método podem argumentar que esta é uma estratégia que não
pode ser aplicável à esfera da ação humana, que segue regras
não passíveis de causas. May e Willians (2010) indicam que
duas variáveis podem ser associadas, contudo, essa correlação
não indica que uma cause mudança à outra.
No processo de formação da escala é essencial um
estudo aprofundado acerca do assunto. O embasamento
profundo sobre a necessidade de uma survey no estudo se torna
essencial para dirimir questionamentos quanto à metodologia
utilizada, este método deve ser utilizado quando se aponta a
necessidade de valoração por meio de escalas quanto à
comportamentos particulares. Entretanto, a abordagem
multimétodo em que métodos qualitativos são associados ao
quantitativo, permite uma melhor compreensão das
perspectivas, contexto e processo da pesquisa (MAY;
WILLIANS, 2010).
As escalas ao avaliarem o comportamento do individuo
em determinado assunto objeto de interesse, assim como todo
método quantitativo, sofrem críticas quanto à redução da
ciência ao campo do observável, do entendimento do indivíduo
considerando suas crenças e atitudes e deixando de lado o
principal fator – a ciência (RICHARDSON, 2007).
Segundo Richardson (2007) para que o pesquisador
não recaia à redução da ciência ao campo observável, deve-se
utilizar um método adequado para o teste de aceitação ou
rejeição de afirmações científicas com base em dados
empíricos consistentes. Ao efetivar uma aprofundada revisão
da literatura para a construção dos itens da escala e realizar
entrevistas com especialistas na área para a formação dos itens
132
que a comporão, o pesquisador aperfeiçoa seu constructo,
priorizando a ciência e dirimindo problemas reducionistas ao
objeto de estudo.
2.7 ELABORAÇÃO DE UM CONJUNTO DE ITENS
Ao conjunto de itens atribui-se o nome em inglês
“pool”. Diversos itens constituídos em forma de “pool”
possibilitam um teste mais confiável que itens individuais.
Caso a escala seja composta de itens que não reflitam o tema
proposto, a escala não irá captar com precisão a essência da
construção (DEVELLIS, 2011).
Na fase de elaboração do conjunto de itens que irão
compor a escala, as correlações entre os itens geralmente é
desconhecida, portanto, faz-se necessária a inclusão do maior
número de itens para assegurar a escala de inconsistências
internas. Mesmo que seja difícil mensurar o número de itens
que deve compor o conjunto inicial de itens, sabe-se que no
primeiro momento haverá em torno de 3 a 4 vezes mais itens
na piscina inicial do que haverá na escala final (DEVELLIS,
2011).
Com a certificação da correta articulação do fenômeno
de interesse para a geração dos itens adequados que irão
compor a escala proposta, o próximo passo é a identificação de
um grupo de pessoas especialistas na área de interesse que
possam avaliar o conjunto de itens. O intuito é que estes
especialistas confirmem ou invalidem a definição do fenômeno
estudado, além da avaliação do grau de relevância dos itens
identificados aliados ao que se pretende medir, verificando se
há clareza, concisão, ou ambiguidade, proporcionando novas
perspectivas e informações e ratificando o entendimento do
pesquisador quanto aos itens pertinentes à escala final
(DEVELLIS, 2011).
133
Após avaliar as considerações dos especialistas,
verificando o que se deve acatar com base nos conhecimentos
do assunto proposto, o próximo passo é avaliar se os itens da
escala podem influenciar a avaliação do entrevistado, itens que
indiquem a desejabilidade social devem ser candidatos a
exclusão da escala, a menos que possuam uma teoria
fundamentada que o sustente (DEVELLIS, 2011).
Um último fator a ponderar é o tamanho da amostra que
deve ser considerável para que os padrões de covariância entre
os itens seja estável. A cada 20 itens de escala deve haver em
média 300 indivíduos entrevistados. Entretanto, em análise de
fatores comuns, que não envolva mais de 40 itens, uma amostra
de 200 entrevistados se torna adequada. Em geral, as escalas
mais curtas são melhores por não esgotarem os entrevistados,
contudo, escalas mais longas, geram maior confiabilidade
(COMREY, 1988; DEVELLIS, 2011).
Pré-testes devem ser realizados para avaliar o conteúdo
semântico dos itens, avaliando a confiabilidade e validade do
constructo, selecionando os itens que melhor sejam ajustados
ao conteúdo proposto. Os itens que não representam a
construção proposta devem ser excluídos, sem que
prejudiquem a representatividade da “piscina de itens”. Por
fim, após a realização das entrevistas, deve-se fazer o
tratamento dos dados e seguir com a percepção dos itens que
menos contribuem para a consistência da escala, com o intuito
de excluí-los (DAVIS, 1989; DEVELLIS, 2011).
2.8 ELABORAÇÃO DE QUESTIONÁRIO
Ao elaborar o questionário, deve-se ter em mente o
desenho das perguntas, qual o perfil do respondente, como se
pretende interpretá-la e qual a sua finalidade, para que sejam
construídas sem ambiguidades. A fim de tornar o processo
mais claro, deve-se estabelecer uma lista de tópicos que podem
134
ser esclarecidos e depois transformados em perguntas (MAY;
WILLIANS, 2010).
Após a conclusão do questionário um pré-teste deve ser
realizado com uma subamostra antes de ser submetido à
amostra proposta. Nesta etapa, as pessoas respondem às
perguntas e são questionadas quanto à dificuldade em
responder aos itens, a ordem das questões, as ambiguidades e
demais críticas e problemas. Por fim, as mudanças devem ser
realizadas para a formação do questionário definitivo (MAY;
WILLIANS, 2010).
135
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O presente estudo propõe a criação de uma escala de
medida de capacidade de absorção com base na revisão da
literatura, identificando as contribuições teóricas e demais
estudos relacionados à capacidade de absorção, utilizando
como base principal, a escala proposta por Flatten et al. (2011).
Para o cumprimento dos objetivos adotados, optou-se
pelo método misto, possibilitando auferir os benefícios
específicos de cada um dos métodos: métodos qualitativos
proporcionam insights mais profundos, enquanto os métodos
quantitativos possibilitam a generalização e replicações, por
meio de ferramentas estatísticas (FLATTEN et al., 2011).
Conforme apresentado no Quadro 28, as escalas variam
na composição dos itens, conjunto de itens e conceito da
abordagem, contendo distinções nos seguintes aspectos da
amostra: país de aplicação do estudo; ramo da atividade,
tamanho e idade das empresas respondentes. Cada escala
desenvolvida se adapta conforme a realidade que se pretende
estudar. Além disso, deve-se atentar na determinação do
tamanho da amostra, à população que a mesma se destina.
Conforme indica Devellis (2011), os itens das escalas devem
variar 5 a 25 itens.
A escolha de Flatten et al. (2011) como escala
referência para este estudo, justifica-se pelo entendimento das
bases conceituais que a criação de uma escala de capacidade de
absorção deve perseguir. Assim como Flatten et al. (2011), este
estudo foi embasado no conceito de ACAP definido por Zaha e
George (2002), compreendendo as quatro dimensões
apresentadas pelos autores e sua divisão em potencial e
realizada. Consideramos Zaha e George (2002) o conceito mais
completo, apresentando a capacidade de absorção em sua
plenitude, desenvolvendo medidas reflexivas para as quatro
136
dimensões da ACAP, tornando-o base para a construção do
conjunto itens da escala proposta.
Apesar da escala desenvolvida por Jansen, Van Den
Brosch e Volberda (2005) ter sido bastante replicada nos
estudos de mensuração da capacidade de absorção nos últimos
anos, conforme apresentado no Quadro 28, o estudo utiliza as
métricas comuns aplicadas à ACAP que não captam por
completo a sua multidimensionalidade. Além disso, o pequeno
tamanho da amostra, com 15 gerentes da multinacional
financeira europeia limita generalizações dos resultados
(FLATTEN et al., 2011).
Quadro 28 - Replicação das escalas de Capacidade de
Absorção (2009-2015)
Escala Própria Conceito base Nº de
Itens Replicações
Jansen et al. (2005) Zaha e George
(2002)
21
itens 16
Flatten et. al. (2011) Zaha e George
(2002)
14
itens 3
Lichtenthaler (2009) Lane, Koka e
Pathak (2006)
18
itens 2
Camisón e Fóres (2010) Zaha e George
(2002)
19
itens 2
Jiménez-Barrionuevon et al.
(2011)
Zaha e George
(2002)
25
itens 1
Kotabe et al. (2011) Zaha e George
(2002)
9
itens 1
Cadiz e al (2009) Cohen e
Levinthal (1990)
9
itens 1
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
A escolha da escala proposta por Flatten et al. (2011) se
consolida como base para a construção de uma nova escala,
pelo tamanho da amostra, em que 285 questionários foram
respondidos na primeira amostra do desenvolvimento da escala
e 361 questionários foram devolvidos na segunda amostra
137
confirmativa, tornando a amostra robusta e confiável. Além
disso, a diversificação de ramo; idade e tamanho das empresas
torna a amostra mais vigorosa e replicável.
O porte das empresas reflete a realidade do país
analisado, desta forma, os pesquisadores procuraram abranger
os setores mais importantes para a economia de seus países, de
acordo com dados do governo e divulgação sobre a economia
nacional. A opção pela criação da escala em detrimento de uma
replicação se justifica por trazer fidedignidade aos fatos em
realidades distintas (DEVELLIS, 2011).
Os gestores das PMEs, para obterem sucesso em seu
negócio, devem possuir a capacidade de identificar e explorar
ideias, permitindo que as estratégias evoluam continuamente,
passando de suposições à ações efetivas, evitando o
engessamento de rotinas e processos que, comumente, levam às
grandes empresas a terem dificuldades no processo de
capacidade de absorção (DAY, 2000).
Com o intuito de melhor compreender e explorar o
fenômeno proposto, o estudo foi dividido em quatro etapas.
Nas duas primeiras etapas, realizou-se uma pesquisa qualitativa
composta dos seguintes passos:
1) Revisão da literatura para identificar os
possíveis itens complementares aos validados no estudo
de Flatten et al. (2011);
2) Entrevistas com gerentes e especialistas
acadêmicos em que se pretende integrar a teoria e a
prática obtendo contribuições complementares.
Como visto, a escala proposta foi desenvolvida com
base nos estudos de Flatten et al. (2011) e com base em uma
revisão da literatura. A partir desta análise, novas medidas
foram consideradas para a construção, sendo inclusos itens
considerados pertinentes oriundos das demais escalas
apresentadas em estudos anteriores.
138
As etapas do estudo seguem a proposição de Devellis
(2011) para a construção de uma escala. Conforme Devellis
(2011), nesta primeira fase, mesmo que seja difícil mensurar o
número de itens, haverá em torno de 3 a 4 vezes mais itens do
que haverá na escala final. Portanto, o primeiro pré-teste
contou com um conjunto de 62 itens. Nesta etapa foram
realizadas entrevistas em profundidade com 6 especialistas
acadêmicos na área para que refinassem os itens de escala.
Após o refinamento, a escala continha 26 itens, os estudiosos
agregam no apontamento tanto em aspectos formais quanto de
conteúdo em relação aos itens essenciais a integrarem à escala
proposta, conferindo a confiabilidade e consistência aos itens,
maximizando a validade do conteúdo da escala.
Na próxima etapa, 5 gestores foram convidados a
avaliar os itens do questionário quanto a clareza e conteúdo, o
refinamento dos itens gerou uma nova versão do questionário.
Os gerentes, com sua experiência empresarial, auxiliaram na
indicação de itens ambíguos ou de difícil compreensão,
possibilitando a eliminação ou inclusão de novos itens e
assegurando a eficaz estruturação das questões (DEVELLIS,
2011).
Para a compreensão dos fatores ou variáveis que
determinam o resultado, utilizam-se os procedimentos
quantitativos. Nesta fase ocorreu a aplicação de uma survey
dirigida ao principal dirigente e responsável pela gestão do
empreendimento (CRESWELL, 2007).
Como definição do espaço amostral, a escala
desenvolvida, obteve como unidade amostral as PMEs e como
unidade elementar, o gestor ou principais dirigentes das
empresas. Entendem-se os riscos da interpretação do indivíduo
no papel de gestor, contudo, faz-se necessário o recorte para a
definição dos respondentes para a aplicação da amostra
(CAMISÓN; FORÉS, 2010).
139
A escolha dos altos executivos se deve à sua percepção
da empresa como um todo. Sciascia et al., (2014) indica que os
altos executivos são os mais bem informados sobre as
capacidades estratégicas das empresas e, portanto, seriam os
melhores indicados a responderem sobre a capacidade que sua
empresa possui em adquirir, assimilar, transformar e aplicar o
conhecimento novo.
No recorte geográfico, buscou-se a presença de cidades
catarinenses e gaúchas. Após a aplicação do questionário, a
próxima etapa foi a análise dos dados. Este procedimento
consistiu as etapas 3 e 4:
3) Aplicação do questionário aos principais
dirigentes e responsáveis pela organização.
4) Tratamento e análise dos dados por meio
de análise fatorial exploratória e confirmatória dos
dados.
Além das medidas de capacidade de absorção, o
instrumento de pesquisa contemplou questões de caracterização
dos respondentes e da organização. Os dados coletados por
meio dos questionários foram analisados e codificados e
processados com o auxílio de uma planilha de Excel® e do
software STATA 14 (Data Analysis and Statistical Software).
140
141
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Neste capítulo serão apresentados os resultados
encontrados na pesquisa. Primeiramente, apresenta-se a forma
de geração dos itens de escala, os pré-testes realizados com
especialistas acadêmicos e gestores. Em seguida, são
identificados os itens determinados para aplicação da pesquisa.
Por fim, é demonstrada a caracterização da amostra e a análise
dos dados obtidos.
4.1 GERAÇÃO DO CONJUNTO DE ITENS DE ESCALA
No processo de geração de itens de escala, o presente
estudo, realizou uma extensa revisão da literatura, constatando
estudos que contribuíssem ao desenvolvimento da escala
própria. Neste sentido, o estudo proposto, baseou-se no
constructo de Flatten et al. (2011), em que uma vasta revisão
da literatura nas principais bases de dados foi realizada para a
identificação de escalas proxies, quantitativas e
multidimensionais, além de estudos qualitativos e conceitos-
chave, desenvolvidos desde o início dos estudos de capacidade
de absorção até o ano de 2007.
Com um trabalho exaustivo e consolidado, Flatten et al.
(2011) desenvolveram uma escala final com 14 itens.
Validando os estudos de Flatten et al. (2011) e evitando
esforços replicados, seguindo a estrutura proposta pelos
autores, o presente estudo, analisou as escalas desenvolvidas
em período posterior ao estudo de Flatten et al. (2011), com a
finalidade de identificar as novas escalas desenvolvidas e os
novos conceitos balizadores que viessem a contribuir com a
construção da escala própria voltada à pequenas e médias
empresas. As escalas multidimensionais de ACAP
identificadas nas principais bases de dados no período de 2008
a 2015 estão apresentadas no Quadro 29.
142
Quadro 29 - Escalas multidimensionais desenvolvidas de 2008
a 2014
Escalas
Desenvolvidas Especificações
Participação no
Conjunto de
Itens
Cadiz, Sawyer e
Griffith (2009)
Uma grande empresa em 47
países. Não
Lichtenthaler, U.
(2009)
Médio e grande porte na
Alemanha. Sim
Camisón; Forés
(2010)
Micro, pequenas, médias e
grandes empresas na
Espanha.
Sim
Flatten et al. (2011)
Diferentes portes na
Alemanha. Sim
Jimenez-
Barrionuevo; Garcia-
Morales; Molina
(2011)
Pequenas e médias
empresas na Espanha. Não
Kotabe, Jiang e
Murray (2011)
Multinacionais emergentes
na China. Sim
Liang et al (2013) Empresas Chinesas que
utilizam ERP Não
Moos et al. (2013) Grandes empresas da
Alemanha Não
Chauvet (2014)
Pequenas e médias
empresas na França Não
Sciascia, D ́Oria,
Bruni e Larrañeta
(2014)
Médio e grande porte na
Itália. Não
Thomas e Wood
(2014) Hotéis do Reino Unido. Não
Fonte: Elabora pela autora, 2015.
As escalas desenvolvidas anteriormente ao estudo e
analisadas por Flatten et al. (2011), eram focadas em grandes
empresas ou em setores que não permitissem à adaptação ao
foco de micro e pequenas empresas. Os itens de escala de
Flatten et al. (2011) estarão presentes no conjunto de itens
143
iniciais da escala proposta, por satisfazerem as necessidades do
estudo.
A escala desenvolvida por Cadiz, Sawyer e Griffith (2009)
aliou o desenvolvimento da escala ACAP à utilização em
comunidades de prática, analisando a capacidade de
envolvimento das pessoas no processo de aprendizagem
coletivo e a transferência de conhecimento entre as
comunidades, pelo viés de comunidades de práticas que a
pesquisa demonstrou, os itens de escala não foram incluídos na
nossa geração de itens.
As escalas de Lichtenthaler (2009) e Camisón e Forés
(2010), foram desenvolvidas e aplicadas à empresas industriais
da Alemanha e Espanha respectivamente. Apesar do enfoque
em grandes empresas industriais, as escalas desenvolvidas,
podem ser adaptadas a outros estudos, a sólida construção das
escalas, a presença das dimensões da ACAP e os itens
generalizáveis, possibilitaram a utilização das escalas para a
geração do conjunto de itens desta pesquisa.
No estudo de Jimenez-Barrionuevo; Garcia-Morales;
Molina (2011) os autores justificam a criação da escala pela
necessidade de um instrumento de ACAP aplicado
especialmente à sistemas de cooperação entre empresas e
alianças estratégicas, a especificidade dos itens do instrumento
e sua aplicação voltada à RBV invalida sua utilização no
presente estudo.
A escala de Kotabe, Jiang e Murray (2011) abarca as
dimensões da capacidade de absorção, sua aplicação à
empresas emergentes permite à generalização, possibilitando a
utilização de seus itens neste estudo.
A escala de Liang et al (2013), utiliza como base a escala
unidimensional de Szulanski (1996) para o desenvolvimento de
sua escala multidimensional, proporcionando itens que não
contemplam a complexidade da ACAP. Além dissto, seus
itens são direcionados à usuários do sistema ERP, tornando
144
inviável a replicação à outras realidades, desta forma, a escala
foi desconsiderada no conjunto de itens para a construção da
escala própria.
O estudo de Moos et al. (2013) foi direcionado à grandes
empresas com forte necessidade de P&D e inovação. Nos itens
de escala foram desenvolvidos itens que tratam de cooperação
entre divisões de produtos dentro de uma empresa, gestão de
conhecimento, P&D e inovação, entretanto, para a realidade
das PMEs propostas neste estudo, os itens tornam-se
inadequados por não refletirem a necessidade das empresas,
sendo desconsiderados para a construção do conjunto de itens
deste estudo.
A escala proposta por Chauvet (2014) atua na percepção do
indivíduo, o autor expõe itens que identificam de que forma os
responsáveis diretos atuam na absorção do conhecimento,
entretanto, a escala a ser desenvolvida no estudo proposto,
apresenta a identificação dos itens com foco na organização
pela percepção dos principais dirigentes ou responsáveis pela
mesma, portanto, a escala de Chauvet (2014) foi
desconsiderada.
Sciascia, D ́Oria, Bruni e Larrañeta (2014) desenvolveram
uma escala de ACAP contendo apenas 5 itens genéricos que
não são capazes de identificar e explorar as dimensões da
capacidade de absorção e, portanto, não serão utilizados na
construção deste estudo.
Thomas e Wood (2014) propuseram uma escala específica
que analisou as maiores práticas inovadoras para o setor de
hotelaria. Os itens de escala se tornam um instrumento
importante para a mensuração da capacidade de absorção no
setor hoteleiro, contudo, não há como aplica-la nos setores de
comércio e serviços, foco deste estudo.
Portanto, com base nos itens de escalas de Lichtenthaler
(2009); Camisón e Forés (2010); Flatten et al (2011); Kotabe,
Jiang e Murray (2011), o presente estudo, gerou um conjunto
145
de itens, contendo os seguintes itens iniciais: 11 itens da
dimensão “aquisição”, 14 itens da dimensão “assimilação”, 22
itens da dimensão “transformação” e 15 itens da dimensão
“aplicação”.
Os itens foram separados inicialmente em dimensões,
conforme as escalas originárias e conforme indicam os
conceitos de Zaha e George (2002). O conjunto inicial possui
62 itens que podem ser observados no Quadro 30, que
demonstra as dimensões com a identificação dos autores
correspondentes aos itens.
Quadro 30 - Geração do Conjunto de itens de escala (Continua) Nº Dimensão Aquisição Autor
Aq
1
A busca de informações relevantes sobre nosso setor
de atuação é tarefa cotidiana em nossa empresa.
Flatten et
al. (2011)
Aq
2
Nossa empresa motiva os funcionários a usarem
fontes de informação dentro do nosso setor de
atuação.
Aq
3
Nossa empresa espera que os funcionários lidem com
informações além do nosso setor de atuação.
Aq
4
Frequentemente buscamos informações para
identificar novas tecnologias.
Linchenth
aler
(2009)
Aq
5
Acessar fontes externas para obter informações
relevantes é atividade comum e muito importante em
nossa empresa
Aq
6
Nossa empresa valoriza e busca informações além do
nosso setor de atuação.
Aq
7
Organizamos periodicamente reuniões especiais com
parceiros externos para adquirir novas tecnologias
146
Quadro 30 - Geração do Conjunto de itens de escala (Continua) Nº Dimensão Aquisição Autor
Aq
8
Empregados regularmente se aproximam das
instituições externas adquirindo conhecimento
tecnológico
Aq
9
Capturamos informações e conhecimento relevante,
contínuo e atualizado sobre os concorrentes atuais e
potenciais.
Camisón e
Fores
(2010)
Aq
10
Nossa empresa é orientada para monitorar
continuamente tendências e para descobrir
oportunidades a serem exploradas ativamente.
Aq
11
Cooperamos com organizações de P&D –
universidades, escolas de negócios, institutos
tecnológicos – para criar conhecimento e inovação.
Nº Dimensão Assimilação Autor
As
1
Em nossa empresa ideias e conceitos são
transmitidos entre todas as áreas/departamentos.
Flatten et
al. (2011)
As
2
Nossa empresa valoriza a ajuda entre
áreas/departamentos para resolver problemas.
As
3
Em nossa empresa existe um fluxo de informação
rápido, por exemplo, se uma área ou departamento
obtém uma informação importante, ela comunica
prontamente essa informação para todas as outras
áreas ou departamentos.
As
4
Realizamos encontros periódicos entre
áreas/departamentos para o intercâmbio de ideias,
problemas, novos desenvolvimentos e realizações.
As
5
Nós mantemos conhecimento relevante ao longo do
tempo.
Linchenth
aler
(2009)
As
6
Nossos empregados guardam conhecimento
tecnológico para uso futuro.
As
7
Nós comunicamos conhecimento relevante através
das unidades de nossa empresa.
As
8
A gestão do conhecimento funciona bem em nossa
empresa.
As
9
Nós temos capacidade de assimilar novas tecnologias
e inovações que são uteis ou se tenham potencial. Camisón e
Fores
(2010) As
10
Nós somos capazes de usar o nível de conhecimento,
experiência e competência dos empregados para
assimilar e interpretar novos conhecimentos.
147
Quadro 30 - Geração do Conjunto de itens de escala (Continua) Nº Dimensão Assimilação Autor
As
11
Nossa empresa se beneficia quando se trata de
assimilar conhecimento de negócios e tecnologias
com as experiências bem sucedidas de empresas no
mesmo setor.
As
12
Os funcionários da empresa participam e apresentam
trabalhos em conferências e congressos científicos,
atuam como docentes em universidades ou escolas
corporativas ou desenvolvem pesquisas com pessoal
externo.
As
13
Participamos frequentemente de treinamentos, feiras
setoriais e conferencias.
As
14
Temos habilidade de desenvolver programas de
gestão do conhecimento, garantindo a capacidade da
empresa de entender e analisar cuidadosamente o
conhecimento e a tecnologia de outras empresas.
Nº Dimensão Transformação Autor
Tr 1 Nossos funcionários têm a capacidade de estruturar e
utilizar os conhecimentos que adquirem.
Flatten et
al. (2011)
Tr 2 Nossos funcionários estão acostumados a absorver
novos conhecimentos, prepará-los para novas
finalidades e torná-los disponíveis para a empresa.
Tr 3 Nossos funcionários ligam com sucesso o
conhecimento existente com novas ideias.
Tr 4 Nossos funcionários são capazes de aplicar novos
conhecimentos em seu trabalho prático.
Tr 5 No reconhecimento de uma oportunidade de negócio,
nós rapidamente podemos contar com nosso
conhecimento tecnológico.
Linchenth
aler
(2009)
Tr 6 Nós somos hábeis em reativar o conhecimento
existente para novos usos.
Tr 7 Nós rapidamente analisamos e interpretamos as
mudanças nas demandas de mercado para nossas
tecnologias
Tr 8 Entendemos rapidamente novas oportunidades para
servir nossos clientes a partir das tecnologias
existentes.
Tr 9 Nós somos hábeis em transformar conhecimento
tecnológico em novos produtos.
148
Quadro 30 - Geração do Conjunto de itens de escala (Continua) Nº Dimensão Transformação Autor
Tr
10
Nós frequentemente combinamos novas tecnologias
com ideias de novos produtos.
Tr
11
Rapidamente reconhecemos a utilidade de novos
conhecimentos com o conhecimento existente na
empresa.
Tr
12
Nossos funcionários são capazes de compartilhar seus
conhecimentos e habilidades para desenvolver novos
produtos.
Tr
13
Temos capacidade de usar as tecnologias da
informação para melhorar o fluxo de informações,
desenvolver a partilha efetiva de conhecimentos e
fomentar a comunicação entre os membros da empresa,
incluindo reuniões virtuais entre os profissionais que
estão fisicamente separadas por meio de portais na
Internet, e-mail, teleconferência, etc.
Camisón
e Fores
(2010)
Tr
14
Temos consciência das nossas competências em
matéria de inovação, especialmente com respeito à
tecnologias-chave e capacidade de eliminar o
conhecimento interno obsoleto, estimulando a busca
por inovações alternativas e sua adaptação.
Tr
15
Temos capacidade de adaptar tecnologias projetadas
por outros às necessidades específicas da nossa
empresa.
Tr
16
Grau em que a empresa impede que os funcionários
voluntariamente transmitam informação científica e
tecnológica útil entre si.
Tr
17
Temos capacidade para coordenar e integrar todas as
fases do processo de P&D e suas inter-relações com as
tarefas funcionais de engenharia, produção e
marketing.
Tr
18
Capacidade de adaptar novos conhecimentos
adquiridos para se ajustarem às necessidades de
desenvolvimento da empresa. Kotabe
et al.
(2011)
Tr
19
Capacidade de desenvolver novos produtos/serviços
utilizando novos conhecimentos assimilados.
Tr
20
Capacidade de desenvolver novas aplicações por meio
da aplicação de novos conhecimentos assimilados
149
Quadro 30 - Geração do Conjunto de itens de escala (Continua) Nº Dimensão Transformação Autor
Tr
21
Capacidade de encontrar usos alternativos os novos
conhecimentos assimilados pela empresa.
Tr
22
Capacidade de unir os novos conhecimentos
assimilados com o conhecimento existente na
empresa.
Nº Dimensão Aplicação Autor
Ex
1
Nossa empresa encoraja o desenvolvimento de
protótipos.
Flatten et
al. (2011)
Ex
2
Nossa empresa reconsidera regularmente tecnologias
e as adapta de acordo com novos conhecimentos.
Ex
3
Nossa empresa tem a capacidade de trabalhar de
forma mais eficaz através do emprego de novas
tecnologias.
Ex
4
Nós regularmente aplicamos tecnologias em novos
produtos.
Linchenth
aler
(2009)
Ex
5
Nós constantemente consideramos como melhor
explorar tecnologias.
Ex
6
Nós facilmente implementamos tecnologias em
novos produtos.
Ex
7
É bem claro em nossa empresa quem melhor sabe
aproveitar novas tecnologias.
Ex
8
Nossa empresa tem capacidade de usar e explorar
novos conhecimentos para responder rapidamente às
mudanças de mercado.
Camisón e
Fores
(2010)
Ex
9
Grau de aplicação de conhecimentos e experiências
adquiridas nos campos de em tecnologia e negócios
priorizados pela nossa estratégia que nos permite
manter na vanguarda tecnológica do setor.
Ex
10
Nossa empresa tem capacidade para colocar o
conhecimento tecnológico em patentes de produtos e
processos.
Ex
11
Grau de habilidade para responder às exigências da
demanda ou à pressão da competitiva, em vez de
inovar para ganhar competitividade por ampliação da
carteira de novos produtos, capacidades e ideias de
tecnológicas.
Ex
12
Capacidade de revisar os processos de fabricação
com base em novos conhecimentos adquiridos.
Kotabe et
al. (2011)
150
Quadro 30 - Geração do Conjunto de itens de escala
(Conclusão) Nº Dimensão Aplicação Autor
Ex
13
Capacidade de revisar os procedimentos de negócios
com base em novos conhecimentos adquiridos.
Ex
14
Capacidade de introduzir inovação em produtos com
base em novos conhecimentos adquiridos.
Ex
15
Capacidade de revisar operações de controle de
qualidade com base em novos conhecimentos
adquiridos.
Fonte: Elabora pela autora, 2015.
Após a geração do conjunto de itens, a próxima etapa foi a
realização de pré-testes, em que acadêmicos especialistas e
gestores foram convidados a avaliar os itens propostos com
intuito de refinar a escala inicial. Para tal análise, ambos
receberam o questionário, contendo os itens de escala, com as
dimensões da ACAP. Para que houvesse maior entendimento
acerca do assunto por parte dos especialistas e gestores, o
conceito de capacidade de absorção foi abordado e as
dimensões foram descritas, contendo seu conceito de acordo
com os principais autores.
4.1.1 Pré-teste da escala de itens
Nesta etapa da pesquisa, foram realizados 2 pré-testes: o
primeiro com especialistas acadêmicos e o segundo com
gestores de empresas. Os entrevistados mantiveram os itens
que considerassem essenciais, excluíram os itens que não
refletiam o constructo, ou que consideraram irrelevantes ou
redundantes, ou modificaram a redação ou a dimensão em que
o item foi classificado pelos autores originais, os resultados
podem ser vistos no Quadro 31.
151
Quadro 31 - Itens de escala após pré-testes (Continua)
Itens
Iniciais
Situação
pós pré-
testes
Item
final Redação Final
Aq 1 Mantida Aq 1
A busca de informações relevantes sobre
nosso setor de atuação é tarefa cotidiana
em nossa empresa.
Aq 2 Mantida Aq 2
Nossa empresa motiva os funcionários a
usarem fontes de informação dentro do
nosso setor de atuação.
Aq 3 Mantida Aq 3
Nossa empresa espera que os funcionários
lidem com informações além do nosso
setor de atuação.
Aq 4 Eliminada
Pré-teste 1 -
-
Aq 5 Mantida Aq 4
Acessar fontes externas para obter
informações relevantes é atividade comum
e muito importante em nossa empresa
Aq 6 Mantida Aq 5
Nossa empresa valoriza e busca
informações além do nosso setor de
atuação.
Aq 7 Eliminada
Pré-teste 1 - -
Aq 8 Eliminada
Pré-teste 1 - -
Aq 9 Eliminada
Pré-teste 1 - -
Aq 10 Mantida Aq 6
Nossa empresa é orientada para monitorar
continuamente tendências e para descobrir
oportunidades a serem exploradas
ativamente.
Aq 11 Eliminada
Pré-teste 1 - -
As 1 Mantida As 7
Em nossa empresa ideias e conceitos são
transmitidos entre todas as
áreas/departamentos.
152
Quadro 31 - Itens de escala após pré-testes (Continua)
Itens
Iniciais
Situação
pós pré-
testes
Item
final Redação Final
As 2 Mantida As 8 Nossa empresa valoriza a ajuda entre
áreas/departamentos para resolver problemas.
As 3 Mantida As 9
Em nossa empresa existe um fluxo de
informação rápido, por exemplo, se uma área
ou departamento obtém uma informação
importante, ela comunica prontamente essa
informação para todas as outras áreas ou
departamentos.
As 4 Mantida As 10
Realizamos encontros periódicos entre
áreas/departamentos para o intercâmbio de
ideias, problemas, novos desenvolvimentos e
realizações.
As 5
Alterada
pré-teste
1
As 11 Nós temos capacidade de guardar informações
relevantes obtidas para uso futuro.
As 6
Eliminada
Pré-teste
1 - -
As 7
Eliminada
Pré-teste
1 - -
As 8
Eliminada
Pré-teste
1
-
-
As 9
Eliminada
Pré-teste
1 - -
As 10
Alterada
pré-teste
2
As 12
Nós temos capacidade de assimilar e
interpretar novos conhecimentos obtidos que
podem ser úteis para a empresa.
153
Quadro 31 - Itens de escala após pré-testes (Continua)
Itens
Iniciais
Situação
pós pré-
testes
Item
final Redação Final
As 11
Eliminada
Pré-teste
1 - -
As 12
Eliminada
Pré-teste
2
As 13
Eliminada
Pré-teste
2
As 14
Eliminada
Pré-teste
1
-
-
Tr 1
Alterada
pré-teste
1
As 13
Nossos funcionários têm a capacidade de
estruturar e utilizar os conhecimentos que
adquirem.
Tr 2
Alterada
pré-teste
1
As 14
Nossos funcionários estão acostumados a
absorver novos conhecimentos, prepará-los
para novas finalidades e torná-los disponíveis
para a empresa.
Tr 3
Alterada
pré-teste
2
As 15
Ligar o conhecimento existente com novas
ideias é atividade realizada com sucesso por
nossos funcionários.
Tr 4 Mantida Tr 16 Nossos funcionários são capazes de aplicar
novos conhecimentos em seu trabalho prático.
Tr 5
Eliminada
Pré-teste
1
-
-
Tr 6
Eliminada
Pré-teste
1
-
-
Tr 7
Eliminada
Pré-teste
1
-
-
154
Quadro 31 - Itens de escala após pré-testes (Continua)
Itens
Iniciais
Situação
pós pré-
testes
Item
final Redação Final
Tr 8 Eliminada
Pré-teste 1 -
-
Tr 9 Alterada
pré-teste 1
Tr
17
Nós somos hábeis em reativar o conhecimento
existente para novos usos.
Tr 11 Alterada
pré-teste 1
Tr
18
Rapidamente reconhecemos a utilidade de
novos conhecimentos com o conhecimento
existente na empresa.
Tr 12 Eliminada
Pré-teste 1 - -
Tr 13 Eliminada
Pré-teste 1 - -
Tr 14 Eliminada
Pré-teste 1 - -
Tr 15 Eliminada
Pré-teste 1 - -
Tr 16 Eliminada
Pré-teste 1 - -
Tr 17 Eliminada
Pré-teste 1 - -
Tr 18 Eliminada
Pré-teste 1 - -
Tr 19 Eliminada
Pré-teste 1 - -
Tr 20 Eliminada
Pré-teste 1 - -
Tr 21 Eliminada
Pré-teste 1 - -
Tr 22 Eliminada
Pré-teste 1 - -
Ex 1 Mantida Tr
19
Nossa empresa encoraja o desenvolvimento de
protótipos.
155
Quadro 31 - Itens de escala após pré-testes (Continua)
Itens
Iniciais
Situação
pós pré-
testes
Item
final Redação Final
Ex 2 Mantida Ex
20
Nossa empresa reconsidera regularmente
tecnologias e as adapta de acordo com novos
conhecimentos.
Ex 3 Mantida Ex
21
Nossa empresa tem a capacidade de
trabalhar de forma mais eficaz através do
emprego de novas tecnologias.
Ex 4 Eliminada
Pré-teste 1 - -
Ex 5 Eliminada
Pré-teste 1 - -
Ex 6 Eliminada
Pré-teste 1 - -
Ex 7 Eliminada
Pré-teste 1 - -
Ex 8 Mantida Ex
22
Nossa empresa tem capacidade de usar e
explorar novos conhecimentos para
responder rapidamente às mudanças de
mercado.
Ex 9 Eliminada
Pré-teste 1 - -
Ex 10 Eliminada
Pré-teste 1 - -
Ex 11 Eliminada
Pré-teste 1 - -
Ex 12 Eliminada
Pré-teste 1 - -
Ex 13 Alterada pré-
teste 1
Ex
23
Nossa empresa tem capacidade de revisar os
procedimentos de negócios com base em
novos conhecimentos adquiridos.
156
Quadro 31 - Itens de escala após pré-testes (Conclusão)
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
A segunda etapa após a geração do conjunto de itens, foi a
realização de uma entrevista com especialistas da área, em que
foram concretizadas entrevistas com 6 acadêmicos doutores
especialistas em gestão do conhecimento/capacidade absortiva.
Nas entrevistas, foi solicitado aos respondentes, seguindo os
conceitos de Devellis (2011), que os mesmos avaliassem os
itens quanto à relevância e clareza. As notas para relevância e
clareza variavam: 1 – Baixa (relevância/clareza); 2 – Moderada
(relevância/clareza); 3 – Alta (relevância/clareza). A relevância
indica o nível em que o item auxilia a identificar o constructo
ACAP e a dimensão proposta. A clareza apresenta se há fácil
entendimento ou há necessidade de alterações na redação dos
itens, a entrevista com os especialistas consta no apêndice B.
Em cada dimensão foi descrita sua conceituação e ao lado
de cada item, havia o espaço para a nota de clareza e
relevância. Ao final de cada um dos quatro blocos das
dimensões, havia um espaço para comentários e informações
adicionais que os especialistas considerassem importantes.
A análise das respostas dos especialistas possibilitou evitar
questões muito especificas, como tendências de mercado, setor,
clientes, canais de distribuição, estendendo-se a questões mais
gerais, reduzindo, ainda, a redundância de alguns itens
(DEVELLIS, 2011). Ao final, foram identificados 36 itens
Itens
Iniciais
Situação
pós pré-
testes
Item
final Redação Final
Ex 14
Alterada
pré-teste
1
Ex 24
Nossa empresa é capaz de desenvolver
produtos ou serviços com base em novos
conhecimentos adquiridos.
Ex 15
Eliminada
Pré-teste
1 - -
157
para eliminação, outros 7 itens tiveram a redação alterada ou a
dimensão alterada por entendimento de conceito e os outros 15
itens foram mantidos conforme os originais.
O segundo pré-teste, constante no apêndice C, foi realizado
com 5 gestores de empresas que, foram convidados a analisar
os 26 itens refinados no pré-teste 1, avaliando a clareza dos
itens propostos. Esta etapa resultou na alteração da redação de
2 itens e eliminação de outros 2 considerados redundantes.
Outros 22 itens permaneceram intactos.
Posteriormente a realização dos pré-testes, obteve-se uma
escala final contendo 24 itens das dimensões: 4 itens dimensão
“aquisição”, 9 itens dimensão “assimilação”, 4 itens dimensão
“transformação”, 5 itens dimensão “aplicação”.
Figura 7 - Diferentes etapas dos pré-testes
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
O questionário com 24 itens de escala encontra-se no
apêndice D, foi aplicado à amostra, direcionado ao principal
dirigente das pequenas e médias empresas dos setores:
comércio e serviços.
4.1.2 Coleta de dados
Após a etapa de pré-testes, com o refinamento dos itens,
o questionário com 24 itens de escala foi enviado a 650
pequenas e médias empresas dos setores de comércio e serviço,
158
no sul do Brasil, entre as cidades de Florianópolis, Joinville e
Porto Alegre. Os questionários foram entregues aos principais
dirigentes, proprietários e gerentes da empresa, pois, estes são
os principais envolvidos no processo de absorção de
conhecimento na organização (FLATTEN et al., 2011).
No processo de aplicação dos questionários, os próprios
pesquisadores do grupo de pesquisa abordaram os responsáveis
pelas empresas, para a obtenção das respostas. A coleta obteve
um retorno de 327 questionários respondidos, dos quais, 5,50%
foram respondidos por outras pessoas, como, por exemplo,
vendedores, estagiários, administrativos, e, portanto, foram
eliminados da amostra por não contemplarem as respostas
requisitadas.
A Tabela 1 apresenta a relação dos respondentes da
pesquisa, na qual, pode-se perceber que os respondentes
dirigentes e não proprietários correspondem a 52,29% do total
dos respondentes, seguidos dos sócios proprietários com
atividades de gestão no empreendimento, com 32,42%, fator
aceitável considerando-se a amostra de pequenas e médias
empresas em que, de modo geral, os proprietários estão
envolvidos diretamente no processo de gestão do negócio.
Do total dos respondentes 75% eram homens e 25%
mulheres. A diferença entre os gêneros é uma questão
recorrente no país e no mundo.
159
Tabela 1 - Cargo ou função do respondente Cargo do Respondente Frequência Percentual %
Sócio Proprietário sem atividade de gestão
no empreendimento 18 5,50
Sócio Proprietário com atividade de gestão
no empreendimento 106 32,42
Dirigente 171 52,29
Gerente 11 3,36
Gerente comercial 3 0,92
Outros 18 5,50
Total 327 100,00
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Pesquisa do Grupo de Pesquisa em Direito e Gênero da
FGV realizada em 2012 indicou que das 480 maiores empresas
listadas na bolsa de valores, apenas 7,5% das cadeiras em
conselhos gestores era composto por mulheres. Além disso, a
pesquisa indica que a diferença salarial entre os gêneros em
2014 foi de 18,29%, a maioria masculina se deve
principalmente à questões sociais e históricas (FABIO, 2015).
4.1.3 Análise dos dados
Na fase da análise dos dados, os questionários
coletados, foram organizados e codificados, por meio de uma
planilha do Excel e utilizou-se o software Stata14 para a
realização e análise dos dados. Codificados os dados, foram
excluídos 33 questionários, destes, 15 questionários foram
eliminados por conterem rasuras, respostas em branco ou por
terem respondido a mesma nota para todos os itens, os outros
18 foram eliminados por constarem outros respondentes. Ao
final, a amostra contou com 309 empresas, com um total de
47,53% de taxa de retorno de resposta. Nesta etapa, procurou-
se eliminar os itens que não capturassem adequadamente o
constructo, itens com baixa relevância, itens redundantes e
160
itens que não estivessem em conformidade com a teoria
existente de capacidade de absorção (DEVELLIS, 2011).
Primeiramente, foi realizada a correlação para averiguar a
associação entre os itens. A matriz de correlação policórica de
entrada foi utilizada na obtenção dos valores próprios
derivados. Os valores maiores que 1.0 são utilizados para
determinar o número de dimensões latentes não-triviais que
existem nos dados de entrada (HAIR et al., 2014; BROWN,
2015).
A análise da correlação, segundo Hair et al. (2014), avalia a
associação entre duas variáveis, para tanto, a significância dos
itens deve variar de 1% e 5% para que haja correlação entre os
itens. Com todos os 24 itens correlacionados, podemos
perceber inicialmente uma alta correlação entre os itens, com
apenas os itens A1_10 e A1_19 apresentando correlações
baixas.
Portanto, em primeira análise, a matriz policórica, que
indica a correlação entre os itens de escala, apresentou índices
de coeficientes baixos, indicando uma possível exclusão, para
item A1_19, como demonstra a Figura 8Figura 8, oferecendo
correlações entre 0.19 a 0.31.
A baixa carga do item A1_19 pode configurar um primeiro
passo para a exclusão do item da escala, entretanto, não deve
ser a única análise a ser feita. Outros testes devem ser
realizados para avaliar se o item deve mesmo ser excluído da
escala.
161
Figura 8 – Matriz de correlação policórica contendo os 24 itens
iniciais
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
A1_1
A1_2
A1_3
A1_4
A1_5
A1_6
A1_7
A1_8
A1_9
A1_10
A1_11
A1_12
A1_13
A1_14
A1_15
A1_16
A1_17
A1_18
A1_19
A1_20
A1_21
A1_22
A1_23
A1_24
A1_1
1,00
A1_2
0,56
1,00
A1_3
0,50
0,45
1,00
A1_4
0,43
0,59
0,43
1,00
A1_5
0,47
0,53
0,55
0,61
1,00
A1_6
0,55
0,59
0,51
0,57
0,56
1,00
A1_7
0,40
0,54
0,35
0,52
0,52
0,50
1,00
A1_8
0,46
0,44
0,49
0,46
0,44
0,45
0,57
1,00
A1_9
0,45
0,47
0,40
0,41
0,35
0,48
0,55
0,56
1,00
A1_10
0,31
0,44
0,23
0,27
0,26
0,33
0,49
0,46
0,52
1,00
A1_11
0,42
0,42
0,39
0,37
0,37
0,41
0,53
0,55
0,58
0,54
1,00
A1_12
0,54
0,42
0,34
0,44
0,37
0,44
0,49
0,54
0,56
0,49
0,54
1,00
A1_13
0,42
0,50
0,28
0,38
0,35
0,43
0,47
0,41
0,52
0,42
0,49
0,60
1,00
A1_14
0,48
0,44
0,34
0,36
0,29
0,41
0,50
0,39
0,48
0,40
0,47
0,59
0,70
1,00
A1_15
0,52
0,54
0,35
0,41
0,36
0,41
0,47
0,38
0,48
0,43
0,44
0,60
0,66
0,73
1,00
A1_16
0,42
0,55
0,35
0,45
0,40
0,46
0,51
0,42
0,44
0,36
0,39
0,52
0,63
0,64
0,69
1,00
A1_17
0,46
0,48
0,32
0,45
0,35
0,45
0,49
0,41
0,42
0,46
0,48
0,51
0,61
0,64
0,63
0,64
1,00
A1_18
0,51
0,55
0,38
0,56
0,42
0,50
0,54
0,43
0,45
0,41
0,47
0,52
0,54
0,54
0,65
0,62
0,68
1,00
A1_19
0,22
0,30
0,21
0,21
0,23
0,21
0,24
0,24
0,25
0,27
0,29
0,18
0,19
0,26
0,25
0,27
0,31
0,31
1,00
A1_20
0,48
0,45
0,35
0,44
0,32
0,45
0,49
0,43
0,54
0,46
0,41
0,45
0,40
0,45
0,50
0,44
0,50
0,54
0,43
1,00
A1_21
0,44
0,51
0,41
0,48
0,34
0,45
0,43
0,39
0,48
0,38
0,37
0,44
0,43
0,32
0,42
0,45
0,43
0,46
0,37
0,68
1,00
A1_22
0,49
0,50
0,43
0,47
0,43
0,47
0,57
0,39
0,51
0,36
0,48
0,53
0,55
0,54
0,49
0,49
0,54
0,56
0,35
0,62
0,62
1,00
A1_23
0,55
0,53
0,34
0,51
0,42
0,45
0,48
0,42
0,52
0,45
0,44
0,62
0,51
0,52
0,55
0,49
0,52
0,54
0,28
0,61
0,54
0,58
1,00
A1_24
0,54
0,46
0,41
0,39
0,48
0,48
0,41
0,46
0,49
0,38
0,41
0,51
0,50
0,42
0,44
0,43
0,49
0,45
0,28
0,49
0,50
0,54
0,67
1,00
162
A estimativa de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) foi realizada
para a verificação da relevância do item A1_19 na escala,
determinando o ajuste do item aos dados. A estimativa KMO
indica que, valores mais próximos a 1.0, são mais adequados à
análise fatorial, quando o valor do item for baixo, este item
deve ser eliminado. O item A1_19 apresenta uma estimativa de
0.7944 para o fator A1_19, abaixo do esperado, que seria
acima de 0.8, os demais itens carregam acima de 0.9
(MINGOTTI, 2005).
Figura 9 - Análise das correlações dos itens
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
O próximo passo foi a realização da análise fatorial
exploratória, utilizando-se todas as variáveis e fatores
(dimensões) possíveis a serem extraídos, para a identificação
das correlações entre as variáveis.
163
Análise fatorial exploratória
Com o intuito de avaliar a correlação dos itens,
verificando a existência do constructo capacidade de absorção,
foi realizada a análise fatorial exploratória. A análise fatorial é
uma técnica de análise multivariada, em que há o esforço do
pesquisador em obter a correlação entre as variáveis. A análise
fornece ferramentas para identificar as correlações entre um
grande número de variáveis e os conjuntos de variáveis que são
altamente relacionadas entre si, conhecidas como fatores. Estes
grupos de fatores, que são por definição, altamente
relacionadas entre si, representam dimensões dentro dos dados.
Os pesquisadores utilizam a análise fatorial para sintetizar o
número de variáveis, com o intuito de as dimensões orientarem
a criação de novos constructos (HAIR et al., 2014).
De acordo com Hair et al. (2014) a análise exploratória
é utilizada na fase de busca de estrutura entre um conjunto de
variáveis ou como um método de redução de dados. Nesta
perspectiva, todos os dados extraídos são considerados, sem
que haja restrições a priori sobre a estimativa dos componentes
ou o número de componentes a serem extraídos.
Nesta primeira análise fatorial exploratória estimou-se
para todas as variáveis o máximo número de fatores a serem
extraídos. Na estimação da análise fatorial sem limitar o
numero de dimensões a serem retidas, a análise indicou a
presença de 2 fatores com forte carga, indicador de retenção
dos fatores, carregando acima de 1. Os demais fatores
obtiveram cargas inferiores a um, conforme apresenta o
Quadro 32.
164
Quadro 32 - Análise fatorial com o máximo de fatores a serem
extraídos
Factor Eigenvalue Difference Proportion Cumulative
Factor1 9.70815 8.41294 0.7437 0.7437
Factor2 1.29521 0.42028 0.0992 0.8429
Factor3 0.87493 0.07983 0.0670 0.9099
Factor4 0.79510 0.26699 0.0609 0.9708
Factor5 0.52811 0.22149 0.0405 1.011
Factor6 0.30662 0.05912 0.0235 1.034
Factor7 0.24751 0.03642 0.0190 1.053
Factor8 0.21109 0.02551 0.0162 1.069
Factor9 0.18558 0.06028 0.0142 1.084
Factor10 0.12530 0.01870 0.0096 1.093
Factor11 0.10660 0.06310 0.0082 1.101
Factor12 0.04350 0.03559 0.0033 1.105
Factor13 0.00791 0.00878 0.0006 1.105
Factor14 -0.00087 0.03348 -0.0001 1.105
Factor15 -0.03435 0.00769 -0.0026 1.103
Factor16 -0.04204 0.02533 -0.0032 1.099
Factor17 -0.06737 0.04878 -0.0052 1.094
Factor18 -0.11615 0.01532 -0.0089 1.085
Factor19 -0.13146 0.01358 -0.0101 1.075
Factor20 -0.14504 0.02398 -0.0111 1.064
Factor21 -0.16902 0.02075 -0.0129 1.051
Factor22 -0.18977 0.03799 -0.0145 1.037
Factor23 -0.22776 0.02995 -0.0174 1.019
Factor24 -0.25771 - -0.019 1.000
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
Para avaliar o número de fatores a serem retidos, foi
realizado o teste de scree plot, conforme demonstra o Gráfico
3Gráfico 3 O gráfico de scree plot é utilizado para identificar o
165
número de fatores que pode ser extraído antes da quantidade
que a variância única domine a estrutura de variância comum.
O gráfico scree plot traça as raízes latentes contra o número de
fatores em sua ordem de extração, a forma da curva resultante é
utilizada na avaliação do ponto de corte. O ponto pelo qual a
curva começa a endireitar é considerado na indicação do
número máximo de fatores a serem extraídos (ACOCK, 2014;
HAIR et al., 2014).
De acordo com Brown (2015) o gráfico scree plot
permite uma avaliação do valor aproximado, em conformidade
com a inclinação da curva. Em média o gráfico indica 2 a 4
fatores.
Gráfico 3 - Gráfico de Scree plot
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Para reforçar o valor dos fatores a reter, a segunda
análise fatorial exploratória, que difere da primeira pela
retirada do item A1_19, indicou a presença de 4 fatores. Nesta
rodada, a fatorial apresentou muitos sinais trocados, que seriam
justificáveis caso as questões possuíssem redações em sentidos
opostos, o que não ocorreu na escala. A unicidade consiste na
determinação da variância dos itens que não foi explicada pelos
166
fatores, variando de 0 a 1. No item A1_19 a unicidade foi de
0.8511, representando um erro muito elevado, o que atribui
uma correlação muito baixa ao item, portanto, a presença do
item causa ruído à amostra e enfraquece a correlação (HAIR et
al., 2014).
Desta forma, esta segunda análise fatorial apresentou a
confirmação da necessidade da exclusão do item A1_19,
reforçando a baixa correlação do item com os demais. A
exclusão do item A1_19 da escala, por baixa correlação entre
os demais itens, pode ser entendida pelo escopo da pesquisa.
Quando aplicado à outras empresas, como, por exemplo,
indústrias, grandes empresas ou empresas de tecnologia; o
incentivo ao desenvolvimento de protótipos, pode ser melhor
aplicável, enquanto na pesquisa com pequenas e médias
empresas de comércio e serviços, o item deve ser excluído, por
fraca significância, já que não é prática destas empresas o
desenvolvimento de protótipos, como era esperado. Retirando
o item A1_19 da matriz de correlação policórica, a correlação
entre os itens aumenta como pode ser visto na Figura 10.
.
167
Figura 10 - Matriz de correlação policórica após a retirada do
item A1_19
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
168
Rodou-se a análise fatorial com 4, 3, 2 e 1 fatores, o
item a A1_19 sempre apresentou a unicidade elevada. Ao final
da segunda análise fatorial exploratória, obteve-se a exclusão
do item A1_19. Quando há mais de um fator, torna-se útil
rotacionar a solução inicial para verificar se há outra solução
com melhor interpretação. Há duas maneiras de rotacionar os
dados. A primeira é uma rotação ortogonal, em que os fatores
são forçados a não se correlacionarem entre si. A segunda é
uma rotação oblíqua em que permite que os fatores se
correlacionem (ACOCK, 2014).
Portanto, considerando a correlação entre os fatores,
optou-se pela utilização da análise fatorial com rotação
oblíqua.
Análise fatorial exploratória com rotação oblíqua
O objetivo de todos os métodos de rotação consiste em
simplificar as linhas e colunas da matriz de fatores para
facilitar a interpretação. Os métodos de rotação ortogonal
(Quartimax, Varimax, Equimax) possuem o objetivo de
investigação para a redução de dados: seja redução de variáveis
ou de um conjunto de medidas não correlacionadas para
utilização posterior em técnicas multivariadas. O método é
consolidado como uma abordagem analítica para a obtenção de
uma rotação ortogonal de fatores. Os métodos de rotação
oblíqua são semelhantes às rotações ortogonais, pois, ambos
possuem o objetivo de simplificação, entretanto, as rotações
oblíquas permitem fatores associados, com a característica
adicional de fatores correlacionados, enquanto, os métodos
ortogonais mantêm a independência entre os fatores
rotacionados (ACOCK, 2014; HAIR et al, 2014).
Os estudos balizadores da construção da escala proposta
utilizaram métodos distintos para a estimativa dos fatores, por
exemplo, Flatten et al. (2011) analisou os dados por meio da
estimativa de máxima verossimilhança com rotação oblíqua
Promax. Lichenthaler (2009) utilizou a rotação ortogonal
169
Varimax na estimativa do constructo e Camisóm e Forés
(2010) não apresentaram a utilização de análise rotacionada no
desenvolvimento da escala. A escolha de uma rotação
ortogonal ou oblíqua deve ser feita com base nas necessidades
de um determinado problema de pesquisa (HAIR ET AL,
2014).
Portanto, na escolha da rotação dos dados, considerou-se o
método de rotação oblíqua o método mais adequado para a
meta de obtenção dos fatores teoricamente significativos.
Assim sendo, a próxima etapa da pesquisa incidiu na análise
fatorial exploratória com rotação oblíqua, sem o item A1_19,
excluído anteriormente. A análise com rotação oblíqua rodou
com 1, 2, 3 e 4 fatores/dimensões, para a verificação das
melhores soluções para o teste. Na análise lado a lado,
verificou-se que as cargas ficaram muito próximas (Figura
11Figura 11).
As cargas em verde indicam os maiores valores
encontrados em cada item para cada fator, em vermelho estão
as cargas mais baixas. Com 4 dimensões, há apenas 3 cargas
cruzadas. Analisando os indicadores de ajuste AIC e BIC,
temos que, o Critério de Informação de Akaike (AIC) admite a
existência de um modelo “real” dentre um grupo de modelos
avaliados (BOZDONGAN. H, 1987). Por sua ver, o Critério
Bayesiano de Schwarz (BIC) pressupõe a existência de um
“modelo verdadeiro” que descreve a relação entre a variável
dependente e as diversas variáveis explanatórias entre os
diversos modelos possíveis. Assim o critério é definido como a
estatística que maximiza a probabilidade de se identificar o
verdadeiro modelo dentre os avaliados (Wolfinger, 1993).
Desta forma, os indicadores de ajuste de Schwarz’s
(BIC) e Akaike’s (AIC) sugerem, que o modelo com menor
AIC e BIC , são os modelos com melhor ajuste. Analisando os
modelos com 1, 2, 3 e 4 fatores, haverá menor resíduo, na
170
proposição com 4 fatores/dimensões, indicando ser a melhor
alternativa, nesta etapa.
Figura 11 - Análise fatorial exploratória sem o fator A1_19
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
171
Alguns itens apresentam a carga cruzada, fator indicativo,
mas não suficiente para exclusão, entretanto, uma nova fatorial
exploratória foi rodada e os itens que apresentam cargas baixas
foram excluídos. Segundo Hair et al. (2014), itens com carga
inferior a 0.5 devem ser eliminados por não serem
significativos, portanto, os itens que apresentaram carga muito
baixa, foram excluídos: A1_ 1, A1_7, A1_12, A1_24,
conforme apresenta a Figura 12.
172
Figura 12 - Análise fatorial exploratória sem os itens excluídos
A1_ 1, A1_7, A1_12, A1_24
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
173
Novamente alguns itens apresentaram carga cruzada e
outros itens carga abaixo de 0.5. Hair et al. (2014), indica que
quando uma variável persiste em cargas cruzadas, esta deve ser
eliminada, desta forma, o item com carga cruzada A1_ 08 foi
excluído, bem como, os itens com carga baixa A1_02 e A1_23.
Após a exclusão dos itens, como mostra a Figura 13, uma nova
fatorial foi rodada para a avaliação dos resultados.
Figura 13 - Análise fatorial exploratória com os itens finais de
escala.
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
A Figura 14 demonstra a última rodada da análise fatorial
exploratória, na qual podemos observar, que os itens cruzados
e com carga baixa foram eliminados da análise com 4 fatores.
A solução com 3 fatores poderia ser uma possibilidade
estatística, entretanto, não se ajusta à teoria de capacidade de
absorção, pois, carrega as dimensões assimilação e aplicação
juntamente. Por não possuir respaldo teórico, a proposição foi
descartada. Desta forma, ao final da etapa de análise fatorial
Fator 1
A1_3 0.5562 0.7008 0.5893 0.6133
A1_4 0.6428 0.7247 0.6604 0.6305
A1_5 0.5835 0.7812 0.7883 0.8154
A1_6 0.6683 0.6939 0.5831 0.5932
A1_9 0.6884 0.3508 0.4036 0.5970 0.5396
A1_10 0.5639 0.4445 0.5577 0.5432
A1_11 0.6498 0.3892 0.3205 0.4501 0.5995
A1_13 0.7420 0.8029 0.7511 0.7117
A1_14 0.7401 0.9028 0.8821 0.8444
A1_15 0.7682 0.8455 0.8312 0.8247
A1_16 0.7432 0.7054 0.7411 0.7587
A1_17 0.7549 0.7271 0.6899 0.6919
A1_18 0.7725 0.5397 0.3008 0.5261 0.5510
A1_20 0.7050 0.4825 0.7652 0.7607
A1_21 0.6683 0.6215 0.7342 0.8002
A1_22 0.7452 0.3400 0.4783 0.4961 0.4983
704.007 763.74 469.407 585.141 345.154 513.154 280.155 496.689
AIC BIC AIC BIC AIC BIC AIC BIC
2 3 4
174
exploratória, os testes indicam e corroboram a literatura
existente de que a escala de capacidade de absorção deve
conter 4 fatores/dimensões.
Análise fatorial Confirmatória
Após terem sido rodadas as análises fatoriais
exploratórias, ficou estabelecida a existência de 4 fatores para o
constructo proposto. O próximo passo consiste na análise
fatorial confirmatória, que segundo Hair et al. (2014) ocorre
quando o pesquisador tem pensamentos preconcebidos sobre a
estrutura real dos dados, com base em suporte teórico ou
pesquisa anterior, envolvendo variáveis que devem ser
agrupados em conjunto, em determinado fator ou o número
preciso de fatores. Nesses casos, o pesquisador requer a análise
fatorial confirmatória para avaliar o grau em que os dados
satisfazem a estrutura esperada.
Para a realização da análise fatorial confirmatória,
utilizou-se o estimador Asymptotic distribuition free, mais
adequado para distribuição tipo anormal categórica ordinal,
utilizada no presente estudo, composta por 24 variáveis
categóricas ordinais, com 7 categorias cada, conforme escala
de Likert utilizada na pesquisa survey aplicada (ACOCK,
2014).
Os resultados da análise confirmatória indicam cargas
acima de 0.85, resultado bastante positivo. Entretanto, nenhum
índice de ajuste foi satisfatório. Os índices de qualidade do
modelo auxiliam na identificação do modelo mais apropriado
ao constructo estudado, comprovam se o modelo com as cargas
e resíduos são satisfatórios, indicando os fatores que fornecem
o melhor ajuste para os dados (BROWN, 2015).
A raiz quadrada média do erro de aproximação
(RMSEA) indica valores inferiores a 0.07 como valores
aceitos. O CFI considera como ideais os valores maiores do
que 0.95; o TLI valores maiores do que 0.95 e o SRMR valores
175
menores de 0.08 (HOOPER; COUGLHLAN; MULLER,
2008). A análise fatorial confirmatória indicou dois modelos
ideais, com alta correlação, conforme os índices de qualidade
do modelo dispostos no Quadro 33.
Quadro 33 - Indicadores de qualidade do modelo
RMSEA CFI TLI SRMR
Modelo 1 – 4
dimensões
relacionadas
0.06 0.95 0.94 0.04
Modelo 2 – 4
dimensões divididas
em potencial e
realizada
0.06 0.95 0.94 0.04
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Ambos modelos ratificam a teoria proposta por Zaha e
George (2002) indicando 14 dimensões, distribuídas em: 4
itens na dimensão “aquisição”; 3 itens na dimensão
“assimilação”; 6 itens na dimensão “transformação” e 3 itens
na dimensão “aplicação”. O primeiro modelo apresenta as
quatro dimensões correlacionadas entre si.
O modelo 1 demonstra uma forte interpelação entre os
fatores. A análise isolada dos fatores apresenta uma dificuldade
na definição entre os limites de cada um dos processos que
compõem as capacidades de absorção potenciais e realizados.
No entanto, a revisão literária, apresentou uma consolidada
base teórica que facilitou a operacionalização e medição da
construção.
176
Figura 14 - Carregamento de 4 fatores (Modelo 1)
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
177
A teoria indica que PACAP e RACAP não são
processos simultâneos, uma vez que o conhecimento tácito
adquirido e assimilado (PACAP) não vai necessariamente ser
transformado (RACAP) imediatamente, mas pode ser
acumulado ao longo do tempo e utilizado em períodos
subsequentes para melhor coincidir com as condições de
mercado (CAMISÓN; FORÉS, 2010).
Portanto, o modelo 2 corrobora com a teoria proposta
por Zaha e George (2002), dividindo a ACAP em quatro
dimensões, sendo elas dispostas em dois subconjuntos maiores
indicando as capacidades: potencial e realizada. Este modelo se
consolida como o melhor para o constructo proposto, conforme
demonstra a Figura 15.
178
Figura 15 - Carregamento de 4 fatores, com dois supra fatores
(Modelo 2)
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
179
O Quadro 34 demonstra os itens finais de escala, após a
rodada de análise fatorial exploratória e confirmatória.
Quadro 34 - Itens eliminados na análise fatorial exploratória
(Continua)
Item Questão
Situação
após fatorial
exploratória
A1_1
A busca de informações relevantes sobre nosso
setor de atuação é tarefa cotidiana em nossa
empresa.
Eliminado -
carga baixa
A1_2
Nossa empresa motiva os funcionários a usarem
fontes de informação dentro do nosso setor de
atuação.
Eliminado -
carga baixa
A1_3 Nossa empresa espera que os funcionários lidem
com informações além do nosso setor de atuação. Mantida
A1_4
Acessar fontes externas para obter informações
relevantes é atividade comum e muito importante
em nossa empresa
Mantida
A1_5 Nossa empresa valoriza e busca informações além
do nosso setor de atuação. Mantida
A1_6
Nossa empresa é orientada para monitorar
continuamente tendências e para descobrir
oportunidades a serem exploradas ativamente.
Mantida
A1_7 Em nossa empresa ideias e conceitos são
transmitidos entre todas as áreas/departamentos.
Eliminado -
carga baixa
A1_8 Nossa empresa valoriza a ajuda entre
áreas/departamentos para resolver problemas.
Eliminado -
carga
cruzada
A1_9
Em nossa empresa existe um fluxo de informação
rápido, por exemplo, se uma área ou departamento
obtém uma informação importante, ela comunica
prontamente essa informação para todas as outras
áreas ou departamentos.
Mantida
A1_10
Realizamos encontros periódicos entre
áreas/departamentos para o intercâmbio de ideias,
problemas, novos desenvolvimentos e realizações.
Mantida
180
Quadro 34 - Itens eliminados na análise fatorial exploratória
(Continua)
Item Questão
Situação após
fatorial
exploratória
A1_11 Nós temos capacidade de guardar informações
relevantes obtidas para uso futuro. Mantida
A1_12
Nós temos capacidade de assimilar e interpretar
novos conhecimentos obtidos que podem ser
úteis para a empresa.
Eliminado -
carga baixa
A1_13
Nossos funcionários têm a capacidade de
estruturar e utilizar os conhecimentos que
adquirem.
Mantida
A1_14
Nossos funcionários estão acostumados a
absorver novos conhecimentos, prepará-los para
novas finalidades e torná-los disponíveis para a
empresa.
Mantida
A1_15
Ligar o conhecimento existente com novas
ideias é atividade realizada com sucesso por
nossos funcionários.
Mantida
A1_16 Nossos funcionários são capazes de aplicar
novos conhecimentos em seu trabalho prático. Mantida
A1_17 Nós somos hábeis em reativar o conhecimento
existente para novos usos. Mantida
A1_18
Rapidamente reconhecemos a utilidade de
novos conhecimentos com o conhecimento
existente na empresa.
Mantida
A1_19 Nossa empresa encoraja o desenvolvimento de
protótipos.
Eliminado -
baixa correlação
A1_20
Nossa empresa reconsidera regularmente
tecnologias e as adapta de acordo com novos
conhecimentos.
Mantida
A1_21
Nossa empresa tem a capacidade de trabalhar de
forma mais eficaz através do emprego de novas
tecnologias.
Mantida
A1_22
Nossa empresa tem capacidade de usar e
explorar novos conhecimentos para responder
rapidamente às mudanças de mercado.
Mantida
181
Quadro 34 - Itens eliminados na análise fatorial exploratória
(Conclusão)
Item Questão
Situação após
fatorial
exploratória
A1_23
Nossa empresa tem capacidade de revisar os
procedimentos de negócios com base em
novos conhecimentos adquiridos.
Eliminado - carga
baixa
A1_24
Nossa empresa é capaz de desenvolver
produtos ou serviços com base em novos
conhecimentos adquiridos.
Eliminado - carga
baixa
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
Dos itens eliminados na etapa de análise dos dados, os
itens eliminados A1_1, A1_2, A1_7, A1_8 e A1_19, são
procedentes da escala de Flatten et al. (2011). Os itens A1_12,
A1_23 e a1_24 são oriundos da escala de Kotabe et al. (2011).
Ao final, os itens originários da escala de Kotabe et al. (2011)
não compuseram o conjunto de itens finais de escala. O
direcionamento à empresas multinacionais pode ser um fator
contributivo para a baixa carga destes itens à pesquisa atual,
uma vez que a pesquisa trata de pequenas e médias empresas.
4.2 Escala final
O Quadro 35 apresenta a escala final de ACAP, o
desenvolvimento da escala com 16 itens, classificadas em
quatro dimensões, auxilia os pesquisadores na realização de
análises mais sistemáticas quanto às medidas propostas,
servindo como uma base para comparação de resultados entre
estudos e configurações de pesquisa, tornando-se possível
perceber o valor agregado da ACAP (FLATTEN et al., 2011).
182
Quadro 35 - Itens finais da escala ACAP (Continua)
Item Questão Autor
Capacidade de Absorção Potencial - Aquisição
A1_3 Nossa empresa espera que os funcionários lidem
com informações além do nosso setor de atuação.
Flatten et al.
(2011)
A1_4
Acessar fontes externas para obter informações
relevantes é atividade comum e muito importante
em nossa empresa Linchenthaler
(2009)
A1_5
Nossa empresa valoriza e busca informações
além do nosso setor de atuação.
A1_6
Nossa empresa é orientada para monitorar
continuamente tendências e para descobrir
oportunidades a serem exploradas ativamente.
Camisón e
Fores (2010)
Capacidade de Absorção Potencial - Assimilação
A1_9
Em nossa empresa existe um fluxo de informação
rápido, por exemplo, se uma área ou
departamento obtém uma informação importante,
ela comunica prontamente essa informação para
todas as outras áreas ou departamentos. Flatten et al.
(2011)
A1_10
Realizamos encontros periódicos entre
áreas/departamentos para o intercâmbio de ideias,
problemas, novos desenvolvimentos e
realizações.
A1_11 Nós temos capacidade de guardar informações
relevantes obtidas para uso futuro.
Linchenthaler
(2009)
Capacidade de Absorção Realizada - Transformação
A1_13
Nossos funcionários têm a capacidade de
estruturar e utilizar os conhecimentos que
adquirem. Flatten et al.
(2011)
A1_14
Nossos funcionários estão acostumados a
absorver novos conhecimentos, prepará-los para
novas finalidades e torná-los disponíveis para a
empresa.
183
Quadro 35 - Itens finais da escala ACAP (Conclusão)
Item Questão Autor
Capacidade de Absorção Realizada - Transformação
A1_15
Ligar o conhecimento existente com novas
ideias é atividade realizada com sucesso por
nossos funcionários.
A1_16 Nossos funcionários são capazes de aplicar
novos conhecimentos em seu trabalho prático.
A1_17 Nós somos hábeis em reativar o conhecimento
existente para novos usos. Linchenthaler
(2009)
A1_18
Rapidamente reconhecemos a utilidade de
novos conhecimentos com o conhecimento
existente na empresa.
Capacidade de Absorção Realizada - Aplicação
A1_20
Nossa empresa reconsidera regularmente
tecnologias e as adapta de acordo com novos
conhecimentos. Flatten et al.
(2011)
A1_21
Nossa empresa tem a capacidade de trabalhar de
forma mais eficaz através do emprego de novas
tecnologias.
A1_22
Nossa empresa tem capacidade de usar e
explorar novos conhecimentos para responder
rapidamente às mudanças de mercado.
Linchenthaler
(2009)
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
Como visto, a escala foi desenvolvida por meio de uma
vasta revisão da literatura, para o entendimento do constructo,
bem como para a identificação das escalas desenvolvidas. A
partir da análise destas escalas, pôde-se perceber que as escalas
de Lnchenthaler (2009); Kotabe et al. (2010); Camisóm e Forés
(2010) e Flatten et al. (2011), foram as escalas mais adequadas
a comporem o conjunto de itens para a formação deste
constructo. O Quadro 36 apresenta as dimensões finais
encontradas e o conjunto de itens balizador.
184
Quadro 36 - Escalas originárias dos itens finais da escala
desenvolvida.
Item Autor Dimensões Escalas
Originais
(A1_3) Aquisição 1 Flatten et al. (2011) Aquisição 3
(A1_4) Aquisição 2 Linchenthaler (2009)
Reconhecer 4
(A1_5) Aquisição 3 Reconhecer 5
(A1_6) Aquisição 4 Camisón e Fores
(2010) Aquisição 2
(A1_9) Assimilação 1 Flatten et al. (2011)
Assimilação 3
(A1_10) Assimilação 2 Assimilação 4
(A1_11) Assimilação 3 Linchenthaler (2009) Manter 10
(A1_13)
Transformação 1
Flatten et al. (2011)
Transformação 1
(A1_14)
Transformação 2 Transformação 2
(A1_15)
Transformação 3 Transformação 3
(A1_16)
Transformação 4 Transformação 4
(A1_17)
Transformação 5 Linchenthaler (2009)
Manter 15
(A1_18)
Transformação 6 Manter 16
(A1_20) Aplicação 1 Flatten et al. (2011)
Aplicação 2
(A1_21) Aplicação 2 Aplicação 3
(A1_22) Aplicação 3 Linchenthaler (2009) Aplicar 23
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
A análise das dimensões encontradas corrobora a teoria
de capacidade de absorção proposta por Zaha e George (2002)
dividindo-a em quatro dimensões. A teoria se confirma, ainda,
quando comparando nossa escala com as escalas base do
estudo, conforme disposto na Tabela 2. As dimensões
propostas por Flatten et al. (2011) e Camisón e Fóres (2011) se
comportam conforme a teoria de Zaha e George (2002). As
185
dimensões de Linchenthaler (2009) apontam três processos de
aprendizagem, conforme Lane, Koka e Pathak (2006), apesar
da diferença na nomenclatura, as dimensões são
correspondentes.
Tabela 2 - Escalas base para o constructo proposto e suas
dimensões
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
Comparando a escala desenvolvida, com as demais
escalas base para este constructo, verificou-se uma
proximidade do total de itens com as demais escalas. Os itens
distribuídos nas dimensões também se mantiveram equiparados
às demais escalas relacionadas.
Escalas x
Dimensões
Aquisi
ção
Assimil
ação
Transfor
mação
Aplica
ção
Total
Dimensões
Escala
Desenvolvida
(2015)
4 3 6 3 16
Flatten et al. (2011) 3 4 4 3 14
Camisón e Fores
(2010) 4 6 5 4 19
Linchenthaler
(2009) 5 4 8 8 25
186
187
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A capacidade de absorção pode ser compreendida como um
conjunto de rotinas e processos organizacionais pelos quais as
firmas adquirem, assimilam, transformam e exploram
conhecimento para produzir uma capacitação dinâmica”
(ZAHRA e GEORGE, 2002). Como visto, medidas
unidimensionais e quantitativas direcionados à P&D não
conseguem contemplar a complexidade do assunto.
Os modelos multidimensionais capturam a complexidade
das dimensões que compõe a capacidade de absorção. A
criação de uma escala multidimensional aplicada ao contexto
nacional auxilia na compreensão da ACAP nas empresas e o
desenvolvimento de futuros estudos no campo.
Poucos estudos de capacidade de absorção foram aplicados
ao contexto das pequenas e médias empresas (FLATTEN et al.,
2011). As micro e pequenas empresas constituem mais de 90%
das empresas nacionais (DIEESE, 2012). Portanto, torna-se
essencial o desenvolvimento de novos estudos da ACAP com
foco nas PMEs. Neste sentido, o objetivo do estudo aspirou ao
desenvolvimento de uma medida multidimensional de
mensuração para a capacidade de absorção, nas pequenas e
médias empresas, direcionado ao contexto brasileiro construída
com base nos estudos de Flatten et al. (2011).
A presença da capacidade de absorção nas PMEs facilita a
identificação de novas oportunidades de produtos e/ou serviços
valiosos, contribuindo para o desempenho superior, necessário
às empresas jovens. Além de possibilitar maior flexibilidade e
facilidade em assimilar e transformar mais facilmente seus
conhecimentos (FERNHABER E PATEL, 2012; ENGELEN et
al., 2014).
No processo de desenvolvimento do constructo, forma
utilizados métodos qualitativos e quantitativos. O estudo teve
como base, os passos desenvolvidos na construção da escala
188
consolidada de Flatten et al. (2011). O primeiro passo foi a
análise da literatura para identificar possíveis itens
complementares aos validados no estudo de Flatten et al.
(2011).
Identificadas as escalas posteriores aos estudos de Flatten et
al. (2011) que viessem a contribuir para o constructo e com
base no referencial teórico, elaborou-se um conjunto de itens
inicial. Os itens iniciais foram refinados por meio de
entrevistas com gerentes e especialistas acadêmicos para
modificar, acrescentar ou excluir itens ambíguos ou de difícil
compreensão.
A escala refinada pelos pré-testes com gestores e
especialistas acadêmicos foi aplicada em micro e pequenas
empresas dos setores de comércio e serviços nas cidades de
Florianópolis, Joinville e Porto Alegre. Ao final, obteve-se um
retorno de 309 questionários válidos, que fizeram parte da
análise final dos dados.
Os dados foram tratados por meio de análise fatorial
exploratória com rotação oblíqua e uma análise fatorial
confirmatória, na qual houve a identificação da presença de
quatro dimensões de capacidade de absorção, sendo que a
capacidade foi dividida em dois fatores maiores: potencial e
realizada.
O objetivo do presente estudo foi o desenvolvimento de
medidas reflexivas da capacidade de absorção, para tanto,
seguimos a estrutura de construção de escala proposta por
DeVellis (2011), que fornece diretrizes para o desenvolvimento
destas medidas.
Os resultados encontrados no presente estudo corroboram
os fundamentos teóricos definidos por Zaha e George (2002)
definindo a capacidade de absorção, como um constructo
multidimensional, dividida em dois grandes subconjuntos de
capacidades: potencial e realizada. Estas duas capacidades
189
englobam as dimensões: aquisição, assimilação, transformação
e aplicação.
Assim como nos estudos de Zaha e George (2002) o
constructo desenvolvido, carregou as dimensões nas mesmas
bases, reafirmando a teoria de capacidade de absorção. Os
resultados encontrados indicam a presença de 14 dimensões: 4
itens na dimensão “aquisição”; 3 itens na dimensão
“assimilação”; 6 itens na dimensão “transformação” e 3 itens
na dimensão “aplicação”.
Este estudo avança na compreensão e construção da
capacidade de absorção, destacando a importância da criação
de um instrumento válido e confiável. A maior contribuição
deste constructo foi o desenvolvimento de um instrumento que
possibilite o desenvolvimento de medidas mais reflexivas que
permitam a replicação em outras realidades. O estudo
proporciona a criação de um recurso acadêmico para a
utilização da escala em futuras pesquisas e amplia a
possibilidade do desenvolvimento do assunto de capacidade de
absorção no âmbito nacional.
A escala desenvolvida atua como uma ferramenta útil para
a avaliação das forças e fraqueza da ACAP na organização,
proporcionando comparação entre outras concorrentes.
Possibilita a identificação dos pontos relevantes em que os
gestores devem direcionar seus esforços. Desta forma, atua
promovendo oportunidade de maiores investimentos
proporcionando melhoria no desempenho, auxiliando a
empresa a garantir vantagem competitiva sustentável.
A medida proposta avalia o nível de engajamento da
empresa em atividades de aquisição de conhecimento, a forma
pela qual ela assimila a informação adquirida sobre o
conhecimento existente, transforma o conhecimento assimilado
recentemente, adaptando-o e explora comercialmente o
conhecimento transformado para obtenção da vantagem
competitiva (ZAHA E GEORGE, 2002).
190
A escala desenvolvida possibilita a comparação da
ACAP entre empresas, fornecendo uma base para determinar
onde os investimentos devem direcionar seus esforços para
melhorar sua capacidade absortiva. O desenvolvimento
equilibrado dos processos de aprendizagem afeta positivamente
a inovação e o desempenho em ambientes estáveis e dinâmicos.
O instrumento auxilia, ainda, na compreensão do motivo de
certas empresas serem mais eficientes que outras, quando
utilizada a capacidade de absorção para criação de valor.
(LINCHENTHALER, 2009; CAMISÓN E FORÉS, 2010;
FLATTEN et al., 2011).
O constructo foi desenvolvido com base em pequenas e
médias empresas brasileiras. Estudos em grandes empresas
devem ser realizados para a verificação de novos itens a serem
considerados. A escolha dos setores de comércio e serviços se
deve à representatividade das empresas no contexto nacional,
entretanto, novas pesquisas em empresas de tecnologia, trariam
grandes contribuições aos estudos de capacidade de absorção,
levando-se em consideração, seus estudos seminais em
empresas deste ramo.
O presente estudo fornece importantes insights para novas
pesquisas utilizando a capacidade de absorção de
conhecimento. Este tema pouco abordado no país precisa ser
mais bem explorado e compreendido auxiliando no processo de
gestão das empresas brasileiras.
5.1 SUGESTÕES NOVOS ESTUDOS
O constructo proposto apresenta limitações necessárias ao
escopo da pesquisa. Os limites do trabalho possibilitam o
desenvolvimento de novos estudos na área. Diante disto,
apresentam-se algumas discussões importantes para futuras
análises acerca do tema capacidade de absorção.
191
Primeiramente, deve haver cautela na utilização da
ferramenta em outras realidades. Camisón e Forés (2010)
indicam que, como uma capacidade dinâmica, os modelos de
ACAP não são universais e, portanto, não devem ser
generalizados. PMEs possuem um conhecimento de mercado,
muitas vezes, limitado devido à menor necessidade de
investimentos em P&D e diversificação restrita do produto; a
nacionalidade poder enviesar os resultados em uma direção
imprevisível.
Portanto, novos estudos devem ser realizados,
utilizando a construção de escala de ACAP adaptada à
realidade brasileira direcionada a grandes empresas, empresas
de tecnologia e empresas industriais, setores em que itens
excluídos desta análise, poderiam ser relevantes devido ao foco
da pesquisa como, por exemplo, o item A1_19 retirado da
escala por sua baixíssima correlação e unicidade, contudo,
poderia ser um item essencial às empresas de tecnologia, uma
vez que o desenvolvimento de protótipos é tarefa essencial à
sua atividade (LINCHENTHALER, 2009).
A vantagem dos instrumentos de medição é que eles
não se limitam ao conhecimento das PMEs de comércio e
serviço, consequentemente, permitem o exame dos processos
de aquisição e assimilação (PACAP) e transformação e
exploração (RACAP) em outros tipos de conhecimentos
externos, tais como, por exemplo, de direção diferente técnicas
e práticas, modelos de gestão de recursos humanos, estruturas
organizacionais, de produção de know-how, conhecimento
sobre design industrial, experiência em marketing e / ou
conhecimento sobre novos mercados, desenvolvimento de
tecnologias (CAMISÓN; FORÉS, 2010).
O presente estudo analisou a capacidade de absorção
como um processo organizacional, entretanto, cabe ressaltar
que a ACAP incide na habilidade do indivíduo, aliada às
necessidades da organização. A partir do indivíduo é que se
192
identifica o conjunto dinâmico de rotinas e processos
organizacionais pelos quais as firmas adquirem, assimilam,
transformam e exploram conhecimento para produzir uma
capacitação dinâmica (ZAHA e GEORGE, 2002;
TODOROVA e DURSIN, 2007).
Portanto, a sugestão para futuros estudos é a análise da
ACAP pela percepção do indivíduo, avaliando a forma pela
qual o conhecimento é transferido externamente e a
necessidade deste em modificar esse conhecimento permitindo
à empresa lidar com ambientes de rápida mudança.
Cabe ressaltar que as respostas obtidas neste estudo estão
sujeitas às interpretações dos indivíduos entrevistados
(gestores, dirigentes e proprietários). A auto avaliação
gerencial pode ameaçar a validade da pesquisa. Neste sentido,
recomenda-se estudos em profundidade nas empresas. Há
poucos estudos longitudinais nas organizações para a avaliação
da capacidade de absorção em longo prazo. O estudo de caso
analisa a percepção do desenvolvimento do tema e estimativa
de melhorias necessárias nos processos gerenciais que venham
a contribuir com o desenvolvimento do negócio em análise e
com a teoria da ACAP na investigação do comportamento das
suas dimensões.
A inclusão de variáveis moderadoras como, por exemplo,
turbulência ambiental, desempenho organizacional, visão
baseada e recursos (RBV), são temas que influenciam a
capacidade de absorção organizacional, foram utilizados em
estudos internacionais e ampliariam a análise capacidade de
absorção direcionada à realidade brasileira.
193
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218
219
APÊNDICE A – REVISÃO DA LITERATURA 1990-2014
REVISÃO SISTEMÁTICA 1990 – 2014
Ano Tipo de
Trabalho Autor
1990 Ensaio Teorico Cohen e Levinthal (1990)
1996 Medida Quanti Escala Própria Szulanski (1996)
1998 Ensaio Teorico Kim (1998)
1998 Escala ACAP Escala própria de Cadiz e al (1998)
1998 Ensaio Teorico Kaufmann (1998)
1999 Ensaio Teorico Horton (1999)
2002 Ensaio Teorico Zaha e George (2002)
2004 Ensaio Teorico Bathelt; Malmberg; Maskell (2004)
2005 Medidas
PROXY Malhotra et al. (2005)
2005 Medida Quanti Chou (2005)
2005 Escala ACAP Escala Própria Jansen et al. (2005)
2005 Ensaio Teorico Nielsen (2005)
2006 Estudo Quali Cuellar e Gallivan (2006)
2006 Estudo Quali Uotila, Harmaakorpi e Melkas (2006)
2006 Medida Quanti Escala Própria Tu et al (2006)
2006 Medida Quanti Escala própria de Thuc et al (2006)
2006 Medida Quanti Escala própria de Liao et al (2006)
2006 Ensaio Teorico Zinkevičien e Janiūnait (2006)
220
2006 Medidas
PROXY Guan et al. (2006)
2007 Ensaio Teorico Todorova e Durisin (2007)
2007 Ensaio Teorico Roxas (2007)
2007 Ensaio Teorico Srivardhana e Pawlowski (2007)
2007 Medida Quanti Wang et al. (2007)
2007 Medidas
PROXY Park et al. (2007)
2007 Ensaio Teorico Joglar e Chaparro (2007)
2008 Ensaio Teorico Criscuoloa e Narulab (2008)
2008 Ensaio Teorico Vega-Jurado et al. (2008)
2008 Ensaio Teorico Calero-Medina e Noyons (2008)
2008 Medida Quanti Xu e Ma (2008)
2008 Medidas
PROXY Deng, Doll e Cao (2008)
2008 Ensaio Teorico Gurrieri (2008)
2008 Ensaio Teorico Lichtenthaler (2008)
2009 Ensaio Teorico Lichtenthaler, U e Lichtenthaler, E. (2009)
2009 Medida Quanti Zhao e Anand (2009)
2009 Escala ACAP Linchenthaler (2009)
2009 Medidas
PROXY Murovec e Prodan (2009)
2009 Estudo Quali Balbinot e Marques (2009)
2009 Estudo Quali McAdam, McAdam² e Brown (2009)
2009 Estudo Quali Ouimet, M. et al (2009)
2009 Medida Quanti Bierly III et al. (2009)
221
2009 Ensaio Teorico Newey e Zahra (2009)
2009 Medidas
PROXY Li e Vanhaverbeke (2009)
2009 Ensaio Teorico Hui e Idris (2009)
2010 Ensaio Teorico Volberda, Foss e Lyles (2010)
2010 Medidas
PROXY
Rodríguez-Castellanos; Hagemeister;
Ranguelov (2010)
2010 Ensaio Teorico Harvey et al. (2010)
2010 Medidas
PROXY Schmidt, T (2010)
2010 Ensaio Teorico Sun e Anderson (2010)
2010 Estudo Quali Steer e Wathne (2010)
2010 Medidas
PROXY Spithoven e Teirlinck (2010)
2010 Escala ACAP Khoja e Maranville (2010)
2010 Estudo Quali Melkas, Uotila, Kallio (2010)
2010 Escala ACAP Escala própria de Camison e Fores (2010)
2010 Escala ACAP Griffth e Sawyer (2010)
2010 Estudo Quali Berta et al. (2010)
2010 Medidas
PROXY ZHOU e WU (2010)
2010 Ensaio Teorico Linchenthaler, U e Linchenthaler, E. (2010)
2010 Medidas
PROXY Lee et al. (2010)
2010 Medida Quanti Bock et al. (2010)
2010 Estudo Quali Newey (2010)
2011 Escala ACAP Esacala própria - Flatten et al.
2011 Escala ACAP Flatten; Greve e Brettel (2011)
222
2011 Medidas
PROXY Unsal e Taylor (2011)
2011 Medidas
PROXY Lhuillery, S. (2011)
2011 Ensaio Teorico Tarek, B. (2011)
2011 Medida Quanti Zhang, Venkatesh, Brown (2011)
2011 Ensaio Teorico Flatten; Greve e Brettel (2011)
2011 Medida Quanti Castillo et al. (2011)
2011 Ensaio Teorico Tang (2011)
2011 Medidas
PROXY Smeets e Bosker (2011)
2011 Escala ACAP Escala Própria Kotabe et al. (2011)
2011 Estudo Quali Cantner e Joel (2011)
2011 Escala ACAP Elbashir, Collier e Sutton (2011)
2011 Escala ACAP Escala Própria Jimenez-Barrionuevo et al.
(2011)
2012 Medidas
PROXY Carlo et al. (2012)
2012 Estudo Quali Fernández, Limón, Jmorales (2012)
2012 Ensaio Teorico Roberts et al. (2012)
2012 Medida Quanti Hodgkinson et al.(2012)
2012 Ensaio Teorico McGahan (2012)
2012 Ensaio Teorico Hotho et al. (2012)
2012 Escala ACAP Fernhaber e Patel (2012)
2012 Ensaio Teorico Dutta (2012)
2012 Medidas
PROXY
Máynez-Guaderrama, Cavazos-Arroyo e La
Parra (2012)
2012 Medidas
PROXY Hadj (2012)
223
2012 Medidas
PROXY Huang e Rice (2012)
2012 Medidas
PROXY Weigelt e Sarkar (2012)
2012 Medida Quanti Gutiérrez-Gutiérrez et al. (2012)
2012 Escala ACAP Acosta, Nabi e Dornberger (2012)
2012 Escala ACAP Cepeda-Carrion, Cegarra-Navarro e Jimenez-
Jimenez (2012)
2012 Ensaio Teorico Caragliu e Nijkamp (2012)
2012 Estudo Quali Biesma et al. (2012)
2012 Medidas
PROXY Hervas-Oliver et al. (2012)
2012 Medidas
PROXY Schildt, Keil, e Maula (2012)
2013 Medidas
PROXY Arvanitis e Bolli (2013)
2013 Medidas
PROXY Mukherji e Silberman (2013)
2013 Ensaio Teorico Bucic e Ngo (2013)
2013 Medida Quanti Balbinot e Marques (2013)
2013 Ensaio Teorico Duchek (2013)
2013 Escala ACAP Gong; Zhou; Chang (2013)
2013 Medidas
PROXY Azagra-Caro; Pontikakis; Varga (2013)
2013 Medidas
PROXY Dai e Yu (2013)
2013 Escala ACAP Escala Própria Liang et al. (2013)
2013 Estudo Quali Enkel e Mezger (2013)
2013 Medidas
PROXY Ritala e Hurmelinna-Laukkanen (2013)
2013 Medidas
PROXY Hurmelinna-Laukkanen e Puumalainen (2013)
224
2013 Medidas
PROXY Harris e Moffat (2013)
2013 Medidas
PROXY Ayari (2013)
2013 Medida Quanti Su, Ahlstrom, Li e Cheng (2013)
2013 Medida Quanti Wuryaningrat (2013)
2013 Medida Quanti Ali, Green e Robb (2013)
2013 Ensaio Teorico Henning e Saggau (2013)
2013 Estudo Quali Rose et al. (2013)
2013 Medidas
PROXY Bertrand e Mol (2013)
2013 Medidas
PROXY Ceccagnoli e Jiang (2013)
2013 Escala ACAP Schleimer e Pedersen (2013)
2013 Medidas
PROXY Harris, Li e Moffat (2013)
2013 Estudo Quali Larkin e Burgess (2013)
2013 Estudo Quali Sié e Yakhlef (2013)
2013 Medida Quanti Junni e Sarala (2013)
2013 Escala ACAP Moos et al. (2013)
2013 Ensaio Teorico Shafique (2013)
2013 Escala ACAP Wales, Parida e Patel (2013)
2013 Escala ACAP Bradford e Saad (2013)
2013 Escala ACAP Daspit e D'Souza (2013)
2013 Medidas
PROXY Asdemir, Baowaidan, e Bugshan (2013)
2014 Medidas
PROXY Egbetokun e Savin (2014)
2014 Estudo Quali Manfreda et al. (2014)
225
2014 Escala ACAP Escala própria Chauvet (2014)
2014 Ensaio Teorico Stefanovic et al. (2014)
2014 Escala ACAP Chang e Lin (2014)
2014 Medida Quanti Siddiky ( 2014)
2014 Medidas
PROXY Hattinger et al. (2014)
2014 Escala ACAP Sciascia et al. (2014)
2014 Escala ACAP Engelen et al. (2014)
2014 Escala ACAP Patel et al. (2014)
2014 Escala ACAP Ahlin, Drnovšek e Hisrich (2014)
2014 Medidas
PROXY Moon (2014)
2014 Escala ACAP Peltola e Makinen (2014)
2014 Escala ACAP González-Campoa e Ayala (2014)
2014 Escala ACAP Escala própria de Thomas e Wood (2014)
2014 Estudo Quali Bengoa e Kaufmann (2014)
2014 Medidas
PROXY Miao e Song (2014)
2014 Escala ACAP Maes e Sels (2014)
2014 Medidas
PROXY Hughes et al. (2014)
2014 Ensaio Teorico Chao, Feng e Li (2014)
2014 Estudo Quali Bradford e Saad (2014)
226
227
APÊNDICE B – ENTREVISTA COM ESPECIALISTAS
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO E
SOCIOECONÔMICAS
PESQUISA EM CAPACIDADE DE ABSORÇÃO (ACAP)
Prezado Pesquisador,
O objetivo deste estudo é propor uma escala para mensurar a
capacidade absortiva (ACAP) no contexto de pequenas
empresas brasileiras. Com base na literatura foram descritos
itens para as dimensões aquisição, assimilação, transformação
e aplicação da ACAP e pede-se para avaliar a clareza e a
relevância de cada item em representar a respectiva dimensão
utilizando-se os seguintes critérios:
1 – Baixa (relevância/clareza)
2 – Moderada (relevância/clareza)
3 – Alta (relevância/clareza)
Comentários ou sugestões podem ser descritos ao fim de cada
quadro.
Desde já agradeço a colaboração,
Atenciosamente,
Cristina Defreyn Tenconi
Mestranda
Mestrado acadêmico em administração ESAG/UDESC
228
E-mail: [email protected]
Prof. Dr. Éverton l. P. De Lorenzi Cancellier
Orientador
Mestrado profissional em administração ESAG/UDESC
E-mail: [email protected]
Dimensão Aquisição de Conhecimento
Definição Autores
Habilidade da empresa de
identificar/reconhecer, localizar e
adquirir conhecimentos externos que
sejam valiosos e críticos para as suas
operações.
Lane e Lubatkin
(1998), Zahra e
George (2002),
Lane, Koka e
Pathak (2006)
Cod
. Descrição do Item – Aquisição
Nota
Relevânci
a
Nota
Clarez
a
F-
Aq
4
A busca de informações relevantes
sobre nosso setor de atuação é
tarefa cotidiana em nossa empresa.
F-
Aq
5
Nossa empresa motiva os
funcionários a usarem fontes de
informação dentro do nosso setor
de atuação.
F-
Aq
7
Nossa empresa espera que os
funcionários lidem com
informações além do nosso setor
de atuação.
L-
Aq1
Frequentemente buscamos
informações para identificar novas
tecnologias.
L-
Aq2
Acessar fontes externas para obter
informações relevantes é atividade
229
comum e muito importante em
nossa empresa
L-
Aq3
Nossa empresa valoriza e busca
informações além do nosso setor
de atuação.
L-
Aq4
Organizamos periodicamente
reuniões especiais com parceiros
externos para adquirir novas
tecnologias
L-
Aq5
Empregados regularmente se
aproximam das instituições
externas adquirindo conhecimento
tecnológico
C-
Aq1
Capturamos informações e
conhecimento relevante, contínuo
e atualizado sobre os concorrentes
atuais e potenciais.
C-
Aq2
Nossa empresa é orientada para
monitorar continuamente
tendências e para descobrir
oportunidades a serem exploradas
ativamente.
C-
Aq3
Cooperamos com organizações de
P&D – universidades, escolas de
negócios, institutos tecnológicos –
para criar conhecimento e
inovação.
Dimensão Aquisição - Comentários ou sugestões adicionais aos
itens
Dimensão Assimilação do Conhecimento
230
Definição Autores
Habilidade de processar, interpretar,
analisar, entender e internalizar a
informação e o conhecimento externo
adquirido.
Kim (1997),
Zahra e George
(2002), Lane,
Koka e Pathak
(2006).
Cod. Descrição do Item – Assimilação
Nota
Relevâ
ncia
Nota
Clare
za
F-As
1
Em nossa empresa ideias e
conceitos são transmitidos entre
todas as áreas/departamentos.
F-As
2
Nossa empresa valoriza a ajuda
entre áreas/departamentos para
resolver problemas.
F-As
4
Em nossa empresa existe um fluxo
de informação rápido, por exemplo,
se uma área ou departamento obtém
uma informação importante, ela
comunica prontamente essa
informação para todas as outras
áreas ou departamentos.
F-As
5
Realizamos encontros periódicos
entre áreas/departamentos para o
intercâmbio de ideias, problemas,
novos desenvolvimentos e
realizações.
L-
Aq1
Nós mantemos conhecimento
relevante ao longo do tempo.
L-
Aq2
Nós temos capacidade de guardar
informações relevantes obtidas para
uso futuro.
Nossos empregados guardam
231
conhecimento tecnológico para uso
futuro.
L-
Aq3
Nós comunicamos conhecimento
relevante através das unidades de
nossa empresa.
L-
Aq4
A gestão do conhecimento funciona
bem em nossa empresa.
C-
Aq1
Nós temos capacidade de assimilar
novas tecnologias e inovações que
são uteis ou se tenham potencial.
C-
Aq2
Nós temos capacidade de assimilar
e interpretar novos conhecimentos
obtidos que podem ser úteis para a
empresa.
Nós somos capazes de usar o nível
de conhecimento, experiência e
competência dos empregados para
assimilar e interpretar novos
conhecimentos.
C-
Aq3
Nossa empresa se beneficia quando
se trata de assimilar conhecimento
de negócios e tecnologias com as
experiências bem sucedidas de
empresas no mesmo setor
C-
Aq4
Os funcionários da empresa
participam e apresentam trabalhos
em conferências e congressos
científicos, atuam como docentes
em universidades ou escolas
corporativas ou desenvolvem
pesquisas com pessoal externo.
C-
Aq5
Participamos frequentemente de
treinamentos, feiras setoriais e
conferencias.
232
C-
Aq6
Temos habilidade de desenvolver
programas de gestão do
conhecimento, garantindo a
capacidade da empresa de entender
e analisar cuidadosamente o
conhecimento e a tecnologia de
outras empresas.
Dimensão Assimilação – Comentários ou sugestões adicionais
aos itens
Dimensão Transformação do Conhecimento
Definição Autores
Habilidade para transmitir e combinar
o conhecimento novo adquirido e
assimilado com os previamente
existentes na empresa. A
transformação pode ser alcançada pela
adição, eliminação de novo
conhecimento ou pela interpretação do
conhecimento existente de maneira
diferente.
Kogut e Zander
(1992), Zahra e
George (2002), Lane,
Koka e Pathak
(2006), Todorova e
Durisin (2007)
Cod. Descrição do Item –
Transformação
Nota
Relevância
Nota
Clareza
F-Tr
1
Nossos funcionários têm a
capacidade de estruturar e
utilizar os conhecimentos que
adquirem.
F-Tr
4
Nossos funcionários estão
acostumados a absorver novos
conhecimentos, prepará-los
para novas finalidades e torná-
los disponíveis para a empresa.
233
F-Tr
5
Nossos funcionários ligam com
sucesso o conhecimento
existente com novas ideias.
F-Tr
10
Nossos funcionários são
capazes de aplicar novos
conhecimentos em seu trabalho
prático.
L-
Tr1
No reconhecimento de uma
oportunidade de negócio, nós
rapidamente podemos contar
com nosso conhecimento
tecnológico.
L-
Tr2
Nós somos hábeis em reativar o
conhecimento existente para
novos usos.
L-
Tr3
Nós rapidamente analisamos e
interpretamos as mudanças nas
demandas de mercado para
nossas tecnologias
L-
Tr4
Entendemos rapidamente novas
oportunidades para servir
nossos clientes a partir das
tecnologias existentes.
L-
Tr5
Nós somos hábeis em
transformar conhecimento
tecnológico em novos produtos.
L-
Tr6
Nós frequentemente
combinamos novas tecnologias
com ideias de novos produtos.
L-
Tr7
Rapidamente reconhecemos a
utilidade de novos
conhecimentos com o
conhecimento existente na
empresa.
234
L-
Tr8
Nossos funcionários são
capazes de compartilhar seus
conhecimentos e habilidades
para desenvolver novos
produtos.
C-
Tr1
Temos capacidade de usar as
tecnologias da informação para
melhorar o fluxo de
informações, desenvolver a
partilha efetiva de
conhecimentos e fomentar a
comunicação entre os membros
da empresa, incluindo reuniões
virtuais entre os profissionais
que estão fisicamente separadas
por meio de portais na Internet,
e-mail, teleconferência, etc.
C-
Tr2
Temos consciência das nossas
competências em matéria de
inovação, especialmente com
respeito à tecnologias-chave e
capacidade de eliminar o
conhecimento interno obsoleto,
estimulando a busca por
inovações alternativas e sua
adaptação.
C-
Tr3
Temos capacidade de adaptar
tecnologias projetadas por
outros às necessidades
específicas da nossa empresa.
C-
Tr4
Grau em que a empresa impede
que os funcionários
voluntariamente transmitam
informação científica e
235
tecnológica útil entre si.
C-
Tr5
Temos capacidade para
coordenar e integrar todas as
fases do processo de P&D e
suas inter-relações com as
tarefas funcionais de
engenharia, produção e
marketing.
K-
Tr1
Capacidade de adaptar novos
conhecimentos adquiridos para
se ajustarem às necessidades de
desenvolvimento da empresa.
K-
Tr2
Capacidade de desenvolver
novos produtos/serviços
utilizando novos
conhecimentos assimilados.
K-
Tr3
Capacidade de desenvolver
novas aplicações por meio da
aplicação de novos
conhecimentos assimilados
K-
Tr4
Capacidade de encontrar usos
alternativos os novos
conhecimentos assimilados
pela empresa.
K-
Tr5
Capacidade de unir os novos
conhecimentos assimilados
com o conhecimento existente
na empresa.
Dimensão Transformação – Comentários ou sugestões
adicionais aos itens
Dimensão Aplicação (Explotação) do Conhecimento
236
Definição Autores
É a habilidade de aplicar e incorporar os
conhecimentos adquiridos, assimilados e
transformados para criar novas, expandir ou
melhorar operações, rotinas, competências,
produtos ou serviços.
Lane e Lubatkin
(1998), Zahra e
George (2002),
Lane, Koka e
Pathak (2006)
Cod. Descrição do Item Aplicação Nota
Relevância
Nota
Clareza
F-
Ex2
Nossa empresa encoraja o
desenvolvimento de protótipos.
F-
Ex4
Nossa empresa reconsidera
regularmente tecnologias e as
adapta de acordo com novos
conhecimentos.
F-
Ex5
Nossa empresa tem a
capacidade de trabalhar de
forma mais eficaz através do
emprego de novas tecnologias.
L-
Ex1
Nós regularmente aplicamos
tecnologias em novos produtos.
L-
Ex2
Nós constantemente
consideramos como melhor
explorar tecnologias.
L-
Ex3
Nós facilmente implementamos
tecnologias em novos produtos.
L-
Ex4
É bem claro em nossa empresa
quem melhor sabe aproveitar
novas tecnologias.
C-
Ex1
Nossa empresa tem capacidade
de usar e explorar novos
conhecimentos para responder
rapidamente às mudanças de
mercado.
237
C-
Ex2
Grau de aplicação de
conhecimentos e experiências
adquiridas nos campos de em
tecnologia e negócios
priorizados pela nossa
estratégia que nos permite
manter na vanguarda
tecnológica do setor.
C-
Ex3
Nossa empresa tem capacidade
para colocar o conhecimento
tecnológico em patentes de
produtos e processos.
C-
Ex4
Grau de habilidade para
responder às exigências da
demanda ou à pressão da
competitiva, em vez de inovar
para ganhar competitividade
por ampliação da carteira de
novos produtos, capacidades e
ideias de tecnológicas.
K-
Ex1
Capacidade de revisar os
processos de fabricação com
base em novos conhecimentos
adquiridos.
K-
Ex2
Nossa empresa tem capacidade
de revisar os procedimentos de
negócios com base em novos
conhecimentos adquiridos.
K-
Ex3
Nossa empresa é capaz de
desenvolver produtos ou
serviços com base em novos
conhecimentos adquiridos.
Capacidade de introduzir
inovação em produtos com
238
base em novos conhecimentos
adquiridos.
K-
Ex4
Capacidade de revisar
operações de controle de
qualidade com base em novos
conhecimentos adquiridos.
Dimensão Aplicação – Comentários ou sugestões adicionais
aos itens
239
APÊNDICE C – ENTREVISTA COM GESTORES
PESQUISA SOBRE ABSORÇÃO DE CONHECIMENTO
Prezado (a), gestor, convidamo-lo a participar dessa pesquisa
sobre absorção de conhecimento nas empresas que está sendo
realizada no âmbito do curso de mestrado acadêmico em
administração da Universidade Do Estado De Santa Catarina –
ESAG/UDESC.
Este estudo investiga práticas de obtenção de novos
conhecimentos em ambientes de mudança tanto mercadológica
como tecnológica e solicita-se que seja respondido pelo
dirigente ou por um dos responsáveis pela tomada das
principais decisões da empresa.
Salientamos que os dados serão tratados com absoluto rigor e
sigilo. Contando com sua participação, antecipamos nossos
agradecimentos.
Atenciosamente,
Cristina Defreyn Tenconi
Mestranda
Mestrado acadêmico em administração ESAG/UDESC
E-mail: [email protected]
240
Prof. Dr. Éverton l. P. De Lorenzi Cancellier
Orientador
Mestrado profissional em administração ESAG/UDESC
E-mail: [email protected]
Todas as afirmações da pesquisa procuram representar
características passíveis de uso nas empresas e não indicam
situações de boa ou má gestão.
BLOCO I – Absorção de novos conhecimentos pela
empresa
Com base na escala abaixo que varia de 1 (discordo totalmente)
a 7 (concordo totalmente), indique em que medida as
afirmações expressam a realidade da sua empresa.
1.1 A busca de informações relevantes sobre nosso setor de
atuação é tarefa cotidiana em nossa empresa.
1.2 Nossa empresa motiva os funcionários a usarem fontes
de informação dentro do nosso setor de atuação.
1.3 Nossa empresa espera que os funcionários lidem com
informações além do nosso setor de atuação.
1.4 Acessar fontes externas para obter informações
relevantes é atividade comum e muito importante em
nossa empresa
1.5 Nossa empresa valoriza e busca informações além do
nosso setor de atuação.
1.6 Nossa empresa é orientada para monitorar
continuamente tendências e para descobrir
oportunidades a serem exploradas ativamente.
1.7 Em nossa empresa ideias e conceitos são transmitidos
entre todas as áreas/departamentos.
1.8 Nossa empresa valoriza a ajuda entre
áreas/departamentos para resolver problemas.
241
1.9 Em nossa empresa existe um fluxo de informação
rápido, por exemplo, se uma área ou departamento
obtém uma informação importante, ela comunica
prontamente essa informação para todas as outras áreas
ou departamentos.
1.10 Realizamos encontros periódicos entre
áreas/departamentos para o intercâmbio de ideias,
problemas, novos desenvolvimentos e realizações.
1.11 Nós temos capacidade de guardar informações
relevantes obtidas para uso futuro.
1.12 Nós temos capacidade de assimilar e interpretar novos
conhecimentos obtidos que podem ser úteis para a
empresa.
1.13 Nossos funcionários têm a capacidade de estruturar e
utilizar os conhecimentos que adquirem.
1.14 Nossos funcionários estão acostumados a absorver
novos conhecimentos, prepará-los para novas finalidades
e torná-los disponíveis para a empresa.
1.15 Nossos funcionários ligam com sucesso o conhecimento
existente com novas ideias.
1.16 Nossos funcionários transformam habilmente a
informação de fontes internas ou externas em
conhecimentos valiosos para a nossa empresa.
1.17 Nossa empresa incentiva os funcionários a combinar
ideias entre áreas/departamentos.
1.18 Nossos funcionários são capazes de aplicar novos
conhecimentos em seu trabalho prático.
1.19 Nós somos hábeis em reativar o conhecimento existente
para novos usos.
1.20 Rapidamente reconhecemos a utilidade de novos
conhecimentos com o conhecimento existente na
empresa.
1.21 Nossa empresa encoraja o desenvolvimento de
242
protótipos.
1.22 Nossa empresa reconsidera regularmente tecnologias e
as adapta de acordo com novos conhecimentos.
1.23 Nossa empresa tem a capacidade de trabalhar de forma
mais eficaz através do emprego de novas tecnologias.
1.24 Nossa empresa tem capacidade de usar e explorar novos
conhecimentos para responder rapidamente às mudanças
de mercado.
1.25 Nossa empresa tem capacidade de revisar os
procedimentos de negócios com base em novos
conhecimentos adquiridos.
1.26 Nossa empresa é capaz de desenvolver produtos ou
serviços com base em novos conhecimentos adquiridos.
BLOCO II – Caracterização do Respondente e da
Organização
Dados do Respondente:
4. Por favor, assinale as alternativas que refletem melhor suas
características:
4.1 Características do
Respondente:
1 ( ) Sócio- proprietário sem
atividades de gestão no
empreendimento.
2 ( ) Sócio- proprietário com
atividades de gestão no
empreendimento.
3 ( ) Dirigente não proprietário
4 ( ) Outro. Informe:
____________________________
4.2 Grau de instrução
formal:
1 ( ) Até 1º grau completo
2 ( ) Até 2º grau completo
3 ( ) Até 3º grau completo
4 ( ) Pós-graduação
243
4.3 Há quantos anos
você atua nesta
empresa?
_______ Ano (s)
4.4 Gênero 1 ( ) Fem 2 ( )
Masc
Dados da Organização:
4.5 Ano de Fundação: ______________
4.6 Número de Pessoas
Ocupadas (incluir
dirigentes,
empregados,
familiares, etc., que
trabalham
regularmente na
empresa):
______________
4.7 Espaço Físico
Total (somando todos
os estabelecimentos)
(em m²):
______________
4.8 Principal Setor de
Atividade
1 ( ) Comércio 2 ( )
Serviços
4.9 Sua empresa
possui CNPJ ativo?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
4.10 Você gostaria de
receber o resultado
desta pesquisa?
1 ( ) Sim
Email:
___________________-
____
2 ( ) Não
244
245
APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
PESQUISA SOBRE ABSORÇÃO DE CONHECIMENTO
Prezado (a), Gestor,
Convidamo-o a participar dessa pesquisa sobre absorção de
conhecimento nas empresas que está sendo realizada no âmbito
do Curso de Mestrado Acadêmico em Administração da
Universidade do Estado de Santa Catarina – ESAG/UDESC.
Este estudo investiga práticas de obtenção de novos
conhecimentos em ambientes de mudança tanto mercadológica
como tecnológica e solicita-se que seja respondido pelo
dirigente ou por um dos responsáveis pela tomada das
principais decisões da empresa.
Salientamos que os dados serão tratados com absoluto rigor e
sigilo.
Contando com sua participação, antecipamos nossos
agradecimentos.
Atenciosamente,
Cristina Defreyn Tenconi
Mestranda
Mestrado Acadêmico em Administração ESAG/UDESC
E-mail: [email protected]
Prof. Dr. Éverton L. P. de Lorenzi Cancellier
246
Orientador
Mestrado Acadêmico em Administração ESAG/UDESC
E-mail: [email protected]
Todas as afirmações da pesquisa procuram representar
características passíveis de uso nas empresas e não indicam
situações de boa ou má gestão.
BLOCO I – Absorção de novos conhecimentos pela
empresa
Com base na escala abaixo que varia de 1 (discordo totalmente)
a 7 (concordo totalmente), indique em que medida as
afirmações expressam a realidade da sua empresa.
1 2 3 4 5 6 7
1.1 A busca de informações
relevantes sobre nosso setor
de atuação é tarefa cotidiana
em nossa empresa.
1
2
3
4
5
6
7
1.2 Nossa empresa motiva os
funcionários a usarem fontes
de informação dentro do nosso
setor de atuação.
1
2
3
4
5
6
7
1.3 Nossa empresa espera que os
funcionários lidem com
informações além do nosso
setor de atuação.
1
2
3
4
5
6
7
1.4 Acessar fontes externas para
obter informações relevantes é
atividade comum e muito
importante em nossa empresa
1
2
3
4
5
6
7
1.5 Nossa empresa valoriza e
busca informações além do
nosso setor de atuação.
1
2
3
4
5
6
7
1.6 Nossa empresa é orientada
247
para monitorar continuamente
tendências e para descobrir
oportunidades a serem
exploradas ativamente.
1
2
3
4
5
6
7
1.7 Em nossa empresa ideias e
conceitos são transmitidos
entre todas as
áreas/departamentos.
1
2
3
4
5
6
7
1.8 Nossa empresa valoriza a
ajuda entre
áreas/departamentos para
resolver problemas.
1
2
3
4
5
6
7
1.9 Em nossa empresa existe um
fluxo de informação rápido,
por exemplo, se uma área ou
departamento obtém uma
informação importante, ela
comunica prontamente essa
informação para todas as
outras áreas ou departamentos.
1
2
3
4
5
6
7
1.10 Realizamos encontros
periódicos entre
áreas/departamentos para o
intercâmbio de ideias,
problemas, novos
desenvolvimentos e
realizações.
1
2
3
4
5
6
7
1.11 Nós temos capacidade de
guardar informações
relevantes obtidas para uso
futuro.
1
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7
1.12 Nós temos capacidade de
assimilar e interpretar novos
conhecimentos obtidos que
1
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podem ser úteis para a
empresa.
1.13 Nossos funcionários têm a
capacidade de estruturar e
utilizar os conhecimentos que
adquirem.
1
2
3
4
5
6
7
1.14 Nossos funcionários estão
acostumados a absorver novos
conhecimentos, prepará-los
para novas finalidades e torná-
los disponíveis para a
empresa.
1
2
3
4
5
6
7
1.15 Ligar o conhecimento
existente com novas ideias é
atividade realizada com
sucesso por nossos
funcionários.
1
2
3
4
5
6
7
1.16 Nossos funcionários são
capazes de aplicar novos
conhecimentos em seu
trabalho prático.
1
2
3
4
5
6
7
1.17 Nós somos hábeis em reativar
o conhecimento existente para
novos usos.
1
2
3
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6
7
1.18 Rapidamente reconhecemos a
utilidade de novos
conhecimentos com o
conhecimento existente na
empresa.
1
2
3
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6
7
1.19 Nossa empresa encoraja o
desenvolvimento de
protótipos.
1
2
3
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5
6
7
1.20 Nossa empresa reconsidera
regularmente tecnologias e as
1
2
3
4
5
6
7
249
adapta de acordo com novos
conhecimentos.
1.21 Nossa empresa tem a
capacidade de trabalhar de
forma mais eficaz através do
emprego de novas tecnologias.
1
2
3
4
5
6
7
1.22 Nossa empresa tem
capacidade de usar e explorar
novos conhecimentos para
responder rapidamente às
mudanças de mercado.
1
2
3
4
5
6
7
1.23 Nossa empresa tem
capacidade de revisar os
procedimentos de negócios
com base em novos
conhecimentos adquiridos.
1
2
3
4
5
6
7
1.24 Nossa empresa é capaz de
desenvolver produtos ou
serviços com base em novos
conhecimentos adquiridos.
1
2
3
4
5
6
7
BLOCO II – Caracterização do Respondente e da
Organização
Dados do Respondente:
4. Por favor, assinale as alternativas que refletem melhor suas
características:
4.1 Características
do Respondente:
1 ( ) Sócio- proprietário sem
atividades de gestão no
empreendimento.
2 ( ) Sócio- proprietário com
atividades de gestão no
empreendimento.
250
3 ( ) Dirigente não proprietário
4 ( ) Outro. Informe:
____________________________
4.2 Grau de
instrução formal:
1 ( ) Até 1º grau completo
2 ( ) Até 2º grau completo
3 ( ) Até 3º grau completo
4 ( ) Pós-graduação
4.3 Há quantos
anos você atua
nesta empresa?
_______ Ano (s)
4.4 Gênero 1 ( ) Fem 2 ( )
Masc
Dados da Organização:
4.5 Ano de
Fundação: ______________
4.6 Número de
Pessoas
Ocupadas
(incluir
dirigentes,
empregados,
familiares, etc.,
que trabalham
regularmente
na empresa):
______________
4.7 Principal
Setor de
Atividade
1 ( ) Comércio 2 ( )
Serviços
4.8 Você
gostaria de
1 ( ) Sim
2 ( ) Não
251
receber o
resultado desta
pesquisa?
Email:
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